O conhecimento da anatofisiologia do cerebelo conduz no a diagnóstico diferencial das patologias neurologicas que cursam com as disfunções como a ataxia e dismetria
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Anatomia e funções do cerebelo
1. Anatomia e funcão do Cerebelo
Onésimo Rafael
Napere
Sistema nervoso
TMG23, Maio de 2023
2. Objecticos
Definição
Localização anatómica
Divisão em lóbulos
Divisão em camadas
Funções
Sinais de lesão cerebelar
Definição da epilepsia
Etiologia da epilepsia
Classificação da
epilepsia
Quadro clinico e
diagnostico
Complicações
3. Cerebelo
O cerebelo é um órgão do sistema
nervoso suprasegmentar que deriva da
parte dorsal do metencéfalo e fica situado
dorsalmente ao bulbo e à ponte,
contribuindo para a formação do tecto do
IV ventrículo.
4. O cerebelo é um
órgão do sistema
nervoso
suprasegmentar
que deriva da
parte dorsal do
metencéfalo e
fica situado
dorsalmente ao
bulbo e à ponte,
contribuindo para
a formação do
tecto do IV
ventrículo
5. Localização anatómica
Repousa sobre a fossa cerebelar do osso occipital e está
separado do lobo occipital do cérebro por uma prega
da dura-máter denominada tenda do cerebelo.
Liga-se à medula e ao bulbo pelo pedúnculo cerebelar
inferior e à ponte e mesencéfalo pelos pedúnculos
cerebelares médio e superior, respectivamente.
6.
7. Os hemisférios cerebelares, direito e esquerdo se
conectam ao tronco encefálico através de três projecções
que são os pedúnculos cerebelares superiores, médios e
inferiores.
8. Os pedúnculos cerebelares superiores se ligam ao
mesencéfalo, os pedúnculos cerebelares médios se
conectam a ponte e os pedúnculos cerebelares inferiores
estão ligados ao bulbo.
9.
10. O cerebelo é constituído de um centro de substância
branca, o corpo medular do cerebelo, de onde irradiam as
lâminas brancas do cerebelo, revestidas externamente por
uma fina camada de substância cinzenta, o córtex
cerebelar.
11. A superfície do cerebelo apresenta sulcos de direcção
predominantemente transversal, que delimitam lâminas
finas denominadas folhas do cerebelo, existem também
sulcos mais pronunciados, as fissuras do cerebelo, que
delimitam lóbulos, cada um deles podendo conter várias
folhas.
12. O corpo medular do cerebelo com as lâminas brancas que
dele irradiam, quando vistas em cortes sagitais, receberam
o nome de árvore da vida
13.
14. No interior do corpo medular existem quatro pares de
núcleos de substância cinzenta, que são os núcleos centrais
do cerebelo:
Núcleo denteado;
Núcleo emboliforme;
Núcleo globoso;
Núcleo fastigial
15. O núcleo denteado é o maior dos núcleos centrais do
cerebelo assemelha-se ao núcleo olivar inferior e
localiza-se mais lateralmente, em relação com o ponto
mais alto do teto do IV ventriculo,
16. O núcleo fastigial localiza-se próximo ao plano
mediano, entre os núcleos fastigial e denteado
localizam-se os núcleos globoso e emboliforme. Esses
dois núcleos são bastante semelhantes do ponto de vista
funcional e estrutural, sendo frequentemente agrupados
sob o nome de núcleo interpósito.
17.
18.
19.
20. camadas
Da superfície para o interior do órgão, distinguem-se as
seguintes camadas:
1. Camada molecular;
2. Camadas de células de Purkinje;
3. Camada granular
21. CAMADA MOLECULAR
Formada principalmente por fibras de direcção paralela
e contém dois tipos de neurónios, as células estreladas e
as células em cesto que são assim denominadas por
apresentarem sinapses axónio-somática dispostas em
torno do corpo das células de Purkinje à maneira de um
cesto
22. CAMADA DE CELULAS DE PURKINJE
Formada por uma fileira de células de Purkinje. Os
elementos mais importantes do cerebelo. As células de
Purkinje, piriformes e grandes, são dotadas de dendritos
que se ramificam na camada molecular e um axónio que
sai em direcção oposta terminando nos núcleos centrais
do cerebelo, onde exercem acção inibitória. Esses
axónios constituem as únicas fibras eferentes do córtex
do cerebelo
23. CAMADA GLANDULAR
Constituída principalmente pelas células granulares ou
grânulos do cerebelo, extremamente numerosas, têm
vários dendritos com um axónio que atravessa a camada
das células de Purkinje e, ao atingir a camada molecular,
bifurca-se em T. Os ramos resultantes dessa bifurcação
constituem as chamados fibras paralelas, que se
dispõem paralelamente ao eixo da tolha cerebelar
24. Essas fibras estabelecem sinapses com os dendritos das
células de Purkinje disposta ao longo do eixo da folha
cerebelar, lembrando a disposição dos fios nos postes
telegráficos. Desse modo, cada célula granular faz
sinapse com um grande número de células de Purkinje.
25. Na camada granular existe ainda um outro tipo de
neurónio, as células de Golgi, com ramificações muito
amplas. Essas células, entretanto, são menos numerosas
que as granulares.
26. Dos núcleos centrais saem as fibras eferentes do
cerebelo e neles chegam os axónios das células de
Purkinje. Cada núcleo recebe os axónios das células de
Purkinje originadas em partes específicas da superfície
cerebelar.
O corpo medular do cerebelo é consumido de substância
branca e formado por fibras mielínicas, que são
principalmente as seguintes:
27. Fibras aferentes ao cerebelo que penetram pelos
pedúnculos cerebelares e se dirigem ao córtex, onde
perdem a bainha de mielina;
Fibras formadas pelos axónios das células de Purkinje
que dirigem-se aos núcleos centrais e, ao sair do córtex,
tornam-se mielínicas.
29. As principais funções do cerebelo são
Manutenção do equilíbrio e da postura;
Controle do tónus muscular;
Controle dos movimentos voluntários;
Aprendizagem motora.
30. Manutenção do equilíbrio e da postura
Essas funções se fazem basicamente pelo arquicerebelo e
pela zona medial (vermis), que promovem a contração
adequada dos músculos axiais e proximais dos membros, de
modo a manter o equilíbrio e a postura normal, mesmo nas
condições em que o corpo se desloca. A influência do
cerebelo é transmitida aos neurônios motores pelos tractos
vestíbulo-espinhal e retículo-espinhal.
31. CONTROLE DO TONUS MUSCULAR
Um dos sintomas da decerebelização é a perda do tônus
muscular, que pode ser obtida também por lesão dos
núcleos centrais. Os s núcleos em especial o denteado e
interpósito , mantêm mesmo na ausência de
movimento, um certo nível de atividade espontânea.
Essa atividade, agindo sobre os neurónios motores via
tractos córtico-espinhal e rubro-espinhal, é importante
para a manutenção do tónus.
32. Aprendizagem motora
Quando executamos uma mesma actividade motora várias vezes, ela passa a
ser feita de maneira cada vez mais rápida e com menos erros.
O sistema nervoso aprende a executar as tarefas motoras repetitivas, o que
provavelmente envolve modificações mais ou menos estáveis em circuitos
nervosos. Admite-se que o cerebelo participa desse processo através das fibras
olivo-cerebelares, que chegam ao córtex cerebelar como fibras trepadeiras e
fazem sinapses directamente com as células de Purkinje. Há evidência de que
essas fibras podem modular a excitabilidade das células de Purkinje, em
resposta aos impulsos que elas recebem do sistema de fibras musgosas e
paralelas.
33. Lesões Cerebelares
A destruição de pequenas partes do córtex cerebelar
lateral, desde que mantidos os núcleos cerebelares
profundos intactos, quase nunca causa anormalidades
detectáveis da função motora, desde que todos os
movimentos sejam realizados lentamente, pois as partes
restantes do sistema de controlo motor são capazes de
compensar, em grande medida, a perda de algumas
partes do cerebelo.
34. Para causar disfunção grave e contínua do cerebelo, a
lesão cerebelar, em geral, precisará envolver um ou
mais dos núcleos cerebelares profundos: o denteado, o
interpósito ou o fastígio. Estas lesões têm como
sintomatologia uma grave ataxia, ou seja, falta de
coordenação dos movimentos voluntários decorrentes
de erros na força, extensão e direcção do movimento
35. Portanto, os movimentos usualmente passam da
marca pretendida, depois, a parte consciente do
cérebro compensa, de modo excessivo na direcção
oposta para o movimento compensatório que se
sucede. Esse efeito é chamado dismetria, e resulta
em movimentos sem ordenação, chamados ataxia
36. Ataxia
São movimentos sem coordenação. A marcha atáxica é
vacilante e o paciente abre as pernas para aumentar
sua base de equilíbrio. Esse é um dos principais
sintomas de doença cerebelar.
Dismetria
É a falta do controle da amplitude do movimento, ou
seja, ocorre a ausência de previsão para até onde o
movimento irá.
37. A dismetria e a ataxia também podem resultar de lesões
nos tratos espinocerebelares, pois as informações de
feedback das partes do corpo que se movimentam para o
cerebelo são essenciais para a programação do término
de movimento do cerebelo.
39. Epilepsia é uma afecção crónica do sistema nervoso de
etiologia diversa, caracterizada por crises repetidas,
devidas a uma carga excessiva dos neurónios cerebrais,
associada eventualmente a diversas como convulsões.
40. A crise epiléptica é uma perturbação de funcionamento
do cérebro, temporária e reversível, que produz
manifestações motoras, sensitivas, sensoriais, psíquicas
ou neurovegetativas, mas sem febre.
41. ETIOLOGIA
A epilepsia pode ter etiologia idiopática, ou pode ser
secundária a anomalias dos canais iónicos ou lesões
específicas do cérebro (infecções, traumatismos,
tumores, distúrbios metabólicos e hidroelectrolíticos,
doenças degenerativas, doenças vasculares ).
43. QUADRO CLINICO
Paragens bruscas da actividade;
Perda de consciência e Quedas;
Convulsões e contrações musculares;
Movimentos automáticos e despropositados (vestir ou
despir, caminhar, mastigar ou engolir);
Contracções simples e repetitivas de um dos membros
(braço, perna) ou da face.
44. CRISE GENERALIZADA
Tónico-Clónica (Grande Mal)
É caracterizada por queda súbita (com ou sem grito),
enrijecimento muscular seguido de convulsões,
paragem da respiração, possível perda de urina e/ou
mordedura da língua, todo este episódio durante
menos de 5 minutos após o qual reaparece a
respiração e ocorre uma possível confusão e/ou
fadiga antes do retorno à normalidade
45. Crise de Ausência (Pequeno Mal)
É caracterizada por episódios breves (3 a 30
segundos) de paralisia e desatenção que podem até
passar despercebidos pelas outras pessoas. A
recuperação é rápida mas os episódios são
acompanhados por perda da consciência.
46. Crise Mioclónica
É caracterizada por contracções musculares súbitas e
maciças atingindo todo o corpo ou partes do mesmo.
O doente pode atirar o que tiver nas mãos ou cair de
uma cadeira.
47. Crise Atónica
É caracterizada por queda súbita, sem perda de
consciência. Dura cerca de 10 a 60 segundos; depois
o doente pode pôr-se de pé e andar.
48. CRISE PARCIAL SIMPLES
É caracterizada por convulsões limitadas a uma área
do corpo, mas que podem estender-se a outras áreas,
sem haver perda de consciência. Podem generalizar-
se e provocar uma crise de grande mal.
49. Sensação de formigueiros ou picada percorrendo
uma ou mais áreas corporais. Visualização ou
audição de coisas ou sons que não estão presentes.
Sensação inexplicável de medo ou prazer. Cheiros ou
gostos desagradáveis, sem que haja nada que os
provoque. Sensação "esquisita" no estômago.
50. Crise Parcial Complexa
É caracterizada por súbito enrijecimento muscular
seguido de movimentos mastigatórios e
automatismos, constando de gestos desajeitados de
mexer na roupa, agarrar ou manusear objectos,
despir-se.
51. O Doente pode deambular ou pode resistir quando
agarrado. O episódio dura alguns minutos e após a
crise pode-se estabelecer confusão no doente que
pode ser longa e acompanhada por perda de
consciência
52. Estado de Mal Epiléptico
É uma situação em que as convulsões se seguem
umas às outras sem haver, entre elas, recuperação da
consciência. Necessita de hospitalização e
tratamento médico imediato, pois pode ser mortal ou
provocar lesões cerebrais graves
53. COMPLICACOES
Aspiração de secrecções ou conteúdo oral com
subsequente sufoco e morte;
Quedas de grandes alturas;
Afogamento e queimaduras;
lesões cerebrais;
Transtornos mentais;
Depressão e psicose.
54. EXAMES AUXILIARES E DIAGNOSTICO
Suspeitar se de epilepsia se as convulsões são
recorrentes, sem febre, sem sinais de doença
sistémica.
Electroencefalograma
Tomografia Computadorizada
Ressonância Magnética.