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Edição do Jornal do FNRU – Fórum Nacional de Reforma Urbana
                                                                                                                     Nº 05 - Março/2012

  Fórum de Reforma Urbana deve reafirmar sua luta
em defesa da função social da propriedade e da cidade
Benedito Barbosa (Central de Movimentos Populares-CMP)



O
       Fórum Nacional de Reforma chega neste Encontro Nacional com           construções de moradias populares. Nesta direção o Decreto
       enormes desafios a serem enfrentados, considerando que a              Presidencial que paralisou os projetos habitacionais realizados pelas
       conjuntura dos últimos dois anos aprofundou ainda mais a crise        Associações, aprofundou a desconfiança e o processo de criminalização
urbana e as desigualdades em nossas cidades, apontando para às               com nossas entidades e dificultou ainda mais o repasse de recursos para
nossas entidades que tipo de agenda a ser enfrentada.                        o referido programa. O FNRU tratou junto ao governo por diversas vezes
                                                                                                                  desta questão, no entanto, os
Nos últimos dois anos os conflitos                                                                                entraves parecem insuperáveis.
urbanos aprofundaram nas cidades
as disputas pela terra urbana                                                                                    Outra questão importante foi a
gerando um enorme passivo social                                                                                 mobilização no mês de outubro no
em todas as regiões do país, do                                                                                  Dia Mundial do Habitat, em que
Amazonas ao Rio Grande do Sul, as                                                                                cerca de 2000 mil pessoas de
remoções e os despejos se                                                                                        nossas entidades estiveram
multiplicaram, face ao conjunto de                                                                               Brasília para avançarmos nesta
obras de infra-estrutura que ocorre                                                                              pauta da Reforma Urbana. A
em todas as regiões, em função da                                                                                caravana foi marco na agenda de
Copa/Olimpíadas e dos Projetos do                                                                                lutas do FNRU no de 2011, no
PAC, com o crescente processo de                                                                                 entanto até este momento ainda
supervalorização da terra urbana,                                                                                não fomos recebidos pela
em que pese todo esforço do Fórum                                                                                Presidente Dilma.
de tentar enfrentar esta questão,
levando esta pauta ao Ministério das                                                                             No Concidades e nas Ruas, em todas
Cidades e a Secretaria Geral da                                                                                  as regiões do País nos mobilizamos
Presidência do Governo Federal.                                                                                  em defesa da reforma urbana e pelo
                                                                                                                 direito à cidade, para garantir o
Na questão dos programas habitacionais, a lógica do Programa Minha           direito a moradia, ao saneamento, mobilidade e à terra urbanizada.
Casa Minha Vida, tem fortalecido ainda mais o projeto das empreiteiras,
basta verificar a enorme diferença entre os investimentos e o que é          Nesta direção este encontro deve reafirmar a determinação de
repassado para as empreiteiras e o que é repassado para as Associações       continuarmos a lutar por um país que garanta o real acesso dos pobres à
de Moradores no Programa Minha Casa Minha Vida Entidades, para               Cidade.
Encontro do Fórum Nacional de Reforma Urbana
                           acontece em São Paulo
    Tânia Diniz (Conselho Federal de Serviço Social - CFESS)



    V
           ivemos, na atualidade, uma grave crise urbana, produto da
           dinâmica capitalista de produção e gestão das cidades, da
           criminalização dos movimentos sociais, das diferentes formas de
    desigualdade e segregação sócio-espacial, que expressam os interesses
    de grupos particulares no processo de fortalecimento de um projeto
    societário cujo norte é o livre desenvolvimento econômico, com a
    manutenção da concentração da riqueza e da terra.

    Com o objetivo de discutir estratégias de lutas contra essas lógicas
    particularistas, de atualizar a agenda da reforma urbana na perspectiva
    da construção de cidades democráticas e inclusivas, de aprofundar o
    debate sobre o tipo de desenvolvimento que queremos, o Fórum Nacional
    de Reforma Urbana, uma articulação de entidades da sociedade
    organizada formada desde 1987, que luta pela democratização da gestão
    das cidades e pela garantia de condições dignas de vida para todas e
    todos, realiza seu encontro nacional nos dias 15, 16 e 17 de março de
    2012, em São Paulo.

    Serão realizadas conferencias, painéis e oficinas, considerados todos
    como momentos importantes de articulação, mas também de
    qualificação, formação e mobilização dos movimentos sociais e da
    sociedade civil para influir nos espaços de discussão de políticas públicas
    e gestão de cidades.

    O debate, que deverá ocorrer durante os três dias do encontro, subsidiará
    esses sujeitos políticos nas formas de intervir na realidade urbana, nas
    atividades estratégicas para o avanço da luta pela reforma urbana e pelo
    direito à cidade, na perspectiva da radicalização da democracia no Brasil.
    Assim, serão debatidos durante o encontro:




                                   Temas em debate no Encontro do FNRU
       <A importância da formação e qualificação de lideranças dos movimentos sociais urbanos, articuladas nos fóruns locais, regionais e no FNRU.
       <A efetivação e implementação de leis, programas e projetos que garantam os direitos sociais conquistados na Constituição Federal.
       <O monitoramento e avaliação da implementação e difusão dos instrumentos de exigibilidade do direito à moradia e à cidade.
       <A efetivação e implementação de leis, programas e projetos que enfrentem as desigualdades sociais vivenciadas pelas mulheres e pelos grupos
       étnico-raciais historicamente marginalizados e excluídos do direito à cidade.
       <A mobilização social na luta pela efetivação dos direitos humanos, econômicos, sociais e no desenvolvimento cultural e ambiental.
       <A ampliação da articulação e da comunicação da rede de reforma urbana, produzindo maior sinergia e capacidade de incidência sobre os
       processos.
       <As estratégias do FNRU para a implementação do Sistema Nacional de Desenvolvimento Urbano.
       <A discussão das estratégias coletivas para a aprovação da Política Nacional de Desenvolvimento Urbano e implementação do Sistema Nacional de
       Desenvolvimento Urbano.;
       <A avaliação dos avanços e as dificuldades das atividades desenvolvidas pelo FNRU e pelos fóruns regionais, com vistas a responder aos princípios
       do direito à cidade e aos objetivos da reforma urbana no Brasil.
       <O compartilhamento de experiências com outros sujeitos políticos, na perspectiva de traçar ações integradas para a atuação das organizações e
       movimentos sociais para o fortalecimento da rede formada em torno do FNRU na luta pelo direito à cidade e pela reforma urbana.


2
Comunidade Dandara em Belo Horizonte vira
                      símbolo da luta pelo direito de morar
                    - Desapropriação e Reforma Urbana Já! -
Texto de Whelton Pimentel de Freitas - Leleco (Conselheiro Nacional das Cidades / Fórum Mineiro pela Reforma Urbana)



A
       tentos à luta pelo direito de morar, os movimentos
       populares e sociais têm se apresentado muito
       preocupados com a Comunidade Dandara, no
bairro Céu Azul, em Belo Horizonte, Minas Gerais. A
preocupação advém da notícia de que seria expedido o
mandado de despejo no processo de reintegração de
posse que tramita na 20ª vara Cível da Comarca de Belo
Horizonte, com a decisão judicial e em função da forma
como o poder público do Estado de Minas tem tratado as
mais 1.000 famílias que há mais de 3 anos vivem na
Dandara.

A Comunidade Dandara, com bandeiras hasteadas
sobre todas as casas, sinaliza a resistência, o sangue
aguerrido de sua gente que insiste em dizer que sua luta
é justa, legítima, urgente e necessária. Insiste ainda em
dizer, sobretudo, que não pode sair de Dandara porque
não se tem para onde ir, porque o lugar, chamado
Dandara é uma conquista, tem sido libertação, tornou-se
um projeto de vida para milhares de pessoas, sobretudo
para centenas crianças. O sonho de Dandara não pode
ser abortado!
                                                                                                              Vista Aérea da Comunidade Dandara
A comunidade Dandara possui um território de 330 mil                                                          Foto: Blog Movimento Fora Lacerda!
metros quadrados (= 33 hectares). Em um ato de luta,
entorno de toda a comunidade estiveram cerca de 3 mil
pessoas de mãos dadas, simbolicamente e concretamente, dizendo para              No entanto, a Prefeitura de Belo Horizonte e o Governo de Minas Gerais se
as autoridades que não concordam com a decisão que decretou o                    comprometeram em desapropriar o terreno pertencente a uma empresa,
despejo das 1.000 famílias de Dandara e que esta decisão não pode ser            onde o Governo Federal destinaria os recursos para a infraestrutura e
cumprida.                                                                        construção das moradias, mas não cumpriram. A Prefeitura anunciou que
                                                                                                 não passa pelos seus planos a desapropriação e
                                                                                                 procurará outras soluções para as famílias.

                                                                                                 Segundo os últimos dados do Ministério das Cidades, a
                                                                                                 capital mineira não está respondendo a contento às
                                                                                                 contratações do "Programa Minha Casa Minha Vida",
                                                                                                 tendo sido ínfimo o resultado até agora. Com estas
                                                                                                 respostas, os movimentos prevêem muita dificuldade em
                                                                                                 avançar, ainda mais com a constante ameaça de despejo
                                                                                                 pela justiça. Em outubro de 2011, durante todo o Dia das
                                                                                                 Crianças, houve festa na Comunidade, com a presença
                                                                                                 de dezenas de apoiadores que, de muitas maneiras,
                                                                                                 contribuíram e se solidarizaram com as crianças, que são
                                                                                                 centenas. Foi um dia de muita festa e de muito gesto
                                                                                                 solidário.

                                                                                                 Recentemente, o relator e assessor da Relatoria do
                                                                                                 Direito à Cidade da Plataforma DHESCA, que também
                                                                                                 acompanhou o injusto e truculento despejo na Cidade de
                                                                                                 Itabira, formalizou um relatório para as autoridades,
                                                                                                 denunciando a violação dos direitos humanos e do direito
                                                                                                 de morar, aumentando ainda mais o contingente de
                                                                                                 instituições na luta pela desapropriação e solução
  Protesto dos moradores da Comunidade Dandara
                                                                                                 definitiva para as famílias do Dandara. Estamos atentos
  Foto: Blog Dandara - Ocupação Rururbana
                                                                                                 e unidos nessa causa.

                                                                                                                                                             3
FNRU na Rio+20 e Cúpula dos Povos
    Bartíria Lima da Costa (Confederação Nacional de Associações de Moradores - CONAM)



    R
            io+20: Trata-se da Conferência Internacional das Nações Unidas
            com a participação de 193 países que será realizada de 16 a 23 de
            junho no Rio de Janeiro. O objetivo da Rio+20 é apresentar um
    modelo de desenvolvimento fazendo o debate nos 3 pilares: Ambiental,
    social e econômico. A realização da Rio+20 e da Cúpula dos Povos após
    20 anos da Eco92, reforça a centralidade da luta por justiça ambiental em
    oposição ao modelo capitalista. A tentativa do esverdeamento do
    capitalismo é um alerta para que os movimentos sociais reforcem a
    resistência e assumam o protagonismo na construção de alternativas
    verdadeiras à crise.

    Consideramos este evento como um marco para o fortalecimento do
    diálogo e das alianças, para a definição de uma plataforma e de um
    programa de luta comum para as organizações de habitantes, rurais, de
    trabalhadores, de mulheres, ambientais e de todos aqueles que lutam
    pela gestão integral do território, pelo o reequilíbrio das relações entre
    urbano e rural, pelo direito à cidade e pelo o direito à Terra.

    O FNRU estará participando na Cúpula dos Povos com uma grande
    mobilização, realizando oficinas com parceiros nacionais e
    internacionais. Neste sentido, chamamos a todos (as) para construir uma
    agenda unificada que dê conta de tornar a vida dos cidadãos e cidadãs
    mais digna, com equilíbrio para o planeta, respeito e justiça social.

    FNRU
    Coordenação Nacional
                                                                                   Expediente
    ABEA - Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e Urbanismo
    ACTIONAID DO BRASIL
    AGB - Associação dos Geógrafos Brasileiros
    ANTP - Associação Nacional de Transportes Públicos
    CAAP - Centro de Assessoria à Autogestão Popular
    CENDHEC - Centro Dom Helder Camara de Estudos e Ação Social                   Secretaria do Fórum Nacional de Reforma Urbana
    CMP - Central de Movimentos Populares                                         Rua Eça de Queirós, 346, Vila Mariana
    CONAM Confederação Nacional de Associações de Moradores                       São Paulo-SP - CEP 04011-050
    CFESS - Conselho Federal de Serviço Social                                    Telefone - (11) 5084-1073.
    FASE - Federação dos Órgãos para Assistência Social e Educacional             E-mail: secretaria.fnru@gmail.com
    FENAE - Federação Nacional das Associações de Empregados da Caixa Econômica   Skype: secretaria.fnru
    FENEA - Federação Nacional dos Estudantes de Arquitetura e Urbanismo do       Site: www.forumreformaurbana.org.br
    Brasil
                                                                                  Colaboradores deste Boletim
    FISENGE - Federação Interestadual dos Sindicatos de Engenheiros
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    FNA - Federação Nacional de Arquitetos
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    FÓRUM SUL DE REFORMA URBANA                                                   Paulo Lago - jornalista (Cendhec).
    FUNDAÇÃO BENTO RUBIÃO
    GT URBANO DO FAOR - Fórum da Amazônia Oriental                                Apoio
    HABITAT PARA HUMANIDADE BRASIL
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    IBASE - Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas
    INSTITUTO POLIS - Instituto de Estudos, Formação e Assessoria em Políticas
    Sociais
    MNLM - Movimento Nacional de Luta pela Moradia
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    TERRA DE DIREITOS
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Fórum de Reforma Urbana deve reafirmar luta por moradia e cidade

  • 1. Edição do Jornal do FNRU – Fórum Nacional de Reforma Urbana Nº 05 - Março/2012 Fórum de Reforma Urbana deve reafirmar sua luta em defesa da função social da propriedade e da cidade Benedito Barbosa (Central de Movimentos Populares-CMP) O Fórum Nacional de Reforma chega neste Encontro Nacional com construções de moradias populares. Nesta direção o Decreto enormes desafios a serem enfrentados, considerando que a Presidencial que paralisou os projetos habitacionais realizados pelas conjuntura dos últimos dois anos aprofundou ainda mais a crise Associações, aprofundou a desconfiança e o processo de criminalização urbana e as desigualdades em nossas cidades, apontando para às com nossas entidades e dificultou ainda mais o repasse de recursos para nossas entidades que tipo de agenda a ser enfrentada. o referido programa. O FNRU tratou junto ao governo por diversas vezes desta questão, no entanto, os Nos últimos dois anos os conflitos entraves parecem insuperáveis. urbanos aprofundaram nas cidades as disputas pela terra urbana Outra questão importante foi a gerando um enorme passivo social mobilização no mês de outubro no em todas as regiões do país, do Dia Mundial do Habitat, em que Amazonas ao Rio Grande do Sul, as cerca de 2000 mil pessoas de remoções e os despejos se nossas entidades estiveram multiplicaram, face ao conjunto de Brasília para avançarmos nesta obras de infra-estrutura que ocorre pauta da Reforma Urbana. A em todas as regiões, em função da caravana foi marco na agenda de Copa/Olimpíadas e dos Projetos do lutas do FNRU no de 2011, no PAC, com o crescente processo de entanto até este momento ainda supervalorização da terra urbana, não fomos recebidos pela em que pese todo esforço do Fórum Presidente Dilma. de tentar enfrentar esta questão, levando esta pauta ao Ministério das No Concidades e nas Ruas, em todas Cidades e a Secretaria Geral da as regiões do País nos mobilizamos Presidência do Governo Federal. em defesa da reforma urbana e pelo direito à cidade, para garantir o Na questão dos programas habitacionais, a lógica do Programa Minha direito a moradia, ao saneamento, mobilidade e à terra urbanizada. Casa Minha Vida, tem fortalecido ainda mais o projeto das empreiteiras, basta verificar a enorme diferença entre os investimentos e o que é Nesta direção este encontro deve reafirmar a determinação de repassado para as empreiteiras e o que é repassado para as Associações continuarmos a lutar por um país que garanta o real acesso dos pobres à de Moradores no Programa Minha Casa Minha Vida Entidades, para Cidade.
  • 2. Encontro do Fórum Nacional de Reforma Urbana acontece em São Paulo Tânia Diniz (Conselho Federal de Serviço Social - CFESS) V ivemos, na atualidade, uma grave crise urbana, produto da dinâmica capitalista de produção e gestão das cidades, da criminalização dos movimentos sociais, das diferentes formas de desigualdade e segregação sócio-espacial, que expressam os interesses de grupos particulares no processo de fortalecimento de um projeto societário cujo norte é o livre desenvolvimento econômico, com a manutenção da concentração da riqueza e da terra. Com o objetivo de discutir estratégias de lutas contra essas lógicas particularistas, de atualizar a agenda da reforma urbana na perspectiva da construção de cidades democráticas e inclusivas, de aprofundar o debate sobre o tipo de desenvolvimento que queremos, o Fórum Nacional de Reforma Urbana, uma articulação de entidades da sociedade organizada formada desde 1987, que luta pela democratização da gestão das cidades e pela garantia de condições dignas de vida para todas e todos, realiza seu encontro nacional nos dias 15, 16 e 17 de março de 2012, em São Paulo. Serão realizadas conferencias, painéis e oficinas, considerados todos como momentos importantes de articulação, mas também de qualificação, formação e mobilização dos movimentos sociais e da sociedade civil para influir nos espaços de discussão de políticas públicas e gestão de cidades. O debate, que deverá ocorrer durante os três dias do encontro, subsidiará esses sujeitos políticos nas formas de intervir na realidade urbana, nas atividades estratégicas para o avanço da luta pela reforma urbana e pelo direito à cidade, na perspectiva da radicalização da democracia no Brasil. Assim, serão debatidos durante o encontro: Temas em debate no Encontro do FNRU <A importância da formação e qualificação de lideranças dos movimentos sociais urbanos, articuladas nos fóruns locais, regionais e no FNRU. <A efetivação e implementação de leis, programas e projetos que garantam os direitos sociais conquistados na Constituição Federal. <O monitoramento e avaliação da implementação e difusão dos instrumentos de exigibilidade do direito à moradia e à cidade. <A efetivação e implementação de leis, programas e projetos que enfrentem as desigualdades sociais vivenciadas pelas mulheres e pelos grupos étnico-raciais historicamente marginalizados e excluídos do direito à cidade. <A mobilização social na luta pela efetivação dos direitos humanos, econômicos, sociais e no desenvolvimento cultural e ambiental. <A ampliação da articulação e da comunicação da rede de reforma urbana, produzindo maior sinergia e capacidade de incidência sobre os processos. <As estratégias do FNRU para a implementação do Sistema Nacional de Desenvolvimento Urbano. <A discussão das estratégias coletivas para a aprovação da Política Nacional de Desenvolvimento Urbano e implementação do Sistema Nacional de Desenvolvimento Urbano.; <A avaliação dos avanços e as dificuldades das atividades desenvolvidas pelo FNRU e pelos fóruns regionais, com vistas a responder aos princípios do direito à cidade e aos objetivos da reforma urbana no Brasil. <O compartilhamento de experiências com outros sujeitos políticos, na perspectiva de traçar ações integradas para a atuação das organizações e movimentos sociais para o fortalecimento da rede formada em torno do FNRU na luta pelo direito à cidade e pela reforma urbana. 2
  • 3. Comunidade Dandara em Belo Horizonte vira símbolo da luta pelo direito de morar - Desapropriação e Reforma Urbana Já! - Texto de Whelton Pimentel de Freitas - Leleco (Conselheiro Nacional das Cidades / Fórum Mineiro pela Reforma Urbana) A tentos à luta pelo direito de morar, os movimentos populares e sociais têm se apresentado muito preocupados com a Comunidade Dandara, no bairro Céu Azul, em Belo Horizonte, Minas Gerais. A preocupação advém da notícia de que seria expedido o mandado de despejo no processo de reintegração de posse que tramita na 20ª vara Cível da Comarca de Belo Horizonte, com a decisão judicial e em função da forma como o poder público do Estado de Minas tem tratado as mais 1.000 famílias que há mais de 3 anos vivem na Dandara. A Comunidade Dandara, com bandeiras hasteadas sobre todas as casas, sinaliza a resistência, o sangue aguerrido de sua gente que insiste em dizer que sua luta é justa, legítima, urgente e necessária. Insiste ainda em dizer, sobretudo, que não pode sair de Dandara porque não se tem para onde ir, porque o lugar, chamado Dandara é uma conquista, tem sido libertação, tornou-se um projeto de vida para milhares de pessoas, sobretudo para centenas crianças. O sonho de Dandara não pode ser abortado! Vista Aérea da Comunidade Dandara A comunidade Dandara possui um território de 330 mil Foto: Blog Movimento Fora Lacerda! metros quadrados (= 33 hectares). Em um ato de luta, entorno de toda a comunidade estiveram cerca de 3 mil pessoas de mãos dadas, simbolicamente e concretamente, dizendo para No entanto, a Prefeitura de Belo Horizonte e o Governo de Minas Gerais se as autoridades que não concordam com a decisão que decretou o comprometeram em desapropriar o terreno pertencente a uma empresa, despejo das 1.000 famílias de Dandara e que esta decisão não pode ser onde o Governo Federal destinaria os recursos para a infraestrutura e cumprida. construção das moradias, mas não cumpriram. A Prefeitura anunciou que não passa pelos seus planos a desapropriação e procurará outras soluções para as famílias. Segundo os últimos dados do Ministério das Cidades, a capital mineira não está respondendo a contento às contratações do "Programa Minha Casa Minha Vida", tendo sido ínfimo o resultado até agora. Com estas respostas, os movimentos prevêem muita dificuldade em avançar, ainda mais com a constante ameaça de despejo pela justiça. Em outubro de 2011, durante todo o Dia das Crianças, houve festa na Comunidade, com a presença de dezenas de apoiadores que, de muitas maneiras, contribuíram e se solidarizaram com as crianças, que são centenas. Foi um dia de muita festa e de muito gesto solidário. Recentemente, o relator e assessor da Relatoria do Direito à Cidade da Plataforma DHESCA, que também acompanhou o injusto e truculento despejo na Cidade de Itabira, formalizou um relatório para as autoridades, denunciando a violação dos direitos humanos e do direito de morar, aumentando ainda mais o contingente de instituições na luta pela desapropriação e solução Protesto dos moradores da Comunidade Dandara definitiva para as famílias do Dandara. Estamos atentos Foto: Blog Dandara - Ocupação Rururbana e unidos nessa causa. 3
  • 4. FNRU na Rio+20 e Cúpula dos Povos Bartíria Lima da Costa (Confederação Nacional de Associações de Moradores - CONAM) R io+20: Trata-se da Conferência Internacional das Nações Unidas com a participação de 193 países que será realizada de 16 a 23 de junho no Rio de Janeiro. O objetivo da Rio+20 é apresentar um modelo de desenvolvimento fazendo o debate nos 3 pilares: Ambiental, social e econômico. A realização da Rio+20 e da Cúpula dos Povos após 20 anos da Eco92, reforça a centralidade da luta por justiça ambiental em oposição ao modelo capitalista. A tentativa do esverdeamento do capitalismo é um alerta para que os movimentos sociais reforcem a resistência e assumam o protagonismo na construção de alternativas verdadeiras à crise. Consideramos este evento como um marco para o fortalecimento do diálogo e das alianças, para a definição de uma plataforma e de um programa de luta comum para as organizações de habitantes, rurais, de trabalhadores, de mulheres, ambientais e de todos aqueles que lutam pela gestão integral do território, pelo o reequilíbrio das relações entre urbano e rural, pelo direito à cidade e pelo o direito à Terra. O FNRU estará participando na Cúpula dos Povos com uma grande mobilização, realizando oficinas com parceiros nacionais e internacionais. Neste sentido, chamamos a todos (as) para construir uma agenda unificada que dê conta de tornar a vida dos cidadãos e cidadãs mais digna, com equilíbrio para o planeta, respeito e justiça social. FNRU Coordenação Nacional Expediente ABEA - Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e Urbanismo ACTIONAID DO BRASIL AGB - Associação dos Geógrafos Brasileiros ANTP - Associação Nacional de Transportes Públicos CAAP - Centro de Assessoria à Autogestão Popular CENDHEC - Centro Dom Helder Camara de Estudos e Ação Social Secretaria do Fórum Nacional de Reforma Urbana CMP - Central de Movimentos Populares Rua Eça de Queirós, 346, Vila Mariana CONAM Confederação Nacional de Associações de Moradores São Paulo-SP - CEP 04011-050 CFESS - Conselho Federal de Serviço Social Telefone - (11) 5084-1073. FASE - Federação dos Órgãos para Assistência Social e Educacional E-mail: secretaria.fnru@gmail.com FENAE - Federação Nacional das Associações de Empregados da Caixa Econômica Skype: secretaria.fnru FENEA - Federação Nacional dos Estudantes de Arquitetura e Urbanismo do Site: www.forumreformaurbana.org.br Brasil Colaboradores deste Boletim FISENGE - Federação Interestadual dos Sindicatos de Engenheiros Mércia Alves (CENDHEC), Benedito Barbosa (CMP), Tânia Diniz (CFESS), Whelton FNA - Federação Nacional de Arquitetos Pimentel de Freitas - Leleco (Fórum Reforma Urbana-MG), Bartíria Lima da FÓRUM DA AMAZÔNIA OCIDENTAL Costa (CONAM). FÓRUM NORDESTE DE REFORMA URBANA Edição e Diagramação FÓRUM SUL DE REFORMA URBANA Paulo Lago - jornalista (Cendhec). FUNDAÇÃO BENTO RUBIÃO GT URBANO DO FAOR - Fórum da Amazônia Oriental Apoio HABITAT PARA HUMANIDADE BRASIL IBAM - Instituto Brasileiro de Administração Municipal IBASE - Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas INSTITUTO POLIS - Instituto de Estudos, Formação e Assessoria em Políticas Sociais MNLM - Movimento Nacional de Luta pela Moradia OBSERVATÓRIO DAS METRÓPOLES IPPUR/UFRJ/FASE TERRA DE DIREITOS UNMP - União Nacional por Moradia Popular 4