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COMENTÁRIO
BÍBLICO NVI
A N T I G O E N O V O T E S T A M E N T O S
F.F. Bruce
O r g a n i z a d o r
Editor geral
F. F. BRUCE
Comentário bíblico NVI
Antigo e Novo Testamentos
Tradução
Valdemar Kroker
1. edição, 2008
Ia reimpressão, 2009
is/
Vida
Vida
©1979, de Pickering & Inglis Ltd.
Título do original
NewInternationalBible Commentary
edição publicada pela G rand R apids
Uma divisão da Z ondervan
(Grand Rapids, Michigan, EUA)
Todososdireitos em línguaportuguesa
reservadosporEditora Vida.
P roibida a reprodução po r quaisquer m eios,
salvo em breves citações, c o m indicação da f o n t e .
Todas as citações bíblicas foram extraídas da
Nova VersãoInternacional(NV1),
©2001, publicada por Editora Vida,
salvo indicação em contrário.
Todos os grifos são dos autores.
E d ito r a V ida
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CEP 03059-000 São Paulo, SP
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www.vidaacademica.net
Editor responsável: Sônia Freire Lula Almeida
Editor-assistente: Gisele Romão da Cruz Santiago
Edição: Daniel de Oliveira
Revisão: Josemar de Souza Pinto
Assistente editorial: Alexandra Resende
Diagramação: Efanet Design
Capa: Arte Peniel
1. edição: 2008
I a reimpressão: mar. 2009
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Bruce, F. F.
Comentário Bíblico NVI : Antigo e Novo Testamento / editor geral F. F.
Bruce; tradução: Valdemar Kroker. — São Paulo : Editora Vida, 2008.
Título original: New International Bible commentary based on the NVI
ISBN 978-85-383-0085-4
1. Bíblia. A.T. — Comentários 2. Bíblia. N.T. — Comentários I. Bruce,
FFrederick Fyvie, 1910-1990.
C D D -221.7
08-08636 -225.7
índices para catálogo sistemático:
1. Antigo Testamento : Bíblia : Comentários 221.7
1. Novo Testamento : Bíblia : Comentários 225.7
Sumário
Prefácios................................................................................................................ix
Lista dos colaboradores..................................................................................... xi
Abreviações........................................................................................................xiv
Livros e Revistas................................................................................................xv
Abreviações gerais........................................................................................... xvi
P arte um: A rtigos gerais — O A ntigo T estamento
O Antigo Testamento e o cristão - F. F. Bruce..............................................3
O texto do Antigo Testamento - Alan R. M illard........................................14
As versões antigas - Robert P. G ordon...........................................................19
O cânon e os apócrifos - Gerald F. Haw thorne........................................... 33
A arqueologia e o Antigo Testamento - D. J. W isem an........................... 54
0 pano de fundo geral do Antigo Testamento - J. M. H ouston...............62
A teologia do Antigo Testamento - H. L. Ellison...................................... 76
A interpretação do Antigo Testamento - Harold H. Row don..................93
Introdução ao Pentateuco - David J. A.C lines...........................................109
Introdução aos livros históricos - L. O’B.David Featherstone............... 117
A cronologia do Antigo Testamento - F.F. Bruce....................................123
Introdução aos livros poéticos - F. F. Bruce.............................................125
Introdução à literatura sapiencial - F. F. Bruce........................................131
Introdução aos livros proféticos - G. C.D. Howley....................................137
P arte dois: O A ntigo T estamento
Gênesis - H. L. Ellison; David F. Payne.....................................................151
Êxodo - Robert P. Gordon..............................................................................205
Levítico - Robert P. Gordon...........................................................................261
Números - T. Carson....................................................................................... 295
Deuteronômio - Peter E. Cousins................................................................353
Josué - John P. U. Lilley.................................................................................390
Juizes - Carl Edwin Armerding.....................................................................422
Rute - Charles A. Oxley..................................................................................465
1 e 2Samuel - Laurence E. Porter.................................................................475
1 e 2Reis - Charles G. M artin.........................................................................537
1 e 2Crônicas - J. Keir Howard......................................................................604
Esdras - Stephen S. Short................................................................................668
Neemias - Stephen S. Short............................................................................680
Ester - John T. Bendor-Samuel.....................................................................694
Jó - David J. A. Clines......................................................................................711
Sumário
Salmos - Leslie C. Allen; John W. Baigent................................................. 756
Provérbios - Charles G. M artin.................................................................... ..905
Eclesiastes - Donald C. Fleming.................................................................. 957
Cântico dos Cânticos - R. W. O rr....................................................................973
Isaias - David F. Payne....................................................................................989
Jeremias - D. J. Wiseman.............................................................................. 1059
Lamentações - W. Osborne.......................................................................... 1110
Ezequiel - F. F. B ruce.................................................................................. 1119
Daniel - Alan R. M illard............................................................................... 1174
Oséias - G. J. Polkinghome ..........................................................................1209
Joel - Paul E. Leonard....................................................................................1228
Amós - J. Keir H ow ard..................................................................................1239
Obadias - W. Ward G asque................................................... .................. ....1269
Jonas - Michael C. Griffiths..........................................................................1272
Miquéias - David J. C lark.............................................................................1289
Naum - E. M. Blaiklock................................................................................1303
Habacuque - Alan G. N u te........................................................................1309
Sofonias - Victor A. S. Reid...........................................................................1320
Ageu - F. Roy Coad........................................................................................ 1331
Zacarias - David J. E llis................................................................................ 1337
Malaquias - W. Ward G asque...................................................................... 1372
P arte três: A rtigos gerais — O N o vo T estamento
A autoridade do Novo Testamento - G. C. D. H ow ley........................1383
Texto e cânon do Novo Testamento - David F. Payne........................1394
A língua do Novo Testamento - David J. A. Clines...... ........................ 1403
Descobertas arqueológicas e o Novo Testamento -
Alan R. M illard...........................................................................................1413
O pano de fundo social do Novo Testamento - J. M. H ouston............1422
O pano de fundo histórico-político e a cronologia do
Novo Testamento - Harold H. Rowdon..............................................1438
O pano de fundo religioso do Novo Testamento (pagão) -
Harold H. Rowdon....................................................................................1451
O pano de fundo religioso do Novo Testamento (judaico) -
H. L. Ellison...............................................................................................1458
O desenvolvimento da doutrina no Novo Testamento -
Walter L. Liefeld..................................................................... .................1467
O evangelho quádruplo - F. F. B ruce........................................................1485
A igreja apostólica - F. Roy C oad...............................................................1499
As cartas de Paulo - G. C. D. Howley.........................................................1515
As epístolas gerais - F. F. B ruce.................................................................1530
O uso neotestamentário do Antigo Testamento - David J. E llis..... .1538
VI
Sumário
P arte quatro: O N ovo T estamento
Mateus - H. L. Ellison...................................................................................1553
Marcos - Stephen S. Short.............................................................................1602
Lucas - Laurence E. Porter.......................................................................... 1637
João - David J. Ellis....................................................................................... 1702
Atos - Ernest H. Trenchard.......................................................................... 1753
Romanos - Leslie C. A llen.......................................................................... 1823
ICoríntios - Paul W. M arsh...........................................................................1868
2Coríntios - David J. A. Clines....................................................................1927
Gálatas - F. Roy C oad.................................................................................. 1964
Efésios - George E. H arpur......................................................................... 1983
Filipenses - H. C. H ew lett.......................................................................... 2000
Colossenses - Ernest G. Ashby....................................................................2016
1 e 2Tessalonicenses - Peter E. Cousins................................................. 2029
1 e 2Timóteo / Tito - Alan G. N u te..........................................................2046
Filemom - Ernest G. A shby........................................................................ 2082
Hebreus - Gerald F. Hawthorne.................................................................2085
Tiago - T. C arson.......................................................................................... 2130
IPedro - G. J. Polkinghorne........................................................................ 2153
2Pedro - David F. Payne............................................................................. 2173
1, 2 e 3 João - R. W. O rr................................................................................. 2183
Judas - David F. Payne.................................................................................2208
Apocalipse - F. F. Bruce...............................................................................2212
Mapas
N? Título Página N? Título Página
1 A divisa Israel-Judá 23 Distritos de Salomão............................. ......548
(IRs 15; 2Cr 13—16)................. 24 O Reino do N orte.......................................563
2 Canaã dos patriarcas....................................112 25 Invasões síria e assíria............................ ......584
3 A península do Sinai....................................260 26 A queda de Judá...........................................602
4 Jerico.............................................................394 27 O retomo à terra......................................... 684
5 Ai e Betei.....................................................400 28 A terra dos profetas............................... .... 1037
6 As cidades dos heveus.................................401 29 O mundo dos profetas........................... ,... 1044
7 A campanha no sul.......................................402 30 As estradas principais na época dos romanos ... 1426
8 A campanha no norte..................................404 31 A Palestina dos evangelhos....................... 1431
9 Palestina e Transjordânia...........................406 32 Asia Menor.................................................. 1433
10 O território oriental....................................407 33 As viagens de Paulo............................... .... 1434
11 Judá, a divisa ao norte.................................408 34 O Oriente Médio nos tempos dos patriarcas ... 2261
12 Judá, a divisa ao sul......................................408 35 O êxodo e a conquista de Canaã.......... .... 2262
13 Judá ocidental............................. .................409 36 0 império de Davi e Salomão.................. 2263
14 Judá oriental............................... .................410 37 O reino dividido......................................... 2264
15 Efraim e Manassés.......................................411 38 A vida e o ministério de Jesus.................. 2265
16 Benjamim.....................................................412 39 Primeira e segunda viagens missionárias
17 Simeão..........................................................413 de Paulo.................................................. .... 2266
18 D ã................................................ .................414 40 Terceira viagem missionária de Paulo
19 Norte da Galiléia.........................................416 e viagem a Roma....................................... 2267
20 Sul da Galiléia............................ .................417 4 1 0 Império Romano na época do
21 Guerras dos juizes........................................436 Novo Testamento..................................... 2268
22 Ataques dos filisteus....................................488 42 Mapa físico da Terra Santa....................... 2269
Mapa 1 — A divisa Israel-Judá (IRs 15; 2Cr 13— 16)
viu
Prefácio à primeira edição
Este volume representa uma ampliação surgida a partir da publicação do A New
Testament Commentary, em 1969. Cristãos evangélicos de todos os segmentos rece­
beram muito bem aquela obra, e houve muitos pedidos para que se publicasse um
livro abrangendo a Bíblia toda.
Foi possível aumentar anossa equipe inicial, e apresente obra é o resultado disso.
Fomos encorajados pela reação daqueles que tão prontamente decidiram fazerparte
do corpo de colaboradores. Uma alegriaespecial que experimentei é que quase todos
os membros da equipe de autores estão ligados amim por laços de amizade pessoal.
Desde quando saiuo volume anterior, passeipor um período degraveenfermidade,
que deixou suamarca, enãopoderiaterassumido aresponsabilidadedeeditorgeralnão
fosse aajudae o conselho constantes do professor F. F. Bruce. Na parte do Novo Testa­
mento, o sr. H. L. Ellisonatuoucomo editorconsultor; naseçãodoAntigoTestamento,
eletambémprestouajudavaliosaem umasériede questões, talvezespecialmenteno seu
trabalho editorial no livro de Números, além do seu artigo sobre aTeologia do Antigo
Testamento eo seu comentário sobre Gênesis 1— 11.
Os estudos bíblicos nunca podem permanecerestáticos, pois apassagemdo tempo
traz nova luz sobre o texto, seja com referência adados históricos ou a outros dados
factuais em conseqüência de novas descobertas, sejapor intermédio de percepções de
estudiosos e outros que se aplicam a refletir sobre a Palavra de Deus. A atmosfera
atual do pensamento teológico é tal que correntes muito diferentes são discerníveis,
tanto liberais quanto conservadoras. O propósito deste comentário é fornecer uma
baseparaaexegesedas Escrituras que procuraestaratualizada. A naturezadaobraevita
a ênfase em aspectos devocionais ou exortativos; antes, ocupa-se em fazer um exame
detalhado do texto como tal. Emboraaperspectivasejaconservadora, não será (assim
esperamos) obscurantista. Queremos colocar nas mãos de cristãos de todas as cor­
rentes e denominações uma obraque estejaassentadasobre acrençahistórica e orto­
doxa na autoridade das Escrituras Sagradas.
Procuramos evitar ser meramente acadêmicos; nosso objetivo é atrair a atenção
tanto dos que não são expertsem teologiacomo daqueles que têm umaformação mais
amplae percepções maisprofundas nessecampo de estudo. Emboratenhamos tentado
nos atua-lizar em todo o material, é compreensível que em algumas questões talvez
nuncase alcancemasconclusões definitivas, em virtude de novos fatores que surgem
de tempos em tempos. Os artigos que precedem cada seção do comentário cobrem
um amplo leque de assuntos, e esperamos que se mostrem tão valiosos como acrés­
cimos à obraquanto o foram os artigos incluídos no A New Testament Commentary.
Convidamos colaboradores de diferentes ramos da igreja cristã, que não se limi­
tam a nenhum grupo ou denominação. Eles demonstram uma atitude objetiva e
Prefácios
positiva no seu trabalho, com liberdade para expressar suas idéias com relação aos
assuntos que estão tratando, sem nenhuma tentativa de forçar suas contribuições
para que caibam em um molde comum e uniforme.
A Revised StandardYersion da Bíblia foi usada como texto-base, e expressamos
nossa gratidão ao Concílio Nacional das Igrejas de Cristo nos Estados Unidos pela
permissão para usarmos esse texto. Como no volume anterior, lançamos esta obra
com oração pela bênção de Deus sobre ela e sobre todos os que consultarem suas
páginas ou refletirem sobre seu conteúdo para a edificação e fortalecimento da sua
vida espiritual.
G. C. D. Howley
Prefácio à segunda edição
A característica marcante desta nova edição do Bible Commentaryfor Today é a
substituição da Revised Standard Version (Versão Revisada Padrão) pela New
InternationalVersion (NovaVersão Internacional) como texto-base. Aproveitamos
a oportunidade para fazer algumas correções e atualizações menores, especialmente
nas bibliografias.
Além do falecido sr. Andrew Gray, cujo trabalho em adaptar o comentário à
New International Version é reconhecido a seguir, o dr. Robert P. Gordon e o
sr. David G. Deboys fizeram contribuições muito valiosas no preparo desta edição.
Desde que a primeira edição foi publicada em 1979, dois membros da equipe
editorial faleceram — sr. G. C. D. Howley e sr. H. L. Ellison. Esses dois homens
investiram muito tempo de trabalho árduo neste Comentário, especialmente o
sr. Howley, editor-chefe, para quem esta obra se torna um monumento digno e
permanente.
E E Bruce
Dedicado ao falecido sr. Andrew Gray D.S.C.,
M.A., que dedicou muitas horas
ao preparo desta nova edição.
Lista de colaboradores
L eslie C. Al l e n , M .A ., Ph.D., professor de Antigo Testamento no Fuller
Theological Seminary, Pasadena, California, E U A . Salmos, Romanos.
C arl E d w in A r m erd in g , B.C., Ph.D., reitor e professor de Antigo Testa­
mento no Regent College, Vancouver, B.C., Canadá. Juizes.
E r n est G. Ashby, B.A., B .D ., M .A ., A .K .C ., ex-diretor de Educação Reli­
giosa na Tottenham Grammar School (antiga T he Somerset School).
Colossenses, Filemom.
J o h n W. Ba ig e n t, B.D., A.R.C.O., professor de Bíblia, pastor e conferencista
em convenções, ex-professor sênior e diretor de Estudos Religiosos no
West London Institute of Higher Education. Salmos.
J o h n T. B e n d o r -S a m u e l , M.A., Ph.D., v ic e - p r e s id e n te e x e c u tiv o n o
W ycliffe B ible T ran sla to rs an d S u m m er In s titu te o f L in g u istics. Ester.
E. M. Blaiklock (já falecido), O .B .E ., M.A., Litt.D., professor emérito de
Estudos Clássicos na Auckland University, Nova Zelândia. Naum.
F . F . B r u c e, MA., D.D., F .B .A ., professor emérito de Crítica Bíblica e
Exegese na Universidade de Manchester. 0 Antigo Testamento e o cris­
tão, A cronologia do Antigo Testamento, Introdução aos livros poéticos/à
literatura sapiential, Ezequiel, 0 evangelho quádruplo, As epístolas gerais,
Apocalipse.
T. C arson, M.A., Dip.Ed, editor da Australian Missionary Tidings. Números,
Tiago.
D avid J. C lark, M.A., B .D ., P h .D ., A.L.B.C., consultor de tradução na United
Bible Societies, Port Moresby, Papua, Nova Guiné. Miquêias.
D avid J. A. C l in e s , M.A., professor de Estudos Bíblicos na Universidade
de Sheffield. Jó, 2Coríntios, Introdução ao Pentateuco, A lingua do Novo
Testamento.
F. R oy C oad, F.C .A ., autor e ex-editor da The Harvester. Ageu, Gálatas, A igreja
apostólica.
P e t e r E. C ousins, M.A., B.D., diretor editorial em The Paternoster Press,
Exeter, ex-professor titular de Estudos Religiosos no Gipsy Hill College,
Kingston-upon-Thames. Deuteronômio, 1 e 2Tessalonicenses.
D avid J. E l l is , B .D ., M.Th., ministro da American Community Church,
Cobham, Surrey, Inglaterra, ex-professor titular e diretor de Estudos
Religiosos no Trent Park College, Cockfosters. Zacarias, Evangelho de
João, 0 uso neotestamentário do Antigo Testamento.
H. L. E ll iso n (já falecido), B.A, B.D., escritor, ex-missionário e conferen­
cista no Bible College. Gênesis, Evangelho de Mateus, A teologia do Antigo
Testamento, 0 pano de fundo religioso do Novo Testamento (judaico).
L. O’B. D avid F ea t h e r st o n e , M.A., diretor do Departamento de Estudos
Religiosos na Godolphin and Latymer School, Londres. Introdução aos
livros históricos.
Lista de Colaboradores
D o n a ld C. F l e m in g ; L.Th., escritor, professor de Bíblia na Austrália, mis­
sionário na Tailândia. Eclesiastes.
W . W ard G asque, B.A., B.D., M.Th., Ph.D., vice-reitor e professor de Estu­
dos do Novo Testamento no Regent College, Vancouver, B.C., Canadá.
Obadias, Malaquias.
R o b er t P. G o r d o n , M.A., Ph.D., professor de Divindade na Universidade
de Cambridge. Êxodo, Levítico, A? versões antigas.
M ich a el C. G r if fit h s , M.A., D.D., escritor, missionário no Japão, diretor
geral da Overseas Missionary Fellowship e atual reitor do London Bible
College. Jonas.
G e o r g e E. H a rpu r, professor de Bíblia e conferencista em convenções.
Efésios.
G erald F. H a w th o rn e, B.A., M.A., B.Th., Ph.D., professor de grego no
Wheaton College, Wheaton, Illinois, EUA. 0 cânon e os apócrifos, Hebreus.
H . C. H e w l e t t (já falecido), professor de Bíblia e conferencista na Nova
Zelândia. Filipenses.
J. M. H o u sto n , M.A., B.Sc., D.Phil., ex-chanceler do Regent College, Van­
couver, B. C., Canadá. O pano de fundo social do Antigo Testamento, 0
pano de fundo social do Novo Testamento.
J. K e ir H ow ard, M.D., B.D., M.Th., M.C.C.M. (N.Z.), M.F.O.M., D .I.H .,
ministro batista. Ex-professor sênior de Medicina Ocupacional na Uni­
versidade de Otago, Nova Zelândia. Professor de Bíblia. 1 e 2Crdni-
cas, Amós.
G. C. D. H owley (já falecido), professor de Bíblia, conferencista, ex-editor
da T he Witness. Introdução aos livros proféticos, A autoridade do Novo
Testamento, As epistolas de Paulo.
P aul E. L eo n ard, B.Sc., M.Th., Ph.D., ex-professor adjunto de Novo Tes­
tamento na Trinity Evangelical Divinity School. Deerfield, Illinois,
USA. Joel.
W a lte r L . L ie f e l d , Th.B, M.A., Ph.D., professor de Novo Testamento na
Trinity Evangelical Divinity School, Deerfield, Illinois, USA. 0 desen­
volvimento da doutrina no Novo Testamento.
Jo h n P. U. L illey , M.A., F.C.A., A.T.I.I., revisor contábil. Josué.
P aul W. M a rsh , B.D., consultor bíblico da Scripture Union, Londres.
ICorintios.
C h arles G. M a rtin , B.Sc. B.D., diretor do Bilborough College, Nottingham.
I e 2Reis, Provérbios.
Alan R. M illa r d , M.A., M.Phil., F.S.A., versado em línguas semíticas an­
tigas e hebraico na Universidade de Liverpool. Daniel, 0 texto do Antigo
Testamento, Descobertas arqueológicas e o Novo Testamento.
Alan G. N u t e , professor de Bíblia e conferencista. Habacuque, 1 e 2Timóteo,
Tito.
R. W. O rr, Ph.C., D.B.A., missionário e professor de Bíblia. Cântico dos
Cânticos, 1, 2 e 3João.
xii
Lista de Colaboradores
W. O sb o r n e , M.A., M.Phil., professor de Antigo Testam ento no Bible
College of New Zealand, Auckland. Lamentações.
C h a r les A. O x ley , M .A ., A .C .P., diretor do Tower College, Rainhill;
Scarisbrick Hall School, Hamilton College e Liverpool Bible College.
Rute.
D avid F. P ayne, B.A., M.A, oficial de registro no London Bible College.
Genesis, Isat'as, 2Pedro, Judas, Texto e cânon do Novo Testamento.
G. J. P o lk in g h o r n e, Dip.Th., funcionário público aposentado, editor asso­
ciado da Harvester e professor de Bíblia. Oséias, IPedro.
L a urence E. P o r ter (já falecido), B.A., diretor e professor no Bible College.
1 e 2Samuel, Evangelho de Lucas.
V icto r A. S. R eid , B.D., A.L.B.C., Diretor do Belfast Bible College. Sofonias.
H arold H . R o w d on , B.A., Ph.D., professor sênior de História da Igreja e
assistente residente sênior no London Bible College. A interpretação do
Antigo Testamento, 0 pano defundo histórico-político do Novo Testamento,
0 pano de fundo religioso do Novo Testamento (pagão).
STEPHENS. Sh o r t, M.B., Ch.B., M.R.C.S., L.R.C.P., B.D., A.L.B.C., profes­
sor de Bíblia e conferencista. Esdras, Neemias, Evangelho de Marcos.
E r n est H. T ren ch a rd (já falecido), B.A., A.C.P., ex-diretor de Literatura
Bíblica, Madri, missionário e escritor. Atos dos Apóstolos.
D. J. W isem an, O.B.E., M.A., D.Lit., A.K.C., F.B.A., F.K.C., F.S.A., profes­
sor emérito de Assiriologia na Universidade de Londres. Jeremias, A
arqueologia e o Antigo Testamento.
Abreviações
A n t ig o T e st a m e n t o Novo T e st a m e n t o
Gn Gênesis Mt Mateus
Êx Êxodo Mc Marcos
Lv Levítico Lc Lucas
Nm Números Jo João
Dt Deuteronômio At Atos
Js Josué Rm Romanos
Jz Juizes ICo lCoríntios
Rt Rute 2Co 2Coríntios
ISm ISamuel G1 Gálatas
2Sm 2Samuel Ef Efésios
lRs IReis Fp Filipenses
2Rs 2Reis Cl Colossenses
lCr lCrônicas lT s lTessalonicenses
2Cr 2Crônicas 2Ts 2T essalonicenses
Ed Esdras lT m lT im óteo
N e Neem ias 2Tm 2Tim óteo
Et Ester T t Tito
Jó Jó Fm Filem om
SI Salmos Hb Hebreus
Pv Provérbios T g Tiago
Ec Eclesiastes IP e IPedro
Gt Cântico dos Cânticos 2Pe 2Pedro
Is Isaías IJo ljoão
Jr Jeremias 2Jo 2João
Lm Lamentações 3Jo 3João
de Jeremias Jd Judas
Ez Ezequiel Ap Apocalipse
Dn Daniel
Os Oséias
J1 Joel
Am Amos
Ob Obadias
Jn Jonas
Mq Miquéias
Na Naum
Hc Habacuque
Sf Sofonias
Ag Ageu
Zc Zacarias
Ml Malaquias
xiv
Livros e revistas
ALUOS Annual oftheLeeds University JTVI JournaloftheTransactionsoftheVictoria
OrientalSociety Institute
ANEP Pritchard, AncientNearEastinPictures LA (Livro da) Aliança de Damasco
ANET Pritchard, AncientNearEastern Texts LOB Aharoni, TheLand oftheBible
Ant. Josefo, Antiquities oftheJews MBA Macmillan BibleAtlas
AOOT K. A. Kitchen, Ancient Orientand Old NBC New Bible Commentary, 1953
Testament, 1966 NBC3 NewiBibleCommentary
BA BiblicalArchaeologist Revised, 1970
BASOR Bulletin oftheAmerican Schools of NBCR NewBibleCommentary
OrientalResearch Revised, 1970
BDB Brown, Driver, Briggs, HebrewLexicon NBD NewBibleDictionary
BJRL Bulletin oftheJohn RylandsLibrary NCB New Clarendon Bible
BKAT BiblischerKommentarzum Alten NCentB New CenturyBible
Testament NICNT New InternationalCommentary
BZAW Beiheftzur Zeitschriftfür die on theNew Testament
alttestamentliche Wissenschaft NICOT New InternationalCommentary
CB TheCambridgeBible on the Old Testament
CBC CambridgeBibleCommentary NLC New London Commentary
CBQ CatholicBiblicalQuarterly NTC G. C. D. Howley, ed., A New
CBSC CambridgeBibleforSchoolsandColleges Testament Commentary, 1969
CH Código de Hamurabi OIL OldTestamentLibrary
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EB Expositor’
sBible TB Talmude Babilônico
EBT J. B. Bauer, ed., Encyclopaedia of TC Torch Commentary
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EQ EvangelicalQuarterly ofthe New Testament
HDB J. Hastings, ed., Dictionary oftheBible TDOT Botterweck & Ringgren, Theological
IB TheInterpreter’
s Bible Dictionary ofthe Old Testatnent
ICC InternationalCriticalCommentary Th.Rv. Theologische Revue
IDB TheInterpreter’s Dictionary oftheBible TOTC Tyndale Old Testament Commentary
IEJ IsraelExploration Journal Tyn.B. Tyndale Bulletin
ISBE TheInternationalStandardBible UT Gordon, Ugaritic Textbook
Encyclopedia VT Vetus Testamentum
JBL JournalofBiblicalLiterature WC Westminster Commentaries
JBR JournalofBibleandReligion WBC WycliffeBibleCommentary
JJS JournalofJewish Studies WTJ Westminster TheologicalJournal
JNES JournalofNearEastern Studies ZAW Zeitschriftfür die alttestamentliche
JPOS Journal ofthe Palestine OrientalSociety Wissenschaft
JSS JournalofSemiticStudies ZPEB The Zondervan Pictorial Encyclopedia
JTS Journal of TheologicalStudies oftheBible
XV
Abreviações gerais
AB Anchor Bible LXX Septuaginta
ad loc. no lugar referido m. morreu (em)
Aq. tradução grega do Antigo mg. margem
Testamento de Aquila MS(S) manuscrito(s)
ARA Almeida Revista e Atualizada n. nota
aram. aramaico NAB T he New American Bible
ARG Almeida Revista e Corrigida NASB New American Standard Bible
art. artigo NEB New English Bible
art. cit no artigo citado NIV The New International Version
BJ Bíblia de Jerusalém nr. nota de rodapé
c. por volta de (época, tempo) NVI Nova Versão Internacional
cap(s). capítulo(s) op. cit. na obra citada acima
cf. confira p- página(s)
com. comentário pi­ plural
comp. compare p s Pentateuco Samaritano
cont. continuação q.v. queira ver
contra ao contrário de RSV Revised Standard Version
cor. correção RV Revised Version
cp. compare ss e seguintes
ct. contraste com sam. samaritano
e.g. por exemplo scil. ou seja
ed. editor (ou editado), edição sec. século
esp. especialmente sim. Símaco
GNB Good News Bible (Linguagem sir. Siríaco
de Hoje em inglês) s.v. sob a palavra (vocábulo)
gr- grego T.I. tradução inglesa
heb. hebraico targ. targum
ibid. no mesmo livro (ou passagem) TM Texto Massorético
in loc. no lugar citado trad. traduzido ou tradução
infra abaixo V . versículo, versículos (ou ver)
JB Jerusalem Bible V.I. versão(ões) inglesa(s)
lat. latim VA Versão Autorizada
lit. literalmente viz. ou seja
loc. cit. na passagem já citada Vulg. Vulgata
Parte 1
Artigos Gerais
O Antigo Testamento
Parte 1
Artigos Gerais
O Antigo Testamento
O Antigo Testamento e o cristão
F. F. BRUCE
O ANTIGO TESTAMENTO NA IGREJA
Além do seu status de Escritura sagrada, o
AT é uma obra literária das mais interessan­
tes e valiosas por si só, um objeto digno de
estudos intensos e constantes. Posto na sua
perspectiva histórica e interpretado corre­
tamente, ele se constitui em fonte primária
indispensável para uma fase importante da
história — especialmente a história religiosa
— do Antigo Oriente Médio. Parte do seu
conteúdo é do mais elevado nível literário, e
muito desse conteúdo ainda gera reações de
apreciação espiritual no leitor e proporcio­
na-lhe um meio de expressar as aspirações
mais profundas da sua própria alma. Tudo isso
vale tanto para leitores cristãos quanto para
os outros, mas os cristãos têm de considerar
ainda o seu status como parte das Escrituras
Sagradas da igreja cristã.
O AT está investido de autoridade espe­
cial como Escritura sagrada não só para cris­
tãos, mas também para judeus e muçulmanos.
Na ortodoxia judaica, a Bíblia hebraica, que
contém a Lei, os Profetas e os Escritos, é toda
a Palavra de Deus. A sua interpretação é regu­
lamentada pela tradição e, por motivos po­
lêmicos ou apologéticos, a tradição tem
recebido algumas vezes status equivalente
ao do texto, mas tanto em princípio como
de fato o texto escrito tem prioridade e é
normativo. No islamismo, o tawrat (as Escri­
turas judaicas), e o injil (as Escrituras cristãs)
registram a revelação de Deus dada por meio
de profetas anteriores, que seria então final­
mente reiterada e confirmada na revelação
dada por meio de Maomé e registrada por
escrito no Alcorão.
Já na igreja cristã, o AT é reconhecido tra­
dicionalmente como o texto que registra os
estágios iniciais desse processo contínuo de
revelação divina e de resposta humana, que
teve seu cumprimento em Cristo, sendo o N T
o registro desse cumprimento. Se o que Deus
falou a nossos antepassados por meio dos pro­
fetas, muitas vezes e de muitas maneiras, está
preservado no AT, o NT, por sua vez, nos conta
que “nestes últimos dias falou-nos por meio
do Filho” (Hb 1.12). Mas, se colocarmos a
questão dessa maneira, poderemos negligen­
ciar o fato de que nas primeiras gerações da
sua existência a única Bíblia da igreja cristã
era o AT, e ela se deu muito bem tendo so­
mente o AT. Quando nosso Senhor afirma que
“são as Escrituras que testemunham a meu
respeito” (Jo 5.39), ele está se referindo às
Escrituras do AT. Quando é dito a Timóteo
que “toda Escritura é inspirada por Deus”, a
referência é àqueles escritos sagrados com que
Timóteo estava familiarizado desde a infân­
cia — ou seja, os escritos do AT (a propósito, na
versão LXX). Timóteo é lembrado que esses
são os escritos “que são capazes de torná-lo
sábio para a salvação mediante a fé em Cristo
Jesus” e que proporcionam uma instrução
abrangente e completa “para que o homem
de Deus seja apto e plenamente preparado
para toda boa obra” (2Tm 3.15-17). Era do
AT que os primeiros pregadores cristãos, se­
guindo o exemplo do seu Mestre, extraíam
seus textos; e o faziam de maneira formal e
expressa quando se dirigiam a audiências
judaicas e de maneira implícita quando pre­
gavam aos gentios. Assim como Jesus afir­
mou que não viera abolir a Lei e os Profetas,
3
O Antigo Testamento e o cristão
mas para cumpri-los (Mt 5.17), Paulo tam­
bém afirma que a Lei e os Profetas testemu­
nham do evangelho da justificação pela fé
(Rm 3.21,22).
Mesmo já quase na metade do segundo
século da era cristã, os escritos do AT ainda
desfrutavam dessa dignidade única. Tem-se
comentado muitas vezes quão expressivo é
o número de pagãos cultos do século II, como
Justino Mártir e seu discípulo Taciano, que
se converteram ao cristianismo — e eles
mesmos dão testemunho disso — por meio
da leitura do AT grego. Nessa época, natu­
ralmente, a maioria dos documentos que
constituem o N T já existia e circulava havia
décadas, mas ainda não tinha recebido acei­
tação geral como uma coleção de escritos do
mesmo nível que o AT, como sendo o vo­
lume do cumprimento ao lado do volume da
promessa.
No entanto, quando falamos desse status
singular do AT na igreja primitiva, estamos
falando do AT interpretado e cumprido por
Jesus. A igreja e a sinagoga compartilhavam
do mesmo texto sagrado (faz pouca diferen­
ça se, em algumas regiões de fala grega, o
cânon da igreja era ligeiramente mais abran­
gente do que o cânon da sinagoga), mas
o texto era com preendido de formas tão
diversas pela igreja e pela sinagoga que po­
deria até parecer que estivessem usando
duas Bíblias diferentes. Em vão, Justino ten­
ta convencer Trifo, no seu Diálogo com o
judeu Trifo, da verdade do cristianismo, re­
correndo às Escrituras que ambos reconhe­
cem como divinas: o apelo de Justino
pressupõe uma interpretação que Trifo não
consegue aceitar.
Essa interpretação pode ser resumida na
afirmação de que Cristo e o evangelho são o
tema do AT. “Todos os profetas dão teste­
munho dele, de que todo o que nele crê
recebe o perdão dos pecados m ediante o
seu nome” (At 10.43). Os profetas podem
até ter investigado e examinado cuidado­
samente as Escrituras “procurando saber o
tempo e as circunstâncias para os quais apon­
tava o Espírito de Cristo que neles estava”
4
(IPe 1.10,11), mas as pessoas que testemu­
nharam os eventos da salvação não precisa­
ram de tal investigação ou exame; elas
sabiam. A pessoa era Jesus; a época era ago­
ra. Essa compreensão do AT permeia de for­
ma tão ampla e completa os escritos do N T
que ela certamente vai além desses escritos
até o próprio Jesus, e este é, de fato, o teste­
munho dos Evangelhos e de todas as cama­
das da tradição que podem ser identificadas
na sua base. O anúncio das boas-novas aos po­
bres, que de acordo com os profetas do AT
caracterizava a proclamação do ano da bon­
dade do Senhor (Is 61.1,2), é apresentado por
Jesus como a essência do seu próprio ministé­
rio: “Hoje”, ele disse, “se cumpriu a Escritura
que vocês acabaram de ouvir” (Lc 4.18-21; cf.
7.22). Ele deixou bem claro que isso fazia
parte do advento desse reino que, de acordo
com outro autor do AT, o Deus dos céus esta­
beleceria em dias futuros (Dn 2.44; 7.14,
22,27). Ele parabenizou seus discípulos por­
que eles viviam numa época em que podiam
experimentar coisas que profetas e homens
justos de outros tempos tinham, em vão, de­
sejado ver e ouvir (Mt 13.15,16; Lc 10.23,24).
E se no final seu ministério seria coroado com
a morte, então isso também — para que ele
“sofra muito e seja rejeitado com desprezo”
— era algo que estava escrito acerca do “Fi­
lho do homem” (Mc 9.12). Seguro disso, ele
submeteu-se a seus captores com as palavras:
“Mas as Escrituras precisam ser cumpridas”
(Mc 14.49).
Os seus seguidores, portanto, descobriram
que as Escrituras do AT estavam repletas de
novo sentido à medida que desvendavam seus
mistérios mais profundos com a chave que o
seu Mestre lhes dera. Quando seu testemu­
nho foi perpetuado de forma escrita, e os do­
cumentos que o perpetuaram foram, no devido
tempo, reunidos e canonizados no NT, a au­
toridade do AT não foi, de forma alguma,
diminuída. Também, quando na primeira me­
tade do século II Marcião afirmou que Jesus
e o evangelho eram coisas completamente
novas, não relacionadas a nada que havia ocor­
rido antes, negando assim que o AT tivesse
O Antigo Testamento e o cristão
o direito de ser tratado como Escritura cristã,
a igreja não deu nenhuma guarida a ele nem
às suas convicções. Alguns argumentos usa­
dos para refutá-lo talvez tenham sido tolos,
mas havia uma sã intuição de que o evange­
lho não floresceria com mais vigor se fosse
cortado de suas raízes do AT.
A PALAVRA DE DEUS NO AT
É verdade que houve uma mudança de
perspectiva na igreja desde os primeiros dias
em que o AT era a sua única Bíblia, tornada
compreensível pelo seu cumprimento em
Cristo. Hoje em dia a tendência é valorizar
mais o N T do que o AT. Creio que há con­
cordância geral de que o conhecimento do
AT é necessário para a compreensão do NT.
Em primeiro lugar, ele registra a preparação
para o evangelho, é o relato do que aconte­
ceu antes, sem o que o evangelho não pode
ser com preendido adequadam ente. Além
disso, o N T está de tal modo repleto de cita­
ções do AT que o conhecimento deste é tão
essencial para sua apreciação quanto o conhe­
cimento dos clássicos gregos e latinos é es­
sencial para a apreciação da obra de Milton
(por exemplo).1 Mas para Milton os clássicos
em grego ou latim não continham autorida­
de própria; eles proporcionavam uma mina
inexaurível de alusões literárias. As alusões
ao AT no NT, no entanto, não estão ali para
efeitos literários; elas implicam o reconheci­
mento da autoridade inerente ao próprio AT.
Os autores do N T consideravam que o con­
teúdo da sua mensagem estava organicamen­
te de acordo com a mensagem do AT, a ponto
de o AT e o N T poderem ser considerados
duas partes de uma mesma sentença, cada
parte sendo essencial para a compreensão do
todo. Essa percepção está destacada no ar­
tigo VII dos “Trinta e nove artigos”, que
começa assim: “O Antigo Testam ento não
é contrário ao Novo; porquanto em ambos,
!John Milton (1608-1674) é o maior poeta épico da
língua inglesa. Sua obra-prima é Paradise Lost [O paraíso
perdido, E diouro, 2000]. [N. do T.]
tanto no Antigo como no Novo, a vida eterna
é oferecida ao gênero humano por Cristo,
que é o único Mediador entre Deus e o ho­
mem, sendo Ele mesmo Deus e Homem...”.
A unidade da mensagem dos dois testa­
mentos não deve ser estabelecida por meio
de exercícios tipológicos fantasiosos, que
encontram nos escritos do AT as mais diver­
sas doutrinas neotestamentárias, das quais
nem os autores originais nem seus leitores
poderiam sequer suspeitar. Essa unidade
pode ser demonstrada de forma mais eficien­
te por meio do reconhecimento de um pa­
drão recorrente de ação divina e resposta
humana, como é traçado, por exemplo, em
ICo 10.1-11 ou Hb 3.7—4.13.
Houve muitas tentativas de apresentar
essa ininterrupta mensagem de uma forma
que destacasse o seu significado básico e a
sua adequada plenitude em Cristo. Entre
essas tentativas, provavelmente a mais bem-
sucedida seja aquela que a apresenta como a
“história da salvação” (Heilsgeschichte), o rela­
to dos atos salvíficos de Deus que tiveram
sua consumação na obra salvífica de Cristo.
D eus é aclamado repetidam ente no AT
como a “salvação” do seu povo. Ele se ma­
nifesta nessa qualidade em épocas sucessi­
vas da história do AT, mas de forma especial
no êxodo do Egito e no retorno do exílio
babilónico (cf. Êx 15.2; Is 45.15-17). O regis­
tro da primeira dessas libertações fornece um
modelo de narrativa no qual a segunda liber­
tação pode ser retratada, e o registro das duas
fornece um modelo de narrativa usado no N T
para retratar a obra salvífica de Cristo.
A salvação de Deus e o seu juízo, no Anti­
go Testamento, são dois aspectos da mesma
ação: se ele vindicou o seu nome ao permitir
que seu povo fosse para o exílio por se rebelar
contra ele, da mesma forma vindicou o seu
nome ao trazê-lo de volta. A salvação desse
povo é a sua vindicação (cf. SI 98.1-3). No
ato culminante do evangelho, esses temas gê­
meos de salvação e juízo coincidem: Jesus
absorve o julgamento na sua própria pessoa
e assim realiza a salvação do seu povo.
5
O Antigo Testamento e o cristão
Nessa história da salvação, o ato divino e
a palavra profética andam de mãos dadas:
nenhum deles proporciona uma revelação
completa sem o outro. A relação entre o mi­
nistério de Moisés e a libertação realizada
no êxodo é equiparada à interação entre o
ministério de profetas posteriores e os atos
de misericórdia e juízo que eles proclama­
ram ou interpretaram. Quando chegamos à
consumação do NT, o ato redentor e o mi­
nistério profético coincidem na mesma pes­
soa — Jesus.
Alguns estudiosos encontraram no tema
da aliança um princípio unificador para o re­
lato do AT, que conduz ao cumprimento do
evangelho. O Deus de Israel é um Deus que
faz alianças e as cumpre: ele estabelece um
relacionamento especial com as pessoas e
dispõe-se a ser o seu Deus, entendendo que
elas querem ser o seu povo. Nos dias de Noé,
ele faz uma aliança com toda a raça humana
(Gn 6.18; 9.8-17); por meio de Abraão, ele
estabelece sua aliança com uma família espe­
cífica, com anúncio de bênçãos para todas as
outras famílias (Gn 15.8-21; 17.1ss; 22.15-18);
e quando essa família cresce e se torna uma
nação, ele confirma sua aliança com ela no
monte Sinai, logo depois da sua libertação do
Egito, com um código simples de leis que são
a constituição básica dessa aliança (Ex 24.3-8;
34.10-28), e a reafirma em Siquém, logo de­
pois de o povo se fixar na terra prometida
(Dt 27.1-28,48; Js 8.30-35; 24.1-28). Uma ali­
ança posterior e mais restrita foi feita com
Davi, confirmando a ele e seus descenden­
tes o reinado sobre Israel (2Sm 7.8-17; SI
89.19-37; 132.11-18).
A aliança de Deus com Noé recebe pouca
ou nenhuma atenção no NT. “O juramento
que fez ao nosso pai Abraão” (Lc 1.73) é con­
siderado cumprido no evangelho da justifica­
ção pela fé (Rm 4.13ss; G1 3.6-18); a aliança
com Davi é considerada (especialmente nos
escritos de Lucas) como cumprida na exal­
tação e soberania de Jesus (Lc 1.32,33; At 2.25-
36; 13.22,23,32-37; 15.16-18). Mas a aliança
dos dias de Moisés é contrastada com a alian­
ça eterna introduzida por Jesus e selada com
6
seu sangue; esta aliança é identificada como
a “nova aliança” anunciada em Jr 31.31-34,
que de fato deveria substituir a aliança de­
ficiente e quebrada feita com os antepassa­
dos de Israel, quando Deus os tomou “pela
mão para tirá-los do Egito” (cf. 2Co 3.4-18;
Hb 8.6—9.22).
A história da salvação e a história da ali­
ança são chaves valiosas para a compreen­
são cristã do AT e do seu lugar na Bíblia
como um todo, principalmente porque não
precisam ser importadas para dentro do re­
lato bíblico como princípios de organização,
pois elas já estão presentes nesse relato. Mas
elas não cobrem todo o AT, e será lastimá­
vel se sua importância for exagerada a pon­
to de serem negligenciadas as partes do AT
que não possam ser adequadamente relacio­
nadas com elas.
A RESPOSTA HUMANA NO AT
Os “livros sapienciais” do AT não podem
facilmente ser reunidos sob a rubrica da his­
tória da salvação ou da aliança; mesmo assim,
dão uma contribuição indispensável à men­
sagem do AT. O sábio estava ao lado do sa­
cerdote e do profeta como comunicador da
verdade divina para os seus compatriotas (cf.
Jr 18.18). A literatura sapiencial da Bíblia
hebraica é marcada por um aspecto interna­
cional, seja no tratamento das coisas obser­
vadas no dia-a-dia da vida e da natureza (como
em Provérbios), seja no tratamento dos pro­
blemas mais profundos da existência hu­
mana (como em Jó). A literatura sapiencial
posterior (e.g., Sabedoria e Eclesiástico) está
mais intimamente relacionada ao panorama
religioso de Israel e tende a identificar a sa­
bedoria com a Lei mosaica.
O AT registra não somente a revelação
que Deus fez de si mesmo no curso da histó­
ria do seu povo, mas também a resposta do
povo a essa revelação. Junto com os livros
poéticos do AT (principalmente o Saltério), a
literatura sapiencial pertence em grande parte
à área da resposta humana à revelação divina.
Homens e mulheres aos quais Deus se reve­
lou por meio de uma experiência pessoal,
O Antigo Testamento e o cristão
como também por meio da história nacional,
contam o que ele passou a significar para
eles, e, no seu testemunho, aprendemos mais
sobre os caminhos de Deus no trato com o
ser humano — e aprendemos isso de tal ma­
neira que as palavras desse seu testemunho
fornecem um meio aceitável para o nosso
próprio testemunho de como Deus lida co­
nosco. Isso explica, em grande parte, a popu­
laridade dos salmos como meio de louvor
cristão.
NOSSO SENHOR E O AT
A avaliação que os cristãos fazem do AT
não pode ser dissociada do uso que Jesus fez
dele. Está claro que Jesus o considerava a
última instância de apelação. Ele citou-o para
justificar seu procedimento e expor as defici­
ências tanto dos fariseus quanto dos saduceus.
No AT, ele encontrou alimento e conforto
para sua alma; nele encontrou também o pro­
grama para seu ministério e a vontade de Deus
para sua vida diária e seu sacrifício derradeiro.
“O que foi indispensável para o Redentor”,
tem-se dito com muita propriedade, “precisa
sempre ser indispensável para os redimidos”
(G. A. Smith, Modem Criticism andthePreaching
oftheOT.i 1901, p. 11).
No entanto, mesmo se baseando indiscri­
minadamente na Lei, nos Profetas e nos Es­
critos, não o fazia sem discernimento. Não
há nada de estranho ou inadequado na sua
aplicação do texto sagrado; tampouco ele o
coloca, todo, em um mesmo plano. A letra
da Lei precisa ser subserviente ao espírito da
Lei. O descanso no sábado e a relação ma­
trimonial foram instituídos para benefício de
homens e mulheres, e são cumpridos de modo
melhor quando esse propósito é promovido.
Até mesmo a pressuposição de Moisés de
que o divórcio é permitido (Dt 24.1-4) é tra­
tada como uma concessão feita por causa da
“dureza de coração” do ser humano; Jesus
encontrou um caminho mais excelente em­
butido na ordenança do Criador (Gn 1.27;
2.24, citados em Mc 10.2-9). A observância
literal da lei do sábado pode dar lugar a uma
necessidade maior, como ocorreu no caso da
observância da lei relacionada ao pão da Pre­
sença, quando Davi e seus homens esta­
vam famintos (ISm 21.1-6, mencionado em
Mc 2.25-28). A lei do “olho por olho, dente
por dente” (Ex 21.24) mostrou um avanço
ético considerável na época, ao substituir a
vingança do sangue pelo princípio da retri­
buição estritamente limitada, mas a seus dis­
cípulos Jesus recomendou o princípio melhor
da não-retaliação e, melhor ainda, o da re­
tribuição do mal com o bem (Mt 5.38-48).
Ele resumiu toda a Lei (e os Profetas) no
duplo mandamento do amor a Deus e do
amor ao próximo (Dt 6.4,5; Lv 19.18); qual­
quer interpretação ou aplicação que não
fosse condizente com a lei do amor estava
conseqüentemente descartada (Mc 12.28-31;
cf. Lc 10.25-37).
Ele figurou na linhagem dos grandes pro­
fetas de Israel, e tratou o ensino destes com a
dignidade que merecia, não como se fosse
uma série de notas de rodapé da Lei. Como
eles, ele atribuiu mais valor às questões éti­
cas (interpessoais) do que às exigências ri­
tuais (e.g., Mt 5.23,24), no espírito de Os 6.6:
“Pois desejo misericórdia, e não sacrifícios”
(citado em Mt 9.13; 12.7).
De todos os profetas, o que mais demons­
tra afinidade com Jesus é Jeremias, o profeta
da nova aliança, que insiste na interioridade
da verdadeira religião. Quando Jeremias faz
uma retrospectiva do reinado do rei Josias,
o que mais elogia não é sua reforma do cul­
to, mas sua administração justa, sua forma
de julgar os pobres e necessitados: foi nisso
que Josias manifestou seu conhecimento de
Deus (Jr 22.15,16). Há uma semelhança im­
pressionante também entre o conselho de
Jeremias para a submissão ao governante
gentio dos seus dias (Jr 38.17,18) e a orien­
tação de Jesus para dar a César o que é de
César (Mc 12.17) ou sua reprovação do espí­
rito de revolta contra Roma que um dia iria
lançar Jerusalém ao chão (Lc 13.1-5; 19.41-
44; 23.28-31).
Para concluir, o uso que nosso Senhor fez
do AT exibe um método exegético criativo
e original, que fornece um modelo para seus
7
O Antigo Testamento e o cristão
seguidores; ele “está baseado em [...] uma
profunda compreensão do ensino essencial
da Bíblia hebraica e em um discernimento
seguro da situação do seu tem po” (T. W.
Manson, BJRL 34, 1951-1952, p. 332).
O AT COMO REGRA DE FÉ
Se a Bíblia é a regra de fé e prática do cris­
tão, a contribuição que o AT faz a essa regra
de fé já foi sugerida.
Começa com Deus, apresentando-o como
um só, como o Criador do Universo em geral
e da humanidade em particular, como justo e
misericordioso no seu caráter e como alguém
desejoso de ver esse seu caráter reproduzido
na vida de homens e mulheres. Quando se
diz que ele criou o homem à sua própria ima­
gem, isso significa (talvez, entre outras coi­
sas) que a intenção era que os seres humanos
vivessem em comunhão não somente uns
com os outros, mas também com ele. Eles
devem atender a seus apelos e viver de
forma responsável diante dele, recebendo sua
graça, prestando-lhe seu serviço e exercendo
sobre a terra a autoridade que ele lhes dele­
gou. Quando os homens se revoltam contra
a sua lei, experimentam seu juízo, mas em
meio ao juízo ele não se esquece de ser mi­
sericordioso. O juízo, sem dúvida, é sua
“obra muito estranha” (Is 28.21), estranha e
sem congenialidade com a sua natureza, à
qual ele se dispõe com relutância, ao passo
que tem prazer em demonstrar misericór­
dia e graça perdoadora (Mq 7.18). Tudo isso
é explicado, não na forma de um sistema
teológico, mas no contexto histórico da re­
lação de Deus com a humanidade e, espe­
cialmente, com aqueles que ele chamou para
serem seu povo.
Se o AT usa linguagem antropomórfica
e antropopática quando fala de Deus, é por­
que ela é mais adequada ao retrato que o
AT apresenta de seu ser e de seu caráter do
que o uso de abstrações metafísicas ou de
artifícios medievais, como a “via negativa”
ou a “via da eminência”. “Deus não é ho­
mem...” (Nm 23.19; ISm 15.29), pois ele é
o Criador e o homem é sua criatura, mas o
homem foi feito à imagem de Deus e é en­
corajado a ser como Deus, de forma que o uso
de um vocabulário comum tanto para Deus
quanto para o homem é mais do que natural.
Em algumas áreas do AT, a relação entre
Deus e o homem é regulamentada por uma
legislação sacrificial e cerimonial. E impor­
tante notar quão rapidamente aqueles que
reconheceram a eficácia redentora do sacri­
fício de Cristo afastaram-se dessa legislação.
Alguns, talvez, já anteriorm ente tivessem
suas reservas em relação ao ritual do templo;
mas as implicações da obra de Cristo foram
decisivas. O que para muitos cristãos judai­
cos da primeira geração deve ter sido uma
questão de intuição espiritual recebeu com­
provação clássica na carta aos Hebreus, que
argumenta muito bem em favor da abolição
de todo o sistema, em Cristo. Os cristãos de­
veriam ser muito gratos pela providência que
levou à inclusão dessa obra no cânon do NT:
se a lei cerimonial foi abolida em Cristo, não
precisamos perder tempo alegorizando seus
detalhes para encontrar neles alguma som­
bra da sua obra redentora. Quando o autor
de Hebreus compara o sacrifício definitivo de
Cristo com o sacrifício do Dia da Expiação,
repetido anualmente, ele destaca o contraste,
e não alguma semelhança entre os dois. O N T
está na linha da tradição daqueles salmistas e
profetas do AT que sabiam se aproximar de
Deus por meio da adoração sincera, sem ne­
cessitar da mediação sacerdotal (SI 73.23-28),
e reconheciam que ele não habitava em tem­
plos feitos por mãos, mas com o “contrito e
humilde de espírito” (Is 57.15; 66.1,2).
O AT E A CONDUTA HUMANA
Se o AT é usado como regra de conduta,
é fácil reconhecer sua insistência fundamen­
tal na justiça e na misericórdia, mas precisa­
mos reconhecer tam bém o fato de que a
aplicação prática dessas virtudes era feita em
contextos sociais muito distantes do nosso.
Elas precisaram ser reaplicadas mesmo nos
tempos do AT, quando a vida pastoril deu
lugar à agricultura e depois, novam ente,
O Antigo Testamento e o cristão
a retribuição dos céus são reinterpretados
como referência àqueles inimigos espiri­
tuais — o mundo, a carne e o Diabo — com
os quais o cristão trava uma batalha intermi­
nável, está bem; mas não se deve supor que
esse seja o significado desses textos do AT.
Essa alegorização, com certeza, é necessária
por motivos devocionais naquelas tradições
cristãs que prescrevem a repetição regular
do livro inteiro de Salmos. Isaac Watts, para­
fraseando SI 92.11, pode até cantar:
Todos os meus inimigos interiores
devem ser mortos
Satanás não deve violar a
minha paz de novo...
mas não foi isso que o salmista quis dizer
quando escreveu: “Os meus olhos contem­
plaram a derrota dos meus inimigos; os meus
ouvidos escutaram a debandada dos meus
maldosos agressores”.
Mesmo sendo possível perceber um avan­
ço ético em alguns estágios da narrativa do
AT, ou até um avanço geral do início ao fim,
não se deve pressupor que uma linha contí­
nua possa ser traçada desde os tempos pri­
mordiais até o fim da história bíblica. As
histórias patriarcais do Gênesis refletem um
nível de comportamento civilizado que não
pode ser facilmente equiparado àquele visto
durante o período da conquista ou sob a mo­
narquia. Até na época da monarquia, na ver­
dade, a pena imposta pelo rei Asa a Maaca, a
rainha-mãe, por seu envolvimento em um
ritual cananeu (2Cr 15.16), parece exagerada-
mente branda em comparação com os padrões
mais rígidos dos comentaristas da Bíblia de
Genebra (1560), que o censuram por ceder a
uma “tola compaixão”.
Além disso, “problemas morais” dessa
ordem não são peculiares ao AT. Quando as
ações em questão são executadas por moti­
vos políticos ou militares conhecidos, não
constituem problemas no campo ético: sabe­
mos muito bem com que facilidade essas
razões tornam-se mais fortes do que conside­
rações humanitárias. Mas constituem proble­
mas morais quando assumem a forma de
terror em nome de Deus ou pelos interesses
10
do “destino manifesto” de uma civilização
supostamente mais elevada, pois é aí que se
pode esperar que as considerações humanitá­
rias se tornem predominantes. E verdade, as
formas de genocídio na história de Israel pa­
recem marcantemente amadoras e ineficazes
quando comparadas com os campos de ex­
termínio europeus do início da década de
1940 ou, olhando um pouco mais para trás,
com o desaparecimento total de tribos intei­
ras como os aborígines da Tasmânia. Mesmo
assim, o Deus revelado no AT é justo e mi­
sericordioso; sua justiça e misericórdia são os
padrões da justiça e da misericórdia do seu
povo, e a conduta injusta ou sem misericór­
dia não combina com a sua natureza. Há pou­
cas expressões mais refinadas acerca desse
aspecto da sua natureza no AT do que a per­
gunta com a qual ele silenciou a reclamação
patriótica de Jonas: “Não deveria eu ter pena
dessa grande cidade?” (Jn 4.11).
Esta última referência nos lembra que o
Deus de Israel é “o Juiz de toda a terra” (Gn
18.25); o AT retrata em uma grande tela o trata­
mento de Deus com as nações em geral, ao
longo dos séculos, mostrando que ele “domi­
na sobre os reinos dos homens e os dá a quem
quer” (Dn 4.17,25,32). Isso antecipa a percep­
ção de Schiller quando diz que “a história do
mundo é o juízo do mundo”, mas insiste em
que esse juízo é administrado pessoalmente.
O AT E A ORDEM SOCIAL
O AT destaca desde o início que o ser
humano é um ser social. Isso está resumido
na declaração do Criador em Gn 2.18: “Não
é bom que o homem esteja só”; e é desta­
cado também no relato da criação, de Gn
1.27, onde o “homem” a quem Deus criou
é a hum anidade, o homem na sociedade:
“Criou Deus o homem à sua imagem, à ima­
gem de Deus o criou; homem e mulher os
criou”. A unidade social mais simples, a fa­
mília, é prontamente instituída: pai, mãe e
filhos. Até mesmo Caim, expulso da vida de
uma comunidade fixa para seguir uma vida
nômade, não precisa suportar o exílio so­
zinho: ele não somente se casa e cria uma
O Antigo Testamento e o cristão
família, mas até constrói uma “cidade” —
talvez um modesto acampamento de tendas,
mas, mesmo assim, um ambiente em que ho­
mens, mulheres e crianças podiam viver em
sociedade (Gn 4.17).
Tentativas de estabelecer comunidades
independentes de Deus estão fadadas ao fra­
casso porque têm falta de coesão, como ficou
demonstrado em Babel e, posteriormente,
em outros lugares (Gn 11.1-9; Is 8.9,10); mas
a sua graça une as pessoas em famílias, tribos
e agrupamentos mais abrangentes (SI 68.6).
As muitas genealogias dos livros do AT re­
fletem essa ênfase na família e na solidarie­
dade tribal, além de servir como esqueleto
para ser revestido de uma narrativa viva. A
valorização disso é demonstrada no N T nas
duas genealogias do nosso Senhor (Mt 1.2-17;
Lc 3.23-38), que fazem muito uso de dados
do AT. Aliás, a solidariedade familiar, tribal
e nacional no AT às vezes é tão destacada a
ponto de ser indicada pela expressão “perso­
nalidade coletiva”; isso pode nos preparar para
a distinção paulina das duas grandes solida-
riedades humanas ou personalidades coleti­
vas “em Adão” e “em Cristo” (Rm 5.12-19;
ICo 15.21,22).
Além disso, a responsabilidade do ser hu­
mano, não somente em relação a seus pares
mas também em relação ao ambiente em que
vive, é destacada. Há um vínculo entre as
pessoas e a terra, no AT, que o leitor ociden­
tal moderno tem dificuldade de entender;
além disso, é um vínculo que é criado e man­
tido por Deus. Em Is 62.4,5 ele é retratado
como um vínculo matrimonial. Esse vínculo
aplica de forma intensa a um país a ordenan­
ça de Gn 1.26-30, na qual o homem recebe,
sobre a terra e as criaturas que a habitam, um
domínio que deve ser exercido por meio de
mordomia responsável, e não de exploração
egoísta. Em Rm 8.19-23, Paulo olha para o
futuro na expectativa da realização universal
dessa ordenança da criação, quando os filhos
de Deus forem revelados.
As exigências sociais da lei de Deus são
destacadas com detalhes específicos para a
vida do seu povo, Israel. Espera-se das nações
vizinhas que observem os bons costumes
básicos da boa fé, a consideração pelos fracos
e o respeito pela dignidade humana, e são
censuradas quando os violam (Am 1.3—2.3),
mas o conhecimento que Israel tem de Deus
e de sua vontade é muito maior do que o
conhecimento desses povos, e a responsabi­
lidade de Israel, portanto, é muito maior
(Am 3.2). A reputação do Deus de Israel aos
olhos dos outros povos depende, em grande
parte, do comportamento do seu povo.
A exigência de Deus para o seu povo é
resumida de várias maneiras no AT. Pode­
mos lembrar-nos do refrão do “código de san­
tidade” no Pentateuco: “Eu sou o S e n h o r
[...] o seu Deus; por isso, sejam santos, por­
que eu sou santo” (Lv 11.45). Essa santidade
é uma característica positiva e que abrange
tudo; suas implicações negativas são coro­
lários da sua essência positiva. Essa essência
positiva é evidenciada em declarações como
a de Mq 6.8: “Ele mostrou a você, ó homem,
o que é bom e o que o Sen h o r exige: pratique
a justiça, ame a fidelidade e ande humilde­
mente com o seu Deus”. A justiça e a bon­
dade que as pessoas do povo de Deus devem
mostrar umas às outras são a justiça e a bon­
dade com que ele as tratou. Essas qualidades
são aplicadas não somente na via principal
da ética social, mas também em regras tão
raras quanto aquela que proibia a pessoa que
emprestava dinheiro de ficar com o manto
do devedor durante a noite como garantia,
“porque o manto é a única coberta que ele
possui para o corpo” (Ex 22.27,28).
A lei da retaliação do AT — “olho por
olho e dente por dente” (Ex 21.24) — à qual
já nos referimos, está mais intimamente re­
lacionada à lei áurea do que muitas vezes se
pensa: “que seja feito a você como você fez
aos outros” pode ser facilmente visto como
corolário de “faça aos outros o que você gos­
taria que fizessem a você”.
Até mesmo quando a monarquia foi insti­
tuída em Israel, o rei não estava acima da lei
que regulamentava a vida dos seus súditos.
Quando Nabote se nega a vender sua vinha a
Acabe, este fica aborrecido, mas não pensa
11
O Antigo Testamento e o cristão
em violar os direitos de Nabote até que Je-
zabel, que fora criada segundo uma outra idéia
de reinado, dá passos para garantir a vinha
para seu marido por meio de uma seqüência
de ações cruéis e juramentos falsos, o que
acabou ocasionando a denúncia profética
contra toda a dinastia de Acabe (lRs 21.1-
24). E quando, na geração seguinte, a cres­
cente prosperidade mercantil conduziu à
emergência em Israel de uma nova classe
abastada, que podia comprar todas as pe­
quenas propriedades e reduzir seus antigos
proprietários a meros escravos, foram os pro­
fetas que condenaram a quebra da aliança
demonstrada na aquisição de “campos e mais
campos” por parte dos ricos e no moer “o
rosto dos necessitados” (Is 5.8; 3.15; cf. Am
4.1; Mq 3.1-3). Esse tratamento dispensado
ao próximo era um pecado contra Deus.
Na relação entre o povo de Deus e os
povos vizinhos, há uma tensão não resol­
vida no AT. Por um lado, há advertências
duras contra o casamento de seus filhos com
os filhos dos povos e contra a assimilação:
um tesouro fora confiado a Israel — o co­
nhecimento de Deus — que poderia facil­
mente se perder ou ser dissipado se Israel
não preservasse sua identidade nacional e
religiosa. Daí o chamado a Israel para se
manter separado dos outros povos. Ao mes­
mo tempo, o tesouro confiado a Israel deve­
ria ser compartilhado com os outros, para
que estes tam bém viessem a conhecer o
Deus vivo. Nos primeiros tempos do povo
de Israel, alguns grupos não-israelitas jun­
taram forças com ele e aceitaram a aliança
com Javé. Mas quando Israel se mudou do
deserto para Canaã, a atração dos rituais de
fertilidade praticados na terra conquistada
tornou-se tão perigosa que foi imposta uma
severa proibição quanto a fazer qualquer tipo
de associação com os cananeus. Mesmo as­
sim, algumas pessoas, como Raabe e Rute,
isso sem falar dos gibeonitas (Js 9.3-27), re­
conheceram a grandeza do Deus de Israel
e foram aceitas na comunidade da aliança.
Mas foi no contexto do exílio babilónico e
do seu retorno que a missão de Israel no
mundo foi expressa mais claramente. Quan­
do um grupo significativo de israelitas se
achou vivendo como exilados em uma co­
munidade não-israelita, eles foram encoraja­
dos a participar de seu bem-estar e orar por
sua prosperidade, porém não deveriam se
envolver a tal ponto que não pudessem trans­
cender os valores dessa comunidade estran­
geira (Jr 29.4-10). Quando a permissão de
voltar do exílio foi dada, a responsabili­
dade internacional de Israel foi descrita como
a comunicação, em nível mundial, do conhe­
cimento de Javé, cuja ação a favor de seu
povo mostrava que somente ele era Deus
(Is 45.22,23). A restauração dos israelitas os
qualifica a serem suas testemunhas (Is 43.10),
mas sua missão deve ser assumida e con­
cluída pelo Servo do Senhor, que, além de
cumprir um ministério para com Israel, é en­
viado como uma “luz para os gentios” para
que a salvação de Deus chegue “até os con­
fins da terra” (Is 49.6).
Junto com essa ênfase na difusão, o perío­
do subseqüente ao retorno dos exilados tes­
temunhou uma nova política de segregação,
sob o governo de Esdras e Neemias, que não
tem sido fácil de conciliar com o chamado
para a missão mundial. A tensão entre esses
dois aspectos estava viva ainda na época do
N T, não somente no conflito entre a visão
mais ampla de Jesus e o separatismo dos fa­
riseus; mas também na igreja primitiva, no
conflito entre os defensores da missão, livre
da lei, aos gentios e aqueles cristãos judaicos
que acreditavam que os convertidos dentre
os gentios deveriam ser admitidos na comu­
nidade cristã com salvaguardas semelhantes
àquelas que regiam a admissão de prosélitos
à comunidade de Israel. Os defensores da
missão aos gentios de fato apelaram para a
comissão do Servo do Senhor como sendo
sua própria comissão (At 13.47). Nesse, como
também em outros aspectos, o retrato do
Servo em Isaías pode ser considerado o clí­
max do AT em sua função de preparo para o
evangelho.
12
O Antigo Testamento e o cristão
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13
O texto do Antigo Testamento
ALAN R. MILLARD
A ESCRITA NO MUNDO DO ANTIGO
TESTAMENTO
Quando o homem inventou a escrita,
ele descobriu uma forma de preservar suas
idéias e experiências para que atravessassem
a barreira do tempo. Era natural que o Deus
que estava preparado para falar a linguagem
humana fizesse que suas palavras fossem
registradas por intermédio desse meio hu­
mano. Pela sua providência, a maior parte da
sua revelação foi dada a um povo que tinha
herdado um alfabeto pronto para o uso univer­
sal, para que qualquer pessoa que quisesse
pudesse aprender a ler os livros sagrados.
Moisés é o primeiro israelita de que te­
mos notícia que escreveu algo (Ex 17.14), e
ele certamente viveu num mundo em que a
escrita era bem conhecida Entre 2000 e 1000
a.C., quase uma dezena de escritas eram usa­
das na Síria-Palestina. Entre elas, as mais im­
portantes eram os 600 sinais cuneiformes da
Babilônia, inscritos com um buril em tabuinhas
de barro, e os 700 sinais hieroglíficos dos egíp­
cios, na sua forma cursiva para o dia-a-dia, o
hierático, escrito com pena e tinta em papel
(papiro) e sobre outras superfícies lisas. A
escrita egípcia era pouco difundida fora de
áreas de forte e contínua influência egípcia,
como a Palestina e as cidades costeiras da
Fenícia, ao passo que a escrita cuneiforme
era o meio internacional de comunicação em
todo o Oriente Médio. Este sistema e todos
os outros eram complicados e empregados
principalmente na administração, nas leis, na
religião e na diplomacia. Constituíam pratica­
mente um monopólio da classe dos escribas.
Um pouco antes de 1500 a.C., surgiu um ri­
val que, eventualmente, suplantou todos os
outros: o alfabeto.
Provavelm ente fam iliarizados com o
egípcio, os inventores semitas do alfabeto
descobriram como um pequeno conjunto de
símbolos poderia substituir os incômodos hie­
róglifos: era necessário um sinal para cada
som da língua, em torno de 30 ao todo. Os
sinais eram imagens, escolhidas, podemos
supor, de acordo com o princípio acrofônico
“dado=d”. Como nenhuma palavra semítica
começa com vogal, e já que as vogais são
suplem entares às consoantes nas línguas
semíticas, ainda que necessárias, não era vi­
tal registrá-las. (Os sinais vocálicos foram
sistematicamente criados quando os gregos
tomaram emprestado o alfabeto em torno de
900 a.C., pois sua língua não podia ser escrita
claramente sem esses sinais.) Ao final do se­
gundo milênio a.C., o alfabeto estabilizou-se
e começou a desalojar os outros sistemas. Ele
gerou imitações pelas mãos de escribas trei­
nados na tradição babilónica, os quais produ­
ziram alfabetos de sinais cuneiformes para
uso em superfícies de argila, especialmente
em Ugarite, na Síria. Por menor que seja o
número de exemplos do alfabeto nascente,
serve para mostrar o amplo uso da escrita,
que se tornou possível por meio da simplici­
dade do sistema alfabético, quebrando assim
o monopólio dos escribas.
A ESCRITA NO ANTIGO ISRAEL
Na conquista de Canaã, Israel tomou pos­
se de cidades em que a escrita era conhecida,
14
O texto do Antigo Testamento
e o alfabeto básico era familiar. História, leis,
profecias, itinerários, narrativas, listas de im­
postos, tudo já era registrado com facilidade
(cf. Jz 8.14). Infelizmente, seguindo a prática
egípcia, o alfabeto era normalmente escrito
em papiro, um papel vegetal que se desfaz
em solo úmido; por isso, não temos exem­
plos para mostrar a extensão e o estilo da es­
crita israelita antiga. Pequenas amostras de
hebraico antigo sobreviveram, presentes em
materiais mais duráveis, cerâmica e pedra,
que nos permitem ver como a escrita era usa­
da na vida diária e inferir a existência de
livros de couro e de papel em forma de rolo.
Isso não nos permite, nem de longe, deduzir
que todos sabiam ler ou escrever, mas nos
tempos de Isaías e Jeremias parece provável
que havia poucas aldeias sem pelo menos
um habitante que pudesse fazê-lo. O Antigo
Testamento também nos dá essa impressão,
embora qualquer obra de homens instruídos
— como é o caso — tenderá a destacar a ha­
bilidade deles!
Esse pano de fundo ajuda-nos quando
consideramos as origens e o desenvolvimen­
to dos livros do Antigo Testamento. Infor­
mações valiosas sobre os hábitos dos escribas
podem ser tiradas dos próprios documentos
antigos, e elas podem ajudar-nos a detectar
os tipos de erro cometidos à medida que uma
geração copiava os livros de outra. Até mes­
mo notas insignificantes, escritas em fragmen­
tos de cerâmica, evidenciam a habilidade de
uma eficiência prática, o cuidado para que se
alcançasse a legibilidade, um modo de escrita
aceito. Um cuidado semelhante pode ser iden­
tificado nos manuscritos literários assírios,
babilónicos e egípcios de 2000 a.C em dian­
te, os quais fornecem uma analogia satisfató­
ria para a prática israelita. Por um lado, existe
uma grande preocupação em reproduzir um
texto antigo de forma exata, talvez com a
atualização da ortografia, observando os da­
nos causados à cópia mestra, contando as li­
nhas, acrescentando o nome do escriba, às
vezes também o nome de um revisor, a(s)
fonte(s) da cópia mestra (ou cópias mestras),
a data e o destino da cópia — rei, templo ou
indivíduo. Por outro lado, uma composição
podia passar por mudanças editoriais e por
revisão, criando uma ampla variação entre
diversas cópias. Nesses casos, as diferenças
são muitas vezes inexplicáveis ou sem sen­
tido agora e não seguem padrão algum; são
impossíveis de ser descobertas ou previstas
com base em apenas um texto, fato que pre­
cisa receber peso especial na hora de recons­
truir a história literária dos escritos do Antigo
Testamento.
Para leitura adicional acerca do tema
desta seção, v. T he Practice of Writing in
Ancient Israel, The Biblical Archaeologist 35
(1972), p. 98-111; A pproaching the Old
Testament, Themelios 2 (1976), p. 34-9, am­
bos por este autor.
O TEXTO HEBRAICO TRADICIONAL
DO ANTIGO TESTAMENTO
A escrita já existia em Israel, mas não sa­
bemos como e quando os livros que herda­
mos foram escritos pela primeira vez, pois
não há cópias disponíveis anteriores ao ter­
ceiro século a.C. As cópias mais antigas que
ainda existem, os manuscritos do mar Morto,
revelam certa diversidade que vai ser discu­
tida a seguir. Elas também revelam a exis­
tência, entre 200 a.C. e 65 d.C., da forma
textual conhecida em um estágio posterior
como o Texto Massorético (TM) ou Tradi­
cional, no qual as traduções para as línguas
modernas são baseadas.
A partir do exílio, o hebraico decaiu para o
status de língua de uma minoria entre os ju­
deus, embora um dialeto persistisse na Judéia,
sendo então substituído pelo aramaico, a
linguafranca do Império Persa. A medida que
o processo continuava, havia a necessidade
crescente de preservar a pronúncia “correta”
do texto da Bíblia hebraica na leitura da sina­
goga. Para ajudar o leitor, algumas consoan­
tes podiam representar vogais, um uso que
se iniciou no período da monarquia e que al­
cançou o seu pico na época herodiana. Por
volta dos séculos VII e VIII d.C., surgiram mé­
todos mais precisos de representação de vo­
gais e acentos, que culminaram no esquema
15
O texto do Antigo Testamento
de pontos e sinais colocados acima, abaixo e
dentro das letras, usados desde então para
produzir os sons e a entonação aceitos. Os
estudiosos judeus que aplicaram esse sis­
tema ao texto consonantal herdaram regula­
mentações rígidas, designadas para manter a
precisão nas cópias, as quais eram compará­
veis às antigas atitudes babilónicas e, talvez,
derivadas delas. Eles também registraram
variantes no texto escrito que lhes foram re­
passadas (a Massorá).
Algumas dessas variantes, na verdade, cor­
rigiam erros que foram conservados como re­
líquias no texto escrito; assim, em Is 49.5 está
escrito lõ “não”, como está na ARC, enquanto
a Massorá nos instrui a ler lô “a ele”, como na
ARA, RV, RSV, NEB, NVI e manuscrito A do
mar Morto de Isaías. Outras notas sugerem
vogais alternativas para um conjunto ambí­
guo de consoantes, como 2Sm 18.13, em que
“se eu tivesse atentado traiçoeiramente con­
tra a vida dele” ou “contra mim” dependem
de uapè» e napei respectivamente. As formas
no texto escrito são denominadas kethlbh “es­
crito”, e as anotadas pela Massorá, nas mar­
gens, Qerê “que se leia”.
A tradição também relata algumas passa­
gens em que o texto fora alterado para evitar
idéias inaceitáveis, como em ISm 3.13,
em que Deus diz que os filhos de Eli “atraí­
ram maldição sobre si mesmos (cf. VA, RV),
em vez de “me amaldiçoaram”(cf. RSV,
NEB; a NVI traz: “seus filhos se fizeram
desprezíveis”).
Esse texto massorético é representado hoje
por alguns manuscritos copiados nos séculos
nono e décimo d.C., e os principais estão pre­
servados no Cairo, Jerusalém, São Petersburgo
e Londres e por todas as Bíblias hebraicas es­
critas ou impressas posteriormente.
TEXTOS MAIS ANTIGOS
A recuperação dos manuscritos do mar
Morto provou a existência de outros textos
hebraicos além do tipo tradicional, na Pa­
lestina, durante o século I a.C. até 68 d.C.
Tem-se dado destaque a esses textos varian­
tes inevitavelmente porque são novos para
nós, mas devemos observar que eles são mi­
noria entre os manuscritos do mar Morto e,
além disso, são muito fragmentários. Suas di­
ferenças do texto massorético são mais do
que erros acidentais resultantes de enganos
dos escribas, embora estudos mais aprofun­
dados mostrem que muitas delas são desli­
zes, e não mudanças intencionais. (Assim, o
acréscimo de Ex 20.11 a Dt 5.15, em uma
das cópias, pode ter ocorrido em virtude de
uma associação mental inconsciente.) No
livro de Jeremias, um pequeno fragmento
parece ter um texto mais curto do que o
massorético, concordando de certa maneira
com o texto da LXX, que é um oitavo mais
curto do que o TM , nesse livro. (Em Jr 10, os
v. 6-8,10 são omitidos, e o v. 5 vem depois
do 9.) Um texto de ISm 1 e 2 faz o contrário:
acrescenta várias frases. Algumas delas, de
novo, são encontradas na LXX (e.g., 1.25 pa­
rece ter começado com “Eles vieram peran­
te o Senhor, e o seu pai ofereceu o sacrifício
como ele fazia ano após ano ao Senhor”) e
algumas não, como em 1.22, onde lemos ex­
plicitam ente que Samuel deveria ser um
nazireu para sempre, como implica o v. 11 e
como defende a tradição judaica posterior.
Mais tarde, vamos discutir questões como:
qual era a liberdade que os escribas tinham
ao copiar um texto bíblico, quão livres eram
para acrescentar comentários ou explanações
desse tipo, ou de omitir frases repetidas, e se
havia classes diferentes de cópias, como mais
tarde quando foram implantadas regras rígi­
das para a produção de textos para a leitura
pública. Havia claramente várias tradições
de texto, talvez desenvolvidas em comuni­
dades separadas (Palestina, Egito e Babilônia
são lugares sugeridos), mas não necessaria­
mente as mesmas para cada parte da Bíblia.
Quando elas divergiam do texto ancestral
comum a todas não se sabe, e é uma questão
relacionada à história do reconhecimento da
autoridade dos livros do cânon do Antigo
Testamento (v., a seguir, p. 33).
16
O texto do Antigo Testamento
CRÍTICA TEXTUAL
Esses diversos tipos de texto em he­
braico, agora revelados, realçam o valor da
crítica textual e complicam sua prática. O
objetivo dessa arte é recuperar tanto quanto
possível as palavras do autor ou a primeira
forma escrita do livro em estudo. Os erros
que se introduziram ao longo de séculos de
cópias precisam ser detectados e corrigidos
sempre que possível, acréscimos precisam
ser descobertos e removidos e outras altera­
ções precisam ser substituídas. Se não forem
fundamentadas em evidências de manuscri­
tos, essas atividades são meramente teóricas
e podem se tornar muito subjetivas.
Comparar uma cópia com outra pode re­
velar os erros de um escriba; quando todas as
cópias estão de acordo, a descoberta dos er­
ros é mais difícil. Sinais de que algo pode
estar errado são palavras gramaticalmente in­
corretas ou ininteligíveis, divergências com
as versões antigas (v., a seguir, p. 19) ou
com citações antigas, e características singu­
lares que destoam do texto como um todo.
Nenhum desses sinais é conclusivo por si só;
cada caso precisa ser analisado individual­
mente. Os tradutores antigos talvez tenham
parafraseado, as citações podem ser inexatas
e uma peculiaridade irregular ou ininteligí­
vel pode mostrar-se aceitável por meio de
uma nova descoberta. Mesmo assim, a críti­
ca textual tem tido muito sucesso, dando-nos
um texto mais claro, com maior probabili­
dade de ser autêntico, e uma compreensão
melhor das palavras existentes. Alguns exem­
plos vão demonstrar os métodos. Entre os
erros simples, temos:
a) Confusão de letras semelhantes como
der. Gn 10.4: “Dodanim”; lCr 1.7: Rodanim”.
b) Transposição de letras, como em SI
49.11, em que o qirbãm do TM é traduzido
por “pensamento interior” pela ARC (signifi­
ca “interior”, “entranhas”), mas deveria ser
lido qibrãm, “seus túmulos” como está na NVI.
c) Repetição por engano (“ditografia”),
e.g., 2Rs 19.23 TM brkb rkby, em vez de
brb rkby “com meus carros sem conta”.
d) Omissão por engano (“haplografia”)
exemplificada em muitas cópias que omi­
tem Js 21.36,37 com um salto das palavras
“tribo de R úben” para “tribo de G ade”,
cf. lC r 6.63,64. O manuscrito A de Isaías do
mar Morto tem um bom exemplo: o escriba
saltou de “templo do S e n h o r ” , no final de
38.20, para “templo do S e n h o r ”, no final
de 38.22, omitindo completamente os v. 21,
22; eles foram acrescentados mais tarde numa
nota marginal.
e) Separação incorreta de palavras. Um
exemplo excelente é Am 6.12 TM bbqrym
AV, RV, NVI, ACF: “lavrar-se-á nela com
bois?”, a ser lido bbqr ym “será que os bois
podem puxar o arado no mar?” como a BLH
em português, e também expressões equi­
valentes em inglês (RSV, NEB), dando sen­
tido e poética melhores.
O grau de incerteza cresce com a exten­
são e a complexidade de qualquer suposto
erro. Suponha que a haplografia em Is 38 (no
item d citado) tivesse prevalecido em todas
as cópias posteriores; seria muito difícil cor­
rigir o erro com base som ente no texto
hebraico.
Além de mudanças resultantes de erros,
pode ter havido alterações intencionais fei­
tas para “melhorar” o texto. Substituições
bem-intencionadas de “amaldiçoe a Deus”
por “abençoe a Deus”, além das que estão
registradas na tradição, vistas anteriormente,
podem ser observadas em Jó 1.11; 2.19; lRs
21.10 etc., e do nome do deus Baal por “ver­
gonha”, nos nomes pessoais Is-Bosete (2Sm
2; cf. lC r 8.33) e Mefibosete (2Sm 9.6; cf.
lCr 8.34). A nota parentética, “esses nomes
foram mudados”, em Nm 32.38 pode ser uma
orientação ao leitor para evitar nomes de
divindades pagãs. Notas desse tipo, denomi­
nadas “glosas”, podem acrescentar informa­
ções de atualização, embora seja muitas vezes
impossível decidir se são obra do autor ou de
um escriba posterior. Podemos ver alguns
casos em Gn 14.2,3,7,8,17 (“que é...”); em
Rt 4.7; e lRs 8.2 “o sétimo mês”. A possibi­
lidade de rearranjos mais significativos nos
17
O texto do Antigo Testam ento
textos, acidentais ou intencionais, como faz a
NEB (em Is 27; 38; 53, por exemplo), deve
ser admitida, mas é uma questão de opinião
e não pode ser comprovada.
Descobertas em outros documentos anti­
gos podem lançar luz sobre passagens em que
um erro textual não parece existir, mas mes­
mo assim o texto permanece obscuro, con­
tendo, talvez, uma das 1.500 palavras que só
aparecem uma vez no texto hebraico. O
ugarítico, uma língua próxima do cananeu e
do egípcio, preservou uma palavra para navio
que nos permite traduzir Is 2.16, “e contra to­
das as pinturas desejáveis” (ARG), de forma
mais satisfatória por “e todo barco de luxo”
(NVI) ou por “toda bela embarcação” (RSV).
Todos esses métodos têm de ser usados
com prudência, com atenção a cada alternati­
va, com cuidado para não impor um sentido
estranho ao texto. O texto tem sido preservado
de forma extraordinária ao longo de muitas
gerações; é um tesouro a ser valorizado, estu­
dado e reparado nos lugares em que o tempo
causou pequenas imperfeições. Não pode ser
distorcido ou remodelado para agradar gostos e
opiniões sempre em mudança. A todos os que
estão dispostos a ouvir de forma reverente e
atenciosa, ele transmite sua mensagem eterna.
BIBLIOGRAFIA
V. a bibliografia conjunta no final de “As ver­
sões antigas”, p. 31-2.
18
As versões antigas
ROBERT E GORDON
Enquanto os judeus permaneceram na
Palestina e falaram sua língua materna, não
tiveram problemas em entender suas Escri­
turas Sagradas. Mas já no século VI a.C., e
muito tempo antes de ser concluído o cânon
do AT, muitos judeus viviam longe da terra
natal de seus ancestrais. Alguns foram depor­
tados para a Mesopotâmia depois que os babi­
lônios conquistaram Jerusalém, em 597 a.C.;
outros — mais ou menos na mesma época —
seguiram o precedente estabelecido, muito
tempo antes, de buscar refúgio no Egito. Mas
mesmo que essa dispersão não tivesse ocor­
rido, os judeus dificilmente teriam evitado a
exposição aos sons estranhos do aramaico e do
grego nos séculos seguintes à destruição do seu
Estado. A hegemonia babilónica no Oriente
Médio teve vida curta; seu fim repentino
aconteceu com a chegada dos persas à Babi­
lônia, em outubro de 539 a.C. Nos 200 anos
seguintes, os persas dominaram o Oriente
Médio, e sob o seu domínio o aramaico des­
frutou do status singular de língua oficial do
império. Tanto na Palestina quanto no Egito
e na Mesopotâmia, os judeus descobriram que
era necessário, para não dizer vantajoso, tor-
narem-se fluentes na lingua franca do impé­
rio. Os arquivos da comunidade judaica de
Elefantina, no Egito, mostram a profundidade
com que o aramaico se arraigou nesse canto
do império no quinto século a.C. Muito tem­
po depois que os persas foram expulsos por
Alexandre e pelos gregos, o aramaico perma­
neceu como um m onum ento ao domínio
persa, sendo falado e escrito em várias partes
do Oriente Médio, incluindo a Palestina. Os
feitos prodigiosos de Alexandre pavimentaram
o caminho para a propagação da língua e cul­
tura gregas no Oriente, e nenhum território
vassalo foi mais afetado do que o Egito e sua
recém-fundada Alexandria, de estilo grego.
Foi em reconhecimento das necessidades
dos judeus de fala aramaica, na Palestina,
e dos judeus de fala grega, no Egito, que se
fizeram as primeiras tentativas de traduzir o
AT do original hebraico para essas línguas.
Há várias razões por que os estudiosos
deveriam estar interessados nas versões an­
tigas do AT. Em primeiro lugar, as tradu­
ções são im portantes para o estudo das
línguas em que foram escritas. Em cada caso,
proporcionam informações valiosas a respei­
to do vocabulário, flexão e sintaxe dessas
línguas em estágios específicos da sua his­
tória. Em segundo lugar, nenhuma tradução
é feita num vácuo ideológico. “M uitos e
diversos fatores deixam sua marca sobre a
obra — os pressupostos intelectuais que os
tradutores herdam de sua própria época e
cultura, as opiniões religiosas e de outra na­
tureza que defendem ou às quais devem de­
monstrar respeito, os preconceitos ou desejos
pelos quais são condicionados consciente ou
inconscientemente, o seu grau de instrução,
a sua própria habilidade de se expressar e a
amplitude dos conceitos da língua para a qual
estão traduzindo, além de muitos outros fa­
tores”.1 Além disso, a objetividade profis­
sional e a neutralidade teológica não eram
'E. W ü r t h w e in . The Texf ofthe OldTestament. Oxford,
1957, p. 33.
19
As versões antigas
aspectos tão valorizados pelas equipes de tra­
dução da Antiguidade — se é que havia equi­
pes — como são hoje. A idéia de sofrimento
vicário em Is 53 era inaceitável para os que
traduziram o texto para o aramaico, e assim
reescreveram o capítulo para adaptá-lo à sua
teologia. Jerônimo, por outro lado, não viu
nenhum problema em introduzir na Vulgata
idéias neotestamentárias na sua tradução do
AT. Quando traduziu SI 149.4 (“ele coroa
de vitória os oprimidos”) por “ele exaltará
os mansos em Jesus”, não precisamos pensar
que ele tivesse deficiências no conhecimen­
to do hebraico. E possível aprender muito
acerca das posturas e tendências teológicas
dos tradutores antigos, e de seus círculos de
leitores, por meio da comparação entre o seu
trabalho e o original hebraico.
Em terceiro lugar, as versões antigas es­
tão baseadas em manuscritos hebraicos mais
antigos do que a maioria dos textos que es­
tão disponíveis hoje. Isso foi destacado por
meio da publicação dos textos bíblicos da
região do mar Morto; em muitos pontos, as
versões antigas, especialm ente a Septua-
ginta, concordam com esses textos em con­
traste com a tradição massorética padrão. Aqui
está a explicação de uma tendência das ver­
sões inglesas e de outras línguas modernas,
como foi observado por Kubo e Specht: “No
AT, o Texto Massorético ainda é fundamen­
tal, mas é desafiado pelas versões antigas e
pelos MSS dos rolos do mar Morto”} Geral­
mente não é muito difícil reconstruir o texto
hebraico subjacente (o termo alemão Vorlage
é muitas vezes usado para denotar o texto-
fonte) a dada versão ou leitura, e, em trechos
em que às vezes o texto hebraico padrão é
obscuro ou ininteligível, essa retroversão vai
proporcionar uma leitura melhor e um senti­
do mais compreensível. E verdade que há
muitas ciladas a serem evitadas nesse tipo
de exercício; quando o trabalho se tornava
Z
S . K u b o & W . S p e c h t , S o Many Versions? (Grand
Rapids, 1975, p. 13.
difícil, o tradutor antigo fazia “emendas si­
lenciosas” tão prontam ente quanto o seu
colega moderno.3 Não há substituto para a
familiaridade e a intim idade com os m é­
todos de tradução e as características espe­
ciais de determinada versão, se quisermos
avaliar de forma correta as diversas leituras.
Em quarto lugar, as citações que o N T faz
do AT são, com freqüência, diferentes do
texto hebraico padrão. A explicação está,
em parte, no fato de que os autores do N T
citavam, com maior freqüência, de tradu­
ções gregas, e, assim como hoje não há uma
Bíblia inglesa ou portuguesa padrão, não ha­
via uma tradição-padrão de Bíblia grega
naquela época. No século I d.C. a chamada
“Septuaginta” existia em várias recensões,
ou versões; os autores muitas vezes só tinham
acesso a uma delas e geralmente se conten­
tavam em fazer citações do seu exemplar,
contanto que isso servisse satisfatoriamente
a seu objetivo principal. Além disso, há al­
guns lugares em que parece que os autores
ou suas fontes fizeram uso de paráfrases ara-
maicas chamadas “targuns”. O rastreamento
das citações até as suas versões originais é,
em geral, cercado de muitas dificuldades e
só pode ser facilitado por meio do bom co­
nhecimento das origens e do desenvolvimen­
to das versões antigas, em geral, e da tradição
grega, em particular.
O PENTATEUCO SAMARITANO
O Pentateuco é a única parte das Escritu­
ras hebraicas que os samaritanos consideram
canônica e investida de autoridade. Uma das
conseqüências do cisma entre os judeus e
os samaritanos foi que suas edições do Penta­
teuco foram transmitidas de modo indepen­
dente entre si, já a partir do século II a.C.,
no mais tardar. Mas embora não haja dú­
vidas quanto à antiguidade do Pentateuco
3
A RSV em Isaías 2.6 traz “dar as mãos aos estrangei­
ros” (NVI: “fazem acordos com pagãos”). Não há sinal de
emenda do TM mudando byldy para bydy cf. “filhos” nas
versões ARA e ARC, como o TM , para “mãos”, na RSV.
20
As versões antigas
Samaritano (denominado PS a partir de ago­
ra), ele não é, nem de perto, tão antigo quanto
a comunidade samaritana sempre acreditou.
Afirmações inverossímeis são feitas especial­
mente em favor do rolo de Abisha;c diz-se
que foi copiado por Abishua (ou Abisua), o
bisneto de Arão (lC r 6.3,4), no décimo ter­
ceiro ano da instalação dos israelitas em
Canaâ. Isso, indubitavelmente, é propagan­
da exagerada que visa a amparar as afirma­
ções a favor da recensão samaritana contra
sua rival judaica. Na verdade, o rolo é consti­
tuído de duas partes costuradas. A cópia da
parte mais antiga (contendo Nm 33.1—
Dt 34.12) é relativamente recente, pois foi
feita no século XI d.C.
A rigor, o PS “na verdade não é uma ver­
são, mas uma transcrição”.4 Por ser a forma
textual do Pentateuco que foi transmitida no
norte de Israel, tem suas peculiaridades, mas
suas discrepâncias com a tradição massorética
dificilmente podem ser consideradas subs­
tanciais. Pois, embora haja em torno de 6 mil
diferenças entre o TM e o PS, muitas delas
são meras variantes ortográficas. Além disso,
o PS tem a tendência de simplificar formas e
construções difíceis e, em geral, de fazer “al­
terações típicas de textos populares”.3 Algu­
mas das outras discrepâncias do TM são
resultado evidente de preconceitos e tendên­
cias sectárias em ação no PS. Há várias refe­
rências, tanto explícitas quanto implícitas, a
Gerizim, o monte sagrado dos samaritanos
(cf. especialmente as interpolações depois
de Ex 20.17 e Dt 5.21). A intenção é sempre
apresentar Gerizim, e não Jerusalém, como
o centro de adoração escolhido por Deus em
Canaã. Em muitos lugares — as estimativas
variam entre 1.600 e 2 mil —, o PS concorda
com a Septuaginta contra o TM; às vezes a
evidência conjunta dos dois pode ser usada
para corrigir o TM, como em Gn 4.8, onde o
TM não traz as palavras “Vamos para o cam­
po” (cf. nota de rodapé na NVI). O PS, no
4S. J e l l ic o e . TheSeptuagintandModem Study. Oxford,
1968, p. 243.
5W ü r t h w e i n , op. cit., p. 32.
entanto, não foi transmitido com a mesma
precisão e fidelidade quanto o TM , e isso,
em conjunto com a óbvia coloração sectá­
ria, responde pela negligência com que os
críticos textuais o tratam. Só ocasionalmente
alguma citação ou alusão ao AT, no N T,
concorda exclusivam ente com o PS, tal
como, de forma especial, no registro do dis­
curso de Estêvão em At 7. Em tais casos,
não precisamos supor que o autor do N T
estivesse consultando o PS. Antes, é prefe­
rível concluir que o PS é o único testem u­
nho remanescente de uma leitura que, sem
dúvida, em certa época, esteve representada
em algum lugar da tradição da Septuaginta,
ou até dos targuns.
A primeira cópia do PS a chegar ao Oci­
dente foi trazida de Damasco por Pietro delia
Valle, em 1616, e as primeiras edições im­
pressas foram as que apareceram nas Poli­
glotas de Paris e de Londres (1632 e 1657
respectivamente). Uma edição apenas com
esse texto foi publicada em Oxford, em 1790,
por Benjamin Blayney. Naquela época, o PS
era tido em alta estima, e foram necessários as
pesquisas e os pronunciamentos do grande
crítico alemão Gesenius, no início do século
XIX, para rebater as reivindicações infunda­
das que foram feitas em favor desse texto.
Pesquisas mais recentes da morfologia do PS
mostram que ele reflete o hebraico comum
da Palestina, entre o século II a.G. e o século
III d.C. Os estudos paleográficos do erudito
americano F. M. Cross concordam com esta
avaliação: a versão não pode ser datada antes
do período asmoneu.
A SEPTUAGINTA
A Septuaginta é a decana das versões do
AT. Além do seu direito de primogenitura,
sua singularidade está garantida também por
seu uso constante por parte dos autores do N T
e dos cristãos primitivos, em geral. Além do
mais, essa versão tem um lugar especial na
antiga literatura grega, pois as Escrituras he­
braicas foram “o único escrito religioso orien­
tal que alcançou a honra de ter uma tradução
21
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  • 1. COMENTÁRIO BÍBLICO NVI A N T I G O E N O V O T E S T A M E N T O S F.F. Bruce O r g a n i z a d o r
  • 2. Editor geral F. F. BRUCE Comentário bíblico NVI Antigo e Novo Testamentos Tradução Valdemar Kroker 1. edição, 2008 Ia reimpressão, 2009 is/ Vida
  • 3. Vida ©1979, de Pickering & Inglis Ltd. Título do original NewInternationalBible Commentary edição publicada pela G rand R apids Uma divisão da Z ondervan (Grand Rapids, Michigan, EUA) Todososdireitos em línguaportuguesa reservadosporEditora Vida. P roibida a reprodução po r quaisquer m eios, salvo em breves citações, c o m indicação da f o n t e . Todas as citações bíblicas foram extraídas da Nova VersãoInternacional(NV1), ©2001, publicada por Editora Vida, salvo indicação em contrário. Todos os grifos são dos autores. E d ito r a V ida Rua Júlio de Castilhos, 280 CEP 03059-000 São Paulo, SP Tel: 0 xx 11 2618 7000 Fax: 0 xx 11 2618 7044 www.editoravida.com.br www.vidaacademica.net Editor responsável: Sônia Freire Lula Almeida Editor-assistente: Gisele Romão da Cruz Santiago Edição: Daniel de Oliveira Revisão: Josemar de Souza Pinto Assistente editorial: Alexandra Resende Diagramação: Efanet Design Capa: Arte Peniel 1. edição: 2008 I a reimpressão: mar. 2009 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Bruce, F. F. Comentário Bíblico NVI : Antigo e Novo Testamento / editor geral F. F. Bruce; tradução: Valdemar Kroker. — São Paulo : Editora Vida, 2008. Título original: New International Bible commentary based on the NVI ISBN 978-85-383-0085-4 1. Bíblia. A.T. — Comentários 2. Bíblia. N.T. — Comentários I. Bruce, FFrederick Fyvie, 1910-1990. C D D -221.7 08-08636 -225.7 índices para catálogo sistemático: 1. Antigo Testamento : Bíblia : Comentários 221.7 1. Novo Testamento : Bíblia : Comentários 225.7
  • 4. Sumário Prefácios................................................................................................................ix Lista dos colaboradores..................................................................................... xi Abreviações........................................................................................................xiv Livros e Revistas................................................................................................xv Abreviações gerais........................................................................................... xvi P arte um: A rtigos gerais — O A ntigo T estamento O Antigo Testamento e o cristão - F. F. Bruce..............................................3 O texto do Antigo Testamento - Alan R. M illard........................................14 As versões antigas - Robert P. G ordon...........................................................19 O cânon e os apócrifos - Gerald F. Haw thorne........................................... 33 A arqueologia e o Antigo Testamento - D. J. W isem an........................... 54 0 pano de fundo geral do Antigo Testamento - J. M. H ouston...............62 A teologia do Antigo Testamento - H. L. Ellison...................................... 76 A interpretação do Antigo Testamento - Harold H. Row don..................93 Introdução ao Pentateuco - David J. A.C lines...........................................109 Introdução aos livros históricos - L. O’B.David Featherstone............... 117 A cronologia do Antigo Testamento - F.F. Bruce....................................123 Introdução aos livros poéticos - F. F. Bruce.............................................125 Introdução à literatura sapiencial - F. F. Bruce........................................131 Introdução aos livros proféticos - G. C.D. Howley....................................137 P arte dois: O A ntigo T estamento Gênesis - H. L. Ellison; David F. Payne.....................................................151 Êxodo - Robert P. Gordon..............................................................................205 Levítico - Robert P. Gordon...........................................................................261 Números - T. Carson....................................................................................... 295 Deuteronômio - Peter E. Cousins................................................................353 Josué - John P. U. Lilley.................................................................................390 Juizes - Carl Edwin Armerding.....................................................................422 Rute - Charles A. Oxley..................................................................................465 1 e 2Samuel - Laurence E. Porter.................................................................475 1 e 2Reis - Charles G. M artin.........................................................................537 1 e 2Crônicas - J. Keir Howard......................................................................604 Esdras - Stephen S. Short................................................................................668 Neemias - Stephen S. Short............................................................................680 Ester - John T. Bendor-Samuel.....................................................................694 Jó - David J. A. Clines......................................................................................711
  • 5. Sumário Salmos - Leslie C. Allen; John W. Baigent................................................. 756 Provérbios - Charles G. M artin.................................................................... ..905 Eclesiastes - Donald C. Fleming.................................................................. 957 Cântico dos Cânticos - R. W. O rr....................................................................973 Isaias - David F. Payne....................................................................................989 Jeremias - D. J. Wiseman.............................................................................. 1059 Lamentações - W. Osborne.......................................................................... 1110 Ezequiel - F. F. B ruce.................................................................................. 1119 Daniel - Alan R. M illard............................................................................... 1174 Oséias - G. J. Polkinghome ..........................................................................1209 Joel - Paul E. Leonard....................................................................................1228 Amós - J. Keir H ow ard..................................................................................1239 Obadias - W. Ward G asque................................................... .................. ....1269 Jonas - Michael C. Griffiths..........................................................................1272 Miquéias - David J. C lark.............................................................................1289 Naum - E. M. Blaiklock................................................................................1303 Habacuque - Alan G. N u te........................................................................1309 Sofonias - Victor A. S. Reid...........................................................................1320 Ageu - F. Roy Coad........................................................................................ 1331 Zacarias - David J. E llis................................................................................ 1337 Malaquias - W. Ward G asque...................................................................... 1372 P arte três: A rtigos gerais — O N o vo T estamento A autoridade do Novo Testamento - G. C. D. H ow ley........................1383 Texto e cânon do Novo Testamento - David F. Payne........................1394 A língua do Novo Testamento - David J. A. Clines...... ........................ 1403 Descobertas arqueológicas e o Novo Testamento - Alan R. M illard...........................................................................................1413 O pano de fundo social do Novo Testamento - J. M. H ouston............1422 O pano de fundo histórico-político e a cronologia do Novo Testamento - Harold H. Rowdon..............................................1438 O pano de fundo religioso do Novo Testamento (pagão) - Harold H. Rowdon....................................................................................1451 O pano de fundo religioso do Novo Testamento (judaico) - H. L. Ellison...............................................................................................1458 O desenvolvimento da doutrina no Novo Testamento - Walter L. Liefeld..................................................................... .................1467 O evangelho quádruplo - F. F. B ruce........................................................1485 A igreja apostólica - F. Roy C oad...............................................................1499 As cartas de Paulo - G. C. D. Howley.........................................................1515 As epístolas gerais - F. F. B ruce.................................................................1530 O uso neotestamentário do Antigo Testamento - David J. E llis..... .1538 VI
  • 6. Sumário P arte quatro: O N ovo T estamento Mateus - H. L. Ellison...................................................................................1553 Marcos - Stephen S. Short.............................................................................1602 Lucas - Laurence E. Porter.......................................................................... 1637 João - David J. Ellis....................................................................................... 1702 Atos - Ernest H. Trenchard.......................................................................... 1753 Romanos - Leslie C. A llen.......................................................................... 1823 ICoríntios - Paul W. M arsh...........................................................................1868 2Coríntios - David J. A. Clines....................................................................1927 Gálatas - F. Roy C oad.................................................................................. 1964 Efésios - George E. H arpur......................................................................... 1983 Filipenses - H. C. H ew lett.......................................................................... 2000 Colossenses - Ernest G. Ashby....................................................................2016 1 e 2Tessalonicenses - Peter E. Cousins................................................. 2029 1 e 2Timóteo / Tito - Alan G. N u te..........................................................2046 Filemom - Ernest G. A shby........................................................................ 2082 Hebreus - Gerald F. Hawthorne.................................................................2085 Tiago - T. C arson.......................................................................................... 2130 IPedro - G. J. Polkinghorne........................................................................ 2153 2Pedro - David F. Payne............................................................................. 2173 1, 2 e 3 João - R. W. O rr................................................................................. 2183 Judas - David F. Payne.................................................................................2208 Apocalipse - F. F. Bruce...............................................................................2212
  • 7. Mapas N? Título Página N? Título Página 1 A divisa Israel-Judá 23 Distritos de Salomão............................. ......548 (IRs 15; 2Cr 13—16)................. 24 O Reino do N orte.......................................563 2 Canaã dos patriarcas....................................112 25 Invasões síria e assíria............................ ......584 3 A península do Sinai....................................260 26 A queda de Judá...........................................602 4 Jerico.............................................................394 27 O retomo à terra......................................... 684 5 Ai e Betei.....................................................400 28 A terra dos profetas............................... .... 1037 6 As cidades dos heveus.................................401 29 O mundo dos profetas........................... ,... 1044 7 A campanha no sul.......................................402 30 As estradas principais na época dos romanos ... 1426 8 A campanha no norte..................................404 31 A Palestina dos evangelhos....................... 1431 9 Palestina e Transjordânia...........................406 32 Asia Menor.................................................. 1433 10 O território oriental....................................407 33 As viagens de Paulo............................... .... 1434 11 Judá, a divisa ao norte.................................408 34 O Oriente Médio nos tempos dos patriarcas ... 2261 12 Judá, a divisa ao sul......................................408 35 O êxodo e a conquista de Canaã.......... .... 2262 13 Judá ocidental............................. .................409 36 0 império de Davi e Salomão.................. 2263 14 Judá oriental............................... .................410 37 O reino dividido......................................... 2264 15 Efraim e Manassés.......................................411 38 A vida e o ministério de Jesus.................. 2265 16 Benjamim.....................................................412 39 Primeira e segunda viagens missionárias 17 Simeão..........................................................413 de Paulo.................................................. .... 2266 18 D ã................................................ .................414 40 Terceira viagem missionária de Paulo 19 Norte da Galiléia.........................................416 e viagem a Roma....................................... 2267 20 Sul da Galiléia............................ .................417 4 1 0 Império Romano na época do 21 Guerras dos juizes........................................436 Novo Testamento..................................... 2268 22 Ataques dos filisteus....................................488 42 Mapa físico da Terra Santa....................... 2269 Mapa 1 — A divisa Israel-Judá (IRs 15; 2Cr 13— 16) viu
  • 8. Prefácio à primeira edição Este volume representa uma ampliação surgida a partir da publicação do A New Testament Commentary, em 1969. Cristãos evangélicos de todos os segmentos rece­ beram muito bem aquela obra, e houve muitos pedidos para que se publicasse um livro abrangendo a Bíblia toda. Foi possível aumentar anossa equipe inicial, e apresente obra é o resultado disso. Fomos encorajados pela reação daqueles que tão prontamente decidiram fazerparte do corpo de colaboradores. Uma alegriaespecial que experimentei é que quase todos os membros da equipe de autores estão ligados amim por laços de amizade pessoal. Desde quando saiuo volume anterior, passeipor um período degraveenfermidade, que deixou suamarca, enãopoderiaterassumido aresponsabilidadedeeditorgeralnão fosse aajudae o conselho constantes do professor F. F. Bruce. Na parte do Novo Testa­ mento, o sr. H. L. Ellisonatuoucomo editorconsultor; naseçãodoAntigoTestamento, eletambémprestouajudavaliosaem umasériede questões, talvezespecialmenteno seu trabalho editorial no livro de Números, além do seu artigo sobre aTeologia do Antigo Testamento eo seu comentário sobre Gênesis 1— 11. Os estudos bíblicos nunca podem permanecerestáticos, pois apassagemdo tempo traz nova luz sobre o texto, seja com referência adados históricos ou a outros dados factuais em conseqüência de novas descobertas, sejapor intermédio de percepções de estudiosos e outros que se aplicam a refletir sobre a Palavra de Deus. A atmosfera atual do pensamento teológico é tal que correntes muito diferentes são discerníveis, tanto liberais quanto conservadoras. O propósito deste comentário é fornecer uma baseparaaexegesedas Escrituras que procuraestaratualizada. A naturezadaobraevita a ênfase em aspectos devocionais ou exortativos; antes, ocupa-se em fazer um exame detalhado do texto como tal. Emboraaperspectivasejaconservadora, não será (assim esperamos) obscurantista. Queremos colocar nas mãos de cristãos de todas as cor­ rentes e denominações uma obraque estejaassentadasobre acrençahistórica e orto­ doxa na autoridade das Escrituras Sagradas. Procuramos evitar ser meramente acadêmicos; nosso objetivo é atrair a atenção tanto dos que não são expertsem teologiacomo daqueles que têm umaformação mais amplae percepções maisprofundas nessecampo de estudo. Emboratenhamos tentado nos atua-lizar em todo o material, é compreensível que em algumas questões talvez nuncase alcancemasconclusões definitivas, em virtude de novos fatores que surgem de tempos em tempos. Os artigos que precedem cada seção do comentário cobrem um amplo leque de assuntos, e esperamos que se mostrem tão valiosos como acrés­ cimos à obraquanto o foram os artigos incluídos no A New Testament Commentary. Convidamos colaboradores de diferentes ramos da igreja cristã, que não se limi­ tam a nenhum grupo ou denominação. Eles demonstram uma atitude objetiva e
  • 9. Prefácios positiva no seu trabalho, com liberdade para expressar suas idéias com relação aos assuntos que estão tratando, sem nenhuma tentativa de forçar suas contribuições para que caibam em um molde comum e uniforme. A Revised StandardYersion da Bíblia foi usada como texto-base, e expressamos nossa gratidão ao Concílio Nacional das Igrejas de Cristo nos Estados Unidos pela permissão para usarmos esse texto. Como no volume anterior, lançamos esta obra com oração pela bênção de Deus sobre ela e sobre todos os que consultarem suas páginas ou refletirem sobre seu conteúdo para a edificação e fortalecimento da sua vida espiritual. G. C. D. Howley Prefácio à segunda edição A característica marcante desta nova edição do Bible Commentaryfor Today é a substituição da Revised Standard Version (Versão Revisada Padrão) pela New InternationalVersion (NovaVersão Internacional) como texto-base. Aproveitamos a oportunidade para fazer algumas correções e atualizações menores, especialmente nas bibliografias. Além do falecido sr. Andrew Gray, cujo trabalho em adaptar o comentário à New International Version é reconhecido a seguir, o dr. Robert P. Gordon e o sr. David G. Deboys fizeram contribuições muito valiosas no preparo desta edição. Desde que a primeira edição foi publicada em 1979, dois membros da equipe editorial faleceram — sr. G. C. D. Howley e sr. H. L. Ellison. Esses dois homens investiram muito tempo de trabalho árduo neste Comentário, especialmente o sr. Howley, editor-chefe, para quem esta obra se torna um monumento digno e permanente. E E Bruce Dedicado ao falecido sr. Andrew Gray D.S.C., M.A., que dedicou muitas horas ao preparo desta nova edição.
  • 10. Lista de colaboradores L eslie C. Al l e n , M .A ., Ph.D., professor de Antigo Testamento no Fuller Theological Seminary, Pasadena, California, E U A . Salmos, Romanos. C arl E d w in A r m erd in g , B.C., Ph.D., reitor e professor de Antigo Testa­ mento no Regent College, Vancouver, B.C., Canadá. Juizes. E r n est G. Ashby, B.A., B .D ., M .A ., A .K .C ., ex-diretor de Educação Reli­ giosa na Tottenham Grammar School (antiga T he Somerset School). Colossenses, Filemom. J o h n W. Ba ig e n t, B.D., A.R.C.O., professor de Bíblia, pastor e conferencista em convenções, ex-professor sênior e diretor de Estudos Religiosos no West London Institute of Higher Education. Salmos. J o h n T. B e n d o r -S a m u e l , M.A., Ph.D., v ic e - p r e s id e n te e x e c u tiv o n o W ycliffe B ible T ran sla to rs an d S u m m er In s titu te o f L in g u istics. Ester. E. M. Blaiklock (já falecido), O .B .E ., M.A., Litt.D., professor emérito de Estudos Clássicos na Auckland University, Nova Zelândia. Naum. F . F . B r u c e, MA., D.D., F .B .A ., professor emérito de Crítica Bíblica e Exegese na Universidade de Manchester. 0 Antigo Testamento e o cris­ tão, A cronologia do Antigo Testamento, Introdução aos livros poéticos/à literatura sapiential, Ezequiel, 0 evangelho quádruplo, As epístolas gerais, Apocalipse. T. C arson, M.A., Dip.Ed, editor da Australian Missionary Tidings. Números, Tiago. D avid J. C lark, M.A., B .D ., P h .D ., A.L.B.C., consultor de tradução na United Bible Societies, Port Moresby, Papua, Nova Guiné. Miquêias. D avid J. A. C l in e s , M.A., professor de Estudos Bíblicos na Universidade de Sheffield. Jó, 2Coríntios, Introdução ao Pentateuco, A lingua do Novo Testamento. F. R oy C oad, F.C .A ., autor e ex-editor da The Harvester. Ageu, Gálatas, A igreja apostólica. P e t e r E. C ousins, M.A., B.D., diretor editorial em The Paternoster Press, Exeter, ex-professor titular de Estudos Religiosos no Gipsy Hill College, Kingston-upon-Thames. Deuteronômio, 1 e 2Tessalonicenses. D avid J. E l l is , B .D ., M.Th., ministro da American Community Church, Cobham, Surrey, Inglaterra, ex-professor titular e diretor de Estudos Religiosos no Trent Park College, Cockfosters. Zacarias, Evangelho de João, 0 uso neotestamentário do Antigo Testamento. H. L. E ll iso n (já falecido), B.A, B.D., escritor, ex-missionário e conferen­ cista no Bible College. Gênesis, Evangelho de Mateus, A teologia do Antigo Testamento, 0 pano de fundo religioso do Novo Testamento (judaico). L. O’B. D avid F ea t h e r st o n e , M.A., diretor do Departamento de Estudos Religiosos na Godolphin and Latymer School, Londres. Introdução aos livros históricos.
  • 11. Lista de Colaboradores D o n a ld C. F l e m in g ; L.Th., escritor, professor de Bíblia na Austrália, mis­ sionário na Tailândia. Eclesiastes. W . W ard G asque, B.A., B.D., M.Th., Ph.D., vice-reitor e professor de Estu­ dos do Novo Testamento no Regent College, Vancouver, B.C., Canadá. Obadias, Malaquias. R o b er t P. G o r d o n , M.A., Ph.D., professor de Divindade na Universidade de Cambridge. Êxodo, Levítico, A? versões antigas. M ich a el C. G r if fit h s , M.A., D.D., escritor, missionário no Japão, diretor geral da Overseas Missionary Fellowship e atual reitor do London Bible College. Jonas. G e o r g e E. H a rpu r, professor de Bíblia e conferencista em convenções. Efésios. G erald F. H a w th o rn e, B.A., M.A., B.Th., Ph.D., professor de grego no Wheaton College, Wheaton, Illinois, EUA. 0 cânon e os apócrifos, Hebreus. H . C. H e w l e t t (já falecido), professor de Bíblia e conferencista na Nova Zelândia. Filipenses. J. M. H o u sto n , M.A., B.Sc., D.Phil., ex-chanceler do Regent College, Van­ couver, B. C., Canadá. O pano de fundo social do Antigo Testamento, 0 pano de fundo social do Novo Testamento. J. K e ir H ow ard, M.D., B.D., M.Th., M.C.C.M. (N.Z.), M.F.O.M., D .I.H ., ministro batista. Ex-professor sênior de Medicina Ocupacional na Uni­ versidade de Otago, Nova Zelândia. Professor de Bíblia. 1 e 2Crdni- cas, Amós. G. C. D. H owley (já falecido), professor de Bíblia, conferencista, ex-editor da T he Witness. Introdução aos livros proféticos, A autoridade do Novo Testamento, As epistolas de Paulo. P aul E. L eo n ard, B.Sc., M.Th., Ph.D., ex-professor adjunto de Novo Tes­ tamento na Trinity Evangelical Divinity School. Deerfield, Illinois, USA. Joel. W a lte r L . L ie f e l d , Th.B, M.A., Ph.D., professor de Novo Testamento na Trinity Evangelical Divinity School, Deerfield, Illinois, USA. 0 desen­ volvimento da doutrina no Novo Testamento. Jo h n P. U. L illey , M.A., F.C.A., A.T.I.I., revisor contábil. Josué. P aul W. M a rsh , B.D., consultor bíblico da Scripture Union, Londres. ICorintios. C h arles G. M a rtin , B.Sc. B.D., diretor do Bilborough College, Nottingham. I e 2Reis, Provérbios. Alan R. M illa r d , M.A., M.Phil., F.S.A., versado em línguas semíticas an­ tigas e hebraico na Universidade de Liverpool. Daniel, 0 texto do Antigo Testamento, Descobertas arqueológicas e o Novo Testamento. Alan G. N u t e , professor de Bíblia e conferencista. Habacuque, 1 e 2Timóteo, Tito. R. W. O rr, Ph.C., D.B.A., missionário e professor de Bíblia. Cântico dos Cânticos, 1, 2 e 3João. xii
  • 12. Lista de Colaboradores W. O sb o r n e , M.A., M.Phil., professor de Antigo Testam ento no Bible College of New Zealand, Auckland. Lamentações. C h a r les A. O x ley , M .A ., A .C .P., diretor do Tower College, Rainhill; Scarisbrick Hall School, Hamilton College e Liverpool Bible College. Rute. D avid F. P ayne, B.A., M.A, oficial de registro no London Bible College. Genesis, Isat'as, 2Pedro, Judas, Texto e cânon do Novo Testamento. G. J. P o lk in g h o r n e, Dip.Th., funcionário público aposentado, editor asso­ ciado da Harvester e professor de Bíblia. Oséias, IPedro. L a urence E. P o r ter (já falecido), B.A., diretor e professor no Bible College. 1 e 2Samuel, Evangelho de Lucas. V icto r A. S. R eid , B.D., A.L.B.C., Diretor do Belfast Bible College. Sofonias. H arold H . R o w d on , B.A., Ph.D., professor sênior de História da Igreja e assistente residente sênior no London Bible College. A interpretação do Antigo Testamento, 0 pano defundo histórico-político do Novo Testamento, 0 pano de fundo religioso do Novo Testamento (pagão). STEPHENS. Sh o r t, M.B., Ch.B., M.R.C.S., L.R.C.P., B.D., A.L.B.C., profes­ sor de Bíblia e conferencista. Esdras, Neemias, Evangelho de Marcos. E r n est H. T ren ch a rd (já falecido), B.A., A.C.P., ex-diretor de Literatura Bíblica, Madri, missionário e escritor. Atos dos Apóstolos. D. J. W isem an, O.B.E., M.A., D.Lit., A.K.C., F.B.A., F.K.C., F.S.A., profes­ sor emérito de Assiriologia na Universidade de Londres. Jeremias, A arqueologia e o Antigo Testamento.
  • 13. Abreviações A n t ig o T e st a m e n t o Novo T e st a m e n t o Gn Gênesis Mt Mateus Êx Êxodo Mc Marcos Lv Levítico Lc Lucas Nm Números Jo João Dt Deuteronômio At Atos Js Josué Rm Romanos Jz Juizes ICo lCoríntios Rt Rute 2Co 2Coríntios ISm ISamuel G1 Gálatas 2Sm 2Samuel Ef Efésios lRs IReis Fp Filipenses 2Rs 2Reis Cl Colossenses lCr lCrônicas lT s lTessalonicenses 2Cr 2Crônicas 2Ts 2T essalonicenses Ed Esdras lT m lT im óteo N e Neem ias 2Tm 2Tim óteo Et Ester T t Tito Jó Jó Fm Filem om SI Salmos Hb Hebreus Pv Provérbios T g Tiago Ec Eclesiastes IP e IPedro Gt Cântico dos Cânticos 2Pe 2Pedro Is Isaías IJo ljoão Jr Jeremias 2Jo 2João Lm Lamentações 3Jo 3João de Jeremias Jd Judas Ez Ezequiel Ap Apocalipse Dn Daniel Os Oséias J1 Joel Am Amos Ob Obadias Jn Jonas Mq Miquéias Na Naum Hc Habacuque Sf Sofonias Ag Ageu Zc Zacarias Ml Malaquias xiv
  • 14. Livros e revistas ALUOS Annual oftheLeeds University JTVI JournaloftheTransactionsoftheVictoria OrientalSociety Institute ANEP Pritchard, AncientNearEastinPictures LA (Livro da) Aliança de Damasco ANET Pritchard, AncientNearEastern Texts LOB Aharoni, TheLand oftheBible Ant. Josefo, Antiquities oftheJews MBA Macmillan BibleAtlas AOOT K. A. Kitchen, Ancient Orientand Old NBC New Bible Commentary, 1953 Testament, 1966 NBC3 NewiBibleCommentary BA BiblicalArchaeologist Revised, 1970 BASOR Bulletin oftheAmerican Schools of NBCR NewBibleCommentary OrientalResearch Revised, 1970 BDB Brown, Driver, Briggs, HebrewLexicon NBD NewBibleDictionary BJRL Bulletin oftheJohn RylandsLibrary NCB New Clarendon Bible BKAT BiblischerKommentarzum Alten NCentB New CenturyBible Testament NICNT New InternationalCommentary BZAW Beiheftzur Zeitschriftfür die on theNew Testament alttestamentliche Wissenschaft NICOT New InternationalCommentary CB TheCambridgeBible on the Old Testament CBC CambridgeBibleCommentary NLC New London Commentary CBQ CatholicBiblicalQuarterly NTC G. C. D. Howley, ed., A New CBSC CambridgeBibleforSchoolsandColleges Testament Commentary, 1969 CH Código de Hamurabi OIL OldTestamentLibrary CHB TheCambridgeHistory oftheBible PCB Peake’ s Commentary on theBible, ed. DBT Leon-Dufour, ed., DictionaryofBiblical rev., 1962 Theology, 1973 PEQ PalestineExploration Quarterly DOTT D. W. Thomas, ed., Documentsfrom RB Revue Biblique Old Testament Times SBT Studies in Biblical Theology EAEHL Avi-Yonah, ed., Encyclopaedia of SJT ScottishJournalofTheology ArchaeologicalExcavations in the Holy SVT Supplements to Vetus Testamentum Land, 1976 TB Tyndale Bulletin EB Expositor’ sBible TB Talmude Babilônico EBT J. B. Bauer, ed., Encyclopaedia of TC Torch Commentary Biblical Theology, 1970 TDNT Kittel, TheologicalDictionary EQ EvangelicalQuarterly ofthe New Testament HDB J. Hastings, ed., Dictionary oftheBible TDOT Botterweck & Ringgren, Theological IB TheInterpreter’ s Bible Dictionary ofthe Old Testatnent ICC InternationalCriticalCommentary Th.Rv. Theologische Revue IDB TheInterpreter’s Dictionary oftheBible TOTC Tyndale Old Testament Commentary IEJ IsraelExploration Journal Tyn.B. Tyndale Bulletin ISBE TheInternationalStandardBible UT Gordon, Ugaritic Textbook Encyclopedia VT Vetus Testamentum JBL JournalofBiblicalLiterature WC Westminster Commentaries JBR JournalofBibleandReligion WBC WycliffeBibleCommentary JJS JournalofJewish Studies WTJ Westminster TheologicalJournal JNES JournalofNearEastern Studies ZAW Zeitschriftfür die alttestamentliche JPOS Journal ofthe Palestine OrientalSociety Wissenschaft JSS JournalofSemiticStudies ZPEB The Zondervan Pictorial Encyclopedia JTS Journal of TheologicalStudies oftheBible XV
  • 15. Abreviações gerais AB Anchor Bible LXX Septuaginta ad loc. no lugar referido m. morreu (em) Aq. tradução grega do Antigo mg. margem Testamento de Aquila MS(S) manuscrito(s) ARA Almeida Revista e Atualizada n. nota aram. aramaico NAB T he New American Bible ARG Almeida Revista e Corrigida NASB New American Standard Bible art. artigo NEB New English Bible art. cit no artigo citado NIV The New International Version BJ Bíblia de Jerusalém nr. nota de rodapé c. por volta de (época, tempo) NVI Nova Versão Internacional cap(s). capítulo(s) op. cit. na obra citada acima cf. confira p- página(s) com. comentário pi­ plural comp. compare p s Pentateuco Samaritano cont. continuação q.v. queira ver contra ao contrário de RSV Revised Standard Version cor. correção RV Revised Version cp. compare ss e seguintes ct. contraste com sam. samaritano e.g. por exemplo scil. ou seja ed. editor (ou editado), edição sec. século esp. especialmente sim. Símaco GNB Good News Bible (Linguagem sir. Siríaco de Hoje em inglês) s.v. sob a palavra (vocábulo) gr- grego T.I. tradução inglesa heb. hebraico targ. targum ibid. no mesmo livro (ou passagem) TM Texto Massorético in loc. no lugar citado trad. traduzido ou tradução infra abaixo V . versículo, versículos (ou ver) JB Jerusalem Bible V.I. versão(ões) inglesa(s) lat. latim VA Versão Autorizada lit. literalmente viz. ou seja loc. cit. na passagem já citada Vulg. Vulgata
  • 16. Parte 1 Artigos Gerais O Antigo Testamento
  • 17. Parte 1 Artigos Gerais O Antigo Testamento
  • 18. O Antigo Testamento e o cristão F. F. BRUCE O ANTIGO TESTAMENTO NA IGREJA Além do seu status de Escritura sagrada, o AT é uma obra literária das mais interessan­ tes e valiosas por si só, um objeto digno de estudos intensos e constantes. Posto na sua perspectiva histórica e interpretado corre­ tamente, ele se constitui em fonte primária indispensável para uma fase importante da história — especialmente a história religiosa — do Antigo Oriente Médio. Parte do seu conteúdo é do mais elevado nível literário, e muito desse conteúdo ainda gera reações de apreciação espiritual no leitor e proporcio­ na-lhe um meio de expressar as aspirações mais profundas da sua própria alma. Tudo isso vale tanto para leitores cristãos quanto para os outros, mas os cristãos têm de considerar ainda o seu status como parte das Escrituras Sagradas da igreja cristã. O AT está investido de autoridade espe­ cial como Escritura sagrada não só para cris­ tãos, mas também para judeus e muçulmanos. Na ortodoxia judaica, a Bíblia hebraica, que contém a Lei, os Profetas e os Escritos, é toda a Palavra de Deus. A sua interpretação é regu­ lamentada pela tradição e, por motivos po­ lêmicos ou apologéticos, a tradição tem recebido algumas vezes status equivalente ao do texto, mas tanto em princípio como de fato o texto escrito tem prioridade e é normativo. No islamismo, o tawrat (as Escri­ turas judaicas), e o injil (as Escrituras cristãs) registram a revelação de Deus dada por meio de profetas anteriores, que seria então final­ mente reiterada e confirmada na revelação dada por meio de Maomé e registrada por escrito no Alcorão. Já na igreja cristã, o AT é reconhecido tra­ dicionalmente como o texto que registra os estágios iniciais desse processo contínuo de revelação divina e de resposta humana, que teve seu cumprimento em Cristo, sendo o N T o registro desse cumprimento. Se o que Deus falou a nossos antepassados por meio dos pro­ fetas, muitas vezes e de muitas maneiras, está preservado no AT, o NT, por sua vez, nos conta que “nestes últimos dias falou-nos por meio do Filho” (Hb 1.12). Mas, se colocarmos a questão dessa maneira, poderemos negligen­ ciar o fato de que nas primeiras gerações da sua existência a única Bíblia da igreja cristã era o AT, e ela se deu muito bem tendo so­ mente o AT. Quando nosso Senhor afirma que “são as Escrituras que testemunham a meu respeito” (Jo 5.39), ele está se referindo às Escrituras do AT. Quando é dito a Timóteo que “toda Escritura é inspirada por Deus”, a referência é àqueles escritos sagrados com que Timóteo estava familiarizado desde a infân­ cia — ou seja, os escritos do AT (a propósito, na versão LXX). Timóteo é lembrado que esses são os escritos “que são capazes de torná-lo sábio para a salvação mediante a fé em Cristo Jesus” e que proporcionam uma instrução abrangente e completa “para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra” (2Tm 3.15-17). Era do AT que os primeiros pregadores cristãos, se­ guindo o exemplo do seu Mestre, extraíam seus textos; e o faziam de maneira formal e expressa quando se dirigiam a audiências judaicas e de maneira implícita quando pre­ gavam aos gentios. Assim como Jesus afir­ mou que não viera abolir a Lei e os Profetas, 3
  • 19. O Antigo Testamento e o cristão mas para cumpri-los (Mt 5.17), Paulo tam­ bém afirma que a Lei e os Profetas testemu­ nham do evangelho da justificação pela fé (Rm 3.21,22). Mesmo já quase na metade do segundo século da era cristã, os escritos do AT ainda desfrutavam dessa dignidade única. Tem-se comentado muitas vezes quão expressivo é o número de pagãos cultos do século II, como Justino Mártir e seu discípulo Taciano, que se converteram ao cristianismo — e eles mesmos dão testemunho disso — por meio da leitura do AT grego. Nessa época, natu­ ralmente, a maioria dos documentos que constituem o N T já existia e circulava havia décadas, mas ainda não tinha recebido acei­ tação geral como uma coleção de escritos do mesmo nível que o AT, como sendo o vo­ lume do cumprimento ao lado do volume da promessa. No entanto, quando falamos desse status singular do AT na igreja primitiva, estamos falando do AT interpretado e cumprido por Jesus. A igreja e a sinagoga compartilhavam do mesmo texto sagrado (faz pouca diferen­ ça se, em algumas regiões de fala grega, o cânon da igreja era ligeiramente mais abran­ gente do que o cânon da sinagoga), mas o texto era com preendido de formas tão diversas pela igreja e pela sinagoga que po­ deria até parecer que estivessem usando duas Bíblias diferentes. Em vão, Justino ten­ ta convencer Trifo, no seu Diálogo com o judeu Trifo, da verdade do cristianismo, re­ correndo às Escrituras que ambos reconhe­ cem como divinas: o apelo de Justino pressupõe uma interpretação que Trifo não consegue aceitar. Essa interpretação pode ser resumida na afirmação de que Cristo e o evangelho são o tema do AT. “Todos os profetas dão teste­ munho dele, de que todo o que nele crê recebe o perdão dos pecados m ediante o seu nome” (At 10.43). Os profetas podem até ter investigado e examinado cuidado­ samente as Escrituras “procurando saber o tempo e as circunstâncias para os quais apon­ tava o Espírito de Cristo que neles estava” 4 (IPe 1.10,11), mas as pessoas que testemu­ nharam os eventos da salvação não precisa­ ram de tal investigação ou exame; elas sabiam. A pessoa era Jesus; a época era ago­ ra. Essa compreensão do AT permeia de for­ ma tão ampla e completa os escritos do N T que ela certamente vai além desses escritos até o próprio Jesus, e este é, de fato, o teste­ munho dos Evangelhos e de todas as cama­ das da tradição que podem ser identificadas na sua base. O anúncio das boas-novas aos po­ bres, que de acordo com os profetas do AT caracterizava a proclamação do ano da bon­ dade do Senhor (Is 61.1,2), é apresentado por Jesus como a essência do seu próprio ministé­ rio: “Hoje”, ele disse, “se cumpriu a Escritura que vocês acabaram de ouvir” (Lc 4.18-21; cf. 7.22). Ele deixou bem claro que isso fazia parte do advento desse reino que, de acordo com outro autor do AT, o Deus dos céus esta­ beleceria em dias futuros (Dn 2.44; 7.14, 22,27). Ele parabenizou seus discípulos por­ que eles viviam numa época em que podiam experimentar coisas que profetas e homens justos de outros tempos tinham, em vão, de­ sejado ver e ouvir (Mt 13.15,16; Lc 10.23,24). E se no final seu ministério seria coroado com a morte, então isso também — para que ele “sofra muito e seja rejeitado com desprezo” — era algo que estava escrito acerca do “Fi­ lho do homem” (Mc 9.12). Seguro disso, ele submeteu-se a seus captores com as palavras: “Mas as Escrituras precisam ser cumpridas” (Mc 14.49). Os seus seguidores, portanto, descobriram que as Escrituras do AT estavam repletas de novo sentido à medida que desvendavam seus mistérios mais profundos com a chave que o seu Mestre lhes dera. Quando seu testemu­ nho foi perpetuado de forma escrita, e os do­ cumentos que o perpetuaram foram, no devido tempo, reunidos e canonizados no NT, a au­ toridade do AT não foi, de forma alguma, diminuída. Também, quando na primeira me­ tade do século II Marcião afirmou que Jesus e o evangelho eram coisas completamente novas, não relacionadas a nada que havia ocor­ rido antes, negando assim que o AT tivesse
  • 20. O Antigo Testamento e o cristão o direito de ser tratado como Escritura cristã, a igreja não deu nenhuma guarida a ele nem às suas convicções. Alguns argumentos usa­ dos para refutá-lo talvez tenham sido tolos, mas havia uma sã intuição de que o evange­ lho não floresceria com mais vigor se fosse cortado de suas raízes do AT. A PALAVRA DE DEUS NO AT É verdade que houve uma mudança de perspectiva na igreja desde os primeiros dias em que o AT era a sua única Bíblia, tornada compreensível pelo seu cumprimento em Cristo. Hoje em dia a tendência é valorizar mais o N T do que o AT. Creio que há con­ cordância geral de que o conhecimento do AT é necessário para a compreensão do NT. Em primeiro lugar, ele registra a preparação para o evangelho, é o relato do que aconte­ ceu antes, sem o que o evangelho não pode ser com preendido adequadam ente. Além disso, o N T está de tal modo repleto de cita­ ções do AT que o conhecimento deste é tão essencial para sua apreciação quanto o conhe­ cimento dos clássicos gregos e latinos é es­ sencial para a apreciação da obra de Milton (por exemplo).1 Mas para Milton os clássicos em grego ou latim não continham autorida­ de própria; eles proporcionavam uma mina inexaurível de alusões literárias. As alusões ao AT no NT, no entanto, não estão ali para efeitos literários; elas implicam o reconheci­ mento da autoridade inerente ao próprio AT. Os autores do N T consideravam que o con­ teúdo da sua mensagem estava organicamen­ te de acordo com a mensagem do AT, a ponto de o AT e o N T poderem ser considerados duas partes de uma mesma sentença, cada parte sendo essencial para a compreensão do todo. Essa percepção está destacada no ar­ tigo VII dos “Trinta e nove artigos”, que começa assim: “O Antigo Testam ento não é contrário ao Novo; porquanto em ambos, !John Milton (1608-1674) é o maior poeta épico da língua inglesa. Sua obra-prima é Paradise Lost [O paraíso perdido, E diouro, 2000]. [N. do T.] tanto no Antigo como no Novo, a vida eterna é oferecida ao gênero humano por Cristo, que é o único Mediador entre Deus e o ho­ mem, sendo Ele mesmo Deus e Homem...”. A unidade da mensagem dos dois testa­ mentos não deve ser estabelecida por meio de exercícios tipológicos fantasiosos, que encontram nos escritos do AT as mais diver­ sas doutrinas neotestamentárias, das quais nem os autores originais nem seus leitores poderiam sequer suspeitar. Essa unidade pode ser demonstrada de forma mais eficien­ te por meio do reconhecimento de um pa­ drão recorrente de ação divina e resposta humana, como é traçado, por exemplo, em ICo 10.1-11 ou Hb 3.7—4.13. Houve muitas tentativas de apresentar essa ininterrupta mensagem de uma forma que destacasse o seu significado básico e a sua adequada plenitude em Cristo. Entre essas tentativas, provavelmente a mais bem- sucedida seja aquela que a apresenta como a “história da salvação” (Heilsgeschichte), o rela­ to dos atos salvíficos de Deus que tiveram sua consumação na obra salvífica de Cristo. D eus é aclamado repetidam ente no AT como a “salvação” do seu povo. Ele se ma­ nifesta nessa qualidade em épocas sucessi­ vas da história do AT, mas de forma especial no êxodo do Egito e no retorno do exílio babilónico (cf. Êx 15.2; Is 45.15-17). O regis­ tro da primeira dessas libertações fornece um modelo de narrativa no qual a segunda liber­ tação pode ser retratada, e o registro das duas fornece um modelo de narrativa usado no N T para retratar a obra salvífica de Cristo. A salvação de Deus e o seu juízo, no Anti­ go Testamento, são dois aspectos da mesma ação: se ele vindicou o seu nome ao permitir que seu povo fosse para o exílio por se rebelar contra ele, da mesma forma vindicou o seu nome ao trazê-lo de volta. A salvação desse povo é a sua vindicação (cf. SI 98.1-3). No ato culminante do evangelho, esses temas gê­ meos de salvação e juízo coincidem: Jesus absorve o julgamento na sua própria pessoa e assim realiza a salvação do seu povo. 5
  • 21. O Antigo Testamento e o cristão Nessa história da salvação, o ato divino e a palavra profética andam de mãos dadas: nenhum deles proporciona uma revelação completa sem o outro. A relação entre o mi­ nistério de Moisés e a libertação realizada no êxodo é equiparada à interação entre o ministério de profetas posteriores e os atos de misericórdia e juízo que eles proclama­ ram ou interpretaram. Quando chegamos à consumação do NT, o ato redentor e o mi­ nistério profético coincidem na mesma pes­ soa — Jesus. Alguns estudiosos encontraram no tema da aliança um princípio unificador para o re­ lato do AT, que conduz ao cumprimento do evangelho. O Deus de Israel é um Deus que faz alianças e as cumpre: ele estabelece um relacionamento especial com as pessoas e dispõe-se a ser o seu Deus, entendendo que elas querem ser o seu povo. Nos dias de Noé, ele faz uma aliança com toda a raça humana (Gn 6.18; 9.8-17); por meio de Abraão, ele estabelece sua aliança com uma família espe­ cífica, com anúncio de bênçãos para todas as outras famílias (Gn 15.8-21; 17.1ss; 22.15-18); e quando essa família cresce e se torna uma nação, ele confirma sua aliança com ela no monte Sinai, logo depois da sua libertação do Egito, com um código simples de leis que são a constituição básica dessa aliança (Ex 24.3-8; 34.10-28), e a reafirma em Siquém, logo de­ pois de o povo se fixar na terra prometida (Dt 27.1-28,48; Js 8.30-35; 24.1-28). Uma ali­ ança posterior e mais restrita foi feita com Davi, confirmando a ele e seus descenden­ tes o reinado sobre Israel (2Sm 7.8-17; SI 89.19-37; 132.11-18). A aliança de Deus com Noé recebe pouca ou nenhuma atenção no NT. “O juramento que fez ao nosso pai Abraão” (Lc 1.73) é con­ siderado cumprido no evangelho da justifica­ ção pela fé (Rm 4.13ss; G1 3.6-18); a aliança com Davi é considerada (especialmente nos escritos de Lucas) como cumprida na exal­ tação e soberania de Jesus (Lc 1.32,33; At 2.25- 36; 13.22,23,32-37; 15.16-18). Mas a aliança dos dias de Moisés é contrastada com a alian­ ça eterna introduzida por Jesus e selada com 6 seu sangue; esta aliança é identificada como a “nova aliança” anunciada em Jr 31.31-34, que de fato deveria substituir a aliança de­ ficiente e quebrada feita com os antepassa­ dos de Israel, quando Deus os tomou “pela mão para tirá-los do Egito” (cf. 2Co 3.4-18; Hb 8.6—9.22). A história da salvação e a história da ali­ ança são chaves valiosas para a compreen­ são cristã do AT e do seu lugar na Bíblia como um todo, principalmente porque não precisam ser importadas para dentro do re­ lato bíblico como princípios de organização, pois elas já estão presentes nesse relato. Mas elas não cobrem todo o AT, e será lastimá­ vel se sua importância for exagerada a pon­ to de serem negligenciadas as partes do AT que não possam ser adequadamente relacio­ nadas com elas. A RESPOSTA HUMANA NO AT Os “livros sapienciais” do AT não podem facilmente ser reunidos sob a rubrica da his­ tória da salvação ou da aliança; mesmo assim, dão uma contribuição indispensável à men­ sagem do AT. O sábio estava ao lado do sa­ cerdote e do profeta como comunicador da verdade divina para os seus compatriotas (cf. Jr 18.18). A literatura sapiencial da Bíblia hebraica é marcada por um aspecto interna­ cional, seja no tratamento das coisas obser­ vadas no dia-a-dia da vida e da natureza (como em Provérbios), seja no tratamento dos pro­ blemas mais profundos da existência hu­ mana (como em Jó). A literatura sapiencial posterior (e.g., Sabedoria e Eclesiástico) está mais intimamente relacionada ao panorama religioso de Israel e tende a identificar a sa­ bedoria com a Lei mosaica. O AT registra não somente a revelação que Deus fez de si mesmo no curso da histó­ ria do seu povo, mas também a resposta do povo a essa revelação. Junto com os livros poéticos do AT (principalmente o Saltério), a literatura sapiencial pertence em grande parte à área da resposta humana à revelação divina. Homens e mulheres aos quais Deus se reve­ lou por meio de uma experiência pessoal,
  • 22. O Antigo Testamento e o cristão como também por meio da história nacional, contam o que ele passou a significar para eles, e, no seu testemunho, aprendemos mais sobre os caminhos de Deus no trato com o ser humano — e aprendemos isso de tal ma­ neira que as palavras desse seu testemunho fornecem um meio aceitável para o nosso próprio testemunho de como Deus lida co­ nosco. Isso explica, em grande parte, a popu­ laridade dos salmos como meio de louvor cristão. NOSSO SENHOR E O AT A avaliação que os cristãos fazem do AT não pode ser dissociada do uso que Jesus fez dele. Está claro que Jesus o considerava a última instância de apelação. Ele citou-o para justificar seu procedimento e expor as defici­ ências tanto dos fariseus quanto dos saduceus. No AT, ele encontrou alimento e conforto para sua alma; nele encontrou também o pro­ grama para seu ministério e a vontade de Deus para sua vida diária e seu sacrifício derradeiro. “O que foi indispensável para o Redentor”, tem-se dito com muita propriedade, “precisa sempre ser indispensável para os redimidos” (G. A. Smith, Modem Criticism andthePreaching oftheOT.i 1901, p. 11). No entanto, mesmo se baseando indiscri­ minadamente na Lei, nos Profetas e nos Es­ critos, não o fazia sem discernimento. Não há nada de estranho ou inadequado na sua aplicação do texto sagrado; tampouco ele o coloca, todo, em um mesmo plano. A letra da Lei precisa ser subserviente ao espírito da Lei. O descanso no sábado e a relação ma­ trimonial foram instituídos para benefício de homens e mulheres, e são cumpridos de modo melhor quando esse propósito é promovido. Até mesmo a pressuposição de Moisés de que o divórcio é permitido (Dt 24.1-4) é tra­ tada como uma concessão feita por causa da “dureza de coração” do ser humano; Jesus encontrou um caminho mais excelente em­ butido na ordenança do Criador (Gn 1.27; 2.24, citados em Mc 10.2-9). A observância literal da lei do sábado pode dar lugar a uma necessidade maior, como ocorreu no caso da observância da lei relacionada ao pão da Pre­ sença, quando Davi e seus homens esta­ vam famintos (ISm 21.1-6, mencionado em Mc 2.25-28). A lei do “olho por olho, dente por dente” (Ex 21.24) mostrou um avanço ético considerável na época, ao substituir a vingança do sangue pelo princípio da retri­ buição estritamente limitada, mas a seus dis­ cípulos Jesus recomendou o princípio melhor da não-retaliação e, melhor ainda, o da re­ tribuição do mal com o bem (Mt 5.38-48). Ele resumiu toda a Lei (e os Profetas) no duplo mandamento do amor a Deus e do amor ao próximo (Dt 6.4,5; Lv 19.18); qual­ quer interpretação ou aplicação que não fosse condizente com a lei do amor estava conseqüentemente descartada (Mc 12.28-31; cf. Lc 10.25-37). Ele figurou na linhagem dos grandes pro­ fetas de Israel, e tratou o ensino destes com a dignidade que merecia, não como se fosse uma série de notas de rodapé da Lei. Como eles, ele atribuiu mais valor às questões éti­ cas (interpessoais) do que às exigências ri­ tuais (e.g., Mt 5.23,24), no espírito de Os 6.6: “Pois desejo misericórdia, e não sacrifícios” (citado em Mt 9.13; 12.7). De todos os profetas, o que mais demons­ tra afinidade com Jesus é Jeremias, o profeta da nova aliança, que insiste na interioridade da verdadeira religião. Quando Jeremias faz uma retrospectiva do reinado do rei Josias, o que mais elogia não é sua reforma do cul­ to, mas sua administração justa, sua forma de julgar os pobres e necessitados: foi nisso que Josias manifestou seu conhecimento de Deus (Jr 22.15,16). Há uma semelhança im­ pressionante também entre o conselho de Jeremias para a submissão ao governante gentio dos seus dias (Jr 38.17,18) e a orien­ tação de Jesus para dar a César o que é de César (Mc 12.17) ou sua reprovação do espí­ rito de revolta contra Roma que um dia iria lançar Jerusalém ao chão (Lc 13.1-5; 19.41- 44; 23.28-31). Para concluir, o uso que nosso Senhor fez do AT exibe um método exegético criativo e original, que fornece um modelo para seus 7
  • 23. O Antigo Testamento e o cristão seguidores; ele “está baseado em [...] uma profunda compreensão do ensino essencial da Bíblia hebraica e em um discernimento seguro da situação do seu tem po” (T. W. Manson, BJRL 34, 1951-1952, p. 332). O AT COMO REGRA DE FÉ Se a Bíblia é a regra de fé e prática do cris­ tão, a contribuição que o AT faz a essa regra de fé já foi sugerida. Começa com Deus, apresentando-o como um só, como o Criador do Universo em geral e da humanidade em particular, como justo e misericordioso no seu caráter e como alguém desejoso de ver esse seu caráter reproduzido na vida de homens e mulheres. Quando se diz que ele criou o homem à sua própria ima­ gem, isso significa (talvez, entre outras coi­ sas) que a intenção era que os seres humanos vivessem em comunhão não somente uns com os outros, mas também com ele. Eles devem atender a seus apelos e viver de forma responsável diante dele, recebendo sua graça, prestando-lhe seu serviço e exercendo sobre a terra a autoridade que ele lhes dele­ gou. Quando os homens se revoltam contra a sua lei, experimentam seu juízo, mas em meio ao juízo ele não se esquece de ser mi­ sericordioso. O juízo, sem dúvida, é sua “obra muito estranha” (Is 28.21), estranha e sem congenialidade com a sua natureza, à qual ele se dispõe com relutância, ao passo que tem prazer em demonstrar misericór­ dia e graça perdoadora (Mq 7.18). Tudo isso é explicado, não na forma de um sistema teológico, mas no contexto histórico da re­ lação de Deus com a humanidade e, espe­ cialmente, com aqueles que ele chamou para serem seu povo. Se o AT usa linguagem antropomórfica e antropopática quando fala de Deus, é por­ que ela é mais adequada ao retrato que o AT apresenta de seu ser e de seu caráter do que o uso de abstrações metafísicas ou de artifícios medievais, como a “via negativa” ou a “via da eminência”. “Deus não é ho­ mem...” (Nm 23.19; ISm 15.29), pois ele é o Criador e o homem é sua criatura, mas o homem foi feito à imagem de Deus e é en­ corajado a ser como Deus, de forma que o uso de um vocabulário comum tanto para Deus quanto para o homem é mais do que natural. Em algumas áreas do AT, a relação entre Deus e o homem é regulamentada por uma legislação sacrificial e cerimonial. E impor­ tante notar quão rapidamente aqueles que reconheceram a eficácia redentora do sacri­ fício de Cristo afastaram-se dessa legislação. Alguns, talvez, já anteriorm ente tivessem suas reservas em relação ao ritual do templo; mas as implicações da obra de Cristo foram decisivas. O que para muitos cristãos judai­ cos da primeira geração deve ter sido uma questão de intuição espiritual recebeu com­ provação clássica na carta aos Hebreus, que argumenta muito bem em favor da abolição de todo o sistema, em Cristo. Os cristãos de­ veriam ser muito gratos pela providência que levou à inclusão dessa obra no cânon do NT: se a lei cerimonial foi abolida em Cristo, não precisamos perder tempo alegorizando seus detalhes para encontrar neles alguma som­ bra da sua obra redentora. Quando o autor de Hebreus compara o sacrifício definitivo de Cristo com o sacrifício do Dia da Expiação, repetido anualmente, ele destaca o contraste, e não alguma semelhança entre os dois. O N T está na linha da tradição daqueles salmistas e profetas do AT que sabiam se aproximar de Deus por meio da adoração sincera, sem ne­ cessitar da mediação sacerdotal (SI 73.23-28), e reconheciam que ele não habitava em tem­ plos feitos por mãos, mas com o “contrito e humilde de espírito” (Is 57.15; 66.1,2). O AT E A CONDUTA HUMANA Se o AT é usado como regra de conduta, é fácil reconhecer sua insistência fundamen­ tal na justiça e na misericórdia, mas precisa­ mos reconhecer tam bém o fato de que a aplicação prática dessas virtudes era feita em contextos sociais muito distantes do nosso. Elas precisaram ser reaplicadas mesmo nos tempos do AT, quando a vida pastoril deu lugar à agricultura e depois, novam ente,
  • 24. O Antigo Testamento e o cristão a retribuição dos céus são reinterpretados como referência àqueles inimigos espiri­ tuais — o mundo, a carne e o Diabo — com os quais o cristão trava uma batalha intermi­ nável, está bem; mas não se deve supor que esse seja o significado desses textos do AT. Essa alegorização, com certeza, é necessária por motivos devocionais naquelas tradições cristãs que prescrevem a repetição regular do livro inteiro de Salmos. Isaac Watts, para­ fraseando SI 92.11, pode até cantar: Todos os meus inimigos interiores devem ser mortos Satanás não deve violar a minha paz de novo... mas não foi isso que o salmista quis dizer quando escreveu: “Os meus olhos contem­ plaram a derrota dos meus inimigos; os meus ouvidos escutaram a debandada dos meus maldosos agressores”. Mesmo sendo possível perceber um avan­ ço ético em alguns estágios da narrativa do AT, ou até um avanço geral do início ao fim, não se deve pressupor que uma linha contí­ nua possa ser traçada desde os tempos pri­ mordiais até o fim da história bíblica. As histórias patriarcais do Gênesis refletem um nível de comportamento civilizado que não pode ser facilmente equiparado àquele visto durante o período da conquista ou sob a mo­ narquia. Até na época da monarquia, na ver­ dade, a pena imposta pelo rei Asa a Maaca, a rainha-mãe, por seu envolvimento em um ritual cananeu (2Cr 15.16), parece exagerada- mente branda em comparação com os padrões mais rígidos dos comentaristas da Bíblia de Genebra (1560), que o censuram por ceder a uma “tola compaixão”. Além disso, “problemas morais” dessa ordem não são peculiares ao AT. Quando as ações em questão são executadas por moti­ vos políticos ou militares conhecidos, não constituem problemas no campo ético: sabe­ mos muito bem com que facilidade essas razões tornam-se mais fortes do que conside­ rações humanitárias. Mas constituem proble­ mas morais quando assumem a forma de terror em nome de Deus ou pelos interesses 10 do “destino manifesto” de uma civilização supostamente mais elevada, pois é aí que se pode esperar que as considerações humanitá­ rias se tornem predominantes. E verdade, as formas de genocídio na história de Israel pa­ recem marcantemente amadoras e ineficazes quando comparadas com os campos de ex­ termínio europeus do início da década de 1940 ou, olhando um pouco mais para trás, com o desaparecimento total de tribos intei­ ras como os aborígines da Tasmânia. Mesmo assim, o Deus revelado no AT é justo e mi­ sericordioso; sua justiça e misericórdia são os padrões da justiça e da misericórdia do seu povo, e a conduta injusta ou sem misericór­ dia não combina com a sua natureza. Há pou­ cas expressões mais refinadas acerca desse aspecto da sua natureza no AT do que a per­ gunta com a qual ele silenciou a reclamação patriótica de Jonas: “Não deveria eu ter pena dessa grande cidade?” (Jn 4.11). Esta última referência nos lembra que o Deus de Israel é “o Juiz de toda a terra” (Gn 18.25); o AT retrata em uma grande tela o trata­ mento de Deus com as nações em geral, ao longo dos séculos, mostrando que ele “domi­ na sobre os reinos dos homens e os dá a quem quer” (Dn 4.17,25,32). Isso antecipa a percep­ ção de Schiller quando diz que “a história do mundo é o juízo do mundo”, mas insiste em que esse juízo é administrado pessoalmente. O AT E A ORDEM SOCIAL O AT destaca desde o início que o ser humano é um ser social. Isso está resumido na declaração do Criador em Gn 2.18: “Não é bom que o homem esteja só”; e é desta­ cado também no relato da criação, de Gn 1.27, onde o “homem” a quem Deus criou é a hum anidade, o homem na sociedade: “Criou Deus o homem à sua imagem, à ima­ gem de Deus o criou; homem e mulher os criou”. A unidade social mais simples, a fa­ mília, é prontamente instituída: pai, mãe e filhos. Até mesmo Caim, expulso da vida de uma comunidade fixa para seguir uma vida nômade, não precisa suportar o exílio so­ zinho: ele não somente se casa e cria uma
  • 25. O Antigo Testamento e o cristão família, mas até constrói uma “cidade” — talvez um modesto acampamento de tendas, mas, mesmo assim, um ambiente em que ho­ mens, mulheres e crianças podiam viver em sociedade (Gn 4.17). Tentativas de estabelecer comunidades independentes de Deus estão fadadas ao fra­ casso porque têm falta de coesão, como ficou demonstrado em Babel e, posteriormente, em outros lugares (Gn 11.1-9; Is 8.9,10); mas a sua graça une as pessoas em famílias, tribos e agrupamentos mais abrangentes (SI 68.6). As muitas genealogias dos livros do AT re­ fletem essa ênfase na família e na solidarie­ dade tribal, além de servir como esqueleto para ser revestido de uma narrativa viva. A valorização disso é demonstrada no N T nas duas genealogias do nosso Senhor (Mt 1.2-17; Lc 3.23-38), que fazem muito uso de dados do AT. Aliás, a solidariedade familiar, tribal e nacional no AT às vezes é tão destacada a ponto de ser indicada pela expressão “perso­ nalidade coletiva”; isso pode nos preparar para a distinção paulina das duas grandes solida- riedades humanas ou personalidades coleti­ vas “em Adão” e “em Cristo” (Rm 5.12-19; ICo 15.21,22). Além disso, a responsabilidade do ser hu­ mano, não somente em relação a seus pares mas também em relação ao ambiente em que vive, é destacada. Há um vínculo entre as pessoas e a terra, no AT, que o leitor ociden­ tal moderno tem dificuldade de entender; além disso, é um vínculo que é criado e man­ tido por Deus. Em Is 62.4,5 ele é retratado como um vínculo matrimonial. Esse vínculo aplica de forma intensa a um país a ordenan­ ça de Gn 1.26-30, na qual o homem recebe, sobre a terra e as criaturas que a habitam, um domínio que deve ser exercido por meio de mordomia responsável, e não de exploração egoísta. Em Rm 8.19-23, Paulo olha para o futuro na expectativa da realização universal dessa ordenança da criação, quando os filhos de Deus forem revelados. As exigências sociais da lei de Deus são destacadas com detalhes específicos para a vida do seu povo, Israel. Espera-se das nações vizinhas que observem os bons costumes básicos da boa fé, a consideração pelos fracos e o respeito pela dignidade humana, e são censuradas quando os violam (Am 1.3—2.3), mas o conhecimento que Israel tem de Deus e de sua vontade é muito maior do que o conhecimento desses povos, e a responsabi­ lidade de Israel, portanto, é muito maior (Am 3.2). A reputação do Deus de Israel aos olhos dos outros povos depende, em grande parte, do comportamento do seu povo. A exigência de Deus para o seu povo é resumida de várias maneiras no AT. Pode­ mos lembrar-nos do refrão do “código de san­ tidade” no Pentateuco: “Eu sou o S e n h o r [...] o seu Deus; por isso, sejam santos, por­ que eu sou santo” (Lv 11.45). Essa santidade é uma característica positiva e que abrange tudo; suas implicações negativas são coro­ lários da sua essência positiva. Essa essência positiva é evidenciada em declarações como a de Mq 6.8: “Ele mostrou a você, ó homem, o que é bom e o que o Sen h o r exige: pratique a justiça, ame a fidelidade e ande humilde­ mente com o seu Deus”. A justiça e a bon­ dade que as pessoas do povo de Deus devem mostrar umas às outras são a justiça e a bon­ dade com que ele as tratou. Essas qualidades são aplicadas não somente na via principal da ética social, mas também em regras tão raras quanto aquela que proibia a pessoa que emprestava dinheiro de ficar com o manto do devedor durante a noite como garantia, “porque o manto é a única coberta que ele possui para o corpo” (Ex 22.27,28). A lei da retaliação do AT — “olho por olho e dente por dente” (Ex 21.24) — à qual já nos referimos, está mais intimamente re­ lacionada à lei áurea do que muitas vezes se pensa: “que seja feito a você como você fez aos outros” pode ser facilmente visto como corolário de “faça aos outros o que você gos­ taria que fizessem a você”. Até mesmo quando a monarquia foi insti­ tuída em Israel, o rei não estava acima da lei que regulamentava a vida dos seus súditos. Quando Nabote se nega a vender sua vinha a Acabe, este fica aborrecido, mas não pensa 11
  • 26. O Antigo Testamento e o cristão em violar os direitos de Nabote até que Je- zabel, que fora criada segundo uma outra idéia de reinado, dá passos para garantir a vinha para seu marido por meio de uma seqüência de ações cruéis e juramentos falsos, o que acabou ocasionando a denúncia profética contra toda a dinastia de Acabe (lRs 21.1- 24). E quando, na geração seguinte, a cres­ cente prosperidade mercantil conduziu à emergência em Israel de uma nova classe abastada, que podia comprar todas as pe­ quenas propriedades e reduzir seus antigos proprietários a meros escravos, foram os pro­ fetas que condenaram a quebra da aliança demonstrada na aquisição de “campos e mais campos” por parte dos ricos e no moer “o rosto dos necessitados” (Is 5.8; 3.15; cf. Am 4.1; Mq 3.1-3). Esse tratamento dispensado ao próximo era um pecado contra Deus. Na relação entre o povo de Deus e os povos vizinhos, há uma tensão não resol­ vida no AT. Por um lado, há advertências duras contra o casamento de seus filhos com os filhos dos povos e contra a assimilação: um tesouro fora confiado a Israel — o co­ nhecimento de Deus — que poderia facil­ mente se perder ou ser dissipado se Israel não preservasse sua identidade nacional e religiosa. Daí o chamado a Israel para se manter separado dos outros povos. Ao mes­ mo tempo, o tesouro confiado a Israel deve­ ria ser compartilhado com os outros, para que estes tam bém viessem a conhecer o Deus vivo. Nos primeiros tempos do povo de Israel, alguns grupos não-israelitas jun­ taram forças com ele e aceitaram a aliança com Javé. Mas quando Israel se mudou do deserto para Canaã, a atração dos rituais de fertilidade praticados na terra conquistada tornou-se tão perigosa que foi imposta uma severa proibição quanto a fazer qualquer tipo de associação com os cananeus. Mesmo as­ sim, algumas pessoas, como Raabe e Rute, isso sem falar dos gibeonitas (Js 9.3-27), re­ conheceram a grandeza do Deus de Israel e foram aceitas na comunidade da aliança. Mas foi no contexto do exílio babilónico e do seu retorno que a missão de Israel no mundo foi expressa mais claramente. Quan­ do um grupo significativo de israelitas se achou vivendo como exilados em uma co­ munidade não-israelita, eles foram encoraja­ dos a participar de seu bem-estar e orar por sua prosperidade, porém não deveriam se envolver a tal ponto que não pudessem trans­ cender os valores dessa comunidade estran­ geira (Jr 29.4-10). Quando a permissão de voltar do exílio foi dada, a responsabili­ dade internacional de Israel foi descrita como a comunicação, em nível mundial, do conhe­ cimento de Javé, cuja ação a favor de seu povo mostrava que somente ele era Deus (Is 45.22,23). A restauração dos israelitas os qualifica a serem suas testemunhas (Is 43.10), mas sua missão deve ser assumida e con­ cluída pelo Servo do Senhor, que, além de cumprir um ministério para com Israel, é en­ viado como uma “luz para os gentios” para que a salvação de Deus chegue “até os con­ fins da terra” (Is 49.6). Junto com essa ênfase na difusão, o perío­ do subseqüente ao retorno dos exilados tes­ temunhou uma nova política de segregação, sob o governo de Esdras e Neemias, que não tem sido fácil de conciliar com o chamado para a missão mundial. A tensão entre esses dois aspectos estava viva ainda na época do N T, não somente no conflito entre a visão mais ampla de Jesus e o separatismo dos fa­ riseus; mas também na igreja primitiva, no conflito entre os defensores da missão, livre da lei, aos gentios e aqueles cristãos judaicos que acreditavam que os convertidos dentre os gentios deveriam ser admitidos na comu­ nidade cristã com salvaguardas semelhantes àquelas que regiam a admissão de prosélitos à comunidade de Israel. Os defensores da missão aos gentios de fato apelaram para a comissão do Servo do Senhor como sendo sua própria comissão (At 13.47). Nesse, como também em outros aspectos, o retrato do Servo em Isaías pode ser considerado o clí­ max do AT em sua função de preparo para o evangelho. 12
  • 27. O Antigo Testamento e o cristão BIBLIOGRAFIA A n d e r s o n , G. W., ed. Tradition and Interpretation. Oxford, 1979. B r ig h t , J. TheAuthority ofthe OT. London, 1967. B r u c e , F. F. The Time is Fulfdled. Exeter, 1978. ____ . This is That. Exeter, 1968. E ic h r o d t , W. TheologyoftheOT, 2v., London, 1961, 1967 [Teologia do Antigo Testamento, Editora Hagnos, 2005]. E l u s o n , H. L. TheMessage ofthe OT. Exeter, 1969. H a s e l , G. OT Theology. Grand Rapids, 1972 [Teologia do Antigo Testamento: questões fun­ dam entais no debate atual, 2. ed., JU E R P , 1992], J aco b, E. Theology ofthe OT. London, 1958. R o w ley , H. H. TheFaith ofIsrael. London, 1956 [A féemIsrael: aspectos do pensamento do Anti- go Testamento, Editora Teológica, 2003]. ____ . The Unity ofthe Bible. London, 1953. V o n R a d , G. OT Theology, 2 v., Edinburgh, 1962, 1965 [TeologiadoAntigo Testamento, 2 v., ASTE, 1986], ____ . Wisdom in Israel. London, 1972. V r ie ze n , T. C.An OutlineofOTTheology.Wageningen, 1958. 13
  • 28. O texto do Antigo Testamento ALAN R. MILLARD A ESCRITA NO MUNDO DO ANTIGO TESTAMENTO Quando o homem inventou a escrita, ele descobriu uma forma de preservar suas idéias e experiências para que atravessassem a barreira do tempo. Era natural que o Deus que estava preparado para falar a linguagem humana fizesse que suas palavras fossem registradas por intermédio desse meio hu­ mano. Pela sua providência, a maior parte da sua revelação foi dada a um povo que tinha herdado um alfabeto pronto para o uso univer­ sal, para que qualquer pessoa que quisesse pudesse aprender a ler os livros sagrados. Moisés é o primeiro israelita de que te­ mos notícia que escreveu algo (Ex 17.14), e ele certamente viveu num mundo em que a escrita era bem conhecida Entre 2000 e 1000 a.C., quase uma dezena de escritas eram usa­ das na Síria-Palestina. Entre elas, as mais im­ portantes eram os 600 sinais cuneiformes da Babilônia, inscritos com um buril em tabuinhas de barro, e os 700 sinais hieroglíficos dos egíp­ cios, na sua forma cursiva para o dia-a-dia, o hierático, escrito com pena e tinta em papel (papiro) e sobre outras superfícies lisas. A escrita egípcia era pouco difundida fora de áreas de forte e contínua influência egípcia, como a Palestina e as cidades costeiras da Fenícia, ao passo que a escrita cuneiforme era o meio internacional de comunicação em todo o Oriente Médio. Este sistema e todos os outros eram complicados e empregados principalmente na administração, nas leis, na religião e na diplomacia. Constituíam pratica­ mente um monopólio da classe dos escribas. Um pouco antes de 1500 a.C., surgiu um ri­ val que, eventualmente, suplantou todos os outros: o alfabeto. Provavelm ente fam iliarizados com o egípcio, os inventores semitas do alfabeto descobriram como um pequeno conjunto de símbolos poderia substituir os incômodos hie­ róglifos: era necessário um sinal para cada som da língua, em torno de 30 ao todo. Os sinais eram imagens, escolhidas, podemos supor, de acordo com o princípio acrofônico “dado=d”. Como nenhuma palavra semítica começa com vogal, e já que as vogais são suplem entares às consoantes nas línguas semíticas, ainda que necessárias, não era vi­ tal registrá-las. (Os sinais vocálicos foram sistematicamente criados quando os gregos tomaram emprestado o alfabeto em torno de 900 a.C., pois sua língua não podia ser escrita claramente sem esses sinais.) Ao final do se­ gundo milênio a.C., o alfabeto estabilizou-se e começou a desalojar os outros sistemas. Ele gerou imitações pelas mãos de escribas trei­ nados na tradição babilónica, os quais produ­ ziram alfabetos de sinais cuneiformes para uso em superfícies de argila, especialmente em Ugarite, na Síria. Por menor que seja o número de exemplos do alfabeto nascente, serve para mostrar o amplo uso da escrita, que se tornou possível por meio da simplici­ dade do sistema alfabético, quebrando assim o monopólio dos escribas. A ESCRITA NO ANTIGO ISRAEL Na conquista de Canaã, Israel tomou pos­ se de cidades em que a escrita era conhecida, 14
  • 29. O texto do Antigo Testamento e o alfabeto básico era familiar. História, leis, profecias, itinerários, narrativas, listas de im­ postos, tudo já era registrado com facilidade (cf. Jz 8.14). Infelizmente, seguindo a prática egípcia, o alfabeto era normalmente escrito em papiro, um papel vegetal que se desfaz em solo úmido; por isso, não temos exem­ plos para mostrar a extensão e o estilo da es­ crita israelita antiga. Pequenas amostras de hebraico antigo sobreviveram, presentes em materiais mais duráveis, cerâmica e pedra, que nos permitem ver como a escrita era usa­ da na vida diária e inferir a existência de livros de couro e de papel em forma de rolo. Isso não nos permite, nem de longe, deduzir que todos sabiam ler ou escrever, mas nos tempos de Isaías e Jeremias parece provável que havia poucas aldeias sem pelo menos um habitante que pudesse fazê-lo. O Antigo Testamento também nos dá essa impressão, embora qualquer obra de homens instruídos — como é o caso — tenderá a destacar a ha­ bilidade deles! Esse pano de fundo ajuda-nos quando consideramos as origens e o desenvolvimen­ to dos livros do Antigo Testamento. Infor­ mações valiosas sobre os hábitos dos escribas podem ser tiradas dos próprios documentos antigos, e elas podem ajudar-nos a detectar os tipos de erro cometidos à medida que uma geração copiava os livros de outra. Até mes­ mo notas insignificantes, escritas em fragmen­ tos de cerâmica, evidenciam a habilidade de uma eficiência prática, o cuidado para que se alcançasse a legibilidade, um modo de escrita aceito. Um cuidado semelhante pode ser iden­ tificado nos manuscritos literários assírios, babilónicos e egípcios de 2000 a.C em dian­ te, os quais fornecem uma analogia satisfató­ ria para a prática israelita. Por um lado, existe uma grande preocupação em reproduzir um texto antigo de forma exata, talvez com a atualização da ortografia, observando os da­ nos causados à cópia mestra, contando as li­ nhas, acrescentando o nome do escriba, às vezes também o nome de um revisor, a(s) fonte(s) da cópia mestra (ou cópias mestras), a data e o destino da cópia — rei, templo ou indivíduo. Por outro lado, uma composição podia passar por mudanças editoriais e por revisão, criando uma ampla variação entre diversas cópias. Nesses casos, as diferenças são muitas vezes inexplicáveis ou sem sen­ tido agora e não seguem padrão algum; são impossíveis de ser descobertas ou previstas com base em apenas um texto, fato que pre­ cisa receber peso especial na hora de recons­ truir a história literária dos escritos do Antigo Testamento. Para leitura adicional acerca do tema desta seção, v. T he Practice of Writing in Ancient Israel, The Biblical Archaeologist 35 (1972), p. 98-111; A pproaching the Old Testament, Themelios 2 (1976), p. 34-9, am­ bos por este autor. O TEXTO HEBRAICO TRADICIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO A escrita já existia em Israel, mas não sa­ bemos como e quando os livros que herda­ mos foram escritos pela primeira vez, pois não há cópias disponíveis anteriores ao ter­ ceiro século a.C. As cópias mais antigas que ainda existem, os manuscritos do mar Morto, revelam certa diversidade que vai ser discu­ tida a seguir. Elas também revelam a exis­ tência, entre 200 a.C. e 65 d.C., da forma textual conhecida em um estágio posterior como o Texto Massorético (TM) ou Tradi­ cional, no qual as traduções para as línguas modernas são baseadas. A partir do exílio, o hebraico decaiu para o status de língua de uma minoria entre os ju­ deus, embora um dialeto persistisse na Judéia, sendo então substituído pelo aramaico, a linguafranca do Império Persa. A medida que o processo continuava, havia a necessidade crescente de preservar a pronúncia “correta” do texto da Bíblia hebraica na leitura da sina­ goga. Para ajudar o leitor, algumas consoan­ tes podiam representar vogais, um uso que se iniciou no período da monarquia e que al­ cançou o seu pico na época herodiana. Por volta dos séculos VII e VIII d.C., surgiram mé­ todos mais precisos de representação de vo­ gais e acentos, que culminaram no esquema 15
  • 30. O texto do Antigo Testamento de pontos e sinais colocados acima, abaixo e dentro das letras, usados desde então para produzir os sons e a entonação aceitos. Os estudiosos judeus que aplicaram esse sis­ tema ao texto consonantal herdaram regula­ mentações rígidas, designadas para manter a precisão nas cópias, as quais eram compará­ veis às antigas atitudes babilónicas e, talvez, derivadas delas. Eles também registraram variantes no texto escrito que lhes foram re­ passadas (a Massorá). Algumas dessas variantes, na verdade, cor­ rigiam erros que foram conservados como re­ líquias no texto escrito; assim, em Is 49.5 está escrito lõ “não”, como está na ARC, enquanto a Massorá nos instrui a ler lô “a ele”, como na ARA, RV, RSV, NEB, NVI e manuscrito A do mar Morto de Isaías. Outras notas sugerem vogais alternativas para um conjunto ambí­ guo de consoantes, como 2Sm 18.13, em que “se eu tivesse atentado traiçoeiramente con­ tra a vida dele” ou “contra mim” dependem de uapè» e napei respectivamente. As formas no texto escrito são denominadas kethlbh “es­ crito”, e as anotadas pela Massorá, nas mar­ gens, Qerê “que se leia”. A tradição também relata algumas passa­ gens em que o texto fora alterado para evitar idéias inaceitáveis, como em ISm 3.13, em que Deus diz que os filhos de Eli “atraí­ ram maldição sobre si mesmos (cf. VA, RV), em vez de “me amaldiçoaram”(cf. RSV, NEB; a NVI traz: “seus filhos se fizeram desprezíveis”). Esse texto massorético é representado hoje por alguns manuscritos copiados nos séculos nono e décimo d.C., e os principais estão pre­ servados no Cairo, Jerusalém, São Petersburgo e Londres e por todas as Bíblias hebraicas es­ critas ou impressas posteriormente. TEXTOS MAIS ANTIGOS A recuperação dos manuscritos do mar Morto provou a existência de outros textos hebraicos além do tipo tradicional, na Pa­ lestina, durante o século I a.C. até 68 d.C. Tem-se dado destaque a esses textos varian­ tes inevitavelmente porque são novos para nós, mas devemos observar que eles são mi­ noria entre os manuscritos do mar Morto e, além disso, são muito fragmentários. Suas di­ ferenças do texto massorético são mais do que erros acidentais resultantes de enganos dos escribas, embora estudos mais aprofun­ dados mostrem que muitas delas são desli­ zes, e não mudanças intencionais. (Assim, o acréscimo de Ex 20.11 a Dt 5.15, em uma das cópias, pode ter ocorrido em virtude de uma associação mental inconsciente.) No livro de Jeremias, um pequeno fragmento parece ter um texto mais curto do que o massorético, concordando de certa maneira com o texto da LXX, que é um oitavo mais curto do que o TM , nesse livro. (Em Jr 10, os v. 6-8,10 são omitidos, e o v. 5 vem depois do 9.) Um texto de ISm 1 e 2 faz o contrário: acrescenta várias frases. Algumas delas, de novo, são encontradas na LXX (e.g., 1.25 pa­ rece ter começado com “Eles vieram peran­ te o Senhor, e o seu pai ofereceu o sacrifício como ele fazia ano após ano ao Senhor”) e algumas não, como em 1.22, onde lemos ex­ plicitam ente que Samuel deveria ser um nazireu para sempre, como implica o v. 11 e como defende a tradição judaica posterior. Mais tarde, vamos discutir questões como: qual era a liberdade que os escribas tinham ao copiar um texto bíblico, quão livres eram para acrescentar comentários ou explanações desse tipo, ou de omitir frases repetidas, e se havia classes diferentes de cópias, como mais tarde quando foram implantadas regras rígi­ das para a produção de textos para a leitura pública. Havia claramente várias tradições de texto, talvez desenvolvidas em comuni­ dades separadas (Palestina, Egito e Babilônia são lugares sugeridos), mas não necessaria­ mente as mesmas para cada parte da Bíblia. Quando elas divergiam do texto ancestral comum a todas não se sabe, e é uma questão relacionada à história do reconhecimento da autoridade dos livros do cânon do Antigo Testamento (v., a seguir, p. 33). 16
  • 31. O texto do Antigo Testamento CRÍTICA TEXTUAL Esses diversos tipos de texto em he­ braico, agora revelados, realçam o valor da crítica textual e complicam sua prática. O objetivo dessa arte é recuperar tanto quanto possível as palavras do autor ou a primeira forma escrita do livro em estudo. Os erros que se introduziram ao longo de séculos de cópias precisam ser detectados e corrigidos sempre que possível, acréscimos precisam ser descobertos e removidos e outras altera­ ções precisam ser substituídas. Se não forem fundamentadas em evidências de manuscri­ tos, essas atividades são meramente teóricas e podem se tornar muito subjetivas. Comparar uma cópia com outra pode re­ velar os erros de um escriba; quando todas as cópias estão de acordo, a descoberta dos er­ ros é mais difícil. Sinais de que algo pode estar errado são palavras gramaticalmente in­ corretas ou ininteligíveis, divergências com as versões antigas (v., a seguir, p. 19) ou com citações antigas, e características singu­ lares que destoam do texto como um todo. Nenhum desses sinais é conclusivo por si só; cada caso precisa ser analisado individual­ mente. Os tradutores antigos talvez tenham parafraseado, as citações podem ser inexatas e uma peculiaridade irregular ou ininteligí­ vel pode mostrar-se aceitável por meio de uma nova descoberta. Mesmo assim, a críti­ ca textual tem tido muito sucesso, dando-nos um texto mais claro, com maior probabili­ dade de ser autêntico, e uma compreensão melhor das palavras existentes. Alguns exem­ plos vão demonstrar os métodos. Entre os erros simples, temos: a) Confusão de letras semelhantes como der. Gn 10.4: “Dodanim”; lCr 1.7: Rodanim”. b) Transposição de letras, como em SI 49.11, em que o qirbãm do TM é traduzido por “pensamento interior” pela ARC (signifi­ ca “interior”, “entranhas”), mas deveria ser lido qibrãm, “seus túmulos” como está na NVI. c) Repetição por engano (“ditografia”), e.g., 2Rs 19.23 TM brkb rkby, em vez de brb rkby “com meus carros sem conta”. d) Omissão por engano (“haplografia”) exemplificada em muitas cópias que omi­ tem Js 21.36,37 com um salto das palavras “tribo de R úben” para “tribo de G ade”, cf. lC r 6.63,64. O manuscrito A de Isaías do mar Morto tem um bom exemplo: o escriba saltou de “templo do S e n h o r ” , no final de 38.20, para “templo do S e n h o r ”, no final de 38.22, omitindo completamente os v. 21, 22; eles foram acrescentados mais tarde numa nota marginal. e) Separação incorreta de palavras. Um exemplo excelente é Am 6.12 TM bbqrym AV, RV, NVI, ACF: “lavrar-se-á nela com bois?”, a ser lido bbqr ym “será que os bois podem puxar o arado no mar?” como a BLH em português, e também expressões equi­ valentes em inglês (RSV, NEB), dando sen­ tido e poética melhores. O grau de incerteza cresce com a exten­ são e a complexidade de qualquer suposto erro. Suponha que a haplografia em Is 38 (no item d citado) tivesse prevalecido em todas as cópias posteriores; seria muito difícil cor­ rigir o erro com base som ente no texto hebraico. Além de mudanças resultantes de erros, pode ter havido alterações intencionais fei­ tas para “melhorar” o texto. Substituições bem-intencionadas de “amaldiçoe a Deus” por “abençoe a Deus”, além das que estão registradas na tradição, vistas anteriormente, podem ser observadas em Jó 1.11; 2.19; lRs 21.10 etc., e do nome do deus Baal por “ver­ gonha”, nos nomes pessoais Is-Bosete (2Sm 2; cf. lC r 8.33) e Mefibosete (2Sm 9.6; cf. lCr 8.34). A nota parentética, “esses nomes foram mudados”, em Nm 32.38 pode ser uma orientação ao leitor para evitar nomes de divindades pagãs. Notas desse tipo, denomi­ nadas “glosas”, podem acrescentar informa­ ções de atualização, embora seja muitas vezes impossível decidir se são obra do autor ou de um escriba posterior. Podemos ver alguns casos em Gn 14.2,3,7,8,17 (“que é...”); em Rt 4.7; e lRs 8.2 “o sétimo mês”. A possibi­ lidade de rearranjos mais significativos nos 17
  • 32. O texto do Antigo Testam ento textos, acidentais ou intencionais, como faz a NEB (em Is 27; 38; 53, por exemplo), deve ser admitida, mas é uma questão de opinião e não pode ser comprovada. Descobertas em outros documentos anti­ gos podem lançar luz sobre passagens em que um erro textual não parece existir, mas mes­ mo assim o texto permanece obscuro, con­ tendo, talvez, uma das 1.500 palavras que só aparecem uma vez no texto hebraico. O ugarítico, uma língua próxima do cananeu e do egípcio, preservou uma palavra para navio que nos permite traduzir Is 2.16, “e contra to­ das as pinturas desejáveis” (ARG), de forma mais satisfatória por “e todo barco de luxo” (NVI) ou por “toda bela embarcação” (RSV). Todos esses métodos têm de ser usados com prudência, com atenção a cada alternati­ va, com cuidado para não impor um sentido estranho ao texto. O texto tem sido preservado de forma extraordinária ao longo de muitas gerações; é um tesouro a ser valorizado, estu­ dado e reparado nos lugares em que o tempo causou pequenas imperfeições. Não pode ser distorcido ou remodelado para agradar gostos e opiniões sempre em mudança. A todos os que estão dispostos a ouvir de forma reverente e atenciosa, ele transmite sua mensagem eterna. BIBLIOGRAFIA V. a bibliografia conjunta no final de “As ver­ sões antigas”, p. 31-2. 18
  • 33. As versões antigas ROBERT E GORDON Enquanto os judeus permaneceram na Palestina e falaram sua língua materna, não tiveram problemas em entender suas Escri­ turas Sagradas. Mas já no século VI a.C., e muito tempo antes de ser concluído o cânon do AT, muitos judeus viviam longe da terra natal de seus ancestrais. Alguns foram depor­ tados para a Mesopotâmia depois que os babi­ lônios conquistaram Jerusalém, em 597 a.C.; outros — mais ou menos na mesma época — seguiram o precedente estabelecido, muito tempo antes, de buscar refúgio no Egito. Mas mesmo que essa dispersão não tivesse ocor­ rido, os judeus dificilmente teriam evitado a exposição aos sons estranhos do aramaico e do grego nos séculos seguintes à destruição do seu Estado. A hegemonia babilónica no Oriente Médio teve vida curta; seu fim repentino aconteceu com a chegada dos persas à Babi­ lônia, em outubro de 539 a.C. Nos 200 anos seguintes, os persas dominaram o Oriente Médio, e sob o seu domínio o aramaico des­ frutou do status singular de língua oficial do império. Tanto na Palestina quanto no Egito e na Mesopotâmia, os judeus descobriram que era necessário, para não dizer vantajoso, tor- narem-se fluentes na lingua franca do impé­ rio. Os arquivos da comunidade judaica de Elefantina, no Egito, mostram a profundidade com que o aramaico se arraigou nesse canto do império no quinto século a.C. Muito tem­ po depois que os persas foram expulsos por Alexandre e pelos gregos, o aramaico perma­ neceu como um m onum ento ao domínio persa, sendo falado e escrito em várias partes do Oriente Médio, incluindo a Palestina. Os feitos prodigiosos de Alexandre pavimentaram o caminho para a propagação da língua e cul­ tura gregas no Oriente, e nenhum território vassalo foi mais afetado do que o Egito e sua recém-fundada Alexandria, de estilo grego. Foi em reconhecimento das necessidades dos judeus de fala aramaica, na Palestina, e dos judeus de fala grega, no Egito, que se fizeram as primeiras tentativas de traduzir o AT do original hebraico para essas línguas. Há várias razões por que os estudiosos deveriam estar interessados nas versões an­ tigas do AT. Em primeiro lugar, as tradu­ ções são im portantes para o estudo das línguas em que foram escritas. Em cada caso, proporcionam informações valiosas a respei­ to do vocabulário, flexão e sintaxe dessas línguas em estágios específicos da sua his­ tória. Em segundo lugar, nenhuma tradução é feita num vácuo ideológico. “M uitos e diversos fatores deixam sua marca sobre a obra — os pressupostos intelectuais que os tradutores herdam de sua própria época e cultura, as opiniões religiosas e de outra na­ tureza que defendem ou às quais devem de­ monstrar respeito, os preconceitos ou desejos pelos quais são condicionados consciente ou inconscientemente, o seu grau de instrução, a sua própria habilidade de se expressar e a amplitude dos conceitos da língua para a qual estão traduzindo, além de muitos outros fa­ tores”.1 Além disso, a objetividade profis­ sional e a neutralidade teológica não eram 'E. W ü r t h w e in . The Texf ofthe OldTestament. Oxford, 1957, p. 33. 19
  • 34. As versões antigas aspectos tão valorizados pelas equipes de tra­ dução da Antiguidade — se é que havia equi­ pes — como são hoje. A idéia de sofrimento vicário em Is 53 era inaceitável para os que traduziram o texto para o aramaico, e assim reescreveram o capítulo para adaptá-lo à sua teologia. Jerônimo, por outro lado, não viu nenhum problema em introduzir na Vulgata idéias neotestamentárias na sua tradução do AT. Quando traduziu SI 149.4 (“ele coroa de vitória os oprimidos”) por “ele exaltará os mansos em Jesus”, não precisamos pensar que ele tivesse deficiências no conhecimen­ to do hebraico. E possível aprender muito acerca das posturas e tendências teológicas dos tradutores antigos, e de seus círculos de leitores, por meio da comparação entre o seu trabalho e o original hebraico. Em terceiro lugar, as versões antigas es­ tão baseadas em manuscritos hebraicos mais antigos do que a maioria dos textos que es­ tão disponíveis hoje. Isso foi destacado por meio da publicação dos textos bíblicos da região do mar Morto; em muitos pontos, as versões antigas, especialm ente a Septua- ginta, concordam com esses textos em con­ traste com a tradição massorética padrão. Aqui está a explicação de uma tendência das ver­ sões inglesas e de outras línguas modernas, como foi observado por Kubo e Specht: “No AT, o Texto Massorético ainda é fundamen­ tal, mas é desafiado pelas versões antigas e pelos MSS dos rolos do mar Morto”} Geral­ mente não é muito difícil reconstruir o texto hebraico subjacente (o termo alemão Vorlage é muitas vezes usado para denotar o texto- fonte) a dada versão ou leitura, e, em trechos em que às vezes o texto hebraico padrão é obscuro ou ininteligível, essa retroversão vai proporcionar uma leitura melhor e um senti­ do mais compreensível. E verdade que há muitas ciladas a serem evitadas nesse tipo de exercício; quando o trabalho se tornava Z S . K u b o & W . S p e c h t , S o Many Versions? (Grand Rapids, 1975, p. 13. difícil, o tradutor antigo fazia “emendas si­ lenciosas” tão prontam ente quanto o seu colega moderno.3 Não há substituto para a familiaridade e a intim idade com os m é­ todos de tradução e as características espe­ ciais de determinada versão, se quisermos avaliar de forma correta as diversas leituras. Em quarto lugar, as citações que o N T faz do AT são, com freqüência, diferentes do texto hebraico padrão. A explicação está, em parte, no fato de que os autores do N T citavam, com maior freqüência, de tradu­ ções gregas, e, assim como hoje não há uma Bíblia inglesa ou portuguesa padrão, não ha­ via uma tradição-padrão de Bíblia grega naquela época. No século I d.C. a chamada “Septuaginta” existia em várias recensões, ou versões; os autores muitas vezes só tinham acesso a uma delas e geralmente se conten­ tavam em fazer citações do seu exemplar, contanto que isso servisse satisfatoriamente a seu objetivo principal. Além disso, há al­ guns lugares em que parece que os autores ou suas fontes fizeram uso de paráfrases ara- maicas chamadas “targuns”. O rastreamento das citações até as suas versões originais é, em geral, cercado de muitas dificuldades e só pode ser facilitado por meio do bom co­ nhecimento das origens e do desenvolvimen­ to das versões antigas, em geral, e da tradição grega, em particular. O PENTATEUCO SAMARITANO O Pentateuco é a única parte das Escritu­ ras hebraicas que os samaritanos consideram canônica e investida de autoridade. Uma das conseqüências do cisma entre os judeus e os samaritanos foi que suas edições do Penta­ teuco foram transmitidas de modo indepen­ dente entre si, já a partir do século II a.C., no mais tardar. Mas embora não haja dú­ vidas quanto à antiguidade do Pentateuco 3 A RSV em Isaías 2.6 traz “dar as mãos aos estrangei­ ros” (NVI: “fazem acordos com pagãos”). Não há sinal de emenda do TM mudando byldy para bydy cf. “filhos” nas versões ARA e ARC, como o TM , para “mãos”, na RSV. 20
  • 35. As versões antigas Samaritano (denominado PS a partir de ago­ ra), ele não é, nem de perto, tão antigo quanto a comunidade samaritana sempre acreditou. Afirmações inverossímeis são feitas especial­ mente em favor do rolo de Abisha;c diz-se que foi copiado por Abishua (ou Abisua), o bisneto de Arão (lC r 6.3,4), no décimo ter­ ceiro ano da instalação dos israelitas em Canaâ. Isso, indubitavelmente, é propagan­ da exagerada que visa a amparar as afirma­ ções a favor da recensão samaritana contra sua rival judaica. Na verdade, o rolo é consti­ tuído de duas partes costuradas. A cópia da parte mais antiga (contendo Nm 33.1— Dt 34.12) é relativamente recente, pois foi feita no século XI d.C. A rigor, o PS “na verdade não é uma ver­ são, mas uma transcrição”.4 Por ser a forma textual do Pentateuco que foi transmitida no norte de Israel, tem suas peculiaridades, mas suas discrepâncias com a tradição massorética dificilmente podem ser consideradas subs­ tanciais. Pois, embora haja em torno de 6 mil diferenças entre o TM e o PS, muitas delas são meras variantes ortográficas. Além disso, o PS tem a tendência de simplificar formas e construções difíceis e, em geral, de fazer “al­ terações típicas de textos populares”.3 Algu­ mas das outras discrepâncias do TM são resultado evidente de preconceitos e tendên­ cias sectárias em ação no PS. Há várias refe­ rências, tanto explícitas quanto implícitas, a Gerizim, o monte sagrado dos samaritanos (cf. especialmente as interpolações depois de Ex 20.17 e Dt 5.21). A intenção é sempre apresentar Gerizim, e não Jerusalém, como o centro de adoração escolhido por Deus em Canaã. Em muitos lugares — as estimativas variam entre 1.600 e 2 mil —, o PS concorda com a Septuaginta contra o TM; às vezes a evidência conjunta dos dois pode ser usada para corrigir o TM, como em Gn 4.8, onde o TM não traz as palavras “Vamos para o cam­ po” (cf. nota de rodapé na NVI). O PS, no 4S. J e l l ic o e . TheSeptuagintandModem Study. Oxford, 1968, p. 243. 5W ü r t h w e i n , op. cit., p. 32. entanto, não foi transmitido com a mesma precisão e fidelidade quanto o TM , e isso, em conjunto com a óbvia coloração sectá­ ria, responde pela negligência com que os críticos textuais o tratam. Só ocasionalmente alguma citação ou alusão ao AT, no N T, concorda exclusivam ente com o PS, tal como, de forma especial, no registro do dis­ curso de Estêvão em At 7. Em tais casos, não precisamos supor que o autor do N T estivesse consultando o PS. Antes, é prefe­ rível concluir que o PS é o único testem u­ nho remanescente de uma leitura que, sem dúvida, em certa época, esteve representada em algum lugar da tradição da Septuaginta, ou até dos targuns. A primeira cópia do PS a chegar ao Oci­ dente foi trazida de Damasco por Pietro delia Valle, em 1616, e as primeiras edições im­ pressas foram as que apareceram nas Poli­ glotas de Paris e de Londres (1632 e 1657 respectivamente). Uma edição apenas com esse texto foi publicada em Oxford, em 1790, por Benjamin Blayney. Naquela época, o PS era tido em alta estima, e foram necessários as pesquisas e os pronunciamentos do grande crítico alemão Gesenius, no início do século XIX, para rebater as reivindicações infunda­ das que foram feitas em favor desse texto. Pesquisas mais recentes da morfologia do PS mostram que ele reflete o hebraico comum da Palestina, entre o século II a.G. e o século III d.C. Os estudos paleográficos do erudito americano F. M. Cross concordam com esta avaliação: a versão não pode ser datada antes do período asmoneu. A SEPTUAGINTA A Septuaginta é a decana das versões do AT. Além do seu direito de primogenitura, sua singularidade está garantida também por seu uso constante por parte dos autores do N T e dos cristãos primitivos, em geral. Além do mais, essa versão tem um lugar especial na antiga literatura grega, pois as Escrituras he­ braicas foram “o único escrito religioso orien­ tal que alcançou a honra de ter uma tradução 21