Artigo publicado pelo semanário Expresso no suplemento “1000 Maiores – Vencedores do Ano: edição 2015” no dia 28/11/2015, sobre uma temática (cada vez mais) pertinente.
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Os responsáveis
pela gestão
de pessoas são
um elemento
facilitador na
gestão da mudança
Moneris
Business Process Outsourcing
na gestão de pessoas:
Consequência,
dilema
ou solução?
Hoje em dia parece ser consensual que
as pessoas são um dos principais ativos
de uma organização, porque são elas que
promovem verdadeiramente a criação de
valor. Consequentemente, uma adequada
gestão das pessoas é uma condição sine
qua non para as organizações potenciarem
a criação de vantagens competitivas
e crescerem de forma sustentável.
AINDA QUE NAS EMPRESAS (ainda)
persistam os modelos tradicionais de
gestão e de organização do trabalho, o
recurso a um paradigma mecanicista,
assumidamente mais redutor e simplista,
tem dado lugar a um paradigma holístico
prescritor de uma visão mais integradora,
participativa e valorizadora das pessoas
no seio das organizações. Os gestores
de pessoas passam a estar ao nível da
decisão estratégica nas organizações
e intervêm ao nível da definição das
políticas e práticas de gestão.
Numa abordagem sistémica, o processo de
gestão estratégica não deve ser assumido
como um exercício burocrático e desconexo
do contexto interno e externo, devendo
ser estimulado o respeito pelo indivíduo,
a valorização das pessoas, a criatividade e
incentivada a sua participação, pelo que os
responsáveis pela gestão de pessoas tendem
a adotar uma postura dinâmica e flexível,
assumindo-se como o elemento facilitador
na gestão da mudança e promoção
na capacidade de reinvenção das pessoas
e, consequentemente, das organizações.
Não obstante estejamos a acompanhar
uma “nova” realidade, as organizações
continuam a ser responsáveis por dar
resposta às tarefas do foro operacional e
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Moneris
administrativo que, embora não tenham
uma relação direta com a motivação e
desempenho dos trabalhadores, podem
influenciar negativamente a sua satisfação,
como seja o incorreto processamento do
vencimentos ou o seu pagamento atrasado,
para citar um exemplo clássico. De facto, o
processamento de salários e o cumprimento
das obrigações laborais são das atividades
que exigem mais tempo aos profissionais e
que não produzem valor acrescentado. Se é
certo que as não conformidades podem dar
lugar à insatisfação, o contrário não produz
o mesmo resultado em termos de satisfação.
Ainda que nos últimos anos a introdução
de novas plataformas informáticas
tenha agilizado a comunicação com a
Autoridade Tributária e Aduaneira e
com a Segurança Social, a literatura e
a experiência sugerem que existe um
volume muito substancial de carga de
trabalho associada ao cumprimento das
obrigações legais laborais. Confira-se o
estudo “Paying Taxes 2016: The Global
Picture ” da coautoria do Banco Mundial
que identifica o tempo médio necessário
em Portugal para cumprir com as
obrigações laborais em 116 horas anuais. De
referir que não estão incluídos os tempos
médios com a emissão das declarações
mensais de remunerações (Autoridade
Tributária e Segurança Social), o relatório
único, a declaração anual de rendimentos,
ou a resposta a inquéritos oficiais que,
a título de exemplo, são responsáveis
por consumir um investimento de
tempo, decerto, muito mais elevado.
Em função do exposto, a literatura sugere
que o outsourcing de processos de gestão
de suporte e de reduzido valor acrescentado
é, por um lado, cada vez mais fruto do
resultado natural de uma estratégia de
maior eficiência e alinhamento da gestão
de pessoas com o core business de uma
organização e, por outro lado, um meio
para garantir a realização de processos
burocráticos complexos que exigem uma
forte dedicação e especialização técnica.
Afigurando-se como uma consequência
natural, o business process outsourcing
na gestão de pessoas, é cada vez mais
uma realidade, sendo fundamental a
delimitação clara do âmbito a externalizar,
bem como os níveis de serviço que
deverão ser assegurados. Não menos
importante, após selecionar um parceiro
credível com reconhecida experiência
e garantia de serviço, há que salvaguardar
uma transição adequada e tranquila
com padrões elevados na segurança
e confidencialidade da informação.
Em suma, a delegação bem-sucedida
de processos de suporte a profissionais
de confiança permitirá reduzir custos,
flexibilizar estruturas, manter o foco
dos responsáveis pela gestão de pessoas
nas atividades de valor acrescentado e,
consequentemente, aumentar
a competitividade das organizações.
FRANCISCO FERNANDES, Coordenador Responsável pelo Comité Técnico Laboral do Grupo Moneris