O documento discute os materiais cerâmicos, incluindo suas definições, classificações, estruturas, propriedades e aplicações. É destacado que cerâmicas podem ser iônicas, covalentes ou metálicas e podem ter estruturas amorfas ou cristalinas, conferindo diferentes propriedades mecânicas, elétricas e térmicas. Exemplos de aplicações incluem isolantes térmicos e elétricos, substratos eletrônicos, fibras ópticas e supercondutores.
5. 5
Materiais:
estrutura e propriedades
Material Estrutura Propriedades
Ligação Cristali-
nidade
Estabilidade Conduti-
vidade
Mecânica
Cerâmico Iônica,
covalente
Amorfa,
cristalina
Alta Média Média
Metálico Metálica
Cristalina
Média
Alta Alta
Polimérico Covalente,
van der
Waals
Amorfa,
semicristalina
Baixa
Baixa
Baixa
[VanVlack,1984]
10. 10
Dilatação térmica
depende da composição e da estrutura cristalina
baixa quando comparada com metais e polímeros
Possuem um número pequeno de elétrons livres
condutividade elétrica é praticamente nula.
existem materiais cerâmicos semicondutores,
condutores e até supercondutores (para certos
valores de temperatura)
Condutividade térmica
depende da composição e da estrutura cristalina
11. 11
Módulos de elasticidade
10 a 400Metal
10 a 1200Cerâmico
0,002 a 5Polímero
Módulo de elasticidade (GPa)Material
[Callister,2000]
12. 12
Resistência mecânica
100 a 2400Metal
10 a 1500Cerâmico
10 a 90Polímero
Resistência sob tensão (MPa)Material
[Callister,2000]
14. 14
Tenacidade à fratura
20 a 90Metal
0,3 a 12Cerâmico
0,5 a 6Polímero
Tenacidade a fratura (MPa-m-1/2)Material
[Callister,2000]
15. 15
DEFINIÇÃO
Cerâmica vem da palavra grega keramikos
(κεραμικός) que significa matéria-prima
queimada.
Materiais cerâmicos são compostos de
elementos metálicos e não metálicos.
Ligação iônico-covalente. Principalmente
cristalinos (ou vítreos). Consolidados em
altas temperaturas. Podem ser simples ou
complexos. Podem ser óxidos, nitretos,
carbetos, silicetos, aluminetos, etc.
16. 16
Composto
Cerâmico
Ponto de
fusão (ºC)
% Caráter Covalente % Caráter Iônico
MgO 2798 27 73
Al2O3 2050 37 63
SiO2 1715 49 51
Si3N4
1900 70 30
SiC 2500 89 11
• Comparação entre a porcentagem (%) do caráter iônico e
covalente de vários compostos cerâmicos; e suas respectivas
temperaturas de fusão.
17. 17
% caráter iônico = {1- exp[-0.25(XA – XB)2]} x 100
Onde:
XA e XB – eletronegatividade dos elementos
18. 18
Esta ampla gama de materiais inclui
cerâmicas de materiais argilosos, cimento e
vidros, entre outros.
Até 1960, os materiais mais importantes
nesta classe eram as chamadas cerâmicas
clássicas, para as quais a matéria prima
principal era a argila.
Os produtos que são considerados
cerâmicas tradicionais são porcelana branca,
tijolos, vidros e cerâmicas de altas
temperaturas.
As cerâmicas são compostos de no mínimo
dois componentes e suas estruturas
cristalinas são muito mais complexas do que
os metais.
19. 19
Cerâmica: tradicional
Minerais de composição inconstante e
pureza duvidosa são expostos a um
tratamento térmico não-mensurável,
que dura o suficiente para permitir
que reações desconhecidas ocorram
de modo incompleto, formando
produtos heterogêneos e não-
estequiométricos, conhecidos com o
nome de materiais cerâmicos.
20. 20
Cerâmica: moderna
Materiais cerâmicos são compostos
sólidos formados pela aplicação de
calor, algumas vezes calor e pressão,
constituídos por ao menos
um metal (M) e um sólido elementar
não-metálico (SENM) ou um não-metal
(NM),
dois SENM, ou
um SENM e um não-metal (NM)
21. 21
Metais e não-metais
Metais (M): Na, Mg, Ti, Cr, Fe, Ni, Zn,
Al...
Não-metais (NM): N, O, H,
halogênios (VII A)
Sólidos elementares não-metálicos
(SENM): isolantes (B, P, S, C ) ou
semicondutores (Si, Ge)
22. 22
Tabela periódica dos elementos
19
K
20
Ca
21
Sc
22
Ti
23
V
24
Cr
25
Mn
26
Fe
27
Co
28
Ni
29
Cu
30
Zn
31
Ga
32
Ge
33
As
34
Se
35
Br
36
Kr
37
Rb
38
Sr
39
Y
40
Zr
41
Nb
42
Mo
43
Tc
44
Ru
45
Rh
46
Pd
47
Ag
48
Cd
49
In
50
Sn
51
Sb
52
Te
53
I
54
Xe
55
Cs
56
Ba
*
La
72
Hf
73
Ta
74
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75
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79
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80
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81
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82
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83
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Rn
87
Fr
88
Ra
**
Ac
57
La
58
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63
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97
Bk
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Cf
99
Es
100
Fm
101
Md
102
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71
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103
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2
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5
B
6
C
7
N
8
O
9 F 10
Ne
13
Al
14
Si
15
P
16
S
17
Cl
18
Ar
1
H
3 Li 4
Be
11
Na
12
Mg III A
II A
I A
IV A V A VI A VII A VIII A I B
III B
II B
IV B V B VI B VII B
VIII B
Líquido GásSólido
* Lantanídeos
** Actinídeos
Metais Não-Metais
28. 28
Funções térmicas
Funções Classes Aplicações Exemplos
condutividade trocadores de calor
para pacotes
eletrônicos
AlN
Térmicas isolamento revestimentos
isolantes para fornos
de alta temperatura
fibras de SiO2, Al2O3,
ZrO2
refratariedade revestimentos
isolantes para fornos
de alta temperatura
(metais fundidos,
escórias)
SiO2, Al2O3, ZrO2
33. 33
Supercondutor de alta Temperatura
A cerâmica
YBa2Cu3O7 é um
supercondutor e
está sendo levitado
acima de um imã
permanente devido
ao efeito de
Meissner.
34. 34
Funções magnéticas
Funções Classes Aplicações Exemplos
magnetos duros ímãs de ferrita (Ba,Sr)O·6Fe2O3
Magnéticas e
super-
condutoras
magnetos moles núcleos de
transformadores
(Zn,M)·6Fe2O3, com
M=Mn,Co, Mg
supercondutividade fios e magnetômetros YBa2Cu3O7
35. 35
Funções ópticas
Funções Classes Aplicações Exemplos
translucência materiais para
lâmpadas de Na
Al2O3, MgO
Ópticas transparência cabos de fibra óptica SiO2
transparência ao
infravermelho
janelas para laser
infravermelho
CaF2, SrF2, NaCl
36. 36
Fios de Fibra Óptica
Substitui os fios de Cu para o envio
de sinais de comunicação /
informação.
Fios de fibras ópticas são capazes de
transportar muito mais informação do
que os fios de cobre convencionais.
Fios de fibras ópticas são
relativamente mais baratos do que os
de cobre.
37. 37
Funções nucleares
Funções Classes Aplicações Exemplos
fissão combustível UO3, UC
Nucleares fissão moderadores de
nêutrons
C
fissão revestimentos em
reatores
Concreto
38. 38
Funções químicas
Funções Classes Aplicações Exemplos
catálise suporte de catalisador Mg2Al4Si5O15
Químicas condutividade
sensitiva a gases
sensores de gases ZnO, ZrO2, SnO2,
Fe2O3
separação filtros SiO2, Al2O3
39. 39
Funções químicas
sensores de gases
principais materiais: ZrO2(O2) , ZnO, SnO2, Fe2O3 (H2O)
alarme de vazamento de gases venenosos e
hidrocarbonetos
sensor de oxigênio em veículos automotores
sensor de oxigênio na fabricação do aço / tratamentos
térmicos
40. 40
Funções químicas
Catalisador automotivo
• 1,5 g de metais preciosos
• Paládio-ródio (para veículos a
gasolina)
• Paládio-molibdênio (para veículos a
álcool)
2CO + O2 ―> 2CO2
2C2H6 + 7O2 ―> 4CO2 + 6H2O
2NO2 + 4CO ―> N2 + 4CO2
42. 42
Funções biológicas
implantes
principais materiais: Al2O3 (bioinerte) e
hidroxiapatita (bioativa)
ossos artificiais, dentes e juntas
43. 43
O osso humano contém
um cerâmico que
preenche 43% de sua
massa – hidroxiapatita
(Ca10(HPO4)6(OH)2)
Alguns implantes ósseos
são revestidos com
hidroxiapatita para
melhorar a aderência.
Fonte: Schakelford
44. 44
Funções mecânicas
Funções Classes Aplicações Exemplos
dureza ferramentas de corte Al2O3, Si3N4, ZrO2, TiC
Mecânicas refratariedade
estrutural
estatores e lâminas de
turbina
Al2O3, Si3N4, MgO, SiC
resistência a desgaste,
abrasão
mancais Al2O3, Si3N4, ZrO2, SiC
45. 45
Funções mecânicas e térmicas
ferramentas de corte
principais materiais: Al2O3, TiC, TiN
materiais também resistentes ao calor
principais materiais: SiC, Al2O3, Si3N4
turbinas, turbo-compressores e trocadores de calor
47. 47
Porcelana
A porcelana é um produto branco
impermeável e translúcido. Ela se
distingue de outros produtos cerâmicos,
especialmente, da louça, pela sua
vitrificação, transparência, resistência,
completa isenção de porosidade e
sonoridade.
Matéria-prima da porcelana: argila, quartzo,
caulim (minério composto de silicatos
hidratados de alumínio, como a caulinita e a
haloisita) e feldspato. Estes materiais são
encontrados em minas, cuidadosamente
lavados e purificados.
48. 48
Depois de secas, as peças sofrem a
primeira queima, denominada biscoito,
a 900 ºC, cujo objetivo é dar às peças
resistências e porosidade para a
perfeita absorção do verniz. Nesta
etapa as peças adquirem um tom
rosado.
O verniz é composto pelos mesmos
materiais da massa, em quantidades
diferentes.
49. 49
Através de um processo manual de imersão, o
verniz adere à superfície da peça, formando
uma película de cobertura. Após a aplicação
do verniz ocorre uma segunda queima, que é
realizada a uma temperatura que varia entre
1380 ºC a 1400 ºC.
Nesta fase a massa torna-se completamente
compacta, totalmente sem porosidade,
adquirindo cor branca e vitrificada (fusão do
verniz sobre a massa). Esta segunda queima
dura em média 31 horas, podendo chegar até
89 horas, dependendo da extensão do forno
utilizado.
51. 51
Propriedades dos Materiais Cerâmicos
Estrutura cristalina ou não cristalina;
Alta temperatura de fusão (até 3900°C);
Todas as cerâmicas são quebradiças a temperatura
ambiente;
Resistência muito baixa aos esforços de tensão;
Baixa resistência à fratura. Micro-fraturas são
formadas facilmente sob tensão;
Resistentes sob pressão. As micro-fraturas não se
formam de maneira tão fácil.
52. 52
Propriedades dos Materiais Cerâmicos
Dureza elevada e boa resistência ao atrito;
Baixa tenacidade;
Baixa condutividade térmica e elétrica;
Alta resistência à fluência a altas temperaturas;
Capacidade de se manter neutro, sem reagir, quando
expostos a ambientes severos
Podem ser magnetizados e desmagnetizados, alguns
podem ser permanentemente magnetizados.
53. 53
Tensão x deformação
Não é feito por um ensaio tração x deformação
dificuldade no preparo de amostras com a geometria
exigida
dificuldade em prender materiais frágeis sem fraturá-los
as falhas ocorrem com uma deformação de apenas
0,1%
Realizado um ensaio de flexão transversal
uma barra, com seção circular ou retangular, é
flexionada até a sua fratura.
Resistência à flexão
55. 55
Cristais iônicos
Compostos por íons eletricamente
carregados ao invés de átomos.
Os íons metálicos (ou cátions) estão
carregados positivamente, e os íons não-
metálicos (ou ânions), estão carregados
negativamente. Estrutura do cristal
torna-se eletricamente neutra.
Estrutura dos cerâmicos
57. 57
SILICATOS
• Muitos materiais cerâmicos contêm silicatos,
por serem abundantes e baratos e por
possuírem propriedades importantes;
• materiais de construção, como os tijolos,
telhas, vidros, também são feitos de
silicatos.
• Os silicatos podem ser usados como,
isolantes elétricos, materiais de laboratório
e fibras de vidro.
63. 63
Si
O
O
O
O
4-
Silício e Oxigênio são os dois
elementos mais comuns na
superfície da Terra.
A ligação é predominantemente
covalente
Os ângulos de ligação são fixos
Produz uma estrutura tetraédrica
Os silicatos são baseados em
tetraedros
Um único tetraedro (SiO4
-4)
requer cátions para balancear as
cargas
Silicatos
64. 64
Dois tetraedros podem ligar-se por um único vértice: Si2O7
–6
ou pela aresta: Si2O6
–4 ou pela face: Si2O5
-2
Silicatos
Si2O7
–6 Si2O6
–4 Si2O5
-2
Si
Si
Si
O
O
O
68. 68
Propriedades elétricas
Dielétrico (isolante),
Ferroelétrico (podem conduzir eletricidade,
uma vez que seus domínios sejam
alinhados),
Piezelétricos (energia mecânica
elétrica),
Semicondutores (características elétricas
entre os condutores e isolantes),
Magnéticos.
69. 69
CERÂMICOS ESTRUTURAIS - ALUMINA (Al2O3)
GENERALIDADES
•Produzida a partir da bauxita (Al2O3.2H2O)
•Existem várias formas de alumina: as mais usadas
estruturalmente são a alumina alfa (hexagonal) e a gama
(cúbica)
Fonte: prof. Arlindo Silva - IST
70. 70
CERÂMICOS ESTRUTURAIS - ALUMINA (Al2O3)
PROPRIEDADES
•Propriedades dependem da concentração de impurezas e nível
de porosidade
•Porosidade pode variar desde 50% até ~0%: as qualidades
estruturais variam de acordo com o percentual
•Módulo de Young superior ao aço
•Resistência à compressão superior a muitos aços-ferramenta
•A 1000ºC preserva 50% da resistência mecânica
•Grande resistência ambiental
APLICAÇÕES
•Usados em aplicações sem solicitações de tração/impacto, sujeitos
a altas temperaturas e elevado desgaste
•Pontas de foguetes, assentos de válvulas, abrasivos, etc.
71. 71
CERÂMICOS ESTRUTURAIS –
CARBONETO DE SILÍCIO (SiC)
GENERALIDADES
•Usado há várias décadas, mas não como material estrutural
•O carboneto de silício tipo alfa tem forma hexagonal (mais
usado) e o tipo beta tem forma cúbica
APLICAÇÕES
•Abrasivo em pedras de esmeril e lixas de papel
•Na forma de fibra é usado em compósitos como reforço
•Usado como revestimento de metais e outros cerâmicos a alta
temperatura, evitando a oxidação
Fonte: prof. Arlindo Silva - IST
72. 72
CERÂMICOS ESTRUTURAIS –
CARBONETO DE SILÍCIO (SiC)
PROPRIEDADES
•Níveis de porosidade pequenos (cerca de 3%)
•Mais duro dos abrasivos tradicionais
•Perde o seu poder de abrasão mais rapidamente que a alumina
•Resistência e rigidez superiores à alumina
•Mais leve que a alumina
•Excelente resistência à oxidação a elevadas temperaturas
73. 73
CERÂMICOS ESTRUTURAIS –
NITRETO DE SILÍCIO (Si3N4)
GENERALIDADES
•Desenvolvido a partir dos anos ´80
•Compete com a alumina e o SiC em ferramentas de corte
Fonte: prof. Arlindo Silva - IST
74. 74
CERÂMICOS ESTRUTURAIS –
NITRETO DE SILÍCIO (Si3N4)
APLICAÇÕES
•Usado em ferramentas de corte
•Componentes de turbinas
•Componentes de rolamentos
•Componentes de motores diesel
•Matrizes de extrusão a quente
PROPRIEDADES
•Nível de porosidade pode variar entre 20 e 0%
•Mantém propriedades até 1000 ºC
•Maior resistência choque térmico que maioria dos cerâmicos
•1/3 da densidade do aço
•Baixo coeficiente expansão térmica
•Maior tenacidade que SiC e Al2O3
•Rigidez 50% superior ao aço
75. 75
CERÂMICOS ESTRUTURAIS –
ZIRCÔNIA (ZrO2)
GENERALIDADES
•A zircônia parcialmente estabilizada (PSZ) é uma mistura de
óxido de zircônio com magnésia, ítria, ou óxido de cálcio, para
controlar transformações de fase com grande expansão
volumétrica
•Existem ligas de alumina-zircônia, para melhorar a resistência
ao desgaste e diminuir o custo
Fonte: prof. Arlindo Silva - IST
76. 76
APLICAÇÕES
•Propriedades semelhantes ao aço fazem da PSZ um cerâmico
de substituição em motores de combustão interna
CERÂMICOS ESTRUTURAIS –
ZIRCÔNIA (ZrO2)
PROPRIEDADES
•A mais importante propriedade é a elevada tenacidade
à fratura
•A dureza é inferior aos outros cerâmicos estruturais
•Condutividade térmica reduzida
•Expansão térmica e rigidez semelhantes ao aço
77. 77
CERÂMICOS ESTRUTURAIS –
SIALON (Si3Al3O3N5)
GENERALIDADES
•Mistura de nitreto de silício, sílica, alumina e nitreto de alumínio
•Existem duas fases dentro da mesma estrutura: uma vítrea
(amorfa) e outra cristalina
•Estrutura semelhante à dos vidro-cerâmicos: a fase vítrea é
cristalinizada para melhorar a resistência à fluência a altas
temperaturas
Fonte: prof. Arlindo Silva - IST
78. 78
APLICAÇÕES
•Aplicações que envolvam elevadas temperaturas com resistência ao
desgaste e elevada resistência mecânica
•Componentes de motores
PROPRIEDADES
•Níveis de porosidade próximos de 0% devido à fase vítrea
•Propriedades mecânicas ao nível dos melhores cerâmicos
•Superior resistência ao choque térmico
CERÂMICOS ESTRUTURAIS –
SIALON (Si3Al3O3N5)
79. 79
GENERALIDADES
•Componentes de fibra de carbono em matriz de carbono
•O processamento destes materiais é extremamente moroso e
dispendioso
CERÂMICOS ESTRUTURAIS –
COMPÓSITOS C-C
Fonte: prof. Arlindo Silva - IST
80. 80
APLICAÇÕES
•Componentes que combinem peso reduzido e elevada resistência a
altas temperaturas
•Discos de freio de elevada performance (carros e aviões)
•Nariz e bordos de ataque das asas do ônibus espacial
PROPRIEDADES
•O carbono mantém-se no estado sólido até 3600 ºC
•Em contacto com o ar inflama a 600 ºC. Para isto é revestido com SiC.
•Resistência específica superior às super-ligas de Níquel acima de
1200 ºC
CERÂMICOS ESTRUTURAIS –
COMPÓSITOS C-C
83. 83
Colagem (fundição) por Suspensão
(Slip Casting)
Colagem da Barbotina
• Uma forma especial de gesso é feita. Este gesso é
poroso e absorve a água.
• Uma polpa de pó e água é preparada. Esta é
denominada de suspensão (barbotina).
• Esta suspensão é colocada dentro do molde.
• O molde absorve a água e as partículas sólidas se
depositam nas paredes do molde.
• O molde é separado e o pó compactado é removido.
• O pó compactado é sinterizado.
• O slip casting permite trabalhar com formas
complexas.
84. 84
Fundição por Suspensão
Colagem da Barbotina (Slip Casting)
Enchimento do molde Compactação
Retirar excesso Extração do molde
Fonte: Askeland
87. 87
Sinterização
• O pó cerâmico é misturado com um ligante ou
lubrificante, após é pressionado dentro de um
molde com a forma desejada.
• O pó compactado é removido do molde e
aquecido a altas temperaturas onde as
partículas coalescem ou sinterizam entre si na
forma de um objeto sólido.
• A sinterização ocorre pelo movimento dos
átomos no sólido chamado de difusão,
causando geralmente uma diminuição da
porosidade e contração na peça.
88. 88
Sinterização de cerâmicos
As partículas se
ligam através de
pontos de
contato.
Grande números
de poros.
Formação de
pescoço entre
as partículas, o
que torna a
peça mais
densa.
Final: poros
arredondados
com menor
espaço entre
eles.
93. 93
Sinterização por Reação
(Reaction Bonding)
Nitreto de silício é feito por um
processo chamado de reação de
ligação.
O pó de silício é moldado na forma
desejada.
Ele reage então a altas temperaturas
com gás de nitrogênio para formar o
nitreto de silício.
95. 95
Colagem em fita
Produção de filmes finos sinterizados;
Circuitos microeletrônicos - substrato
de alumina;
Capacitores de titanato de bário.
97. 97
Vidros
• Vasilhames
• Janelas
• Lentes
• Fibra de vidro
• Os vidros comerciais mais fabricados são os
soda cal, que são combinações de sílica + cal +
soda
• Principal óxido: SiO2 ; outros óxidos: CaO,
Na2O, K2O e Al2O3.
• Os cristais são produzidos à base de sílica, K2O,
Na2O mais um percentual de óxido de chumbo
(até 30% de PbO), o que garante o brilho
metálico.
98. 98
Vidros
Vidro-formadores: B2O3; SiO3; GeO2;
P2O5; V2O5; As2O3 (óxidos ácidos) –
formadores de rede;
Intermediários: Al2O3; Sb2O3; ZrO2;
TiO2; PbO; BeO; ZnO (anfóteros) – não
formam vidros sozinhos, mas em
combinação com os primeiros adquirem o
papel de formador de rede;
Modificadores: MgO; Li2O; BaO; CaO;
SrO; Na2O; K2O (óxidos básicos) – similar
aos 2º, mas de outra classe, formam ou
modificam a rede.
99. 99
Acessórios: por vezes usados em
pequenas quantidades, como
corantes, refino, eliminação de
bolhas, opalinos, etc.
FeO: cor verde azulada;
Fe2O3: cor verde amarelada;
Co2O3: cor azul;
CuO: cor azul esverdeada;
Cr2O3: cor verde.
100. 100
Tipos principais
Vidro alcalino (comum : > 95%);
Vidro chumbo (cristal);
Vidro boro-silicato (vidrarias e utensílios
domésticos);
Fibra de vidro;
Vidro opalino (opalescente);
Vidro para termômetro (melhor controle de
espessura);
vidro de sílica (100% SiO2);
Vidro oftálmico (fabricação de lentes).
101. 101
Os produtos de vidro são
conformados (moldados) a quente.
Quando o material está “fundido”
apresentando-se como um material
de elevada viscosidade, ele pode ser
deformado plasticamente sem se
romper).
111. 111
Tratamento térmico de vidros
[Callister,1996:417]
Recozimento (annealing)
Aquecimento a temperatura de recozimento,
seguida de resfriamento
Alívio de tensões térmicas
Têmpera (quenching)
Aquecimento a T>Tg e < ponto de amolecimento
Resfriado a T ambiente com jato de ar ou banho
de óleo
Tensões residuais compressivas na superfície e
de tração no interior
112. 112
Propriedades dos vidros
Não ocorre a cristalização (ordenação dos
íons em uma estrutura cristalina) durante o
resfriamento;
Quando o líquido é resfriado, aumenta a sua
viscosidade (e diminui o seu volume) até
que a viscosidade aumente tanto que o
material comece a apresentar o
comportamento mecânico de um sólido;
Não existe uma temperatura de fusão
cristalina, mas uma temperatura de
transição vítrea (Tg).
116. 116
Abrasivos
Elementos de moagem, polimento e de corte
Tipos de abrasivos:
• Diamantes
• Carbeto de silício
• Carbeto de alumínio
• Óxido de alumínio
• Carbeto de tungstênio
117. 117
Produtos de Argila
• Produtos estruturais (Tijolos, telhas, tubulações, etc.)
• Produtos brancos (Porcelana, louça, etc.). Este produtos são
compostos de: Alumina (Al2O3) + Sílica (SiO2)
Refratários
• Refratários para fornos
• Equipamentos de tratamento térmico
• Equipamentos de geração de energia
Tipos de refratários:
• Neutros – cromita
• Ácidos – sílico-aluminoso
• Básicos – magnesíticos
• Refratários especiais (zirconita, magnesita, alumina, SiC). Usados
como resistência elétrica, material de moagem, componentes
internos de fornos.
118. 118
MATERIAIS REFRATÁRIOS
DEFINIÇÃO:
- Materiais de construção que têm que
resistir a altas temperaturas e manter suas
propriedades físicas e químicas nas
condições de serviço.
- Materiais não-metálicos, inorgânicos, de ligação
iônico-covalente, geralmente cristalinos.
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MATERIAIS REFRATÁRIOS
-não existe material, a pressão normal, sólido > 4.000oC
C ~3.700oC HfC ~3.890oC HfC.4TaC ~3.940oC
- maior parte dos materiais refratários constituída de SiO2, Al2O3, CaO e MgO, C, carbonetos,
boretos e nitretos
SiO2 ~1.726oC
Al2O3 ~2.054oC
3Al2O3.2SiO2 ~1.828oC
MgO ~2.800oC
MgO.Al2O3 ~2.135oC
Cr2O3 ~2.400oC $
CaO ~2.570oC hidrata
ZrO2 ~2.700oC instável
BeO ~2.600oC tóxico
ThO2 ~3.000oC radioativo
- no entanto:
98MgO + 0,8 CaO + 0,4 SiO2 + 0,6 (Al2O3+Fe2O3) + 0,2 B2O3 ~ 1.000oC !
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MATERIAIS REFRATÁRIOS
CONDIÇÕES DE SERVIÇO (aplicações):
alta temperatura, esforços mecânicos, vibrações,
choque térmico, desgaste físico, corrosão química -
associadas à produção do aço e metais não
ferrosos, vidro, cerâmica e outros processos
(indústria petroquímica, incineradores industriais,
etc.)
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MATERIAIS REFRATÁRIOS
CLASSIFICAÇÃO:
CRITÉRIOS:
-matéria-prima: argilosos e não-argilosos
-composição química: alta-alumina, magnesíticos
-natureza química: básicos (MgO), ácidos (SiO2),
neutros
muito usada na metalurgia:
-escórias básicas atacam refratários ácidos e vice-versa
-neutros: imune aos dois tipos de escórias(cromita, forsterita e carbono)
-forma: monolíticos, formatados (peças prontas)
-utilização: isolantes térmicos
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MATERIAIS REFRATÁRIOS
CLASSIFICAÇÃO:
ÁCIDOS (de sílica)
-da série sílica-alumina
silicosos ou de meia sílica
argilosos ou de chamote (rejeitos)
mulíticos
de silimanita, andaluzita e cianita
sintéticos
-da série alta-alumina
de bauxita, sinterizados
de coríndon eletrofundidos
BÁSICOS
-magnesíticos ou de magnésia
-crómia-magnésia ou cromo-magnesianos
-dolomíticos
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MATERIAIS REFRATÁRIOS
CLASSIFICAÇÃO:
NEUTROS
-cromítico ou de cromita
-forsteríticos (forsterita, olivina)
ELETROFUNDIDOS
-mulíticos
-alumina-zircônia-sílica
-magnésia-crômia
NÃO-MOLDADOS
-argamassas refratárias (materiais de ligação)
-misturas para construção monolítica
massas plásticas (pega química ou químico-cerâmica)
concretos refratários (pega hidráulica)
-misturas projetáveis (para reparações)
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MATERIAIS REFRATÁRIOS
MATÉRIA-PRIMA:
mais comum: natural
óxidos de metais simples, duplos, triplos
carbono, grafite, carbeto de silício
novos materiais:
carbetos, nitretos, boretos, silicetos
para aplicações mais sofisticadas
sintéticos, alta pureza, e propriedades sob controle
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MATERIAIS REFRATÁRIOS
TIPOS E APLICAÇÕES
- em função da matéria-prima:
argilosos e não-argilosos
mais comuns: SiO2, Al2O3, MgO, CaO, ZrO2
ácidos: SiO2, ZrO2,
básicos: MgO, CaO, Cr2O3
neutros: FeO.Cr2O3, 2MgO.SiO2, Al2O3
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MATERIAIS REFRATÁRIOS
-Alumina extra-alta:
bauxita ou alumina (fundida ou densamente sinterizada)
87,5% de Al2O3. Refratariedade ~1815oC
-Mullita:
3Al2O3.SiO2 cianita, silimanita e andalusita, bauxita ou
misturas de silicatos de alumínio. É o silicato mais estável
-Sílica:
Contaminantes: alumina e álcalis. Semi-sílica
-Carbeto de silício:
Reação entre areia e coque em um forno elétrico
-Zirconita:
ZrO2.SiO2 = estabilização CaO, MgO, Y2O3
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MATERIAIS REFRATÁRIOS
MASSAS REFRATÁRIAS: VANTAGENS
Matéria-prima:
- a mesma matéria-prima que a usada em materiais formatados
Preparo:
- simples e rápido
Propriedades:
- melhor resistência ao choque-térmico
- maior capacidade de isolamento
Construção:
- não há juntas
- compatibilidade com a maioria dos fornos
- de colocação mais simples
Econômica:
- não há as etapas de conformação e queima
- preenchimento de qualquer geometria
- menor custo de transporte
- mais rápida entrega
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MATERIAIS REFRATÁRIOS
MASSAS REFRATÁRIAS: DESVANTAGENS
Matéria-prima:
- custo do cimento para alguns concretos refratários mais elevados
- alguma degradação quando em deposição prolongada
- perigo de sedimentação de componentes
- cuidados no preparo (quantidade de água e aditivos)
Propriedades:
- alta porosidade
- pequena resistência à erosão por escórias
- menor resistência quando não há uma sinterização homogênea e efetiva
- rachaduras
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Cimentos
Produtos argilosos que endurecem
com reação com água;
Cimento Portland, gesso de Paris, cal,
fosfato de alumínio;
Concreto comum: agregado graúdo,
agregado miúdo, cimento e água;
Concreto especial: reforçado com
fibra de vidro (GRC).
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Cimento Portland
Componentes: cal, sílica, alumina e óxido de ferro
Cozimento – fusão parcial – a 1450C – chamado
clínquer, ao qual é adicionado gesso (para início de
pega).
Tipos de cimento: cimento Portland, cimento Portland
branco, cimento aluminoso, cimento de pega rápida,
cimento metalúrgico.
Tipos de uso: pasta, argamassa, concreto.
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Outras aplicações
Revestimentos: esmalte cerâmico;
Filmes finos: tarja de cartão
magnético (óxido de ferro), telas
sensíveis ao toque (óxido de estanho
e índio);
Fibras: usadas em diferentes
compósitos.
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PEI (Porcelain Enamel Institute / Instituto da Porcelana
Esmaltada): é um índice usado como norma internacional para
indicar a resistência do esmalte da cerâmica ao desgaste
quando submetido à ação de sujeiras abrasivas em função do
uso.