Este documento apresenta informações sobre nove espécies de aves encontradas em Portugal: Falcão-peregrino, Felosa-comum, Felosa-das-figueiras, Felosa de Bonelli, Felosa-do-mato, Felosa-dos-juncos, Felosa-ibérica, Felosa-malhada e Felosa-musical. Para cada espécie são fornecidos detalhes sobre identificação, distribuição, abundância e classificação científica.
4. É o exemplo típico da família dos Falcões, também pode ser conhecido como gavião-real. É o
maior falcão de Península Ibérica e chega a medir meio metro de comprimento. É uma ave
atrevida de voo rápido e firme que persegue sem descanso os patos selvagens, os pombos, as
perdizes e toda a espécie de pássaros.
De uma forma geral este falcão é pouco comum, embora seja relativamente regular na
maioria dos locais onde ocorre. Frequenta sobretudo zonas rochosas, onde constrói o seu
ninho, mas no Outono e no Inverno também pode ser observado a caçar em meio urbano ou
em zonas húmidas costeiras. Está presente em Portugal durante todo o ano.
Entre Douro e Minho – nidifica na
serra da Peneda
Trás-os-Montes – o melhor
local para observar esta espécie
é, sem dúvida, o Douro
Internacional.
Litoral centro – pode ser visto
no arquipélago das Berlengas
Lisboa e Vale do Tejo – pode ser visto no cabo
da Roca, na zona de Cascais, no cabo Espichel,
na serra da Arrábida. Também aparece junto à
Ponte 25 de Abril e na margem sul da mesma,
junto ao Cristo-Rei.
Alentejo – o cabo Sardão é um
dos melhores locais para
observar o falcão-peregrino
nesta região
Algarve – os locais mais favoráveis à
observação desta espécie situam-se
na costa rochosa
Identificação e características
Distribuição e abundância
5. Classificação científica
REINO Animalia
Filo Chordata
Classe Aves
Ordem Ciconiiformes
Família Falconidae
Género Falco
Espécie F.peregrinus
Nome binominal
Falco peregrinus ( Tunstall, 1771 )
Falcão-peregrino
Falco peregrinus
7. É uma ave pequena. O macho possui a coroa, o dorso o uropígio castanho
esverdeada, o abdómen é castanho-esbranquiçado. Bico preto curto e
pontiagudo , patas pretas, comprimento médio, cauda castanho-esverdeada.
Comprimento:10,5-11,5 cm
Identificação e características
Distribuição e abundância
A felosa-comum é abundante durante o Inverno, sendo contudo rara
durante a Primavera e o Verão. Assim, a melhor época de observação
gira em torno do período entre Novembro e Março. Distribui-se de
norte a sul, sendo relativamente mais comum nas terras baixas.
• Entre Douro e Minho –
invernante comum .
• Trás-os-Montes – comum durante o
Inverno em locais como as serras de
Montesinho e Coroa, Miranda do
Douro, e na serra do Gerês.
• Beira interior – comum em parques e
jardins de algumas cidades
• Litoral centro – trata-se de
uma espécie abundante
• Lisboa e vale do Tejo – durante o
Inverno, é bastante frequente em
parques e jardins de Lisboa
• Alentejo – invernante comum
nesta região
• Algarve – invernante comum junto
ao litoral
10. De todas as espécies de toutinegras , esta espécie é que apresenta a
plumagem menos contrastada, sendo por isso a mais “cinzentona”. É
totalmente castanha-acinzentada, destacando-se o olho preto e uma leve
lista supraciliar. O tamanho da ave é semelhante ao da toutinegra-de-
barrete-preto, sendo o seu canto muito semelhante ao desta espécie.
Identificação e características
Distribuição e abundância
Como nidificante encontra-se restrita a algumas serras
no extremo norte do território, nidificante em bosques
de folhosas, podendo aí ser observada de Maio a Julho.
Durante a passagem aparece em qualquer habitat com
árvores, sendo particularmente frequente no litoral sul.
O seu período de maior abundância dá-se na passagem
migratória pós-nupcial (que vai de meados de Agosto a
princípios de Novembro) sendo a espécie por vezes
muito numerosa, particularmente no mês de Setembro.
Ocasionalmente também se observa na passagem
primaveril (finais de Abril e princípios de Maio), estando
a sua ocorrência associada a ventos de leste.
13. Identificação
O canto da felosa de Bonelli, composto por um trinado com a duração de cerca de
um segundo, ajuda a localizar e a identificar esta espécie, que frequenta sobretudo
as copas das árvores. Do mesmo tamanho que uma felosa-comum, caracteriza-se
pelos tons verdes e acinzentados da plumagem. A coloração é menos uniforme que a
da felosa-comum, notando-se um contraste do uropígio esverdeado e da cabeça
acinzentada, onde se destaca o olho preto. O ventre é branco e as patas são escuras.
Abundância e calendário
Embora seja escassa em quase todo o litoral,
esta felosa pode ser
abundante em zonas de habitat adequado –
este é composto por carvalhais ou sobreirais
com sub-bosque
bem desenvolvido, que existem em mais
quantidade na metade
interior do território. A felosa de Bonelli é
estival, que chega
geralmente em princípios de Abril e está
presente até Agosto, mês
em que existem bastantes observações de
aves em passagem,
junto ao litoral.
Entre Douro e Minho – observa-se na serra da
Peneda.
Trás-os-Montes – é uma das melhores regiões
para observar esta felosa, que pode ser vista nas
serras do Gerês e do Montesinho, na serra da
Nogueira e na região de Miranda do Douro; ocorre
igualmente na serra do Alvão.
Beira interior – fácil de observar na Beira Alta,
particularmente nas serras da Estrela e de
MontemuroLisboa e vale do Tejo – a zona de Coruche é
o melhor local da região para procurar esta
espécie
14. Felosa de Bonelli
Phylloscopus bonelli
Classificação científica
REINO Animalia
Filo Chordata
Classe Aves
Ordem Passeriformes
Família Sylviidae
Género Phylloscopus
Espécie P. bonelli
Nome binominal
Phylloscopus bonelli ( Vieillot, 1819)
16. Pequena ave insectívora que passa facilmente despercebida se não vocalizar,
pois tende a viver embrenhada nos matos e arbustos do nosso território,
deixando-se apenas ver quando em voo ondulado passa para outro arbusto
Constrói um ninho em forma de taça junto ao solo na
espessura da vegetação. efetua 2-3 posturas de Abril-
Junho com 3-4 ovos
A Felosa-do-mato ou Toutinegra-do-mato, é uma felosa muito pequena (12-13 cm). Apresenta a
parte superior cinzento-acastanhada, mais acinzentada na cabeça. A parte inferior é castanha--
escura cor de vinho com pintas brancas espaçadas na garganta. Possui um cauda longa muitas
vezes arrebitada quando esta se encontra empoleirada. Característica também importante na
identificação desta ave é a orla do olho vermelha.
Identificação e características
Distribuição e abundância
Abundante em algumas regiões, sendo comum ao longo do território, com
exceção de algumas zonas do litoral e nas planícies abertas do Alentejo.
Sendo uma espécie residente, pode ser encontrada ao longo de todo o
ano, embora seja mais fácil de detetar durante a Primavera, altura em que
a atividade vocal se torna mais intensa
17. Felosa-do-mato
ou Toutinegra-do-mato
Sylvia undata Classificação científica
REINO Animalia
Filo Chordata
Classe Aves
Ordem Passeriformes
Família Sylviidae
Género Sylvia
Espécie S. undata
Nome binominal
Sylvia undata ( Boddaert, 1783 )
19. Identificação
Pequeno passeriforme, semelhante a outras espécies como a felosa-aquática.
Apresenta uma lista supraciliar bastante marcada e quase branca, e um padrão
pouco riscado no dorso, que é mais escuro que o peito. Ao contrário da felosa-
aquática, não possui uma lista ao meio da coroa.
Este pequeno migrador de passagem é pouco comum em
Portugal. A sua presença é mais regular na passagem outonal,
sobretudo entre finais de Julho e início de Outubro. Pode
também ser avistada nas passagens primaveris entre meados
de Fevereiro e meados de Abril. O seu habitat de eleição é o
caniçal, podendo ocorrer também junto de outra vegetação
aquática. Só raramente é vista longe de água.
Distribuição e abundância
20. Felosa-dos-juncos
Acrocephalus schoenobaenus
REINO Animalia
Filo Chordata
Classe Aves
Ordem Passeriformes
Família Acrocephalidae
Género Acrocephalus
Espécie A. schoenobaenus
Nome binominal
Acrocephalus schoenobaenus ( Linnaeus,
1758 )
Classificação científica
22. Identificação
Pequena ave insectívora de cor verde, do mesmo tamanho que a felosa-comum, à qual se
assemelha. O bico é fino e as patas são escuras. A felosa-ibérica identifica-se principalmente
pelo seu canto e também pelo seu chamamento monossilábico descendente.
Bastante comum na metade litoral, a felosa-ibérica distribui-se de galerias ripícolas bem
desenvolvidas. É estival, observando-se sobretudo de meados de Fevereiro a
meados de Setembro. Durante o mês de Março não é raro ouvir-se
a felosa-ibérica e a felosa-comum a cantar em simultâneo.
Entre Douro e Minho – esta felosa é
razoavelmente comum
Trás-os-Montes – pode ser observada nas
serras do Larouco e da Coroa
Litoral centro – é bastante frequente
nos salgueirais da ria de Aveiro
Beira interior – pouco abundante nesta
região
Lisboa e vale do Tejo – muito comum
na serra da Arrábida
Algarve – a serra de Monchique
Alentejo – distribui-se principalmente
pela metade litoral
Distribuição e abundância
23. Felosa-ibérica
Phylloscopus ibericus
REINO Animalia
Filo Chordata
Classe Aves
Ordem Passeriformes
Família Phylloscopidae
Género Phylloscopus
Espécie P. ibericus
Nome binominal
Phylloscopus ibericus ( Vieillot, 1817)
Classificação científica
25. Identificação
A felosa-malhada não é difícil de identificar se for observada
em boas condições. A plumagem é castanha e esverdeada,
apresentando o dorso levemente riscado, sendo esta a
principal característica que permite distingui-la das outras
felosas. O seu canto, que faz lembrar um inseto, ajudará a
detetar esta espécie, mas raramente se faz ouvir em Portugal.
Abundância e calendário
A felosa-malhada não é rara, mas devido
aos seus hábitos secretivos passa
facilmente despercebida, escondendo-se
entre a vegetação
Podem ser identificados dois períodos
principais de ocorrência: na passagem de
Primavera (Março-Abril) em que a espécie parece
ser rara mas pode, por vezes, ser ouvida a
cantar; e na passagem outonal (meados de
Agosto a meados de Outubro) em que é mais
numerosa mas muito mais difícil de detetar.
28. A Felosa-musical é uma ave de pequenas
dimensões (10,5-11,5 cm). É muito
semelhante à felosa-comum. Apresenta uma
parte superior castanho-esverdeado, sendo
a parte inferior castanho-claro-amarelado.
Tem uma lista superciliar mais marcada que
a felosa-comum que se estende para lá do
olho.
Ocorre exclusivamente em passagem
migratória. Durante a passagem outonal
pode ser uma espécie abundante, e
observável numa grande variedade de
habitats. Ocorre de Agosto a Novembro,
centrando-se o melhor período de
observação no mês de Setembro. Pode
também ser vista na passagem pré-nupcial,
durante os meses de Março e Abril, mas
nesse período é bastante mais rara.
Identificação
Abundância e calendário
31. Nos últimos anos não tem sido
possível confirmar se ainda se
trata de uma ave reprodutora em
Portugal, ou se simplesmente se
extinguiu nesta categoria.
Identificação
É facilmente confundível com a felosa-poliglota ou com o
rouxinol-pequeno-dos-caniços. Não apresenta a tonalidade
amarelo - esverdeada da sua congénere, sendo no geral de
uma tonalidade cinzento-acastanhado pálido, com o peito
mais claro. Para um passeriforme insectívoro desta
dimensão, chama a atenção o facto de possuir um bico largo
e achatado, sendo esta característica marcante,
sobretudo quando comparada com a felosa-poliglota.
Trata-se de uma espécie rara em
Portugal. Parece preferir encostas e
vales de rios e ribeiras
temporários de zonas quentes, com
algum mato ou arvoredo . Está presente
entre Maio e Setembro.
Alentejo – alguns locais onde poderá
ser possível a observação desta felosa
incluem as ribeiras da zona de Moura.
Algarve cabo de São Vicente
Abundância e calendário
32. Felosa-pálida
Iduna opaca
Classificação científica
REINO Animalia
Filo Chordata
Classe Aves
Ordem Passeriformes
Família Acrocephalidae
Género Iduna
Espécie I. opaca
Nome binominal
Hippolais opaca ( Hemprich & Ehrenberg,
1833)
34. Identificação
Felosa rechonchuda, de partes superiores cinzento-esverdeadas, e partes inferiores amareladas,
bico bicolor, mais pálido na mandíbula inferior, e patas acastanhadas. Possui ainda uma
pequena lista pálida entre o olho e o bico. A forma do bico, mais largo e robusto, e a dimensão
corporal, permitem separar esta felosa da felosa-comum e da felosa-ibérica, às quais se
assemelha em termos de coloração.
Abundância e calendário
Relativamente comum ao longo do território,
encontra-se bem distribuída de norte a sul,
podendo ser localmente abundante.
Esta é uma espécie estival, permanecendo no
nosso território entre meados de Abril e Setembro,
sendo os melhores meses de observação os de
Maio e Junho.
Litoral centro – trata-se de uma espécie
pouco abundante nesta zona
Beira interior – como locais indicados
para a observação da felosa-poliglota
temos a zona do Sabugal, a serra da
Gardunha, o Tejo Internacional.
Entre Douro e Minho – o melhor local de
observação nesta região situa-se na serra de
Arga
Lisboa e vale do Tejo – a serra da
Arrábida
Algarve – espécie particularmente comum na
serra do Caldeirão ria de Alvor, na serra de
Monchique.
Alentejo – ocorre praticamente em toda
a região
37. Identificação
A plumagem é castanha sem marcas particulares. O bico é fino, tal como o das outras espécies
insectívoras. Esta espécie é mais fácil de identificar pelo seu canto, que se caracteriza por um
trinado longo e monótono, que faz lembrar um inseto.
Pouco comum e localizada, a felosa-unicolor ocorre apenas em meia dúzia de zonas
húmidas no litoral português, sendo na região centro que se concentra a maioria da
população.
Esta felosa é estival, os primeiros indivíduos chegam em Março e o seu canto faz-
se ouvir até Junho, partindo as aves até Agosto ou princípios de Setembro.
Contrariamente ao que acontece com outras felosas migradoras, esta espécie
raramente é observada em passagem fora das zonas onde nidifica.
Alentejo – a lagoa de Santo André.
Algarve – rara na região, tem sido observada com
alguma regularidade na Boca do Rio.
Lisboa e vale do Tejo – pouco abundante nesta
zona; o estuário do Tejo.
Litoral centro – é talvez a melhor
região do país para ver esta felosa
Abundância e calendário
40. Identificação
Apesar do seu aspeto relativamente “cinzentão”, a ferreirinha-alpina não é uma ave difícil de
identificar. É bastante maior que a sua congénere ferreirinha-comum, tem um bico fino com a
base amarela e apresenta os flancos riscados a cor de laranja.
Esta espécie é rara em Portugal, aparecendo no país apenas
como invernante. Contudo, apresenta uma grande fidelidade aos
locais de invernada o que, aliado à sua invulgar confiança, torna
este passeriforme bastante fácil de observar. Na maioria dos
locais onde ocorre podem ser observados pequenos bandos, que chegam a reunir
uma dúzia de indivíduos . Está geralmente presente no nosso país desde Outubro
até finais de Março.
Algarve – a espécie pode ser vista com
facilidade junto ao farol do Cabo de São
Vicente.
Lisboa e Vale do Tejo – a ferreirinha-alpina
pode ser vista no cabo da Roca, na serra de
Sintra
Entre Douro e Minho – poderá
ocorrer regularmente na serra da
Peneda.
Trás-os-Montes – invernante escassa nas
zonas altas da serra do Gerês.
Alentejo – o castelo de Marvão
Beira interior – a serra da Estrela
Abundância e calendário
43. A Ferreirinha-comum mede cerca de 14-15 cm é caracteriza-se por ser uma ave muito dócil. É uma ave
que facilmente passa despercebida num bando de pardais, mas o bico fino e a coloração cinzenta da
parte anterior distinguem-na no bando. A coloração da parte superior é castanha malhada de preto,
tendo a parte inferior cinzenta. O uropígio cinzento-escuro é igualmente uma característica marcante
desta ave. Os juvenis apresentam a parte inferior toda malhada de preto e a cabeça menos cinzenta.
A ferreirinha é comum principalmente em montanha.
Contudo, no noroeste do país pode ser observada também
em terras baixas. Frequenta zonas com sebes ou matos
bem desenvolvidos. No Outono e no Inverno ocorre
também no sul do país, mas frequentando os mesmos
habitats.
Lisboa e vale do Tejo – observa-se unicamente
no Inverno, podendo ser vista com regularidade
na serra da Arrábida.
Alentejo – a ferreirinha-comum é invernante
no Alentejo e durante a estação fria aparece
um pouco por toda a região;
Entre Douro e Minho – observa-
se nas zonas de altitude (serras
da Peneda e do Gerês) mas
também ao nível do mar,
Trás-os-Montes – pode ser
vista nas serras do Gerês,
do Larouco e da Coroa
Litoral centro - observa-se na zona do paul da
Madriz.
Beira interior – a serra da Estrela
Identificação
Abundância e calendário
46. Identificação
Enorme, rosado, com longas patas e com um
bico espesso, o flamingo é uma ave
inconfundível e pode ser reconhecido a
grande distância.
No passado o flamingo era muito raro em Portugal, mas desde o final da década de 1980 a
presença de grandes bandos de flamingos passou a ser habitual nas principais zonas
húmidas portuguesas, não sendo raro observar concentrações de muitas
centenas de indivíduos . Embora não nidifique no nosso país, pode ser observado ao longo
de todo o ano. Os movimentos algo erráticos desta espécie não permitem classificá-la como
residente nem como invernante.
Litoral centro – os flamingos aparecem
regularmente na ria de Aveiro, no estuário
do Mondego e na lagoa de Óbidos. Lisboa e Vale do Tejo – o local que reúne maiores
concentrações de flamingos
Alentejo – o estuário do Sado.
Algarve – o Ludo e a reserva de Castro Marim são
os dois locais do Algarve
Abundância e calendário
47. Classificação científica
REINO Animalia
Filo Chordata
Classe Aves
Ordem Ciconiiformes
Família Phoenicopteridae
Género Phoenicopterus
Espécie P. roseus
Nome binominal
Phoenicopterus roseus ( Pallas, 1811 )
Flamingo
Phoenicopterus roseus
49. Identificação
A difícil deteção deriva dos seus hábitos, quer pelo
mimetismo apresentado por esta pequena ave
aquática. De entre as frangas-d’água que ocorrem na
Europa, esta é a maior e mais malhada. Possui bico
robusto e avermelhado, mas mais curto que o frango-
d’água, dorso com pintas escuras e peito e
abdómen com pintas esbranquiçadas. As patas são
esverdeadas.
Trata-se de uma espécie rara e de distribuição muito
localizada, associada a arrozais, várzeas de vegetação
desenvolvida e lagoas com vegetação palustre.
Provavelmente é mais frequente nas passagens
migratórias que durante o Inverno, sobretudo na
época outonal entre Setembro e Novembro. Também
existem observações feitas na passagem primaveril,
nomeadamente entre Fevereiro e Abril.
Lisboa e Vale do Tejo estuário do Tejo
Alentejo – um dos locais com maior número de
observações feitas é a lagoa de Santo André
Algarve – a ria de Alvor é o local do país
com maior número de avistamentos.
Abundância e calendário
52. Identificação
A combinação da plumagem azul por baixo e castanha por
cima com o longo bico vermelho e as patas vermelhas
tornam esta ave inconfundível. Contudo, dado que as aves
raramente se mostram, o frango-d’água é mais
frequentemente localizada pelas vocalizações – estas
assemelham-se aos gritos de um suíno e são ouvidas com
mais frequência ao fim da tarde.
Não sendo propriamente uma espécie rara, sendo até localmente comum, o frango-d’água é, contudo, uma
das espécies mais difíceis de observar. A espécie frequenta zonas de vegetação emergente muito densa, como
caniçais e tabuais, que raramente abandona, o que dificulta a sua observação e acentua a sensação de
escassez. É uma espécie essencialmente residente, que pode ser observada durante todo o ano.
Alentejo – é a única região do país
onde a espécie pode ser vista com
regularidade no interior
Algarve – distribui-se pelas
principais zonas húmidas da
região
Beira interior – já foi
observado na albufeira de
Santa Maria de Aguiar
Entre Douro e Minho – os
estuários do Minho e do
Lima
Litoral centro – razoavelmente
comum e bem distribuído besta
região
Lisboa e vale do Tejo – o estuário do
Tejo, o paul do Boquilobo e a lagoa
de Albufeira
Abundância e calendário
55. Em Portugal, a frisada é uma espécie residente e um invernante pouco comum. A
população residente, durante a época de reprodução, distribui-se sobretudo pelo
Alentejo interior e, mais localmente, pelo Algarve. Durante o período de invernada a
espécie tem uma distribuição mais alargada e pode ser observada, de norte a sul do
país, em locais diversos, quase sempre em bandos pouco numerosos. Frequenta
sobretudo massas de água pouco profundas, como salinas, açudes e ribeiras.
Associa-se com frequência a outras espécies de patos.
É uma espécie de dimensões aparentes pouco
menores do que o Pato-real, sendo a fêmea muito
parecida com a dessa espécie. A fêmea de Frisada
é mais facilmente distinguível da de Pato-real por
ter o espelho branco (o espelho é a mancha
colorida que os patos têm nas asas, especialmente
visível quando estão em voo , e pelo bico que é
escuro no meio/parte superior e tem 2 faixas
laterais laranjas (uma de cada lado). A cabeça
também tem uma silhueta diferente mas só com a
experiência é que se nota essa característica.
Identificação
Abundância e calendário
58. Identificação
Esta ave insectívora é bastante pequena,
podendo ser confundida com outros pequenos
insectívoros. É mais facilmente identificável
pelas vocalizações que emite enquanto
executa os voos territoriais, que fazem
lembrar um inseto. A espécie tem bico fino e
curto, cor castanho claro, os olhos envolvidos
por uma tonalidade mais clara como se
estivesse maquilhada e não possui listas na
cabeça e na nuca.
A fuinha-dos-juncos é residente no nosso território, mas a sua
detetabilidade varia muito ao longo do ano, podendo ser difícil de
detetar quando não canta. É bastante comum em habitats
ótimos, nomeadamente searas, pastagens de erva alta,
charnecas e baldios. Pode ser encontrada com facilidade, mesmo
em terrenos abandonados em zonas fortemente humanizadas.
Distribui-se de norte a sul do país mas é claramente mais comum
em zonas de baixa altitude, sendo bastante rara acima da cota
dos 800 metros. Assim, é uma espécie bastante escassa na maior
parte da Beira Alta e no nordeste transmontano.
Abundância e calendário
61. Identificação
Ao observador, a característica mais saliente desta espécie é o seu enorme bico, fino e
ligeiramente encurvado para cima. O aspeto geral é semelhante ao maçarico-de-bico-direito,
diferenciando-se pelo dorso mais malhado, patas e corpo mais pequenos. Em voo, são visíveis
mais algumas diferenças, como a cauda barrada e a ausência de painéis brancos nas asas. Na
plumagem de Verão, o bico é escuro, assim como o dorso. Nessa época, o macho e a fêmea
apresentam diferenças nas tonalidades, sendo o primeiro vermelho-ruivo nas faces, pescoço,
peito e abdómen, enquanto a fêmea é mais pálida. Na plumagem de Inverno, apresente uma
plumagem acastanhada, com o dorso riscado.
O fuselo é um migrador de passagem e
invernante. A população invernante concentra-se
quase unicamente em apenas três ou quatro
grandes zonas húmidas, enquanto que durante as
passagens surge com mais frequência em
pequenas lagoas e estuários. O melhor período de
observação situa-se entre os meses de
Outubro e Fevereiro .
Encontra-se nas grandes zonas húmidas do país,
sendo mais comum na metade sul do território. É
muito rara no interior do país.
Abundância e calendário
62. Fuselo
Limosa lapponica
Classificação científica
REINO Animalia
Filo Chordata
Classe Aves
Ordem Ciconiiformes
Família Scolopacidae
Género Limosa
Espécie L. lapponica
Nome binominal
Limosa lapponica ( Linnaeus , 1758 )