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As Epístolas do
Cativeiro
1) Introdução geral:
 a) As quatro cartas – Filipenses, Colossenses, Filemon e
Efésios são chamadas “epístolas do cativeiro”, porque
Paulo nos informa que as escreveu na prisão:
– 1) Fl 1,7.12-17;
– 2) Cl 4,3.10.18;
– 3) Fm 1.9s.13.23;
– 4) Ef 3,1; 4,1; 6,20.
 b) Sabemos pelos Atos que Paulo esteve preso durante
dois anos em Cesaréia, em 58-60 d.C. (At 23,33-26,32), e
novamente em Roma (At 28,16.30), também por dois anos
ao que parece (61-63 d.C.).
 c) Mas os Atos não fornecem uma descrição completa das
atividades missionárias de Paulo e pouco nos dizem da
sua visita de três anos em Éfeso.
1) Introdução geral:
d) Questão: em qual cativeiro Paulo escreveu essas
Cartas?
1) Contam-se cinco cativeiros na vida de Paulo:
a) em Filipos (At 16,23-40);
b) em Jerusalém (At 21,31-23,31);
c) em Cesaréia (At 23,35-26,32);
d) em Roma pela primeira vez (At 27,1-28,16);
e) em Roma pela segunda vez (2Tm
1,8.12.16s; 2,9).
2) Há quem julgue que Paulo esteve preso também
em Éfeso, pois nesta cidade permaneceu três anos (cf. At
20,31) e sofreu hostilidades (cf. 1Cor 16,8, “adversários
numerosos”; 15,32, “luta contra as feras; etc.
1) Introdução geral:
• e) Questão: qual o cativeiro suposto por
Fm, Cl, Ef e Fl?
• 1) Até o século XIII, os autores admitiam,
em resposta, o primeiro cativeiro romano
de Paulo (61-63). Desde 1731 vários
críticos defendem o cativeiro efésio como
contexto histórico de tais cartas.
1) Introdução geral:
 2) Nós seguiremos a sentença mais
antiga, que atribui as quatro cartas ao
primeiro cativeiro romano, entre os anos
de 61 a 63, embora reconheçamos que
entre Filemon-Colossenses-Efésios, de
um lado, e Filipenses, do outro lado, há
diferenças, que permitiriam admitir para
Fl outro contexto.
1) Introdução geral:
 f) A ordem de origem de Fm, Cl e Ef é provavelmente
esta: Paulo, detido em Roma, foi procurado por Onésimo,
escravo fugitivo da cidade de Colossos; tendo gerado
este filho para Cristo, Paulo o devolveu ao patrão Filemon
com uma carta para este (Fm) e com outra carta para
toda a comunidade de Colossos (Cl), ameaçada por
falsas doutrinas. A epístola aos Colossenses assim
redigida foi ampliada por Paulo ou por um discípulo de
Paulo, devendo circular pelas comunidades cristãs da
Ásia Menor, ameaçadas pelos mesmos males; visto que
Éfeso era a cidade capital desta província, tal epístola
circular tomou o nome de “epístola aos Efésios”. Quanto a
Fl, será examinada oportunamente a sua situação de
origem.
2) A epístola a filemon
2) Contexto de Fm:
 a) Estando Paulo cativo em Roma entre 61 e 63, foi procurado por
um escravo, Onésimo, que fugira da casa de seu patrão Filemon em
Colossos (Ásia Menor) e procurava abrigo em Roma, cidade
cosmopolita.
 b) A legislação judaica mandava não devolver ao amo o escravo
fugitivo (cf. Dt 23,16). Ao contrário, a legislação romana considerava
o escravo como propriedade do patrão e impunha a devolução do
mesmo; além do que previa penas severas para esses desertores:
Paulo estava a par dessas normas.
 c) Todavia, quis reter Onésimo consigo. Embora não lhe pudesse
dar a alforria do foro civil, podia apregoar-lhe a redenção trazida por
Cristo e gerá-lo para a vida nova dos cristãos.
 d) Tendo feito isto (v. 10), Paulo pensou em guardar consigo
Onésimo para que este colaborasse na difusão do Evangelho (v. 17).
2) Contexto de Fm:
 e) Todavia acabou resolvendo devolver o escravo.
 f) Ao enviar Onésimo de novo para a casa do patrão, Paulo quis escrever uma
carta cheia de calor humano e vivacidade, em que recordava ao patrão a
necessidade de receber o escravo não mais como “coisa” ou propriedade sua,
mas como caríssimo irmão em Cristo (v. 16).
 g) Se Onésimo tinha roubado algo a Filemon, que este o pusesse na conta de
Paulo, o qual prometia pagar por Onésimo (embora na verdade Filemon é que
devia a Paulo a sua conversão a Cristo) (cf. v. 18s). Paulo usa assim autêntica
linguagem comercial para persuadir Filemon.
 h) Este, aliás, devia ser um cristão bem formado, que exercia “caridade para
com todos os santos, reconfortando os corações dos irmãos” (cf. v. 5.7). Por
isto Paulo concluía sua carta exprimindo a certeza de que Filemon seria ainda
mais generoso do que Paulo lhe pedia.
2) Contexto de Fm:
 i) Esta é a primeira declaração dos direitos humanos no
Cristianismo. Baseava-se na verdade de que todos somos
irmãos, porque todos participamos da mesma natureza
humana.
 j) Paulo não quis apregoar uma violenta revolta dos escravos
contra os patrões nem a eliminação brusca do regime de
escravidão, pois esta teria sido fatal para a vida do Império
Romano. Os escravos eram mais numerosos do que os
homens livres e garantiam a indústria e a agricultura da
época.
 l) O que importava a Paulo era transformar as relações entre
escravos e patrões, proclamando em cada escravo um irmão
que compartilhava a dignidade do seu patrão. Era preciso
realizar a emancipação dos escravos nas mentes dos homens
antigos para depois concretizá-la na praxe e nas leis civis.
2) Estrutura de Fm:
1-3
envio de saudação
4-7
agradecimento pela fé comum
8-20
pedido a Filemon pelo escravo Onésimo:
fraternidade em Cristo
21-25
saudação
3) A epístola aos Filipenses
Filipos
3) Contexto de Fl:
 1) Em 358-357 a.C., Filipe II da Macedônia, pai de
Alexandre Magno, ocupou a comarca de Krenides (=
pequenas fontes) e transformou-a em florescente
cidade,à qual impôs o nome Filipos.
 2) O Imperador Romano Augusto fez de Filipos um
posto avançado da civilização romana (= colônia,
conforme At 16,12).
 3) Paulo esteve três vezes em Filipos: por ocasião da
segunda viagem missionária (50-53), conforme At
16,12-40, e ainda durante a terceira viagem apostólica,
segundo At 20,1s (fins de 57) e At 20,3-6 (Páscoa de
58).
3) Contexto de Fl:
 4) Entre os apóstolos e os fieis estabeleceram-se
relações de grande ternura, a ponto que Paulo chama
filipenses “irmãos amados e queridos, minha alegria e
coroa” (4,1) ou ainda exclama: “Deus me é testemunha
de que vos amo a todos com a ternura de Cristo
Jesus” (Fl 1,8).
 5) Por causa dos laços afetivos com os filipenses,
Paulo mais de uma vez aceitou deles auxílio em
dinheiro (cf. 2Cor 11,8s; Fl 4,15-16).
 6) Paulo não costumava aceitar ofertas, pois queria
pregar o Evangelho sem ser, de algum modo, oneroso
aos fiéis ou vivendo unicamente do trabalho de suas
mãos.
3) Contexto de Fl:
 7) Precisamente, estando Paulo cativo em Roma, os
filipenses, após certo recesso, enviaram-lhe alguns
recursos por intermédio de Epafródito, delegado da
comunidade junto a Paulo (cf. Fl 4,10-13; 2,25).
Epafródito, porém, adoeceu gravemente. Este fato muito
preocupou os fiéis de Filipos e o próprio enfermo.
 8) Paulo então resolveu mandar este de volta aos seus,
juntamente com uma carta (cf. Fl 2,25-29), que teria
como principal objetivo agradecer aos fiéis os socorros
materiais e o afeto que dedicavam ao Apóstolo (Fl 4,15-
20); aproveitando o ensejo, Paulo mandaria notícias
suas, principalmente do seu apostolado (cf. 1,12-25);
exortaria os fiéis à unidade e à concórdia fraternas (1,27-
2,18; 4,1-4) e os acautelaria contra as ciladas dos
judaizantes (cf. 3,1-6).
3) Contexto de Fl:
 9) Por duas vezes (1,25s e 2,24), Paulo
manifesta a esperança de em breve retornar à
companhia dos seus fiéis; donde se conclui
que a epístola foi escrita no fim do período de
cativeiro, quando o processo se encaminha
para um desfecho feliz.
 10) A questão, pois, do lugar de origem de Fl é
de difícil solução, mas não representa
empecilho para o frutuoso entendimento da
mensagem desta carta.
3) Estrutura de Fl:
1,1-1,11
saudação e intercessão
1,12-1,28
prisão e pregação do apóstolo Paulo
1,27-2,18
exortações à fidelidade no seguimento de Cristo
2,19-3,1
comunicações pessoais
3,2-3,21
admoestações e exortações
4,1-4,9
instruções pastorais
para a fidelidade e unidade na fé
4,10-4,20
agradecimento pelo apoio
4,21-4,23
saudações e augúrios de bênção
3) Mensagem de Fl:
 1) A epístola aos Filipenses é, com razão, tida como “a carta da
alegria cristã”.
 2) O vocábulo “alegria” e seus sinônimos constituem a trama
desse documento, recorrendo 24 vezes (cf. 1,4.7.25; 2,2.18; 3,1;
4,1.4; etc).
 3) Essa alegria paulina é paradoxal: existe num homem já
adiantado em anos e detido na prisão, de onde escreve uma carta
cheia de entusiasmo.
 5) Parece reproduzir-se, na prisão donde Paulo escreve, o que
ocorrera na cidade de Filipos muitos anos antes: Paulo e Silas
estavam detidos em cárcere público, sofrendo terrivelmente pelas
feridas da flagelação que ainda sangravam; e contudo, pela meia-
noite, cantavam hinos de louvor a Deus (cf. At 16,23-25).
3) Mensagem de Fl:
 6) É de notar que também os filipenses, na época em que esta
carta lhes era escrita, sofriam perseguições por causa da fé (cf. Fl
1,27-30).
 7) Todavia Paulo os admoestava a não se deixarem abater, mas
antes exorta-os a agradecer a Deus não só pela graça de crerem
em Cristo, mas também pela de sofrerem por Ele, empenhados
todos num duro combate (cf. 1,27-30). A eles, sofredores, dirige
Paulo o estribilho: “Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: alegrai-
vos!” (Fl 4,1).
 8) Questão: como explicar situações tão paradoxais?
 9) Paulo se identificava com um modelo, que ele propunha aos
fiéis: o Cristo Jesus: “Tende em vós mesmos sentimentos de
Cristo Jesus” (2,5).
3) Mensagem de Fl:
 10) A seção de 2,6-11 desenvolve a imagem de Cristo
Jesus num hino usual na Liturgia da Igreja antiga: o
Cristo, antes de se fazer homem, preexistia em igualdade
de condições com o Pai, mas não hesitou em despojar-
se da glória que lhe competia como Deus, para assumir
as condições de fragilidade e esvaziamento próprias da
natureza humana; feito homem, experimentou, por
obediência ao Pai, a morte do escravo pregado à cruz.
Em consequência, Deus Pai o quis exaltar (a Ele, o
crucificado), dando-lhe um nome que está acima de todo
nome: assim, como homem, o Cristo participa da glória
de Deus.
 11) Essa transfiguração da Cruz e da dor realizada por
Cristo é que se devia tornar o segredo da fortaleza de
ânimo e da profunda alegria do Apóstolo identificado com
Cristo.
4) A epístola aos Colossenses
4) Introdução a Cl:
• 1) Cl e Ef são duas epístolas afins entre
si, pois supõem a mesma problemática e
a segunda parece ser a reedição ampliada
e retocada da primeira.
4) Contexto de Cl:
• 1) A cidade de Colossos ficava na Frígia, região
montanhosa. Em 133 a.C. os romanos adquiriram o
domínio da região, por onde passava o rio Lico,
banhando as cidades de Colossos (distante uns 200 Km
de Éfeso), Laodicéia e Hierápolis (distante de Colossos
16 e 20 Km respectivamente). Colossos era
originalmente notável centro comercial, que foi ofuscado
por Laodicéia.
• 2) Os povos da Ásia Menor, especialmente os da Frígia,
eram inteligentes e dotados de propensão filosófica;
entregavam-se a indagações sobre o mundo e a
natureza assim como ao estudo da religião. Entre os
pensadores filhos da região, podem-se mencionar os
filósofos jônicos e Heráclito; os cultos religiosos tinham
seus rituais exuberantes e violentos, como os da deusa
Cibelis e do deus Átis.
4) Contexto de Cl:
• 3) Sabemos que Paulo por duas vezes evangelizou a Frígia:
• a) por ocasião da segunda viagem missionária (cf. At 16,6);
• b) e no fim da terceira expedição (cf. At 18,23s).
• 4) Todavia a comunidade cristã de Colossos foi fundada sem a intervenção
direta de Paulo (Cl 2,1).
• 5) A sua origem se deve à prolongada permanência do Apóstolo em Éfeso
nos anos de 54-57, tempo durante o qual “todos os habitantes da Ásia,
judeus e gregos, puderam ouvir a Palavra do Senhor” (At 19,10).
• 6) Entre esses ouvintes, estavam certamente Epafrás (Cl 1,7; cf. 4,12-14) e
Filemon (Fm 1), cidadãos colossenses, que, convertidos em Éfeso, se
encarregaram de fundar a comunidade cristã de sua cidade.
• 7) A maioria dos fiéis de Colossos era de origem pagã (cf. Cl 2,13; 1,21.27),
embora ainda devesse haver também judeus, que eram numerosos na
Frígia.
4) Problemática de Cl:
• 1) A comunidade de Colossos, em seus primeiros anos, deve ter
sido fervorosa, e nutria por Paulo afeto filial (cf. Cl 1,3-8).
• 2) Havia pregadores de doutrinas aberrantes, que disseminavam
um sincretismo religioso, composto de elementos judaicos, cristãos
e pré-gnósticos, a qual Paulo se referia como “filosofia segunda a
tradição dos homens... e não segundo Cristo” (Cl 2,8).
• 3) A gnose era uma corrente em que se mesclava proposições da
filosofia grega, da mística oriental e das Sagradas Escrituras.
Expandiu-se sob diversas formas nos séculos II e III d.C., de modo
que no século I (época de Cl) só podia haver os antecedentes da
gnose ou a pré-gnose. Uma das características desta era o
dualismo ou a oposição entre o espírito (bom, santo) e a matéria
(má, pecaminosa).
• 4) Percebemos o fundo judaico e pré-gnóstico (dualista) das novas
doutrinas nos seguintes textos: Cl 2,20s; 2,8.22; 2,11.
4) Problemática de Cl:
• 5) Apregoavam um exagerado culto aos anjos (2,18) que põe em
perigo o primado de Cristo (cf. Cl 1,15-20). Na mentalidade judaica os
anjos eram os intermediários entre Deus e os homens, executores da
justiça divina sobre a terra. Também concebiam os anjos como
regentes dos astros e que influíam na vida dos homens.
• 6) A pré-gnose, ao estabelecendo a antítese entre o espírito (Deus) e
a matéria (ou o mundo material), favorecia o abusivo culto dos anjos,
como intermediários entre Deus e a matéria. Eles chamavam esses
seres intermediários de eons (= emanações do Ser Supremo), cuja
perfeição estava em detrimento da sua maior proximidade do Ser
Supremo. Alguns gnósticos contavam até 365 emanações ou eons.
Estes enchem o espaço cósmico entre a Divindade, no alto, e a
matéria embaixo. Constituem o pléroma (= plenitude) e o reino de luz.
• 7) Paulo vai afirmar a única e suficiente mediação de Cristo, ao qual
estão subordinados os anjos e os homens (cf. Cl 1,15-19; cf. 1,12s).
4) Estrutura de Cl:
1,1-1,2
envio de saudação
1,3-2,5
oração introdutória e hino a Cristo
2,6-2,23
ensinamento sobre as doutrinas errôneas gnósticas
3,1-4,6
reforma da vida cristã (quadro doméstico cristão),
a nova existência em Cristo
4,7-4,18
saudações conclusivas
4) Mensagem de Cl:
 1) Paulo, prisioneiro em Roma (61-63), foi procurado por
Epafrás, o qual trouxe boas e más notícias a respeito da
comunidade de Colossos.
 2) Paulo, então, resolve escrever a epístola aos
Colossenses, que seria levada por Tíquico e Onésimo
juntamente com a epístola a Fm.
 3) O conteúdo de Cl destacou o primado absoluto de
Jesus Cristo.
 4) Paulo, para chamar a atenção de seus destinatários,
recorre a vocábulos pré-gnósticos (Cristo é a imagem de
Deus, 1,15; Plenitude de Deus, 2,9; Plenitude, 2,10;
1,19) e a termos técnicos judaicos (criação, salvação,
perdão, Tronos, Soberanias, Principados, Autoridade,
etc). São ao todo 35 palavras que não aprecem nos
seus outros escritos.
4) Contexto de Cl:
• 5) Paulo quer apresentar Cristo como a Grande
resposta que os colossenses procuravam.
• 6) Ápice da epístola: 1,15-20.
• 7) A salvação oferecida por Cristo requer, dos
cristãos, ascese (como efeito da graça) e
renúncia ao velho homem; daí o Batismo (cf. Cl
2,11s; 3,1-3.9s).
• 8) A cristologia de Cl é a mais desenvolvida do
que as anteriores, 1 e 2Cor (cf. 1Cor 8,5s; 10,4;
2Cor 5,19). Estas prepararam Cl, a qual foi
continuada por Ef.
5) Epístola aos Efésios
Éfeso
5) Contexto de Ef:
 1) Éfeso era a capital da Ásia proconsular, cidade
famosa, na qual se cultuava a deusa Ártemis.
 2) Paulo esteve aí no fim da segunda viagem
missionária (cf. At 18,19-21), e mais demoradamente,
durante a terceira viagem (cf. At 19,1-20,1).
 3) Obteve numerosos frutos de evangelização na capital
e vizinhanças (cf. At 19,11s.20-31). Isto criou profunda
amizade de Paulo com os efésios (cf. At 20,17-38).
 4) Ef se diferencia de outras cartas por seu tom
impessoal: faltam as saudações aos colaboradores e
amigos residentes ali. Também só conhecemos os
destinatários indiretamente (cf. Ef 3,2-4; 4,21).
5) Contexto de Ef:
 5) Tem-se, pois, a impressão de que Ef é um retrato
teológico, apresentado a leitores desconhecidos,
sem intervenção em casos particulares, e não uma
carta a discípulos muito amados.
 6) Questão: terá sido Ef uma carta enviada realmente
aos efésios?
 7) Das várias hipóteses, destacamos: Ef é uma carta-
circular, destinada não somente à capital da Ásia
proconsular, mas a todas as cidades vizinhas, por
isto, faltam-lhe comunicações pessoais e alusões a
circunstâncias locais.
5) Estrutura de Ef:
1,1-1,2
saudação de bênção
1,3-3,21
vocação dos hebreus e dos pagãos
ao corpo de Cristo
4,1-6,22
exortação a um comportamento virtuoso
6,23-6,24
bênção final
5) Mensagem de Ef:
• 1) Ciente dos perigos que ameaçavam a comunidade de
Colossos, devido aos erros dos falsos doutores, Paulo
resolve escrever para essa comunidade.
• 2) Com o tempo, Paulo lembra das outras comunidades
que haviam se formado em toda a região da Ásia
proconsular e que corriam semelhantes perigos.
• 3) Então, retoma Cl, ampliando-a, sem caráter polêmico,
em atitude contemplativa. Surge, assim, a carta-circular
(Ef), na qual é desenvolvida a Cristologia e acentuada a
Igreja como corpo de Cristo (Ef 1,23; 4,12.16; 5,23.30),
doutrina esta já esboçada em 1Cor 12,27 e em Rm 12,15.
• 4) Ef retoma o tema de Rm, que encarava judeus e
pagãos como pecadores, atingidos gratuitamente pela
misericórdia do Salvador (cf. Ef 2,1-21).
5) Mensagem de Ef:
• 5) Em Ef 4,4s temos o ponto alto de toda a eclesiologia paulina.
• 6) Comparando Cl e Ef verificamos:
• a) Cl tem apenas 30% de próprio, sem paralelos em Ef;
• b) Ef tem 50% de exclusivamente seu;
• c) Próprias de Cl:
• 1) hino cristológico (1,15-20);
• 2) polêmica contra os falsos pregadores (2,1-9.16-23);
• 3) exortação a procurar as coisas do alto (3,1-4);
• 4) saudações e encargos (4,9).
• d) Exclusivo de Ef:
• 1) prólogo (hino) de ação de graças (eucharistia) (1,3-14);
• 2) a vida nova em Cristo (2,1-10);
• 3) oração sobre o mistério (3,14-21);
• 4) exortação à unidade (5,8-14);
• 5) exortação a caminhar na luz (5,8-14);
• 6) matrimônio inserido no mistério de cristo e da Igreja
(5,23-32);
• 7) a armadura do cristão (6,10-17).
5) Mensagem de Ef:
• 7) Devido essa “concórdia-discorde” de Cl e Ef alguns
estudiosos atribui a autoria de Ef a um autor pós-paulino,
do século II ou, no mínimo, da década de 80 d.C.
• 8) Ef é rico alimento para vida espiritual.

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Bíblia - Cartas Paulinas escritas no Cativeiro

  • 2. 1) Introdução geral:  a) As quatro cartas – Filipenses, Colossenses, Filemon e Efésios são chamadas “epístolas do cativeiro”, porque Paulo nos informa que as escreveu na prisão: – 1) Fl 1,7.12-17; – 2) Cl 4,3.10.18; – 3) Fm 1.9s.13.23; – 4) Ef 3,1; 4,1; 6,20.  b) Sabemos pelos Atos que Paulo esteve preso durante dois anos em Cesaréia, em 58-60 d.C. (At 23,33-26,32), e novamente em Roma (At 28,16.30), também por dois anos ao que parece (61-63 d.C.).  c) Mas os Atos não fornecem uma descrição completa das atividades missionárias de Paulo e pouco nos dizem da sua visita de três anos em Éfeso.
  • 3. 1) Introdução geral: d) Questão: em qual cativeiro Paulo escreveu essas Cartas? 1) Contam-se cinco cativeiros na vida de Paulo: a) em Filipos (At 16,23-40); b) em Jerusalém (At 21,31-23,31); c) em Cesaréia (At 23,35-26,32); d) em Roma pela primeira vez (At 27,1-28,16); e) em Roma pela segunda vez (2Tm 1,8.12.16s; 2,9). 2) Há quem julgue que Paulo esteve preso também em Éfeso, pois nesta cidade permaneceu três anos (cf. At 20,31) e sofreu hostilidades (cf. 1Cor 16,8, “adversários numerosos”; 15,32, “luta contra as feras; etc.
  • 4. 1) Introdução geral: • e) Questão: qual o cativeiro suposto por Fm, Cl, Ef e Fl? • 1) Até o século XIII, os autores admitiam, em resposta, o primeiro cativeiro romano de Paulo (61-63). Desde 1731 vários críticos defendem o cativeiro efésio como contexto histórico de tais cartas.
  • 5. 1) Introdução geral:  2) Nós seguiremos a sentença mais antiga, que atribui as quatro cartas ao primeiro cativeiro romano, entre os anos de 61 a 63, embora reconheçamos que entre Filemon-Colossenses-Efésios, de um lado, e Filipenses, do outro lado, há diferenças, que permitiriam admitir para Fl outro contexto.
  • 6. 1) Introdução geral:  f) A ordem de origem de Fm, Cl e Ef é provavelmente esta: Paulo, detido em Roma, foi procurado por Onésimo, escravo fugitivo da cidade de Colossos; tendo gerado este filho para Cristo, Paulo o devolveu ao patrão Filemon com uma carta para este (Fm) e com outra carta para toda a comunidade de Colossos (Cl), ameaçada por falsas doutrinas. A epístola aos Colossenses assim redigida foi ampliada por Paulo ou por um discípulo de Paulo, devendo circular pelas comunidades cristãs da Ásia Menor, ameaçadas pelos mesmos males; visto que Éfeso era a cidade capital desta província, tal epístola circular tomou o nome de “epístola aos Efésios”. Quanto a Fl, será examinada oportunamente a sua situação de origem.
  • 7. 2) A epístola a filemon
  • 8. 2) Contexto de Fm:  a) Estando Paulo cativo em Roma entre 61 e 63, foi procurado por um escravo, Onésimo, que fugira da casa de seu patrão Filemon em Colossos (Ásia Menor) e procurava abrigo em Roma, cidade cosmopolita.  b) A legislação judaica mandava não devolver ao amo o escravo fugitivo (cf. Dt 23,16). Ao contrário, a legislação romana considerava o escravo como propriedade do patrão e impunha a devolução do mesmo; além do que previa penas severas para esses desertores: Paulo estava a par dessas normas.  c) Todavia, quis reter Onésimo consigo. Embora não lhe pudesse dar a alforria do foro civil, podia apregoar-lhe a redenção trazida por Cristo e gerá-lo para a vida nova dos cristãos.  d) Tendo feito isto (v. 10), Paulo pensou em guardar consigo Onésimo para que este colaborasse na difusão do Evangelho (v. 17).
  • 9. 2) Contexto de Fm:  e) Todavia acabou resolvendo devolver o escravo.  f) Ao enviar Onésimo de novo para a casa do patrão, Paulo quis escrever uma carta cheia de calor humano e vivacidade, em que recordava ao patrão a necessidade de receber o escravo não mais como “coisa” ou propriedade sua, mas como caríssimo irmão em Cristo (v. 16).  g) Se Onésimo tinha roubado algo a Filemon, que este o pusesse na conta de Paulo, o qual prometia pagar por Onésimo (embora na verdade Filemon é que devia a Paulo a sua conversão a Cristo) (cf. v. 18s). Paulo usa assim autêntica linguagem comercial para persuadir Filemon.  h) Este, aliás, devia ser um cristão bem formado, que exercia “caridade para com todos os santos, reconfortando os corações dos irmãos” (cf. v. 5.7). Por isto Paulo concluía sua carta exprimindo a certeza de que Filemon seria ainda mais generoso do que Paulo lhe pedia.
  • 10. 2) Contexto de Fm:  i) Esta é a primeira declaração dos direitos humanos no Cristianismo. Baseava-se na verdade de que todos somos irmãos, porque todos participamos da mesma natureza humana.  j) Paulo não quis apregoar uma violenta revolta dos escravos contra os patrões nem a eliminação brusca do regime de escravidão, pois esta teria sido fatal para a vida do Império Romano. Os escravos eram mais numerosos do que os homens livres e garantiam a indústria e a agricultura da época.  l) O que importava a Paulo era transformar as relações entre escravos e patrões, proclamando em cada escravo um irmão que compartilhava a dignidade do seu patrão. Era preciso realizar a emancipação dos escravos nas mentes dos homens antigos para depois concretizá-la na praxe e nas leis civis.
  • 11. 2) Estrutura de Fm: 1-3 envio de saudação 4-7 agradecimento pela fé comum 8-20 pedido a Filemon pelo escravo Onésimo: fraternidade em Cristo 21-25 saudação
  • 12. 3) A epístola aos Filipenses
  • 14. 3) Contexto de Fl:  1) Em 358-357 a.C., Filipe II da Macedônia, pai de Alexandre Magno, ocupou a comarca de Krenides (= pequenas fontes) e transformou-a em florescente cidade,à qual impôs o nome Filipos.  2) O Imperador Romano Augusto fez de Filipos um posto avançado da civilização romana (= colônia, conforme At 16,12).  3) Paulo esteve três vezes em Filipos: por ocasião da segunda viagem missionária (50-53), conforme At 16,12-40, e ainda durante a terceira viagem apostólica, segundo At 20,1s (fins de 57) e At 20,3-6 (Páscoa de 58).
  • 15. 3) Contexto de Fl:  4) Entre os apóstolos e os fieis estabeleceram-se relações de grande ternura, a ponto que Paulo chama filipenses “irmãos amados e queridos, minha alegria e coroa” (4,1) ou ainda exclama: “Deus me é testemunha de que vos amo a todos com a ternura de Cristo Jesus” (Fl 1,8).  5) Por causa dos laços afetivos com os filipenses, Paulo mais de uma vez aceitou deles auxílio em dinheiro (cf. 2Cor 11,8s; Fl 4,15-16).  6) Paulo não costumava aceitar ofertas, pois queria pregar o Evangelho sem ser, de algum modo, oneroso aos fiéis ou vivendo unicamente do trabalho de suas mãos.
  • 16. 3) Contexto de Fl:  7) Precisamente, estando Paulo cativo em Roma, os filipenses, após certo recesso, enviaram-lhe alguns recursos por intermédio de Epafródito, delegado da comunidade junto a Paulo (cf. Fl 4,10-13; 2,25). Epafródito, porém, adoeceu gravemente. Este fato muito preocupou os fiéis de Filipos e o próprio enfermo.  8) Paulo então resolveu mandar este de volta aos seus, juntamente com uma carta (cf. Fl 2,25-29), que teria como principal objetivo agradecer aos fiéis os socorros materiais e o afeto que dedicavam ao Apóstolo (Fl 4,15- 20); aproveitando o ensejo, Paulo mandaria notícias suas, principalmente do seu apostolado (cf. 1,12-25); exortaria os fiéis à unidade e à concórdia fraternas (1,27- 2,18; 4,1-4) e os acautelaria contra as ciladas dos judaizantes (cf. 3,1-6).
  • 17. 3) Contexto de Fl:  9) Por duas vezes (1,25s e 2,24), Paulo manifesta a esperança de em breve retornar à companhia dos seus fiéis; donde se conclui que a epístola foi escrita no fim do período de cativeiro, quando o processo se encaminha para um desfecho feliz.  10) A questão, pois, do lugar de origem de Fl é de difícil solução, mas não representa empecilho para o frutuoso entendimento da mensagem desta carta.
  • 18. 3) Estrutura de Fl: 1,1-1,11 saudação e intercessão 1,12-1,28 prisão e pregação do apóstolo Paulo 1,27-2,18 exortações à fidelidade no seguimento de Cristo 2,19-3,1 comunicações pessoais 3,2-3,21 admoestações e exortações 4,1-4,9 instruções pastorais para a fidelidade e unidade na fé 4,10-4,20 agradecimento pelo apoio 4,21-4,23 saudações e augúrios de bênção
  • 19. 3) Mensagem de Fl:  1) A epístola aos Filipenses é, com razão, tida como “a carta da alegria cristã”.  2) O vocábulo “alegria” e seus sinônimos constituem a trama desse documento, recorrendo 24 vezes (cf. 1,4.7.25; 2,2.18; 3,1; 4,1.4; etc).  3) Essa alegria paulina é paradoxal: existe num homem já adiantado em anos e detido na prisão, de onde escreve uma carta cheia de entusiasmo.  5) Parece reproduzir-se, na prisão donde Paulo escreve, o que ocorrera na cidade de Filipos muitos anos antes: Paulo e Silas estavam detidos em cárcere público, sofrendo terrivelmente pelas feridas da flagelação que ainda sangravam; e contudo, pela meia- noite, cantavam hinos de louvor a Deus (cf. At 16,23-25).
  • 20. 3) Mensagem de Fl:  6) É de notar que também os filipenses, na época em que esta carta lhes era escrita, sofriam perseguições por causa da fé (cf. Fl 1,27-30).  7) Todavia Paulo os admoestava a não se deixarem abater, mas antes exorta-os a agradecer a Deus não só pela graça de crerem em Cristo, mas também pela de sofrerem por Ele, empenhados todos num duro combate (cf. 1,27-30). A eles, sofredores, dirige Paulo o estribilho: “Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: alegrai- vos!” (Fl 4,1).  8) Questão: como explicar situações tão paradoxais?  9) Paulo se identificava com um modelo, que ele propunha aos fiéis: o Cristo Jesus: “Tende em vós mesmos sentimentos de Cristo Jesus” (2,5).
  • 21. 3) Mensagem de Fl:  10) A seção de 2,6-11 desenvolve a imagem de Cristo Jesus num hino usual na Liturgia da Igreja antiga: o Cristo, antes de se fazer homem, preexistia em igualdade de condições com o Pai, mas não hesitou em despojar- se da glória que lhe competia como Deus, para assumir as condições de fragilidade e esvaziamento próprias da natureza humana; feito homem, experimentou, por obediência ao Pai, a morte do escravo pregado à cruz. Em consequência, Deus Pai o quis exaltar (a Ele, o crucificado), dando-lhe um nome que está acima de todo nome: assim, como homem, o Cristo participa da glória de Deus.  11) Essa transfiguração da Cruz e da dor realizada por Cristo é que se devia tornar o segredo da fortaleza de ânimo e da profunda alegria do Apóstolo identificado com Cristo.
  • 22. 4) A epístola aos Colossenses
  • 23. 4) Introdução a Cl: • 1) Cl e Ef são duas epístolas afins entre si, pois supõem a mesma problemática e a segunda parece ser a reedição ampliada e retocada da primeira.
  • 24. 4) Contexto de Cl: • 1) A cidade de Colossos ficava na Frígia, região montanhosa. Em 133 a.C. os romanos adquiriram o domínio da região, por onde passava o rio Lico, banhando as cidades de Colossos (distante uns 200 Km de Éfeso), Laodicéia e Hierápolis (distante de Colossos 16 e 20 Km respectivamente). Colossos era originalmente notável centro comercial, que foi ofuscado por Laodicéia. • 2) Os povos da Ásia Menor, especialmente os da Frígia, eram inteligentes e dotados de propensão filosófica; entregavam-se a indagações sobre o mundo e a natureza assim como ao estudo da religião. Entre os pensadores filhos da região, podem-se mencionar os filósofos jônicos e Heráclito; os cultos religiosos tinham seus rituais exuberantes e violentos, como os da deusa Cibelis e do deus Átis.
  • 25. 4) Contexto de Cl: • 3) Sabemos que Paulo por duas vezes evangelizou a Frígia: • a) por ocasião da segunda viagem missionária (cf. At 16,6); • b) e no fim da terceira expedição (cf. At 18,23s). • 4) Todavia a comunidade cristã de Colossos foi fundada sem a intervenção direta de Paulo (Cl 2,1). • 5) A sua origem se deve à prolongada permanência do Apóstolo em Éfeso nos anos de 54-57, tempo durante o qual “todos os habitantes da Ásia, judeus e gregos, puderam ouvir a Palavra do Senhor” (At 19,10). • 6) Entre esses ouvintes, estavam certamente Epafrás (Cl 1,7; cf. 4,12-14) e Filemon (Fm 1), cidadãos colossenses, que, convertidos em Éfeso, se encarregaram de fundar a comunidade cristã de sua cidade. • 7) A maioria dos fiéis de Colossos era de origem pagã (cf. Cl 2,13; 1,21.27), embora ainda devesse haver também judeus, que eram numerosos na Frígia.
  • 26. 4) Problemática de Cl: • 1) A comunidade de Colossos, em seus primeiros anos, deve ter sido fervorosa, e nutria por Paulo afeto filial (cf. Cl 1,3-8). • 2) Havia pregadores de doutrinas aberrantes, que disseminavam um sincretismo religioso, composto de elementos judaicos, cristãos e pré-gnósticos, a qual Paulo se referia como “filosofia segunda a tradição dos homens... e não segundo Cristo” (Cl 2,8). • 3) A gnose era uma corrente em que se mesclava proposições da filosofia grega, da mística oriental e das Sagradas Escrituras. Expandiu-se sob diversas formas nos séculos II e III d.C., de modo que no século I (época de Cl) só podia haver os antecedentes da gnose ou a pré-gnose. Uma das características desta era o dualismo ou a oposição entre o espírito (bom, santo) e a matéria (má, pecaminosa). • 4) Percebemos o fundo judaico e pré-gnóstico (dualista) das novas doutrinas nos seguintes textos: Cl 2,20s; 2,8.22; 2,11.
  • 27. 4) Problemática de Cl: • 5) Apregoavam um exagerado culto aos anjos (2,18) que põe em perigo o primado de Cristo (cf. Cl 1,15-20). Na mentalidade judaica os anjos eram os intermediários entre Deus e os homens, executores da justiça divina sobre a terra. Também concebiam os anjos como regentes dos astros e que influíam na vida dos homens. • 6) A pré-gnose, ao estabelecendo a antítese entre o espírito (Deus) e a matéria (ou o mundo material), favorecia o abusivo culto dos anjos, como intermediários entre Deus e a matéria. Eles chamavam esses seres intermediários de eons (= emanações do Ser Supremo), cuja perfeição estava em detrimento da sua maior proximidade do Ser Supremo. Alguns gnósticos contavam até 365 emanações ou eons. Estes enchem o espaço cósmico entre a Divindade, no alto, e a matéria embaixo. Constituem o pléroma (= plenitude) e o reino de luz. • 7) Paulo vai afirmar a única e suficiente mediação de Cristo, ao qual estão subordinados os anjos e os homens (cf. Cl 1,15-19; cf. 1,12s).
  • 28. 4) Estrutura de Cl: 1,1-1,2 envio de saudação 1,3-2,5 oração introdutória e hino a Cristo 2,6-2,23 ensinamento sobre as doutrinas errôneas gnósticas 3,1-4,6 reforma da vida cristã (quadro doméstico cristão), a nova existência em Cristo 4,7-4,18 saudações conclusivas
  • 29. 4) Mensagem de Cl:  1) Paulo, prisioneiro em Roma (61-63), foi procurado por Epafrás, o qual trouxe boas e más notícias a respeito da comunidade de Colossos.  2) Paulo, então, resolve escrever a epístola aos Colossenses, que seria levada por Tíquico e Onésimo juntamente com a epístola a Fm.  3) O conteúdo de Cl destacou o primado absoluto de Jesus Cristo.  4) Paulo, para chamar a atenção de seus destinatários, recorre a vocábulos pré-gnósticos (Cristo é a imagem de Deus, 1,15; Plenitude de Deus, 2,9; Plenitude, 2,10; 1,19) e a termos técnicos judaicos (criação, salvação, perdão, Tronos, Soberanias, Principados, Autoridade, etc). São ao todo 35 palavras que não aprecem nos seus outros escritos.
  • 30. 4) Contexto de Cl: • 5) Paulo quer apresentar Cristo como a Grande resposta que os colossenses procuravam. • 6) Ápice da epístola: 1,15-20. • 7) A salvação oferecida por Cristo requer, dos cristãos, ascese (como efeito da graça) e renúncia ao velho homem; daí o Batismo (cf. Cl 2,11s; 3,1-3.9s). • 8) A cristologia de Cl é a mais desenvolvida do que as anteriores, 1 e 2Cor (cf. 1Cor 8,5s; 10,4; 2Cor 5,19). Estas prepararam Cl, a qual foi continuada por Ef.
  • 31. 5) Epístola aos Efésios
  • 33. 5) Contexto de Ef:  1) Éfeso era a capital da Ásia proconsular, cidade famosa, na qual se cultuava a deusa Ártemis.  2) Paulo esteve aí no fim da segunda viagem missionária (cf. At 18,19-21), e mais demoradamente, durante a terceira viagem (cf. At 19,1-20,1).  3) Obteve numerosos frutos de evangelização na capital e vizinhanças (cf. At 19,11s.20-31). Isto criou profunda amizade de Paulo com os efésios (cf. At 20,17-38).  4) Ef se diferencia de outras cartas por seu tom impessoal: faltam as saudações aos colaboradores e amigos residentes ali. Também só conhecemos os destinatários indiretamente (cf. Ef 3,2-4; 4,21).
  • 34. 5) Contexto de Ef:  5) Tem-se, pois, a impressão de que Ef é um retrato teológico, apresentado a leitores desconhecidos, sem intervenção em casos particulares, e não uma carta a discípulos muito amados.  6) Questão: terá sido Ef uma carta enviada realmente aos efésios?  7) Das várias hipóteses, destacamos: Ef é uma carta- circular, destinada não somente à capital da Ásia proconsular, mas a todas as cidades vizinhas, por isto, faltam-lhe comunicações pessoais e alusões a circunstâncias locais.
  • 35. 5) Estrutura de Ef: 1,1-1,2 saudação de bênção 1,3-3,21 vocação dos hebreus e dos pagãos ao corpo de Cristo 4,1-6,22 exortação a um comportamento virtuoso 6,23-6,24 bênção final
  • 36. 5) Mensagem de Ef: • 1) Ciente dos perigos que ameaçavam a comunidade de Colossos, devido aos erros dos falsos doutores, Paulo resolve escrever para essa comunidade. • 2) Com o tempo, Paulo lembra das outras comunidades que haviam se formado em toda a região da Ásia proconsular e que corriam semelhantes perigos. • 3) Então, retoma Cl, ampliando-a, sem caráter polêmico, em atitude contemplativa. Surge, assim, a carta-circular (Ef), na qual é desenvolvida a Cristologia e acentuada a Igreja como corpo de Cristo (Ef 1,23; 4,12.16; 5,23.30), doutrina esta já esboçada em 1Cor 12,27 e em Rm 12,15. • 4) Ef retoma o tema de Rm, que encarava judeus e pagãos como pecadores, atingidos gratuitamente pela misericórdia do Salvador (cf. Ef 2,1-21).
  • 37. 5) Mensagem de Ef: • 5) Em Ef 4,4s temos o ponto alto de toda a eclesiologia paulina. • 6) Comparando Cl e Ef verificamos: • a) Cl tem apenas 30% de próprio, sem paralelos em Ef; • b) Ef tem 50% de exclusivamente seu; • c) Próprias de Cl: • 1) hino cristológico (1,15-20); • 2) polêmica contra os falsos pregadores (2,1-9.16-23); • 3) exortação a procurar as coisas do alto (3,1-4); • 4) saudações e encargos (4,9). • d) Exclusivo de Ef: • 1) prólogo (hino) de ação de graças (eucharistia) (1,3-14); • 2) a vida nova em Cristo (2,1-10); • 3) oração sobre o mistério (3,14-21); • 4) exortação à unidade (5,8-14); • 5) exortação a caminhar na luz (5,8-14); • 6) matrimônio inserido no mistério de cristo e da Igreja (5,23-32); • 7) a armadura do cristão (6,10-17).
  • 38. 5) Mensagem de Ef: • 7) Devido essa “concórdia-discorde” de Cl e Ef alguns estudiosos atribui a autoria de Ef a um autor pós-paulino, do século II ou, no mínimo, da década de 80 d.C. • 8) Ef é rico alimento para vida espiritual.