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Maria Sobral Mendonça ocupa um lugar de referência no panorama da arte
           contemporânea portuguesa, destacando-se através de um percurso marcado
           pela forte relação entre as suas obras e os espaços onde expõe.
           As suas exposições tem sido invariavelmente realizadas em Monumentos
           e Igrejas, espaços de desafio abertos à sua criação artística.
           A proposta agora lançada com a instalação da exposição
           “Lapis Exilis – As Virtudes” na Capela do Palácio Nacional da Ajuda,
           permite de uma forma estimulante contribuir para a valorização
           e dinamização daquele espaço.
           Apreciar a presente exposição é pois, entender a relação entre as peças
           e a envolvente, num percurso desdobrado em três tempos, transportando-nos
           para um universo imaginário e pictórico, através de um contributo pluridisciplinar.



           Maria Sobral Mendonça is an important reference in the Portuguese panorama
           of contemporary art.
           The strong relationship between her work and the space where it is exhibited
           stands out in her trajectory. Her exhibitions have always taken place
           in monuments and churches, challenging spaces opened to her artistic creativity.
           This exhibition, “Lapis Exilis – The Virtues”, which takes place in the chapel
           of Ajuda Palace, increases the value and dynamism of this space in a stimulating
           way. To appreciate this exhibition is therefore to understand the relationship
           between the paintings and what involves them, in a threefold trajectory
           and let ourselves be carried into an imaginary and pictoric universe through
           a multidisciplinary contribute.

           Arquitecta Maria Ana Silva Dias
           Direcção do IPPAR / Direction of the IPPAR




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Da pesquisa à temática:
           Lapis Exilis, uma pedra simbólica representando um ciclo de lendas
           ligado aos Cavaleiros da Mesa Redonda, ao simbolismo do Graal,
           a José de Arimateia, ao Rei Artur, ou em civilizações ainda mais antigas
           e desaparecidas como os Celtas, os Atlântidas nos seus cultos religiosos,
           como refere Platão no seu Timeo, ou a cópia moderna disso:
           - “O Cálice Eucarístico da Missa dos Católicos...”
           Muitas tradições ligam a pedra ao planeta Vénus, pondo-o em relação
           a um corpo celeste que caiu na terra, em longínquas eras, e muitas
           são as fontes que sustentam que esta pedra era enorme e verde.
           Uma esmeralda e chamada de Lapis Exilis, ou pedra caída do Céu, ou pedra
           de Luz, ou ainda, simplesmente, “Pedra Verde”, da qual se fez a Taça do Graal.
           Esta pedra é sempre citada nas tradições primitivas onde se obtinha
           a potência das estrelas, ou como uma “Copa” entendida como o Universo
           contendo os Planetas e as Estrelas do qual o Sol era o elemento Mestre.
           Os Muçulmanos referem-se a esta pedra como a “Caaba” que caiu do céu
           e que se tornou preta, carregando todos os pecados do Mundo.
           Os Alquimistas referem Lapis Exilis como uma pedra humilde que só pode
           ser vista pelos puros e fiéis.
           Para os Budistas, Lapis Exilis remete-nos aos habitantes de “Shambhala”.
           Diz ainda a Lenda que a pedra Lapis Exílis era de cor verde e caiu da testa
           de Lucifer, em estado de guerra, com DEUS.
           Este ciclo de Lendas, ou o meteorito que caiu do alto dos Céus, tem
           entusiamado Peregrinos, Escritores, Pensadores e Cineastas. Wagner,
           através da sua Música, melhor que ninguém, compõe a ópera “Parsifal”.
           Esta exposição de pintura “Lapis Exilis - As Virtudes”, é um ensaio pictórico
           de quem ouve o chamamento imperativo, entre as cores e as formas
           de arte, à sua mensagem.

           “O esoterismo do mito do Graal reconduz sempre a um único ponto,
           seja como Livro, Copa ou Pedra: ao facto que sempre desaparece da terra,
           onde se inicia, por parte dos homens, a sua procura...”

           Lapis Exílis tem tido diversas associações, como se o seu significado
           nos remetesse para um sinal resplandecente apontando um caminho
           de união e concórdia entre todos os povos, desde o Oriente ao Ocidente.

           Exposição de Artes Plásticas “Lapis Exilis”
           Maria Sobral Mendonça




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From research to thematic
           Lapis Exilis, a symbolic stone represented in a cycle of legends connected
           with the Knights of the Round Table, the signification of the Holy Grail,
           Joseph of Arimathea, King Arthur, even with more ancient and long gone
           civilizations such as the Kelts or the Atlantids, as referred in Plato’s Timaeus,
           present in their religious cults, as well as in it’s modern version:
           - “The Eucharistic Cup of the Catholics’ Mass...”.
           Many traditions link this stone with the planet Venus, regarding it
           as a heavenly star that fell on earth in a remote era. Many sources affirm
           that this stone was enormous and green. An emerald named Lapis Exilis,
           i.e. star fallen from Heaven, or stone of Light, or simply Green Stone,
           out of which the Holy Grail would have been carved from.
           In primitive traditions, this star is always mentioned as being the one from which
           the energy of the stars can be obtained, or as a “Cup”, seen as the Universe
           containing the Planets and the Stars, being the Sun the Master element.
           The Muslims refer to this stone as the “Caaba” which fell from the heaven
           and became black bearing, thus, all the sins in the World.
           The Alchemists refer to Lapis Exilis as a humble stone which may be seen only
           by the pure of heart as well as the believers.
           To the Buddhists, Lapis Exilis remits to the inhabitants of “Shambhala”.
           Also, the Legend says that the stone, Lapis Exilis, was green and fell from
           Lucifer’s forehead while he was at war with GOD.
           This legendary cycle, or the meteor which fell high from the Skies,
           has enraptured Pilgrims, Writers, Philosophers, and Cinematographers.
           Wagner expressed it better than anyone else in his opera “Parsifal”.
           This exhibition of paintings, “Lapis Exilis - The Virtues”, is a pictorial essay
           by someone who is sensitive to the imperative calling, to the message that lies
           in between colours and art forms.

           “Be it as a Book, a Cup, or a Stone, the esoterism of the Grail always leads back
           to a sole point: to the fact that it is from the earth, in which men begin their
           search, that it vanishes from...”

           Despite the different associations, “Lapis Exilis” always delivers us
           to a resplendent sign pointing to a path of unity and harmony among all peoples,
           from East to West.

           “Lapis Exilis” Painting Exhibition
           Maria Sobral Mendonça




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Lapis Exilis
           Quid est veritas?

           Terra Média… Azul de Céu… Azul de Mar

           O Azul do Céu Mediterrâneo… o ar… fluxo, refluxo… movimento perpétuo…
           o vai e vem sem adorno, sem quimera, sem retorno…
           paixão… e a cada momento a renovação… é a procura do conhecimento,
           a persistência… estandartes da Fé… que nas vagas da vida,
           alcançou os Azuis de Céus longínquos.
           Hoje… mentes inquietas buscam Ideias… caem no vazio…
           acorrentadas a novos conceitos obscurecidos pelo Laicismo.

           Ocre de Duna… Mar de Areia

           Os Amarelos do Deserto… local de nascimento… local de evento…
           o Calor na imensidão sempre igual, sempre diferente… silêncio criativo
           que convida à reflexão… barro que Deus molda ao sabor do Sirocco…
           berço da Civilização… que na prova de Fé… alcançou a espiritualidade,
           que o Sol transportou iluminando a aridez de terras distantes.
           Agora…gentes sofredoras… cansadas do seu inconformismo…
           agarram-se às tábuas do Fundamentalismo.

           A Arte ousa misturar aquele Azul com estes Amarelos, respeitando
           as texturas e os pigmentos… mescla de Mar, de Deserto em luz sábia…
           nesta amálgama surge a Esperança de um verde esmeralda… Lapis Exilis…
           e traçado está o caminho para a Iluminação… para o Conhecimento…
           é possível alcançar a Sabedoria, que a Serenidade tece…
           o Aprimoramento… a Humanidade.
           Desta sábia união benfazeja nascerá a Paz e a boa vontade entre os Povos,
           trazidas numa Aurora que acontece…

           Dra. Maria da Costa Pereira
           Direcção Cultural da Real Associação de Lisboa




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Lapis Exilis
           Quid est veritas?

           Middle Land… Sky Blue… Sea Blue.

           The Blue of the Mediterranean Sky… the Sea… ebb and flow…
           everlasting movement… the simple seesaw motion with no fantasy, no return…
           passion… each time renovation… it is the search for knowledge, perseverance…
           Faith banners reaching the Blues of faraway Heavens in the waves of life.
           Today… restless minds look for Ideas… fall in the void… tied to new concepts
           darkened by secularization.

           Ochre of the Dunes… Sea of Sand.

           The Yellows of the Desert… place of birth… place of event… the Heat
           on the immensity always the same, always different… creative silence inviting
           to reflection… clay God moulds according to the Sirocco… cradle of Civilization…
           which reached spirituality in the proof of Faith that the Sun carried away
           lighting the bareness of distant lands.
           Now… suffering people… tired in their inconformism… grabbing the buoy
           of Fundamentalism.

           Art dares to mix that Blue and these Yellows respecting the textures
           and the pigments… combination of Sea, Desert under a sage light…
           in this mixture, an emerald green Hope appears… Lapis Exilis… and the path
           to Illumination to knowledge is thus drawn… Wisdom is within reach
           with the help of Serenity… the Perfection…the Humanity.
           From this sage union Peace and goodwill shall arise among the Peoples,
           brought in a Sunrise…

           Dra. Maria da Costa Pereira
           Cultural Direction of the Royal Association of Lisbon




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Introdução
           Maria Sobral Mendonça, designer, publicista e com uma década
           de experiências místicas na pintura, tem já uma brilhante carreira.
           Alguns anos após uma marcante exposição no Panteão Nacional,
           esta artista está presente num outro momento – o Palácio Nacional
           da Ajuda. Foi com surpresa que um dia conheci a pintora com quem trabalhara
           anteriormente na sua qualidade de designer gráfica, dado que executara
           já um interessante projecto para o nosso Serviço Educativo.
           Da Surpresa da sua versatilidade nas artes plásticas, passei à surpresa
           da sua obra. Ao folhear catálogos de exposições já realizadas,
           fiquei com pena de não ter conhecido mais cedo as várias facetas
           de Maria Sobral Mendonça.
           Numa visita a minha casa, em Outubro de 2004, Maria propôs a exposição
           Lapis Exilis, que foi acolhida com agrado, mas com uma única ressalva, dado
           o Palácio Nacional da Ajuda não acolher exposições que a ele não estejam
           de alguma forma ligadas; assim, teria obrigatoriamente de ser incluída alguma
           temática do próprio palácio. Com o fim de viabilizar esta exposição, sugeri o tema
           Virtudes, presente nas esculturas que ornamentam os nichos das majestosas
           arcadas deste Paço de Nossa Senhora da Ajuda.
           Deste modo, ultrapassado o único obstáculo, surgiu uma nova proposta,
           cuja fonte de inspiração se integra perfeitamente no espaço que a recebe.
           Aliás, o Palácio Nacional da Ajuda aposta desde há vários anos
           na sua ligação à contemporaneidade e tem, com esse intuito, promovido
           o ciclo de exposições “Um Olhar sobre o Palácio”, que revela a interpretação
           que artistas de hoje fazem das nossas colecções.
           Esta mostra, embora não se integrando naquelas exposições, revela e vive,
           de alguma forma, a mesma filosofia.
           O Palácio Nacional da Ajuda acolhe com grande expectativa este conjunto
           de obras que irá, de certo, “mexer” com o público e provocar
           emoções profundas a quem se deixar “contaminar” pela mensagem
           de Maria Sobral Mendonça.

           Dra. Isabel Silveira Godinho
           Directora do Palácio Nacional da Ajuda




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Introduction
           Maria Sobral Mendonça is a designer, a publicist and a painter with a ten-year’s
           mystic experience and a brilliant carrier. Some years after a remarkable exhibition
           at the National Pantheon this artist is now presenting her works in another
           monument – the Nacional Ajuda Palace. I was surprised to meet the painter
           who had worked with me before in her quality of graphic designer and had
           already carried out an interesting project for our Education Service.
           At first I was amazed by her versatility in plastic arts but then her work amazed
           me. After running the catalogues of her previous exhibitions I was sorry I’d not
           been familiar with Maria Sobral Mendonça’s several features earlier.
           While visiting me at my place in October 2004, Maria suggested the Lapis Exilis
           exhibition which I immediately was pleased to welcome with just one condition:
           since the National Ajuda Palace only hosts its own exhibitions, a theme linking
           it to the palace was mandatory. Willing to make the event possible I suggested
           the theme The Virtues since it is present on the sculptures decorating the niches
           of the imposing arcades of the Ajuda Palace.
           Thus surpassing the only difficulty a new proposal arose and its inspiration source
           fits perfectly in those grounds.
           Moreover for several years now the Ajuda Palace tries and is connected with
           contemporary art and has promoted the series of exhibitions “A look on the
           Palace” revealing the contemporary artists’ interpretation on our collection.
           Although this exhibition doesn’t integrate that series, it reveals and lives
           somewhat the same philosophy.
           The Ajuda Palace receives with great anticipation this set of works which
           will certainly touch the public and stir profound emotions in those who will
           understand Maria Sobral Mendonça’s message.

           Dra. Isabel Silveira Godinho
           Director of the National Ajuda Palace




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Perante a arte de Maria Sobral Mendonça não se fica indiferente

           O apoio à criação artística deve ser um imperativo dos poderes públicos,
           em especial por parte daqueles que, por razões de proximidade,
           possuem maior capacidade de intervenção.
           As Câmaras Municipais – e Lisboa nessa matéria dá e dará o exemplo –
           têm vindo a desempenhar, da música à literatura, da pintura à escultura,
           passando pelo teatro e pelos próprios artistas, um papel de relevo.
           Os trabalhos de Maria Sobral Mendonça apresentados na exposição
           Lapis Exilis – que oportunamente a Real Associação de Lisboa exibe –
           são a prova de que “...o homem sonha...e a obra nasce”.
           A mensagem de rejuvenescimento e também de estímulo à proximidade
           com um mundo que pela dinâmica da vida quotidiana por vezes esquecemos
           faz de Lapis Exilis uma exposição única.
           A sensibilidade de Maria Sobral Mendonça espelhada nas suas obras mostra-nos
           a beleza da vida.

           Prof. Doutor António Carmona Rodrigues
           Vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa




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Nobody is indifferent to Maria’s paintings.

           To support artistic creation is a must to public administration,
           in particular for those having the greatest intervention capability.
           Town Halls – Lisbon is and will always be an example of this – have played
           an important role supporting music and literature, painting and sculpture,
           the theatre and even the artists themselves.
           Maria Sobral Mendonça’s work now shown in the exhibition Lapis Exilis
           – the Royal Association of Lisbon presents at the right moment present –
           are the proof that “…man dreams… the work is born”.
           What make Lapis Exilis a unique exhibition are its rejuvenating message
           and its incitement to come near a world that we often forget in our daily life.
           Maria Sobral Mendonça’s sensibility reflected on her Works shows us
           the beauty of life.

           Prof. Doutor António Carmona Rodrigues
           Vice-president of the City Council of Lisbon




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Lapis Exilis

 Um dia, algo aconteceu nos Céus.
 Azul, era o Céu.
 A terra ficou Amarela tórrida.
 Eu, fiquei à espera.
 Veio o vento
 E, um imenso branco. O Branco no Branco.
 Nem sei, mas vi.
 Senti.
 Realizei.
 Realizámos.
 Figuras de cores desvendavam segredos,
 Eram contos... Eram contos. Tocar Na Mente.
 Azuis, Brancos, Amarelos ou poeiras
 Das coisas. Largar o Cais do Desconhecido.
 Nem sei.
 Mas aconteceu um dia
 Cores, imagens, histórias cheias de magia.
 Era eu. A Perda Do Eu Pelo Outro.
 Eras tu.
 Um dia, tantas bandeiras quem diria
 Vão estar na varanda em que te sentas
 Por cobardia em ti.
 Estar
 Ser
 Deixar de ser.
 Esse será o quadro ausente. A Dança dos Pássaros.
 De tudo
 Num todo
 Num sempre
 Realizar um desejo no Azul do Mediterrâneo.




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Lapis Exilis

      One day something happened In the Heavens.
      The Sky was Blue.
      The earth became torrid Yellow.
      I myself stood waiting.
      Along came the wind
      And a white immense. This White On White
      I cannot say, yet I saw.
      I felt.
      I accomplished.
      We accomplished.
      Multicoloured shapes unveiled secrets
      These were tales... These were tales. Touching The Mind.
      Blue, White, Yellow or dust
      Of the things. We set sail from the harbour of the Unknown
      I cannot say.
      But it happened one day
      Colours, images, stories filled with magic.
      It was I. The Disappearance Of Myself For The Other.
      It was you.
      One day - who’d say - so many flags
      will be displayed on the balcony where you sit
      for your faintness.
      Standing
      Being
      Ceasing to be.
      That will be the absent painting. The Dance of the Birds.
      Of all
      In the whole
      Always
      Accomplishing a wish in the Blue of the Mediterranean Sky




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Um sonho
 Um cheiro
 Um encanto
 Um desenho tamanho
 O quadro.
 Nem tu nem eu, estivemos nesse lugar
 Mas guardamos memórias daquelas histórias,
 dos desertos das cores.
 Onde pigmentos desejados estiveram
 Em abraço naquele imenso Céu
 Ao mesmo tempo em compasso de espera.
 Um dia, algo acontecerá
 No Mediterrâneo e o Céu será Azul
 Numa terra Amarela tórrida.
 Um dia nesse imenso Céu
 O Branco abraçará o Amarelo em tons de Azul
 A Estrela nascerá ali
 E, a Lua recortará desejos
 De um novo Céu desenhado por Lapis Exilis.
 Em uma terra árida de segredos
 Amortecidos no esquecimento
 De quem lembra
 Outros tempos, bem nossos conhecidos.
 No Céu a Lua e o Sol se encontram
 Noutros tempos envelhecidos,
 Onde brincamos ás vezes de nós esquecidos.
 No Céu do Mediterrâneo
 O Sol é implacável.
 A Lua recortará desejos,
 De um novo Céu demasiadamente Azul.

 Quid est veritas?




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A dream
      A scent
      A wonder
      An immense drawing
      The painting.
      Neither you nor I have ever met that place
      And yet we keep memories of these stories,
      of the desert of the colours.
      Of that place where longed pigments maintained
      The embrace throughout a waiting pace
      in that immeasurable Heaven
      One day something will happen
      In the Mediterranean and the Sky will be Blue
      Over a torrid Yellow land.
      One day, in that immeasurable Sky
      White will embrace Yellow with shades of Blue
      There, the Star will spring
      The Moon will trim the wishes
      Of a brand new Heaven drawn by Lapis Exilis.
      In a land dried out of secrets
      Deadened by the oblivion
      Of those who remember
      Other time so familiar to us.
      The Sun and the Moon meet each other
      In a time that has grown old
      Where, oblivious of ourselves, we sometimes play
      In the Mediterranean Sky
      The Sun is ruthless.
      The Moon will trim the wishes
      Of a brand new excessively Blue Sky.

      Quid est veritas?




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A pintura de Maria Sobral Mendonça é por certo definível de abstracta
           e muito marcada pelas cores fortes e quase puras. Pessoalmente consigo
           visualizar, em quase todas as obras da Maria, uma infinidade de humanos
           de mãos dadas, envoltos por um líquido energético, puxando os mais fortes
           pelos outros, na direcção dos Céus.
           Creio que esta representação estará no subconsciente da pintora,
           mas é reveladora do Credo de Maria Sobral.
           Tenho falado com a Maria sobre os novos artistas e, o nosso País,
           de uma maneira geral, não os acarinha em dimensão suficiente.
           Em minha opinião, é urgente criar um Departamento dentro
           do Ministério da Cultura que promova, fora e dentro de Portugal,
           os novos valores artísticos nacionais.
           Dentro do país, há que incentivar as empresas públicas e privadas
           a constituírem as suas fundações, promovendo e alargando o mecenato,
           de modo a investirem nos artistas emergentes e com isto incentivá-los
           a trabalhar mais e melhor.
           No estrangeiro, é necessário custear os artistas/ galeristas a exporem nas feiras
           internacionais de Arte, bem como fazerem-se representar por galerias europeias
           e americanas.
           É um verdadeiro esforço inicial mas, a médio prazo, será um investimento
           altamente rentável sob o ponto de vista cultural e material para o nosso país.
           Pela minha parte, e à minha dimensão, já estou a colaborar nas ideias
           aqui expressas.
           À Maria Mendonça os maiores sucessos e, pela sua pureza e pelas obras
           que nos oferece, o meu Bem-Haja.

           Armando Martins




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Maria Sobral Mendonça’s painting may certainly be called abstract
           and it is characterized by very strong and almost pure colours. In almost everyone
           of Maria’s works I can see an infinite number of human beings, hand in hand,
           wrapped in an energetic fluid, the strongest pulling the others towards the Heaven.
           I believe this representation is in the painter’s subconscious, however,
           it is revealing of Maria Sobral’s creed.
           I’ve been talking with Maria about new artists and we think they usually aren’t
           appreciated enough in our country.
           In my opinion, the Ministry of Culture should urgently create a Department
           to promote new national artists in and out of Portugal.
           It is important to encourage Portuguese public and private enterprises to create
           their own foundations and to promote and increase the patronage of the arts
           so that they will invest on new artists encouraging them to work harder
           and better.
           Artists and gallery owners should be paid to exhibit in international Art fairs
           and be represented by European and American art galleries.
           This is a real effort, however, at medium term it will be a highly profitable
           investment to our country both culturally and economically.
           I wish Maria Mendonça a great success and I thank her for the purity
           and works she offers.

           Armando Martins




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“Em Céus do Mediterrâneo” (Acrílico S/ Tela - 168 x 114 cm)




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Lapis Exilis

           E a pedra que caiu na terra era enorme,
           Como enorme é o talento da Maria.

           E a pedra era verde, esmeralda,
           Preciosa como a generosidade, a capacidade de entendimento
           e a forma de estar na vida de Maria.

           E a pedra que caiu do céu, era a pedra de Luz,
           a luz que emana das telas de Maria em diferentes cambiantes,
           desde a luz suave e amena do Mediterrâneo à luz tórrida dos desertos.

           E a pedra transformou-se na Taça,
           Tal como a pintura de Maria se transforma, e nos transforma, construindo novos
           espaços, novos significados, numa arquitectura que nos conduz
           a uma cidade imaginária.

           E se a Taça conduzia à imortalidade,
           A arte de Maria, ao apelar ao nosso imaginário, transporta-nos
           a um universo pictórico repleto de estórias, mensagens e sonhos,
           fonte de vida e de saúde, eternas, talvez…
           Como a escolha do espaço expositivo, a capela do Palácio da Ajuda,
           nos propõem uma abordagem e um diálogo entre o Sagrado e o profano (?).

           E que a lenda não se cumpra,
           E que a pedra ao cair não desapareça,
           Antes permita que se abram portas, pontes e caminhos,
           que nos conduzam a um novo encontro com o talento, a arte, e a Amizade,
           de Maria Sobral Mendonça.

           Teresa Gamboa




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Lapis Exilis

           And the stone that fell upon earth was enormous,
           As enormous as Maria’s talent.

           And the stone was green, emerald,
           As precious as Maria’s generosity, her capacity to understand
           and her way of facing life.

           And the stone that fell from the sky was the stone of Light,
           the light that oozes in changing shades from Maria’s paintings, from the softest
           mildest Mediterranean light to the torrid desert light.

           And the stone transformed into the Cup,
           Just as Maria’s painting transforms itself, and transforms us, building new
           spaces, new meanings, in a new architecture which leads us to an imaginary city.

           And if the Cup leads to immortality,
           Appealing to our imaginary, Maria’s art carries us into a pictoric universe full
           of stories, messages and dreams, a source of probably eternal life and health…
           Just as the exhibition space, the chapel of Ajuda Palace, it proposes us
           an approach to and a dialogue between the Sacred and the profane (?).

           May the legend not fulfil itself,
           May the stone not to disappear when it falls,
           But allow to open gates bridges and paths that lead us to a new meeting with
           Maria’s talent, art and Friendship.

           Teresa Gamboa




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“Lápis Exilis” (Acrílico S/ Tela - 168 x 114 cm)




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Como disse Fernando Pessoa “Nasce o ideal da nossa consciência
           da imperfeição da vida”.
           Buscando o ideal de tornar o mundo mais belo, o Homem encontra
           na Arte o caminho para esse ideal porque a arte é “beleza acrescentada
           à que existe no mundo”.
           O Homem ambiciona tornar o mundo mais belo, mais próximo do ideal
           da perfeição. Tendo consciência da sua imperfeição, o homem comum,
           em vão, buscará o caminho da perfeição. Só o Homem extraordinário
           consegue percorrer o caminho que o aproxima do ideal; só aquele
           que é distinto dos demais tem talento para, criando a arte, acrescentar
           mais beleza à que há no mundo.
           O fim da arte é elevar e libertar. Ao elevar torna-nos superiores ao que já fomos
           e ao libertar, liberta-nos da imperfeição da vida, aproximando-nos do ideal.
           A Maria com a sua arte ajuda-nos a buscar e a percorrer esse caminho
           onde encontramos beleza acrescentada.

           José Amaral Lopes




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As Fernando Pessoa said “The ideal is born in our conscience because
           life is imperfect”.
           While searching for the ideal of rendering the world more beautiful Man finds
           in Art his way to this ideal because art is “beauty added to that already existent
           in the world”.
           Man aims to render the world more beautiful, closer to his ideal of perfection.
           Conscious of his imperfection, the ordinary man will search in vain his way
           to perfection. Only the exceptional Man will carry on the path of his ideal;
           only he who is different from the others has enough talent to add beauty
           to the world through his art.
           The purpose of art is to dignify and liberate. When dignified we become
           better than we were; when liberated we are free from the imperfection
           of life thus approaching the ideal.
           With her art Maria helps us to search and cross the path where we can
           find added beauty.

           José Amaral Lopes




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“Atentos à estrada das palavras” (Acrílico S/ Tela - 168 x 114 cm)




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O vizinho da vizinha ou o percurso do vizinho num belo dia de seca
           Sou vizinho da Maria. Vizinho de casa. Também vizinho de profissão.
           Moro um andar acima. Por isso tenho as primeiras vistas. Quer dizer: o nosso
           prédio tem elevador, o qual fica estranhamente a meio caminho entre os dois
           andares, e nos dias de seca (estou a falar de seca de verniz, que seca bem melhor,
           talvez, nas escadas do prédio mesmo ao lado da sua porta, enfim faz parte
           das histórias que me conto a mim próprio), dalí posso espreitar, um meio piso
           acima, e depois desço e entro uns momentos (ela não sabe) no seu universo.
           É bom fugir dessa cor verde cinzenta triste do vão de escadas. E ando
           pelos dédalos, pelas velas de cores absolutamente desassossegadas, de brancos
           e pretos, de linhas e movimentos, uns serenos, uns alegres e outros mais bruscos,
           até duros, que fecham de repente um caminho que me parecia seguro e fácil,
           para abrir um outro, diferente. Como são necessários um certo desequilíbrio
           dos sentimentos, das coisas não resolvidas para avançar. Enfim, ando, paro,
           perco-me, encontro um ramo acolhedor, corro, bebo, descanso, fico.
           E depois, cheio, tomo o elevador do prédio (o que era a minha ideia inicial),
           que estava à minha espera há quanto tempo? E desço, vou para a rua, as ruas,
           as do nosso tão bonito Monte Olivete, que se misturam com as da tela
           da Maria que ficaram em mim, um pé no solo e outro no céu… E vou esperando
           o próximo dia de verniz.

           The neighbour’s neighbour Or the neighbour’s course
           on a fine drying day.
           I am Maria’s neighbour. Home neighbour. Profession neighbour too. I’m the
           neighbour upstairs. So I’m the first to see. I mean: our building has a lift that oddly
           stops between the two storeys and on drying days (I mean varnish drying which
           perhaps dries much better in the stairs, just by her door. Well, these are the stories
           I tell myself) I can peep from halfway up and then I come down and go in her universe
           (she doesn’t know) for some moments. It’s good to escape from that sad grayish
           green of the stairs recess. And I walk through the labyrinths, pass the coloured
           candles at random, blacks and whites, lives and movements, some serene, some
           cheerful others blunt or even hard that suddenly shut a way that seemed to me safe
           and easy and open to a different one.
           Feelings and unresolved things need a certain unbalance to go on. I walk, I stop,
           I lose myself, I find a welcoming branch, I run, I drink, I rest, I stay.
           And then, satiated, I take the lift (that was my first intention) that was waiting for
           me for how long? I come down to the street, the streets of our “Monte Olivete”, so
           beautiful, and they mix with the streets of Maria’s paintings that remained within me,
           one foot on the ground and the other in heaven. And I wait for the next varnish day.

           Pierre Pratt, ilustrador e vizinho / Illustrator and neighbour



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“Habitantes de Shambala” ( Acrílico S/ Tela - 150 x 105 cm)




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À minha arqui-inimiga
           Maria Sobral Mendonça
           Naquelas telas cruas que faço questão de lhe adiantar todos os meses coloca
           a Maria toda a sua poesia, toda a sua força.
           O fantástico movimento dos seus quadros, o misticismo e a simbologia neles
           presentes, as cores e os sabores mediterrâneos, são as marcas que a milhas
           tornam a sua obra cada vez mais forte calando todas as más-línguas.
           Desconfiado que sou, confio avassaladoramente na grandeza da sua arte
           e acredito que já ontem muitos a invejarão.
           Senhoras e senhores, uma poeta!
           Senhoras e senhores, uma pintora!

           To my arch-enemy
           Maria Sobral Mendonça
           On each of those blank canvasses that I own a little Maria pours out her poetry
           and her force.
           The wonderful movement of her paintings, the mysticism and symbology present
           in them, the Mediterranean colours and flavours, are the signs by far which make
           her work strong and humble her critics.
           Cautious as I am, I deeply trust in the greatness of her art, and believe that many
           will envy her as of yesterday.
           Ladies and gentlemen, a poet!
           Ladies and gentlemen, a painter!

           A. Neto




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“Nabatea” (Acrílico S/ Tela - 136 x 89 cm)




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A visão prática da vida não determina o ritmo do dia - a - dia
           da Maria Sobral Mendonça.
           Pelo contrário, este é marcado pela sucessão de acontecimentos emocionantes
           que ou afectam a família e os amigos.
           Ou são hilariantes ou são tristes e assim Ela se anima ou entristece.
           O ritmo também é marcado pelas necessidades das pessoas com quem convive.
           Quando precisam de conforto está presente, quando querem partilhar alegrias
           volta a estar presente.
           Mas quando a Maria precisa de alguma coisa, pensa de imediato
           que as suas necessidades são um incómodo. Não pode, não deve perturbá-los
           os com os seus problemas.
           Não diz, não pede, continua sempre disponível!
           Temos que lhe adivinhar dificuldades ou declarar-lhe solenemente que está
           carente de qualquer coisa e vai ter que aceitar a intromissão dos outros
           no seu mundo.
           Não procura tirar vantagem dos seus conhecimentos.
           Espera calmamente que lhe façam justiça.
           Digo-lhe muitas vezes que esta visão poética da vida lhe cria dificuldades
           na gestão do seu património.
           Responde-me invariavelmente que viver para a pintura e da pintura
           é mesmo assim.
           É uma trabalhadora incansável com um objectivo principal. Observar
           nas suas telas o resultado do movimento dos pincéis. Criar formas manipulando
           as cores e despertar nos outros emoções.
           Os seus estados de alma reflectem-se neste cromatismo.
           Ora em brancos e negros, ora em cores e formas vibrantes e enérgicas,
           entre as quais se entrevêem seres, umas vezes sombrios, outras, serenos
           e levemente esboçados, outras ainda, esfuziantes de animação, ocupando
           recantos entre as formas geométricas que pinta.
           A paleta de cores desta série desperta-me memórias de uma África
           que ela não conhece.
           As cores quentes evocam visões de um certo Deserto do Namibe.
           Outras trazem-me à memória as vestimentas garridas, os panos policromáticos
           das mulheres de África.
           Estes quadros são um puro deleite para os meus olhos.

           Isabel Menezes




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Her practical vision doesn’t settle the rhythm of Maria Sobral Mendonça’s
           daily life.
           Much the reverse, this is marked by the sequence of exciting events that happen
           to her family and friends. Either hilarious or sad, She is consequently
           gay or unhappy.
           The rhythm is also marked by the needs of those who surround her.
           When they need comforting she is always there, when they want to share
           their joys she’s there too.
           However, when Maria needs something she immediately thinks she may be
           troubling her friends. She cannot, must not disturb them with her problems.
           She doesn’t say or ask anything but she is always available!
           We have to guess her problems or to solemnly declare she needs something
           and must accept her friends’ intromission in her world.
           She never takes advantage of her knowledge.
           She patiently waits for people to do her justice.
           I often tell her her poetic vision of life makes it difficult to manage her property.
           She invariably answers me that happens when we live to paint and from painting.
           She is an indefatigable worker who has a main purpose: to see the result
           of her brush movements on the canvas; to create forms manipulating the colours
           and to arise emotions on other people.
           Her colours reflect her states of mind.
           Sometimes with blacks and whites, others with vibrant and energetic colours
           and forms, among which we can see dark figures or serene and hardly sketched
           beings; other times those figures are full of life, occupying the space among
           the geometric forms she paints.
           The palette of colours in this series reminds me of an Africa
           she doesn’t know.
           The warm colours evoke visions of a certain Namibe Desert.
           Others bring to my mind the lively coloured garments, the African women’s
           polychromatic cloths.
           These paintings are sheer delight to my eyes.

           Isabel Menezes




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“O Longo Caminho do Deserto” (Acrílico S/ Tela - 150 x 105 cm)




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Memória
           Memória.
           Os tempos mais ancestrais, as eras mais longínquas.
           O tempo decorrido. O legado dos milénios. Os sinais. As histórias.
           A memória.
           O Universo. As civilizações. Os povos.
           Os registos geracionais passados de boca em boca, de mão em mão.
           A arte como sinal e como memória individual e colectiva.
           A procura desses sinais e dessa memória na assumpção da cor e do traço.
           Garantindo a preservação da memória, ela própria a assumir a sua condição
           de sinal dessa mesma memória. Como parte integrante de um tempo imemorial.
           A arte como forma superior de preservação de uma espécie que não se sabe como
           e quando começou a gerar sinais, nem como nem quando deixará de o fazer.
           Estamos perante uma reunião desses sinais, prenhes de cor.
           Rigorosos no testemunho. Testemunho de uma sensibilidade posta ao serviço
           de uma memória que perdurará para além do tempo decorrido.
           Parte visível de uma realidade lendária, o talento aqui colocado ao serviço da arte
           merecerá o reconhecimento do tempo e da memória. Irá repousar no legado
           dos milénios para que o prazer do seu desfrute não se confine ao tempo vivido,
           antes assuma a eternidade.
           Uma exposição de pintura é, sempre, uma reunião de sinais.
           Sinais que, como resultado do envolvimento de um olhar com a sensibilidade
           e o amor, constroem a memória dos povos, das civilizações, do Universo.

           Zeca Mendonça




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Memory
           Memory.
           The most ancestral times , the most remote ages.
           The time passed away. The legacy of millenniums. The signs. The stories.
           The memory.
           The Universe. The civilizations. The peoples.
           Generation records passed on mouth to mouth, hand to hand.
           Art as sign and as individual and collective memory.
           The search for those signs and that memory as assumption of colour and line.
           Ensuring the preservation of memory, assuming itself its condition of sign of that
           memory. As integrant part of immemorial time.
           Art as a superior form of preserving a species one doesn’t know how or when
           it began to produce signs; neither how nor when it will cease to do so.
           One is before a reunion of those signs, full of colour.
           Rigorous witnesses. Evidence of a sensibility serving an everlasting memory.
           The talent, here serving art, is the visible part of a mythical reality and will be
           remembered in time and memory. It will survive so that the enjoyment
           one has looking at it will not die but last eternally.
           A painting exhibition is always a gathering of signs.
           Those signs coming from a loving look will construct the memory of the peoples,
           civilizations and the Universe.

           Zeca Mendonça




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“Petra” (Acrílico S/ Tela - 168 x 114 cm)




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Na paleta variada de Maria Sobral Mendonça - desde os tons fortes como
           o azul do Mediterrâneo, passando por cores como Terra de Siena queimada,
           terminando no cromatismo do deserto - podemos seguir o percurso
           de uma espiritualidade da pintora. Vemos a expressão de uma caminhada difícil,
           que é o percurso de todos os que procuramos Deus; um percurso sinuoso,
           cheio de obstáculos; queremos chegar à Verdade da nossa existência,
           encontrar o porquê de uma entrega a uma dimensão espiritual.
           Há telas em que percorremos um mundo de labirintos; sugerem interiores
           monacais, têm figuras que vagueiam, em atitude de recolhimento e oração,
           figuras que nos contemplam, quase que nos interpelando, ali numa atitude
           de chamamento e figuras suspensas, talvez em êxtase espiritual. Colunas,
            arcos góticos e outros elementos, uma complexidade na arquitectura,
           que pretende proteger o Homem e, simultaneamente, eternizar o seu Amor
           a Deus e a sua vontade milenar de alcançar a Vida Eterna.
           Noutras telas sentimos uma energia que extravasa nos gestos da pintora.
           São a demonstração de uma entrega e exuberância, em cores que não
           nos deixam indiferentes, quase que nos agridem; reflexos da personalidade
           de Maria que nos fazem entender o seu termendo sentido de Justiça
           e a sua Generosidade, duas virtudes esculpidas e patentes – entre outras –
           nos nichos das arcadas do Palácio da Ajuda.

           Maria João Botelho Moniz Burnay




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In Maria Sobral Mendonça’s varied palette - from the strong shades
           of Mediterranean blue and burnt Terra de Siena to the desert colours - we can
           follow the painter’s spiritual road. We can see the expression of the difficult
           journey all those who seek God have to go through; a sinuous way full of barriers.
           We want to reach the truth of our existence, to find the reason for a surrender
           of the spiritual extent.
           In some of the paintings we pass through a world of labyrinths; monastic
           interiors appear with wandering figures in contemplation and prayer, figures
           who look at us and almost question us; with suspended figures perhaps
           in spiritual ecstasy.
           Columns, gothic arches and other elements, an intricate architecture that intends
           to protect Man and simultaneously eternalize his Love of God and his craving
           for Eternal Life.
           In other paintings we feel the energy oozing from the painter’s gestures.
           They are the manifestation of surrender and exuberance in colours which do not
           leave us indifferent and almost aggress us; they reflect Maria’s personality
           and help us understand her huge sense of Justice and her Generosity, two carved
           figures we can see - among others - in the niches of the Ajuda Palace arcades.

           Maria João Botelho Moniz Burnay




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“Juntem-se as Águas do Firmamento”
           (Acrílico S/ Tela - 168 x 114 cm)




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“Et Lux Perpetua” (Acrílico S/ Tela - 168 x 114 cm)




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Admirador consciente da obra de Maria Sobral Mendonça, para mim,
           uma das muitas coisas e grandes virtudes desta pintora é a sua permanente
           busca duma realidade que ela investiga permanentemente até que lhe consegue
           dar forma e cor. Cada um dos tons da sua obra, umas vezes fazem-me lembrar
           o mar do qual estive afastado, uma quasi eterna parte da minha vida. A outra
           é o colorido dos desertos. Os olhos de Maria Sobral Mendonça têm muito
           de árabe. A pintura de Maria Sobral Mendonça imprime muito dessa
           personalidade que só os desertos do norte de África conseguem transmitir.
           Porque os desertos não são todos iguais. Nem a forma no colorido.
           Cada deserto tem a sua personalidade própria e cada um deles, como cada
           um dos quadros de Maria Sobral Mendonça, transmite a sua própria mensagem.
           A obra de Maria Sobral Mendonça, é isso mesmo, uma pintura onde prevalecem
           as cores que só se podem encontrar nos desertos vizinhos do Mediterrâneo,
           berço histórico de civilizações, que viviam seduzidas pelas águas do Mediterrâneo.
           Ambos – desertos e Mediterrâneo – têm uma cor muito definida, uma cor
           própria, cores próprias, muito embora o Mediterrâneo seja um mar limitado
           e com dono e os desertos uma falsa fotografia do que se poderia chamar
           uma terra de ninguém.
           Mas se juntamos os desertos secos e aparentemente estéreis com as águas
           quentes que encontramos alguns dos rasgos estéticos que Maria Sobral
           Mendonça coloca em toda a sua obra. Seja esta, a que hoje nos é apresentada,
           como a outra que só se pode contemplar em toda a sua firme trajectória como
           artista plástica.
           Mas em todos os casos, em cada um dos seus quadros, há sempre uma forte
           mensagem que flutua como uma miragem no deserto ou um suave canto
           de sereias na linha do horizonte definida pelas águas do Mare Nostrum.

           Vasco Lourinho




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For me, a conscious admirer of Maria Sobral Mendonça’s work,
           one of her many and great virtues is her permanent search for a reality
           she always researches until she succeeds to give it form and colour.
           Each shade in her work reminds me of the sea I’ve been secluded from a great
           part of my life. The desert colours are the other. Maria Sobral Mendonça’s eyes
           have a lot of the Arab look. Quite a lot of the personality that only the African
           deserts can convey is printed in Maria Sobral Mendonça’s paintings. For the
           deserts are not all alike, neither in form nor in colour. Each desert has its own
           personality and each one, like each of Maria Sobral Mendonça’s paintings,
           passes on its own message.
           Maria Sobral Mendonça’s work is that - a kind of painting where prevail the colours
           we can only find in the Mediterranean deserts nearby, deserts that were the cradle
           of civilizations which lived seduced by the Mediterranean waters.
           Both deserts and Mediterranean have a very precise and particular colour,
           their own colours, although the Mediterranean is a limited sea and the deserts
           are a fake picture of what we could call a woman’s land.
           However if we join the dry and seemingly sterile deserts with the warm
           Mediterranean waters, if we stop and admire this natural symbiotic set we will
           certainly find some of the aesthethic features Maria Sobral Mendonça includes
           in all her works. We can appreciate both the work which is presented today
           and the steady path of the artist.
           Nevertheless in each one of her pictures there is always a strong message
           that floats as a mirage in the desert or a sweet song of a mermaid in the horizon
           line established by the waters of the Mare Nostrum.

           Vasco Lourinho




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“Sotto Voce” (Acrílico S/ Tela - 150 x 105 cm)




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Meditação de Perceval
           deram-me um nome e fui ungido            louco de sedução e espírito
            de castidade                            submisso do destino
            o instinto guiou-me actos e passos      que rege terra e céu
            louco por perder o que não me           germe de perda
            deixaram escolher                       para sempre
            ganhei a redenção
            perdi a humanidade                      habitar o corpo por dentro
                                                    clausura de paredes
             pensar dói                             sei que só vou habitar este corpo
             como quem magoa o corpo
             neste desencontro inevitável           um pássaro rompe os ares
                                                    desenha formas redondas
             tenho medo
             movo-me na abertura da terra           recolho-me no mar
             por entre corpos que deixei traídos    murmúrio de um desejo incontido
             miséria da existência divina           desejo de ouvir o segredo adiado

             esta lança                             verei de novo o mar
             que dizem santa                        destino do meu ser
             é o preço da renúncia                  cansado
             cisne mãe mulher                       nos dias esgotados de divindade
             morte no feminino
                                                   João Morais

             meu filho resgatará o cisne
             a romper o ar
             no desenho da dor
             de não dizer o nome

             minha mãe sofreu
             a pena da deserção
             anunciada de uma voz
             provação de um deus por ser

             o beijo de mulher deu-me luz
             reclamada de deuses
             miséria de uma existência divina
             inconclusa
             plena de pesar




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Parsifal’s Meditation
           a name was given to me and I was              insane with seduction and spirit
            anointed with chastity                       submitted to the destiny
            the instinct guided my acts and steps        which rules both earth and sky
            eager of losing what I wasn’t allowed to     eternal
            chose                                        seed of loss
            I won the redemption
            but lost the humanity                        inhabiting within the body
                                                         confinement of walls
             it hurts to think                           I know that I will inhabit no other
             just like somebody hurting the body         body than this
             in this inevitable divergence
                                                         a bird tears the airs
             I’m afraid                                  drawing round shapes
             I move myself in the breach of the earth
             among bodies that I’ve betrayed             I seclude myself in the sea
             misery of the divine existence              whisper of an unconstrained
                                                         desire
             this lance                                  desire of hearing the delayed
             which is said to be holy                    secret
             is the price of renounce
             swan mother woman                           I shall see the sea again
             death in the feminine                       destiny of my being
                                                         weary
             my son will ransom the swan                 in the exhausted days of divinity
             tearing the air
             in the drawing of the pain                 João Morais
             of not pronouncing the name

             my mother did not suffer
             the penalty of desertion
             proclaimed by a voice
             torment of a god that would not be

             the kiss of a woman brought me the light
             gods claim for
             misery of a divine existence
             unfinished
             full of grief




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“Os Poetas de Ghazal” (Acrílico S/ Tela - 97 x 162 cm)




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catalogo-lapis.indd 59   16/5/05 1:11:06 pm
“O manto do oceano que repousa sobre as águas” (Acrílico S/ Tela - 168 x 114 cm)




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           Maria Sobral Mendonça - (Lisboa, 8 de Maio de 1963)

           Designer, Pintora e Publicista, tem em linha de montagem a criação de uma nova Marca
           de Design Industrial a promover no mercado Nacional e Internacional. Os seus artigos
           (Porcelana e Vidro) encontram-se nos seguintes postos de venda: Loja Alma Lusa (Produtos
           de Designers Nacionais); Loja da Real Associação de Lisboa e na Loja da Fundação do
           Centro Cultural de Belém. Para o Instituto Português dos Museus destaca-se com o Design
           exclusivo de uma colecção de “Copos para Cerveja” em Vidro, com a concepção de imagem
           personalizada e temática dos respectivos Museus. Recebe o “Certificat de Distinction” em
           1999, pela Association Internacionale des Arts Plastiques auprès de L’Organisation des
           Nations Unies pour l’éducation, la science et la culture / UNESCO.

           Designer, painter and publicist, she is creating a new brand for industrial design to be
           promoted in the Portuguese market and abroad. Her creations (porcelain and glass) are
           sold in the following specialized shops: Loja Alma Lusa (products by national designers),
           Loja da Real Associação de Lisboa and Loja da Fundação do Centro Cultural de Belém. For
           the Portuguese Museum Institute she designed an exclusive collection of beer glasses which
           received an image conceived for each different museum where they were commercialized.
           In 1999 she was awarded the “Certificat de Distinction” by the Association Internacionale
           des Arts Plastiques auprès de l’Organization des Nations Unies pour l’éducation, la science
           et la culture/ UNESCO.




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           Exposições de Pintura - Individuais e Colectivas
           1994 - Panteão Nacional - “Tocar Com A Mente” - Lisboa.
           1995 - Galeria Conventual - “Regresso a Pedro e Inês e Outras Histórias” - Alcobaça
           1996 - Galeria Conventual - “O Conhecimento dos Anjos” - Alcobaça
           1997 - Galeria Hexalfa - “Largar o Caís do Desconhecido”- Lisboa
           1997 - Palácio de Independência de Portugal - “Amores de Pedro e Inês” - Lisboa
           1998 - Galeria 65ª - “III Tempos de Duplicidade” - Lisboa
           1998 - Mosteiro de Santa Cruz - “As Lágrimas de Pedro e Inês”- Organizada pela
                  Quinta das Lágrimas - Coimbra.
           1999 - Palácio de Independência de Portugal - “A Dança Dos Pássaros” - Lisboa
           1999 - Galeria Conventual - “6 Artistas, 6º Aniversário” - Alcobaça
           1999 - Pavilhão De Portugal - Retrospectiva de Colecção Privada - Lisboa
           2000 - Galeria Bairro Alto -“I Bienal Pintura Domingos Sequeira” - Lisboa
           2000 - Galeria Conventual - “Imagens Para a Poesia de Virgínia Vitorino”
           2001 - Convento de Santa Mónica - “A Perda Do Eu Pelo Outro” - Lisboa
           2001 - Museu da Água - Organizada pela Real Associação de Lisboa - Lisboa
           2003 - Encontro Nacional de Cultura - Magic-X Cultura - Colectiva Nacional
                  de Artes Plásticas - Alcobaça
           2003 - Cadeia das Mónicas - Exposição colectiva dos Funcionários
                  dos Serviços Prisionais - Lisboa
           2003 - “PORTOARTE” - Feira Internacional de Arte Contemporânea - representada
                  pela Galeria EmporioArte - Porto
           2003 - USERDESIGN expõe os artigos de vidro e de porcelana na FIL-Lisboa.
           2003 - Convento de São Paulo - “O Branco No Branco” - Fundação Henrique
                  Leote - Alentejo.




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                         Paulo Forte - Realizador
                         Criador de imagens, de textos, caçador de imagens à procura de si, na abdicação
                         de si. Utiliza multiplas penas e papeis, é tambem videasta. O que fez não cabe
                         em poucas linhas e para além disso está feito, não lhe apetece ser nostálgico
                         nem contar feitos, mais deseja um lapis exilis, uma esmeralda verde, uma pedra
                         preta que do céu caí, um certo vaso, uma eternidade.
                         Tudo é amor e nada mais importa, senão o amor, pois sem ele, não somos.



                         Francisca Mendonça - Designer Gráfica (Portugal – 1968)

                         ERG –École Recherche Graphique – Bruxelas, Bélgica.
                         Exposições e trabalhos gráficos selecionados: Théatre Varia - Bruxelas - Bélgica;
                         Exposição de Cartazes (Ciclo de Bernard Marie Koltés); Triennale Européene
                         de L’ Affiche Politique - Mons; 6èmes Recontres Internationnales des Artes
                         Graphiques, Festival d’Affiches de Chaumont - França; Festival d’Hîver
                         de Sarajevo; 15th International Biennal of Warsaw - Polónia;
                         Exposição van Dyck - Antuérpia. Criação de “Newsletters” e imagem para
                         plataformas de exposições de Arte Contemporânea.
                         Exerce a sua actividade no atelier Barbara says...

                         Bernardo Saraiva Lobo - Fotografo (Portugal – 1966)

                         Frequentou os institutos: Fondation Course in Art & Design, Maidstone
                         – Inglaterra. Course Environmental Portrait Photography and alternative Processes
                         no Maryland College of Art, Baltimore – USA. Photographic studies – University of
                         Derby – Inglaterra.
                         Editada os seus trabalhos em livros de prestigio, revistas e catálogos.




                         Pedro Patrício - (Portugal 1977)
                         Apresenta-se, pela primeira vez, ao piano com nove anos de idade.
                         No ano seguinte e durante dois anos inicía a sua formação musical, tendo
                         as primeiras lições de piano. Aos quinze funda o projecto pop, entretanto
                         já extinto, Sister Moon, no qual é guitarrista/ compositor.
                         O seu universo começa a expandir-se pelos mais variados géneros musicais.
                         Descobre o jazz aos dezassete e aos vinte ingressa na escola do HotClube onde
                         se mantém até ao quarto ano. Entre os seus professores dessa época destacam-
                         se os da disciplina de instrumento João Maurílio, Rui Caetano e Filipe Melo
                         e Adelino Mota que o dirigiu na BigBand de alunos. São dessa altura as primeiras
                         experiências profissionais com o piano.
                         Em 2004, conclui a licenciatura em Eng. Física e prossegue o seu percurso
                         musical, agora na vertente digital e de investigação.
                         Presentemente está a debruçar-se sobre “séries finitas em compassos
                         não lineares”


           *******************************************************


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                         Luis Cardoso e Cunha - Nadia Ghemri Arquitectos
                         Luis Cardoso e Cunha (Lisboa – 1964)

                         Concluiu o curso de Arquitectura no ISA Saint-Luc, Bruxelas - Bélgica, país onde
                         colaborou em vários ateliers de Arquitectura até 1995.
                         De regresso a Portugal, colaborou no gabinete do Arqº Troufa Real.
                         Desenvolve vários projectos, individualmente e em co-autoria, no domínio
                         da habitação, serviços e espaços urbanos.
                         Lecciona na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias como
                         assistente da cadeira de Projecto no curso de Arquitectura.
                         Pós-Graduado em Arquitectura Bioclimática pela Faculdade de Arquitectura
                         da Universidade Técnica de Lisboa FAUTL, desenvolvendo a sua tese no domínio
                         da aplicação de duplas fachadas em vidro em edifícios.


                         Nadia Ghemri (Bruxelas – 1967)

                         Diplomada pelo ISA Saint-Luc, Bruxelas - Bélgica, colaborou no Atelier
                         d’Architecture Paul Vincent em Bruxelas coordenando projectos de grande
                         dimensão como hospitais e edifícios de escritórios para grandes multinacionais.
                         Exerce a profissão em Portugal desde 1995, colaborando em diversos ateliers.
                         Possui larga experiência no domínio da habitação e infraestruturas desportivas,
                         tendo diversas obras já construídas.

                         Pedro Ribeiro da Silva - Eng. Civil ( Lisboa -1964)

                         Responsável pela coordenação da instalação e iluminação da exposição,
                         tem no portefólio da sua empresa (Listrave - Montagens e Construções)
                         varias mostras e feiras onde instalou stands, quiosques e painéis.
                         Frequentou o Instituto Superior Técnico e a Escola de Artes Decorativas
                         António Arroio em Lisboa.




           *******************************************************


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           Ficha Técnica

           Comissária da Exposição
           Dra. Maria da Costa Pereira
           Direcção Cultural da Real Associação de Lisboa

           Pintura: Maria Sobral Mendonça
           Filme: Paulo Forte
           Música Original do Filme: Pedro Patrício
           Design Gráfico: Francisca Mendonça
           Fotografia do Catálogo: Bernardo Saraiva Lobo
           Tradução do Catálogo: Catarina Almeida Pereira
           Assessoria na Revisão Ortográfica: Clara Beleo
           WebDesigner: Bart Daems

           Tiragem: 2000 Exemplares
           Depósito Legal Nº

           Concepção Cénica: Luís Cardoso e Cunha e Nadia Ghemri, Arquitectos

           Coordenação da Montagem:
           Eng.º Pedro Ribeiro da Silva - Listrave
           Eng.º Nuno Resende - Listrave

           Relações Publicas e Divulgação:
           Dr. Ricardo D’Abranches - Presidente da Real Associação de Lisboa




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catalogo-lapis.indd 66                                                          16/5/05 1:11:10 pm
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           Agradecimentos Institucionais:

           Instituto Português do Património Arquitectónico
           Arq. João Rodeia - Presidente
           Dra. Rosa Amora - Vice-presidente
           Dra. Isabel Silveira Godinho - Directora do Palácio Nacional da Ajuda
           Dra. Graça Nunes da Silva (IPPAR)
           Arq. Maria Ana Silva Dias (IPPAR)
           Dra. Teresa Pinhal (PNA)

           Câmara Municipal de Lisboa:
           Prof. Dr. António Carmona Rodrigues - Vice-presidente da CML
           Dra. Margarida Loureiro - Assessora do Vice-presidente da CML
           Dra. Sofia Cid - Assessora do Gabinete de Apoio da Presidência da CML

           Seguro da Exposição:
           Finimed – Mediadores e Consultores de Seguros.


           Agradecimentos Pessoais:

           Alex Sarakeev, André Reis, Armando Martins, Abel Pereira, António Negrão Neto,
           António e Flor Pinto Coelho, Carlos Morisson, Felicidade Quintas de Mendonça,
           Fernando Marques, Flávio Lopes, Gabriela Seara, Helder Sobral Mendonça, Ilda Nascimento,
           Isabel Menezes, João Morais, José Amaral Lopes, Maria João Botelho Moniz Burnay,
           Matilde Ogando, Maria Vasconcelos, Miguel Segarra, Paula Robalo, Pedro Chaves,
           Pierre Pratt, Rosa Quintas, Teresa Gamboa, Vasco Lourinho e Zeca Mendonça.




           *******************************************************



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Alto Patrocínio:   Apoios:




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Lápis Exilis Catalogue Exhibition

  • 1. Maria Sobral Mendonça ocupa um lugar de referência no panorama da arte contemporânea portuguesa, destacando-se através de um percurso marcado pela forte relação entre as suas obras e os espaços onde expõe. As suas exposições tem sido invariavelmente realizadas em Monumentos e Igrejas, espaços de desafio abertos à sua criação artística. A proposta agora lançada com a instalação da exposição “Lapis Exilis – As Virtudes” na Capela do Palácio Nacional da Ajuda, permite de uma forma estimulante contribuir para a valorização e dinamização daquele espaço. Apreciar a presente exposição é pois, entender a relação entre as peças e a envolvente, num percurso desdobrado em três tempos, transportando-nos para um universo imaginário e pictórico, através de um contributo pluridisciplinar. Maria Sobral Mendonça is an important reference in the Portuguese panorama of contemporary art. The strong relationship between her work and the space where it is exhibited stands out in her trajectory. Her exhibitions have always taken place in monuments and churches, challenging spaces opened to her artistic creativity. This exhibition, “Lapis Exilis – The Virtues”, which takes place in the chapel of Ajuda Palace, increases the value and dynamism of this space in a stimulating way. To appreciate this exhibition is therefore to understand the relationship between the paintings and what involves them, in a threefold trajectory and let ourselves be carried into an imaginary and pictoric universe through a multidisciplinary contribute. Arquitecta Maria Ana Silva Dias Direcção do IPPAR / Direction of the IPPAR catalogo-lapis.indd 1 16/5/05 1:10:28 pm
  • 2. Da pesquisa à temática: Lapis Exilis, uma pedra simbólica representando um ciclo de lendas ligado aos Cavaleiros da Mesa Redonda, ao simbolismo do Graal, a José de Arimateia, ao Rei Artur, ou em civilizações ainda mais antigas e desaparecidas como os Celtas, os Atlântidas nos seus cultos religiosos, como refere Platão no seu Timeo, ou a cópia moderna disso: - “O Cálice Eucarístico da Missa dos Católicos...” Muitas tradições ligam a pedra ao planeta Vénus, pondo-o em relação a um corpo celeste que caiu na terra, em longínquas eras, e muitas são as fontes que sustentam que esta pedra era enorme e verde. Uma esmeralda e chamada de Lapis Exilis, ou pedra caída do Céu, ou pedra de Luz, ou ainda, simplesmente, “Pedra Verde”, da qual se fez a Taça do Graal. Esta pedra é sempre citada nas tradições primitivas onde se obtinha a potência das estrelas, ou como uma “Copa” entendida como o Universo contendo os Planetas e as Estrelas do qual o Sol era o elemento Mestre. Os Muçulmanos referem-se a esta pedra como a “Caaba” que caiu do céu e que se tornou preta, carregando todos os pecados do Mundo. Os Alquimistas referem Lapis Exilis como uma pedra humilde que só pode ser vista pelos puros e fiéis. Para os Budistas, Lapis Exilis remete-nos aos habitantes de “Shambhala”. Diz ainda a Lenda que a pedra Lapis Exílis era de cor verde e caiu da testa de Lucifer, em estado de guerra, com DEUS. Este ciclo de Lendas, ou o meteorito que caiu do alto dos Céus, tem entusiamado Peregrinos, Escritores, Pensadores e Cineastas. Wagner, através da sua Música, melhor que ninguém, compõe a ópera “Parsifal”. Esta exposição de pintura “Lapis Exilis - As Virtudes”, é um ensaio pictórico de quem ouve o chamamento imperativo, entre as cores e as formas de arte, à sua mensagem. “O esoterismo do mito do Graal reconduz sempre a um único ponto, seja como Livro, Copa ou Pedra: ao facto que sempre desaparece da terra, onde se inicia, por parte dos homens, a sua procura...” Lapis Exílis tem tido diversas associações, como se o seu significado nos remetesse para um sinal resplandecente apontando um caminho de união e concórdia entre todos os povos, desde o Oriente ao Ocidente. Exposição de Artes Plásticas “Lapis Exilis” Maria Sobral Mendonça catalogo-lapis.indd 2 16/5/05 1:10:29 pm
  • 3. From research to thematic Lapis Exilis, a symbolic stone represented in a cycle of legends connected with the Knights of the Round Table, the signification of the Holy Grail, Joseph of Arimathea, King Arthur, even with more ancient and long gone civilizations such as the Kelts or the Atlantids, as referred in Plato’s Timaeus, present in their religious cults, as well as in it’s modern version: - “The Eucharistic Cup of the Catholics’ Mass...”. Many traditions link this stone with the planet Venus, regarding it as a heavenly star that fell on earth in a remote era. Many sources affirm that this stone was enormous and green. An emerald named Lapis Exilis, i.e. star fallen from Heaven, or stone of Light, or simply Green Stone, out of which the Holy Grail would have been carved from. In primitive traditions, this star is always mentioned as being the one from which the energy of the stars can be obtained, or as a “Cup”, seen as the Universe containing the Planets and the Stars, being the Sun the Master element. The Muslims refer to this stone as the “Caaba” which fell from the heaven and became black bearing, thus, all the sins in the World. The Alchemists refer to Lapis Exilis as a humble stone which may be seen only by the pure of heart as well as the believers. To the Buddhists, Lapis Exilis remits to the inhabitants of “Shambhala”. Also, the Legend says that the stone, Lapis Exilis, was green and fell from Lucifer’s forehead while he was at war with GOD. This legendary cycle, or the meteor which fell high from the Skies, has enraptured Pilgrims, Writers, Philosophers, and Cinematographers. Wagner expressed it better than anyone else in his opera “Parsifal”. This exhibition of paintings, “Lapis Exilis - The Virtues”, is a pictorial essay by someone who is sensitive to the imperative calling, to the message that lies in between colours and art forms. “Be it as a Book, a Cup, or a Stone, the esoterism of the Grail always leads back to a sole point: to the fact that it is from the earth, in which men begin their search, that it vanishes from...” Despite the different associations, “Lapis Exilis” always delivers us to a resplendent sign pointing to a path of unity and harmony among all peoples, from East to West. “Lapis Exilis” Painting Exhibition Maria Sobral Mendonça catalogo-lapis.indd 3 16/5/05 1:10:29 pm
  • 4. Lapis Exilis Quid est veritas? Terra Média… Azul de Céu… Azul de Mar O Azul do Céu Mediterrâneo… o ar… fluxo, refluxo… movimento perpétuo… o vai e vem sem adorno, sem quimera, sem retorno… paixão… e a cada momento a renovação… é a procura do conhecimento, a persistência… estandartes da Fé… que nas vagas da vida, alcançou os Azuis de Céus longínquos. Hoje… mentes inquietas buscam Ideias… caem no vazio… acorrentadas a novos conceitos obscurecidos pelo Laicismo. Ocre de Duna… Mar de Areia Os Amarelos do Deserto… local de nascimento… local de evento… o Calor na imensidão sempre igual, sempre diferente… silêncio criativo que convida à reflexão… barro que Deus molda ao sabor do Sirocco… berço da Civilização… que na prova de Fé… alcançou a espiritualidade, que o Sol transportou iluminando a aridez de terras distantes. Agora…gentes sofredoras… cansadas do seu inconformismo… agarram-se às tábuas do Fundamentalismo. A Arte ousa misturar aquele Azul com estes Amarelos, respeitando as texturas e os pigmentos… mescla de Mar, de Deserto em luz sábia… nesta amálgama surge a Esperança de um verde esmeralda… Lapis Exilis… e traçado está o caminho para a Iluminação… para o Conhecimento… é possível alcançar a Sabedoria, que a Serenidade tece… o Aprimoramento… a Humanidade. Desta sábia união benfazeja nascerá a Paz e a boa vontade entre os Povos, trazidas numa Aurora que acontece… Dra. Maria da Costa Pereira Direcção Cultural da Real Associação de Lisboa catalogo-lapis.indd 4 16/5/05 1:10:30 pm
  • 5. Lapis Exilis Quid est veritas? Middle Land… Sky Blue… Sea Blue. The Blue of the Mediterranean Sky… the Sea… ebb and flow… everlasting movement… the simple seesaw motion with no fantasy, no return… passion… each time renovation… it is the search for knowledge, perseverance… Faith banners reaching the Blues of faraway Heavens in the waves of life. Today… restless minds look for Ideas… fall in the void… tied to new concepts darkened by secularization. Ochre of the Dunes… Sea of Sand. The Yellows of the Desert… place of birth… place of event… the Heat on the immensity always the same, always different… creative silence inviting to reflection… clay God moulds according to the Sirocco… cradle of Civilization… which reached spirituality in the proof of Faith that the Sun carried away lighting the bareness of distant lands. Now… suffering people… tired in their inconformism… grabbing the buoy of Fundamentalism. Art dares to mix that Blue and these Yellows respecting the textures and the pigments… combination of Sea, Desert under a sage light… in this mixture, an emerald green Hope appears… Lapis Exilis… and the path to Illumination to knowledge is thus drawn… Wisdom is within reach with the help of Serenity… the Perfection…the Humanity. From this sage union Peace and goodwill shall arise among the Peoples, brought in a Sunrise… Dra. Maria da Costa Pereira Cultural Direction of the Royal Association of Lisbon catalogo-lapis.indd 5 16/5/05 1:10:30 pm
  • 6. catalogo-lapis.indd 6 16/5/05 1:10:30 pm
  • 7. catalogo-lapis.indd 7 16/5/05 1:10:30 pm
  • 8. Introdução Maria Sobral Mendonça, designer, publicista e com uma década de experiências místicas na pintura, tem já uma brilhante carreira. Alguns anos após uma marcante exposição no Panteão Nacional, esta artista está presente num outro momento – o Palácio Nacional da Ajuda. Foi com surpresa que um dia conheci a pintora com quem trabalhara anteriormente na sua qualidade de designer gráfica, dado que executara já um interessante projecto para o nosso Serviço Educativo. Da Surpresa da sua versatilidade nas artes plásticas, passei à surpresa da sua obra. Ao folhear catálogos de exposições já realizadas, fiquei com pena de não ter conhecido mais cedo as várias facetas de Maria Sobral Mendonça. Numa visita a minha casa, em Outubro de 2004, Maria propôs a exposição Lapis Exilis, que foi acolhida com agrado, mas com uma única ressalva, dado o Palácio Nacional da Ajuda não acolher exposições que a ele não estejam de alguma forma ligadas; assim, teria obrigatoriamente de ser incluída alguma temática do próprio palácio. Com o fim de viabilizar esta exposição, sugeri o tema Virtudes, presente nas esculturas que ornamentam os nichos das majestosas arcadas deste Paço de Nossa Senhora da Ajuda. Deste modo, ultrapassado o único obstáculo, surgiu uma nova proposta, cuja fonte de inspiração se integra perfeitamente no espaço que a recebe. Aliás, o Palácio Nacional da Ajuda aposta desde há vários anos na sua ligação à contemporaneidade e tem, com esse intuito, promovido o ciclo de exposições “Um Olhar sobre o Palácio”, que revela a interpretação que artistas de hoje fazem das nossas colecções. Esta mostra, embora não se integrando naquelas exposições, revela e vive, de alguma forma, a mesma filosofia. O Palácio Nacional da Ajuda acolhe com grande expectativa este conjunto de obras que irá, de certo, “mexer” com o público e provocar emoções profundas a quem se deixar “contaminar” pela mensagem de Maria Sobral Mendonça. Dra. Isabel Silveira Godinho Directora do Palácio Nacional da Ajuda catalogo-lapis.indd 8 16/5/05 1:10:30 pm
  • 9. Introduction Maria Sobral Mendonça is a designer, a publicist and a painter with a ten-year’s mystic experience and a brilliant carrier. Some years after a remarkable exhibition at the National Pantheon this artist is now presenting her works in another monument – the Nacional Ajuda Palace. I was surprised to meet the painter who had worked with me before in her quality of graphic designer and had already carried out an interesting project for our Education Service. At first I was amazed by her versatility in plastic arts but then her work amazed me. After running the catalogues of her previous exhibitions I was sorry I’d not been familiar with Maria Sobral Mendonça’s several features earlier. While visiting me at my place in October 2004, Maria suggested the Lapis Exilis exhibition which I immediately was pleased to welcome with just one condition: since the National Ajuda Palace only hosts its own exhibitions, a theme linking it to the palace was mandatory. Willing to make the event possible I suggested the theme The Virtues since it is present on the sculptures decorating the niches of the imposing arcades of the Ajuda Palace. Thus surpassing the only difficulty a new proposal arose and its inspiration source fits perfectly in those grounds. Moreover for several years now the Ajuda Palace tries and is connected with contemporary art and has promoted the series of exhibitions “A look on the Palace” revealing the contemporary artists’ interpretation on our collection. Although this exhibition doesn’t integrate that series, it reveals and lives somewhat the same philosophy. The Ajuda Palace receives with great anticipation this set of works which will certainly touch the public and stir profound emotions in those who will understand Maria Sobral Mendonça’s message. Dra. Isabel Silveira Godinho Director of the National Ajuda Palace catalogo-lapis.indd 9 16/5/05 1:10:30 pm
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  • 12. Perante a arte de Maria Sobral Mendonça não se fica indiferente O apoio à criação artística deve ser um imperativo dos poderes públicos, em especial por parte daqueles que, por razões de proximidade, possuem maior capacidade de intervenção. As Câmaras Municipais – e Lisboa nessa matéria dá e dará o exemplo – têm vindo a desempenhar, da música à literatura, da pintura à escultura, passando pelo teatro e pelos próprios artistas, um papel de relevo. Os trabalhos de Maria Sobral Mendonça apresentados na exposição Lapis Exilis – que oportunamente a Real Associação de Lisboa exibe – são a prova de que “...o homem sonha...e a obra nasce”. A mensagem de rejuvenescimento e também de estímulo à proximidade com um mundo que pela dinâmica da vida quotidiana por vezes esquecemos faz de Lapis Exilis uma exposição única. A sensibilidade de Maria Sobral Mendonça espelhada nas suas obras mostra-nos a beleza da vida. Prof. Doutor António Carmona Rodrigues Vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa catalogo-lapis.indd 12 16/5/05 1:10:30 pm
  • 13. Nobody is indifferent to Maria’s paintings. To support artistic creation is a must to public administration, in particular for those having the greatest intervention capability. Town Halls – Lisbon is and will always be an example of this – have played an important role supporting music and literature, painting and sculpture, the theatre and even the artists themselves. Maria Sobral Mendonça’s work now shown in the exhibition Lapis Exilis – the Royal Association of Lisbon presents at the right moment present – are the proof that “…man dreams… the work is born”. What make Lapis Exilis a unique exhibition are its rejuvenating message and its incitement to come near a world that we often forget in our daily life. Maria Sobral Mendonça’s sensibility reflected on her Works shows us the beauty of life. Prof. Doutor António Carmona Rodrigues Vice-president of the City Council of Lisbon catalogo-lapis.indd 13 16/5/05 1:10:30 pm
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  • 15. catalogo-lapis.indd 15 16/5/05 1:10:31 pm
  • 16. Lapis Exilis Um dia, algo aconteceu nos Céus. Azul, era o Céu. A terra ficou Amarela tórrida. Eu, fiquei à espera. Veio o vento E, um imenso branco. O Branco no Branco. Nem sei, mas vi. Senti. Realizei. Realizámos. Figuras de cores desvendavam segredos, Eram contos... Eram contos. Tocar Na Mente. Azuis, Brancos, Amarelos ou poeiras Das coisas. Largar o Cais do Desconhecido. Nem sei. Mas aconteceu um dia Cores, imagens, histórias cheias de magia. Era eu. A Perda Do Eu Pelo Outro. Eras tu. Um dia, tantas bandeiras quem diria Vão estar na varanda em que te sentas Por cobardia em ti. Estar Ser Deixar de ser. Esse será o quadro ausente. A Dança dos Pássaros. De tudo Num todo Num sempre Realizar um desejo no Azul do Mediterrâneo. catalogo-lapis.indd 16 16/5/05 1:10:31 pm
  • 17. Lapis Exilis One day something happened In the Heavens. The Sky was Blue. The earth became torrid Yellow. I myself stood waiting. Along came the wind And a white immense. This White On White I cannot say, yet I saw. I felt. I accomplished. We accomplished. Multicoloured shapes unveiled secrets These were tales... These were tales. Touching The Mind. Blue, White, Yellow or dust Of the things. We set sail from the harbour of the Unknown I cannot say. But it happened one day Colours, images, stories filled with magic. It was I. The Disappearance Of Myself For The Other. It was you. One day - who’d say - so many flags will be displayed on the balcony where you sit for your faintness. Standing Being Ceasing to be. That will be the absent painting. The Dance of the Birds. Of all In the whole Always Accomplishing a wish in the Blue of the Mediterranean Sky catalogo-lapis.indd 17 16/5/05 1:10:31 pm
  • 18. Um sonho Um cheiro Um encanto Um desenho tamanho O quadro. Nem tu nem eu, estivemos nesse lugar Mas guardamos memórias daquelas histórias, dos desertos das cores. Onde pigmentos desejados estiveram Em abraço naquele imenso Céu Ao mesmo tempo em compasso de espera. Um dia, algo acontecerá No Mediterrâneo e o Céu será Azul Numa terra Amarela tórrida. Um dia nesse imenso Céu O Branco abraçará o Amarelo em tons de Azul A Estrela nascerá ali E, a Lua recortará desejos De um novo Céu desenhado por Lapis Exilis. Em uma terra árida de segredos Amortecidos no esquecimento De quem lembra Outros tempos, bem nossos conhecidos. No Céu a Lua e o Sol se encontram Noutros tempos envelhecidos, Onde brincamos ás vezes de nós esquecidos. No Céu do Mediterrâneo O Sol é implacável. A Lua recortará desejos, De um novo Céu demasiadamente Azul. Quid est veritas? catalogo-lapis.indd 18 16/5/05 1:10:31 pm
  • 19. A dream A scent A wonder An immense drawing The painting. Neither you nor I have ever met that place And yet we keep memories of these stories, of the desert of the colours. Of that place where longed pigments maintained The embrace throughout a waiting pace in that immeasurable Heaven One day something will happen In the Mediterranean and the Sky will be Blue Over a torrid Yellow land. One day, in that immeasurable Sky White will embrace Yellow with shades of Blue There, the Star will spring The Moon will trim the wishes Of a brand new Heaven drawn by Lapis Exilis. In a land dried out of secrets Deadened by the oblivion Of those who remember Other time so familiar to us. The Sun and the Moon meet each other In a time that has grown old Where, oblivious of ourselves, we sometimes play In the Mediterranean Sky The Sun is ruthless. The Moon will trim the wishes Of a brand new excessively Blue Sky. Quid est veritas? catalogo-lapis.indd 19 16/5/05 1:10:31 pm
  • 20. catalogo-lapis.indd 20 16/5/05 1:10:31 pm
  • 21. catalogo-lapis.indd 21 16/5/05 1:10:31 pm
  • 22. A pintura de Maria Sobral Mendonça é por certo definível de abstracta e muito marcada pelas cores fortes e quase puras. Pessoalmente consigo visualizar, em quase todas as obras da Maria, uma infinidade de humanos de mãos dadas, envoltos por um líquido energético, puxando os mais fortes pelos outros, na direcção dos Céus. Creio que esta representação estará no subconsciente da pintora, mas é reveladora do Credo de Maria Sobral. Tenho falado com a Maria sobre os novos artistas e, o nosso País, de uma maneira geral, não os acarinha em dimensão suficiente. Em minha opinião, é urgente criar um Departamento dentro do Ministério da Cultura que promova, fora e dentro de Portugal, os novos valores artísticos nacionais. Dentro do país, há que incentivar as empresas públicas e privadas a constituírem as suas fundações, promovendo e alargando o mecenato, de modo a investirem nos artistas emergentes e com isto incentivá-los a trabalhar mais e melhor. No estrangeiro, é necessário custear os artistas/ galeristas a exporem nas feiras internacionais de Arte, bem como fazerem-se representar por galerias europeias e americanas. É um verdadeiro esforço inicial mas, a médio prazo, será um investimento altamente rentável sob o ponto de vista cultural e material para o nosso país. Pela minha parte, e à minha dimensão, já estou a colaborar nas ideias aqui expressas. À Maria Mendonça os maiores sucessos e, pela sua pureza e pelas obras que nos oferece, o meu Bem-Haja. Armando Martins catalogo-lapis.indd 22 16/5/05 1:10:31 pm
  • 23. Maria Sobral Mendonça’s painting may certainly be called abstract and it is characterized by very strong and almost pure colours. In almost everyone of Maria’s works I can see an infinite number of human beings, hand in hand, wrapped in an energetic fluid, the strongest pulling the others towards the Heaven. I believe this representation is in the painter’s subconscious, however, it is revealing of Maria Sobral’s creed. I’ve been talking with Maria about new artists and we think they usually aren’t appreciated enough in our country. In my opinion, the Ministry of Culture should urgently create a Department to promote new national artists in and out of Portugal. It is important to encourage Portuguese public and private enterprises to create their own foundations and to promote and increase the patronage of the arts so that they will invest on new artists encouraging them to work harder and better. Artists and gallery owners should be paid to exhibit in international Art fairs and be represented by European and American art galleries. This is a real effort, however, at medium term it will be a highly profitable investment to our country both culturally and economically. I wish Maria Mendonça a great success and I thank her for the purity and works she offers. Armando Martins catalogo-lapis.indd 23 16/5/05 1:10:31 pm
  • 24. “Em Céus do Mediterrâneo” (Acrílico S/ Tela - 168 x 114 cm) catalogo-lapis.indd 24 16/5/05 1:10:38 pm
  • 25. catalogo-lapis.indd 25 16/5/05 1:10:38 pm
  • 26. Lapis Exilis E a pedra que caiu na terra era enorme, Como enorme é o talento da Maria. E a pedra era verde, esmeralda, Preciosa como a generosidade, a capacidade de entendimento e a forma de estar na vida de Maria. E a pedra que caiu do céu, era a pedra de Luz, a luz que emana das telas de Maria em diferentes cambiantes, desde a luz suave e amena do Mediterrâneo à luz tórrida dos desertos. E a pedra transformou-se na Taça, Tal como a pintura de Maria se transforma, e nos transforma, construindo novos espaços, novos significados, numa arquitectura que nos conduz a uma cidade imaginária. E se a Taça conduzia à imortalidade, A arte de Maria, ao apelar ao nosso imaginário, transporta-nos a um universo pictórico repleto de estórias, mensagens e sonhos, fonte de vida e de saúde, eternas, talvez… Como a escolha do espaço expositivo, a capela do Palácio da Ajuda, nos propõem uma abordagem e um diálogo entre o Sagrado e o profano (?). E que a lenda não se cumpra, E que a pedra ao cair não desapareça, Antes permita que se abram portas, pontes e caminhos, que nos conduzam a um novo encontro com o talento, a arte, e a Amizade, de Maria Sobral Mendonça. Teresa Gamboa catalogo-lapis.indd 26 16/5/05 1:10:39 pm
  • 27. Lapis Exilis And the stone that fell upon earth was enormous, As enormous as Maria’s talent. And the stone was green, emerald, As precious as Maria’s generosity, her capacity to understand and her way of facing life. And the stone that fell from the sky was the stone of Light, the light that oozes in changing shades from Maria’s paintings, from the softest mildest Mediterranean light to the torrid desert light. And the stone transformed into the Cup, Just as Maria’s painting transforms itself, and transforms us, building new spaces, new meanings, in a new architecture which leads us to an imaginary city. And if the Cup leads to immortality, Appealing to our imaginary, Maria’s art carries us into a pictoric universe full of stories, messages and dreams, a source of probably eternal life and health… Just as the exhibition space, the chapel of Ajuda Palace, it proposes us an approach to and a dialogue between the Sacred and the profane (?). May the legend not fulfil itself, May the stone not to disappear when it falls, But allow to open gates bridges and paths that lead us to a new meeting with Maria’s talent, art and Friendship. Teresa Gamboa catalogo-lapis.indd 27 16/5/05 1:10:39 pm
  • 28. “Lápis Exilis” (Acrílico S/ Tela - 168 x 114 cm) catalogo-lapis.indd 28 16/5/05 1:10:42 pm
  • 29. catalogo-lapis.indd 29 16/5/05 1:10:42 pm
  • 30. Como disse Fernando Pessoa “Nasce o ideal da nossa consciência da imperfeição da vida”. Buscando o ideal de tornar o mundo mais belo, o Homem encontra na Arte o caminho para esse ideal porque a arte é “beleza acrescentada à que existe no mundo”. O Homem ambiciona tornar o mundo mais belo, mais próximo do ideal da perfeição. Tendo consciência da sua imperfeição, o homem comum, em vão, buscará o caminho da perfeição. Só o Homem extraordinário consegue percorrer o caminho que o aproxima do ideal; só aquele que é distinto dos demais tem talento para, criando a arte, acrescentar mais beleza à que há no mundo. O fim da arte é elevar e libertar. Ao elevar torna-nos superiores ao que já fomos e ao libertar, liberta-nos da imperfeição da vida, aproximando-nos do ideal. A Maria com a sua arte ajuda-nos a buscar e a percorrer esse caminho onde encontramos beleza acrescentada. José Amaral Lopes catalogo-lapis.indd 30 16/5/05 1:10:42 pm
  • 31. As Fernando Pessoa said “The ideal is born in our conscience because life is imperfect”. While searching for the ideal of rendering the world more beautiful Man finds in Art his way to this ideal because art is “beauty added to that already existent in the world”. Man aims to render the world more beautiful, closer to his ideal of perfection. Conscious of his imperfection, the ordinary man will search in vain his way to perfection. Only the exceptional Man will carry on the path of his ideal; only he who is different from the others has enough talent to add beauty to the world through his art. The purpose of art is to dignify and liberate. When dignified we become better than we were; when liberated we are free from the imperfection of life thus approaching the ideal. With her art Maria helps us to search and cross the path where we can find added beauty. José Amaral Lopes catalogo-lapis.indd 31 16/5/05 1:10:42 pm
  • 32. “Atentos à estrada das palavras” (Acrílico S/ Tela - 168 x 114 cm) catalogo-lapis.indd 32 16/5/05 1:10:45 pm
  • 33. catalogo-lapis.indd 33 16/5/05 1:10:46 pm
  • 34. O vizinho da vizinha ou o percurso do vizinho num belo dia de seca Sou vizinho da Maria. Vizinho de casa. Também vizinho de profissão. Moro um andar acima. Por isso tenho as primeiras vistas. Quer dizer: o nosso prédio tem elevador, o qual fica estranhamente a meio caminho entre os dois andares, e nos dias de seca (estou a falar de seca de verniz, que seca bem melhor, talvez, nas escadas do prédio mesmo ao lado da sua porta, enfim faz parte das histórias que me conto a mim próprio), dalí posso espreitar, um meio piso acima, e depois desço e entro uns momentos (ela não sabe) no seu universo. É bom fugir dessa cor verde cinzenta triste do vão de escadas. E ando pelos dédalos, pelas velas de cores absolutamente desassossegadas, de brancos e pretos, de linhas e movimentos, uns serenos, uns alegres e outros mais bruscos, até duros, que fecham de repente um caminho que me parecia seguro e fácil, para abrir um outro, diferente. Como são necessários um certo desequilíbrio dos sentimentos, das coisas não resolvidas para avançar. Enfim, ando, paro, perco-me, encontro um ramo acolhedor, corro, bebo, descanso, fico. E depois, cheio, tomo o elevador do prédio (o que era a minha ideia inicial), que estava à minha espera há quanto tempo? E desço, vou para a rua, as ruas, as do nosso tão bonito Monte Olivete, que se misturam com as da tela da Maria que ficaram em mim, um pé no solo e outro no céu… E vou esperando o próximo dia de verniz. The neighbour’s neighbour Or the neighbour’s course on a fine drying day. I am Maria’s neighbour. Home neighbour. Profession neighbour too. I’m the neighbour upstairs. So I’m the first to see. I mean: our building has a lift that oddly stops between the two storeys and on drying days (I mean varnish drying which perhaps dries much better in the stairs, just by her door. Well, these are the stories I tell myself) I can peep from halfway up and then I come down and go in her universe (she doesn’t know) for some moments. It’s good to escape from that sad grayish green of the stairs recess. And I walk through the labyrinths, pass the coloured candles at random, blacks and whites, lives and movements, some serene, some cheerful others blunt or even hard that suddenly shut a way that seemed to me safe and easy and open to a different one. Feelings and unresolved things need a certain unbalance to go on. I walk, I stop, I lose myself, I find a welcoming branch, I run, I drink, I rest, I stay. And then, satiated, I take the lift (that was my first intention) that was waiting for me for how long? I come down to the street, the streets of our “Monte Olivete”, so beautiful, and they mix with the streets of Maria’s paintings that remained within me, one foot on the ground and the other in heaven. And I wait for the next varnish day. Pierre Pratt, ilustrador e vizinho / Illustrator and neighbour catalogo-lapis.indd 34 16/5/05 1:10:46 pm
  • 35. “Habitantes de Shambala” ( Acrílico S/ Tela - 150 x 105 cm) catalogo-lapis.indd 35 16/5/05 1:10:48 pm
  • 36. À minha arqui-inimiga Maria Sobral Mendonça Naquelas telas cruas que faço questão de lhe adiantar todos os meses coloca a Maria toda a sua poesia, toda a sua força. O fantástico movimento dos seus quadros, o misticismo e a simbologia neles presentes, as cores e os sabores mediterrâneos, são as marcas que a milhas tornam a sua obra cada vez mais forte calando todas as más-línguas. Desconfiado que sou, confio avassaladoramente na grandeza da sua arte e acredito que já ontem muitos a invejarão. Senhoras e senhores, uma poeta! Senhoras e senhores, uma pintora! To my arch-enemy Maria Sobral Mendonça On each of those blank canvasses that I own a little Maria pours out her poetry and her force. The wonderful movement of her paintings, the mysticism and symbology present in them, the Mediterranean colours and flavours, are the signs by far which make her work strong and humble her critics. Cautious as I am, I deeply trust in the greatness of her art, and believe that many will envy her as of yesterday. Ladies and gentlemen, a poet! Ladies and gentlemen, a painter! A. Neto catalogo-lapis.indd 36 16/5/05 1:10:49 pm
  • 37. “Nabatea” (Acrílico S/ Tela - 136 x 89 cm) catalogo-lapis.indd 37 16/5/05 1:10:50 pm
  • 38. A visão prática da vida não determina o ritmo do dia - a - dia da Maria Sobral Mendonça. Pelo contrário, este é marcado pela sucessão de acontecimentos emocionantes que ou afectam a família e os amigos. Ou são hilariantes ou são tristes e assim Ela se anima ou entristece. O ritmo também é marcado pelas necessidades das pessoas com quem convive. Quando precisam de conforto está presente, quando querem partilhar alegrias volta a estar presente. Mas quando a Maria precisa de alguma coisa, pensa de imediato que as suas necessidades são um incómodo. Não pode, não deve perturbá-los os com os seus problemas. Não diz, não pede, continua sempre disponível! Temos que lhe adivinhar dificuldades ou declarar-lhe solenemente que está carente de qualquer coisa e vai ter que aceitar a intromissão dos outros no seu mundo. Não procura tirar vantagem dos seus conhecimentos. Espera calmamente que lhe façam justiça. Digo-lhe muitas vezes que esta visão poética da vida lhe cria dificuldades na gestão do seu património. Responde-me invariavelmente que viver para a pintura e da pintura é mesmo assim. É uma trabalhadora incansável com um objectivo principal. Observar nas suas telas o resultado do movimento dos pincéis. Criar formas manipulando as cores e despertar nos outros emoções. Os seus estados de alma reflectem-se neste cromatismo. Ora em brancos e negros, ora em cores e formas vibrantes e enérgicas, entre as quais se entrevêem seres, umas vezes sombrios, outras, serenos e levemente esboçados, outras ainda, esfuziantes de animação, ocupando recantos entre as formas geométricas que pinta. A paleta de cores desta série desperta-me memórias de uma África que ela não conhece. As cores quentes evocam visões de um certo Deserto do Namibe. Outras trazem-me à memória as vestimentas garridas, os panos policromáticos das mulheres de África. Estes quadros são um puro deleite para os meus olhos. Isabel Menezes catalogo-lapis.indd 38 16/5/05 1:10:52 pm
  • 39. Her practical vision doesn’t settle the rhythm of Maria Sobral Mendonça’s daily life. Much the reverse, this is marked by the sequence of exciting events that happen to her family and friends. Either hilarious or sad, She is consequently gay or unhappy. The rhythm is also marked by the needs of those who surround her. When they need comforting she is always there, when they want to share their joys she’s there too. However, when Maria needs something she immediately thinks she may be troubling her friends. She cannot, must not disturb them with her problems. She doesn’t say or ask anything but she is always available! We have to guess her problems or to solemnly declare she needs something and must accept her friends’ intromission in her world. She never takes advantage of her knowledge. She patiently waits for people to do her justice. I often tell her her poetic vision of life makes it difficult to manage her property. She invariably answers me that happens when we live to paint and from painting. She is an indefatigable worker who has a main purpose: to see the result of her brush movements on the canvas; to create forms manipulating the colours and to arise emotions on other people. Her colours reflect her states of mind. Sometimes with blacks and whites, others with vibrant and energetic colours and forms, among which we can see dark figures or serene and hardly sketched beings; other times those figures are full of life, occupying the space among the geometric forms she paints. The palette of colours in this series reminds me of an Africa she doesn’t know. The warm colours evoke visions of a certain Namibe Desert. Others bring to my mind the lively coloured garments, the African women’s polychromatic cloths. These paintings are sheer delight to my eyes. Isabel Menezes catalogo-lapis.indd 39 16/5/05 1:10:52 pm
  • 40. catalogo-lapis.indd 40 16/5/05 1:10:52 pm
  • 41. “O Longo Caminho do Deserto” (Acrílico S/ Tela - 150 x 105 cm) catalogo-lapis.indd 41 16/5/05 1:10:54 pm
  • 42. Memória Memória. Os tempos mais ancestrais, as eras mais longínquas. O tempo decorrido. O legado dos milénios. Os sinais. As histórias. A memória. O Universo. As civilizações. Os povos. Os registos geracionais passados de boca em boca, de mão em mão. A arte como sinal e como memória individual e colectiva. A procura desses sinais e dessa memória na assumpção da cor e do traço. Garantindo a preservação da memória, ela própria a assumir a sua condição de sinal dessa mesma memória. Como parte integrante de um tempo imemorial. A arte como forma superior de preservação de uma espécie que não se sabe como e quando começou a gerar sinais, nem como nem quando deixará de o fazer. Estamos perante uma reunião desses sinais, prenhes de cor. Rigorosos no testemunho. Testemunho de uma sensibilidade posta ao serviço de uma memória que perdurará para além do tempo decorrido. Parte visível de uma realidade lendária, o talento aqui colocado ao serviço da arte merecerá o reconhecimento do tempo e da memória. Irá repousar no legado dos milénios para que o prazer do seu desfrute não se confine ao tempo vivido, antes assuma a eternidade. Uma exposição de pintura é, sempre, uma reunião de sinais. Sinais que, como resultado do envolvimento de um olhar com a sensibilidade e o amor, constroem a memória dos povos, das civilizações, do Universo. Zeca Mendonça catalogo-lapis.indd 42 16/5/05 1:10:54 pm
  • 43. Memory Memory. The most ancestral times , the most remote ages. The time passed away. The legacy of millenniums. The signs. The stories. The memory. The Universe. The civilizations. The peoples. Generation records passed on mouth to mouth, hand to hand. Art as sign and as individual and collective memory. The search for those signs and that memory as assumption of colour and line. Ensuring the preservation of memory, assuming itself its condition of sign of that memory. As integrant part of immemorial time. Art as a superior form of preserving a species one doesn’t know how or when it began to produce signs; neither how nor when it will cease to do so. One is before a reunion of those signs, full of colour. Rigorous witnesses. Evidence of a sensibility serving an everlasting memory. The talent, here serving art, is the visible part of a mythical reality and will be remembered in time and memory. It will survive so that the enjoyment one has looking at it will not die but last eternally. A painting exhibition is always a gathering of signs. Those signs coming from a loving look will construct the memory of the peoples, civilizations and the Universe. Zeca Mendonça catalogo-lapis.indd 43 16/5/05 1:10:54 pm
  • 44. “Petra” (Acrílico S/ Tela - 168 x 114 cm) catalogo-lapis.indd 44 16/5/05 1:10:56 pm
  • 45. catalogo-lapis.indd 45 16/5/05 1:10:57 pm
  • 46. Na paleta variada de Maria Sobral Mendonça - desde os tons fortes como o azul do Mediterrâneo, passando por cores como Terra de Siena queimada, terminando no cromatismo do deserto - podemos seguir o percurso de uma espiritualidade da pintora. Vemos a expressão de uma caminhada difícil, que é o percurso de todos os que procuramos Deus; um percurso sinuoso, cheio de obstáculos; queremos chegar à Verdade da nossa existência, encontrar o porquê de uma entrega a uma dimensão espiritual. Há telas em que percorremos um mundo de labirintos; sugerem interiores monacais, têm figuras que vagueiam, em atitude de recolhimento e oração, figuras que nos contemplam, quase que nos interpelando, ali numa atitude de chamamento e figuras suspensas, talvez em êxtase espiritual. Colunas, arcos góticos e outros elementos, uma complexidade na arquitectura, que pretende proteger o Homem e, simultaneamente, eternizar o seu Amor a Deus e a sua vontade milenar de alcançar a Vida Eterna. Noutras telas sentimos uma energia que extravasa nos gestos da pintora. São a demonstração de uma entrega e exuberância, em cores que não nos deixam indiferentes, quase que nos agridem; reflexos da personalidade de Maria que nos fazem entender o seu termendo sentido de Justiça e a sua Generosidade, duas virtudes esculpidas e patentes – entre outras – nos nichos das arcadas do Palácio da Ajuda. Maria João Botelho Moniz Burnay catalogo-lapis.indd 46 16/5/05 1:10:57 pm
  • 47. In Maria Sobral Mendonça’s varied palette - from the strong shades of Mediterranean blue and burnt Terra de Siena to the desert colours - we can follow the painter’s spiritual road. We can see the expression of the difficult journey all those who seek God have to go through; a sinuous way full of barriers. We want to reach the truth of our existence, to find the reason for a surrender of the spiritual extent. In some of the paintings we pass through a world of labyrinths; monastic interiors appear with wandering figures in contemplation and prayer, figures who look at us and almost question us; with suspended figures perhaps in spiritual ecstasy. Columns, gothic arches and other elements, an intricate architecture that intends to protect Man and simultaneously eternalize his Love of God and his craving for Eternal Life. In other paintings we feel the energy oozing from the painter’s gestures. They are the manifestation of surrender and exuberance in colours which do not leave us indifferent and almost aggress us; they reflect Maria’s personality and help us understand her huge sense of Justice and her Generosity, two carved figures we can see - among others - in the niches of the Ajuda Palace arcades. Maria João Botelho Moniz Burnay catalogo-lapis.indd 47 16/5/05 1:10:57 pm
  • 48. “Juntem-se as Águas do Firmamento” (Acrílico S/ Tela - 168 x 114 cm) catalogo-lapis.indd 48 16/5/05 1:10:58 pm
  • 49. catalogo-lapis.indd 49 16/5/05 1:10:58 pm
  • 50. “Et Lux Perpetua” (Acrílico S/ Tela - 168 x 114 cm) catalogo-lapis.indd 50 16/5/05 1:11:00 pm
  • 51. catalogo-lapis.indd 51 16/5/05 1:11:00 pm
  • 52. Admirador consciente da obra de Maria Sobral Mendonça, para mim, uma das muitas coisas e grandes virtudes desta pintora é a sua permanente busca duma realidade que ela investiga permanentemente até que lhe consegue dar forma e cor. Cada um dos tons da sua obra, umas vezes fazem-me lembrar o mar do qual estive afastado, uma quasi eterna parte da minha vida. A outra é o colorido dos desertos. Os olhos de Maria Sobral Mendonça têm muito de árabe. A pintura de Maria Sobral Mendonça imprime muito dessa personalidade que só os desertos do norte de África conseguem transmitir. Porque os desertos não são todos iguais. Nem a forma no colorido. Cada deserto tem a sua personalidade própria e cada um deles, como cada um dos quadros de Maria Sobral Mendonça, transmite a sua própria mensagem. A obra de Maria Sobral Mendonça, é isso mesmo, uma pintura onde prevalecem as cores que só se podem encontrar nos desertos vizinhos do Mediterrâneo, berço histórico de civilizações, que viviam seduzidas pelas águas do Mediterrâneo. Ambos – desertos e Mediterrâneo – têm uma cor muito definida, uma cor própria, cores próprias, muito embora o Mediterrâneo seja um mar limitado e com dono e os desertos uma falsa fotografia do que se poderia chamar uma terra de ninguém. Mas se juntamos os desertos secos e aparentemente estéreis com as águas quentes que encontramos alguns dos rasgos estéticos que Maria Sobral Mendonça coloca em toda a sua obra. Seja esta, a que hoje nos é apresentada, como a outra que só se pode contemplar em toda a sua firme trajectória como artista plástica. Mas em todos os casos, em cada um dos seus quadros, há sempre uma forte mensagem que flutua como uma miragem no deserto ou um suave canto de sereias na linha do horizonte definida pelas águas do Mare Nostrum. Vasco Lourinho catalogo-lapis.indd 52 16/5/05 1:11:00 pm
  • 53. For me, a conscious admirer of Maria Sobral Mendonça’s work, one of her many and great virtues is her permanent search for a reality she always researches until she succeeds to give it form and colour. Each shade in her work reminds me of the sea I’ve been secluded from a great part of my life. The desert colours are the other. Maria Sobral Mendonça’s eyes have a lot of the Arab look. Quite a lot of the personality that only the African deserts can convey is printed in Maria Sobral Mendonça’s paintings. For the deserts are not all alike, neither in form nor in colour. Each desert has its own personality and each one, like each of Maria Sobral Mendonça’s paintings, passes on its own message. Maria Sobral Mendonça’s work is that - a kind of painting where prevail the colours we can only find in the Mediterranean deserts nearby, deserts that were the cradle of civilizations which lived seduced by the Mediterranean waters. Both deserts and Mediterranean have a very precise and particular colour, their own colours, although the Mediterranean is a limited sea and the deserts are a fake picture of what we could call a woman’s land. However if we join the dry and seemingly sterile deserts with the warm Mediterranean waters, if we stop and admire this natural symbiotic set we will certainly find some of the aesthethic features Maria Sobral Mendonça includes in all her works. We can appreciate both the work which is presented today and the steady path of the artist. Nevertheless in each one of her pictures there is always a strong message that floats as a mirage in the desert or a sweet song of a mermaid in the horizon line established by the waters of the Mare Nostrum. Vasco Lourinho catalogo-lapis.indd 53 16/5/05 1:11:01 pm
  • 54. “Sotto Voce” (Acrílico S/ Tela - 150 x 105 cm) catalogo-lapis.indd 54 16/5/05 1:11:03 pm
  • 55. catalogo-lapis.indd 55 16/5/05 1:11:03 pm
  • 56. Meditação de Perceval deram-me um nome e fui ungido louco de sedução e espírito de castidade submisso do destino o instinto guiou-me actos e passos que rege terra e céu louco por perder o que não me germe de perda deixaram escolher para sempre ganhei a redenção perdi a humanidade habitar o corpo por dentro clausura de paredes pensar dói sei que só vou habitar este corpo como quem magoa o corpo neste desencontro inevitável um pássaro rompe os ares desenha formas redondas tenho medo movo-me na abertura da terra recolho-me no mar por entre corpos que deixei traídos murmúrio de um desejo incontido miséria da existência divina desejo de ouvir o segredo adiado esta lança verei de novo o mar que dizem santa destino do meu ser é o preço da renúncia cansado cisne mãe mulher nos dias esgotados de divindade morte no feminino João Morais meu filho resgatará o cisne a romper o ar no desenho da dor de não dizer o nome minha mãe sofreu a pena da deserção anunciada de uma voz provação de um deus por ser o beijo de mulher deu-me luz reclamada de deuses miséria de uma existência divina inconclusa plena de pesar catalogo-lapis.indd 56 16/5/05 1:11:04 pm
  • 57. Parsifal’s Meditation a name was given to me and I was insane with seduction and spirit anointed with chastity submitted to the destiny the instinct guided my acts and steps which rules both earth and sky eager of losing what I wasn’t allowed to eternal chose seed of loss I won the redemption but lost the humanity inhabiting within the body confinement of walls it hurts to think I know that I will inhabit no other just like somebody hurting the body body than this in this inevitable divergence a bird tears the airs I’m afraid drawing round shapes I move myself in the breach of the earth among bodies that I’ve betrayed I seclude myself in the sea misery of the divine existence whisper of an unconstrained desire this lance desire of hearing the delayed which is said to be holy secret is the price of renounce swan mother woman I shall see the sea again death in the feminine destiny of my being weary my son will ransom the swan in the exhausted days of divinity tearing the air in the drawing of the pain João Morais of not pronouncing the name my mother did not suffer the penalty of desertion proclaimed by a voice torment of a god that would not be the kiss of a woman brought me the light gods claim for misery of a divine existence unfinished full of grief catalogo-lapis.indd 57 16/5/05 1:11:04 pm
  • 58. “Os Poetas de Ghazal” (Acrílico S/ Tela - 97 x 162 cm) catalogo-lapis.indd 58 16/5/05 1:11:05 pm
  • 59. catalogo-lapis.indd 59 16/5/05 1:11:06 pm
  • 60. “O manto do oceano que repousa sobre as águas” (Acrílico S/ Tela - 168 x 114 cm) catalogo-lapis.indd 60 16/5/05 1:11:07 pm
  • 61. catalogo-lapis.indd 61 16/5/05 1:11:08 pm
  • 62. ******************************************************* Maria Sobral Mendonça - (Lisboa, 8 de Maio de 1963) Designer, Pintora e Publicista, tem em linha de montagem a criação de uma nova Marca de Design Industrial a promover no mercado Nacional e Internacional. Os seus artigos (Porcelana e Vidro) encontram-se nos seguintes postos de venda: Loja Alma Lusa (Produtos de Designers Nacionais); Loja da Real Associação de Lisboa e na Loja da Fundação do Centro Cultural de Belém. Para o Instituto Português dos Museus destaca-se com o Design exclusivo de uma colecção de “Copos para Cerveja” em Vidro, com a concepção de imagem personalizada e temática dos respectivos Museus. Recebe o “Certificat de Distinction” em 1999, pela Association Internacionale des Arts Plastiques auprès de L’Organisation des Nations Unies pour l’éducation, la science et la culture / UNESCO. Designer, painter and publicist, she is creating a new brand for industrial design to be promoted in the Portuguese market and abroad. Her creations (porcelain and glass) are sold in the following specialized shops: Loja Alma Lusa (products by national designers), Loja da Real Associação de Lisboa and Loja da Fundação do Centro Cultural de Belém. For the Portuguese Museum Institute she designed an exclusive collection of beer glasses which received an image conceived for each different museum where they were commercialized. In 1999 she was awarded the “Certificat de Distinction” by the Association Internacionale des Arts Plastiques auprès de l’Organization des Nations Unies pour l’éducation, la science et la culture/ UNESCO. ******************************************************* catalogo-lapis.indd 62 16/5/05 1:11:08 pm
  • 63. ******************************************************* Exposições de Pintura - Individuais e Colectivas 1994 - Panteão Nacional - “Tocar Com A Mente” - Lisboa. 1995 - Galeria Conventual - “Regresso a Pedro e Inês e Outras Histórias” - Alcobaça 1996 - Galeria Conventual - “O Conhecimento dos Anjos” - Alcobaça 1997 - Galeria Hexalfa - “Largar o Caís do Desconhecido”- Lisboa 1997 - Palácio de Independência de Portugal - “Amores de Pedro e Inês” - Lisboa 1998 - Galeria 65ª - “III Tempos de Duplicidade” - Lisboa 1998 - Mosteiro de Santa Cruz - “As Lágrimas de Pedro e Inês”- Organizada pela Quinta das Lágrimas - Coimbra. 1999 - Palácio de Independência de Portugal - “A Dança Dos Pássaros” - Lisboa 1999 - Galeria Conventual - “6 Artistas, 6º Aniversário” - Alcobaça 1999 - Pavilhão De Portugal - Retrospectiva de Colecção Privada - Lisboa 2000 - Galeria Bairro Alto -“I Bienal Pintura Domingos Sequeira” - Lisboa 2000 - Galeria Conventual - “Imagens Para a Poesia de Virgínia Vitorino” 2001 - Convento de Santa Mónica - “A Perda Do Eu Pelo Outro” - Lisboa 2001 - Museu da Água - Organizada pela Real Associação de Lisboa - Lisboa 2003 - Encontro Nacional de Cultura - Magic-X Cultura - Colectiva Nacional de Artes Plásticas - Alcobaça 2003 - Cadeia das Mónicas - Exposição colectiva dos Funcionários dos Serviços Prisionais - Lisboa 2003 - “PORTOARTE” - Feira Internacional de Arte Contemporânea - representada pela Galeria EmporioArte - Porto 2003 - USERDESIGN expõe os artigos de vidro e de porcelana na FIL-Lisboa. 2003 - Convento de São Paulo - “O Branco No Branco” - Fundação Henrique Leote - Alentejo. ******************************************************* catalogo-lapis.indd 63 16/5/05 1:11:08 pm
  • 64. ******************************************************* Paulo Forte - Realizador Criador de imagens, de textos, caçador de imagens à procura de si, na abdicação de si. Utiliza multiplas penas e papeis, é tambem videasta. O que fez não cabe em poucas linhas e para além disso está feito, não lhe apetece ser nostálgico nem contar feitos, mais deseja um lapis exilis, uma esmeralda verde, uma pedra preta que do céu caí, um certo vaso, uma eternidade. Tudo é amor e nada mais importa, senão o amor, pois sem ele, não somos. Francisca Mendonça - Designer Gráfica (Portugal – 1968) ERG –École Recherche Graphique – Bruxelas, Bélgica. Exposições e trabalhos gráficos selecionados: Théatre Varia - Bruxelas - Bélgica; Exposição de Cartazes (Ciclo de Bernard Marie Koltés); Triennale Européene de L’ Affiche Politique - Mons; 6èmes Recontres Internationnales des Artes Graphiques, Festival d’Affiches de Chaumont - França; Festival d’Hîver de Sarajevo; 15th International Biennal of Warsaw - Polónia; Exposição van Dyck - Antuérpia. Criação de “Newsletters” e imagem para plataformas de exposições de Arte Contemporânea. Exerce a sua actividade no atelier Barbara says... Bernardo Saraiva Lobo - Fotografo (Portugal – 1966) Frequentou os institutos: Fondation Course in Art & Design, Maidstone – Inglaterra. Course Environmental Portrait Photography and alternative Processes no Maryland College of Art, Baltimore – USA. Photographic studies – University of Derby – Inglaterra. Editada os seus trabalhos em livros de prestigio, revistas e catálogos. Pedro Patrício - (Portugal 1977) Apresenta-se, pela primeira vez, ao piano com nove anos de idade. No ano seguinte e durante dois anos inicía a sua formação musical, tendo as primeiras lições de piano. Aos quinze funda o projecto pop, entretanto já extinto, Sister Moon, no qual é guitarrista/ compositor. O seu universo começa a expandir-se pelos mais variados géneros musicais. Descobre o jazz aos dezassete e aos vinte ingressa na escola do HotClube onde se mantém até ao quarto ano. Entre os seus professores dessa época destacam- se os da disciplina de instrumento João Maurílio, Rui Caetano e Filipe Melo e Adelino Mota que o dirigiu na BigBand de alunos. São dessa altura as primeiras experiências profissionais com o piano. Em 2004, conclui a licenciatura em Eng. Física e prossegue o seu percurso musical, agora na vertente digital e de investigação. Presentemente está a debruçar-se sobre “séries finitas em compassos não lineares” ******************************************************* catalogo-lapis.indd 64 16/5/05 1:11:09 pm
  • 65. ******************************************************* Luis Cardoso e Cunha - Nadia Ghemri Arquitectos Luis Cardoso e Cunha (Lisboa – 1964) Concluiu o curso de Arquitectura no ISA Saint-Luc, Bruxelas - Bélgica, país onde colaborou em vários ateliers de Arquitectura até 1995. De regresso a Portugal, colaborou no gabinete do Arqº Troufa Real. Desenvolve vários projectos, individualmente e em co-autoria, no domínio da habitação, serviços e espaços urbanos. Lecciona na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias como assistente da cadeira de Projecto no curso de Arquitectura. Pós-Graduado em Arquitectura Bioclimática pela Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa FAUTL, desenvolvendo a sua tese no domínio da aplicação de duplas fachadas em vidro em edifícios. Nadia Ghemri (Bruxelas – 1967) Diplomada pelo ISA Saint-Luc, Bruxelas - Bélgica, colaborou no Atelier d’Architecture Paul Vincent em Bruxelas coordenando projectos de grande dimensão como hospitais e edifícios de escritórios para grandes multinacionais. Exerce a profissão em Portugal desde 1995, colaborando em diversos ateliers. Possui larga experiência no domínio da habitação e infraestruturas desportivas, tendo diversas obras já construídas. Pedro Ribeiro da Silva - Eng. Civil ( Lisboa -1964) Responsável pela coordenação da instalação e iluminação da exposição, tem no portefólio da sua empresa (Listrave - Montagens e Construções) varias mostras e feiras onde instalou stands, quiosques e painéis. Frequentou o Instituto Superior Técnico e a Escola de Artes Decorativas António Arroio em Lisboa. ******************************************************* catalogo-lapis.indd 65 16/5/05 1:11:10 pm
  • 66. ******************************************************* Ficha Técnica Comissária da Exposição Dra. Maria da Costa Pereira Direcção Cultural da Real Associação de Lisboa Pintura: Maria Sobral Mendonça Filme: Paulo Forte Música Original do Filme: Pedro Patrício Design Gráfico: Francisca Mendonça Fotografia do Catálogo: Bernardo Saraiva Lobo Tradução do Catálogo: Catarina Almeida Pereira Assessoria na Revisão Ortográfica: Clara Beleo WebDesigner: Bart Daems Tiragem: 2000 Exemplares Depósito Legal Nº Concepção Cénica: Luís Cardoso e Cunha e Nadia Ghemri, Arquitectos Coordenação da Montagem: Eng.º Pedro Ribeiro da Silva - Listrave Eng.º Nuno Resende - Listrave Relações Publicas e Divulgação: Dr. Ricardo D’Abranches - Presidente da Real Associação de Lisboa ******************************************************* catalogo-lapis.indd 66 16/5/05 1:11:10 pm
  • 67. ******************************************************* Agradecimentos Institucionais: Instituto Português do Património Arquitectónico Arq. João Rodeia - Presidente Dra. Rosa Amora - Vice-presidente Dra. Isabel Silveira Godinho - Directora do Palácio Nacional da Ajuda Dra. Graça Nunes da Silva (IPPAR) Arq. Maria Ana Silva Dias (IPPAR) Dra. Teresa Pinhal (PNA) Câmara Municipal de Lisboa: Prof. Dr. António Carmona Rodrigues - Vice-presidente da CML Dra. Margarida Loureiro - Assessora do Vice-presidente da CML Dra. Sofia Cid - Assessora do Gabinete de Apoio da Presidência da CML Seguro da Exposição: Finimed – Mediadores e Consultores de Seguros. Agradecimentos Pessoais: Alex Sarakeev, André Reis, Armando Martins, Abel Pereira, António Negrão Neto, António e Flor Pinto Coelho, Carlos Morisson, Felicidade Quintas de Mendonça, Fernando Marques, Flávio Lopes, Gabriela Seara, Helder Sobral Mendonça, Ilda Nascimento, Isabel Menezes, João Morais, José Amaral Lopes, Maria João Botelho Moniz Burnay, Matilde Ogando, Maria Vasconcelos, Miguel Segarra, Paula Robalo, Pedro Chaves, Pierre Pratt, Rosa Quintas, Teresa Gamboa, Vasco Lourinho e Zeca Mendonça. ******************************************************* catalogo-lapis.indd 67 16/5/05 1:11:10 pm
  • 68. Alto Patrocínio: Apoios: catalogo-lapis.indd 68 16/5/05 1:11:12 pm