1) O documento discute a natureza do espaço a partir da Teoria da Ação Comunicativa de Habermas, propondo que o espaço tem uma natureza comunicativa ou pública resultante das interações humanas nele. 2) Analisa como a natureza do espaço é tanto instrumental-privada quanto comunicativa-pública, dependendo do uso da técnica, tempo, razão e emoção pelos atores espaciais. 3) Argumenta que um espaço comunicativo é fundamentado na razão comunicativa e ações orientadas ao entendimento mútuo, em contraste com a natureza
O documento discute os conceitos de território e desterritorialização. Apresenta uma estrutura geral com os tópicos abordados e discute brevemente a trajetória conceitual do território, rompendo dicotomias entre fixação-mobilidade e continuidade-discontinuidade. Aborda os territórios-zona e territórios-rede, além de múltiplos tipos de territórios e desterritorialização, incluindo a multiterritorialidade e o exemplo das diásporas de migrantes.
Haesbaert, dos múltiplos territórios á multiterritorialidadeFilipe Carvalho
1. O documento discute a noção de multiterritorialidade como resposta aos processos de (re)territorialização complexos que estamos vivenciando, construindo territórios múltiplos.
2. É definido território como um continuum entre dominação e apropriação, sempre carregado de significados simbólicos e relações de poder.
3. São distinguidos dois tipos ideais de território - funcional ligado a dominação e recursos, e simbólico ligado a apropriação e identidade - reconhecendo que na prática todos os
O documento discute diferentes conceitos de território apresentados por diversos autores. Raffestin define território como um espaço onde se projetou trabalho e poder, revelando relações de poder. Andrade diferencia território de espaço e o associa a ideia de domínio. Santos vê a formação do território definida pela história e configurada por técnicas e dialética espacial.
EspaçO Territorio Ambiente Marilia SteinbergMyris Silva
1) O documento discute as relações entre espaço, território e meio ambiente na teoria de Milton Santos, explicando que esses conceitos estão interligados e não devem ser vistos de forma separada.
2) A teoria de Santos define espaço como uma categoria histórica e permanente que é tanto social quanto natureza, e cuja compreensão é fundamental para entender o território e suas derivações.
3) O documento também aborda a evolução histórica da relação entre sociedade e meio, passando do meio natural para o meio técnico e
O documento discute a relação entre território, conhecimento e museus. Ele explica que a ocupação humana da Terra permitiu a construção de modelos culturais e a exploração dos recursos ambientais. A curadoria permite a intersecção entre conceitos como geoparque e museu de território, expandindo o acesso público ao patrimônio cultural de forma física e virtual.
Geografia humana clédson categoria e autoresGabriela Souza
1. O documento discute os conceitos de paisagem, território e rede a partir da perspectiva de diferentes autores.
2. Sobre paisagem, apresenta os pensamentos de Bertrand e Sauer, que definem paisagem como um conjunto dinâmico de elementos naturais e antrópicos.
3. Sobre território, expõe as ideias de Ratzel, que vê território como espaço necessário para evolução de povos, e de Raffestin, que entende território como produto de relações de poder sobre o espaço.
4. A
Este documento discute as práticas de restituição na etnografia com imagens. Ele descreve como as imagens podem ser usadas para compartilhar pesquisas etnográficas de forma ética com as comunidades pesquisadas e com futuras gerações. Também relata experiências de dois núcleos de pesquisa em antropologia visual na UFRGS que usam exposições, publicações e eventos para divulgar trabalhos de estudantes e pesquisadores.
O documento descreve o método do Projeto Poético em 4 etapas: 1) conceituação, 2) levantamento, 3) concepção e 4) justificativa. Ele também discute como objetos podem ser considerados meios de comunicação e define objetos estéticos versus objetos físicos, argumentando que objetos projetados poeticamente podem promover experiências estéticas e refiguração do receptor.
O documento discute os conceitos de território e desterritorialização. Apresenta uma estrutura geral com os tópicos abordados e discute brevemente a trajetória conceitual do território, rompendo dicotomias entre fixação-mobilidade e continuidade-discontinuidade. Aborda os territórios-zona e territórios-rede, além de múltiplos tipos de territórios e desterritorialização, incluindo a multiterritorialidade e o exemplo das diásporas de migrantes.
Haesbaert, dos múltiplos territórios á multiterritorialidadeFilipe Carvalho
1. O documento discute a noção de multiterritorialidade como resposta aos processos de (re)territorialização complexos que estamos vivenciando, construindo territórios múltiplos.
2. É definido território como um continuum entre dominação e apropriação, sempre carregado de significados simbólicos e relações de poder.
3. São distinguidos dois tipos ideais de território - funcional ligado a dominação e recursos, e simbólico ligado a apropriação e identidade - reconhecendo que na prática todos os
O documento discute diferentes conceitos de território apresentados por diversos autores. Raffestin define território como um espaço onde se projetou trabalho e poder, revelando relações de poder. Andrade diferencia território de espaço e o associa a ideia de domínio. Santos vê a formação do território definida pela história e configurada por técnicas e dialética espacial.
EspaçO Territorio Ambiente Marilia SteinbergMyris Silva
1) O documento discute as relações entre espaço, território e meio ambiente na teoria de Milton Santos, explicando que esses conceitos estão interligados e não devem ser vistos de forma separada.
2) A teoria de Santos define espaço como uma categoria histórica e permanente que é tanto social quanto natureza, e cuja compreensão é fundamental para entender o território e suas derivações.
3) O documento também aborda a evolução histórica da relação entre sociedade e meio, passando do meio natural para o meio técnico e
O documento discute a relação entre território, conhecimento e museus. Ele explica que a ocupação humana da Terra permitiu a construção de modelos culturais e a exploração dos recursos ambientais. A curadoria permite a intersecção entre conceitos como geoparque e museu de território, expandindo o acesso público ao patrimônio cultural de forma física e virtual.
Geografia humana clédson categoria e autoresGabriela Souza
1. O documento discute os conceitos de paisagem, território e rede a partir da perspectiva de diferentes autores.
2. Sobre paisagem, apresenta os pensamentos de Bertrand e Sauer, que definem paisagem como um conjunto dinâmico de elementos naturais e antrópicos.
3. Sobre território, expõe as ideias de Ratzel, que vê território como espaço necessário para evolução de povos, e de Raffestin, que entende território como produto de relações de poder sobre o espaço.
4. A
Este documento discute as práticas de restituição na etnografia com imagens. Ele descreve como as imagens podem ser usadas para compartilhar pesquisas etnográficas de forma ética com as comunidades pesquisadas e com futuras gerações. Também relata experiências de dois núcleos de pesquisa em antropologia visual na UFRGS que usam exposições, publicações e eventos para divulgar trabalhos de estudantes e pesquisadores.
O documento descreve o método do Projeto Poético em 4 etapas: 1) conceituação, 2) levantamento, 3) concepção e 4) justificativa. Ele também discute como objetos podem ser considerados meios de comunicação e define objetos estéticos versus objetos físicos, argumentando que objetos projetados poeticamente podem promover experiências estéticas e refiguração do receptor.
O documento discute a relação entre o cotidiano e a linguagem. Apresenta a obra de Maria Lourdes Motter, que destaca o vínculo entre esses conceitos e como a linguagem media as interações no cotidiano. Também discute o papel do gestor de comunicação como um mediador entre sujeitos posicionados de forma diferente no sistema comunicacional.
O documento discute as abordagens da geografia cultural, definindo-a como a associação entre o homem e a terra, transformando o meio ambiente de acordo com suas necessidades e construindo sua identidade. Apresenta três eixos para a análise geográfica da cultura: as percepções sensoriais, a comunicação cultural e as identidades construídas. Conclui afirmando que todas as culturas constroem conhecimentos sobre o espaço de forma diversa.
O documento discute as características da corrente humanista da geografia, que se opõe à abordagem racionalista e objetiva da ciência geográfica praticada até a década de 1970. A geografia humanista enfatiza a subjetividade, a interpretação dos espaços vividos e a compreensão dos lugares por meio da empatia e das significações atribuídas pelos grupos sociais. O método privilegiado é a hermenêutica, buscando interpretar os valores e representações simbólicas associadas aos lugares.
O documento discute o sentido formativo da geografia em 3 frases:
1) A geografia tem como objetivo ajudar as pessoas a entenderem o mundo em que vivem, explicando como as sociedades se instalam e transformam diferentes lugares.
2) Ao longo da história, a geografia serviu para legitimar a expansão colonial européia e a formação dos Estados modernos, representando um discurso específico sobre o espaço.
3) Na modernidade, um papel central da geografia foi afirmar noções de pátria e pertencimento, material
O documento apresenta uma introdução à geografia, definindo-a como o estudo do espaço e explicando como ela se tornou uma ciência. Também define e descreve categorias geográficas fundamentais como paisagem, território, lugar, região e espaço geográfico.
O documento discute o objeto de estudo e os princípios da Geografia. Apresenta as diferentes visões sobre o que a Geografia estuda, como a superfície terrestre, a paisagem ou as inter-relações entre sociedade e natureza. Também descreve os principais pressupostos históricos e teóricos que levaram à sistematização da Geografia como ciência, com ênfase nos trabalhos de Alexander Von Humboldt e Karl Ritter na Alemanha do século XIX.
A evolução do conceito de espaço geográficoLadislau Reis
O documento descreve a evolução do conceito de espaço geográfico ao longo da história da geografia, desde definições iniciais de Aristóteles e Kant até autores contemporâneos. Aborda diferentes perspectivas como espaço absoluto, relativo, produzido socialmente e como construção cultural. Destaca a contribuição de Milton Santos para conceituar o espaço geográfico como produto das relações sociais historicamente determinadas.
O documento discute o Programa de Avaliação Seriada (PAS) da Universidade de Brasília, que realiza provas ao final de cada série do ensino médio usando uma Matriz de Referência. A Matriz estabelece objetos de conhecimento interdisciplinares e habilidades a serem avaliadas, como compreensão, raciocínio e capacidade de proposta de intervenção. O PAS busca selecionar estudantes capazes de pensar criticamente sobre questões relevantes para a sociedade de forma ética e responsável.
Este documento discute a evolução do conceito de lugar na Geografia ao longo do tempo. Inicialmente, lugar era visto como uma localização, mas passou a ser tratado como categoria de análise essencial a partir da Geografia Humanista, que enfatizou a experiência vivida do sujeito no lugar. A Geografia Crítica acrescentou a análise do lugar no contexto do mundo globalizado, considerando a homogeneização e a singularidade dos lugares. O texto descreve essas diferentes abordagens e como autores como Relph, Tuan e Buttimer contrib
1) Há diferentes perspectivas para se observar uma mesma paisagem dependendo do interesse e formação de quem observa;
2) Algumas visões enxergam a paisagem como natureza dominante, habitat humano, artefato criado pelo homem ou sistema complexo;
3) Outras visões analisam a paisagem como problema social, riqueza econômica, ideologia cultural ou registro histórico em evolução.
A Geografia Serve Para Desvendar Máscaras Sociais - Ruy MoreiraSamuel Viana
Este documento discute a natureza social do espaço geográfico e a função ideológica da geografia. Argumenta que o arranjo espacial reflete as relações sociais de classes e que a geografia deve ser entendida como uma ciência social, com o objetivo de compreender as formações econômico-sociais. Também defende que os objetos espaciais só podem ser compreendidos dentro de sua totalidade social.
I) O conceito de região não é exclusivo da Geografia, mas também está relacionado a discussões políticas, organização cultural e representações de autonomia e soberania;
II) Gomes (1995) distinguiu três domínios onde o conceito de região está presente: no senso comum, como unidade administrativa e nas ciências;
III) A Geografia privilegia a discussão do conceito de região, sendo este um de seus conceitos-chave.
Este artigo discute três perspectivas para analisar o discurso interacional: 1) analisar os padrões do discurso na interação para entender como a realidade social é construída, 2) ligar esses padrões às condições sociais e históricas da produção do discurso, 3) entender o discurso como forma de ação social inscrita nas condições da interação.
Sinergias entre o ativismo transmídia e as mídias locativas e móveisJoão Massarolo
O documento discute as sinergias entre ativismo transmídia e mídias locativas para a produção de espaços de resistência. Apresenta estratégias de mobilização que utilizam diversas plataformas e a conectividade móvel para difundir causas, como ocorreu nos movimentos no Egito e na Colômbia. Também aborda o potencial das narrativas imersivas em videogames e realidade aumentada para engajamento político.
Presentazione del seminario "Etiopia e diritto alla salute:la sinergia tra ricerca e cooperazione" a cura di Valeria Pecchioni, responsabile ufficio progetti Comitato Collaborazione Medica
This document summarizes the kickoff meeting of the Student Experience Sub-Committee of LSU's Transition Advisory Team. The meeting began with welcome remarks emphasizing the importance of students to the university's success. The sub-committee's charter is to make recommendations around student access, support for student success, service learning, and workforce opportunities. Members introduced themselves. The advisory team's objectives and process were outlined. Upcoming sub-committee meetings and potential presenters on topics like the student experience and workforce needs were discussed. Public input will also be gathered through an online survey.
The document discusses how the media production follows, develops, and challenges conventions of real media products.
For the main task of fashion advertisements, camera angles and shot types mainly followed conventions but were also developed, such as incorporating more advanced camera movements.
For the ancillary sponsorship task, editing techniques mainly followed conventions but one technique was developed by adding a freeze frame. Shot types also developed conventions by including a medium close up.
For the pop-up task, content and shot types mainly followed conventions but were also developed, such as using additional images and shots. Formatting of the title and inclusion of a slogan challenged conventions.
Xe tải Dongfeng 3 chân 14T5 Đời 2015 có tải trọng 14T2 - 6X2 có Hộp số đồng tốc công nghệ Isuzu.Xe dongfeng 3 chân động cơ Yuchai 240Hp là sản phẩm Ưu Việt.Xe tải dongfeng 14t5 Tiêu hao nhiên liệu: 21L/100KM
O documento discute a relação entre o cotidiano e a linguagem. Apresenta a obra de Maria Lourdes Motter, que destaca o vínculo entre esses conceitos e como a linguagem media as interações no cotidiano. Também discute o papel do gestor de comunicação como um mediador entre sujeitos posicionados de forma diferente no sistema comunicacional.
O documento discute as abordagens da geografia cultural, definindo-a como a associação entre o homem e a terra, transformando o meio ambiente de acordo com suas necessidades e construindo sua identidade. Apresenta três eixos para a análise geográfica da cultura: as percepções sensoriais, a comunicação cultural e as identidades construídas. Conclui afirmando que todas as culturas constroem conhecimentos sobre o espaço de forma diversa.
O documento discute as características da corrente humanista da geografia, que se opõe à abordagem racionalista e objetiva da ciência geográfica praticada até a década de 1970. A geografia humanista enfatiza a subjetividade, a interpretação dos espaços vividos e a compreensão dos lugares por meio da empatia e das significações atribuídas pelos grupos sociais. O método privilegiado é a hermenêutica, buscando interpretar os valores e representações simbólicas associadas aos lugares.
O documento discute o sentido formativo da geografia em 3 frases:
1) A geografia tem como objetivo ajudar as pessoas a entenderem o mundo em que vivem, explicando como as sociedades se instalam e transformam diferentes lugares.
2) Ao longo da história, a geografia serviu para legitimar a expansão colonial européia e a formação dos Estados modernos, representando um discurso específico sobre o espaço.
3) Na modernidade, um papel central da geografia foi afirmar noções de pátria e pertencimento, material
O documento apresenta uma introdução à geografia, definindo-a como o estudo do espaço e explicando como ela se tornou uma ciência. Também define e descreve categorias geográficas fundamentais como paisagem, território, lugar, região e espaço geográfico.
O documento discute o objeto de estudo e os princípios da Geografia. Apresenta as diferentes visões sobre o que a Geografia estuda, como a superfície terrestre, a paisagem ou as inter-relações entre sociedade e natureza. Também descreve os principais pressupostos históricos e teóricos que levaram à sistematização da Geografia como ciência, com ênfase nos trabalhos de Alexander Von Humboldt e Karl Ritter na Alemanha do século XIX.
A evolução do conceito de espaço geográficoLadislau Reis
O documento descreve a evolução do conceito de espaço geográfico ao longo da história da geografia, desde definições iniciais de Aristóteles e Kant até autores contemporâneos. Aborda diferentes perspectivas como espaço absoluto, relativo, produzido socialmente e como construção cultural. Destaca a contribuição de Milton Santos para conceituar o espaço geográfico como produto das relações sociais historicamente determinadas.
O documento discute o Programa de Avaliação Seriada (PAS) da Universidade de Brasília, que realiza provas ao final de cada série do ensino médio usando uma Matriz de Referência. A Matriz estabelece objetos de conhecimento interdisciplinares e habilidades a serem avaliadas, como compreensão, raciocínio e capacidade de proposta de intervenção. O PAS busca selecionar estudantes capazes de pensar criticamente sobre questões relevantes para a sociedade de forma ética e responsável.
Este documento discute a evolução do conceito de lugar na Geografia ao longo do tempo. Inicialmente, lugar era visto como uma localização, mas passou a ser tratado como categoria de análise essencial a partir da Geografia Humanista, que enfatizou a experiência vivida do sujeito no lugar. A Geografia Crítica acrescentou a análise do lugar no contexto do mundo globalizado, considerando a homogeneização e a singularidade dos lugares. O texto descreve essas diferentes abordagens e como autores como Relph, Tuan e Buttimer contrib
1) Há diferentes perspectivas para se observar uma mesma paisagem dependendo do interesse e formação de quem observa;
2) Algumas visões enxergam a paisagem como natureza dominante, habitat humano, artefato criado pelo homem ou sistema complexo;
3) Outras visões analisam a paisagem como problema social, riqueza econômica, ideologia cultural ou registro histórico em evolução.
A Geografia Serve Para Desvendar Máscaras Sociais - Ruy MoreiraSamuel Viana
Este documento discute a natureza social do espaço geográfico e a função ideológica da geografia. Argumenta que o arranjo espacial reflete as relações sociais de classes e que a geografia deve ser entendida como uma ciência social, com o objetivo de compreender as formações econômico-sociais. Também defende que os objetos espaciais só podem ser compreendidos dentro de sua totalidade social.
I) O conceito de região não é exclusivo da Geografia, mas também está relacionado a discussões políticas, organização cultural e representações de autonomia e soberania;
II) Gomes (1995) distinguiu três domínios onde o conceito de região está presente: no senso comum, como unidade administrativa e nas ciências;
III) A Geografia privilegia a discussão do conceito de região, sendo este um de seus conceitos-chave.
Este artigo discute três perspectivas para analisar o discurso interacional: 1) analisar os padrões do discurso na interação para entender como a realidade social é construída, 2) ligar esses padrões às condições sociais e históricas da produção do discurso, 3) entender o discurso como forma de ação social inscrita nas condições da interação.
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O documento discute as sinergias entre ativismo transmídia e mídias locativas para a produção de espaços de resistência. Apresenta estratégias de mobilização que utilizam diversas plataformas e a conectividade móvel para difundir causas, como ocorreu nos movimentos no Egito e na Colômbia. Também aborda o potencial das narrativas imersivas em videogames e realidade aumentada para engajamento político.
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This document summarizes the kickoff meeting of the Student Experience Sub-Committee of LSU's Transition Advisory Team. The meeting began with welcome remarks emphasizing the importance of students to the university's success. The sub-committee's charter is to make recommendations around student access, support for student success, service learning, and workforce opportunities. Members introduced themselves. The advisory team's objectives and process were outlined. Upcoming sub-committee meetings and potential presenters on topics like the student experience and workforce needs were discussed. Public input will also be gathered through an online survey.
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Split, Croatia began as a retirement villa for the Roman Emperor Diocletian and became a large city. Diocletian's palace, built in the 4th century AD, still stands at the heart of Split. The palace was constructed in the shape of a Roman military camp with high walls and gates, and an interior layout of streets and colonnades. Today the palace remains inhabited and is considered a living part of the city.
The document defines carbon footprint as the total amount of greenhouse gases produced directly and indirectly by human activities, usually expressed in tons of carbon dioxide. A carbon footprint is generated through activities like driving a car, heating a home, and producing goods, as these activities produce carbon dioxide and other greenhouse gases. Global warming occurs when too much carbon dioxide and other greenhouse gases accumulate in the atmosphere and increase its temperature, causing changes to the climate such as melting glaciers, rising sea levels, and damaged ecosystems. The document was written by Silvia Halamičková of class 9.C.
La incidencia mide la aparición de nuevos casos de una enfermedad en un periodo de tiempo, mientras que la prevalencia representa el número total de casos, tanto nuevos como antiguos, de una enfermedad en un momento dado. Por ejemplo, la incidencia del cáncer de mama en Málaga es de 0.00013 casos por mujer y año, mientras que la prevalencia de diabetes en un municipio de 9,000 personas es de 1.11%.
Este documento presenta un programa sobre instalaciones eléctricas. Cubre temas como la generación, transmisión y distribución de energía eléctrica, los materiales utilizados en instalaciones, las acometidas eléctricas, el proyecto de instalaciones e iluminación, el mantenimiento eléctrico y las medidas de protección, e instalaciones de muy baja tensión y servicios auxiliares. El objetivo es brindar conocimientos sobre conceptos básicos de electricidad e instalaciones eléctricas domésticas e industri
Este documento discute a contribuição da etnografia para a análise geográfica de territórios e comunidades tradicionais. A territorialidade é vista como um processo de interação entre atores sociais que constrói relações e autonomia. A etnografia, com suas técnicas de trabalho de campo, pode enriquecer o entendimento destas relações e dos processos de territorialização.
Este documento discute a primeira competência específica da área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas da BNCC. A competência permite analisar processos políticos, econômicos, sociais e culturais em diferentes tempos e lugares, considerando diferentes pontos de vista. O documento explica como cada disciplina da área, como Geografia, História e Sociologia, contribui para o desenvolvimento de habilidades relacionadas à competência, como analisar fontes e narrativas para compreender ideias e eventos históricos.
Este documento discute a primeira competência específica da área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas da BNCC. A competência permite analisar processos políticos, econômicos, sociais e culturais em diferentes tempos e lugares, considerando diferentes pontos de vista. O documento explica como cada habilidade da área contribui para o desenvolvimento da competência, listando objetos de conhecimento e exemplos de como integrar os componentes no currículo.
O documento discute os conceitos de espaço geográfico, paisagem, região, território e lugar de acordo com Milton
Santos. O espaço geográfico é formado por sistemas de objetos e ações que interagem e são transformados ao longo do
tempo pelas técnicas e ações sociais. A paisagem expressa as relações entre homem e natureza em um momento,
enquanto o espaço inclui também as dinâmicas sociais. Região e território delimitam áreas com características ou
relações de poder comuns. L
Educação e Cibercultura: tempos de redes sociais, mobilidade, jogos eletrônicosmarcoparangole
O documento discute a integração de jogos eletrônicos no currículo em tempos de mobilidade ubíqua. Apresenta como jogos podem ser usados para estender habilidades humanas através de linguagens e como as tecnologias móveis permitem novas formas de aprendizagem dentro e fora da escola. Também destaca os desafios de compreender a cultura contemporânea em sua complexidade e formar professores capazes de habitar as redes com autoridade pedagógica.
1. O documento discute os impactos das tecnologias de comunicação na sociedade e no indivíduo, argumentando que apesar de prover mais informação e aparatos técnicos, podem reduzir contatos pessoais e aumentar a solidão.
2. A ecologia da comunicação estabelece uma ponte entre a teoria da comunicação e a ecologia humana, estudando a relação entre o meio humano interno e o meio comunicativo externo.
3. As tecnologias de comunicação seguem uma "economia de sinais" onde
Articulando ideias nos/com os Softwares SociaisAlice Costa
Este documento discute as possibilidades educacionais dos softwares sociais como Facebook, Orkut e blogs. Resume que esses softwares ampliam a circulação de informações entre redes sociais e viabilizam o aprendizado fora da escola. Também argumenta que eles permitem novas formas de pensar e construir conhecimento de forma colaborativa.
Resenha: Espaço e Capital: o meio técnico-científico Geisa Andrade
SANTOS, Milton. Da individualidade do espaço total e de sua análise através das instâncias produtivas. IN: Espaço e Método. São Paulo: Nobel, 1985, p. 61-64.
SANTOS, Milton. Espaço e Capital: O meio técnico-científico. IN: Espaço e Método. São Paulo: Nobel, 1985, p.37-48
Este artigo analisa a construção do espaço geográfico e sua relação com o meio ambiente a partir da modernidade. Discute como o espaço geográfico é construído pela atividade humana através do conhecimento técnico-científico e do trabalho, transformando a natureza de acordo com as necessidades humanas. Também aborda como a modernidade trouxe uma separação entre sociedade e natureza, gerando problemas ambientais devido à produção capitalista e ao consumo em larga escala.
A origem da geografia começou na Grécia antiga com Heródoto e Eratóstenes descrevendo terras e calculando a circunferência da Terra. Durante o Império Romano, a geografia foi usada para fins de expansão territorial, e depois foi retomada pelos árabes para aprofundar os conhecimentos. A geografia moderna emergiu no século XIX na Alemanha com enfoque nas relações entre fenômenos naturais e ações humanas.
JORNADA O SOM COMO MATÉRIA PARA PROCESSOS COLETIVOSDiogo de Moraes
Este documento anuncia um evento no Museu Lasar Segall sobre processos coletivos utilizando o som como matéria. O evento contará com apresentações do coletivo Ultra-Red e do artista Ricardo Basbaum, almoço coletivo e protocolos de escuta com o Ultra-Red. O objetivo é explorar intersecções entre os trabalhos dos convidados e práticas de mediação cultural e documentação.
1_Teoria e método na geografia humana.pptxssuserfa333d
O documento discute os conceitos fundamentais da Geografia Humana segundo Max Sorre. Apresenta a Geografia Humana como a parte da Geografia Geral que estuda os homens e suas obras desde o ponto de vista de sua distribuição na superfície terrestre. Discute também os principais elementos de análise da Geografia Humana como situação, área de extensão e gênero de vida; e o método da disciplina focado na plasticidade, mobilidade e formação das paisagens humanas.
Este documento discute a importância da educação em comunicação e fotografia no ensino fundamental. Ele propõe que ensinar essas habilidades desde cedo pode ajudar a desenvolver cidadãos mais críticos em relação à mídia. O documento apresenta um estudo de caso de uma escola pública em São Paulo que ensina fotografia e comunicação para crianças e discute como isso contribui para o desenvolvimento de competências importantes.
Radio - Uma ferramenta de interação sociodiscursivaGrupo Marista
Este documento discute a implementação de rádios escolares em escolas públicas da região de Caxias do Sul como ferramentas de interação sociodiscursiva. A rádio escolar é considerada uma ferramenta para estimular o protagonismo social das comunidades escolares envolvidas e oferecer novos caminhos para a promoção da aprendizagem de crianças, jovens e adultos. O documento apresenta os pressupostos teóricos do interacionismo sociodiscursivo e da sócio-retórica para analisar os gêneros text
Este documento discute as teorias pedagógicas contemporâneas, especificamente a abordagem neocognitiva. Segundo esta abordagem, os indivíduos aprendem através de sua ação no mundo e da interação com outras pessoas. A aprendizagem é vista como uma construção social e cultural mediada por ferramentas cognitivas e experiências sociais. O documento também discute como as tecnologias digitais e a cibercultura podem ser integradas nesta abordagem pedagógica.
A dinâmica dos meios de comunicação de massamarluiz31
Este documento discute a relação entre meios de comunicação de massa, espaço público e diversidade cultural no Brasil. Apresenta a teoria da ação comunicativa de Habermas e como ela propõe que indivíduos reflexivos produzem informações alternativas aos meios de comunicação sistêmicos, difundindo a diversidade cultural. Também argumenta que os meios de comunicação não necessariamente homogeneizam a cultura, mas também ajudam a difundir a diversidade através de meios alternativos e cobertura de questões de minorias.
A arqueologia da mídia surge como uma forma de revisitar as culturas de mídia em uma perspectiva histórica, analisando o contexto macro (científico, histórico, social e cultural) das épocas. Ela busca compreender melhor a composição histórica dos fenômenos midiáticos, especialmente nos estudos em cibercultura, triangularizando história, tempo e arquivo.
Projeto de pesquisa PPG TIDD PUCSP vinculado a RIESLucila Pesce
Apresentacao do projeto de pesquisa em desenvolvimento no PPG TIDD da PUC/SP vinculado ao oitavo item do decalogo da RIES. Apresentacao feita em 21 de junho de 2009, no Flash Meetin, para o Ecotransd.
Semelhante a Bgg a natureza do espaço numa perspectiva comunicativa boletim goiano de geografia (20)
Projeto de pesquisa PPG TIDD PUCSP vinculado a RIES
Bgg a natureza do espaço numa perspectiva comunicativa boletim goiano de geografia
1. A NATUREZA DO ESPAÇO NUMA PERSPECTIVA COMUNICATIVA OU PÚBLICA
THE NATURE OF SPACE IN THE PERSPECTIVE COMMUNICATIVE OR PUBLIC
LA NATUREZA DEL ESPACIO EM UNA PERSPECTIVA COMUNICATICA O PÚBLICA
Resumo
Rosalvo Nobre Carneiro - Universidade Federal de Pernambuco
rosalvonobre@uern.br
Pretende-se discutir sobre a natureza do espaço e, baseando-se na Teoria da Ação Comunicativa de Jürgen Habermas
e em aportes teórico-metodológicos miltonianos, propô-la como sendo comunicativa ou pública. A natureza do espaço,
que em sua totalidade é instrumental-privada e comunicativa-pública, é analisada a partir das suas interações, de um
lado, com o uso humano da técnica, do tempo, da razão e da emoção e, de outro, pelas interações entre forma, função,
processo e estrutura. Do modo intersubjetivo como ocorrem estas interações, resulta a natureza comunicativa ou
pública do espaço. O espaço comunicativo ou público apóia-se na razão comunicativa e nas ações orientadas para o
entendimento mútuo livre de coerções. Neste sentido, contrapõe-se à natureza instrumental do espaço, fundamentada
na razão cognitivo-instrumental e nas ações orientadas para fins dominantes na atualidade e associada à colonização
do mundo do sistema sobre o mundo vivido.
Palavras-chave: Natureza do espaço. Teoria da ação comunicativa. Espaço público.
Abstract
The aim is to discuss the nature of space and, based on the Theory of Communicative Action, Jürgen Habermas and
contributions in theoretical and methodological miltonianos, propose it as communicative or public. The nature of space,
which is instrumental in its entirety private-and public-communicative, is analyzed from its interactions, on one side,
with the human use of the technique, time, reason and emotion, with the interactions between form, function, struc-
ture and process. In the way intersubjective these interactions occur as a result communicative nature or the public
space. The space communicative or public support in the communicative reason and actions directed towards mutual
understanding free from coercion, in this sense opposed to the instrumental nature of space, based on reason and
cognitive-instrumental in the actions oriented purposes, dominant in actuality and colonization of the world associated
withthe system on the world lived.
Key-words: Nature of space. Theory of action communicative. Public space.
Resumen
Se tiene la intención de discutir la naturaleza del espacio y, sobre la base de la teoría de la acción comunicativa de
Jürgen Habermas y en las contribuciones teóricas y metodológicas miltonianas, proponerla como siendo comunicativa
o pública. La naturaleza del espacio, que en su totalidad es instrumental-privada y pública-comunicativa, se analiza a
partir de sus interacciones, por un lado, con el uso humano de la tecnología, del tiempo, de la razón y de la emoción, y
por otro lado, por la interacción entre forma, función, proceso y estructura. Del forma intersubjectiva de estas interac-
ciones resulta la naturaleza pública o comunicativa del espacio. El espacio comunicativo o público se basa en la razón
y la acción comunicativa orientada a la comprensión mutua libre de violencia, en este sentido diferente de la naturaleza
instrumental del espacio, basado en la razón instrumental-cognitiva y la acción orientada a fines, la cual es dominante
actualmente y está asociada con la colonización del mundo de lo sistema sobre el mundo vivido.
Palabras clave: Naturaleza de lo espacio. La teoría de la acción comunicativa. El espacio público.
Boletim Goiano de Geografia Goiânia - Goiás - Brasil v. 29 n. 1 p.33-46 jan. / jun. 2009
2. 34BGG
A natureza do espaço numa perspectiva comunicativa ou pública
Rosalvo Nobre Carneiro
Introdução
O modo como a técnica, o tempo, a razão e a emoção são utilizados
pelos atores espaciais em um dado momento e lugar justifica a produção de
uma natureza espacial determinada, baseada em formas, funções, proces-
sos e estruturas próprias, conforme a produção e reprodução do espaço seja
público-comunicativa ou privada-instrumental.
O espaço comunicativo, sobre o qual se argumenta aqui sua produ-
ção e reprodução, funda-se no “princípio de universalização”, segundo o
qual “toda norma válida tem que preencher a condição de que as conse-
qüências e efeitos colaterais que previsivelmente resultem de sua obser-
vância universal, para a satisfação dos interesses de todo indivíduo possam
ser aceitas sem coação por todos os concernidos” (HABERMAS, 2003, p.
147, grifo do autor).
Na primeira seção, discute-se como o espaço pode ser produzido e se
reproduz em função da maneira como a técnica é utilizada pelos homens para
atingirem seus propósitos. Nas seções seguintes, a mesma questão é abordada
em função do uso do tempo, da razão e da emoção, respectivamente. Na úl-
tima seção, argumenta-se sobre a proposição existencial de uma natureza co-
municativa para o espaço, capaz de fundamentar sua produção e reprodução
pública, a partir da análise da forma, função, processo e estrutura próprios a
ela, contrapondo-a às questões da natureza instrumental espacial.
O espaço e o uso humano e social datécnica
As técnicas são diferentes de tal modo que podem ser divididas em:
em comunicativas, estratégicas e instrumentais. Os homens, as empresas e
as instituições (SANTOS, 1985) como produtores do espaço, utilizam dife-
rentes técnicas quando comparados entre si enquanto grupos que se orien-
tam por propósitos comunicativos ou instrumentais, porém semelhantes en-
quanto coletividades que se guiam por propósitos idênticos.
A história sócio-territorial ocidental se caracteriza por um processo
de transformação e avanço das técnicas instrumental e estratégica sobre a
comunicacional e consequentemente, da hegemonia de uma natureza espa-
cial orientada para a realização de fins próprios aos propósitos dos agentes
econômicos e políticos em detrimento dos atores sociais que se orientam
para o entendimento.
3. BGG
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Artigo
O mercado e a política colonizam os mundos da vida (HABERMAS,
2003, t. I) com suas ordens orientadas ao êxito em detrimento das ordens
orientadas ao entendimento coletivo, próprio da técnica comunicacional
que está a serviço da conquista da cidadania espacial (SANTOS, 2000). A
técnica é abrangente das relações entre o mundo social, o mundo subjetivo
e o mundo objetivo, das ações do homem sobre o homem e destes sobre a
natureza (MARX; ENGELS, 2001).
O espaço, o uso humano e social dotempo e sua relação com o uso da técnica
As técnicas, na medida em que intermedeiam a produção espacial pelo
homem, o fazem normatizada temporalmente, da mesma forma que norma-
tizam o tempo. Relacionada ao tempo, as técnicas não apenas resultam de
um dado momento histórico como também em tempos empíricos, mediante
a transformação que operam no espaço e sua cristalização na paisagem em
objetos (SANTOS, 1999) ou como normas que se coisificam (DURKHEIM,
2003).
As rugosidades, isto é, o tempo passado que permanece presente na
paisagem em forma de objetos e no espaço na forma de ações (SANTOS,
1988) revela que tipo de técnica foi dominante em um dado período, bem
como a que é hegemônica atualmente. Assim, as formas pretéritas e atuais,
com suas velhas ou novas funções, se produzem e reproduzem por meio dos
processos públicos ou privados advindos da estrutura social contemporânea.
Espaço e tempo são termos indissociáveis, porém são sempre dife-
renciais, desiguais e combinados (SMITH, 1988) em seus usos e re-produ-
ções, como bem o prova a existência de variadas regiões com suas múltiplas
temporalidades, seus sistemas de objetos e ações. A construção dos espa-
ços-tempos varia segundo a técnica dominante. Deste modo, se as técnicas
operam a partir das ações orientadas a fim de dominarem, o espaço-tempo
resultante estará a serviço de verticalidades (SANTOS, 1988) que buscam
impor-se aos espaços-tempos cujas técnicas organizadas intersubjetivamen-
te resistem enquanto contrafinalidades (SARTRE, 2002) à sua colonização
(HABERMAS, 2003, t. II).
Por outro lado, quando as técnicas comunicativas são reinantes em
um dado lugar, o espaço-tempo resultante estará a serviço das horizontali-
dades (SANTOS, 1999) e do entendimento a partir da utilização de atos de
fala de validez criticáveis sobre as questões dos mundos subjetivo, social e
4. 36BGG
A natureza do espaço numa perspectiva comunicativa ou pública
Rosalvo Nobre Carneiro
objetivo que afetam uma comunidade de linguagem. Aqui, o espaço comu-
nicativo-público (CARNEIRO, 2007) pode desenvolver-se em sua plenitude.
As complexas formas de utilização técnica nos diversos espaços-tem-
pos e sobre eles revelam, por seu turno, a conformação de um espaço-tempo
unificado, com base em razões instrumentais, ou unitário, baseado em ra-
zões comunicativas. Estas duas razões estão presentes espacialmente, toda-
via, em graus variáveis.
O espaço, o uso humano e social darazão e sua relação com o uso dotempo
A hegemonia de uma dada forma de utilização do tempo pelo homem e
pelas formações espaciais, em um dado momento e lugar, tem como dado explica-
tivo a expansão de uma razão própria que impõe às coisas sua lógica existencial ou
relacional, a partir de uma forma de pensar, cujo outro é sempre uma forma de agir.
A ocidentalização do mundo pode ser vista como um processo de ra-
cionalização ou a “[...] ampliação das esferas sociais, que ficam submetidas
aos critérios de decisão racional” (HABERMAS, 1997, p. 45) advinda da ra-
zão instrumental, cujas características básicas são as relações sujeito-objeto,
orientação da ação para o êxito e o domínio humano sobre a natureza.
Relacionada a esta forma de razão o espaço não pode ser outra coisa senão
algo excludente e egocêntrico, ponto de partida e de chegada para a reprodu-
ção de formas de pensar cujos conteúdos do mundo sistêmico, simbolizados
no dinheiro e no poder (HABERMAS, 1990), preenchem sua forma. Daí a
importância do conceito de razão comunicativa ou intersubjetiva, amparada
nas relações entre falantes e ouvintes que se orientam para o entendimento
mútuo dentro de um contexto normativo de seus mundos vividos. Neste
sentido, afirma Habermas (2003, t. I, p. 24, tradução nossa), “[...] a raciona-
lidade tem menos a ver com o conhecimento ou com a sua aquisição do que
com a forma como os sujeitos capazes de linguagem e ação fazem uso dele”.
Contrariamente à instrumental, a racionalidade comunicativa produz um
espaço-tempo includente e partilhado intersubjetivamente em que há a pro-
dução e reprodução, agora, das formas de pensar cujos conteúdos advêm
do mundo vivido, valorizando a proximidade, a co-presença e as ações de
entendimento gerador do consenso liberto de ações estratégicas.
O projeto de modernidade desenrolou-se para a eliminação dos conte-
údos emocionais ou afetivos do homem e da humanidade ao reificar a razão
instrumental. Cabe, portanto, perceber as relações entre emoção e espaço
5. BGG
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por intermédio do uso humano da razão, a fim de perceber como a natureza
comunicativa espacial se produz neste contexto.
O espaço, o uso humano e social daemoção e sua relação com o uso da razão
A divinização da razão instrumental contribuiu para que a informa-
ção, particularmente científica, se associasse à técnica moderna para con-
formar, desse modo, os pilares de sustentação da própria modernidade. O
oposto deste processo foi a colonização dos lugares organizados em torno da
comunicação e, portanto, da emoção, por esta mentalidade ocidental nasci-
da como o capitalismo.
A crise de legitimação da modernidade, contemporânea da crise so-
cial, humana e material propiciada pelo sistema social que lhe deu e dá
sustentação, contribuiu para que o seu outro, a que poderíamos chamar pós-
modernidade, se fortalecesse, isto é, a própria sociedade, o homem e o espa-
ço, porém sob bases intersubjetivas.
Pensar, portanto, na emoção como conteúdo comunicativo do espaço
é atentar para o fato de que ele, jamais ausente, ganha importância na atuali-
dade, em função da própria crítica social aos fundamentos da modernidade
e aos seus propósitos humanitários até agora não alcançados. Uma parcela
significativa da sociedade se organiza hoje em torno de ações cuja emoção
se sobrepõe à razão instrumental, passando a advogar um uso comunicativo
para a razão que aparece, assim, como uma norma de fala e ação para falan-
tes e ouvintes que partilham o mesmo mundo da vida.
Como lembra Habermas (2003, p. 70), “manifestamente, os sentimen-
tos têm, relativamente à justificação moral das maneiras de agir, um signifi-
cado semelhante ao que as percepções têm para a explicação teórica de fa-
tos”. Os grandes temas sociais são exemplares, pois permitem que os atores
sociais, não apenas locais, se aproximem a partir de uma linguagem que é
fundamentalmente emocional.
O espaço, os sistemas de objetos e os sistemas de ações orientadas para o
entendimento e para fins
A coabitação é condição necessária da convivência humana, podendo
manifestar-se como coabitação do consenso e coabitação da coerção de clas-
6. 38BGG
A natureza do espaço numa perspectiva comunicativa ou pública
Rosalvo Nobre Carneiro
se (MOREIRA, 2006). Destas duas lógicas convivenciais organiza-se o espaço
e advém sua natureza total contemporânea, isto é, subjetivo e intersubjetivo,
instrumental e comunicativo, privado e público.
A natureza do espaço, conforme Carneiro (2006), é ser formada por
um sistema de objetos e um sistema de ações (SANTOS, 1999) orientadas
para fins e/ou para o entendimento mútuo (HABERMAS, 1990) enquanto
uma totalidade em constante processo de totalização (SARTRE, 2003). Esta
dinâmica contraditória e solidária do espaço tem sua matriz nas interações
entre agentes e atores sociais que produzem o espaço a partir de racionali-
dades a ações semelhantes e diferentes, solidárias e contrastantes. As inten-
cionalidades que presidem no movimento socioespacial são, em cada caso,
a condição e o resultado de formas de pensar, falar e agir.
O espaço, sua produção e reprodução e, portanto, sua natureza deve
ser buscados no processo de colonização do mundo vivido, partilhado in-
tersubjetivamente pelo mundo sistêmico (HABERMAS, 2003, t. II) e seus
signos, o dinheiro e o poder, posto que as verticalidades impõem às horizon-
talidades, ao lugar e ao cotidiano de todos, sua razão e ações instrumentais,
cujas razão e ações comunicativas aparecem como contra-racionalidade e
contra-finalidades.
Pensar a natureza do espaço numa perspectiva comunicativa ou pú-
blica significa admiti-la como sendo formada por um sistema de objetos e
um sistema de ações orientados para o entendimento, cujas interações inter-
subjetivas, a razão e as ações comunicativas, o consenso livre de coerção e o
mundo vivido se sobressaem sobre os elementos do mundo sistêmico. Nesta
perspectiva, seria possível vislumbrar a emergência do período demográfico
(SANTOS, 1985) ou, na linguagem de Moreira (2006, p. 74), a valorização
da coabitação humana do consenso frente à coabitação da coerção espacial.
O espaço comunicativo, cuja intencionalidade de sua produção e re-
produção se orienta para a realização plena da cidadania, se configura por
um sistema de objetos enquanto formas, cujas funções são publicamente
construídas por intermédio de um sistema de ações guiadas pelos processos
de entendimento mútuo, gerador do consenso racionalmente motivado so-
bre as questões presentes na estrutura de seus mundos vividos e sistêmicos
(CARNEIRO, 2007).
Consoante Santos (1985, p. 52), “forma, função, estrutura e proces-
so são quatro termos disjuntivos, mas associados, a empregar segundo um
contexto do mundo de todo dia”. A interação ou agir social enquanto “[..]
a solução para um problema de coordenação: como coordenar entre si dos
7. BGG
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Artigo
planos de ação de vários atores, de tal modo que as ações de Alter possam ser
engatadas nas de Ego?” (HABERMAS, 1990, p. 70, grifos do autor) aparece
aqui como a condição e o resultado de suas associações, garantindo que as
partes conformem o todo.
As formas socioespaciais e sua produção e reprodução humana e social
Forma é o aspecto visível de uma coisa (SANTOS, 1985, p. 50), de
tal modo que a forma comunicativa ou pública de um dado espaço é a
expressão visível do “princípio da universalização” ou princípio moral, e
tal visibilidade ou sua fundamentação expressa o conteúdo normativo de
formação da vontade com base no “discurso prático” (HABERMAS, 2003,
p. 149), isto é, “[...] a forma de argumentação em que se convertem em
tema as pretensões de correção normativa” (HABERMAS, 2003, t. II, p. 38,
tradução nossa).
A forma instrumental ou privada, por sua vez, expressa o princípio
subjetivo de formação da vontade sobre os pontos de vista da pluralidade
dos atores com base no “discurso teórico”, entendido por Habermas (2003,
t. II, p. 38, tradução nossa) como “[...] a forma de argumentação em que
se convertem em tema as pretensões de verdade que se tornaram proble-
máticas”. Esta visibilidade é fundamental para o processo de reprodução
socioespacial de uma dada forma, uma vez que atinge os atores sociais
que estão adotando a perspectiva descritiva do espaço na terceira pessoa,
isto é, observando “[...] o modo como um ator atinge um objetivo através
de uma atividade orientada para um fim, ou como ele, através de um ato
de fala, chega a um entendimento com alguém sobre algo” (HABERMAS,
1990, p. 65).
A reprodução das formas lhe confere a condição de fator social, ou
seja, de objeto que exerce influência sobre as ações humanas, e como tal
apresenta a capacidade de lhes opor resistência, interferindo em seus pro-
pósitos. Esta resistência se dá sobre o agir estratégico ou instrumental, posto
que a reprodução sócio-territorial das formas comunicativas ou públicas é o
resultado prático da reprodução da interação social.
Por outro lado, a forma também corresponde a um “arranjo ordena-
do de objetos” (SANTOS, 1985, p. 50), ao qual se acrescentará o arranjo
interativo de falantes e ouvintes, organizado segundo uma lógica que já é
representativa da função requerida e permitida por esta mesma forma. Dis-
8. 40BGG
A natureza do espaço numa perspectiva comunicativa ou pública
Rosalvo Nobre Carneiro
tinguir-se-á, assim, um arranjo interativo sistêmico, vertical, hierarquizado e
funcionalmente integrado, próprio do Estado, seja democrático ou ditatorial,
ou do mercado, de um arranjo interativo comunicativo, horizontal e não-
hierarquizado e socialmente integrado, típico do mundo vivido.
No arranjo interativo de falantes e ouvintes, estes se organizam em
torno de três perspectivas de descrição dos “proferimentos lingüísticos” ou
“[...] atos através dos quais um falante gostaria de chegar a um entendimento
com um outro falante sobre algo no mundo” e das ‘atividades não-linguís-
ticas’ ou atividades orientadas para um fim “[...] através das quais um ator
(Aktor) intervém no mundo, a fim de realizar fins propostos, empregando
meios adequados” (HABERMAS, 1990, p. 65).
Assim, conforme Habermas (1990, p. 65), há a descrição da primeira
pessoa, cuja perspectiva do agente ou ator social é assumida, da segunda
pessoa, que necessita de contextos cooperativos, e a da terceira pessoa na
qual alguém observa o modo como um agente ou ator social atinge o seu ob-
jetivo por meio de ações não-linguísticas ou chega a um entendimento com
outro, através de proferimentos lingüísticos.
Em formas comunicativas ou públicas, a exemplo de escolas, cujas
instituições de sua comunidade funcionam democraticamente, ou de asso-
ciações de bairros, as perspectivas das primeiras e segundas pessoas são
hegemônicas, pois a intersubjetividade dos atos de fala são normativos, ao
passo que nas formas instrumentais ou privadas, a exemplo de empresas
multinacionais, domina a terceira, pois a subjetividade é a norma de suas
ações. Estas diferenciações de domínio da intersubjetividade e da subjetivi-
dade já apontam para as relações das formas com suas funções públicas ou
privadas.
As funções socioespaciais e suas relações com as formas
A função sugere uma atividade esperada de uma forma (SANTOS,
1985, p. 50) de tal maneira que de um indivíduo determinado é possível
esperar uma atuação social orientada pelas regras, de uma família deter-
minada, um bom relacionamento entre pai, mãe e filho, de uma escola, a
gestão democrática, de uma empresa, a lucratividade com custo ambiental,
das câmaras e assembléias legislativas, a fiscalização dos atos executivos, da
Organização das Nações Unidas, a manutenção da paz mundial.
Está em jogo, portanto, relações diretas entre responsabilidade e au-
tonomia humana e social, assim, no caso da produção e reprodução do es-
9. BGG
41
29, n. 1: 33-46, 2009
Artigo
paço público comunicativo “um grau maior de racionalidade comunicativa
amplia, dentro de uma comunidade de comunicação, as possibilidades de
coordenar as ações sem recorrer à coerção e de resolver consensualmente os
conflitos de ação [...]” (HABERMAS, 2003, t. I, p. 33, tradução nossa).
Cada forma, comunicativa/pública ou instrumental/privada, pode ou não
abranger mais de uma função (SANTOS, 1985, p. 51), seja uma função comu-
nicativa ou pública, ou função instrumental ou privada, a exemplo de escolas
e universidades particulares e de empresas estatais. Nos dois primeiros casos,
tem-se uma função primordial ou lucrativa, seguida de outra função secundária
ou social, já no último, tem-se uma função social, seguida por outra lucrativa.
Uma dada função se diferencia, comunicativa ou instrumentalmente,
de intencionalidades sociais ou particulares da forma criada para contê-la.
Escolas estatais ou particulares apresentam objetivos sociais, logo suas fun-
ções são comunicativas. Todavia, a intencionalidade de ambas difere, assim,
no primeiro caso permanece a busca do entendimento e no segundo, do
êxito. A intencionalidade advém diretamente dos processos socioespaciais
e, neste sentido, se inter-relacionam com as formas e funções de modo soli-
dário, configurando-as enquanto comunicativas ou instrumentais.
Os processos socioespaciais e suas relações com as formas e funções
Os processos são ações contínuas em direção a um resultado, impli-
cando continuidade e mudança (SANTOS, 1985, p. 50), seja no tempo ou
no espaço. As ações de entendimento fundamentadas, isto é, que têm lugar
no mundo (HABERMAS, 2003, t. II), por exemplo, corroboram mudanças
nos processos que lhes originaram, ao passo que a sua não fundamentação
implica a continuidade do processo anterior ou original.
Consoante Habermas (2003, t. II, p. 36, tradução nossa), a prática co-
municativa “[...] tende a consecução, manutenção e renovação de um con-
senso que descansa sobre o reconhecimento intersubjetivo de pretensões de
validez suscetíveis de crítica”, logo, atrela-se aos processos de continuidade
e mudança socioespacial no interior do mundo da vida. “Na argumentação,
as pretensões de validade, pelas quais os agentes se orientam sem proble-
mas na prática comunicacional quotidiana, são expressamente tematizadas
e problematizadas” (HABERMAS, 2003, p. 155).
Esta problematização já representa a necessidade de ações na direção do
entendimento mútuo entre pelo menos dois falantes, dirá Habermas (1990) e,
10. 42BGG
A natureza do espaço numa perspectiva comunicativa ou pública
Rosalvo Nobre Carneiro
do ponto de vista que nos interessa, isto é, da afirmação do indivíduo como
espaço público comunicativo, um único falante, que seria ao mesmo tempo ou-
vinte. Problematizadas, as questões até então aproblemáticas no mundo da vida
saem de seus estados de continuidade rumo à descontinuidade do discurso,
próprio da interação social, e voltarão a uma forma contínua nova, ao serem
fundamentadas com base no entendimento livre. As formas contínuas e descon-
tínuas dos atos de fala expressam a estrutura interativa dos falantes e ouvintes.
Do ponto de vista das relações entre processo e forma, diferentes pro-
cessos podem gerar formas semelhantes, sejam estes pretéritos ou atuais
(SANTOS, 1985, p. 51). Assim, a conferência mundial sobre o meio am-
biente, o Fórum Social e o Fórum Econômico são três formas semelhantes
resultantes de situações passadas, no primeiro caso, e presentes, no segundo
e terceiro casos. Estes espaços são formalmente semelhantes pelo arranjo
entre seus atores e/ou agentes sociais, pelos processos comunicativos que os
orientam em torno do entendimento sobre algo e os diferenciam por serem
compostos de iguais ou desiguais falantes e ouvintes, dadas as funções opos-
tas que garantem suas produções e reproduções.
A estrutura socioespacial e sua relação com as formas, funções e os processos
A estrutura é a inter-relação das partes de um todo ou uma dada or-
ganização (SANTOS, 1985, p. 50) das formas, incluindo o arranjo dos ob-
jetos e dos falantes e ouvintes, com suas funções mantidas pelos processos
de entendimento ou de orientação ao êxito que os originam. As estruturas
cognitivas ou níveis diferenciados de desenvolvimento dos atores sociais
constitutivos de um dado espaço fundem-se à estrutura organizacional do
arranjo de objetos e falantes e ouvintes.
“O desenvolvimento moral significa que a pessoa em crescimento
transforma e diferencia de tal maneira as estruturas cognitivas já disponí-
veis em cada caso que ela consegue resolver melhor do que anteriormente a
mesma espécie de problemas [...]” (HABERMAS, 2003, p. 155).
Tem-se dessa forma uma relação entre desenvolvimento moral e
aprendizagem construtivista. A natureza comunicativa do espaço está in-
trinsecamente ligada ao uso intersubjetivo ou orientado para o entendimen-
to livre da técnica, do tempo, da razão e da emoção pelo homem e pela
sociedade, cuja consequência deste uso é a configuração pública das formas,
funções, processos e estruturas socioespaciais.
11. BGG
43
29, n. 1: 33-46, 2009
Artigo
Conclusão
A intencionalidade produtiva e reprodutiva é uma condição funda-
mental para se definir o espaço como comunicativo ou público, pois os pro-
pósitos cujos fins justificam os meios não levarão senão à produção egoísta
do espaço ao passo que a busca do entendimento intersubjetivo, livre de
coerção, se orienta rumo à sua construção comunicativa.
O espaço é resultante das ações, como também condição de suas re-
produções. Como as ações são de dois tipos, orientadas para fins e orienta-
das para o entendimento, os lugares ou o espaço terão suas formas, funções
e processos diametralmente opostos conforme uma seja hegemônica em re-
lação à outra.
O espaço comunicativo é composto por escalas de análise ou lugares
que vão potencial ou realmente do ser humano à humanidade, passando
pelos grupos, instituições sociais, empresas estatais e natureza. As famílias,
as escolas e as universidades estatais, as organizações não-governamentais,
as cooperativas, as associações, os fóruns globais e a Organização das Na-
ções Unidas são exemplos, dentre tantos outros, de lugares potencialmente
comunicativos.
Um espaço é comunicativo ou público não porque todos os cidadãos
e cidadãs usufruem dele, ou porque a sua propriedade é coletiva. Admite-se
a possibilidade e realidade de produção e reprodução de espaços comunica-
tivos cuja propriedade é privada, a exemplo dos indivíduos, desde que estes
sejam racionais, isto é, aqueles que são capazes de ao afirmarem algo, defen-
der ou que seguindo uma norma, são capazes de justifica-la (HABERMAS,
2003, t. I, p. 33-34, tradução nossa).
Para que o espaço seja comunicativo, é necessário que ele resulte de
uma produção intersubjetiva, isto é, mediante um processo democrático de
entendimento sobre a produção de suas formas e funções ou formas-con-
teúdos (SANTOS, 1999). Estas formas e funções devem contribuir, por seu
turno, para a reprodução das condições estruturais da produção que lhe deu
origem. Isto significa que a estrutura comunicativa dos atos de fala dos atores
sociais que produzem o espaço deve continuar totalizando-se.
Neste particular, é preciso diferenciar três situações. Primeiro, um es-
paço pode ter sido produzido publicamente, mas o seu funcionamento se
dá privadamente; segundo, sua origem pode ter sido privada e, no entanto,
funcionar publicamente, e terceiro, a publicidade fundamentou sua produ-
ção e baseia sua reprodução. Apenas neste último caso, é possível afirmar
12. 44BGG
A natureza do espaço numa perspectiva comunicativa ou pública
Rosalvo Nobre Carneiro
tratar-se de um espaço comunicativo, nos demais, “a esfera do público e a do
privado se confundem de forma intolerável, em detrimento do indivíduo e
do cidadão”, como salientou Santos (2000, p. 68). Nos dois primeiros casos,
entretanto, os espaços se diferenciam quanto às suas intencionalidades.
A produção e reprodução do espaço instrumental ou privado, próprio
da modernidade, há de se construir outro que tenha por parâmetro a cidada-
nia, a partir da valorização da razão e da ação comunicativas cujo conteúdo
público de sua produção e reprodução se sobreponha àquele.
Referências
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Roberto Nobre Carneiro – Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Geografia – UFPE e professor do
Departamento de Geografia/CAMEAM/UERN.
Recebido para publicação em Outubro de 2008
Aceito para publicação em Abril de 2009