1) O físico J. Robert Oppenheimer liderou o Projeto Manhattan durante a Segunda Guerra Mundial, que desenvolveu com sucesso a primeira bomba atômica dos EUA.
2) As bombas atômicas foram lançadas sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki em agosto de 1945, causando dezenas de milhares de mortes.
3) Após a guerra, Oppenheimer se opôs ao desenvolvimento de armas nucleares mais poderosas, o que levou a investigações do FBI e sua remoção do cargo
3. A história da descoberta de como liberar a energia
nuclear, e sua aplicação para fazer bombas capazes de
destruir, irradiar e queimar cidades inteiras, é a
grande epopeia trágica do século XX.
Na manhã de 6 de agosto de 1945, após a detonação
da primeira bomba atômica em Hiroshima, o mundo
descobriu estupefato, que o homem conseguira
dominar o poder contido no interior do átomo para
criar uma arma com capacidade de destruição além da
imaginação. Tal feito devia-se em grande parte à
inteligência e inspiração do físico J.Robert
Oppenheimer, então com apenas 41 anos. Nascido em
Nova York, filho de pais abastados de origem judaico-
alemã, entrou para a Universidade de Harvard em
1922, graduando-se em Química com distinção três
anos depois. A seguir viajou para a Europa, onde
trabalhou com diversos físicos na elaboração de teorias
que lhe trariam fama internacional, retornando aos
EUA em 1929 para lecionar em universidades da
Califórnia.
4. Quando a Segunda Guerra estourou em
1939, os alemães já tinham conhecimento
da fissão nuclear e o governo americano
resolveu criar secretamente um grupo de
cientistas, entre eles Edward Teller e
Ernest Lawrence, coordenados por
Oppenheimer, para desenvolver a nova
arma. Com o nome-código de projeto
Manhattan, o ultra prioritário programa do
Exército instalou os pesquisadores em um
laboratório na cidade de Los Alamos, no
Novo México, rigorosamente guardado e
com as saídas severamente restringidas.
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8. Embora tenha envolvido pesquisa e
produção em treze locais diferentes, o
Projeto Manhattan foi largamente
desenvolvido em três cidades científicas
secretas que foram estabelecidas por poder
de domínio eminente: Hanford, em
Washington, Los Alamos, no Novo México e
Oak Ridge, no Tennessee.
Os militares dos EUA queriam se adiantar
aos alemães na criação dessa bomba, que
utilizaria a energia gerada a partir da
fissão nuclear do urânio e do plutônio.
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10. Acredita-se que a carta enviada ao presidente
Franklin Roosevelt em agosto de 1939, assinada
por Albert Einstein mas em grande parte escrita
por Léo Szilard possa ter sido um marco decisivo
no início deste projeto. A carta alertava
Roosevelt que a Alemanha poderia já estar a
desenvolver esforços para controlar a utilização
da fissão nuclear na criação de bombas
atómicas, e sugeria que os Estados Unidos
deveriam iniciar pesquisas próprias nesse
sentido.
11. Oppenheimer promoveu um ambiente de
confiança e respeito mútuos que permitiu
um progresso espantoso e com uma
dedicação incansável manteve-se à frente
de todos os acontecimentos daquele esforço
complexo, mesmo prejudicando sua vida
particular. Em menos de dois anos e gastos
de US$ 2 bilhões, a primeira bomba
atômica da História estava pronta para ser
testada e os japoneses logo conheceriam
seu terrível poder de destruição.
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13. O projeto trabalhou na concessão,
produção e detonação de três bombas
nucleares em 1945.
-A primeira (de teste) em 16 de Julho:
"Trinity", a primeira bomba nuclear do
mundo, perto de Alamogordo, Novo México.
-A segunda, a arma "Little Boy" ("Pequeno
Rapaz"), que detonou em 6 de Agosto sobre
a cidade de Hiroshima, Japão.
-A terceira, a arma "Fat Man" ("Homem
Gordo"), que detonou a 9 de Agosto sobre a
cidade de Nagasaki, Japão.
14.
15. O bombardeamento das cidades
japonesas de Hiroshima e
Nagasaki pode ser considerado o
maior atentado terrorista da história
da humanidade, já que o objetivo do
governo e do exército dos Estados
Unidos era aterrorizar a população
japonesa e, assim, evitar uma invasão
ao país para por fim à guerra.
16. Em 06 de agosto de 1945, um bombardeiro B-29,
apelidado de Enola Gay, despejou uma bomba de
urânio (ironicamente chamada de “little boy”)
sobre a cidade de Hiroshima, que explodiu a 570
metros do solo. Formou-se uma imensa bola de
fogo no céu com uma temperatura de 300 mil
graus Celsius, gerando uma imensa nuvem de
fumaça na forma de cogumelo, que alcançou mais
de 18 km de altura. Estimativas indicam que mais
de 140 mil pessoas tenham morrido.
Três dias depois um novo alvo foi atingido. Sobre a
cidade de Nagasaki, outro bombardeiro B-29, o
Bockscar, despejou a “Fat Man”, uma bomba de
plutônio mais forte que a que havia explodido
sobre Hiroshima.
20. A invenção da bomba atômica foi
considerada o ponto mais alto da vitória
dos EUA sobre os seus inimigos, poupando
a vida de cerca de um milhão de soldados
que poderiam ter morrido em uma possível
invasão do Japão. Terminado o conflito,
Oppenheimer ainda um pouco
constrangido com as consequências de seu
invento, aceitou ser presidente da
Comissão de Energia Atômica (AEC),
tornando-se o mais influente conselheiro
sobre assuntos nucleares do governo e das
forças armadas.
21. Preocupado, Oppenheimer anunciou
publicamente sua oposição à nova
superbomba, passando a ser alvo de uma
investigação do FBI e da inveja de outros
cientistas, ávidos por desacreditá-lo. O
principal deles, Edward Teller, sonhando
chefiar o novo projeto, insinuou que
Oppenheimer teria feito amizade com
comunistas na década de 30 e tentara
influenciar os pesquisadores a não
trabalharem na bomba de hidrogênio.
22. Em 1954, J. Edgar Hoover, diretor do
FBI, apresentou um relatório à Casa
Branca no qual se apoiavam as
acusações de que Oppenheimer seria
um agente espião. Um processo
secreto foi aberto pela AEC.
O cientista não foi considerado
culpado de ter entregado segredos a
países estrangeiros, mas foi
destituído de sua função na AEC,
para satisfação pessoal de Teller.
23. Só quatro dias antes de morrer
Oppenheimer foi reabilitado perante a
opinião pública: em 22 de novembro
de 63, no mesmo dia que seria
assassinado, o presidente John
Kennedy anunciou que concederia o
Prêmio Fermi ao físico, sendo a
entrega feita por seu sucessor Lyndon
Johnson.
Julius Robert Oppenheimer morreu
de câncer na garganta em 18 de
fevereiro de 1967, aos 63 anos.