SlideShare uma empresa Scribd logo
Os melhores anos da minha vida
A mais bela, a mais maravilhosa, a mais ”ingénua”, a mais sonhadora, aquela em que nem sequer pensamos que um dia tudo acabará: Aidade em que somos os melhores, em que nos apaixonamos todos os dias por alguém, pela vida, pelo que fazemos e pelo que somos. É aquela idade em que tudo parece estar ao nosso alcance, com um simples estalar de dedos! Estou a falar naturalmente da nossa adolescência, da nossa juventude. Muitos haverá certamente, e como é fácil compreender, para quem a sua juventude não traga boas recordações, no entanto, mesmo esses aposto, sorriem ao recordar alguns momentos dos anos dourados da sua vida. A minha foi um pouco assim:
Integrei o movimento escutista em Portugal entre os 10e os 18 anos aproximadamente, e posso dizer que foi simplesmente fantástico. Não só pela vida ao ar livre, pelos  conhecimentos que adquiri, pelas pessoas que conheci, pelos amigos, aí sim verdadeiros amigos que tive, mas por todo um conjunto de situações que durante esses anos se foram desenrolando. Recordo um Natal em que a minha patrulha “Águia”, propôs ao chefe do grupo, como boa acção, tornar um pouco mais feliz e farta a ceia de natal de um asilo de idosos que existia bem perto de nós.
O problema consistia naturalmente em como conseguir dinheiro para efectuar as compras dos géneros alimentares ,e comprar uma lembrança para os residentes, pois muitos havia a quem os familiares já se tinham esquecido da sua existência. Eureka!!! – disse alguém: já sei, vamos para a porta da igreja, engraxar sapatos e o dinheiro que juntarmos irá servir para concretizarmos a nossa boa acção. A patrulha era constituída por sete ou oito elementos. No entanto, como foi esta a ideia abraçada e unanimemente escolhida por todos, o grupo inteiro  participou e colaborou, para que tal empreendedora acção fosse levada a cabo. O nosso chefe falou com o pároco, e este por sua vez transmitiu aos paroquianos que iríamos estar  durante dois ou três domingos no átrio da igreja a engraxar sapatos, em troca de uma contribuição monetária.
Quando chegou o primeiro (que viria a ser o único) domingo, a igreja estava completamente cheia de paroquianos. Nós cá fora, nervosos,commedo de sujar as meias com graxa a alguém, e expectantes por ver a reacção das pessoas, aguardávamos impacientemente que a missa acabasse. Tínhamos 15, 16 anos e claro está já olhávamos para a sombra. Uns eram as meninasdo coro, outros lá se ficavam pelas escuteiras, que também as havia, e a vergonha que as miúdas nos vissem a engraxar sapatos, ou a fracassar em tal façanha, deixava-nos ainda mais nervosos. Eis que acaba a Missa e se abrem as portas da igreja: os sete ou oito engraxadores de meia-tijela, ali estavam virados para a saída. A Avalanche de homens e mulheres foi tal, que mais pareciam querer  esmagar-nos. Para nosso espanto, ninguém quis ir de sapatos a brilhar para casa!
As pessoas limitavam-se a colocar o pé na base das caixas, que por nós tinham sido feitas, e simbolicamente nós passávamos o pano ou a escova no sapato, enquanto as nossas boinas, pousadas no chão, se enchiam de notas e moedas, bem como os nossos corações, de alegria e felicidade. Apareceu como não podia deixar de ser, um ou outro brincalhão que quis o serviço completo. Escusado será dizer que tudo isto foi algo de maravilhoso. As nossas famílias envolveram-se, fazendo bolos e auxiliando na confecção da ceia, e nós com as nossas músicas e brincadeiras lá fizemos a festa, e por uma noite conseguimos fazer alguém um pouco mais feliz. Recebemos mais do que o que demos. Hoje ao relatar este acontecimento, os meus olhos enchem-se de lágrimas e o meu coração de alegria. Mais do que quando as nossas boinas transbordaram de caridade e solidariedade.
Os melhores anos da minha vida Uma canhota amiga         Águia Veloz

Mais conteúdo relacionado

Destaque

A dieta do pai natal história e imagens
A dieta do pai natal   história e imagensA dieta do pai natal   história e imagens
A dieta do pai natal história e imagens
Jani Miranda
 
Natal conto melhor-natal-de-sempre
Natal conto melhor-natal-de-sempreNatal conto melhor-natal-de-sempre
Natal conto melhor-natal-de-sempre
Marisol Santos
 
Uma Prenda de Natal
Uma Prenda de NatalUma Prenda de Natal
Uma Prenda de Natal
Biblioteca Escolar Sobreira
 
A verdadeira-história-do-natal
A verdadeira-história-do-natalA verdadeira-história-do-natal
A verdadeira-história-do-natal
Bertilia Madeira
 
Os sapatos do pai natal[1]
Os sapatos do pai natal[1]Os sapatos do pai natal[1]
Os sapatos do pai natal[1]
joana1900
 
Natal, história
Natal, históriaNatal, história
Natal, história
Paula Morgado
 
Natal nas asas do arco-íris
Natal nas asas do arco-írisNatal nas asas do arco-íris
Natal nas asas do arco-íris
Cristina Bernardes
 

Destaque (7)

A dieta do pai natal história e imagens
A dieta do pai natal   história e imagensA dieta do pai natal   história e imagens
A dieta do pai natal história e imagens
 
Natal conto melhor-natal-de-sempre
Natal conto melhor-natal-de-sempreNatal conto melhor-natal-de-sempre
Natal conto melhor-natal-de-sempre
 
Uma Prenda de Natal
Uma Prenda de NatalUma Prenda de Natal
Uma Prenda de Natal
 
A verdadeira-história-do-natal
A verdadeira-história-do-natalA verdadeira-história-do-natal
A verdadeira-história-do-natal
 
Os sapatos do pai natal[1]
Os sapatos do pai natal[1]Os sapatos do pai natal[1]
Os sapatos do pai natal[1]
 
Natal, história
Natal, históriaNatal, história
Natal, história
 
Natal nas asas do arco-íris
Natal nas asas do arco-írisNatal nas asas do arco-íris
Natal nas asas do arco-íris
 

Semelhante a Ceia de natal

Jornal especial de fim de ano nº172
Jornal especial de fim de ano   nº172Jornal especial de fim de ano   nº172
Jornal especial de fim de ano nº172
mcj2013
 
Feliz natal e feliz ano novo
Feliz natal e feliz ano novoFeliz natal e feliz ano novo
Feliz natal e feliz ano novo
centrosocio
 
ENSantidade edição 20
ENSantidade edição 20ENSantidade edição 20
ENSantidade edição 20
Claudinei Rigonatto
 
O Papel do menino Jesus (7)
O Papel do menino Jesus (7)O Papel do menino Jesus (7)
O Papel do menino Jesus (7)
Blogue do Menino
 
Umamorpararecordar trecho
Umamorpararecordar trechoUmamorpararecordar trecho
Umamorpararecordar trecho
Josykanind
 
O Natal na Voz do Povo 5
O Natal na Voz do Povo 5O Natal na Voz do Povo 5
O Natal na Voz do Povo 5
Biblioteca Municipal Proença-a-Nova
 
Contato - O Verdadeiro Natal
Contato - O Verdadeiro NatalContato - O Verdadeiro Natal
Contato - O Verdadeiro Natal
Spiritualibrary
 
Livreto Novena Natal 2021
Livreto Novena Natal 2021Livreto Novena Natal 2021
Livreto Novena Natal 2021
Bernadetecebs .
 
Jornal sg ago 2013
Jornal sg ago 2013Jornal sg ago 2013
Jornal sg ago 2013
Leonardo Campos
 
Natal - Precisam-se Anjos de Natal
Natal - Precisam-se Anjos de NatalNatal - Precisam-se Anjos de Natal
Natal - Precisam-se Anjos de Natal
Spiritualibrary
 
Despojos de-uma-tragc3a9dia
Despojos de-uma-tragc3a9diaDespojos de-uma-tragc3a9dia
Despojos de-uma-tragc3a9dia
Administração sbtch
 
Despojos de uma tragédia
Despojos de uma tragédiaDespojos de uma tragédia
Despojos de uma tragédia
Osvaldo Guimarães
 
O Retorno - Nicholas Sparks.pdf
O Retorno - Nicholas Sparks.pdfO Retorno - Nicholas Sparks.pdf
O Retorno - Nicholas Sparks.pdf
voxplaytech
 
Dezembro 2010 graça
Dezembro 2010 graçaDezembro 2010 graça
Dezembro 2010 graça
nossasenhoradavisitacao
 
Dezembro 2010 graça
Dezembro 2010 graçaDezembro 2010 graça
Dezembro 2010 graça
nossasenhoradavisitacao
 
A_sorveteria_PNLD2020_PR.pdf
A_sorveteria_PNLD2020_PR.pdfA_sorveteria_PNLD2020_PR.pdf
A_sorveteria_PNLD2020_PR.pdf
Raquel da Silva
 
529 an 23 junho_2015.ok
529 an 23 junho_2015.ok529 an 23 junho_2015.ok
529 an 23 junho_2015.ok
Roberto Rabat Chame
 
Jornal sg jul 2013
Jornal sg jul 2013Jornal sg jul 2013
Jornal sg jul 2013
Leonardo Campos
 
ESCUTA - Edição especial ACAREG #57/4
ESCUTA - Edição especial ACAREG #57/4ESCUTA - Edição especial ACAREG #57/4
ESCUTA - Edição especial ACAREG #57/4
Diocese de Aveiro
 
Meu AniversáRio Neste Natal
Meu AniversáRio Neste NatalMeu AniversáRio Neste Natal
Meu AniversáRio Neste Natal
verginia
 

Semelhante a Ceia de natal (20)

Jornal especial de fim de ano nº172
Jornal especial de fim de ano   nº172Jornal especial de fim de ano   nº172
Jornal especial de fim de ano nº172
 
Feliz natal e feliz ano novo
Feliz natal e feliz ano novoFeliz natal e feliz ano novo
Feliz natal e feliz ano novo
 
ENSantidade edição 20
ENSantidade edição 20ENSantidade edição 20
ENSantidade edição 20
 
O Papel do menino Jesus (7)
O Papel do menino Jesus (7)O Papel do menino Jesus (7)
O Papel do menino Jesus (7)
 
Umamorpararecordar trecho
Umamorpararecordar trechoUmamorpararecordar trecho
Umamorpararecordar trecho
 
O Natal na Voz do Povo 5
O Natal na Voz do Povo 5O Natal na Voz do Povo 5
O Natal na Voz do Povo 5
 
Contato - O Verdadeiro Natal
Contato - O Verdadeiro NatalContato - O Verdadeiro Natal
Contato - O Verdadeiro Natal
 
Livreto Novena Natal 2021
Livreto Novena Natal 2021Livreto Novena Natal 2021
Livreto Novena Natal 2021
 
Jornal sg ago 2013
Jornal sg ago 2013Jornal sg ago 2013
Jornal sg ago 2013
 
Natal - Precisam-se Anjos de Natal
Natal - Precisam-se Anjos de NatalNatal - Precisam-se Anjos de Natal
Natal - Precisam-se Anjos de Natal
 
Despojos de-uma-tragc3a9dia
Despojos de-uma-tragc3a9diaDespojos de-uma-tragc3a9dia
Despojos de-uma-tragc3a9dia
 
Despojos de uma tragédia
Despojos de uma tragédiaDespojos de uma tragédia
Despojos de uma tragédia
 
O Retorno - Nicholas Sparks.pdf
O Retorno - Nicholas Sparks.pdfO Retorno - Nicholas Sparks.pdf
O Retorno - Nicholas Sparks.pdf
 
Dezembro 2010 graça
Dezembro 2010 graçaDezembro 2010 graça
Dezembro 2010 graça
 
Dezembro 2010 graça
Dezembro 2010 graçaDezembro 2010 graça
Dezembro 2010 graça
 
A_sorveteria_PNLD2020_PR.pdf
A_sorveteria_PNLD2020_PR.pdfA_sorveteria_PNLD2020_PR.pdf
A_sorveteria_PNLD2020_PR.pdf
 
529 an 23 junho_2015.ok
529 an 23 junho_2015.ok529 an 23 junho_2015.ok
529 an 23 junho_2015.ok
 
Jornal sg jul 2013
Jornal sg jul 2013Jornal sg jul 2013
Jornal sg jul 2013
 
ESCUTA - Edição especial ACAREG #57/4
ESCUTA - Edição especial ACAREG #57/4ESCUTA - Edição especial ACAREG #57/4
ESCUTA - Edição especial ACAREG #57/4
 
Meu AniversáRio Neste Natal
Meu AniversáRio Neste NatalMeu AniversáRio Neste Natal
Meu AniversáRio Neste Natal
 

Último

0002_matematica_6ano livro de matemática
0002_matematica_6ano livro de matemática0002_matematica_6ano livro de matemática
0002_matematica_6ano livro de matemática
Giovana Gomes da Silva
 
Folheto | Centro de Informação Europeia Jacques Delors (junho/2024)
Folheto | Centro de Informação Europeia Jacques Delors (junho/2024)Folheto | Centro de Informação Europeia Jacques Delors (junho/2024)
Folheto | Centro de Informação Europeia Jacques Delors (junho/2024)
Centro Jacques Delors
 
atividade 8º ano entrevista - com tirinha
atividade 8º ano entrevista - com tirinhaatividade 8º ano entrevista - com tirinha
atividade 8º ano entrevista - com tirinha
Suzy De Abreu Santana
 
Potenciação e Radiciação de Números Racionais
Potenciação e Radiciação de Números RacionaisPotenciação e Radiciação de Números Racionais
Potenciação e Radiciação de Números Racionais
wagnermorais28
 
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptxSlides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
LuizHenriquedeAlmeid6
 
UFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdf
UFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdfUFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdf
UFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdf
Manuais Formação
 
Caderno de Resumos XVIII ENPFil UFU, IX EPGFil UFU E VII EPFEM.pdf
Caderno de Resumos XVIII ENPFil UFU, IX EPGFil UFU E VII EPFEM.pdfCaderno de Resumos XVIII ENPFil UFU, IX EPGFil UFU E VII EPFEM.pdf
Caderno de Resumos XVIII ENPFil UFU, IX EPGFil UFU E VII EPFEM.pdf
enpfilosofiaufu
 
Treinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptx
Treinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptxTreinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptx
Treinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptx
MarcosPaulo777883
 
Famílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do Assaré
Famílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do AssaréFamílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do Assaré
Famílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do Assaré
profesfrancleite
 
Leonardo da Vinci .pptx
Leonardo da Vinci                  .pptxLeonardo da Vinci                  .pptx
Leonardo da Vinci .pptx
TomasSousa7
 
Forças e leis de Newton 2024 - parte 1.pptx
Forças e leis de Newton 2024 - parte 1.pptxForças e leis de Newton 2024 - parte 1.pptx
Forças e leis de Newton 2024 - parte 1.pptx
Danielle Fernandes Amaro dos Santos
 
A QUESTÃO ANTROPOLÓGICA: O QUE SOMOS OU QUEM SOMOS.pdf
A QUESTÃO ANTROPOLÓGICA: O QUE SOMOS OU QUEM SOMOS.pdfA QUESTÃO ANTROPOLÓGICA: O QUE SOMOS OU QUEM SOMOS.pdf
A QUESTÃO ANTROPOLÓGICA: O QUE SOMOS OU QUEM SOMOS.pdf
AurelianoFerreirades2
 
Pintura Romana .pptx
Pintura Romana                     .pptxPintura Romana                     .pptx
Pintura Romana .pptx
TomasSousa7
 
apresentação sobre Clarice Lispector .pptx
apresentação sobre Clarice Lispector .pptxapresentação sobre Clarice Lispector .pptx
apresentação sobre Clarice Lispector .pptx
JuliaMachado73
 
1_10_06_2024_Criança e Cultura Escrita, Ana Maria de Oliveira Galvão.pdf
1_10_06_2024_Criança e Cultura Escrita, Ana Maria de Oliveira Galvão.pdf1_10_06_2024_Criança e Cultura Escrita, Ana Maria de Oliveira Galvão.pdf
1_10_06_2024_Criança e Cultura Escrita, Ana Maria de Oliveira Galvão.pdf
SILVIAREGINANAZARECA
 
O sentimento nacional brasiliero, segundo o historiador Jose Murlo de Carvalho
O sentimento nacional brasiliero, segundo o historiador Jose Murlo de CarvalhoO sentimento nacional brasiliero, segundo o historiador Jose Murlo de Carvalho
O sentimento nacional brasiliero, segundo o historiador Jose Murlo de Carvalho
analuisasesso
 
A dinâmica da população mundial de acordo com as teorias populacionais.pptx
A dinâmica da população mundial de acordo com as teorias populacionais.pptxA dinâmica da população mundial de acordo com as teorias populacionais.pptx
A dinâmica da população mundial de acordo com as teorias populacionais.pptx
ReinaldoSouza57
 
Redação e Leitura_7º ano_58_Produção de cordel .pptx
Redação e Leitura_7º ano_58_Produção de cordel .pptxRedação e Leitura_7º ano_58_Produção de cordel .pptx
Redação e Leitura_7º ano_58_Produção de cordel .pptx
DECIOMAURINARAMOS
 
CADERNO DE CONCEITOS E ORIENTAÇÕES DO CENSO ESCOLAR 2024.pdf
CADERNO DE CONCEITOS E ORIENTAÇÕES DO CENSO ESCOLAR 2024.pdfCADERNO DE CONCEITOS E ORIENTAÇÕES DO CENSO ESCOLAR 2024.pdf
CADERNO DE CONCEITOS E ORIENTAÇÕES DO CENSO ESCOLAR 2024.pdf
NatySousa3
 
Educação trabalho HQ em sala de aula uma excelente ideia
Educação  trabalho HQ em sala de aula uma excelente  ideiaEducação  trabalho HQ em sala de aula uma excelente  ideia
Educação trabalho HQ em sala de aula uma excelente ideia
joseanesouza36
 

Último (20)

0002_matematica_6ano livro de matemática
0002_matematica_6ano livro de matemática0002_matematica_6ano livro de matemática
0002_matematica_6ano livro de matemática
 
Folheto | Centro de Informação Europeia Jacques Delors (junho/2024)
Folheto | Centro de Informação Europeia Jacques Delors (junho/2024)Folheto | Centro de Informação Europeia Jacques Delors (junho/2024)
Folheto | Centro de Informação Europeia Jacques Delors (junho/2024)
 
atividade 8º ano entrevista - com tirinha
atividade 8º ano entrevista - com tirinhaatividade 8º ano entrevista - com tirinha
atividade 8º ano entrevista - com tirinha
 
Potenciação e Radiciação de Números Racionais
Potenciação e Radiciação de Números RacionaisPotenciação e Radiciação de Números Racionais
Potenciação e Radiciação de Números Racionais
 
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptxSlides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
 
UFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdf
UFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdfUFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdf
UFCD_10949_Lojas e-commerce no-code_índice.pdf
 
Caderno de Resumos XVIII ENPFil UFU, IX EPGFil UFU E VII EPFEM.pdf
Caderno de Resumos XVIII ENPFil UFU, IX EPGFil UFU E VII EPFEM.pdfCaderno de Resumos XVIII ENPFil UFU, IX EPGFil UFU E VII EPFEM.pdf
Caderno de Resumos XVIII ENPFil UFU, IX EPGFil UFU E VII EPFEM.pdf
 
Treinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptx
Treinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptxTreinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptx
Treinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptx
 
Famílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do Assaré
Famílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do AssaréFamílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do Assaré
Famílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do Assaré
 
Leonardo da Vinci .pptx
Leonardo da Vinci                  .pptxLeonardo da Vinci                  .pptx
Leonardo da Vinci .pptx
 
Forças e leis de Newton 2024 - parte 1.pptx
Forças e leis de Newton 2024 - parte 1.pptxForças e leis de Newton 2024 - parte 1.pptx
Forças e leis de Newton 2024 - parte 1.pptx
 
A QUESTÃO ANTROPOLÓGICA: O QUE SOMOS OU QUEM SOMOS.pdf
A QUESTÃO ANTROPOLÓGICA: O QUE SOMOS OU QUEM SOMOS.pdfA QUESTÃO ANTROPOLÓGICA: O QUE SOMOS OU QUEM SOMOS.pdf
A QUESTÃO ANTROPOLÓGICA: O QUE SOMOS OU QUEM SOMOS.pdf
 
Pintura Romana .pptx
Pintura Romana                     .pptxPintura Romana                     .pptx
Pintura Romana .pptx
 
apresentação sobre Clarice Lispector .pptx
apresentação sobre Clarice Lispector .pptxapresentação sobre Clarice Lispector .pptx
apresentação sobre Clarice Lispector .pptx
 
1_10_06_2024_Criança e Cultura Escrita, Ana Maria de Oliveira Galvão.pdf
1_10_06_2024_Criança e Cultura Escrita, Ana Maria de Oliveira Galvão.pdf1_10_06_2024_Criança e Cultura Escrita, Ana Maria de Oliveira Galvão.pdf
1_10_06_2024_Criança e Cultura Escrita, Ana Maria de Oliveira Galvão.pdf
 
O sentimento nacional brasiliero, segundo o historiador Jose Murlo de Carvalho
O sentimento nacional brasiliero, segundo o historiador Jose Murlo de CarvalhoO sentimento nacional brasiliero, segundo o historiador Jose Murlo de Carvalho
O sentimento nacional brasiliero, segundo o historiador Jose Murlo de Carvalho
 
A dinâmica da população mundial de acordo com as teorias populacionais.pptx
A dinâmica da população mundial de acordo com as teorias populacionais.pptxA dinâmica da população mundial de acordo com as teorias populacionais.pptx
A dinâmica da população mundial de acordo com as teorias populacionais.pptx
 
Redação e Leitura_7º ano_58_Produção de cordel .pptx
Redação e Leitura_7º ano_58_Produção de cordel .pptxRedação e Leitura_7º ano_58_Produção de cordel .pptx
Redação e Leitura_7º ano_58_Produção de cordel .pptx
 
CADERNO DE CONCEITOS E ORIENTAÇÕES DO CENSO ESCOLAR 2024.pdf
CADERNO DE CONCEITOS E ORIENTAÇÕES DO CENSO ESCOLAR 2024.pdfCADERNO DE CONCEITOS E ORIENTAÇÕES DO CENSO ESCOLAR 2024.pdf
CADERNO DE CONCEITOS E ORIENTAÇÕES DO CENSO ESCOLAR 2024.pdf
 
Educação trabalho HQ em sala de aula uma excelente ideia
Educação  trabalho HQ em sala de aula uma excelente  ideiaEducação  trabalho HQ em sala de aula uma excelente  ideia
Educação trabalho HQ em sala de aula uma excelente ideia
 

Ceia de natal

  • 1. Os melhores anos da minha vida
  • 2. A mais bela, a mais maravilhosa, a mais ”ingénua”, a mais sonhadora, aquela em que nem sequer pensamos que um dia tudo acabará: Aidade em que somos os melhores, em que nos apaixonamos todos os dias por alguém, pela vida, pelo que fazemos e pelo que somos. É aquela idade em que tudo parece estar ao nosso alcance, com um simples estalar de dedos! Estou a falar naturalmente da nossa adolescência, da nossa juventude. Muitos haverá certamente, e como é fácil compreender, para quem a sua juventude não traga boas recordações, no entanto, mesmo esses aposto, sorriem ao recordar alguns momentos dos anos dourados da sua vida. A minha foi um pouco assim:
  • 3. Integrei o movimento escutista em Portugal entre os 10e os 18 anos aproximadamente, e posso dizer que foi simplesmente fantástico. Não só pela vida ao ar livre, pelos conhecimentos que adquiri, pelas pessoas que conheci, pelos amigos, aí sim verdadeiros amigos que tive, mas por todo um conjunto de situações que durante esses anos se foram desenrolando. Recordo um Natal em que a minha patrulha “Águia”, propôs ao chefe do grupo, como boa acção, tornar um pouco mais feliz e farta a ceia de natal de um asilo de idosos que existia bem perto de nós.
  • 4.
  • 5. O problema consistia naturalmente em como conseguir dinheiro para efectuar as compras dos géneros alimentares ,e comprar uma lembrança para os residentes, pois muitos havia a quem os familiares já se tinham esquecido da sua existência. Eureka!!! – disse alguém: já sei, vamos para a porta da igreja, engraxar sapatos e o dinheiro que juntarmos irá servir para concretizarmos a nossa boa acção. A patrulha era constituída por sete ou oito elementos. No entanto, como foi esta a ideia abraçada e unanimemente escolhida por todos, o grupo inteiro participou e colaborou, para que tal empreendedora acção fosse levada a cabo. O nosso chefe falou com o pároco, e este por sua vez transmitiu aos paroquianos que iríamos estar durante dois ou três domingos no átrio da igreja a engraxar sapatos, em troca de uma contribuição monetária.
  • 6. Quando chegou o primeiro (que viria a ser o único) domingo, a igreja estava completamente cheia de paroquianos. Nós cá fora, nervosos,commedo de sujar as meias com graxa a alguém, e expectantes por ver a reacção das pessoas, aguardávamos impacientemente que a missa acabasse. Tínhamos 15, 16 anos e claro está já olhávamos para a sombra. Uns eram as meninasdo coro, outros lá se ficavam pelas escuteiras, que também as havia, e a vergonha que as miúdas nos vissem a engraxar sapatos, ou a fracassar em tal façanha, deixava-nos ainda mais nervosos. Eis que acaba a Missa e se abrem as portas da igreja: os sete ou oito engraxadores de meia-tijela, ali estavam virados para a saída. A Avalanche de homens e mulheres foi tal, que mais pareciam querer esmagar-nos. Para nosso espanto, ninguém quis ir de sapatos a brilhar para casa!
  • 7. As pessoas limitavam-se a colocar o pé na base das caixas, que por nós tinham sido feitas, e simbolicamente nós passávamos o pano ou a escova no sapato, enquanto as nossas boinas, pousadas no chão, se enchiam de notas e moedas, bem como os nossos corações, de alegria e felicidade. Apareceu como não podia deixar de ser, um ou outro brincalhão que quis o serviço completo. Escusado será dizer que tudo isto foi algo de maravilhoso. As nossas famílias envolveram-se, fazendo bolos e auxiliando na confecção da ceia, e nós com as nossas músicas e brincadeiras lá fizemos a festa, e por uma noite conseguimos fazer alguém um pouco mais feliz. Recebemos mais do que o que demos. Hoje ao relatar este acontecimento, os meus olhos enchem-se de lágrimas e o meu coração de alegria. Mais do que quando as nossas boinas transbordaram de caridade e solidariedade.
  • 8. Os melhores anos da minha vida Uma canhota amiga Águia Veloz