1) O documento discute as relações de compadrio entre escravos na região de Guarapuava entre 1810 e 1888.
2) A maioria dos batismos de escravos ocorreu na segunda metade do século XIX, possivelmente devido ao aumento da aquisição de escravos nesse período.
3) Os índices de ilegitimidade entre as crianças escravas batizadas em Guarapuava foram altos, variando entre 74,5% no período de 1810-1849 até 94,1% no período
RelaçõEs Entre Senhores E Escravos Em áRea Voltada Para O Abastecimento Inter...guest5eb864
1) O documento analisa as possibilidades de formação de famílias escravas em Guarapuava no século XIX, apesar de ter uma escravidão pequena para os padrões brasileiros.
2) Os registros de casamento de escravos na paróquia local entre 1813-1886 mostram que havia interesse tanto dos senhores quanto dos escravos na formação de famílias, sejam elas nucleares ou matrifocais.
3) As propriedades com 1-4 escravos tinham o maior percentual de escravos
O documento descreve uma pesquisa sobre famílias e estratégias escravas na fronteira oeste do Rio Grande entre 1750-1835. Ele define o espaço e período estudado, objetivos de compreender os padrões familiares escravos e possíveis particularidades em relação a outras áreas do Brasil colonial e imperial, e a metodologia utilizada.
Compadrio De Escravos & Paternalismo Em SãO José Pinhaisguest5eb864
Este documento discute as relações de compadrio entre escravos na Freguesia de São José dos Pinhais no século XVIII e início do XIX. Analisa os batismos dos filhos do casal de escravos Antonio e Simoa, que pertenciam a Bernardo Martins Ferreira, e mostra que seus filhos tiveram padrinhos e madrinhas livres ligados à família senhorial. Também examina o compadrio da escrava Liberata e seus filhos, que provavelmente pertenciam ao mesmo senhor. Conclui que em São José dos P
Trabalho temático desenvolvido com base no livro "Fogo Morto" de José Lins do Rego no 1º semestre de 2010 sob a orientação do Profº Drº Ivan Russeff. Autoria de Cristiane Laudemar Rodrigues Assis e Thalita Doretto Brito
FamíLia E Trabalho Escravo Sociedade E Poder Em SãO José Dos Pinhaisguest5eb864
1) O documento discute a presença de escravos em São José dos Pinhais no século XIX, quando a economia local era baseada na erva-mate e agricultura de subsistência.
2) Havia poucos escravos na região, com a maioria dos proprietários tendo 5 ou menos cativos. Isso levou a uma sociedade mais hierarquizada entre os livres.
3) O valor médio dos escravos aumentou ao longo do século XIX, refletindo o fim do tráfico negreiro e a expansão da produção agrí
Historia Social através da Pesquisa GenealógicaNilza Cantoni
1) O documento analisa como a pesquisa genealógica pode corrigir lapsos na história tradicional ao fornecer novas evidências documentais sobre os primeiros povoadores da região de Paraguaçu.
2) É mostrado como documentos genealógicos corrigem informações errôneas sobre dois dos primeiros sesmeiros da região, Manuel Ferreira do Prado e Agostinho Fernandes de Lima, fornecendo detalhes sobre suas origens e atividades.
3) A pesquisa também levantou novos dados sobre a orig
A lavagem de são roque em riachão do jacuípe um espaço de integração entre a ...UNEB
Este documento discute a prostituição no Brasil nas décadas de 1930-1950, especialmente em Riachão do Jacuipe na Bahia. Aproximadamente nesse período, a prostituição era vista como um "mal necessário" para preservar a moral familiar, embora as prostitutas enfrentassem preconceito e segregação. Em Riachão do Jacuipe, as prostitutas participavam da Festa de São Roque, apesar da oposição da Igreja Católica, o que provocava conflitos sociais.
Este documento analisa a estrutura fundiária e o uso de mão-de-obra escrava nas primeiras décadas do século XIX no Paraná. Mostra que a maioria dos proprietários de terras não possuía escravos, embora sua participação fosse maior entre os fazendeiros de gado. Discute também que muitos donos de escravos não eram proprietários de terras, o que revela padrões complexos de posse de terra e escravos na sociedade local.
RelaçõEs Entre Senhores E Escravos Em áRea Voltada Para O Abastecimento Inter...guest5eb864
1) O documento analisa as possibilidades de formação de famílias escravas em Guarapuava no século XIX, apesar de ter uma escravidão pequena para os padrões brasileiros.
2) Os registros de casamento de escravos na paróquia local entre 1813-1886 mostram que havia interesse tanto dos senhores quanto dos escravos na formação de famílias, sejam elas nucleares ou matrifocais.
3) As propriedades com 1-4 escravos tinham o maior percentual de escravos
O documento descreve uma pesquisa sobre famílias e estratégias escravas na fronteira oeste do Rio Grande entre 1750-1835. Ele define o espaço e período estudado, objetivos de compreender os padrões familiares escravos e possíveis particularidades em relação a outras áreas do Brasil colonial e imperial, e a metodologia utilizada.
Compadrio De Escravos & Paternalismo Em SãO José Pinhaisguest5eb864
Este documento discute as relações de compadrio entre escravos na Freguesia de São José dos Pinhais no século XVIII e início do XIX. Analisa os batismos dos filhos do casal de escravos Antonio e Simoa, que pertenciam a Bernardo Martins Ferreira, e mostra que seus filhos tiveram padrinhos e madrinhas livres ligados à família senhorial. Também examina o compadrio da escrava Liberata e seus filhos, que provavelmente pertenciam ao mesmo senhor. Conclui que em São José dos P
Trabalho temático desenvolvido com base no livro "Fogo Morto" de José Lins do Rego no 1º semestre de 2010 sob a orientação do Profº Drº Ivan Russeff. Autoria de Cristiane Laudemar Rodrigues Assis e Thalita Doretto Brito
FamíLia E Trabalho Escravo Sociedade E Poder Em SãO José Dos Pinhaisguest5eb864
1) O documento discute a presença de escravos em São José dos Pinhais no século XIX, quando a economia local era baseada na erva-mate e agricultura de subsistência.
2) Havia poucos escravos na região, com a maioria dos proprietários tendo 5 ou menos cativos. Isso levou a uma sociedade mais hierarquizada entre os livres.
3) O valor médio dos escravos aumentou ao longo do século XIX, refletindo o fim do tráfico negreiro e a expansão da produção agrí
Historia Social através da Pesquisa GenealógicaNilza Cantoni
1) O documento analisa como a pesquisa genealógica pode corrigir lapsos na história tradicional ao fornecer novas evidências documentais sobre os primeiros povoadores da região de Paraguaçu.
2) É mostrado como documentos genealógicos corrigem informações errôneas sobre dois dos primeiros sesmeiros da região, Manuel Ferreira do Prado e Agostinho Fernandes de Lima, fornecendo detalhes sobre suas origens e atividades.
3) A pesquisa também levantou novos dados sobre a orig
A lavagem de são roque em riachão do jacuípe um espaço de integração entre a ...UNEB
Este documento discute a prostituição no Brasil nas décadas de 1930-1950, especialmente em Riachão do Jacuipe na Bahia. Aproximadamente nesse período, a prostituição era vista como um "mal necessário" para preservar a moral familiar, embora as prostitutas enfrentassem preconceito e segregação. Em Riachão do Jacuipe, as prostitutas participavam da Festa de São Roque, apesar da oposição da Igreja Católica, o que provocava conflitos sociais.
Este documento analisa a estrutura fundiária e o uso de mão-de-obra escrava nas primeiras décadas do século XIX no Paraná. Mostra que a maioria dos proprietários de terras não possuía escravos, embora sua participação fosse maior entre os fazendeiros de gado. Discute também que muitos donos de escravos não eram proprietários de terras, o que revela padrões complexos de posse de terra e escravos na sociedade local.
O documento discute a queda da Bahia como maior produtor de cacau no Brasil, com o Pará ultrapassando a produção baiana. Isso foi previsto há 16 anos em um artigo do autor que alertava para os riscos da vassoura-de-bruxa e da falta de apoio aos produtores, levando ao abandono das lavouras. Defende um plano nacional para recuperar a cacauicultura com foco também na Amazônia.
O documento descreve a história do café no Brasil desde sua expansão na região do Vale do Paraíba até a abolição da escravatura. Ele explica como o crescimento da economia do café levou a modernização do país mas também à exploração dos escravos, que foram abandonados após a abolição. O documento fornece detalhes sobre a campanha abolicionista e as razões econômicas por trás do fim da escravatura no Brasil.
O documento descreve a história do café no Vale do Paraíba no século XIX, incluindo a ascensão econômica proporcionada pela cultura do café, o cotidiano nas fazendas cafeeiras e os fatores que levaram à decadência da região como principal produtora de café, como o esgotamento dos solos e a abolição da escravatura.
A Propriedade De Escravos Em Guarapuavaguest5eb864
Este documento analisa a propriedade de escravos em Guarapuava no século XIX utilizando dados demográficos de 1828, 1835 e 1840. Em 1828, 16 propriedades (29,1% do total) tinham escravos. Em 1835, esse número aumentou para 30 propriedades (20,3%) e em 1840 caiu para 26 propriedades (18,2%), indicando movimento migratório contínuo para a região. A maioria dos proprietários eram homens brancos casados, refletindo o perfil da fronteira agrícol
O documento descreve o aldeamento São João de Sende no município de Tanque do Piauí, fundado em 1765 para abrigar índios Gueguês. O aldeamento enfrentou problemas administrativos e violência contra os indígenas. Em 1786, a maioria dos índios foi transferida à força para outro aldeamento, levando à extinção de São João de Sende. Hoje, ruínas e artefatos da civilização indígena ainda podem ser encontrados no local.
O documento descreve o ciclo do café no Vale do Paraíba, incluindo sua chegada na região e o apogeu durante os séculos XIX e XX. O café trouxe prosperidade à região e poder político e econômico aos barões do café. A cultura dependia massivamente de mão de obra escrava em grandes fazendas altamente organizadas.
O documento resume três textos e vídeos sobre a história do café no Vale do Paraíba. Os textos discutem a origem do café, sua chegada ao Brasil e popularização, assim como a dependência da mão de obra escrava e os impactos da abolição da escravatura na produção de café. Os vídeos ilustram o processo de expansão do café pela região do Vale do Paraíba e sua importância econômica.
O documento descreve a história do cultivo do café no Vale do Paraíba entre 1830 e 1930. O café tornou-se o principal produto de exportação brasileiro nessa região, que possuía terras férteis e clima adequado para o cultivo. A produção usava grande propriedades, mão de obra escrava e era feita para exportação. Com o tempo, a riqueza gerada pelo café transformou a estrutura da região e criou uma nova elite de barões do café. No final do período, a terra foi se esgotando e a produção ent
O documento discute a desigualdade social no Brasil entre o "Brasi de Cima" e o "Brasi de Baxo" de acordo com o poeta Patativa do Assaré. Ele afirma que a pobreza atinge tanto a população nordestina quanto a do sul do país, dividindo os brasileiros em duas categorias.
O documento discute a produção de café no Vale do Paraíba durante os séculos XVIII e XIX. Apresenta três textos sobre o assunto, com foco na relação entre cafeicultores e conservadorismo, na expansão da produção de café em São Paulo, e na geografia da escravidão na região. Imagens e vídeos ilustram a arquitetura das fazendas de café e seu papel na economia da época. Questionamentos sobre o tema também são apresentados.
O documento descreve a economia brasileira no século XIX, quando o país passou por um processo de modernização e adaptação ao capitalismo. Nesse período, os principais produtos de exportação foram o café, cultivado em São Paulo e Minas Gerais, o açúcar, produzido no Nordeste, e o algodão, no Maranhão. A expansão da produção cafeeira para o interior paulista foi apoiada pelo desenvolvimento de ferrovias.
Horacio Gutiérrez - Fazendas de gado no Paraná escravistahgutierrez20
Este documento descreve as fazendas de gado no Paraná no século XIX, baseado em um censo de 1825-26. A pecuária foi a atividade econômica mais importante na região nesta época. O censo fornece detalhes sobre os proprietários das fazendas, tamanho dos rebanhos, uso de mão de obra escrava e características gerais da produção pecuária. As fazendas de gado em Castro e Ponta Grossa eram representativas do padrão no Paraná, com grandes rebanhos e maior
PresençA Negra Na Lapa Paraná E Cultura Materialguest5eb864
O documento descreve a presença negra na história da cidade de Lapa, no Paraná, Brasil, através da análise da cultura material. Aponta que escravos participaram da economia local, especialmente no tropeirismo, porém sua história foi ocultada. Recentemente, descobertas arqueológicas como uma fonte de água construída por escravos têm ajudado a reconstruir este passado e a importância do patrimônio afro-brasileiro.
O documento discute três principais tópicos: 1) Um editorial critica uma pesquisa governamental que relacionou o aumento de estupros à roupa usada por mulheres; 2) Há preocupação com uma bactéria canibal que pode chegar ao Brasil através de mosquitos; 3) Candidatos políticos sairão às ruas durante as eleições em busca de votos.
1) O documento discute a Comunidade Terapêutica Vale do Encontro em Registro, que atende dependentes de álcool e drogas há um ano.
2) A comunidade foi criada pelo padre Júlio César de Araújo Brant e oferece tratamento gratuito de um ano, baseado em trabalho, atividades espirituais e apoio psicossocial.
3) A comunidade depende de doações para continuar seu trabalho, mas tem parcerias com empresas locais que fornecem assistência odontológica e apoio para h
O documento apresenta uma análise da formação cultural do povo brasileiro, dividindo-a em matrizes indígena, europeia e africana e discutindo aspectos como economia, religião e estratificação social de cada uma delas ao longo do tempo. Também aborda as culturas regionais do Brasil, como a cultura caipira, cabocla, sertaneja e sulina.
O documento resume uma cerimônia de posse da Loja Maçônica Architekton 124 em Maricá, onde Flávio Oliveira assumiu como novo Mestre Venerável. Também destaca a posse de Jorge Monteiro como Mestre Instalado e de Regina Amaral como Presidente do Departamento Feminino da Loja. Por fim, fornece um breve histórico sobre a Maçonaria no Brasil e suas características.
Slide feito para a disciplina de Geografia Humana e Cultural, no qual, aborda o povo sertanejo através do "espaço total", abordando diferentes estruturas para a formação dessa componente sóciocultural brasileira, criada pelo gado.
Compadrio De Escravos & Paternalismo Em SãO José Pinhaisculturaafro
O documento discute as relações de compadrio entre escravos na Freguesia de São José dos Pinhais (PR) no século XVIII e início do XIX. A pesquisa mostra que os escravos geralmente tinham padrinhos e madrinhas livres, raramente o próprio senhor ou parentes deste. Isso indica a ausência de relações paternalistas entre senhores e escravos, e que os laços de compadrio entre escravos ultrapassavam os limites da propriedade. O caso da família de escravos Antonio Angola e Simoa é
Familia Escrava Em Fazendas AbsenteíStas Prguest5eb864
1) O documento analisa as famílias escravas em fazendas de proprietários ausentes em Curitiba (1797) e Castro (1835), onde os escravos administravam as fazendas sem a supervisão dos senhores.
2) Essas fazendas diferiam do modelo caribenho, com os escravos tendo mais controle sobre suas vidas do que em fazendas administradas por brancos.
3) Um exemplo mostra como a distância dos senhores permitiu que um oficial tomasse posse de uma fazenda da Ordem do Carmo sem permissão.
Horacio Gutiérrez - Donos de terras e escravos no Paraná: padrões e hierarqui...hgutierrez20
O documento discute o uso de mão-de-obra escrava por proprietários de terras no Paraná no início do século XIX, comparando cadastros de terras e recenseamentos populacionais. A maioria dos proprietários não tinha escravos, variando de 7% a 52% conforme a localidade. Havia discrepâncias entre o número de escravos nos cadastros e recenseamentos, sugerindo que muitos donos de escravos não eram proprietários de terras.
O documento descreve trajetórias de casais mistos (escravos e livres) que viveram entre os séculos XVIII e XIX na vila de São José dos Pinhais, Paraná. Analisa como o casamento e o compadrio eram estratégias sociais utilizadas pela elite escravocrata para controlar dependentes e manter a hierarquia social. Para a população de origem africana e indígena, esses laços familiares representavam uma forma de ascensão social e afirmação da liberdade.
O documento discute a queda da Bahia como maior produtor de cacau no Brasil, com o Pará ultrapassando a produção baiana. Isso foi previsto há 16 anos em um artigo do autor que alertava para os riscos da vassoura-de-bruxa e da falta de apoio aos produtores, levando ao abandono das lavouras. Defende um plano nacional para recuperar a cacauicultura com foco também na Amazônia.
O documento descreve a história do café no Brasil desde sua expansão na região do Vale do Paraíba até a abolição da escravatura. Ele explica como o crescimento da economia do café levou a modernização do país mas também à exploração dos escravos, que foram abandonados após a abolição. O documento fornece detalhes sobre a campanha abolicionista e as razões econômicas por trás do fim da escravatura no Brasil.
O documento descreve a história do café no Vale do Paraíba no século XIX, incluindo a ascensão econômica proporcionada pela cultura do café, o cotidiano nas fazendas cafeeiras e os fatores que levaram à decadência da região como principal produtora de café, como o esgotamento dos solos e a abolição da escravatura.
A Propriedade De Escravos Em Guarapuavaguest5eb864
Este documento analisa a propriedade de escravos em Guarapuava no século XIX utilizando dados demográficos de 1828, 1835 e 1840. Em 1828, 16 propriedades (29,1% do total) tinham escravos. Em 1835, esse número aumentou para 30 propriedades (20,3%) e em 1840 caiu para 26 propriedades (18,2%), indicando movimento migratório contínuo para a região. A maioria dos proprietários eram homens brancos casados, refletindo o perfil da fronteira agrícol
O documento descreve o aldeamento São João de Sende no município de Tanque do Piauí, fundado em 1765 para abrigar índios Gueguês. O aldeamento enfrentou problemas administrativos e violência contra os indígenas. Em 1786, a maioria dos índios foi transferida à força para outro aldeamento, levando à extinção de São João de Sende. Hoje, ruínas e artefatos da civilização indígena ainda podem ser encontrados no local.
O documento descreve o ciclo do café no Vale do Paraíba, incluindo sua chegada na região e o apogeu durante os séculos XIX e XX. O café trouxe prosperidade à região e poder político e econômico aos barões do café. A cultura dependia massivamente de mão de obra escrava em grandes fazendas altamente organizadas.
O documento resume três textos e vídeos sobre a história do café no Vale do Paraíba. Os textos discutem a origem do café, sua chegada ao Brasil e popularização, assim como a dependência da mão de obra escrava e os impactos da abolição da escravatura na produção de café. Os vídeos ilustram o processo de expansão do café pela região do Vale do Paraíba e sua importância econômica.
O documento descreve a história do cultivo do café no Vale do Paraíba entre 1830 e 1930. O café tornou-se o principal produto de exportação brasileiro nessa região, que possuía terras férteis e clima adequado para o cultivo. A produção usava grande propriedades, mão de obra escrava e era feita para exportação. Com o tempo, a riqueza gerada pelo café transformou a estrutura da região e criou uma nova elite de barões do café. No final do período, a terra foi se esgotando e a produção ent
O documento discute a desigualdade social no Brasil entre o "Brasi de Cima" e o "Brasi de Baxo" de acordo com o poeta Patativa do Assaré. Ele afirma que a pobreza atinge tanto a população nordestina quanto a do sul do país, dividindo os brasileiros em duas categorias.
O documento discute a produção de café no Vale do Paraíba durante os séculos XVIII e XIX. Apresenta três textos sobre o assunto, com foco na relação entre cafeicultores e conservadorismo, na expansão da produção de café em São Paulo, e na geografia da escravidão na região. Imagens e vídeos ilustram a arquitetura das fazendas de café e seu papel na economia da época. Questionamentos sobre o tema também são apresentados.
O documento descreve a economia brasileira no século XIX, quando o país passou por um processo de modernização e adaptação ao capitalismo. Nesse período, os principais produtos de exportação foram o café, cultivado em São Paulo e Minas Gerais, o açúcar, produzido no Nordeste, e o algodão, no Maranhão. A expansão da produção cafeeira para o interior paulista foi apoiada pelo desenvolvimento de ferrovias.
Horacio Gutiérrez - Fazendas de gado no Paraná escravistahgutierrez20
Este documento descreve as fazendas de gado no Paraná no século XIX, baseado em um censo de 1825-26. A pecuária foi a atividade econômica mais importante na região nesta época. O censo fornece detalhes sobre os proprietários das fazendas, tamanho dos rebanhos, uso de mão de obra escrava e características gerais da produção pecuária. As fazendas de gado em Castro e Ponta Grossa eram representativas do padrão no Paraná, com grandes rebanhos e maior
PresençA Negra Na Lapa Paraná E Cultura Materialguest5eb864
O documento descreve a presença negra na história da cidade de Lapa, no Paraná, Brasil, através da análise da cultura material. Aponta que escravos participaram da economia local, especialmente no tropeirismo, porém sua história foi ocultada. Recentemente, descobertas arqueológicas como uma fonte de água construída por escravos têm ajudado a reconstruir este passado e a importância do patrimônio afro-brasileiro.
O documento discute três principais tópicos: 1) Um editorial critica uma pesquisa governamental que relacionou o aumento de estupros à roupa usada por mulheres; 2) Há preocupação com uma bactéria canibal que pode chegar ao Brasil através de mosquitos; 3) Candidatos políticos sairão às ruas durante as eleições em busca de votos.
1) O documento discute a Comunidade Terapêutica Vale do Encontro em Registro, que atende dependentes de álcool e drogas há um ano.
2) A comunidade foi criada pelo padre Júlio César de Araújo Brant e oferece tratamento gratuito de um ano, baseado em trabalho, atividades espirituais e apoio psicossocial.
3) A comunidade depende de doações para continuar seu trabalho, mas tem parcerias com empresas locais que fornecem assistência odontológica e apoio para h
O documento apresenta uma análise da formação cultural do povo brasileiro, dividindo-a em matrizes indígena, europeia e africana e discutindo aspectos como economia, religião e estratificação social de cada uma delas ao longo do tempo. Também aborda as culturas regionais do Brasil, como a cultura caipira, cabocla, sertaneja e sulina.
O documento resume uma cerimônia de posse da Loja Maçônica Architekton 124 em Maricá, onde Flávio Oliveira assumiu como novo Mestre Venerável. Também destaca a posse de Jorge Monteiro como Mestre Instalado e de Regina Amaral como Presidente do Departamento Feminino da Loja. Por fim, fornece um breve histórico sobre a Maçonaria no Brasil e suas características.
Slide feito para a disciplina de Geografia Humana e Cultural, no qual, aborda o povo sertanejo através do "espaço total", abordando diferentes estruturas para a formação dessa componente sóciocultural brasileira, criada pelo gado.
Compadrio De Escravos & Paternalismo Em SãO José Pinhaisculturaafro
O documento discute as relações de compadrio entre escravos na Freguesia de São José dos Pinhais (PR) no século XVIII e início do XIX. A pesquisa mostra que os escravos geralmente tinham padrinhos e madrinhas livres, raramente o próprio senhor ou parentes deste. Isso indica a ausência de relações paternalistas entre senhores e escravos, e que os laços de compadrio entre escravos ultrapassavam os limites da propriedade. O caso da família de escravos Antonio Angola e Simoa é
Familia Escrava Em Fazendas AbsenteíStas Prguest5eb864
1) O documento analisa as famílias escravas em fazendas de proprietários ausentes em Curitiba (1797) e Castro (1835), onde os escravos administravam as fazendas sem a supervisão dos senhores.
2) Essas fazendas diferiam do modelo caribenho, com os escravos tendo mais controle sobre suas vidas do que em fazendas administradas por brancos.
3) Um exemplo mostra como a distância dos senhores permitiu que um oficial tomasse posse de uma fazenda da Ordem do Carmo sem permissão.
Horacio Gutiérrez - Donos de terras e escravos no Paraná: padrões e hierarqui...hgutierrez20
O documento discute o uso de mão-de-obra escrava por proprietários de terras no Paraná no início do século XIX, comparando cadastros de terras e recenseamentos populacionais. A maioria dos proprietários não tinha escravos, variando de 7% a 52% conforme a localidade. Havia discrepâncias entre o número de escravos nos cadastros e recenseamentos, sugerindo que muitos donos de escravos não eram proprietários de terras.
O documento descreve trajetórias de casais mistos (escravos e livres) que viveram entre os séculos XVIII e XIX na vila de São José dos Pinhais, Paraná. Analisa como o casamento e o compadrio eram estratégias sociais utilizadas pela elite escravocrata para controlar dependentes e manter a hierarquia social. Para a população de origem africana e indígena, esses laços familiares representavam uma forma de ascensão social e afirmação da liberdade.
1) O documento discute a presença de escravos africanos e seus descendentes na província do Paraná no período pós-abolição da escravatura em 1888.
2) As principais atividades econômicas que envolveram trabalho escravo no Paraná foram a produção de mate e o tropeirismo, embora em menor escala do que em outras regiões.
3) Após a abolição, os libertos enfrentaram dificuldades para se incorporar na economia do Paraná, que passava por um processo de im
A Propriedade De Escravos Em Guarapuavaculturaafro
Este documento analisa a propriedade de escravos em Guarapuava no século XIX utilizando dados de censos de 1828, 1835 e 1840. Em 1828, 16 propriedades (29,1% do total) tinham escravos. Em 1835, esse número aumentou para 30 propriedades (20,3%) e em 1840 reduziu para 26 propriedades (18,2%), indicando movimento de entrada e saída de proprietários. A maioria dos proprietários eram homens brancos e casados, refletindo o perfil demográfico da região na
Este trabalho trata da rede de Familiares do Santo Ofício presentes em Minas Gerais durante o século XVIII. Analisa a relação entre a Inquisição portuguesa e a sociedade colonial mineira através destes agentes civis do tribunal inquisitorial. Explora questões como as funções dos Familiares, seu recrutamento social e a ligação entre familiatura do Santo Ofício e distinção social na região.
O documento resume as principais causas do fim do Império Brasileiro, incluindo a Guerra do Paraguai, a abolição da escravidão, e os conflitos com os militares e Igreja Católica, enfraquecendo o apoio à monarquia e levando à proclamação da República em 1889.
O documento discute o concubinato no período colonial brasileiro. Ele explica que o concubinato era uma relação entre um homem e uma mulher que viviam juntos sem serem legalmente casados, e era comum entre senhores e escravas devido à falta de mulheres brancas. Apesar da Igreja condenar o concubinato, era difícil para os padres aplicarem penalidades devido às dificuldades do processo de casamento na época.
O documento fornece informações sobre pesquisa genealógica, incluindo o que é genealogia, técnicas de pesquisa, documentos de interesse e determinação de datas para eventos nos séculos XVI e XVII.
O documento apresenta uma linha do tempo sobre a história das políticas de saúde no Brasil desde a chegada dos portugueses em 1500 até a proclamação da República em 1889. Os principais eventos incluem: 1) A chegada da família real portuguesa ao Brasil em 1808 levou ao aumento de investimentos em saúde; 2) A abolição da escravidão em 1888, porém sem políticas para apoiar os ex-escravos; 3) A proclamação da República em 1889 marcou o fim do Império e o
O documento descreve a formação étnica do Brasil, destacando os principais grupos que povoaram o país: indígenas, portugueses e negros. Também menciona alguns grupos de imigrantes como espanhóis, italianos, judeus, alemães, árabes e japoneses. Apresenta ainda informações sobre os degredados enviados para o Brasil durante o período colonial e recomenda leituras sobre o tema.
História Secreta do Brasil IV - Gustavo BarrosoMarcelo Matias
1) O documento descreve como forças secretas, como a maçonaria e o carbonarismo, aproveitaram a Regência para tentar esfacelar o Brasil, lançando suas vistas para os gaúchos.
2) A maçonaria afirma oficialmente que a Revolução Farroupilha de 1835 foi um movimento "visceralmente maçônico" e que as insígnias do Rio Grande do Sul são maçônicas.
3) O carbonarismo trabalhou junto com a maçonaria no Rio Grande do Sul para fomentar
Este documento discute a família brasileira no contexto histórico e cultural. Apresenta como a família no Brasil passou por diferentes modelos ao longo da história, indo da família patriarcal e extensa na colonização para a família conjugal moderna no século XX. Também discute as diversas transformações na estrutura familiar ocorridas na contemporaneidade, resultando em vários tipos de arranjos familiares.
Histórias de batuques e batuqueiros_Oliveira_Gomes_Scherer.pdf · versão 1.pdfSupervisoPiaget
1. O documento descreve a história do Batuque no Rio Grande do Sul, com foco nas cidades de Rio Grande, Pelotas e Porto Alegre.
2. É analisada a formação de territórios negros nessas cidades nos séculos XIX e início do XX, onde comunidades negras cultuavam religiões de matriz africana e resistiam à opressão racial.
3. Lideranças religiosas afrodescendentes são apresentadas, como forma de manter vivas as tradições culturais africanas em meio à escra
ENGELS - A origem da família, da propriedade privada e do estadoCarlos Burke
O documento discute a evolução da família humana desde os tempos pré-históricos. Aponta que originalmente a descendência era reconhecida apenas pela linha materna, mas que com o desenvolvimento da propriedade privada e da agricultura, a filiação passou a ser reconhecida também pelo lado paterno, estabelecendo as bases para a família moderna.
O documento resume um artigo sobre as relações familiares e casamentos na comunidade da Costa da Lagoa em Florianópolis. Descreve a formação histórica da comunidade e sua economia baseada inicialmente na agricultura e pesca. Detalha as vilas da comunidade e como as famílias se organizam. Explica que a maioria dos casamentos ocorre na comunidade e que as mulheres geralmente se mudam para a vila do marido.
O latifúndio e a hegemonia do capital no contexto da história agrária da regi...Silvânio Barcelos
1. O documento discute a história da posse de terras no Brasil desde o período colonial, incluindo o sistema de sesmarias e a formação do latifúndio.
2. Grandes propriedades rurais, como os latifúndios, contribuíram para o êxodo rural e a migração para as cidades no século XX, levando a problemas urbanos.
3. Movimentos sociais rurais nas décadas de 1930-1950 lutaram por uma reforma agrária, mas não conseguiram superar a hegemonia do capital
O documento descreve a desigualdade social e a estrutura hierárquica da sociedade colonial brasileira. No topo estavam os senhores de engenho, donos de grandes fazendas de açúcar, seguidos por uma pequena elite urbana. Na base da pirâmide social estavam os escravos africanos e indígenas, que eram a principal força de trabalho agrícola e mineradora. A sociedade colonial era agrária, escravista e altamente desigual.
Semelhante a Compadrio E EscravidãO Em Guarapuava (20)
As classes de modelagem podem ser comparadas a moldes ou
formas que definem as características e os comportamentos dos
objetos criados a partir delas. Vale traçar um paralelo com o projeto de
um automóvel. Os engenheiros definem as medidas, a quantidade de
portas, a potência do motor, a localização do estepe, dentre outras
descrições necessárias para a fabricação de um veículo
Em um mundo cada vez mais digital, a segurança da informação tornou-se essencial para proteger dados pessoais e empresariais contra ameaças cibernéticas. Nesta apresentação, abordaremos os principais conceitos e práticas de segurança digital, incluindo o reconhecimento de ameaças comuns, como malware e phishing, e a implementação de medidas de proteção e mitigação para vazamento de senhas.
PRODUÇÃO E CONSUMO DE ENERGIA DA PRÉ-HISTÓRIA À ERA CONTEMPORÂNEA E SUA EVOLU...Faga1939
Este artigo tem por objetivo apresentar como ocorreu a evolução do consumo e da produção de energia desde a pré-história até os tempos atuais, bem como propor o futuro da energia requerido para o mundo. Da pré-história até o século XVIII predominou o uso de fontes renováveis de energia como a madeira, o vento e a energia hidráulica. Do século XVIII até a era contemporânea, os combustíveis fósseis predominaram com o carvão e o petróleo, mas seu uso chegará ao fim provavelmente a partir do século XXI para evitar a mudança climática catastrófica global resultante de sua utilização ao emitir gases do efeito estufa responsáveis pelo aquecimento global. Com o fim da era dos combustíveis fósseis virá a era das fontes renováveis de energia quando prevalecerá a utilização da energia hidrelétrica, energia solar, energia eólica, energia das marés, energia das ondas, energia geotérmica, energia da biomassa e energia do hidrogênio. Não existem dúvidas de que as atividades humanas sobre a Terra provocam alterações no meio ambiente em que vivemos. Muitos destes impactos ambientais são provenientes da geração, manuseio e uso da energia com o uso de combustíveis fósseis. A principal razão para a existência desses impactos ambientais reside no fato de que o consumo mundial de energia primária proveniente de fontes não renováveis (petróleo, carvão, gás natural e nuclear) corresponde a aproximadamente 88% do total, cabendo apenas 12% às fontes renováveis. Independentemente das várias soluções que venham a ser adotadas para eliminar ou mitigar as causas do efeito estufa, a mais importante ação é, sem dúvidas, a adoção de medidas que contribuam para a eliminação ou redução do consumo de combustíveis fósseis na produção de energia, bem como para seu uso mais eficiente nos transportes, na indústria, na agropecuária e nas cidades (residências e comércio), haja vista que o uso e a produção de energia são responsáveis por 57% dos gases de estufa emitidos pela atividade humana. Neste sentido, é imprescindível a implantação de um sistema de energia sustentável no mundo. Em um sistema de energia sustentável, a matriz energética mundial só deveria contar com fontes de energia limpa e renováveis (hidroelétrica, solar, eólica, hidrogênio, geotérmica, das marés, das ondas e biomassa), não devendo contar, portanto, com o uso dos combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás natural).
Este certificado confirma que Gabriel de Mattos Faustino concluiu com sucesso um curso de 42 horas de Gestão Estratégica de TI - ITIL na Escola Virtual entre 19 de fevereiro de 2014 a 20 de fevereiro de 2014.
Escola Virtual - Fundação Bradesco - ITIL - Gabriel Faustino.pdf
Compadrio E EscravidãO Em Guarapuava
1. II Encontro “Escravidão e Liberdade no Brasil Meridional”
COMPADRIO E ESCRAVIDÃO EM GUARAPUAVA NO SÉCULO XIX.
Fernando Franco Netto
Universidade Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO. PR.
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo conhecer as relações de compadrio dos
escravos na região de Guarapuava no período 1810 a 1888. Área esta de recente
povoamento e com características bastante específicas quanto ao processo de ocupação
e de desenvolvimento de sua economia, haja vista que sua formação esteve ligada à
criação de gado e a lavoura de alimentos. As especificidades locais determinaram uma
população cativa muito pequena e na sua grande maioria crioulos. Provavelmente,
Guarapuava não esteve na rota do tráfico internacional de escravos, como também no
pesado tráfico interno. A sociabilidade dos escravos será tema desta pesquisa a partir
dos registros de batismos de cativos e de ingênuos, bem como do cruzamento dos dados
com os inventários de alguns proprietários. Apesar de uma população pequena é forte a
presença da família escrava em Guarapuava. Os arranjos e laços promovidos pelos
escravos demonstram que o compadrio serviu como estratégia para fortalecer as
relações da comunidade. O número de padrinhos livres foi predominante em
Guarapuava, e mais, com forte participação dos senhores e seus familiares nessa rede de
relações.
Palavras-chave: Escravidão, compadrio, família.
2. INTRODUÇÃO
Os registros de batismos de escravos permitem compreender como a família
escrava estava estrategicamente se comportando no tempo em Guarapuava, em função
dos arranjos individuais e coletivos dos escravos e de seus proprietários. Esses registros
nos fornecem diversas informações importantes quanto à situação tanto do batizando,
como de seus pais, de seus proprietários e de seus padrinhos e madrinhas. Registros
como a data de seu nascimento e de seu batismo, o sexo do batizando, sua cor e sua
condição jurídica, permitem avaliar muitas questões relacionadas com a capacidade ou
não dos cativos de criarem laços de parentesco. Esses registros se encontram arquivados
na Paróquia Nossa Senhora de Belém, em Guarapuava e em ótimo estado de
conservação.
Quanto aos padrinhos e as madrinhas, encontramos registros referentes ao seu
estado conjugal, sua profissão e em alguns casos algumas observações mais gerais com
relação aos indivíduos. Entre os anos de 1810 e 1888 temos o registro de 726 batismos
de escravos. Desses, 356 são do sexo feminino e 370 do sexo masculino o que nos dá
uma razão de sexo de 104, demonstrando assim equilíbrio entre os sexos.
Os padrões de legitimidade também serão avaliados numa área onde o tamanho
das posses era pequeno e como isso poderia estar influenciando nas estratégias dos
cativos e de seus proprietários quanto às possibilidades de uniões sancionadas pela
Igreja. Para isso, estaremos abordando esses padrões em períodos diferentes, a fim de
percebermos os movimentos de oferta e demanda de mão-de-obra escrava no mercado e
como isso poderia influenciar nos arranjos dos cativos.
A condição jurídica dos padrinhos e madrinhas também será abordada, a fim de
compreendermos como os escravos e/ou senhores agiam na hora de escolherem
indivíduos para o parentesco fictício. De que maneira os homens e/ou mulheres eram
priorizados na hora do batismo, e como o tamanho do plantel poderia influenciar nessas
escolhas. Finalmente, procura-se avaliar o comportamento das mulheres quanto à idade
ao se casar, bem como os intervalos de procriação, procurando, assim, perceber
estratégias das escravas com relação a casamentos e seus filhos.
Compadrio e escravidão em Guarapuava (séc. XIX)
2
3. A distribuição por faixas de ano considerando intervalos qüinqüenais é
fortemente marcada pelo crescimento dos batismos de escravos a partir do intervalo
1840/44 (gráfico 1). Podemos inferir que de alguma forma o mercado de escravos
poderia estar influenciando nesses números, visto que o mesmo estava enfrentando
crises de oferta permanente, em função das leis que procuravam estancar o tráfico de
escravos e de movimentações internas de compra e venda para áreas agroexportadoras,
bem como para atender a produção crescente dos cafezais no Sudeste.
Gráfico 1
Batismos de escravos e ingênuos por quinquênio
Guarapuava 1810 - 1888
140
120
100
80
60
40
20
0
1810-14
1820-24
1830-34
1840-44
1850-54
1860-64
1870-74
1880-84
Fonte: Livro de Registros de Batismos de escravos – Paróquia Nossa Senhora de Belém
– Guarapuava.
Percebe-se que na primeira metade do século XIX o número de batismos é muito
inferior do que aquele apresentado a partir da segunda metade do século. Não podemos
apenas inferir que a causa disso é o pequeno número de escravos adultos que estavam
chegando na região naquele momento. Esse é um dos fatores que poderiam estar
influenciando nos nascimentos de escravos e conseqüentemente nos registros de
batismos, mas outras questões não podem ser descartadas de nossa análise, como os
efeitos do mercado de escravos, principalmente a partir da segunda metade do XIX, que
influencia em muito as aquisições de escravos por parte de seus proprietários,
3
4. fortalecendo assim tanto as possibilidades de formação de famílias escravas como a
reprodução endógena de sua população.
Estudando o tráfico atlântico para o Rio de Janeiro e seus efeitos na comunidade
escrava de uma forma geral, Florentino e Góes afirmam que “de fato, o compadrio é
uma relação parental de base espiritual, mas nem por isso menos importante do que
aquelas de outros tipos, como as de base consangüínea ou o parentesco por meio de
alianças matrimoniais, por exemplo, sobretudo no âmbito de uma sociedade em que o
cristianismo tudo plasma.”1 Os autores completam o raciocínio afirmando que o
batismo foi uma oportunidade aproveitada pelos cativos para tecer laços de proteção e
ajuda mútuas.
A família escrava esteve presente em Guarapuava, tanto ao observarmos os
registros de batismos como pelos dados dos inventários. Como tipologia para o
trabalho, as famílias poderiam ser caracterizadas como legítimas, isto é, quando os pais
tinham as bênçãos da Igreja, matrifocais quando somente aparece o registro da mãe e
finalmente como consensual quando o casal estava unido, mas sem a sanção da Igreja.
Assim, estaremos observando os registros de batismos com o intuito de levantar o grau
de ilegitimidade considerando três períodos distintos, conforme poderá ser visualizado
na tabela 1.
Tabela 1. Números absolutos e porcentual de legitimidade dos batizandos – Guarapuava
(1810-1888).
Condição da
Período Total
criança
1810-1849 1850-1870 1871-1888
Abs. % Abs. % Abs. % Abs. %
Natural 79 74,5% 219 83,3% 336 94,1% 634 87,3%
Legítimo 27 25,5% 44 16,7% 21 5,9% 92 12,7%
Total 106 100,0% 263 100,0% 357 100,0% 726 100,0%
Fonte: Livro de Registro de Batismos – Paróquia Nossa Senhora de Belém de
Guarapuava.
1
FLORENTINO, Manolo & GÓES, José R. A paz das senzalas: famílias escravas e tráfico atlântico, Rio
de Janeiro, c. 1790 – c. 1850. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1997. p, 92.
4
5. A tabela demonstra que o índice de ilegitimidade foi bastante elevado para
Guarapuava em todos os períodos. Entretanto, observa-se que o comportamento nos
períodos foi diferente. Enquanto que no intervalo 1810-1849 o índice de ilegitimidade
ficou em 74,5%, no período 1871-1888 foi de 94,1%. 92 registros de batismos aparecem
com o nome de seus pais, determinando assim a constituição de famílias nucleares, isto
é, constituídas de pai e mãe. Entretanto, a grande maioria dos batismos mostra que as
famílias eram constituídas por relações matrifocais. Apenas três registros não possuem
referência aos pais, isto é, não aparece o registro do nome nem do pai nem da mãe. Isso
quer dizer o seguinte; das 726 crianças batizadas 86,9% podem ser classificadas como
ilegítimas ou naturais. Como o casamento de escravos em Guarapuava foi bastante
reduzido, conforme pode ser verificado na seção anterior, esse indicador de legitimidade
corrobora de uma certa forma a tendência de poucas uniões na localidade.
Mas não deixa de ser interessante o porcentual de ilegitimidade apresentado nos
períodos, haja vista que o indicador mostra crescimento constante durante o intervalo
estudado. O estudo de Denize Aparecida sobre o compadrio em São Francisco do Sul e
Joinvile, no período que compreende o final da primeira metade do XIX até o final da
escravidão em 1888, mostra a mesma tendência de crescimento das taxas de
ilegitimidade durante a segunda metade do XIX. Para a autora, isso pode estar
relacionado com o tempo de criação das freguesias que “pode ter interferido nas
estratégias e oportunidades dos cativos de organizar seus arranjos familiares
legítimos.”2 José Roberto Góes estudando os escravos na Freguesia de Inhaúma no Rio
de Janeiro na primeira metade do século XIX chegou num índice de ilegitimidade de
79,3%. Escreve o autor que “a variação do índice de legitimidade das crianças
batizadas, indica que o batismo de crianças naturais sempre foi a regra. Entre 1821 e
1824, e no ano de 1828 os filhos de pais casados superou a barreira dos 30%.”3
Estudando a sociedade colonial no período que compreende os anos de 1550-
1835 na Bahia, Stuart Schwartz também analisa o índice de ilegitimidade de crianças
escravas em paróquias do recôncavo entre os anos de 1723-1816. O autor observou que
esse índice, para a população escrava, era bastante elevado se comparado com a
2
SILVA, Denize Aparecida da. Plantadores de raiz: escravidão e compadrio nas freguesias de Nossa
Senhora da Graça de São Francisco do Sul e de São Francisco Xavier de Joinville – 1845/1888.
Dissertação de Mestrado, UFPR, Curitiba, 2004. p, 50.
3
GÓES, José Roberto. O cativeiro imperfeito: um estudo sobre a escravidão no Rio de Janeiro na
primeira metade do século XIX. Lineart, 1993. p, 62.
5
6. população dos livres e conclui que “o casamento formal na Igreja não era comum entre
os escravos, o que não significa que eles não tivessem família ou que o parentesco não
fosse importante em suas vidas.”4 Um outro estudo que aborda taxas de ilegitimidade
foi produzido por Robert Slenes ao pesquisar sobre a família escrava em Campinas no
século XIX. Analisando o Censo geral do ano de 1872, o autor sugere que os índices de
ilegitimidade estariam relacionados com o tamanho da posse, pois os plantéis com 1 a 9
escravos tiveram indicador maior do que os plantéis com 10 ou mais escravos.5
José Flávio Motta ao pesquisar sobre a vida dos escravos em Bananal, nas
primeiras décadas do século XIX, observou que os índices de ilegitimidade foram
menores do que o indicador de legitimidade para as crianças cativas. O autor sugere que
a evolução da família escrava, bem como a vida familiar dos cativos melhoraram no
período. Da mesma forma que as conclusões de Robert Slenes com relação ao tamanho
das posses, Motta afirma que “(......) à medida que se eleva o tamanho dos plantéis, os
filhos legítimos vão se fazendo cada vez mais presentes vis-à-vis os filhos naturais.“ 6
Com relação aos padrinhos/madrinhas dos escravos é surpreendente o índice de
livres ou libertos formando o que chamamos de parentesco fictício. Mas isso se da de
uma forma diferente se considerarmos a divisão dos períodos analisados. A fim de
compreendermos melhor as relações de compadrio, dividimos o grande período
1810/1888 em três períodos menores, quais sejam; de 1810 a 1849, período esse que
avalia as estratégias antes do fim do tráfico de escravos, de 1850 a 1869, período pós
tráfico e antes das leis que tornaram mais difíceis as uniões matrimoniais e finalmente o
período 1870/1888, período de uma maior intensidade do tráfico interno de cativos, bem
como da implantação da Lei do Ventre Livre que determinou um outro status diante da
sociedade para as crianças cativas, isto é, se tornaram “ingênuas”.
Outra hipótese é com relação às estratégias dos escravos quanto às
possibilidades de fazerem arranjos fictícios no sentido de se sentirem mais próximos de
sua liberdade a partir de uma aproximação com indivíduos livres, ou mesmo de posição
elevada na sociedade local.
4
SCHWARTZ, Stuart B. Segredos internos: engenhos e escravos na sociedade colonial, 1550-1835,
tradução Laura Teixeira Mota, São Paulo, Companhia das Letras, 1988. p, 317/318.
5
SLENES, Robert W. Na senzala uma flor: esperanças e recordações na formação da família escrava,
Brasil Sudeste, século XIX, Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1999. p, 101/103.
6
MOTTA, José Flávio. Corpos escravos, vontades livres: posse de cativos e família escrava em Bananal
(1801-1829), São Paulo, Annablume, 1999. p, 354/363.
6
7. Assim, a composição do compadrio obedece a seguinte matriz abaixo, considerando o
cruzamento entre a categoria dos escravos, dos libertos, dos livres, das Santas e
finalmente daqueles que não possuíam nem padrinhos nem madrinhas.
Quadro 1 – Condição Jurídica dos Padrinhos/Madrinhas – Guarapuava 1810/1849.
Padrinho
Madrinha Escravo Liberto Livre Santo S/Padrinho Total
Escrava 8 1 12 - - 21
Liberta 1 1 1 - - 3
Livre - - 68 - - 68
Santa - - - - - -
S/Madrinha - - 11 - 3 14
Total 9 2 92 - 3 106
Fonte: Livro de registro de Batismos de escravos; Paróquia Nossa Senhora de Belém –
Guarapuava.
No período, percebe-se que 7,5% dos batismos tinham como padrinhos e
madrinhas os escravos. No total, considerando tanto os dois como escravos ou pelo
menos um deles como escravo o número de batismos foi de 22, o que representou
20,7%. Ao considerarmos a distribuição por condição jurídica dos padrinhos e das
madrinhas dos batizandos, de uma amostra com 212 indivíduos nessas condições, os
escravos participaram com 14,1%. Quanto aos batismos onde estão presentes os
padrinhos e as madrinhas livres, o porcentual é de 64,1%. Quando consideramos em
conjunto tanto os dois como padrinho ou madrinha como apenas um deles sendo livre, o
porcentual chega a ser de 75,5%. Finalmente, o batismo onde os dois eram libertos foi
apenas um, enquanto que quando consideramos tanto os dois como libertos como
apenas um deles nessa condição o porcentual é de 2,4%. Portanto, os padrinhos e
madrinhas livres representam a maioria dos arranjos fictícios promovidos tanto pelos
senhores como pelos escravos.
Já o quadro se modifica um pouco quando inserimos na análise os registros a
partir de 1850. No período 1850 a 1869 percebe-se um incremento pequeno no número
de escravos como padrinhos e/ou madrinhas, tanto que em termos relativos os registros
de batismos com os dois sendo padrinho e madrinha chega a ser de 8,2%, enquanto que
7
8. considerando tanto essa hipótese como aquela, onde um deles é padrinho ou madrinha,
numa amostragem de 490 indivíduos, o porcentual de escravos é de 14,3%. No caso dos
indivíduos livres o porcentual é de 69,8%, e considerando tanto os dois como padrinho e
madrinha, como apenas um deles como livre esse porcentual é de 75,7%. Os batismos
com os dois na condição de libertos foram em número de dois, enquanto que tanto essa
hipótese como aquela, onde apenas um deles era padrinho ou madrinha o porcentual foi
de 3,9%.
Quadro 2 – Condição Jurídica dos Padrinhos/Madrinhas – Guarapuava 1850/1869.
Padrinho
Madrinha Escravo Liberto Livre Santo S/Padrinho Total
Escrava 20 2 9 - 4 35
Liberta 6 2 1 - 2 11
Livre 3 3 171 - 5 182
Santa - - 4 - - 4
S/Madrinha 6 1 4 - 2 13
Total 35 8 189 - 13 245
Fonte: Livro de registro de Batismos de escravos; Paróquia Nossa Senhora de Belém –
Guarapuava.
No período 1870 a 1888 os arranjos fictícios sofrem mudanças importantes,
visto a redução significativa de padrinhos e madrinhas escravos e conseqüentemente
uma maior participação dos indivíduos livres e dos libertos no compadrio. Os escravos
como padrinho e madrinha perfazem 4,5% dos batismos no período, e ao incluirmos na
amostra aqueles que são padrinho ou madrinha, o porcentual passa a ser de 6,9%,
portanto, bem inferior aos números relativos apresentados nos dois períodos anteriores.
Já os batismos, onde os dois são na condição de livres o porcentual é de 79,5% e
ao incluirmos os padrinhos ou madrinhas nessa amostra o porcentual é de 85,2%. Os
libertos como padrinho e madrinha que batizaram crianças cativas foram em número de
10, o que perfaz 2,7% dos batismos. Enquanto isso, quando consideramos todos eles
batizando as crianças escravas e ingênuas o porcentual é de 4,7%. Sugere-se que os
movimentos do tráfico interno poderiam estar também influenciando na estrutura do
8
9. compadrio da população escrava, haja vista as dificuldades de conseguir nos plantéis,
escravos para serem padrinhos e/ou madrinhas.
Quadro 3 – Condição Jurídica dos Padrinhos/Madrinhas – Guarapuava 1870/1888.
Padrinho
Madrinha Escravo Liberto Livre Santo S/Padrinho Total
Escrava 17 4 7 - - 28
Liberta 2 10 4 - - 16
Livre 5 5 298 - 3 311
Santa - - 11 - - 11
S/Madrinha - - 8 - 1 9
Total 24 19 328 - 4 375
Fonte: Livro de registro de Batismos de escravos; Paróquia Nossa Senhora de Belém –
Guarapuava.
No caso de Inhaúma, no Rio de Janeiro, José Roberto Góes percebeu que os
batismos das crianças cativos eram preferencialmente seguidos de madrinhas e
padrinhos cativos. Mas isso acontecia com maior intensidade nos maiores plantéis. Ele
registra que nos menores plantéis era comum padrinho e/ou madrinha liberto ou livre,
enquanto que os plantéis que “batizaram 8 ou mais cativos elas eram 86.2% das
madrinhas (contra 72.5% dos escravos padrinhos nestes mesmos plantéis). ”7 Em outro
estudo, Dejalma Esteves pesquisando sobre compadrio em Curitiba no período 1790-
1834, conclui que os madrinhas e padrinhos cativos corresponderam a 28,9% dos casos.
Portanto, os padrinhos livres são a maioria nas relações de compadrio no Termo de
Curitiba.8
Stuart Schwartz e Stephen Gudeman ao pesquisarem sobre compadrio e batismo
de escravos na Bahia no século XVIII chegam à conclusão de que 70% dos batismos de
escravos, onde tinham a presença de padrinho e madrinha eram de indivíduos livres. Os
escravos participavam com 20% e os libertos com 10%. Para os autores esse predomínio
estava relacionado com algumas vantagens que o escravo poderia ter, pois “a existência
7
GÓES, José Roberto. O cativeiro imperfeito: um estudo sobre a escravidão no Rio de Janeiro na
primeira metade do século XIX. Lineart, 1993. p, 84.
8
JUNIOR, Dejalma Esteves de Ávila. Compadrio escravo em Curitiba: um estudo das relações sociais
estabelecidas pelos escravos da Freguesia de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais de Curitiba (1790-1834).
Monografia de conclusão de curso em História, UFPR, Curitiba, 2003. p, 28.
9
10. de um padrinho livre residindo na vizinhança representava vantagens para os escravos,
vantagens de maior peso que aquelas propiciadas por amizades íntimas ou por laços de
família, que levariam à escolha de outros escravos.“9 Na Freguesia de São Francisco
Xavier de Joinvile, Denize Aparecida chegou a números bastante expressivos de
padrinhos e madrinhas livres. O porcentual ficou acima de 90%. Para a autora isso está
relacionado com as características das comunidades escravas em regiões onde os
pequenos plantéis são predominantes, além de uma população em sua maioria formada
por crioulos. Já para a Freguesia de Nossa Senhora da Graça, os índices de padrinhos e
madrinhas livres também superaram o dos escravos, porém não tão intenso como na
Freguesia de São Francisco Xavier. Portanto, sugerindo que não era apenas o tamanho
das posses o único fator para influenciar no apadrinhamento dos escravos. Na conclusão
da autora parece que “(...) quanto mais próximo de 1888, mais aumentava o número de
livres, de libertos e/ou forros.”10
Pela leitura dos quadros 4 e 5, observa-se que em Guarapuava os padrinhos eram
mais livres do que as madrinhas. Provavelmente, as escolhas dos escravos, no caso do
compadrio homem, recaíam com maior intensidade sobre indivíduos livres. No caso do
apadrinhamento por escravos, as mulheres tinham uma participação maior no conjunto
dos compadrios. Os libertos e/ou forros praticamente possuíam a mesma participação e
finalmente as madrinhas “santas” com 15 batismos nessas condições. Como em outras
localidades, onde se estudaram os padrões de compadrio, a invocação de Nossa Senhora
sempre aconteceu no lugar das madrinhas em Guarapuava.
Quadro 4 - Condição Jurídica dos padrinhos de escravos e ingênuos no
período 1810 a 1888.
Condição Jurídica Absoluto %
Livre 609 86,3%
Escravo 68 9,6%
Liberto/Forro 29 4,1%
Total 706 100,0%
9
SCHWARTZ, Stuart B & GUDEMAN, Stephen. Purgando o pecado original: compadrio e batismo de
escravos na Bahia no século XVIII. In: REIS, João J..(org.) Escravidão e invenção da liberdade. São
Paulo, Brasiliense, 1988. p, 47.
10
SILVA, Denize Aparecida da. Plantadores de raiz: escravidão e compadrio nas freguesias de Nossa
Senhora da Graça de São Francisco do Sul e de São Francisco Xavier de Joinville – 1845/1888.
Dissertação de Mestrado, UFPR, Curitiba, 2004. p, 85.
10
11. Fonte: Registro de batismos de escravos – Paróquia Nossa Senhora de Belém
– Guarapuava.
Quadro 5 - Condição Jurídica das madrinhas de escravos e ingênuos no
período 1810 a 1888.
Condição Jurídica Absoluto %
Livre 561 81,3%
Escravo 84 12,2%
Liberto/Forro 30 4,3%
Santa 15 2,2%
Total 690 100,0%
Fonte: Registro de batismos de escravos – Paróquia Nossa Senhora de Belém –
Guarapuava.
Mesmo considerando o tamanho dos plantéis, a partir dos registros de batismos,
em Guarapuava os escravos e/ou ingênuos eram batizados preferencialmente pelos
indivíduos livres. Entretanto, isso não ocorreu na mesma proporção ao considerarmos o
tamanho do plantel com relação ao número de batismos. A fim de percebermos essa
distribuição, apresentamos nas tabelas 2 e 7 o número de batismos e a situação jurídica
dos padrinhos e madrinhas. Percebe-se que quando vai aumentando o número de
batismos na propriedade, maior a participação dos indivíduos livres como padrinhos. Os
escravos como padrinhos reduzem gradativamente sua participação nos plantéis,
enquanto que os indivíduos forros não chegam a ter 5% do compadrio. Quanto às
madrinhas, o movimento nos plantéis chega a ser praticamente o mesmo daquele que
ocorre com os padrinhos. Porém, esse movimento é mais intenso, pois observa-se que a
participação dos livres que foi de 76,3% para os plantéis com 1 a 4 escravos, pula para
87,5% naqueles com 10 ou + cativos. Enquanto isso, as escravas madrinhas sofrem
redução mais significativa do que os padrinhos.
Dejalma Esteves ao fazer esse tipo de estudo para Curitiba considerando o
tamanho dos plantéis, e apesar da tendência do compadrio ser preferencialmente de
indivíduos livres, observa que os padrinhos livres eram mais intensos nos pequenos
plantéis. O autor sugere que “(...) os escravos venciam a dificuldade de buscar
padrinhos escravos em outros plantéis porque a norma da localidade eram plantéis
11
12. pequenos.”11 José Roberto Góes ao considerar o tamanho das posses a partir do número
de batismos na Freguesia de Inhaúma, no Rio de Janeiro, percebeu que os escravos na
hora da escolha dos padrinhos e madrinhas o faziam preferencialmente por outro
escravo. Entretanto, nos plantéis menores, o autor percebeu que os padrinhos libertos ou
livres eram mais presentes do que nos plantéis maiores.12
Analisando os quadros abaixo, verificam-se movimentos não tão idênticos em
Guarapuava. Quanto menor o plantel maior a participação relativa dos escravos como
padrinhos. Não queremos com isso afirmar que a possibilidade de encontrar cativos
nesses plantéis fosse maior do que nos plantéis com maior número de escravos. Porém,
é curioso verificar que nos plantéis menores as estratégias dos escravos ou dos
proprietários fossem de escolher padrinhos escravos com maior intensidade do que os
plantéis maiores. Assim, os estudos mencionados não podem significar padrões
definitivos para o estudo das relações entre tamanho do plantel e condição jurídica dos
padrinhos e madrinhas.
Tabela 2 - Número de batismos e a condição jurídica dos padrinhos – período 1810
a 1888.
Condição 1a4 5a9 10 ou +
Jurídica
Abs % Abs % Abs %
Livre 242 84,0% 203 87,1% 164 88,6%
Escravo 34 11,8% 22 9,5% 12 6,5%
Forro 12 4,2% 8 3,4% 9 4,9%
Total 288 100,0% 233 100,0% 185 100,0%
Fonte: Livro de registro de batismos de escravos – Paróquia Nossa Senhora de
Belém – Guarapuava.
Tabela 3 - Número de batismos e a condição jurídica das madrinhas – período 1810
a 1888.
11
JUNIOR, Dejalma Esteves de Ávila. Compadrio escravo em Curitiba: um estudo das relações sociais
estabelecidas pelos escravos da Freguesia de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais de Curitiba (1790-1834).
Monografia de conclusão de curso em História, UFPR, Curitiba, 2003. p, 31.
12
GÓES, José Roberto. O cativeiro imperfeito: um estudo sobre a escravidão no Rio de Janeiro na
primeira metade do século XIX. Lineart, 1993. p, 78 e 84.
12
13. Condição 1a4 5a9 10 ou +
Jurídica
Abs % Abs % Abs %
Livre 184 76,3% 195 80,9% 182 87,5%
Escravo 36 14,9% 32 13,3% 16 7,7%
Forro 11 4,6% 12 5,0% 7 3,4%
Santa 10 4,2% 2 0,8% 3 1,4%
Total 241 100,0% 241 100,0% 208 100,0%
Fonte: Livro de registro de batismos de escravos – Paróquia Nossa Senhora de
Belém – Guarapuava.
O quadro 6 apresenta a pertinência ou não do padrinho e madrinha ao plantel do
batizando no período 1810 a 1888. Assim, pode-se verificar certos padrões de
exo/endogamia do compadrio entre os escravos de Guarapuava. Para isso, cruzamos as
informações não só dos registros de batismos com as listas nominativas de habitantes,
como as informações no próprio registro de batismos com relação aos escravos
padrinhos. É o caso, por exemplo, de Margarida, filha de Maurícia, escrava de Ana
Ferreira dos Santos e tendo como padrinho o escravo Benedito e como madrinha a
escrava Basília, ambos de propriedade de José de Siqueira Cortes. Também é o caso de
Manoela, filha de Eufrásia, escrava de Antonio Sá Camargo tendo como padrinhos
Manoel e Gertrudes, ele de propriedade do Major Luis da Silva Gomes e ela escrava de
Feliciana Maria de Oliveira.
Os dados informam que a maior probabilidade era de encontrar padrinhos e
madrinhas fora das escravarias dos pais das crianças. É claro que o tamanho do plantel
poderia estar influenciando nas escolhas dos padrinhos, mas de uma forma geral,
observa-se que o comportamento do compadrio nas escravarias em Guarapuava seguia
padrões de sociabilização onde o escravo procurava se sentir membro de uma família a
partir dos laços de compadrio. Como observa Stuart Schwartz;
“De meados do século XVIII à década de 1870, quando se escolhiam escravos, na
maioria dos casos não eram escravos do mesmo proprietário do batizado. Essa situação
expressava o tamanho relativamente pequeno dos latifúndios escravagistas da área e
também indica a capacidade dos escravos de formar laços além dos limites da
13
14. propriedade, diante das tentativas estruturais de limitar esses laços. Embora tenha
havido variações de um lugar para outro (...) os padrões de seleção indicam uma
participação considerável dos próprios escravos na escolha dos padrinhos de batismo.
“13
Quadro 6 - Pertinência do padrinho e da madrinha ao plantel do batizando –
período 1810 a 1888.
Discriminação Padrinho Madrinha
Absoluto % Absoluto %
Mesmo Plantel 11 16,2% 4 4,8%
Plantel Diferente 37 54,4% 47 55,9%
Indefinido 20 29,4% 33 39,3%
Total 68 100,0% 84 100,0%
Fonte: Registro de batismos de escravos – Paróquia Nossa Senhora de Belém –
Guarapuava.
Mas apesar de concordarmos com as afirmações de Stuart Schwartz quanto às
escolhas dos padrinhos escravos serem preferencialmente de indivíduos fora do plantel
do batizando, não concordamos quanto à capacidade de escolha dos escravos com
relação aos padrinhos, pelo menos em Guarapuava. Isto porque é muito forte a
tendência de os padrinhos serem senhores de outros escravos que não fossem de seu
próprio plantel, ou mesmo parentes muito próximos desses senhores. Em Curitiba, no
período entre 1750 e 1820, Schwartz conclui que nenhum escravo negro foi batizado
pelo próprio senhor, enquanto que 5% tiveram como padrinhos ou madrinhas parentes
do senhor. De 1820 até a abolição da escravatura esses padrões continuavam sendo a
norma. Para o autor, “a separação de status implícita nessas estatísticas indica o fracasso
de um paternalismo para superar as proibições inerentes aos papéis espirituais e
econômicos em conflito.“14
Em outro estudo sobre a Freguesia de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais de
Curitiba, no período de 1790 a 1834, Dejalma Esteves também concluiu que os senhores
13
SCHWARTZ, Stuart B. Escravos, roceiros e rebeldes. Trad. Jussara Simões, Bauru, São Paulo,
EDUSC, 2001. P, 276/277.
14
Ibid. p, 274.
14
15. raramente serviram de padrinhos para seus escravos. Entretanto, percebeu que havia
formas indiretas de paternalismo, pois cruzando informações da lista nominativa de
habitantes com os do registro de batismos encontrou-se um porcentual de 37,4% de
padrinhos sendo de outros senhores de escravos e de filhos dos senhores. Para o autor
parece que o distanciamento entre o senhor e o escravo não foi muito grande em
Curitiba, ficando a impressão de que havia uma certa proximidade entre eles.
“Em Curitiba, os dois padrões de escolha interagiram com muita facilidade. Tanto os
escravos buscaram para padrinhos de seus filhos outros senhores de escravos que não
seus próprios, como também convidaram outros escravos com o mesmo objetivo.
Concluiu-se desta forma que, caso estas escolhas tenham sido feitas pelos próprios
escravos, talvez o mundo dos senhores e dos escravos não tenham estado tão distantes
um do outro.”15
Denize Aparecida ao pesquisar sobre o compadrio em Joinvile a partir da
segunda metade do XIX, conclui que havia ausência de padrinhos senhores batizando
seus escravos. Nesta localidade foram muito poucos os senhores que serviram de
padrinho e madrinha. Apenas cinco padrinhos e somente uma madrinha. No conjunto
dos batismos, os senhores representaram 0,5% do total. Afirma a autora que na
Freguesia de São Francisco Xavier não apresentou nenhum caso onde o senhor foi
padrinho e em poucos casos foi possível supor “um parentesco dos padrinhos com o
proprietário, isto levando em conta o sobrenome.”16 Entretanto, para os ingênuos
parece que as relações entre o senhor e os escravos se modifica, pois na Freguesia
encontra-se o número de oito padrinhos e nove madrinhas tendo o mesmo sobrenome do
senhor.
Mesmo nos estudos sobre o Recôncavo Baiano, Stuart Schwartz e Stephen
Gudeman salientam que foram poucos os senhores que foram escolhidos com
padrinhos, mas que algum tipo de paternalismo indireto poderia acontecer. No caso, os
autores encontraram apenas quatro casos num universo de 264. Quer dizer, essas
relações eram raras e “embora possa ter havido outros casos em que o padre
15
JUNIOR, Dejalma Esteves de Ávila. Compadrio escravo em Curitiba: um estudo das relações sociais
estabelecidas pelos escravos da Freguesia de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais de Curitiba (1790-1834).
Monografia de conclusão de curso em História, UFPR, Curitiba, 2003. p, 38.
16
SILVA, Denize Aparecida da. Plantadores de raiz: escravidão e compadrio nas freguesias de Nossa
Senhora da Graça de São Francisco do Sul e de São Francisco Xavier de Joinville – 1845/1888.
Dissertação de Mestrado, UFPR, Curitiba, 2004. p, 79.
15
16. simplesmente negligenciou anotar os vínculos, duvidamos que paternalismo no sentido
estreito (senhor e escravo) ou extensivo (senhor de um outro e escravo) fosse
comumente expresso através do compadrio.”17.
Em Guarapuava, como já assinalei acima, os padrões de compadrio parecem
tecer caminhos diferentes daqueles que esses estudos nos mostram. Apesar de
acompanhar as características quanto aos padrões referentes ao número de batismos
realizados pelos senhores de seus próprios escravos, isto é, quase não houve registro de
senhores batizando seus escravos, o número de padrinhos e madrinhas parentes dos
senhores ou mesmo sendo outros senhores de escravos foi significativo. Isso demonstra
que as relações entre os senhores e os escravos estavam mais próximas do que parece e
fortemente marcado por um certo “paternalismo indireto” como caracteriza Stuart
Schwartz.
Dos registros que foi possível identificar o parentesco dos padrinhos e
madrinhas, bem como, daqueles indivíduos senhores de escravos, identificamos 118
padrinhos e 92 madrinhas nessas condições. Isso representa um porcentual de 19,4%
para os padrinhos e 16,4% para as madrinhas. Não conheço na historiografia números
tão significativos de padrinhos e madrinhas que estejam tão próximos dos senhores,
bem como de seus parentes, batizando escravos e ingênuos.
Várias são essas possibilidades, haja vista o cruzamento não só com relação às
listas nominativas de habitantes, os inventários, os registros de casamentos e batismos,
mas também com relação aos proprietários e seus familiares. Para exemplificar isso,
temos os filhos de Benedita e Basília, escravos de José de Siqueira Cortes e de
Maximiliana Ferreira dos Santos. A escrava Magdalena teve como padrinho o Alferes
Domingos Ferreira Maciel e como madrinha sua esposa Balbina Francisca de Siqueira,
ela sobrinha de José de Siqueira Cortes e de Maximiliana Ferreira dos Santos.
A escrava Teresa que teve como padrinho Pedro Lustosa de Siqueira e como
madrinha Maria Lustosa de Siqueira, ambos irmãos e sobrinhos de José de Siqueira
Cortes. A escrava Ignês teve como padrinho João Ferreira dos Santos e como madrinha
Ana Maria de Jesus. Ele irmão de Maximiliana Ferreira dos Santos e ela sobrinha de
José de Siqueira Cortes. O escravo Ricardo que teve como padrinho Domingos de
17
SCHWARTZ, Stuart B & GUDEMAN, Stephen. Purgando o pecado original: compadrio e batismo de
escravos na Bahia no século XVIII. In: REIS, João J..(org.) Escravidão e invenção da liberdade. São
Paulo, Brasiliense, 1988. p, 45.
16
17. Siqueira Cortes Filho e como madrinha Maximiliana Ferreira de Siqueira, filhos de
Domingos de Siqueira Cortes, irmão de José de Siqueira Cortes.
Mas apesar disso, não devemos nos esquecer de que Guarapuava, apesar de
pertencer à Província do Paraná, apresentando padrões muito parecidos com aqueles
apresentados por Horácio Gutierrez no que tange aos aspectos de co-pertinência étnica,
principalmente com relação à naturalidade brasileira, possuía diferenças importantes
com relação à igualdade entre os sexos, o porcentual de crianças nos plantéis e a baixa
incidência de casamentos entre os escravos.
No total são 206 proprietários para 726 registros de batismos o que nos dá 3,5
batismos para cada proprietário. Em princípio esse número nos fornece uma média de
filhos por propriedade, entretanto, precisamos investigar com mais detalhes essa
hipótese a partir dos registros, bem como cruzando informações com outras fontes como
os inventários, a fim de averiguarmos a questão do número médio de crianças no plantel
ou mesmo com relação as suas mães. A concentração de um número significativo de
registros de batismos numa propriedade apenas modifica esse perfil apresentado acima,
e é isto que estaremos avaliando mais adiante.
CONCLUSÃO
As relações de compadrio se mostraram muito intensas em Guarapuava durante
o século XIX, apesar da localidade possuir um número pequeno de cativos em seus
plantéis. Mas isso não se mostrou um empecilho para os escravos e seus senhores de
formarem laços de parentesco fictício.
O indicador de legitimidade apresenta-se baixo em todos os períodos analisados,
porém de forma diferenciada quando se analisam separadamente os períodos,
considerando as particularidades do mercado de mão-de-obra cativa, pois antes de 1850
o índice foi maior do que aquele encontrado pós 1850. Provavelmente, as
especificidades do mercado de cativos estavam trazendo seus efeitos para Guarapuava,
como, por exemplo, a Lei do Ventre Livre e a proibição dos escravos de se separarem,
bem como os movimentos do tráfico interno a partir da década de 1870.
As relações de compadrio revelam que existiu em Guarapuava um número
importante de padrinhos e madrinhas que estavam diretamente relacionados com os
proprietários de escravos. Não eram os próprios senhores que batizavam seus escravos,
17
18. mas nos arranjos, eles estavam batizando outros escravos de propriedades distintas.
Com isso, talvez podemos concluir que os escravos em Guarapuava não estavam
criando relações de reciprocidade que pudesse aproxima-los mais de outros
companheiros de cativeiro. Entretanto, concordamos com a idéia de que quando eles
tinham a possibilidade de escolha, provavelmente a tendência era de escolherem os
cativos como compadres.
Isso pode ser verificado a partir das escolhas dos padrinhos em função do
tamanho das posses em Guarapuava. Apesar de pequena, os escravos parecem vencer
algumas dificuldades, quando isso era possível, haja vista que os dados referentes à
pertinência do padrinho e da madrinha mostram que a maioria dos escravos padrinhos
(54%) e madrinhas (56%) era de plantel diferente.
Um outro tipo de avaliação com relação ao compadrio escravo é a relação que
entre o proprietário e o número de batismos em sua propriedade. As propriedades que
batizaram de 1 a 4 escravos tiveram a tendência de apresentar um número de
padrinhos/madrinhas livres menor do que as propriedades que possuíam o registro de
mais do que 5 escravos. Além disso, a quantidade de compadres escravos foi superior
nessas propriedades.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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dos Pinhais de Curitiba (1790-1834). Monografia de conclusão de curso em História,
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colonial, 1550-1835, tradução Laura Teixeira Mota, São Paulo, Companhia das Letras,
1988.
SCHWARTZ, Stuart B & GUDEMAN, Stephen. Purgando o pecado original:
compadrio e batismo de escravos na Bahia no século XVIII. In: REIS, João J..(org.)
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