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COLETÂNEA DE MENSAGENS
E PALESTRAS
DE EDINALDO NOGUEIRA
2ª PARTE
Edinaldo Nogueira
E-mail: nogueira.edinaldo@gmail.com
(caso queira fazer alguma refutação por escrito pode enviar para e-mail)
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Dedicatória
Dedico este livro a Deus e Pai de nosso
Senhor Jesus Cristo que me concedeu graça. A Ele
seja a glória para todo sempre em Cristo Jesus no
poder do Espírito Santo!
À minha digníssima e amada esposa, Claudete
Nogueira, por sua compreensão e amor e aos nossos
filhos Letícia e Renan e a sua esposa Aline.
Aos meus pais, Paulo e Marleide e meus
queridos irmãos e irmãs: Edileuza, Fátima, Ednardo,
Edvaldo, Eduardo e Paula.
À todos os amados irmãos em Cristo que
amam as Doutrinas Cristãs.
A todos os leitores dedico este livro.
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PREFÁCIO
Esse livro é o segundo de uma série de livros que trazem minhas
mensagens e palestras desde 2009 em diante. Todas estão gravadas em
áudio, e agora pretendo compilá-las. Quero deixar um legado para meus
descendentes: filhos(as), netos(as) e bisnetos(as). E a todos os membros,
presentes e futuros, da congregação da AD/Salém-Pameiras.
Edinaldo Nogueira
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AUTOBIOGRAFIA
Deixe-me contar um pouco da minha história.
Meu nome é Francisco Edinaldo do Nascimento Nogueira, nasci em
setembro de 1972, em Fortaleza-CE, filho de Marleide Nascimento e Paulo
Nogueira, o quarto entre sete irmãos: Edileusa (1969), Fátima (1970),
Ednardo (1971), eu, Edvaldo (1973), Eduardo (1974) e Paula (1980).
Nasceu uma entre o Eduardo e a Paula, mas faleceu recém-nascida.
Cresci em um subúrbio da Aldeota, perto da praia do Náutico.
Morávamos ao lado da minha avó, saudosa e querida Bernadete, uma
mulher batalhadora e de fibra, criou, sozinha, seis filhos. Era comerciante e
tinha uma pequena bodega. Morreu de infarto em 1989, diante dos meus
olhos. Tive o privilégio de conhecer a minha bisavó, mãe de Bernadete,
carinhosamente chamada de vó Chaguinha. Depois do falecimento dela,
ganhei como herança sua Bíblia. A minha primeira Bíblia, e até hoje tenho e
a leio.
Pois bem. As nossas irmãs nos chamavam de Dado, Nena, Dereka e
Dudu. Tinha até um refrão: ‘Dado, soldado, Dereka, peteca, Duduca,
duruca e Nena, capenga’.
Eu nos via como os quatro trapalhões: o Dado era o Didi, eu, o
Mussum, o Dereka, o Dedé e o Dudu, o Zacarias. Uma das coisas que me
marcaram nessa época foi o que aconteceu com o meu irmão Eduardo. Nós
três, eu, o Dereka e o Dudu, tínhamos indo a bodega, e lá resolvermos pegar
a traseira de um ônibus. Quando o ônibus vez a curva, eu gritei: ‘solta!’.
Mas, o Dudu não soltou. O ônibus acelerou, ele perdeu as forças nas pernas,
mas não largou as mãos da traseira, e foi arrastado. Suas perninhas entravam
e saíam de debaixo do ônibus. Se tivesse largado as mãos tinha sido
atropelado pelos carros. O ônibus parou no sinal, e suas pernas estavam
todas ensanguentadas. Eu e o Dereka vimos toda cena, pois estávamos
correndo atrás. Parecia um pesadelo. Mas, Deus poupou a vida do Eduardo.
Em 1981, meus pais venderam sua casa, e se mudaram para o
Conjunto Palmeiras, onde morava minha outra avó, vó Rosa, mãe de meu
pai, mulher também batalhadora e incansável. Saudosa memória, tenho
muitas saudades dela.
Com pouco tempo fomos morar na rua campinense. Ali crescemos e
estabelecemos vizinhança. Tive uma infância plena. Brincava de jogar bola,
bila, pião, soltar pipa. Nunca me envolvi em drogas, muito embora tivesse
muitas oportunidades, mas sempre pensava no amor dos meus pais que
deram um duro danado para criar os filhos, não mereciam tal desgosto. Na
infância tive que me internar duas vezes por motivo de dores reumáticas.
Essa danada me persegue há anos.
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Aos 13 anos comecei a trabalhar de empacotador na padaria do seu
Gabriel, e nas madrugadas fazia entrega de pão nas ruas mal pavimentadas e
escuras do Palmeiras. Nesse tempo uma voz começou a me perturbar, ela
dizia: ‘Um dia você vai morrer! E deixará de existir para sempre. Como
será isso? Você morto!’. Isso me dava um calar frio que às vezes me
deixava tonto. Tinha muito medo da morte.
Em 1988, aos 15 anos de idade, me converti ao evangelho. Foi
assim: Um amigo, chamado Damião, me anunciou o evangelho e me
convidou para assistir um culto na igreja Assembleia de Deus na Salmão.
Fui a igreja com ele num domingo. Na hora do apelo fiquei com vergonha
de ir para frente aceitar Jesus. Na segunda-feira, no dia 18 de abril de 1988,
o irmão Damião me levou a uma pequena campanha na casa da irmã Diva,
na rua Ismael Silva. Tinha poucas pessoas, talvez uns sete crentes. Na hora
do apelo aceitei Jesus.
Tempos posteriores, fiquei sabendo que a minha conversão
aconteceu em resposta a oração da irmã Diva. Ela estava morando em São
Paulo, e a sua casa, aqui no Palmeiras, estava sendo usado como boca de
fumo. Então, o Senhor ordenou que ela voltasse para o Palmeiras e
colocasse ordem em sua casa. Ela orou ao Senhor: ‘Senhor, se for da tua
vontade que eu realmente volte, ao chegar lá, irei realizar um culto campal,
e como prova, eu quero que o Senhor salve uma alma’. E, assim, aconteceu.
Depois de sete dias fui batizado com o Espírito Santo, sem saber
nem o que era isso. Doravante, comecei a me dedicar as orações.
Em uma dessas orações, recebi uma profecia do irmão Auceliano
dizendo que eu deveria orar três vezes por dia que Deus iria salvar minha
família. E, foi o que eu fiz. No final de 1988, toda a minha família se
converteu, por essa ordem: Fátima, Edileusa, Eduardo, Ednardo, Marleide,
Paulo e Paula. Restou apenas o Edvaldo, que balançou, mas não caiu.
A minha vida e, também, da minha família, foi sacudida, abalada e
revolucionada pela presença de Deus. Influenciado pelo livro Herói da Fé,
abandonei a escola e me dediquei inclusivamente as orações, jejuns, vigílias,
leitura constante da Bíblia, a evangelismo de porta em porta, discipulado
todos os dias e exorcismo. Assíduo frequentador dos cultos e da escola
dominical. Vivi experiências profundas com Deus, mas também muita
comédia cristã. Eu me lembro que a minha primeira mensagem foi em
dezembro de 1988, em um culto campal, na rua Catolé, na casa da mãe da
irmã Dalva. Ali, meio trêmulo, preguei sobre a história de Noé.
Fui batizado nas águas em outubro de 1988, na sede em Messejana.
Congregando-me na Assembleia de Deus da rua Salmão, participava do
conjunto de criança Cântico Divino (e era pregador dos cultos de crianças),
depois fui para o conjunto de juvenil, Heróis da Fé (sendo um dos
componentes pioneiros) e da mocidade, Rosa de Sarom. Envolvi-me no
departamento DANC (departamento de amparo aos novos convertidos). Fiz
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várias pregações tanto em culto de novos convertidos como em cultos de
mocidade e nas campanhas Só Jesus Cristo Salva. Tive influência de alguns
irmãos, aquém muito admirava, irmãos como João de Deus, Arimatéia
Batista, Freitas, Adriano e Paulo Sérgio.
Apeguei-me tão rigorosamente à religião que me tornei radical nos
usos e costumes. Iniciamos um grupo chamado de Vituperado Por Amor a
Cristo que tinha como objetivo evangelizar e restaurar a santidade cristã na
igreja. Como usávamos a cabeça quase pelada, outros crentes nos
chamavam de ‘vitupelados’. Com esse grupo fizemos vários trabalhos de
evangelismo em Fortaleza e fora de Fortaleza. Nessa época o campo de
Messejana era pastoreada pelo Pr. Pinheiro.
Em 1989, eu e os irmãos Ednardo, Damião e Ronaldo nos dedicamos
a evangelizar e ajudar uma igreja da AD-Montese no Cambeba. Passávamos
o final de semana nessa localidade, realizando avivamentos, estudos
bíblicos, cultos campais, evangelismo, ministrava aula na escola dominial,
fazíamos pequenos estudos nas casas e pregávamos nos cultos aos
domingos. Nessa época essa igreja alcançou um tremendo avivamento.
Pessoas eram convertidas, curadas e libertas de demônios. Havia muitos
batismos no Espírito Santo. Enfrentávamos os macumbeiros e entrávamos
em terrenos de macumba. Pingávamos santidade, e muitas vezes
exagerávamos e sofríamos por causa disso.
Havia um templo abandonado da Assembleia de Deus na rua Codó,
no Palmeiras, onde costumávamos nos reunir em oração e consagração.
Outrora, funcionava nesse local a Assembleia de Deus, fundada em 1981,
seu primeiro dirigente foi o presbítero Bezerra (in memória), enquanto que
na rua Salmão funcionava uma igreja chamada de Avivamento da Bíblia, a
primeira igreja do Palmeiras, porém, 1985 essa igreja com toda a sua
membresia foram cedida para Assembleia de Deus, e os membros da Codó
se mudaram para rua Salmão. E, o templo na Codó ficou desativado, sendo
usado esporadicamente, como lugar de reuniões, ensaios, orações vigílias e
às vezes realizam-se cultos.
Nesse local tive profundas experiências com Deus em oração.
Lembro-me que eu e alguns irmãos tínhamos o costume de nos trancar na
secretaria para buscar a Deus em oração. Levantámos clamores a Deus em
que todos juntos fazia orações ao mesmo tempo até esgotar as forças físicas.
O suor rolava e muitas vezes ficávamos deitados exauridos. Então,
permanecíamos ali, lendo a Bíblia, em jejum, até ao meio dia ou mais tarde.
O nosso desejo era que aquele local se transformasse novamente em uma
congregação e sempre mantinha o desejo de me congregar ali. Pois, os
irmãos mais antigos, sempre, falava da poderosa presença de Deus que se
manifestava ali em tempos antigos.
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Fiz várias pregações públicas. Queria tê-las gravadas. Irei, porém,
citar a partir de 1989 algumas que me lembro. Quero que isso fique
registrado.
Em 1989:
Preguei em culto de avivamento no Cambeba em Efésios 5.18;
Preguei em um culto público (domingo), no Cambeba em Isaías
57.21;
Ministrei, em 06 de agosto de 1989, um estudo no Cambeba,
sobre o Espírito Santo em Atos 2.1-4;
Preguei no culto de libertação no Palmeiras em 1ª Coríntios
15.33;
Preguei no culto de libertação na AD-Montese do Palmeiras em
João 8.32,36;
Preguei em uma campanha, à tarde, no Jereissate em Marcos
8.34-37, na casa do ‘profeta’ Elias;
Preguei em um culto no Cambeba em Marcos 13.13;
Preguei em um culto no Cambeba em Lucas 14.11;
Preguei em uma campanha, num pequeno bairro próximo ao
Cambeba, em Salmos 18.1,2;
Preguei, em 16 de setembro de 1989 (no dia do meu
aniversário), numa campanha no Cambeba em Miquéias 3.10;
Preguei num culto no Cambeba em Apocalipse 3.20;
Preguei, em 31 de dezembro de 1989, num culto de ano novo no
Cambeba em Habacuque 3.2.
Em 1990:
Ministrei, em 20 de janeiro de 1990, um estudo bíblico no
Cambeba sobre Escatologia em Mateus 24.
Preguei num culto no Cambeba em João 5.3-4;
Preguei, em 11 de fevereiro de 1990, num culto no Cambeba em
Êxodo 3.2;
Preguei num culto de mocidade no Cambeba em João 17.17;
Preguei num culto no Cambeba em Jeremias 50.8;
Preguei numa campanha no Cambeba em Jó 11.10-15;
Preguei, em 22 de abril de 1990, no Cambeba em Hebreus 2.14-
18;
Preguei, em 02 de maio de 1990, em um pequeno bairro que
intitulamos Cambeba II em Efésios 2.8-10;
Preguei, em 06 de maio de 1990, à tarde, numa campanha no
Parque São Miguel em Atos 17.29-31;
Preguei, em 06 de maio de 1990, à noite, num culto no Cambeba
em Lucas 15.8-10;
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Preguei, em 12 de maio de 1990, num culto de mocidade no
Cambeba em Lucas 10.30-36;
Preguei, em 20 de maio de 1990, à tarde, numa campanha no
Parque São Miguel em Êxodo 15.26;
Preguei, em 20 de maio de 1990, à noite, num culto no
Tranquedo Neves em Ezequiel 30.2;
Preguei num culto de crianças no Cambeba em Zacarias 8.1-5;
Preguei, em 12 de julho de 1990, numa campanha da AD-
Montese no Palmeiras em Isaías 59.16;
Preguei, em 02 de setembro de 1990, num culto de domingo no
Cambeba em Mateus 4.1-11;
Preguei, em 24 de setembro de 1990, num culto de mocidade na
AD-Parque São Miguel em Mateus 21.18-22 com tema: Jesus
procura fruto em nossa vida.
Preguei, em 03 de outubro de 1990, no Cambeba II em João
10.10;
Preguei, em 13 de outubro de 1990, num culto de mocidade no
Cambeba em 1ª Coríntios 11.2;
Preguei, em 14 de outubro de 1990, na tarde de domingo, numa
campanha no Cambeba em Mateus 20.28-32 com tema: Três
passos para a salvação;
Eu acho que os irmãos tinha muita dificuldade em entender a
minha pregação e às vezes irritava algumas pessoas. Tinha uma voz
rouca de tanto dar gritos de “aleluias” e “glória a Deus” na igreja,
orava muito em voz alta, no estilo da igreja Deus é Amor, e também,
pregava num estilo metralhadora para provocar emoções nos irmãos,
isso me dava uma péssima dicção, falta de fluência e péssima
articulação nas palavras. Não sabia respirar pelo diafragma, e
forçava muito o pulmão e a garganta, prejudicando minhas cordas
vocais. Porém, nas palestras me saia melhor. Falava com mais
calma, meu objetivo era mais a atenção das pessoas do que as
emoções. As pessoas nunca me chamavam de pregador, mas sempre
de professor. Reconheço que nunca fui um bom orador, mas mesmo
assim, os irmãos insistiam que eu pregasse. Citarei algumas
pregações de 1991:
Em 1991:
Preguei, em 03 de fevereiro de 1991, num culto de domingo no
Cambeba em Mateus 24.4-14;
Preguei, em 16 de março de 1991, num culto de mocidade na
AD-Salmão em João 20.1-10;
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Preguei, em 22 de abril de 1991, numa campanha da AD-Salmão
em João 11.23-27 com o tema: três tipos de ressurreição.
Esse ano, de 1991, foi o ano que marcou drasticamente minha vida,
irrompendo o meu intenso serviço de pregação. Silenciosamente a artrite
reumatoide, uma doença que seca a ‘baba’ e destrói a cartilagem dos ossos
causando rigidez nas juntas e deformidades nos membros, e depois destrói o
próprio osso, começou a desenvolver em meu corpo. Devido ao fato de
ficar, hora à fio, debruçando sobre as Escrituras tive escoliose, causando
intenso dores lombares. Orava, também, muito tempo de joelhos,
imobilizando e sobrecarregando meu fêmur.
Comecei a sentir fortes dores nas pernas, com tempo me prostrei. Fui
levado pelos meus pais ao hospital S.O.S, encaminhado por uma clínica, e lá
foi diagnosticado que os ossos do meu quadril estava desgastado pela artrite
e tinha que fazer uma cirurgia imediatamente. Fiz a cirurgia no quadril
esquerdo, e coloquei uma prótese de platina, depois de um mês operei o
quadril direito, e coloquei, também, outra prótese de platina. A recuperação
foi lenta e demorada. Em pleno vigor da minha mocidade, com 19 anos, vi
os meus sonhos escorrendo pelo ralo. Nessa época tinha voltando às aulas,
mas interrompi por causa da doença.
Doravante, tive que iniciar um tratamento para amenizar as dores da
artrite e conter seu avanço. Porém, não tomava os remédios para conter o
acelerado avanço da artrite, apenas os remédios para dores que eram
intensas.
Em 1992 já estava andando novamente, mas não mais com a mesma
agilidade, mas com dificuldade, não corria mais e não conseguia pegar uma
moeda no chão. Mas toquei a minha vida confiando em Deus e esperando a
sua vontade. Aos poucos, voltei as minhas atividades de evangelismo,
discipulado e pregação. Dedicando-me mais ao Conjunto Rosa de Sarom na
AD-Salmão. Nessa época minha mãe era um dos presidentes da mocidade.
Conheci um jovem chamado Paulo César, que veio morar no Palmeiras,
seus pais eram de Belém-PA. Tornando-nos amigos mui achegados,
dedicamos a realizar a obra de Deus juntos, estudar e ler a Bíblia, e a
debater com as testemunhas de Jeová. Vivíamos muitas experiências cristãs.
Citarei algumas pregações do ano de 1992.
Em 1992:
Preguei, em 12 de março de 1992, num culto de mocidade na
AD-Salmão em 1ª João 5.18 com o tema: O novo nascimento e a
natureza adâmica;
Ministrei, em março, um estudo bíblico no Cambeba II (hoje São
Bernardes) em Ageu 1.14 com tema: quatro tipos de
despertamento.
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Preguei num culto de mocidade na Sede-Messejana em Daniel
11.31; 12.11; 2ª Ts 2.1-8 com o tema: A apostasia;
Preguei num culto de mocidade AD-Salmão em 1ª Timóteo 6.12
com o tema: o bom combate da fé;
Preguei num culto de mocidade na AD-Aerolândia em Hebreus
12.1,2;
Preguei num culto na AD-Salmão em Atos 7.47-50 com tema:
Deus não está restrito a uma denominação;
Preguei num culto na AD-Salmão em Mateus 3.1-4 com tema: O
exemplo de João Batista;
Preguei em um culto na Codó em Apocalipse 1.12-18;
Preguei num culto de mocidade na AD-Tranquedo Neves em
João 14.18;
Preguei num culto de mocidade na AD-Lagoa Redonda em Atos
3.1-9 com tema: três passos para a igreja ter poder;
Preguei num culto de mocidade na AD-Itamarati em Mateus
21.18-22 com tema: Jesus procura fruto em nossas vidas. Citei o
alfabeto em que cada letra consta um título de Cristo;
Preguei numa campanha da AD-Salmão em Isaías 53.1-6;
Preguei num culto de mocidade da AD-Bela Vista no Palmeiras
em Jeremias 1.1-10 com tema: a predestinação;
Ministrei, em 25 de dezembro de 1992, um estudo bíblico no
Cambeba em Zacarias 3.1-7;
Em 1993 liderei o departamento DANC e tornei-me o segundo
secretário da EBD. Nesse ano o templo na Codó foi reativado e começou a
funcionar como sub-congregação da AD-Salmão. Comecei, também, a
trabalhar em uma banca de revista no terminal de Messejana. À noite me
dedicava aos cultos e fiz algumas pregações, das quais pouco me lembro e
não fiz registro delas.
Em 1993:
Preguei num culto na AD-Salmão em Lucas 10.30-35 com tema:
as três filosofias de vida;
Preguei num culto na sub-congregação na Codó em Isaías
40.28-31 com tema: porque Deus não se cansa;
Preguei num culto de mocidade na AD-Salmão em 1º Samuel
3.1-4 com tema: a providência de Deus;
Preguei na sub-congregação na Codó em Romanos 8.18-25;
Preguei, em 07 de agosto de 1993, numa campanha no Parque
São Miguel em 2ª Coríntios 6.2 com tema: três coisas que estão
prestes a acontecerem
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Preguei num culto de mocidade no Conjunto Ceará em Romanos
8.23-25 com tema: A esperança
Em 1994 comecei a trabalhar em outra banca de revista na Av.
Santos Dumont. Assinei a minha carteira. Nesse emprego sofri mais de seis
assaltos. Experiências amargas. Em um desses assaltos, na semana da morte
de Ayrton Senna, o assaltante colocou o revólver em minha cabeça, em
outro, o meu dedo polegar da mão esquerda foi ferido por um punhal.
As minhas atividades de pregações diminuíram devido fato de
trabalhar no período da noite e às vezes aos domingos, perdendo, também,
muitas aulas da EBD em que ministrava aulas nas classes de novos
convertidos e depois lecionei na classe da mocidade. Sempre tive o desejo
de fazer um seminário teológico, mas naquela época era difícil e havia
muitos preconceitos. Dediquei-me ao estudo pessoal, tornando-me com
tempo, autodidata em teologia. Lia e leio compulsivamente, tanto a Bíblia
como livros. Talvez, no presente momento, tenho lido a Bíblia mais de 15
vezes. Por essa época, escrevi uma apostila intitulada ‘As Minhas 95 Teses’.
Hoje é um livreto onde demonstro as razões porque não creio na vinda
invisível de Jesus Cristo. Em 1994, registrei apenas uma pregação:
Em 1994:
Preguei, em dezembro de 1994, no último culto de mocidade na
AD-Salmão em 1º Reis 19.8-10,15,18 com tema: o problema de
Elias.
Foi em 1994 que conheci uma moça do Tabuleiro do Norte que veio
se congregar na AD-Salmão e começamos a namorar. Eu tinha feito um
voto com Deus, quando tinha 16 anos, de me tornar eunuco até aos 21 anos
de idade, em que não namoraria ninguém. Agora com 22 anos tive a minha
primeira namorada. Em 1995, fui empossado como um dos presidentes da
mocidade na AD-Salmão. Mas, passei pouco tempo, um ano, devido o
trabalho secular. Em 1996 me casei com Edna Maia, a moça do Tabuleiro
do Norte. Inicialmente moramos na casa dos meus pais, depois construímos
uma casa. Em 1996, fui chamado para ser Auxiliar e tornei-me vice-
superintendente da EBD na AD-Salmão, o irmão Paulo Sérgio era o
superintendente. Minha esposa era secretária da igreja e da EBD. Registrei
poucas pregações no ano de 1996.
Em 1996:
Preguei num culto na sub-congregação na Codó em Romanos
8.18-25 som tema: a liberdade dos filhos de Deus;
Preguei numa campanha da AD-Salmão em João 8.1-11 com
tema: três grupos de pessoas;
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Preguei, em 31 de maio de 1996, num culto da AD-Bela Vista na
rua Cantareira em Mateus 3.1-10 com tema: o caminho da
salvação;
Preguei, em 10 de junho de 1996, num culto na sub-congregação
na Codó em Efésios 4.8;
Preguei, em 28 de agosto de 1996, num culto na sub-
congregação na Codó em Atos 22.20,21;
Preguei num culto na sub-congregação na Codó em Atos 4.36,37
com tema: o exemplo de Barnabé.
Em 1997 senti o peso e a responsabilidade de ser um jovem casado.
Morando na Rua do Espírito Santo, nome este dado por mim e um amigo,
estava desempregado, e sem perspectiva de arrumar emprego. Não tinha
profissão e nem saúde. Tentei vender Bíblias e livros, mas fracassei. Minha
esposa teve que trabalhar de faxina, e eu tomar conta da casa.
Não tardou a crise matrimonial chegou! E para piorar a situação,
minhas mãos começaram a se deformar. Minha esposa se afastou do
evangelho, e começou a namorar. Em dezembro de 1998, a minha esposa
saiu de casa, levando todos os bens em uma carroça, e foi morar com o seu
amante no mesmo bairro, poucos meses ela engravidou do seu amante.
Você sabe como eu estava? Estraçalhado! Juntei meus trapos e voltei
à casa de meus pais. Chorei e fiquei deprimido. Mas levantei do chão,
sacudi a poeira e mantive firme a fé. Esperei um ano, e dei entrada ao
divórcio. A juíza determinou que eu vendesse a casa imediatamente, e
repartisse com ela o valor. E, fiz isso. Vendi a casa por R$ 1.900, com a
minha parte comprei um computador.
Na casa de meus pais, recomecei a vida, me aposentei por invalidez,
e aprendi a digitação gráfica. Fui me congregar na AD-Codó em 1999, na
época supervisionada pelo meu grande amigo Cristóvão Aragão, que me
conhecia da Salmão, e tinha acompanhado toda a minha trajetória. Lá me
entreguei intensamente a obra de evangelismo, discipulado e ensinamento
na EBD. A igreja estava no início, e tinha muita coisa para fazer. Foi na
gestão do Pb. Cristóvão que a Codó construiu seu segundo.
Meus pais e meus irmãos, com tempo, também, foram se congregar
na AD-Codó. Eu, juntamente, com minha mãe e o irmão Luciano fundamos
o DENC – Departamento de Ensino ao Novo Convertido. Pregava em cultos
campais, cultos públicos, cultos evangelísticos e dava aulas na EBD, mas
não fiz nenhum registro dessas pregações.
Em 2000 com a vinda de um amigo meu, muito querido, Mavinier,
fundamos na AD-Codó, o IBC – Instituto Bíblico Codó - que funcionou até
2003, quando houve a mudança de dirigente. Esse Instituto tinha como
objetivo ensinar, gratuitamente, o básico em teologia, principalmente, para
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os obreiros. Porém, tivemos que enfrentar duras críticas. Pois ainda
prevalecia a triste mentalidade de que a teologia era letra, e a letra mata.
Ainda em 2000, conheci a Claudete. Namoramos, nos juntamos,
tivemos uma filha e nos casamos. Deixa eu contar um pouco a história da
Claudete.
Maria Claudete de Souza é o seu nome. Nasceu em Fortaleze-Ce em
maio de 1969. Sua mãe tinha ficado grávida do seu namorado, que a
abandonou grávida, o seu próximo namorado aceitou casar com ela, mas na
condição de dar a criança recém-nascida para alguém. E a criança foi doava
para um casal que não podiam ter filhos. Dona Nezinha e Seu João. Eles
criaram a Claudete. Moravam no Lagamar, um bairro pobre de Fortaleza.
A Claudete teve uma infância muito difícil. Teve um tempo que seu
pai, saiu de casa, e dona Nezinha, tinha que trabalhar, e a Claudete, com seis
aninhos ficava sozinha em casa. Quando chegava a hora do almoço, ela
puxava a cadeira para puder colocar a sua comidinha que estava já feita
encima do fogão. Depois ela ganhava a rua, e quando a sua mãe chegava, já
de noite, a casa estava abandonada e as portas escancaradas.
No final da década de 70, sua mãe veio morar no Palmeiras, ao lado
da sua irmã, que era evangélica. Essa tia da Claudete, a levava para assistir
os cultos na recém-fundada igreja da Assembleia de Deus na Codó. A
Claudete era muito apegada essa sua tia, que também não podia ter filhos, e
tinha um filho adotivo, chamado Carlos. Porém, essa mulher morreu
atropelada quando a Claudete tinha 13 anos de idade. Isso foi uma dor
traumática no seu coração.
As necessidades financeiras da sua família, levou a Claudete a
trabalhar cedo, com 12 anos de idade. Teve uma adolescência muito intensa,
e curtiu muito. Com 15 anos, quis conhecer sua mãe biológica, e descobriu
que tinha 3 irmãs e 3 irmãos. Sua vida nunca mais foi a mesma.
Em 1989, aos 20 anos de idade, engravidou, mas o seu namorado
não quis assumir nem ela e nem reconhecer a paternidade da criança. Em
1991 se converteu a Cristo na Assembleia de Deus na Rua Salmão, onde eu
me congregava. Era mãe solteira, seu filho se chama Renan. Começou a
servir a Deus com dedicação, criar seu filho na igreja, e sua mãe, também
aceitou a Jesus. A conhecia nessa época, e tinha uma amizade relativa.
A Claudete tinha uma vida muito atarefada, trabalhava, estudava,
cuidava do filho e de seus pais, já idosos, e servia a Deus na igreja. Porém,
sentia no coração uma solidão, e o desejo de ter ao seu lado um esposo
crente.
Em 2000, ela resolveu se congregar na AD-Codó, que era mais
próximo da sua casa, onde eu já me congregava desde 1999. E, lá os nossos
corações se redescobriram. Faltava só um empurrãozinho. A irmã Marli deu
esse empurrãozinho, e começamos a namorar. Uma paixão intensa e
avassaladora nos envolveu.
15. 15
Lhe falei das minhas condições físicas, e lhe deixei ciente que
poderia se agravar. Lhe propus casamento, e nos noivamos. Nessa época, ela
se formou em pedagogia. A creche onde trabalhava deu as contas de todos
os seus funcionários, e com essa conta, a Claudete construiu a nossa casa,
no mesmo terreno da casa de sua mãe. Por essa época, fiz três cirurgias na
mão esquerda, tentando melhorar a deformidade, mas não tive bons
resultados, por isso desisti, e não quis fazer cirurgia na outra mão.
Em 2001, me dirige ao Cartório para dar entrada nos papéis do nosso
casamento, lá fui informado que deveria pagar a averbação do divórcio. O
processo e a burocracia durariam um ano. Nesse ínterim decidimos morar
juntos, para nossa surpresa, a Claudete engravidou. O Renan com 11 anos
começou a me chamar de pai. E em 02 de outubro de 2002 nasceu a Ana
Letícia. Depois nos casamos no Cartório e no religioso.
Conheci o verdadeiro amor de uma mulher e o prazer de ter uma
família. O nosso recurso nunca foi muito, mas nunca passamos fome, e nem
Deus deixou faltar nada em casa. Tinha o meu salário garantido todo mês, e
ainda fazia trabalho de digitação e arte gráfica em casa, a Claudete, sempre,
foi batalhadora, de modo que criamos a Letícia no leite e no mel.
Mas como nem tudo são flores, tivemos que sofrer a dura perda da
mãe da Claudete, a Dona Nezinha, morreu aos 78 anos de idade, de infarto,
em 2004. E, depois, o seu pai, Seu João, em 2006. Recebemos grande apoio
do Pb. Osias Alves que dirigia a congregação da AD-Codó nessa época.
Durante a sua gestão, eu servia como a segundo pessoa do então Dc. Júlio
dos Santos na Escola Dominical nos anos de 2005 e 2006. A inauguração do
segundo templo da Codó se deu nessa época.
Há como os anos voam! Nessa época todos os meus irmãos já
estavam casados. A Edileusa casou com o seu primeiro namorado que tinha
aceitado a Jesus junto com ela, o Deassis. Tiveram duas filhas, a Kézia e a
Kananda. O Deassis vem servindo na igreja como obreiro e desempenhado
várias funções na congregação da AD-Codó, a Edileusa tem sido chamada
para liderar o Departamento de Senhoras e dar aulas na EBD. A Kezinha,
sua filha, como é carinhosamente chamada, tem se revelado uma exímia
cantora.
Depois casou, meu irmão Ednardo com a Rosimeire e tiveram uma
filha, a Debora. Ednardo, meu querido irmão, companheiro de sangue, de fé
e de pensar. Sua vida é uma luta, semelhante àquela luta de Jacó com o anjo.
Quantos vezes o vi prostrado em oração, debruçado sobre as Escrituras e os
livros, tentando entender e compreender as doutrinas. Seus sermões eram
penetrantes. Ele é um homem talentoso e de mente brilhante.
Sua intensa fé e sinceridade, o levou questionar a vida, e buscou na
filosofia as respostas para seus questionamentos. Seu primeiro casamento,
também, não deu certo. Com tempo, teve outro filho, Ednardo Filho, com a
Clarice. Foi um relacionamento conturbado. Depois conheceu a Patrícia
16. 16
com quem teve dois filhos, Paulinho e Victor Hugo. Juntos escrevemos um
livro onde nossos pensamentos se travaram nos campos das ideais, mas o
nosso amor permaneceu ligado nas estranhas do nosso ser.
Logo em seguida, também, a minha irmã Fátima se casou. Seu
esposo se chama Iranildo. Tiveram dois filhos, Davi e Daniel. A Fátima e
sua família passou um bom tempo se congregando na AD-Valparaiso, onde
serviram bastante ao Senhor, mas desde 2004, se congregam na AD-Codó.
A Fátima sempre foi uma mulher dedicada ao esposo, aos filhos, ao trabalho
e a igreja. Ama as Escrituras, e Deus a tem chamado para ministrar ensinos
bíblicos.
O Eduardo casou com a Edna Batista. Tiveram duas filhas, Eduana e
Estefany. O Eduardo foi escolhido desde o ventre materno para ser servo na
casa de Deus. Um ótimo profissional. Se congregou um tempo na AD-Codó,
onde realizou excelente serviços nos Departamentos de Mocidade e da
Escola Dominical. Foi chamado, pelo Pb. Osias, para o diaconato, e depois
para o presbitério. Tem uma larga experiência evangélica, e já tem servido
como presbítero em muitas congregações. Suas doutrinas são profundas, e
borrifadas pelas Escrituras. Com o seu largo coração, adotou o Pedrinho, e
Deus lhe deu um neto, Gabriel. Ele é o pastor da nossa grande família,
portanto, responsável para nos ensinar, consolar e exortar.
O meu irmão Edvaldo, teve um filho chamado Morrison e depois
uma filha, Maria Elisa. Sua esposa se chama Estefania. O Dereka, como é
conhecido, nunca se converteu ao Evangelho, mas a sua vida foi
transformada pela influência do Evangelho. Ele era a ovelha negra da
família, mas, Deus, o tornou um canal de bênção para todos nós. Do
monturo tornou-se empresário. O Ednardo e a Paulinha são seus
funcionários. E suas generosas mãos tem ajudado a muitos, inclusive a mim,
me favorecendo com um plano de saúde.
Eu nunca esqueci da cena, em 1991, quando eu estava prostrado em
uma cama, sem poder andar, ele se ajoelhou ao pé da minha cama, e chorou
copiosamente. Eu percebi o quando ele me ama. O meu desejo é que Deus o
abençoe cada vez mais.
A Paulinha, também, casou e teve uma filha chamada, Maria Alice.
Minha irmã querida! Fui eu que a levei pra igreja, e cuidava dela quando
meus pais trabalhavam, e minhas duas irmãos já eram casadas. Se
congregou um tempo na Igreja Batista. Tornou-se uma mulher batalhadora,
e apesar de muito atarefada, tem me ajudado bastante. Que Deus a abençoe
ricamente em seus projetos.
Louvo a Deus pela vida de meus pais! A minha mãe tem se
destacado na obra de Deus como uma mulher virtuosa, pregadora,
ensinadora, uma hábil líder na frente de muitos departamentos e excelente
dona de casa. Ela já serviu incansavelmente nas congregações da Salmão e
Codó e atualmente serve na AD-Ângela Diniz. Cuidou de mim sempre
17. 17
quando eu precisava. Eu sou o seu confidente. O meu pai tem sido seu
suporte em tudo. Quantas vezes fui carregado pelos braços fortes de meu
pai! Sempre esteve comigo, e nunca me desamparou.
Em 2007, eu e a Claudete resolvemos nos congregar um ano na
congregação da Ângela Diniz, para ajudar o presbítero Nilton Paulo que
estava iniciando a obra de Deus ali. Ali, juntamente com o Pb. Nilton,
pregava, ensinava e ministrava aulas na EBD. Nessa época, fundei ali, o
DINC – Departamento de Instrução ao Novo Convertido. Depois, em 2008,
voltamos para a AD-Codó, e quem estava tomando posse, naquela ano para
dirigir aquela congregação, era o presbítero Mário Eugênio.
Conclui a escrita do meu primeiro livro sobre escatologia, iniciado
em 2004, foi intensa horas gastas diante do computador, e às vezes noites a
fio. Também escrevi por essa época um livro apologético refutando a seita
das testemunhas de Jeová. Ainda em 2008, fui convidado a servi na
congregação da Codó como secretário da igreja e assumir meu posto de
professor da EBD. Nessa época informatizei a secretaria e a EBD, criando
programas personificados de banco de dados para o melhor desempenho da
obra de Deus nessas áreas. E em abril de 2009, comecei a gravar, via MP4,
todas as minhas ministrações, tanto de palestras, como pregações e aulas.
Aprendi desde a minha pré-adolescência a gostar da EBD, criei um
programa para catalogar todas as lições bíblicas da revista de Jovens e
Adultos desde o ano de 1981 em diante e isso facilitou muito minhas
pesquisas, transformei minhas aulas em palestras e procurei aprofundar os
assuntos teológicos.
O Pb. Mário trouxe para a Codó um núcleo do curso básico de
teologia da Igreja AD Cidade dos Funcionário. Me matriculei, e no decorrer
de poucos dias, me convidaram para ser o secretário do núcleo, aceitei e
ganhei uma bolsa para fazer o curso grátis. Por essa época, comecei a sentir
o desgastes das minhas platinas, e as dores que aumentavam
paulatinamente, me obrigavam a usar uma bengala.
Em novembro de 2009, toda a igreja teve que se mudar para um
galpão no Sítio São João devido a uma grande construção. A construção do
nosso terceiro templo, suplantando o segundo templo. Nessa época o campo
de Messejana já estava sendo liderado pelo Pr. Moacir e ele tinha um
projeto de reformar todos os templos e construir novos templos.
Os cultos aconteciam nesse galpão, e as aulas da EBD em um
colégio. Com dificuldades, mancando e sentindo dores, desempenhei as
minhas funções. Mas algo inesperado aconteceu! Houve um racha na igreja,
uma parte dos membros ficaram no galpão, e outra parte saiu desnorteada, e
voltaram a se reunir no local de construção, nos meios dos escombros sob a
supervisão do Pb. Júlio dos Santos. Nas alturas desses acontecimentos
tumultuados, tive que me recolher para fazer uma cirurgia de reparação na
platina do fêmur direito que já estava desgastada. Era março de 2010.
18. 18
Fui me recuperando aos poucos, conclui meu curso básico em
teologia, vigorosamente, comecei a voltar a ministrar aulas, e fazer
pregações e palestras. Atendi convites de algumas congregações. Apresentei
ao Pb. Júlio um projeto chamado de Comissão Diaconal, ele concordou,
reuniu os diáconos e iniciamos a Comissão Diaconal.
Todas as minhas mensagens e palestras, desde abril de 2009 até
novembro de 2009 estão registradas na íntegra no primeiro livro dessa série
de livros em que estou compilando minhas ministrações como legado para
minha geração futura. Nesse segundo livro trago as mensagens e palestras
ministradas entre Agosto de 2010 a Fevereiro de 2011.
Estava voando como uma águia! Mas algo terrível aconteceu. Eu
conto no terceiro livro dessa série.
19. 19
ÍNDICES DAS MENSAGENS E PALESTRAS
Sobre o Aquecimento Global .......................................................... 020
Sobre os Profetas Maiores e Menores............................................ 024
Sobre o João Batista...................................................................... 031
Sobre o Ministério Profético no Novo Testamento .......................´ 038
Sobre o ‘Pai Nosso’ ........................................................................ 050
Sobre a Fé no Deus Invisível ......................................................... 055
Sobre a Oração Não é Um Meio de Prosperidade Material, Mas
de Dependência de Deus (I) .......................................................... 059
Sobre a Oração Não é Um Meio de Prosperidade Material, Mas
de Dependência de Deus (II) ......................................................... 068
Sobre Há Esperança para os Mortos! ........................................... 080
Sobre Refutando as Testemunhas de Jeová (I) .............................. 083
Sobre Refutando as Testemunhas de Jeová (II) ............................. 094
Sobre a Oração Que Busca Prosperidade Material Visa
a Vontade do Homem, Mas a Oração Que Busca a Dependência
de Deus Visa a Vontade de Deus ................................................... 110
Sobre Buscar o Perdão Divino é uma Demonstração Total de
Dependência de Deus ..................................................................... 119
Sobre a História de Mefibosete ..................................................... 125
Sobre o Buscar o Derramamento do Espírito Santo no
Pentecostes..................................................................................... 130
Sobre Diz o Louco: “Deus Não Existe” ........................................ 139
Sobre O Maior Homem Que Já Viveu ........................................... 143
Sobre os Sinais e Maravilhas na Igreja ......................................... 148
Sobre a Assistência Social, Um Importante Negócio .................... 157
Sobre o Caminho da Benção .......................................................... 166
20. 20
Mensagem Ministrada Numa Campanha na Rua Codó
em 04 de Agosto de 2010
Sobre o Aquecimento Global
Nessa noite eu tenho boas notícias para as pessoas que nos ouvem.
Notícias de boas novas! Mas antes de falar dessas boas novas, eu preciso
falar das notícias ruins para que você possa valorizar as boas novas que
tenho para vos transmitir.
Gostaria de ler um texto da palavra de Deus que se encontra no
Novo Testamento em uma das cartas escritas pelo apostolo Paulo aos irmãos
que moravam em Tessalônica:
1ª Tessalonicenses 5.3: ‘Quando as pessoas começarem a dizer:
“Tudo está calmo e seguro”, então é que, de repente, a destruição cairá
sobre elas. As pessoas não poderão escapar, pois será como uma mulher
que está sentindo as dores de parto’.
Por milhares de anos as mudanças climáticas da Terra têm sido
controladas por forças da natureza, mas nesses últimos 150 anos a
temperatura média da Terra tem aumentado muito mais rapidamente do que
nos últimos 7 mil anos. E o consenso da ciência nos diz que essa mudança,
que está causando aquecimento global, é provocada por nós.
Os sinais estão por todas as partes. Escute! A cada dia as nossas
geleiras diminuem, os oceanos sobem causando ondas gigantescas, as
tempestades estão cada vez mais devastadoras e violentas, o clima mais
intenso, quente, seco e insuportável, cresce a proliferação de insetos e
epidemias por todas as partes. O nosso ar, que nós transpiramos, está cada
vez mais toxico.
Muito embora o profeta Naum fale do avanço da tecnologia e o
profeta Daniel, também, falou do avanço cientifico, mas a verdade é que o
nosso estilo de vida moderna está causando a destruição do nosso próprio
planeta. A nossa maneira de viver está sendo insuportável para os recursos
da natureza. O planeta Terra não suporta o consumo excessivos das maiores
potências mundiais. Cada vez mais os governantes querem aumentar o
desenvolvimento do seu país. E esse desenvolvimento está saindo caríssimo
para o mundo.
Desmatamos as florestas para construirmos fábricas. E essas fábricas
imitem gás carbônico para atmosfera, e porque não existem florestas
suficientes, as plantas não podem transformar esse gás carbônico em
oxigênio, que sustenta a vida. E por causa disso causa o que chamamos de
efeito estufa sobre a terra.
Quando a aumenta a população, também aumenta o consumo de
energia, e aumentando o consumo de energia aumenta os gases nitrogênios
21. 21
que trazem todo tipo de males para nossas vidas. Então a situação do nosso
planeta é o caos.
O mundo está fadado à destruição; está caminhando em passos
largos para a destruição. Mas o que dizem as Escrituras Sagradas sobre isso!
No Evangelho de Lucas no capítulo 21 e versículos 25 e 26 dizem o
seguinte: ‘E haverá sinais no sol e na lua e nas estrelas; e na terra angústia
das nações, em perplexidade pelo bramido do mar e das ondas. Homens
desmaiando de terror, na expectação das coisas que sobrevirão ao mundo;
porquanto as virtudes do céu serão abaladas’.
O profeta Malaquias, há 2.400 anos atrás, disse que haverá um dia
ardente como a fornalha que abrasará os homens (Ml 4.1). O apóstolo
Pedro, escrevendo há dois mil, disse que esse dia vai consumir os elementos
da Terra, e as obras da Terra se queimarão (2ª Pe 3.10).
No livro do Apocalipse fala de sete trombetas e de sete taças que
representam pragas que virão sobre o nosso planeta. Na primeira trombeta
diz que haverá uma chuva de saraiva, fogo misturado com sangue; a
segunda trombeta fala de um meteoro ardente que cairá sobre o mar e a
quarta taça, diz o livro do Apocalipse, que o sol se tornará abrasador. Ainda
lemos em Apocalipse que Deus destruirá ‘os que destroem a terra’ (Ap
11.18).
É a maneira como os homens vivem, o modo como eles consomem
que está causando desgaste dos recursos da natureza e a vida de pecado
levada pelos homens em rebelião e blasfêmia contra Deus e de
desvalorização dos princípios morais de Deus que está atraindo a ira de
Deus.
Quando Noé profetizou a destruição do mundo pelas águas do
dilúvio, os homens zombaram dele. Porque na época de Noé não chovia o
suficiente para submergir o mundo. Mas hoje quando falamos das profecias
bíblicas sobre a destruição desse planeta pelo fogo as pessoas não podem
zombar de nós porque é uma realidade. O nosso planeta Terra, por exemplo,
por dentro dele é formado de fogo, as nações acumulam armas nucleares
que são capazes de destruírem uma nação de uma só vez. O consumo de
petróleo e de energia elétrica facilitam que esse mundo seja submergido
pelo fogo.
Um clima quente facilita rapidamente a erosão do solo causando
desmatamento da floresta. Então, a ação de Deus, digamos assim, é apenas
como um palito de fosforo para que tudo voe pelo ar. Essa é a nossa
realidade. Essa é a nossa situação.
Então, como o homem poderá salvar-se dessa situação? Qual a
esperança da raça humana para preservar o seu futuro?
A educação não poderá nos salvar! Por mais que os ambientalistas e
cientistas projetem meios para aliviar o aquecimento global, é impossível
reverter a situação atual. Ainda que houvesse um controle de natalidade para
22. 22
que o consumo de energia diminuísse, isso não seria viável para frear.
Recentemente, houve uma reunião mundial dos governantes para firmar um
acordo para que os países gastassem menos energia e investissem mais em
energia sustentável. Eles não entraram em acordo, porque os países e seus
governantes cada vez mais egoístas e gananciosos pensam apenas em seu
próprio desenvolvimento econômico.
Então, a educação, por mais que seja boa, não trará aos homens a
salvação. Devemos mudar nosso estilo de vida, devemos nos educar, mudar
nosso comportamento, mas isso não trará a salvação. É como vestir o lobo
com a pele de ovelha. Ele está vestido de ovelha, mas a sua natureza é
perversa, violenta. Assim também é com a raça humana, pois pode vestir-se
de atos de bondade, mas esses atos de bondade não conseguem mudar a
natureza perversa e cruel que há dentro dos homens.
As notícias de criminalidade e violência nos deixam abismados.
Uma mãe que tem a coragem de lançar seu próprio bebê da janela de um
prédio. Pessoas que praticam as piores barbaridades que nos dá repugnância
só em ouvir falar. A educação é impossível transformar a natureza humana,
atraindo ainda mais a ira de Deus.
A religião, também, não pode salvar os homens! Por mais que as
pessoas digam: ‘todas as religiões levam a Deus’. Por mais que se diga:
‘Não importa a religião, conquanto que as pessoas sejam sinceras’. Você
está se enganando. Porque as Escrituras mostram que a religião não
praticada de uma maneira justa pode enganar as pessoas. É como disse certo
homem: ‘a religião a vicia as pessoas’. Isso acontece quando a religião traz
uma falsa esperança e uma falsa tranquilidade à consciência.
A religião incentiva as pessoas praticarem seus rituais, suas
cerimônias religiosas e suas boas obras, então, essas pessoas passam a
pensar que com isso estão comprando o favor e a misericórdia de Deus. Por
darem suas esmolas e frequentarem os templos religiosos; por batizarem
seus filhos; por seguirem as regras imposta pela religião. Pensam que com
isso estão comprando o direito de ter a vida eterna. Mas, a religião não salva
ninguém.
E, por outro lado, os homens estão recorrendo ao ateísmo. Porque
eles querem tirar Deus da realidade para poderem viver de uma maneira
liberal e cauterizar a sua própria consciência. Eles dizem: ‘Deus não existe’.
Se Deus não existe não há valores morais para obedecer. Se Deus não
existe, então a história de que a humanidade é pecadora e precisa de
salvação é papo furado.
Os ateus afirmam que a Bíblia que fala de Deus está carregada de
mitos e lendas. Então, o ateísmo, em vez de fazer com que os homens se
libertem, atola cada vez mais os homens nesse lamaçal. Então negar a Deus
não nos trará a nossa libertação. Sem Deus, nada nos fará escapar da
destruição que se aproxima!
23. 23
O ocultismo, também, não nos salvará! Estamos vivendo em uma
época de profunda bruxaria, feitiçaria e ocultismo. Cada vez mais as pessoas
procuram ter contato com as forças invisíveis do cosmo; procuram orientar
as suas vidas no que as estrelas dizem na astrologia e os gurus revelam em
seus horóscopos. Uma verdadeira entrega ao demonismo de uma maneira
terrível. De modo descarado as pessoas estão adorando demônios, se
envolvendo com o satanismo.
A aparência das pessoas está se transformando. As pessoas estão
impregnando em corpos, através das tatuagens, emblemas infernais. Os
homens estão se transformando em bichos, as argolas aumentando as suas
orelhas e narinas. Tudo isso por causa de influência demoníaca que impera
sobre a terra. A feitiçaria desonra o Senhor.
Então, meus amigos, nós estamos em um mato sem cachorros; num
beco sem saída. Porque as coisas deste mundo não nos trará o escape; não
produz em nós a esperança.
Mas, quais são as boas novas?! Diante de tanto pessimismo, de
tantas notícias desanimadoras; qual é a boa nova?! É que depois da
destruição haverá uma restauração. Ouça! Depois dessa destruição haverá
uma renovação de todas as coisas. Para que pudéssemos erigir um novo
templo, mais bonito, foi necessário destruirmos o velho templo. Para que
Deus pudesse trazer um novo tempo sobre a terra, de paz, de segurança e de
felicidade é necessário, primeiramente, ele destruir o que não presta. Causar
uma destruição profunda que atinge a raiz e os ramos.
E por meio de quem virá esse novo tempo? Por meio de Jesus Cristo,
o nosso Senhor. As Escrituras dizem que ele é aquele que nos livra da ira
vindoura; ele é que nos liberta da destruição iminente e repentina que cairá
sobre a raça humana.
Diz o profeta Joel: ‘aquele que invocar o nome do Senhor será
salvo’. Então, para que a gente escape imune da destruição, precisamos
invocar o nome do Senhor Jesus Cristo. E fazemos isso ao crer em seu
evangelho e aceita-lo como nosso Senhor e Salvador de nossas vidas. Esse é
o único meio, o único caminho, que nos trará a salvação.
Só assim os homens podem olhar com esperança para o futuro.
Porque está escrito: ‘Eis que crio novos céus e nova terra onde habitará a
justiça’. Se você quiser herdar o novo céu e a nova terra, em que está escrito
que nem mesmo o calor do sol incomodará seus habitantes, então, entregue
a sua vida a Jesus o mais rápido possível, pois, também está escrito que
Jesus Cristo virá de uma maneira de repente. Nós não sabemos quando virá!
Nem o dia e nem a hora. É como uma mulher grávida que não sabe o dia do
seu parto.
24. 24
Palestra Ministrada na Assembleia de Deus-Codó[Salém]
Em 08 de Agosto de 2010
Sobre os Profetas Maiores e Menores
Os profetas estão classificados em três grupos: profetas antigos,
profetas não literários e profetas literários. A maioria dos profetas de Israel
foram escritores, inclusive as Escrituras do Antigo Testamento foram
escritas por profetas com algumas exceções, mas a maior parte dos
escritores do Antigo Testamento são profetas. Nem todos os profetas
escreveram, mas a Bíblia foi escrita por profetas.
Os profetas antigos, que são Moisés, Samuel, Natã, Gade, Isaías,
Ido, Semaías e Jeú, escreveram a história de Israel. Temos, também, os
profetas não literários, chamados também, de profetas pré-clássicos ou
profetas orais. Que são aqueles profetas que profetizaram, mas não
registraram as suas profecias, outros registraram por eles. Temos Azarias,
Anani, Elias, Elizeu, Micaías, Zacarias (que não é o Zacarias dos Profetas
Menores, mas outro Zacarias, aquele Zacarias que Jesus Cristo se referiu
quando disse que o sangue dos justos iria ser recobrado daquela geração
desde o sangue de Abel ‘até o sangue de Zacarias, filho de Baraquias, que
matastes entre o santuário e o altar’ [Mt 23.35]. Esse Zacarias foi um dos
últimos profetas que profetizou no Reino do Norte), temos também, Obede,
Hulda (que é uma profetisa; profetisa é o feminino de profeta; então, não
existe a profeta; existe o profeta e a profetisa) e Urias (que não era o Urias,
aquele soldado, que Davi mandou executar, mas um dos profetas que
profetizou na época do profeta Jeremias). Esses sãos os profetas não
literários.
Temos, agora, os profetas literários, também, chamados de profetas
clássicos. Quais são esses profetas? Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel,
temos também, os Doze profetas: Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas,
Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.
Vamos agora ver a classificação dos livros proféticos. Os livros
proféticos são os livros de Isaías à Malaquias. Esses livros proféticos estão
classificados em duas classes: Profetas Maiores e Profetas Menores.
Profetas Maiores é ‘uma designação utilizada para identificar o
primeiro conjunto de cinco livros dos profetas’ e Profetas Menores ‘são os
doze livros que se segue aos profetas maiores, apesar de ser doze o número
dos livros, todo o material literário dos profetas menores é considerado
como um só livro no cânon judaico’ (6ª lição, do 3° Trim/2010).
Então, na verdade, a nossa divisão do Antigo Testamento é diferente
da divisão que os judeus faziam do Antigo Testamento. Qual é a divisão que
fazemos do Antigo Testamento? Lei, Escritos, Poéticos e Profetas. Qual é a
25. 25
divisão dos judeus? Lei, Escritos e Profetas. Os profetas, eles dividem, em
duas classes: os primeiros profetas e os últimos profetas.
Os primeiros profetas foram os profetas que escreveram os livros
históricos: 1º e 2º Samuel, 1º e 2º Reis, 1º e 2º Crônicas, etc. e os últimos
profetas foram os que escreveram os livros proféticos de Isaías à Malaquias.
Porém, os livros de Oséias à Malaquias eram uma única coleção, chamado
os Doze Profetas. Talvez, por serem os livros pequenos e por medo de
perdê-los, eles acoplaram em um só livro.
Os judeus não reconheciam a divisão que temos hoje, de profetas
maiores e profetas menores. Eles conheciam os primeiros profetas e os
últimos profetas. Os últimos profetas incluíam Isaías até os Doze. Agora, se
os judeus não reconheciam essa divisão de profetas maiores e profetas
menores; de onde surgiu isso? Quem fez essa divisão? Nem mesmo os
apóstolos conheciam essa divisão.
Quem fez essa divisão foi um bispo muito conhecido, chamado de
Santo Agostinho. Agostinho viveu no ano 400 depois de Cristo, foi ele que
dividiu os profetas em profetas maiores e menores. Quem é Agostinho?
Agostinho é conhecido por sua famosa frase: ‘uma vez salvo, salvo para
sempre’. Ele era um bispo latino, considerado um dos maiores teólogo da
Igreja, que desenvolveu muito bem as doutrinas e dogmatizou a doutrina da
Trindade. Foi quem influenciou o pensamento de Calvino acerca da
predestinação. Então, Agostinho é muito conhecido no meio da teologia
cristã. Foi ele que uniu a teologia com a filosofia. Ele tinha uma paixão
muito grande pelos filósofos gregos, então, ele conseguiu unir a teologia
cristã com a filosofia, de modo que muitas palavras que falamos hoje vêm
da filosofia grega.
Como por exemplo, a definição de Deus sobre a antropomorfia é
uma definição da filosofia grega, ela não faz parte da teologia judaica. A
teologia judaica conhecia Deus como um ser possuidor de mãos, braços,
sentimentos, etc, foi a filosofia grega que trouxe essa definição de Deus
como um Ser sem forma nenhuma, principalmente sem forma humana,
como uma luz inacessível e cósmica acima da sua criação. Aí os teólogos
cristãos, como Agostinho, tomaram a definição que os filósofos atribuíam a
Deus e procuraram nas Escrituras termos teológicos que pudessem
confirmar essa definição filosófica de Deus.
Foi Agostinho que dividiu os profetas em duas classes. Lembrando
que Agostinho não introduziu nenhum escrito na Bíblia, em sua época a
Bíblia já tinha praticamente concluindo a sua canonicidade, ele interpretou a
Bíblia e escreveu livros. E, foi em um desses livros, chamado a Cidade de
Deus, que ele dividiu os profetas em duas classes. Agora, por que dessa
divisão?
Primeiro, por causa da data em que profetizou cada profeta?
Agostinho fez essa divisão porque tinha em mente a data em que profetizou
26. 26
cada profeta? Quer dizer, os que profetizaram primeiro receberam o nome
de profetas maiores, e os que profetizaram por último receberam o nome de
profetas menores. Será que foi por causa disso? Não! Porque alguns profetas
menores foram contemporâneos dos profetas maiores e profetizaram na
mesma época. Oséias, Amós, Miquéias e Isaías foram contemporâneos. Ora,
se Isaías foi contemporâneo de Miquéias e Miquéias está nos profetas
menores e Isaías nos profetas maiores, então a divisão não se refere a data
em que eles profetizaram.
Segundo, por causa do mérito ou da importância de cada profeta?
Amós, por exemplo, era um boieiro, cuidava de gados e cultivava terras, e
Ezequiel era um sacerdote da elite, da nobreza de Israel. Oséias, coitado,
taxado como ‘corno da graça’, e já Isaías era parente de Uzias, rei de Judá.
Será que era por causa disso que Amós era profeta menor e Ezequiel profeta
maior? Não! Cada profeta tem seu mérito e sua importância, os livros dos
profetas menores não são secundários e nem inferiores.
Terceiro, por causa da inspiração verbal e plenária de cada livro?
Será que os livros dos profetas maiores têm uma autoridade e inspiração
mais refinadas do que os livros dos profetas menores? Será que os livros dos
profetas menores só têm alguma autoridade quando estão baseados nos
profetas maiores? Não!
Segundo o Dr. Esequias Soares: ‘Todos são inspirados verbal e
plenariamente pelo Espírito Santo. Sem eles, jamais viríamos a entender o
plano de Deus para Israel, para os gentios e para a nossa vida em
particular’. E que ‘Todos os profetas, tanto os pré-clássicos como os
clássicos, têm a mesma autoridade divina e igualmente falaram em nome do
Senhor. Os chamados clássicos são os profetas literários, divididos em dois
grupos: Maiores e Menores’ (6ª lição, do 3° Trim/2010).
Então, essa inspiração verbal e plenária colocava cada profeta
debaixo da influência poderosa do Espírito Santo, de modo que, aquilo que
eles falaram e escreveram é a Palavra de Deus. Deus não só inspirou as suas
ideias para escrever como também utilizou cada palavra dos profetas para
compor o texto. Entretanto, Deus fez isso baseado na cultura, no
entendimento e nos costumes de cada profeta. Mas, essa inspiração verbal e
plenária cessou! De modo que Malaquias foi o último profeta a receber essa
inspiração verbal e plena, isso significa que, claro com exceção dos
Apóstolos, essa inspiração verbal e plenária não existe mais hoje.
As profecias que acontecem atualmente nas igrejas não têm essa
autoridade provida da inspiração verbal e plenária. Elas não estão no mesmo
patamar das profecias das Escrituras. É uma inspiração secundária em
relação a inspiração verbal e plenária. Quer dizer, as profecias das Escrituras
são inerrantes, não contem erros, nem nas ideias e nem nas palavras, porém,
a inspiração de hoje que vem no dom de profecia, não é nem verbal e nem
plenária, e está misturada entre certo e errado. Essa mensagem profética está
27. 27
mesclada com coisas certas e coisas erradas, porque a mensagem que a
pessoa recebe não é verbal e nem plenária. É chamada de inspiração
comum.
De modo que essa pessoa que profetiza está sujeita a cometer erros.
Por isso que as Escrituras nos ordenam a julgar essas profecias. Quanto às
profecias das Escrituras, não podemos julgá-las e nem podemos classifica-
las como certas ou erradas. São elas que nos julgam. Mas as profecias de
hoje, temos que julga-las e analisa-las para sabermos se contém erros.
Em 1ª Coríntios 13 diz que ‘em parte nós conhecemos e em parte
profetizamos’. A nossa profecia é em parte, enquanto que a dos profetas era
plena. Isso significa que eu posso me dirigir a uma pessoa e proferir uma
profecia de Deus, mas ao me dirigir à outra pessoa, posso profetizar de me
mesmo. Será que eu serei condenado por essa profecia? Não! Pois, o próprio
dom que recebi não me concede essa capacidade plena e verbal para
profetizar. Claro, que devemos diferenciar a pessoa que profetiza do falso
profeta. O irmão que profetiza comete erros porque a inspiração que ele está
recebendo não é uma inspiração plenária e nem verbal, mas, uma inspiração
comum, por isso que está sujeito a cometer erros. Contudo, ele poderá ser
julgado por aquilo que ele maquina, que é diferente de uma pessoa que está
profetizando debaixo de suas fortes emoções confundidas com o mover do
Espírito.
Já o falso profeta, segundo Pb. Nilton Paulo, e eu concordo com ele,
‘é aquele que torce o texto bíblico e engana o povo, levando uma mensagem
distorcida, uma mensagem falsa’. Esse está debaixo do juízo de Deus.
Vamos citar uma quarta hipótese pelo qual os livros proféticos foram
divididos: Por causa do volume do conteúdo de cada livro? Segundo o Dr.
Esequias Soares ‘o primeiro conjunto de cinco livros dos profetas... são
chamados de “maiores” por causa do volume do seu conteúdo literário’
(6ª lição, do 3° Trim/2010).
Na verdade se analisarmos os livros de Oséias à Malaquias veremos
que tem menor conteúdo do que os livros de Isaías e Jeremias juntos.
Todavia, outros comentaristas, defende que a expressão profetas
maiores e menores se refere a duração do ministério de cada profeta. Temos
então duas questões: ou por causa do volume do livro ou por causa da
duração do ministério de cada profeta.
Convém salientar que essa divisão entre profetas maiores e menores
não faz parte da inspiração da Bíblia, assim como há muitas outras coisas
em nossas Bíblias que não fazem parte da inspiração verbal e plenária das
Escrituras. Como, por exemplo: a divisão de capítulos e versículos; os
títulos dos parágrafos das Bíblias; os comentários no rodapé das Bíblias de
Estudos, etc.
Na verdade a divisão de profetas maiores e menores baseados tantos
no volume dos livros como na duração do ministério profético estão
28. 28
equivocados. Por exemplo, o livro de Lamentações tem cinco capítulos,
menor do que o livro de Amós, contudo, está entre os profetas maiores;
Daniel, profeta maior, têm 12 capítulos e já Oséias, profeta menor, têm 14
capítulos.
Como também a duração dos profetas, por exemplo, o profeta Oséias
profetizou num período de 54 anos, e Ezequiel profetizou 20 anos. Miquéias
profetizou mais de 50 anos e Jeremias profetizou 40 anos.
Por que, então, a definição de Agostinho de profetas maiores e
menores baseado no volume de cada livro é mais coerente? Porque na época
de Agostinhos a Bíblia ainda não era dividida em capítulos. Então, ele não
poderia saber que Daniel iria ter 12 capítulos e Oséias 14. Possivelmente,
em volume, Daniel é maior do que Oséias. E, Lamentações não fazia parte
dos livros proféticos, mas, pertencia aos Escritos. Portanto, por tradição o
volume dos livros é o mais coerente para a definição de profetas maiores e
menores.
Veremos agora, a cronologia de cada profeta. Podemos dividir a
cronologia em: conforme os dois reinos de Israel; conforme o reinado dos
reis; e conforme os dois exílios. Então, os profetas de Isaías à Malaquias
estão entre essa divisão cronológica. A Bíblia não traz a ordem cronológica
dos profetas, como por exemplo, o livro de Joel vem depois dos livros de
Isaías, Jeremias, Ezequiel e Oséias, contudo, acredita-se que Joel foi um dos
primeiros profetas literários a registrar suas profecias, aproximadamente no
ano 829 A.C.
Acho necessário explicar que os anos antes de Cristo eram
decrescentes e depois de Cristo segue uma ordem crescente. As pessoas que
viviam antes de Cristo não contavam os anos desse jeito, foram nossos
teólogos que estabeleceram essa contagem. Antes não! Cada povo tinha seu
próprio calendário; tinha o seu modo de contar o tempo. Uns baseava na
fundação da nação; outros pelo tempo do reinado de cada rei. Foi a partir de
um monge chamado Dionísio, o pequeno (470-544 D.C), que começaram a
contar em ordem decrescente e ordem crescente tomando como ponto
central o nascimento de Jesus. De modo, que contando de Cristo e
retrocedendo até Joel, temos o ano 829 A.C.
Citarei a ordem cronologia dos profetas: Joel, Oseias, Jonas, Amós,
Isaías, Miquéias, Naum, Sofonias, Jeremias, Habacuque, Ezequiel, Obadias,
Ageu, Zacarias e Malaquias. Que não segue a ordem dos livros posto em
nossas Bíblias.
Temos, também, a divisão dos profetas conforme os dois reinos de
Israel. A nação de Israel foi dividida, depois da morte de Salomão em 931
A.C, em reino do norte e reino do sul. O reino do norte ficou conhecido
como Israel tendo como capital Samaria, e o reino do sul como Judá com a
capital em Jerusalém. Então, os profetas desenvolveram os seus ministérios,
29. 29
pregando nessas duas partes de Israel. Uns profetizaram para o reino do
norte, e outros, para o reino do sul.
A divisão da nação de Israel em reino do norte composto por dez
tribos e reino do sul por duas tribos foi em cumprimento a profecia de Aías
à Jeroboão: ‘Toma para ti os dez pedaços, porque assim diz o Senhor Deus
de Israel: Eis que rasgarei o reino da mão de Salomão, e a ti darei as dez
tribos. Porém ele terá uma tribo, por amor de Davi, meu servo, e por amor
de Jerusalém, a cidade que escolhi de todas as tribos de Israel’ (1º Rs
11.31,32). A tribo de Benjamim, também, pertencia ao reino do sul, por
ficar próxima a tribo de Judá.
Os profetas que profetizaram para o reino do norte foram: Oséias,
Amós, Isaías e Miquéias; e os demais profetizaram para o reino do sul;
Isaías e Amós, também, foram enviados à Judá. Porém, Naum profetizou
para a cidade de Nínive, igualmente, Jonas. Habacuque profetizou a queda
da Babilônia e Obadias profetizou contra a nação de Edom.
Temos, também, a divisão dos profetas pelo reinado dos reis. Vocês
sabem que enquanto os profetas profetizavam os reis governavam. Temos os
reis que governaram no reino do norte, e reis que governaram no reino do
sul. O reino do norte durou até o ano 722 A.C, quando ocorreu o cativeiro
da Assíria. A Assíria invadiu Samaria, e levou os israelitas cativos e os
dispersou entre outros povos, e depois introduziu outros povos em Samaria.
E, o reino de Judá durou até 587 A.C, quando aconteceu o cativeiro
babilônico.
Desse modo, os profetas, também, são divididos pelos cativeiros.
Têm aqueles que profetizaram antes do cativeiro assírio: Joel, Oséias, Jonas,
Amós, Isaías e Miquéias. E temos aqueles que profetizaram antes do
cativeiro babilônico: Isaías, Miquéias, Naum, Sofonias, Habacuque e
Jeremias. Temos os que profetizaram durante o cativeiro babilônico:
Jeremias, Daniel, Ezequiel e Obadias. E, aqueles que profetizaram depois do
cativeiro babilônico: Ageu, Zacarias e Malaquias.
Apenas lembrando aos irmãos que o cativeiro babilônico aconteceu
em três etapas: primeira deportação (606 A.C), segunda deportação (598
A.C) e a terceira deportação (587 A.C). Foram em três etapas que
Nabucodonosor levou os judeus para a Babilônia. Os 70 anos de cativeiro
começam a ser contados a partir da primeira deportação, e não da última,
quando os babilônicos destrói o templo. O cativeiro começa em 606 A.C e
termina em 536 A.C.
Quero concluir dizendo que as Escrituras empregam várias figuras
de linguagens para transmitir sua mensagem. Uma dessas figuras de
linguagens chama-se sinédoque, temos também, metáfora, metonímia,
prosopopeia, antropopatia, antropomorfia, símiles e muitos outros. Cada
uma dessas figuras de linguagens tem seu significado. Sinédoque, por
exemplo, é uma substituição por representação. Esse tipo de figura de
30. 30
linguagem é abundante nos livros proféticos. Por exemplo, Oséias toma seus
três filhos para representar a nação de Israel. Assim, também, Isaías e
Ezequiel referem-se à Satanás utilizando-se as figuras de Nabucodonosor e
do rei de Tiro. De fato, as profecias se referem a esses reis, mas, também,
via sinédoque, são aplicadas à Satanás.
O apóstolo Paulo, em Romanos 9.24-26, chama Israel de Gentios.
Ele está utilizando uma figura de linguagem, sinédoque. Porém, Paulo não
faz isso apenas seguindo seu próprio pensamento, mas baseado nas
Escrituras. Porque a nação de Israel tornou-se totalmente corrompida
quando praticou todo tipo de costumes pagãos que os gentios praticavam. E,
quando Israel foi levada cativa, perdeu sua identidade na Assíria. E,
Samaria, que era a capital de Israel, foi habitada por gentios. Então, quando
Deus olhava para a terra de Israel, não via ali o seu povo, mas os gentios,
por isso ele disse: ‘vós não sois meu povo’ (Os 1.9).
Porém, Paulo para confirmar a vocação dos gentios cita o texto de
Oséias 1.10: ‘E sucederá que no lugar em que lhes foi dito: Vós não sois
meu povo; Aí serão chamados filhos do Deus vivo’ (Rm 9.26). Ora, se Israel
ficou na mesma situação dos gentios, adorando deuses falsos, quebraram a
aliança de Deus, e Deus os chamou novamente para ser o seu povo, isso
abre as portas para os gentios serem, também, chamados por Deus.
Conforme, também, outras profecias, Deus iria unir Israel e Judá em
um só povo, ‘e todos eles terão um só pastor’ (Ez 37.19-27). ‘Os filhos de
Judá e os filhos de Israel juntos se congregarão, e constituirão sobre si uma
só cabeça, e subirão da terra’ (Os 1.11). A cabeça é Cristo. Na verdade,
tratando da nação de Israel, Isaías fala da salvação do remanescente de
Israel (Rm 9.27 c/ Is 10.22). Porém, quanto a salvação dos gentios será
tantos como a areia da praia, inúmeros, chamado de plenitude dos gentios,
mas, dentre a nação de Israel, será apenas o remanescente – ‘Ainda que o
número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente é que
será salvo’ (Rm 9.27).
Quem são esses remanescentes? Os judeus que creram em Jesus
Cristo. Cristo veio para restaurar Israel, mas apenas, aqueles que creram
nele se constituíram o Israel de Deus. Esse remanescente aparece no livro do
Apocalipse como 144 mil israelitas. São os remanescentes de Israel. Então,
da nação de Israel, apenas esses 144 mil serão salvos, dos gentios será uma
multidão incontável (Ap 7). O número 144 mil é literal ou simbólico? É
literal, mas também, é um número representativo. De modo, que hoje, ainda
há um restante dos 144 mil que faltam ser selados, pois, enquanto, não
completar o número, os juízos de Deus não cairão sobre a Terra.
Por último, o Novo Testamento faz citação de praticamente todos os
profetas, atestando assim, a autoridade canônica dos livros proféticos. Se os
apóstolos e Jesus Cristo ao citar os livros do Antigo Testamento estavam
31. 31
conferindo a eles autoridade escriturística; então, por que Judas ao citar o
livro de Enoque não confirma o lugar desse livro entre os canônicos?
Quando Judas cita Enoque 2.1: ‘Eis que Ele vem com dezenas de
milhares dos Seus santos para executar julgamento sobre os pecadores e
destruir o iníquo, e reprovar toda coisa carnal e toda coisa pecaminosa e
mundana que foi feita, e cometida contra Ele’ (Jd 14,15) está reconhecendo
e autenticando, que apenas, essa passagem do livro de Enoque foi inspirada
por Deus, e por ser inspirada por Deus, agora, faz parte das Escrituras
canônicas dentro da epístola de Judas.
Palestra Ministrada na Assembleia de Deus-Codó[Salém]
Em 22 de Agosto de 2010
Sobre o João Batista
Vamos iniciar nossa palestra conhecendo um pouco do fundo
histórico de João Batista. João era um nome muito comum, talvez em
hebraico seja Jonas que significa ‘favor de Deus’ ou ‘aquele que foi
agraciado por Deus’. Quem foram os pais de João Batista? Zacarias e
Isabel.
Leiamos Lucas 1.5-7: ‘Existiu, no tempo de Herodes, rei da Judéia,
um sacerdote chamado Zacarias, da ordem de Abias, e cuja mulher era das
filhas de Arão; e o seu nome era Isabel. E eram ambos justos perante Deus,
andando sem repreensão em todos os mandamentos e preceitos do Senhor.
E não tinham filhos, porque Isabel era estéril, e ambos eram avançados em
idade’.
Temos aqui um retrato de como dever ser uma família cristã. Os pais
cristãos devem temer a Deus, ser justos e guardar seus mandamentos. Os
pais de João Batista viveram no tempo de Herodes. Encontramos, também,
em Lucas 3.1 que João Batista iniciou seu ministério na época de Herodes,
tetrarca da Galiléia, e de seu irmão Felipe, tetrarca da Ituréia.
Será que o Herodes de Lucas 1.5 é o mesmo Herodes de Lucas 3.1?
O Herodes de Lucas 1.5 é conhecido como o Herodes, o Grande, que
dominava sobre toda Palestina, esse Herodes é o mesmo Herodes de Mateus
2. Foi ele que reconstruiu o templo e o embelezou; foi ele que mandou
matar todas as crianças de Belém, no intuito de acabar o Messias. Herodes,
o Grande, governou do ano 37 A.C até o ano 4 D.C. Quando ele morreu, o
imperador romano dividiu o governo de Herodes entre seus filhos. Esse
Herodes teve vários filhos e mais de dez mulheres. E alguns desses filhos
são citados nas Escrituras.
32. 32
Temos, por exemplo, Arquelau que aparece em Mateus 2.22. O
imperador Augusto dividiu o reino de Herodes em quatro tetrarquias, e três
dessas tetrarquias, ele deu aos filhos de Herodes, conforme Herodes deixou
assinado em seu testamento. Dentre seus vários filhos, ele escolheu:
Arquelau, Antipas e Filipe.
O Herodes Antipas, filho de Herodes, o Grande, é exatamente o
Herodes que aparece em Lucas 3.1. O mesmo que mandou degolar João
Batista (Mt 14).
Arquelau governou a Judéia e a Samaria, Herodes Antipas governou
a Galiléia e a Peréia e Filipe governou a Ituréia e Traconites.
Leiamos Lucas 3.1,19: ‘E no ano quinze do império de Tibério
César, sendo Pôncio Pilatos presidente da Judéia, e Herodes tetrarca da
Galiléia, e seu irmão Filipe tetrarca da Ituréia e da província de
Traconites, e Lisânias tetrarca de Abilene... Sendo, porém, o tetrarca
Herodes repreendido por ele por causa de Herodias, mulher de seu irmão
Filipe, e por todas as maldades que Herodes tinha feito’.
Notemos que embora Filipe seja irmão de Antipas, porém, esses dois
Filipes, que aparece um em Lc 3.1 e outro no versículo 19, não são o mesmo
Filipe. Embora sejam ambos irmãos de Antipas. Na verdade Herodes, o
Grande, teve dois filhos chamados de Filipe. O Filipe, conhecido na
História, como Herodes Filipe não governou nenhuma parte da Palestina;
ele, que era, o esposa de Herodias, aquém o seu irmão, Herodes Antipas, se
apaixonou, e a tomou como esposa. Herodias e Filipe tiveram uma filha
chamada Salomé, esse nome não parece nas Escrituras, mas nos escritos de
Flávio Josefo.
Devemos saber desses pequenos detalhes para não atrapalhar a
nossa leitura das Escrituras.
Arquelau governou até o ano sexto depois de Cristo, foi expulso do
governo por conspiração, então, a Judéia foi anexada a Roma, que enviou
para lá um procurador, Pôncio Pilatos. Lucas 3.1, diz que João Batista
começou a ministrar na época em que Pilatos era governador da Judéia, e
também, diz que foi no décimo quinto ano do reinado de Tibério, imperador
de Roma, isso vai cair exatamente no ano 26 d.C.
O ano 26 D.C foi o ano em que João Batista iniciou seu ministério
de pregação no deserto da Judéia. Quero, nessa oportunidade, salientar que
Jesus Cristo nasceu 4 anos antes do que é chamado o Ano do Senhor (Ano
Domini). Por isso que quando chega no ano 26, Jesus têm 30 anos.
Antigamente, os estudiosos estabeleceram a data do nascimento de Jesus
como o ano 1, porém, chegaram a conclusão que Jesus realmente nasceu 4
anos antes. Por causa disso alguns acreditam que Jesus morreu no ano 30 e
outros acreditam que ele morreu no ano 33.
Leiamos Atos 12.1,2: ‘E por aquele mesmo tempo o rei Herodes
estendeu as mãos sobre alguns da igreja, para os maltratar; E matou à
33. 33
espada Tiago, irmão de João’. Quem é esse Herodes? Não era Antipas, mas
Agripa I. Esse Agripa I mandou decapitar Tiago, irmão de João. No mesmo
capítulo relata a morte desse Herodes que foi comido por bicho (At 12.21-
23). Leiamos, também, Atos 26.27,28: ‘Crês tu nos profetas, ó rei Agripa?
Bem sei que crês. E disse Agripa a Paulo: Por pouco me queres persuadir a
que me faça cristão!’. Esse Agripa não é o do capítulo 12. No capítulo 12 é
o Agripa I (41-44 D.C.), e no capítulo 26 é o Agripa II (50-66 D.C), que é
filho do Agripa I.
Voltemos a Zacarias, pai de João Batista. Lucas 1 diz que ele era da
ordem de Abias. Quando Davi trouxe a arca da aliança para Jerusalém, ele
estabeleceu um culto para prestarem a Deus no tabernáculo, e nessa ocasião
dividiu os sacerdotes em 24 ordens. Cada ano era escolhido um grupo para
servir no tabernáculo. Quando serviam no tabernáculo ou no templo, era
distribuído, por sorteio, à esse grupo, as várias atividades que havia no
santuário. Aqui temos o gráfico do tabernáculo:
Temos o altar de bronze, também conhecido como altar do
holocausto, onde era sacrificada as vítimas, a pia onde os sacerdotes se
lavavam para poderem ministrar no santuário, que é dividido em dois
compartimentos: Santo Lugar e o Santo dos Santos. Os sacerdotes podiam
ministrar apenas no Santo Lugar, onde ficava o candelabro, a mesa e o altar
de incenso. Assim, suas atividades eram acender o castiçal, colocar azeite
nas lâmpadas, remover o torrão, organizar a mesa do pão da proposição,
tirando os pães vencidos e colocando os pães novos, queimar incenso no
altar utilizando um incensário.
Então Zacarias, nesse dia, estava queimando incenso no altar, que
estava diante do véu. Temos, também, o Santo dos Santos, onde estava a
arca da aliança, em cima da arca havia dois querubins. Dentro da arca havia
as duas tábuas da aliança, a vara de Arão que floresceu e um jarro contendo
o maná. A tampa da arca se chamava propiciatório. No templo construído
por Herodes, onde Zacarias ministrava, não havia mais essa arca, talvez uma
réplica ou cópia da arca, mas não a arca original que se perdeu na época do
cativeiro babilônico (Jr 3.16).
34. 34
Temos os levitas, que auxiliava os sacerdotes, eles apenas serviam
no átrio, não tinham acesso ao santuário. Os sacerdotes serviam no santo
lugar e o sumo sacerdote era o único que podia entrar no Santo dos Santos,
uma vez no ano, no Dia da Expiação. Todavia, ele não podia entrar de
qualquer jeito, mas com sua vestimenta sacerdotal. Na veste sacerdotal
havia umas companhias ou sinos que ficavam tocando enquanto o sumo
sacerdote se movimentava dentro do santuário (Êx 28.34-35). Diz que se os
sinos parassem de tocar, podiam puxa o sumo sacerdote que ele estava
fulminado.
Como ninguém podia entrar no Santo dos Santos até fazer a
consagração de outro sumo sacerdote e o corpo não podia ficar lá, logo tinha
que ser puxado. Então supõe que o sumo sacerdote tinha uma corda
amarrada em suas vestes ou no seu tornozelo. Porém, tal coisa não se
encontra na Bíblia, alguns afirmam que não passa de lenda surgida na Idade
Média.
Falando, porém, de coisas mais sublimes, o tabernáculo terreno era
apenas uma cópia do tabernáculo original. De modo que o Santo dos Santos
é uma representação do céu. Quando João foi arrebatado em Apocalipse 4,
ele tem uma visão do verdadeiro santuário. A arca da aliança é o trono de
Deus, onde estava a manifestação de Deus chamada de shekinai, os quatro
animais ao redor do trono era representado pelos querubins na tampa da
arca; como o trono de Deus era móvel, isso é mostrado em Ezequiel 1, era
conduzido por querubins, assim, como os sacerdotes levava a arca sobre
seus ombros. Os querubins conduzem o trono de Deus, chamado de carro do
Altíssimo (Sl 68.17).
João viu, também, o altar de incenso diante do trono, assim, como o
altar de incenso estava diante da arca no tabernáculo. Leiamos Apocalipse
8.3: ‘E veio outro anjo, e pôs-se junto ao altar, tendo um incensário de
ouro; e foi-lhe dado muito incenso, para o pôr com as orações de todos os
santos sobre o altar de ouro, que está diante do trono’. Em Apocalipse 4.5,
João vê, ‘diante do trono... sete lâmpadas de fogo’, que ‘ardiam’, que
representava o castiçal.
No versículo 4, João vê ‘vinte e quatro anciãos vestidos de vestes
brancas’. Esses 24 anciãos são exatamente representados pelas 24 ordens de
sacerdotes que Davi estabeleceu para servir no tabernáculo. Esses 24
anciãos são uma ordem angelical que tem como função queimar incenso na
presença de Deus – Apocalipse 5.8: ‘E, havendo tomado o livro, os quatro
animais e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro,
tendo todos eles harpas e salvas de ouro cheias de incenso, que são as
orações dos santos’. São esses 24 anciãos que queima nossas orações na
presença de Deus! Apenas o Cordeiro podia se aproximar do livro que
estava sobre o trono, porque ele é o sumo sacerdote (Ap 5.1-7).
35. 35
Portanto, esses 24 anciãos não são o símbolo da Igreja, como
interpretam alguns, dizendo que representam a Igreja do Velho Testamento
e do Novo Testamento. Se você lê o Apocalipse vai ver que eles não têm
nada a ver com a Igreja, pelo contrário, eles se diferenciam da Igreja. Eles
são, na verdade, uma classe sacerdotal de anjos que estão ministrando diante
do trono de Deus.
Eu falei desses assuntos apenas para explicar que os 24 turnos dos
sacerdotes apontam para aqueles 24 anciãos celestiais que ministram diante
do trono de Deus. Agora vamos voltar para João Batista.
Enquanto, Zacarias ministrava no santuário, lhe apareceu o anjo
Gabriel para dizer que a sua mulher conceberá um filho, e que esse menino
será o profeta do Altíssimo e cheio do Espírito Santo desde o ventre
materno. Como Zacarias e Isabel eram avançados em idades, e além do
mais, Isabel era estéril, então, Zacarias pediu ao anjo um sinal. Isso foi
considerado como dúvida.
Como sinal, o anjo travou a língua de Zacarias até o dia do
nascimento da criança. Depois de nove meses, João Batista nasce e é criado
na lei de Deus. Convém dizer, nessa ocasião para não confundimos os
personagens bíblicos, que no Novo Testamento aparece quatro pessoas com
nome de João.
Primeiro João é o João Batista. Na verdade seu nome não é João
Batista, mas apenas João. Batista era o apelido que recebeu por causa da sua
função de batizar. Nós o chamamos de João Batista, mas no original está
escrito: João, o batizador. Ele era um crente batista que anunciava o
pentecostes.
O segundo é o João, o apóstolo, que é o mais conhecido. Aquele que
escreveu o Evangelho, chamado João, três epístolas, também, chamadas
João e o Apocalipse. Esse é João filho de Zebedeu, irmão de Tiago. Sua mãe
se chamava Salomé, irmã de Maria, mãe de Jesus. Esse João era primo de
Jesus, na verdade, João Batista, também era primo de Jesus, porém, primo
segundo, mas João, o apóstolo, era primo de primeira ordem.
O terceiro João é o pai de Pedro. Jesus disse: ‘Simão, Barjonas’ que
significa ‘filho de Jonas’ (Mt 16.17 c/ Jo 1.42; 21.15). Outras traduções
dizem: ‘filho de João’.
E, o quarto é João Marcos sobrinho de Barnabé. Aquele que
escreveu o Evangelho de Marcos e participou da primeira viagem
missionária de Paulo junto com seu tio. Quando chegaram na Antioquia, da
Psídia, João Marcos voltou a Jerusalém. Em, outra ocasião, Barnabé queria
leva-lo novamente, mas Paulo não permitiu. Mais, tarde, Marcos se juntou a
Pedro, possivelmente em Roma. Pedro o discipulou, e veio a escrever um
Evangelho. Talvez, João Marcos seja o jovem que na noite da prisão de
Jesus, acordou atordoado, se enrolou apenas com um lençol e foi atrás do
Mestre. Mas, alguém puxa o seu lençol, e ele foge nu (Mc 14.51,52).
36. 36
Supostamente, acredita-se que é João Marcos por esse episódio ser apenas
narrado em seu Evangelho. O cenáculo, onde a igreja primitiva se reunia,
alguns acreditam, que era em sua casa. Sua mãe se chamava Maria (At
12.12).
João Batista deveria ser um sacerdote, e substituir seu pai no
santuário. Deveria compor a ordem de Abias. Porém, João Batista, renuncia
tudo isso e vai morar no deserto. Com essa atitude, João Batista estava
denunciando que não fazia parte desse sistema corrupto.
Porque na época de Zacarias, o sistema sacerdotal estava
corrompido. Quem ditava as ordens no santuário era Herodes; os sumos
sacerdotes eram escolhidos por Roma. A classe sacerdotal se transformou
em um sistema político e o templo em um mercado público. A ida de João
Batista ao deserto era o rompimento com toda a instituição da Palestina.
João Batista era nazireu, não bebia vinho nem cortava seu cabelo. O
seu estilo de vida era simples. Leiamos Lucas 1.15,80: ‘Porque será grande
diante do Senhor, e não beberá vinho, nem bebida forte, e será cheio do
Espírito Santo, já desde o ventre de sua mãe... E o menino crescia, e se
robustecia em espírito. E esteve nos desertos até ao dia em que havia de
mostrar-se a Israel’. Marcos 1.6: ‘E João andava vestido de pêlos de
camelo, e com um cinto de couro em redor de seus lombos, e comia
gafanhotos e mel silvestre’.
João Batista era vegetariano (Mt 11.18), e não se vestia como um
sacerdote. Pois como ele rompeu com uma instituição que estava falida, ele,
também, se depôs das roupas. E, se vestia apenas com pelos de camelo e um
cinto de couro. Não confunda João Batista com o João, o Apóstolo, que
escreveu o Evangelho, as Epístolas e o Apocalipse.
As crianças judias aprendem a ler em casa, quando completam 13
anos são levadas ao templo para serem sabatinada. E, aquelas mais
abastadas ingressam no Sinédrio para se formarem em rabinos. João Batista,
muito embora de uma família sacerdotal, talvez na idade de 13 anos se
refugiou nos desertos onde se formou profeta.
Algumas pessoas ficam intrigadas com esse gafanhoto que João
Batista se alimentava. Esse gafanhoto não é algum tipo de batata. Teve uma
pessoa que ensinou que esse gafanhoto é um tipo de batata. Por que ele
ensinou isso? Porque ele foi pesquisar no dicionário, e encontrou que o
termo gafanhoto vem de uma raiz hebraica, etc., etc., e concluiu: ‘Ah! É
uma raiz! Então é uma batata’.
Porém, o gafanhoto de João Batista era realmente um inseto. Ele
arrancava a cabeça, as perninhas e as asas. Colocava o corpo para secar no
sol, ficava bem crocante, melava no mel e comia, chega estralava na boca.
Ou então, espertava em uma vareta e esquentava no fogo e comia. Têm
pessoas que comem tanajura? É a mesma coisa.
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João Batista era um eremita, vivia no deserto, e era nazireu. O seu
cabelo crescido era sinal do pacto do nazireado. Era o sinal da sua
consagração a Deus. Não podia cortar. Num dia que ele deixasse de ser
nazireu, tinha que ofertar o cabelo no santuário. Se ele cortasse o cabelo, ou
bebesse vinho ou se aproximasse de um cadáver, quebrava o seu voto de
nazireu. Possivelmente, ele não participou do velório de seu pai e de sua
mãe.
João Batista, também, era celibatário, não se casou e nem teve
relações sexuais. Ele opinou por um estilo de vida muito áspero: nazireu,
vegetariano, eremita e celibatário. Era uma pessoa esquisita, todo
despenteado e barbudo. Mas, foi esse homem que Deus escolheu para ser o
precursor do Messias.
Vamos estudar um pouco sobre o ministério de João Batista.
Possivelmente João recebeu esse nome por causa dos macabeus. Os
macabeus vinha de Judas Macabeu. Macabeu significa martelo. Os
macabeus viveram no período interbíblico e enfrentaram os inimigos de
Israel na época de Antíoco Epifânio que profanou o santuário quando erigiu
ali um altar ao deus grego, e sacrificou sobre ele um animal imundo, o
porco. Mandou destruir todas as cópias das Escrituras.
Nesse cenário, surgem os macabeus. Eles enfrentaram Antíoco, a
Síria, os Ptolomeus e purificaram o santuário, destruíram o altar que tinha
sido profanada e erigiram outro altar. Em um desses macabeus se chamava
João Hircano. Então, possivelmente, o nome João ficou popular por causa
desse macabeu.
E, talvez o anjo tenha dado esse nome João ao Batista por causa do
heroísmo dos macabeus, e também, porque João significa ‘favor de Deus’.
João Batista iniciou seu ministério no ano 26 D.C, no mesmo ano
que Jesus Cristo foi batizado, dali, Jesus foi ao deserto onde permaneceu por
40 dias, depois ele se dirigiu a Galiléia e iniciou seu ministério. Nesse
ínterim, João Batista continuou pregando na Judéia e na Peréia até o ano 27
D.C, quando ele foi degolado por Herodes Antipas. Diz que João ministrou
durante o ano sabático, ano em que o povo de Israel não fazia semeadura e
nem colheita. Assim, o povo tinha tempo de ouvir João durante os dias da
semana.
João Batista pregava o arrependimento dos pecados. A missão de
João era preparar o povo para receber o Messias. João, também, anunciava a
vinda do Reino de Deus. Israel deixou de representar o Reino de Deus,
tornou-se reino dos homens. Por isso que João pregava que o Reino seria
estabelecimento.
João Batista, também, pregava o Dia do Senhor, que ele chamava de
ira vindoura. Leiamos Malaquias 4.5,6: ‘Eis que eu vos enviarei o profeta
Elias, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor; E ele converterá o
38. 38
coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais; para que eu
não venha, e fira a terra com maldição’.
Os profetas anunciavam o Dia do Senhor. O que é esse Dia do
Senhor? É o Dia em que o Senhor se manifestaria para destruir os inimigos
de Israel e estabelecer em Jerusalém o Seu Reino. João Batista, que é o
profeta Elias, anunciava o Dia do Senhor, o dia da ira. Ele esperava para
aqueles dias a destruição e o estabelecimento do governo de Deus. Quando
João estava preso, e viu que Cristo não manifestava essa ira, e nem tinha
ainda purificado o templo conforme Malaquias 3.1-4.
Então, quando ele viu que Jesus não tinha feito essas coisas ainda, e
sabia que Jesus era o Messias, então, mandou mensageiros perguntarem à
Jesus se ele era o Messias que havia de vir para fazer essas mudanças
radicais ou se haveria outro Messias. A pergunta de João era basicamente
essa: ‘Tú irás realizar essas coisas na tua vinda agora, ou haverá outra
vinda pela qual tu as realizarás?’.
Porque os profetas prediziam acerca da vinda do Messias, mas não,
diferenciavam as duas vindas do Messias. Para eles era uma vinda só.
Quando os saduceus e os fariseus ensinavam, falavam de uma vinda só. Eles
não reconheciam que haveria uma vinda do Messias para sofrer e expiar os
pecados do povo pelo sacrifício de si mesmo. Mas como um Messias
guerreiro e vitorioso.
Palestra Ministrada na Assembleia de Deus-Codó[Salém]
Em 04 de Setembro de 2010
Sobre o Ministério Profético no Novo Testamento
Vamos iniciar nossa palestra falando do ministério profético do
Filho de Deus. Leiamos Hebreus 1.1,2: ‘Havendo Deus antigamente falado
muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos
nestes últimos dias pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo, por
quem fez também o mundo’.
Desde o princípio de todas as coisas, Jesus Cristo é a Palavra de
Deus. Isso significa que todas as revelações, todas as profecias dadas aos
profetas no Antigo Testamento foram dadas pelo Filho de Deus. O que o
texto sagrado está dizendo é que agora Deus falou pessoalmente através do
seu próprio Filho sem utilizar algum intermediário. A mensagem dele veio
direta para o Seu Filho.
Quando Cristo esteve na terra, realizando seu ministério terreno, ele
desenvolveu três ofícios: Profeta, Sacerdote e Rei. Muito embora ele ainda
reinará sobre a Terra, e está agora, exercendo seu ministério sacerdotal.
Mas, quando esteve entre nós, realizou exclusivamente esse ministério
profético.
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Veremos que Jesus desenvolveu seu ministério profético tanto por
seus atributos divinos como por obras do Espírito Santo.
Segundo Esequias Soares: ‘Onisciente e onipresente, Jesus tudo
sabia e tudo sabe. Ele não precisava de revelações como os profetas e
apóstolos. Cristo é o Profeta por excelência’ (10ª lição, do 3° Trim/2010).
Então, Jesus Cristo é o porta voz oficial de Deus. Nós somos portas
vozes de Deus, mas apenas de maneira secundária. Pois recebemos a
mensagem do Espírito de Deus, porém, Jesus recebe do próprio Deus, sendo
a própria Palavra de Deus, o Verbo de Deus, ele é realmente o Porta Voz de
Deus. Ele é o representante, aquele que tem a palavra de Deus, de modo que
tudo quanto ele fala é a mais pura palavra de Deus.
Quanto a nós, quando falamos, nossas palavras são misturadas, mas
Jesus quando fala é a palavra de Deus jorrando, sem mistura, sem erro, pura.
Ele faz isso não só pelo intermédio do Espírito, mas, também, por seus
atributos divinos.
Quando João escreveu seu Evangelho foi para provar que Jesus
Cristo é o Filho de Deus. Esse era o objetivo de João: provar a divindade do
Filho de Deus. Então, quando João fala dos prodígios e milagres, ele não
está se referindo a aprovação de Deus sobre o Homem Jesus como o
verdadeiro Messias. Não é essa a objetividade de João, pode ser a de Lucas
e de Marcos. Mas João quando fala das maravilhas que acompanhou Cristo
no seu ministério não era apenas para mostrar que ele era o Messias, mas
para provar que ele é o Filho de Deus.
Essa expressão ‘Filho de Deus’ prova a divindade de Cristo, assim
como ‘Filho do Homem’ prova a sua humanidade. Vamos ler alguns textos
bíblicos.
Prever o futuro é prerrogativa divina. Somente Deus pode prever o
futuro. A fim de provar que os deuses das nações são falsos, Isaías
reivindica esse atributo de Deus.
Leiamos Isaías 45.21: ‘Anunciai, e chegai-vos, e tomai conselho
todos juntos; quem fez ouvir isto desde a antiguidade? Quem desde então o
anunciou? Porventura não sou eu, o Senhor? Pois não há outro Deus senão
eu; Deus justo e Salvador não há além de mim’.
E, Isaías 46.9,10: ‘Lembrai-vos das coisas passadas desde a
antiguidade; que eu sou Deus, e não há outro Deus, não há outro
semelhante a mim. Que anuncio o fim desde o princípio, e desde a
antiguidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho
será firme, e farei toda a minha vontade’.
Essa capacidade de prever o futuro faz parte do atributo de Deus, a
Sua Onisciência, de saber de todas as coisas, e prevê-las antes que
aconteçam. Não só por sua presciência, mas também, por sua
predeterminação. As coisas que Deus predeterminou antes de todas as
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coisas, irão acontecer. E, as coisas que irão acontecer no futuro, Deus já as
conhece por sua presciência.
E, o Evangelho de João que foi escrito para provar a divindade do
Filho de Deus atribui a Jesus a prerrogativa de prever o futuro.
Leiamos João 13.19: ‘Desde agora vo-lo digo, antes que aconteça,
para que, quando acontecer, acrediteis que EU SOU’.
E, João 14.29: ‘Eu vo-lo disse agora antes que aconteça, para que,
quando acontecer, vós acrediteis’.
Sabemos que o título “EU SOU” é um título divino dado a Deus no
capítulo 3 de Êxodo, quando Moisés perguntou: ‘Quem és tú?’. Ele
respondeu: ‘Eu Sou o Que Sou’. Então, essa palavra ‘Eu Sou’ veio
exatamente dessa revelação de Deus à Moisés. Muito embora, seja o Pai que
se revelou a Moisés, mas Ele fez isso através do Seu Anjo, o Anjo do
Senhor. Que é considerado como uma teofania de Cristo; uma manifestação
de Cristo na figura de um mensageiro de Deus.
Então, essa capacidade de prever as coisas provam a divindade do
Filho de Deus. Conforme escreveu Esequias Soares: ‘Sendo verdadeiro
Deus, o conhecimento de Cristo é perfeito e absoluto; Ele sabe todas as
coisas (Jo 16.30; 21.17; Cl 2.2,3). O Senhor viu Natanael debaixo da
figueira (Jo 1.47,48), e sabia também que no mar havia um peixe com uma
moeda na boca (Mt 17.27). Não havia necessidade que alguém lhe
explicasse o que há no interior do homem, porque tudo Ele sabe (Jo
2.24,25). Ele sabia também que a mulher samaritana já fora cinco vezes
casada, e que o homem com quem ela vivia não era seu marido (Jo
4.17,18)’ - (10ª lição, do 3° Trim/2010).
Cristo conhecia todas essas coisas pelo fato dele ter o conhecimento
divino, que não é partilhado por nenhum ser humano, nem mesmo, pelos
profetas de Deus. Os profetas de Deus para poderem trazer o conhecimento
oculto necessitavam da revelação de Deus. Deus trazia essas revelações
através do Espírito Santo ou dos anjos. Mas, o Filho de Deus trazia à tona
essas coisas ocultas porque ele já as conhecia por si mesmo.
Jesus Cristo não é um semi-deus - metade homem e metade deus -
ele é 100% Deus e 100% Homem; ele é Deus completo tanto quanto
Homem completo. Quando a Escritura diz que Cristo ‘esvaziou-se a si
mesmo’ (Fl 2.7) não significa que ele deixou de ser Deus. Vermos isso no
próprio Evangelho de João que foi escrito para provar a divindade do Filho
de Deus, e, não podemos provar a divindade de Jesus apenas por teoria.
João não podia provar para os judeus e os gnósticos que Jesus Cristo
é Filho de Deus, ou seja, de natureza divina, apenas por dizer: ‘Ele é Deus
ou Filho de Deus’. João tinha que dar evidências para isso. E, essas
evidências são os sinais relatados no Evangelho (Jo 20.31).
Por isso que ao falar do esvaziamento de Cristo, Paulo não se refere
que Cristo deixou de ser Deus, conforme ensinava a doutrina conhecida
41. 41
como ‘kenosis’. Na verdade, Cristo não deixou de ser Deus em sua
encarnação, contudo, na sua obra expiatória, Cristo ao morrer como cordeiro
sacrificou a sua vida humana. A Sua divindade não teve participação em seu
sacrifício. Ele morreu como homem.
Mas no que diz respeito a sua obra milagrosa, os sinais e os prodígio,
alguns, ele tem realizado, principalmente os alistados no Evangelho de João,
para provar a Sua divindade. Portanto, o termo ‘esvaziou-se a si mesmo’ se
refere que Cristo não só esvaziou da sua glória e dos privilégios que gozava
junto ao Pai, como, também, pelo fato de assumir a natureza humana, ele se
deixou experimentar as condições humanas. É claro que em algumas
ocasiões, Jesus deixou de lado seus atributos divinos. Porém, em outras
ocasiões, ele demonstrou, que apesar de estar em um corpo humano, ele não
deixou de ser Deus.
Entrementes, o esvaziar do verbo divino permitiu que ele
experimentasse a morte e desse a sua vida como sacrifício.
Contudo, apesar de Cristo ser Deus, João procura mostrar a distinção
do Pai e do Filho. Muito embora, Jesus Cristo seja Deus e de natureza
divina, ele não é o Pai. Ele é distinto do Seu Pai como Pessoa. Leiamos
alguns textos bíblicos que mostram essa distinção.
João 12.49: ‘Porque eu não tenho falado de mim mesmo; mas o Pai,
que me enviou, ele me deu mandamento sobre o que hei de dizer e sobre o
que hei de falar’.
João 14.10: ‘Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em
mim? As palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai,
que está em mim, é quem faz as obras’.
Conforme Esequias Soares: ‘Jesus, por diversas vezes, falou em
nome do Pai, sendo Ele mesmo verdadeiro Deus (Jo 1.1,14). Contudo,
mesmo assim, observamos que Ele agia e falava segundo a vontade de seu
Pai (Jo 4.34; 5.30; 6.38; 14.24). Um exemplo que deve inspirar-nos a
exercer com prudência nosso ministério’ (10ª lição, do 3° Trim/2010).
Embora ele seja Deus, tendo em si os atributos divinos, mesmo
assim, Jesus Cristo reconhece, diante dos homens, que estava submetido a
vontade do Seu Pai. Então, como Pessoa e apenas como Homem, mas como
uma pessoa divina, Jesus Cristo é submisso ao seu Pai. Por duas razões:
A primeira razão está João 14.28: ‘Ouvistes que eu vos disse: Vou, e
venho para vós. Se me amásseis, certamente exultaríeis porque eu disse:
Vou para o Pai; porque meu Pai é maior do que eu’.
Quando Jesus disse que o ‘Pai é maior do que eu’, não se refere, pelo
fato dele ser homem, mas por ser Filho. E, como Filho, ele é menor do que o
Pai. Entenda bem, Jesus Cristo não é menor do que o Pai, simplesmente,
pelo fato dele ter se tornando humano, mas como Filho de Deus, posição
que ele já tinha antes de se tornar humano. Entretanto, esse menor não se
refere aos seus atributos, mas ao seu oficio e autoridade.