O documento discute três tópicos principais: 1) a falta de interesse de jovens em votar nas eleições municipais de Porto Alegre devido a escândalos políticos; 2) a importância da participação juvenil no processo democrático para renovar a política; 3) a necessidade de os jovens votarem para eleger governantes e definir o futuro do país.
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
Babélia 16
1. B
angelo de zorzi
abélia
Publicação Experimental do Curso de Jornalismo da Unisinos — Edição 16 — São Leopoldo/RS — Dezembro de 2011
DIEGO DIAS
COMPORTAMENTO
Internet sem medo
Manter o diálogo e
estabelecer limites
é a melhor forma de
ensinar as crianças a
navegar na web. 7
DANIELA FANTI
POLÍTICA
Polêmica nas
Câmaras Municipais
Emenda constitucional
que prevê o aumento do
número de vereadores
divide opiniões. 13
LÍLIAN STEIN
Loucos por
SAÚDE
Exercícios retardam
o envelhecimento
Aposentados contam como
camisas
atividades aeróbicas e
alongamentos melhoram
a qualidade de vida. 15
MARINA CARDOZO
A farta comercialização de artigos dos times de futebol fez
nascer um novo tipo de fanático: o colecionador de camisetas
4/5
ESPORTE POLÍTICA EDUCAÇÃO MEIO AMBIENTE
Goleira gaúcha no Capão da Canoa já Presidiárias Consumo de carne
Mundial de Handebol pensa no inverno voltam a estudar afeta ecossistemas
Bárbara Arenhart, Secretaria de Turismo Detentas aproveitam O impacto da pecuária
de Novo Hamburgo, planeja eventos para o tempo livre para em escala industrial
defende a seleção atrair maior público na investir em novos repercute até mesmo
nacional em dezembro. 6 baixa temporada. 12 conhecimentos. 18 na qualidade do ar. 17
2. Editorial
A tábua de salvação
Página
2
Votar por quê?
Jairton Camisolão
Redação Jornalística III
O s jovens da capital gaú-
cha, nos parece, estão
Babélia
2
DIVULGAÇÃO
da credibilidade sem estímulo para votar nas
próximas eleições munici-
O
s avanços tecnológicos estão tão rápidos quanto a nossa pais que acontecem nos dias
capacidade de assimilação das potencialidades e transfor- 7 e 28 de outubro de 2012,
mações que provocam. As interfaces de acesso às máqui- respectivamente primeiro e
nas chegam a moldar o real, principalmente com o advento da segundo turnos, onde serão
web. A internet encurtou distâncias, deu o poder de voz a todos eleitos vereadores e prefeitos
e tornou-se protagonista entre os meios de comunicação. Mas o em todo o Brasil.
que realmente se ganha e se perde quando vivemos no mundo Não é para menos, com
digital? Ganhamos com a liberdade de nos expressar, temos mais tantos escândalos que têm
força coletivamente. Nesses tempos, regimes ditatoriais são per- acontecido ultimamente no
manentemente sacudidos pelas mobilizações via rede. Não é por cenário político nacional, eles
acaso que regimes do Oriente Médio como o de Hosni Mubarak, adiam até a idade limite de 18
que governava o Egito com mãos de ferro, caíram. No caso do ex- anos, para fazer o titulo elei-
líder egípcio, as redes sociais foram fundamentais para mobilizar toral e exercer o seu direito
a população do país que bradava por liberdade, e disseminaram de cidadão.
no mundo o panorama da região. Mubarak tentou inutilmente cor- Os dados divulgados pelo
tar a internet em todo o espaço nacional. Ele compreendia o foco Tribunal Regional Eleitoral
de sua derrocada, que aconteceu em fevereiro deste ano. (TRE/RS) comprovam esta
No entanto, se a web não for utilizada de forma ética, ela insatisfação dos jovens porto-
pode permitir que as mazelas morais e sociais de nossa sociedade alegrenses com a classe polí-
sejam superdimensionadas. O universo subjetivo criado por esse tica. Conforme este levanta-
meio é sem lei, ficando à mercê dos princípios de cada usuário mento, a capital tem o menor
conectado. É verdadeiro o fato de que pessoas já são presas por percentual de eleitores entre
praticar delitos de trás seus computadores, mas ainda permane- 16 e 17 anos de todas as ci-
cem latentes os sentimentos de anonimato e impunidade. Neste dades gaúchas.
território livre e desregrado, o fluxo de conteúdos, principalmente Isto representa 0,72% em ocorrendo na capital do Esta- nadores, deputados, senado-
informativos, cresce sem controle. Então, como confiar em algo um universo de quase 1.1 mi- do. Muitos preferem virar as res e presidente, delegamos o
que está imerso num mar aberto? A tábua de salvação da cre- lhões de eleitores. Pelos nú- costas e fugir da responsabi- poder, com nosso voto, para
dibilidade ainda está no jornalista. Ele deve usar seus princípios meros do censo, que o IBGE lidade do que participar das que eles decidam por nós.
para não colocar em xeque o que há de mais importante na sua divulgou em agosto passado, questões decisivas do Brasil. Está nas mãos da juven-
profissão: a confiança. Porto Alegre deveria ter o tri- A juventude não pode se tude a renovação e talvez um
plo de eleitores nesta faixa furtar de eleger nossos gover- jeito mais transparente de se
B
etária. nantes a cada dois anos. Por fazer política no Brasil, por-
A falta de politização de este processo democrático de- que os jovens que decidem
abélia
alguns adolescentes é outro finimos o futuro do Brasil. Aos hoje nas urnas serão os futu-
fator agravante pelo que vem vereadores, prefeitos, gover- ros políticos do amanhã.
Universidade do Vale TEXTOS: alunos das disciplinas de Redação O câncer dos rebeldes sem causa
do Rio dos Sinos Sao
Leopoldo Jornalística I, II e III, sob orientação dos
Bruno Lois do câncer do ex-presidente hospitais e médicos e muitos
professores Anelise Zanoni, Beatriz Marocco, Redação Jornalística III Lula, o tiroteio de opiniões pacientes, que formam filas
Linha Direta
Edelberto Behs, Eduardo Veras, Ronaldo sobre o assunto nas redes so- de espera para determinadas
(51) 3591 1122
Email:
Henn e Thaís Furtado. C erta vez o poeta espa-
nhol Jaimes Balmes disse
que “muito custa ao homem
ciais foi algo digno dos mor-
ros cariocas. Foi bala perdida
para tudo que é lado. Ora, se-
especialidades.
Sem defender qualquer fi-
gura pública e tampouco sigla
unisinos@unisinos.br
revelar-se mau, até aos seus jamos francos, o SUS é, sim, partidária: não é o Lula que
Reitor: IMAGENS: alunos da disciplina de próprios olhos; e não se atre- um sistema deficitário. Verbas merece tratamento diferen-
Marcelo Aquino Fotojornalismo, sob orientação do professor vendo, faz-se hipócrita”. Mais insuficientes ou desviadas da ciado, é a instituição Presi-
Vice-reitor: de um século se passou e a finalidade desejada, poucos dência da República. Qualquer
José Ivo Folmann Flávio Dutra.
frase segue atual e encaixa ex-presidente merece e tem
Pró-reitor Acadêmico: exatamente no padrão de direito a tratamento especial.
Pedro Gilberto Gomes
PLANEJAMENTO GRÁFICO: alunos da comportamento da socieda- Sugerir que Lula se trate pelo
Diretor de Graduação:
Gustavo Borba
de. Protegida pela armadura “A pluralidade SUS, como se isso fosse sen-
disciplina de Planejamento Gráfico II de da hipocrisia e reforçada com de informações tença de morte ou descaso é,
Gerente de Bacharelados
2011/1 Émerson Vasconcelos, Matheus a internet, o meio mais de- no mínimo, desinformação.
Gustavo Fischer
Coordenador do Curso mocrático de comunicação, é muito válida Mas veja bem, não é o trata-
de Jornalismo: Andreatta e Luciana Andreatta, sob a sociedade descobriu que a na construção mento de Lula o tema central
orientação do professor Everton Cardozo. polêmica gratuita é legal. da abordagem e sim o poder e
Edelberto Behs
Se você começa a leitura
de uma opinião a democracia do argumento.
esperando uma posição polí- e esse é o A pluralidade de infor-
EDITORAÇÃO: realizada pela Agência tica, esqueça, pode parar por cenário das mações é muito válida na
aqui. A questão é outra: opi- construção de uma opinião e
Experimental de Comunicação (Agexcom).
nião todo mundo tem, mas ar- redes sociais. esse é o cenário das redes
Diagramação: estagiário Marcelo Grisa, sob gumentos que tornem as opi- Isso configura sociais. Isso configura um
niões válidas pouco se veem. espaço democrático onde se
supervisão do jornalista Marcelo Garcia.
Dou o primeiro exemplo: as-
um espaço lê muitas posições inteligen-
sim que divulgada a notícia democrático” tes e outras nem tanto.
3. Babélia
3
O Jane Maria da Silva
pinião
O leitor entre os letrados
Jonas Pilz
Redação Jornalística III
Bastidores
da
VIDA
A figura de um morador de rua que reside entre os arranha-céus de um
dos principais centros econômicos de Porto Alegre, é contrastante. Juca,
como gosta de ser chamado, vive há seis meses no cruzamento da aveni-
da Carlos Gomes com a Anita Garibaldi, com mais dois amigos.
- Chegamos aqui e, como tinha espaço, sem que incomodasse nin-
guém, ficamos.
A vida de Juca poderia ser como a de qualquer outro morador de rua,
não fosse um detalhe curioso: ele passa a maior parte do dia lendo.
Com um vocabulário impecável, não sabe precisar quantos livros já
leu na vida.
- É um hábito que surgiu por acaso.
Juca recolhe livros e jornais no lixo, no chão, às vezes recebe de mora-
dores das proximidades que sabem do
seu apreço.
- Gosto de estar informado do que “Gosto de estar
acontece. Eu faço parte do mundo tam-
bém. E com os livros eu aprendo e me
informado do
divirto muito. que acontece.
Quanto às preferências de gênero,
diz que gosta de quase todos, desde Eu faço parte
que tenham uma boa história. do mundo
- Principalmente os de ação e so-
bre lugares do mundo. Dá vontade de também.”
conhecer.
A vizinhança não ajuda somente
com livros, mas também com comida, roupas, cobertores e outras coisas.
Assim, ele afirma que não precisa pedir esmola.
- Às vezes também aparece algum trabalho. Mas mais pra mim. En-
quanto eu leio, eles (seus amigos) ficam dormindo o dia todo - diverte-se.
Um doce por um sorriso.
Juca e seus colegas têm uma companheira inseparável. A cadela Pulga
está sempre pronta pra brincar com quem dê atenção.
- Não sou desses que trata cachorro como pessoa, mas tem vezes que
É por conta da casa leio em voz alta, e ela fica parada olhando, prestando atenção. Percebo
reações nela. Deve ser a entonação da voz.
Sobre escrever o seu próprio livro, ele diz que não se empolga muito
Jaqueline Loreto rônimo. zendo de tudo para agra- com a idéia. Juca vive entre pessoas letradas com garbo e o barulho de
Redação Jornalística III Enquanto mexe com dar quem aparece na sua carros. Ele não dá bola. Está imerso em suas histórias.
seus doces, conta que sua casa. Enquanto um olho
U
ma das melhores primeira moradia foi le- fica espreitando o prepara-
Chão batido e raízes
formas de expressar vantada pelos homens da do (normalmente um doce
a emoção, de ma- casa, e que era modesta ou um pão) o outro fica no
neira que todos compreen- com telhado de sapé e de chimarrão passado de mão
dam, é através do sabor da chão batido. Era de pau- em mão. Suas rapaduras André Rafael Herzer
comida. a-pique. E nela a cozinha ou broas de milho têm efei- Redação Jornalística III
É na panela que se es- também ficava por sua to acalentador. Impossível
condem histórias das mais conta, usando as panelas resistir, ainda mais quando Sentado na varanda de casa, o idoso magro e de escassos cabelos
variadas formas de inter- de ferro e o fogão à lenha, se escuta a cuia roncando. observa o pouco movimento da rua onde mora. Há 84 anos, ele vive na
pretações, e as histórias ao de barro, da família. Algumas palavras saem mesma localidade, a estrada de chão batido é testemunha de sua vida.
pé do fogão são que mais Ao redor da casa fica pesadas, com dificuldade, Atualmente ele mora em uma casa de alvenaria com a sua esposa, a pou-
agradam Eloá dos Santos as plantações, a horta. E devido às emoções lem- cos metros da casa de estilo colonial alemão onde ele nasceu. Vidas intei-
Prates, a tia Lolô. de manhã, antes dos ga- bradas, que não são pou- ras se passaram e Libório reluta em abandonar o local no qual cresceu.
É só saber que irá rece- los cantarem, era hora de cas. Como a vez em que Os dedos grossos, a mão calejada e a pele escurecida pelo sol reve-
ber visitas que ela logo se tirar o leite da vaca e co- se prontificou a fazer os lam que o senhor de idade além de apreciar uma cervejinha nas tardes
apronta para ir ao mercado meçar a fazer as lidas da docinhos e salgadinhos de calor, já trabalhou muito na roça. Desde pequeno, Libório e seus oito
e comprar os ingredientes. casa. Os afazeres eram para o primeiro ano de seu irmãos ajudavam no sustento da família, tirado no cultivo de lavouras.
O valor de cozinhar so- exaustivos, mas nunca ti- primeiro neto. Ou quando Outra paixão do agricultor é a televisão. Quando a eletricidade chegou
bre um bom teto, com pa- raram o seu sorriso. E ain- a família resolveu fazer à localidade onde mora, Libório optou por comprar uma televisão e não
nelas boas e com prazer, da tinha no currículo um uma pequena surpresa em uma geladeira, afinal era ano de Copa do Mundo.
Eloá sabe dar. Há quem curso de corte e costura seu aniversário e foram No Bom Fim, local onde mora, o senhor de fala carregada pelo so-
diga que as coisas novas – comum naquela época mais de 40 cabeças em taque alemão aprendeu o ofício que pratica até hoje: fazer vassouras
que estão inventando dei- para que as mulheres au- sua casa. de palha. A primeira delas foi feita com o material descartado por não
xam as pessoas acomo- mentassem os ganhos. Talvez seja cozinhan- ser de boa qualidade. Em nenhum momento ele recebeu um conselho
dadas, por ser tudo mais Trabalhando como do que Eloá encontre um de seu pai, Libório apenas observou como elas eram produzidas e
fácil do que antigamente. empregada doméstica motivo para fazer os ou- repetiu o processo. Até hoje ele se orgulha pelo fato de sua primeira
E em parte, não deixam de conheceu o seu marido. tros se sentirem bem. vassoura, mesmo sendo feita com a palha ruim, ter sido melhor do
ter razão. Juntos, os dois cuidavam Talvez seja o motivo dela que as feitas pelo seu pai.
Eloá, ou melhor, a tia dos animais e faziam sua se sentir bem. Mas uma Hoje, a idade avançada atrapalha na produção de vassouras. A ve-
Lolô, nasceu em Morri- vida campeira. coisa é certa, quem entra lhice também vem atrapalhando Libório em outros afazeres. Há mais de
nhos, 90 quilômetros de Hoje, aos 67 anos, tia sempre irá sair com uma cinco anos ele não realiza o percurso de quatro quilômetros até Feliz de
Porto Alegre. Aos 18 anos Lolô vive em uma grande “bobagenzinha” – como bicicleta. Na verdade, ele só se desloca até a cidade em casos de urgên-
se instalou na cidade que casa e continua no trato ela gosta de falar – pra cia. Ele já criou raízes nesse chão que o viu crescer e o ajudou a levar
continua residindo, São Je- dos animais. Segue fa- levar na viagem. uma vida decente, enquanto espera sentado na varanda de sua casa,
pelo próximo carro que levantará a poeira da rua.
4. Reportagem
especial
Babélia
4
A febre das camisas
Os uniformes deixaram de ser usados apenas pelos jogadores
para se tornarem artigos de coleção e uma paixão sem limites
LISIANE MACHADO
Helena Caliari
Jeferson Dias
Luís Francisco Caselani
Redação Jornalística II
O
“manto” é o maior sím-
bolo de um time de fu-
tebol. Suas cores iden-
tificam seus torcedores. Uma
camisa azul, preta e branca
tem um gremista dentro. Uma
vermelha, farda um colorado.
É uma fácil associação, que se
tornou ainda mais simples tão
logo iniciou a comercialização
delas. Começaram, então, a ser
vistas pelas ruas, indicando um
torcedor do seu próprio time,
da equipe rival ou de outro clu-
be qualquer. Isso porque sua
venda fez nascer um novo tipo
de fanático: o colecionador de
camisas de times de futebol.
As coleções começam sem-
pre a partir de um item e não
param mais. “Comecei tudo
com uma camisa de um time
amador de Morro Reuter, há 27
anos. Daí se desenrolou uma
febre”, diz Valdir Pedro Eiss-
mann, dono da Grêmio Mania
de Novo Hamburgo e apresen-
tador do programa Esporte na
TV, da TVNH. Aos 60 anos, sua
coleção de mais de 300 cami-
sas foi construída através de
presentes. “Eu trabalhei como
repórter de campo nas rádios Orgulho: Valdir tem uma coleção de mais de 300 camisas de futebol
Progresso e ABC 900. Acabei
fazendo vários amigos dentro
dos clubes”, conta Valdir, que de segunda mão. deu ao torcedor colorado a tro possibilitou aos presentes possibilitando-o a conhecer
brincava: “Me dê sua camisa e Cada colecionador junta oportunidade de escolher sua realizar trocas ou mesmo um novo jeito de comparti-
será campeão”. suas peças seguindo determi- terceira camisa tanto no ano vendas de uniformes que já lhar o esporte.
Ganhar camisas é privilé- nado critério. Alguns possuem passado quanto neste ano. Os não interessavam mais. Uma Para participar do evento
gio de poucos. A maioria dos camisas apenas do clube pelo gremistas também puderam camisa era negociada pelo não é necessário colecionar
colecionadores acaba tendo qual torcem. Outros reúnem escolher a sua, tanto com a preço médio de 350 reais. Em camisas. Qualquer pessoa
que desembolsar considerá- camisas bonitas, marcantes, Puma, no ano passado, quan- geral, os torcedores não têm pode comparecer e conhe-
veis quantias por elas – uma que conquistaram títulos ou to com a Topper, neste ano. A preferência por camisas do cer mais sobre essa mania,
nova sai em torno de 160 re- de algum jogador de desta- camisa escolhida foi apresen- seu time; gostam mesmo é já que a ideia é justamente
ais. A solução é comprar pro- que. “Tenho camisas de vá- tada no dia 20 de novembro. de possuir raridades, aquelas criar uma confraternização
dutos em liquidação ou então rios times, tanto profissionais O mercado consumidor é que ninguém mais tem. entre todos que se interes-
como amadores. Mas meus cada vez maior e inflaciona os O evento é promovido por sam pelo assunto.
xodós são as únicas duas ca- valores de patrocínios, que já uma parceria entre a Secre- Esses artigos de coleção
“Meus xodós misas que tenho do Grêmio, chegam a 42,66 milhões de taria da Cultura do estado de representam a essência do fu-
utilizadas por Paulo Nunes e euros anuais – valor pago pela São Paulo e o site “Minhas tebol, a paixão envolvente que
são as únicas Jardel. São relíquias”, diz Val- Nike à Seleção Francesa. Mas Camisas”, com o objetivo de ele proporciona, mas mostram
duas camisas dir. Todos, no entanto, se inte- isso pouco importa aos fãs de preservar a memória do fu- também o lado comercial em
ressam pelo design e pela arte camisas. Elas continuarão a sig- tebol brasileiro e homenage- que o esporte está inserido
que tenho do de cada uma delas. nificar, para eles, a identidade de ar aquelas pessoas que gos- hoje em dia. A necessidade
Grêmio, utilizadas Hoje existem blogs que cada clube e de cada torcida. tam e admiram o esporte. No de faturamento dos clubes, no
debatem novos lançamentos. evento, é possivel encontrar entanto, não estraga o prazer
por Paulo Nunes Isso fez com que as empresas Encontro uniformes como o do Boca desses amantes, apaixonados
fornecedoras de material es- Juniors de Cristinápolis-SE por camisas, por suas histórias
e Jardel. São portivo questionassem os tor-
Realizado anualmente no
estádio Pacaembu, em frente ou do Santos de Itacoatiara- e pela glória que cada uma de-
relíquias.” cedores sobre como eles de- ao museu do futebol, a última AM. A coordenação do encon- las evoca. Elas podem até não
sejam que seja a nova camisa edição do Encontro de Cami- tro acredita que esta é uma ser a matéria-prima do futebol,
Valdir Pedro Eissmann de seu time. A Reebok, pa- sas reuniu cerca de 600 torce- maneira diferente de apre- mas que são elas que colorem
Colecionador trocinadora do Internacional, dores de todo o país. O encon- sentar o futebol ao público, o futebol, isso não há dúvida.
5. Babélia
5
OPINIÃO
LISIANE MACHADO
Guilherme Endler
Redação Jornalística III
A paixão vira
alto negócio
J á faz muito que o futebol deixou
de ser um simples jogo. Além de
ser o esporte mais popular do mun-
do, movimentando milhões de pes-
soas numa paixão que se mistura
com questões raciais, socioeconô-
micas e até religiosas, o futebol se
tornou, quase que acima de tudo,
um negócio.
Não basta toda a corrupção que
acontece entre os clubes, empresá-
rios e as entidades máximas do fu-
tebol, nem as picuinhas com contra-
tos de direito de transmissão de TV,
ou os desvios de verba pública para
a construção de estádios, o dinhei-
ro macula também um dos símbolos
máximos dos clubes: a camiseta.
Os anúncios publicitários infes-
tam os uniformes. São propagandas
de todos os tamanhos e cores, des-
caracterizando símbolos às vezes
centenários. A tradicional camisa
Raridade: a camisa mais cara que Carlos já vendeu foi uma que o ex-jogador do Inter Falcão usou na Roma branca do Santos, por exemplo, leva
um enorme logotipo laranja em seu
Brechó do Futebol
peito. A do Corinthians, então, pa-
rece um abadá, com propaganda até
nas axilas dos jogadores.
E o pior de tudo é que essa quan-
atrai colecionadores
tidade absurda de merchandising
parece não gerar muito lucro, já que
a camiseta oficial de qualquer clube
da Série A não custa menos do que
R$ 150. Cento e cinquenta reais por
Em 2001, quando comprou uma e que sejam oficiais”, diz. Seleção da Grécia, num total de 120. um uniforme com marcas de ban-
camiseta da seleção de futebol da Com visão de empreendedor, ele A decoração de sua loja é toda cos, desodorantes, camisinhas e, ali
Itália, Carlos Caloghero não sabia que dá a dica: “Se alguém está precisan- de mantas e bandeiras, que não no cantinho, o escudo do clube.
aquilo mudaria a sua vida. “Comprei do de dinheiro para ir à praia, por estão à venda. O preço das peças A saída pensada pelos coleciona-
a camisa pela manhã e de tarde já exemplo, e tiver uma camiseta de variam de acordo com o ano, o nú- dores de camisas foi potencializar
tinha vendido pelo triplo que eu havia qualquer time, passa na loja que faço mero e o significado da conquista a importância desse símbolo. Para
pago”, lembra Carlos. a avaliação e compro na hora.” Carlos de cada campeonato ou torneio. eles, o preço da camiseta baseia-se
O ex-estudante de Relações Pú- ainda incentiva a rotatividade das pe- Apesar de não revelar o preço, ele na sua história. Pouco importa se ela
blicas da Universidade Federal do Rio ças pelas mãos dos colecionadores ou diz que a camisa mais cara que ele foi fabricada com um tecido high-tec
Grande do Sul, hoje com 29 anos, apaixonados por futebol. já vendeu foi a do ex-jogador do que faz o suor evaporar mais rápido,
trancou o curso para iniciar sua ati- Aproveitando o ditado que a pro- Sport Club Internacional Falcão, ou se foi feita pela empresa X ou Y.
vidade comercial. Há um ano e três paganda é a alma do negócio, Carlos usada pelo próprio jogador na épo- Essa necessidade, por vezes exorbi-
meses dedica-se integralmente à só usa camisa de seu time, o Grêmio. ca em que jogou na Roma, da Itá- tante, de conseguir o item mais raro
compra, troca e venda de camisas. Em casa, tem camisas do Grêmio e da lia. “Uma raridade”, exibe-se. traz de volta a essência do futebol,
Na pequena loja Brechó do Futebol, Além dos diversos modelos clas- que é justamente esta paixão exa-
localizada no centro da Capital gaú- sificados por ano e marcas, à dispo- gerada, exorbitante.
cha, estão reunidas mais de 1400
camisetas oficiais de times de futebol
Para quem quiser sição para qualquer negociação, o
espaço abriga um bar no andar de
do mundo inteiro. São verdadeiras
peças raras. Muitas vezes o proprie-
visitar a loja de Carlos baixo, que é mantido por Carlos e
mais dois sócios. “Recebemos pesso-
tário sente até pena em negociá-las. as de todas as idades.” “A saída pensada
Mas não era assim no início. “Eu Brechó do Futebol - Bar e Camisetas Carlos comenta que há muitas ra-
comprava uma camiseta e a ven- http://brechodofutebol.com/loja ridades em sua loja, que atua tam- pelos colecionadores
dia pelo dobro, aí sobrava dinheiro Endereço: Rua Fernando Machado, bém com vendas online. “Vendo ca- de camisas foi
para comprar mais duas e assim por
1.188, Centro Histórico,
misas para todo o Brasil e também potencializar a
diante.” Com a ajuda de um amigo, negocio com outros colecionadores
Carlos passou a comprar as camisas Porto Alegre – RS. da América do Sul”, diz. Seu empre- importância desse
pelo site de compra e vendas Merca- Funcionamento da Loja: de segunda endimento, que começou ao acaso, símbolo”
do Livre, mas com um porém: “Só à sexta, das 16h às 20h. acabou se tornando uma boa opção
compro as que estão em bom estado para os maníacos por camisas.
6. Santo Antônio
quer a Copa
ESPORTE B
Santo Antônio da Patrulha é uma das 12 cidades gaúchas que quer
receber uma delegação internacional da Copa do Mundo 2014. As
principais exigências são um Centro de Treinamento de Seleções e
abélia
um hotel dentro dos padrões Fifa. A cidade já conta com o Parque
6
da Guarda, complexo de 46 hectares, com dois campos de futebol
e academia de ginástica. Quanto ao hotel, o prefeito Daiçon Ma-
ciel revelou que um empresário manifestou interesse em lançar o
empreendimento e o projeto arquitetônico já foi encaminhado à
prefeitura. (Por Tatiana Oliveira / Redação Jornalística 1)
Gaúcha no Mundial Farrapos fortalecerá
o time em 2012
de Handebol 2011 Augusto Veber
Redação Jornalística I
Luís Francisco Flores, presi-
dente do clube.
Para o treinador Carlitos
Bárbara Arenhart, de Novo Hamburgo, defende a Seleção Com o fim da tempora- Baldassari, 2012 servirá para
da, o Farrapos, time de rugby fortalecer a equipe. “Estamos
no campeonato que pela primeira vez se realiza no Brasil de Bento Gonçalves, prepara de olho em alguns jogadores
FOTOS: PHOTO&GRAFIA a equipe para os desafios do que se destacaram em outras
próximo ano, e propõe novos equipes nacionais”, diz.
objetivos aos jogadores. O time volta ao treina-
O Farrapos foi bicampeão mento em fevereiro do ano
gaúcho em 2011, após ven- que vem. O calendário de jo-
der o Charrua de Porto Ale- gos inicia-se pelo Gaúcho, em
gre. Além disso, foi o único março. O Farrapos Rugby Clu-
time do estado a participar do be existe desde 2007, mas foi
Super10, campeonato que re- em 2009 que o time começou
úne a elite do rugby nacional. a contratar apenas jogadores
“Concluímos nossos objetivos profissionais, e recebe apoio
para este ano, conquistando financeiro apenas de seus pa-
o gaúcho e conseguindo vaga trocinadores. Todos os jogos
no Super10 de 2012”, afirma são gratuitos.
Rugby: elas também
têm a força
Jackeline Moraes tor de desenvolvimento da Fede-
Redação Jornalística I ração Gaúcha de Rugby, Nilson
Taminato, explica o crescimento
O rugby parece ter deixado de das gurias no esporte: “Diferente
ser o “patinho feio” brasileiro e se de outros, o rugby é conhecido
lança a longos arremessos para o por aceitar um vasto número de
estrelato esportivo da nação. O ru- biótipos, porque são 15 posições
gby feminino, em destaque, figura em campo que exigem força ou
entre os esportes que mais se de- velocidade”.
senvolvem no Brasil, conquistando Embora seja um jogo tradi-
não só fãs como praticantes. A Se- cionalmente agressivo, o esporte
leção Brasileira de rugby feminino acolhe as mulheres. “Não há um
Conquista: a goleira Bárbara Arenhart, a Babi, ganhou o ouro nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara galgou seis títulos Sul-Americanos limitador para a prática, o joga-
e a décima posição no mundial em dor participa das atividades com
Gustavo Ev que a maioria delas joga na Dubai, em 2009. regras que mitigam a disputa e
Redação Jornalística I Europa, e pelo técnico, que O interesse das gaúchas tem aumentam a segurança, assim”,
trouxe uma outra filosofia de surpreendido os clubes. O dire- afirma Taminato.
O
mundial de handebol trabalho ao grupo.
feminino, da categoria Em Novo Hamburgo, o téc-
adulta, ocorre neste nico do time de handebol fe-
mês de dezembro, com final
prevista para o dia 18. É a
minino do Colégio Santa Ca-
tarina, Renato Arena, diz que Cerâmica dá carros
a jogadores
primeira vez que a América usa a Bárbara como exemplo:
realiza este evento, e é o Bra- “Ela estudou e jogou desde
sil que terá a honra de fun- o início aqui no Santa. Ela é
cionar como sede. Uma das uma atleta excepcional, e que Caroline Weigel nos motivou muito, pois ne-
jogadoras que tentará fazer soube conquistar o seu espa- Redação Jornalística I nhum clube dá um automó-
com que a seleção brasileira ço. É muito bom dizer que ela vel como prêmio.”
melhore seu desempenho é a saiu daqui, sei que o mérito Após subir para a Série Perguntado sobre como se
goleira hamburguense Bárba- é todo dela, mas nós demos A do Gauchão de futebol, sentiu ao conquistar a vaga,
ra Arenhart, 25 anos. essa forçinha”. o Cerâmica Atlético Clube, Robson exclama: “Me senti
Babi, como é conhecida, Bárbara e as outras atle- de Gravataí, presenteou os realizado, pois foi um trabalho
começou a jogar no Colégio tas competirão contra as 11 atletas que mais joga- longo, e o objetivo era muito
Santa Catarina, em Novo Ham- Babi: o começo de tudo foi principais equipes e atletas ram com um Celta 2012. difícil de ser alcançado.”
burgo, mas teve seu primeiro no Colégio Santa Catarina do mundo, que estão no Bra- O volante Robson O jogador agora projeta
salário em 2007, quando se sil para disputar a competição Dal’Santo, 22 anos, que in- o próximo ano: “Espero que
transferiu para a Metodista/ que todo torcedor brasileiro mais importante do handebol. gressou nas categorias de façamos um grande Gauchão.
São Bernardo. No mesmo ano, pode esperar de nós muita Resta aos fãs do esporte e base do clube e acompanha Estamos em um momento
a goleira foi jogar na Europa, luta, muita entrega e muita aos outros brasileiros torce- a equipe profissional des- muito especial, e todos estão
e atualmente joga no Hypo alegria nesses jogos, somos rem pelas meninas. “Agora de o seu surgimento, em motivados para vencer e con-
Niederösterreich, da Áustria. uma equipe guiada pela raça, mais do que nunca estamos 2007, explica: “Na Copa seguir uma boa colocação”. O
Ao ser perguntada so- e isso se deixa transparecer trabalhando para representar RS de 2010, o presidente time inicia na competição no
bre o que o torcedor brasi- em todos os momentos”. Ela o Brasil da melhor maneira do clube, Décio Becker, fa- dia 22 de janeiro, contra o Ju-
leiro pode esperar da sele- ainda elogia a seleção pelas possível”, comenta Babi em lou sobre a premiação. Isso ventude, no Estádio Vieirão.
ção, Bárbara diz: “Acredito jogadoras convocadas, por- relação ao mundial.
7. Novas atrações no
COMPORTAMENTO
Natal Luz de Gramado
B
Este ano, na 26ª edição do Natal Luz em Gramado, uma das
abélia atrações inéditas é a Mágica Árvore de Natal. Com 30m de al-
tura, o equivalente ao Cristo Redentor, por 15 m de diâmetro,
pesa 75 toneladas. A tecnologia, importada da Dinamarca, faz
7
dela um monumento à parte. “Com softwares específicos de
iluminação, criamos este atrativo. Sem tecnologia não faríamos
ela nem o próprio Natal Luz”, conta Mário Kleinowski, criador da
árvore. A atração pode ser vista até o dia 15 de janeiro de 2012,
às 19h. (Por Karine Vasem Klein / Redação Jornalística 1)
Geração web
Audrey Lockmann municação com outros internau-
Felipe de Souza tas. Depois vem os daily users
Greice Nichele (usuários diários) e no topo da
Redação Jornalística II pirâmide, os influenciadores e
sem bicho papão
geradores de conteúdo.
Q
uando a geração que está Pode parecer fácil para um pai
nas escolas já nasce em que trabalha no ramo administrar
um ambiente sem distin- o acesso e a vivência dos filhos na
ção entre o on e o offline, web. Mas vale ressaltar: os Cefrin
o que fazer para que as crianças A conversa ainda é o melhor antídoto contra as ciladas são uma família como qualquer ou-
consigam aproveitar toda a tec- tra, e o diálogo deve sempre bali-
nologia disponível? A resposta
que a internet 2.0 pode provocar dentro de casa zar o comportamento de todos. “O
está em duas palavras: conversa legal é os pais não terem medo de
e convivência. Essa é a receita da GREICE NICHELE aprender, pois os filhos tem algo
relação entre o analista de conte- para ensinar”, orienta Cefrin.
údo Israel Cefrin e sua filha Isa-
bela, de sete anos. Ele conheceu Caso de polícia
a internet aos 20 anos, enquanto Nem todas as famílias, no en-
Isabela cresce em plena era da tanto, sabem como se relacionar
web 2.0. “Ela nasceu em 2004 e de forma saudável com a internet.
eu trabalhava com internet. Não O delegado de Crimes Virtuais da
lembro quando a Isabela come- Polícia Civil do Rio Grande do Sul,
çou a usar porque sempre mos- Emerson Wendt, alerta para os ris-
tramos vídeos na web para ela.” cos da superexposição na internet:
O pai admite que as grandes “O mais comum é o que chamamos
mancadas na web foram dadas de cyberbullying. Mas há também
por ele, justamente por ter conhe- casos de revenge porn e pedofilia”,
cido a internet só na fase adulta. enumera o policial (veja quadro).
“Uma vez entrei em um grupo de Segundo ele, os pais devem
discussão sobre pedofilia e briguei estar atentos e acompanhar a vida
com um dos componentes. É uma virtual de seus filhos. As escolas
coisa que eu me envergonharia se também precisam de preparo,
meus filhos presenciassem.” Do pois existem comunidades criadas
episódio sai o primeiro conselho: para ofender professores, o que
“Na internet é melhor você discutir pode ser enquadrado em crime
ideias e opiniões e não questionar contra a honra.
os valores das pessoas”. Quando o assunto é pedofi-
Isabela dispõe da conexão lia, a superexposição preocupa
por cerca de cinco horas diárias. Wendt. “Um perfil de rede social
Apesar do limite ser respeitado, contendo dados como telefone
o pai utiliza aplicativos para pa- e e-mail facilita a ação do cri-
trulhar a navegação da filha. A Controle: pais e autoridades concordam em estabelecer limites para o uso do computador por crianças minoso. Se tiver uma foto da
ferramenta chama-se Gnanny criança com o uniforme da es-
e informa o horário de acesso e cola, é um prato cheio.”
quais endereços foram visitados. Com adolescentes é mais
Mesmo assim, nessa família a in- OPINIÃO Bianca Hennemann / Redação Jornalística III “Como falam complicado, porque eles sempre
ternet nunca foi um bicho-papão, o que bem tentam burlar o acompanhamen-
pelo contrário. “A Isabela entrou to dos pais. Nesse caso, vale a
na escola já sabendo ler e co- entendem, conversa. “O jovem tende a con-
meçou a interagir com as letras
através do teclado, digitando o Virtualmente abaladas abertos a
quaisquer
fiar demais nas pessoas de suas
redes, e isso nem sempre acaba
endereço dos sites”, recorda. bem”, explica o delegado.
oportunidades,
A menina usa Facebook e
Twitter. No primeiro, tem 66 ami- A tualmente, é impossível
imaginar o funcionamen-
têm coragem de ser aquilo
que sempre quiseram e que, esses jovens
A superexposição também
pode ocasionar crimes comuns,
gos e apenas cinco deles não são to da sociedade sem as tec- muitas vezes, os dogmas da também como roubo. Basta comentar um
conhecidos pessoais. “Lá está nologias e, principalmente, sociedade real impedem- evento. “Se todos saíram para um
toda nossa família, então é mais a internet. A rede virtual é nos. Muitos se prendem às se tornam fim de semana na praia, fica fácil
seguro”, explica Cefrin. “Sempre uma ferramenta de troca de magias audiovisuais e, como vulneráveis” para um ladrão invadir e limpar a
aviso minha mãe quando alguém conhecimentos, que contri- que hipnotizados, negam-se casa”, ressalta Wendt. Apesar da
pede para me adicionar”, garante bui para o desenvolvimento a sair desse universo. existência de outros crimes pra-
Isabela. da cultura em todo o mundo. Alienados, há tantos que ano, revelando que 77 mil ticados através da web, para as
Segundo Cefrin, que é pro- Socialmente falando, através parecem viver somente para usuários brasileiros são ví- crianças o risco maior vem da fal-
fissional da área, no mundo dos da internet ninguém mais é suas vidas virtuais. Muitos timas diárias de crimes vir- ta de cuidados. Fica o alerta!
usuários Isabela é classificada anônimo. A vida de qualquer esquecem até que têm fa- tuais. Esse dado negativo só
como butterfly, pessoa que visita
vários sites sem fixar muita co-
indivíduo está explícita na
tela: basta um clique para
mília, trocando um diálogo e
contatos físicos por uma cai-
poderá ser modificado atra-
vés da educação. Promover
Entenda quais são
enxergá-la. Porém, neste xa de interatividade. Como ações de alerta aos jovens os crimes virtuais
mundo mágico, no qual tudo falam e são o que bem en- sobre os perigos do mundo
“O jovem tende é resolvido com a ponta dos tendem, abertos a quaisquer virtual seria uma solução Cyberbullying: bullying prati-
a confiar demais dedos, feito uma varinha de oportunidades, esses jovens prática para tentar diminuir cado por meio das redes soci-
condão, nem tudo é bené- também se tornam vulnerá- índices de crimes na rede. ais e comunidades específicas
nas pessoas de fico. Há jovens, principal- veis, com grandes chances Além disso, fazer com que da internet.
suas redes, e mente, que não utilizam a de atraírem fatores negati- eles se aceitem como são, Revege porn: pornografia por
rede a seu favor – usam-na vos para perto de si. Um es- sem que precisem se escon- vingança. Acontece quando,
isso nem sempre como uma espécie de escu- tudo que evidencia esse la- der atrás de múltiplos perso- após uma briga ou discussão,
acaba bem.” do para se proteger da sua mentável fato foi divulgado nagens, vivendo uma peça fotos ou vídeos de nudez ou
própria realidade. Escondi- pela empresa de antivírus de teatro virtual que não se relação sexual são divulgados
Emerson Wendt dos por detrás da tela, eles Norton, em setembro deste sabe direito o roteiro. na rede.
Delegado de crimes virtuais
8. Estado recebe
TECNOLOGIA
CIÊNCIA E
nova tecnologia
B
O Rio Grande do Sul deve projetar-se ainda mais no ramo da tec-
nologia: a empresa HT Mícron vai atuar no encapsulamento e tes-
te de semicondutores, que consiste na ligação de circuitos internos
abélia
dos componentes com outras conexões. A empresa apresentou
8
no dia 17 de outubro, no campus da Unisinos, em São Leopoldo,
o primeiro lote comercial de chips totalmente encapsulados no es-
tado. O empreendimento ocupará inicialmente a sede da antiga
gráfica da Unisinios até o novo prédio tecnológico Tecnosinos ficar
pronto. (Por Bibiane Engroff / Redação Jornalística 1)
Por um concreto Pesquisa diz que games
não emburrecem
à prova de bala Gabriela Giralt
Redação Jornalística I
Mais um mito sobre a re-
gentes. “As crianças são leva-
das a descobrir as regras do
jogo e como pensar estrategi-
camente, isso as tornam mais
Formando de Engenharia Civil da Unisinos desenvolve lação das crianças e o vide- inteligentes”, diz a psicóloga.
ogame é colocado em xeque. A pesquisa revela que os jo-
pesquisa inédita em busca de material mais resistente Um recente estudo da Uni- vens que jogam com frequência
ALEXANDER DRESCH versidade do Estado de Mi- apresentam o que os especia-
chigan, junto com a Fundação listas chamam de “inteligência
Nacional de Ciência dos EUA, fluida”, ou resolução de proble-
revelou que as crianças que mas e se tornam pessoas mais
jogam videogame são mais perceptivas com a formação
criativos. Os estudos mostra- dos seus cérebros, se tornando
ram como diferentes formas prontas para analisar as situa-
de tecnologia podem interfe- ções de forma mais rápida.
rir e desenvolver os campos Apesar de reconhecer os
da criatividade das crianças. benefícios, Fabiana ressalta
Segundo a psicóloga infantil “É importante ter um controle
Fabiana Ferreira, dona da Clíni- do tempo que a criança fica
ca Psicorpo, em São Leopoldo, em frente ao videogame, jo-
os jogos de videogame estão gar mais de duas horas por
tornando crianças mais inteli- dia é prejudicial”.
Brasil no fórum
Teste: com armas militares, Alexander Dresch experimentou com sucesso 35 placas de concreto balístico
da Microsoft
Suzi Servo cadores presentes no fórum
Anelise Durlo feito a partir de materiais como com a classe III-A, munição que Redação Jornalística I apresentaram projetos sobre
Redação Jornalística I areia, cimento, brita, minério de abrange armas militares”, sa- uso criativo de tecnologia no
ferro e óxido de alumínio. No to- lientou Alexander. O professor Jorge Cé- aprendizado dos alunos.
U
m concreto mais resis- tal, foram produzidas 35 placas No Rio Grande do Sul ainda sar Coelho da rede pública O projeto CBB WebTV
tente a diversos tipos de de concreto convencional, de não há expectativas da indús- de Ensino Fundamental de tem por objetivo desenvolver
armas de fogo, que seria alta resistência, alta densidade e tria em relação à produção do Campo Bom, no Rio Grande um canal de comunicação,
usado na blindagem e segu- reforçado com fibra de vidro. material. Entretanto, em São do Sul, foi o único represen- no qual sejam publicadas
rança de casas e empresas, é Os testes foram realizados Paulo, a empresa Blindaço, que tante do Brasil na sétima enquetes, votações on-line,
o objeto de uma pesquisa iné- nas placas com munições em serviu de referência para o es- edição do Fórum organizado trabalhos escolares, etc. No
dita na Unisinos, realizada pelo diferentes níveis de blindagem, tudo do aluno, desenvolve uma pela Microsoft que ocorreu, blog, os alunos do 9º ano da
estudante de Engenharia Civil, segundo as normas da ABNT pesquisa semelhante em con- em Washington (EUA). Nesta EMEF Borges de Medeiros
Alexander Dresch. NBL 15000. Com isso, foi possí- junto com o Ministério do Exér- edição, participaram traba- postam suas coberturas jor-
No projeto, que levou dez vel traçar uma tabela compara- cito e da Companhia Brasileira lhos vencedores das etapas nalísticas, fotografam, gra-
meses para ser concluído, foram tiva, evidenciando a eficiência de de Cartuchos – CBC, utilizan- do prêmio Microsoft Edu- vam e editam vídeos. Eles
levadas em consideração a apli- todos os materiais feitos. “Con- do o auxílio de tecnologia ca- cadores Inovadores 2011. realizam também transmis-
cação, a fabricação e o custo- segui comprovar que o concreto nadense, país que já examina Educadores de 107 países sões ao vivo e interativas de
benefício do concreto balístico, convencional pode ser usado até esse novo método. estiveram presentes nesta eventos de toda a comunida-
ocasião, na qual os 700 edu- de escolar.
Sapiranga terá escola Exoesqueleto biônico
técnica federal auxilia paraplégicos
Cláudia Silva que deve se desenvolver ao inicialmente deverá disponi- Paula Viegas anos em uma cadeira de rodas.
Redação Jornalística I longo de 2012. Inicialmente bilizar cem vagas, ainda não Redação Jornalística I O equipamento, de acordo
foi cogitada a possibilidade de teve os seus cursos confir- com a fabricante, será oferecido
Sapiranga foi confirmada a instituição funcionar no pré- mados. Segundo a secretá- Uma empresa norte-america- inicialmente a centros de reabi-
como uma das cidades gaú- dio onde hoje está instalado ria de educação do municí- na apresentou, em 21 de outu- litação para uso sob supervisão
chas que receberão novas es- o CIEP que oferece ensino de pio Cleidi do Prado, essa é bro, durante uma convenção mé- médica. Um de seus diferenciais
colas técnicas através do Pro- nível médio. Porém, a cons- mais uma grande conquista dica, em Londres, na Inglaterra, é a capacidade de dobrar os jo-
grama de Acesso ao Ensino trução de novas instalações para a cidade, que é refe- uma prótese de corpo inteiro que elhos com mais eficiência e, as-
Técnico e Emprego (Pronatec). acabou sendo considerada a rencia na educação básica permite às pessoas paraplégicas sim, lidar melhor com terrenos
O programa disponibilizará no melhor opção. da região. “Para nós só fal- ou com graves lesões na coluna irregulares. Segundo o fisiotera-
total R$ 10 milhões em inves- Através do Pronatec, se- tava a escola técnica, pois vertebral voltem a caminhar. No peuta Denis Garcia Corrêa, além
timentos e, em contrapartida, rão instaladas mais de 120 os cursos superiores nós já lançamento do eLEGS, a em- da melhora funcional, o paciente
a cidade deverá ceder a área escolas técnicas em todo o conquistamos. Teremos com presa apresentou a palestrante pode apresentar outros benefí-
para a instalação da escola. território nacional, que de- isso uma nova visão de cida- americana, Amanda Boxtel, pa- cios, como melhora do condicio-
A prefeitura de Sapiranga vem oferecer cursos como de educadora”,comemora a raplégica desde 1992 após um namento cardiovascular, sistema
ainda está em fase de escolha informática e eletrotécnica. secretária em declaração ao acidente de esqui. Ela conseguiu digestivo, hipotensão postural,
do terreno para a construção, A unidade de Sapiranga, que site da prefeitura municipal. dar seus primeiros passos com nível de massa óssea, e redução
o exoesqueleto biônico, após 17 de escaras de pressão.