Universidade Federal do Pará
Faculdade de educação
Matéria de concurso:Sociologia da Educação
Altamira-Pará
08 de dezembro de 2015
1-Tema: Reestruturação Produtiva e seus impactos
nas políticas educacionais
Candidato – Prof. Msc. Raimundo Sousa
•2. OBJETIVOS
•- Conceituar e analisar a reestruturação produtiva do capital;
•- Discutir sobre as principais características dos modelos de
produção e organização do trabalho no capitalismo:
taylorismo/fordismo e toyotismo
•- Refletir sobre as implicações do taylorismo/fordismo e
toyotismo para os grandes capitalistas e e classe trabalhadora
•-Analisar as consequências da reestruturação produtiva nas
políticas de educação no Brasil
•- Construir reflexões para uma educação crítica que supere a
perspectiva de educação mercadológica do capital.
“Parem de preparar para o trabalho“
Paro (1999)
Fonte: Google Imagens (2015)
1. Políticas educacionais no contexto das
transformações do capitalismo
- A reestruturação produtiva nada mais é segundo
Angeli (2008) "do que uma adequação entre o
econômico e o político“.
1.1 Acumulação primitiva do capital
Exploração de riquezas a partir da invasão de novos
territórios, mas sem uma preocupação com a
racionalização da divisão do trabalho.
CONTEÚDO
1.2- As transformações no modelo de produção
capitalista
A racionalização do processo de produção se dá
ainda no século XVIII, como uma demonstração já
das mudanças na forma de produção do capitalismo.
Em a Riqueza das Nações, Adam Smith explora bem
o processo de divisão do trabalho que ocorrera
naquele século:
• “Um homem estica o arame, outro o retifica e um terceiro
corta; um quarto faz a ponta e um quinto prepara o topo para
receber a cabeça; a cabeça exige duas ou três operações
distintas: colocá-la é uma função peculiar, branquear os
alfinetes é outra e até alinhá-los num papel é uma coisa
separada: o importante na fabricação de um alfinete é deste
modo dividido em cerca de dezoito operações que, em
algumas fábricas, são executadas por mãos diferentes, embora
em outras o mesmo homem às vezes execute duas ou três
delas” (SMITH, 1973, p. 4-5)
No século XIX, com o advento das máquinas, a organização
racional do trabalho passa por novas modificações. Sendo objeto
de estudo de Marx, as novas mudanças no processo de trabalho é
denominado por Marx de divisão "tecnológica do trabalho".
“A transformação em indústria moderna é caracterizada pela
máquina e pela diversidade dos produtos capazes de ser
produzidos. O trabalhador da manufatura possui tarefas simples
e complexas, o que requer diversos níveis de treinamento e de
conseqüência, diferente remuneração. O novo processo produtivo
constitui-se por uma hierarquia de trabalhadores que
corresponde a tarefas diferentes, salários diferentes e diferentes
possibilidades de uso da capacidade criativa, sendo ela, no entanto,
limitada ou nula para todos os trabalhadores, independente do
lugar que este ocupa” (ANGELI, 2008)
1.3 – Reestruturação produtiva: o taylorismo
- A vadiagem no trabalho (Taylor).
Para Marx (1982, p. 363):
A finalidade do modo de produção capitalista é
extrair a maior quantidade possível de mais valia, e
consequentemente, de explorar o trabalhador o
máximo possível (...), mas é ao mesmo tempo uma
função da exploração do trabalho social, estando
portanto enraizado no inevitável antagonismo que
ele explora”
• Ampliação da mais valia dos capitalistas, o que
implica em mais exploração;
• Criação de gerência para que o planejamento estude
formas de controlar os tempos e movimentos para
que os operários cumpram suas tarefas com precisão
e rapidez.
• Acentua a separação entre o trabalho intelectual e o
trabalho manual, o trabalhador é expropriado de
seu trabalho;
• Centralidade do controle da produção
1.4 – Reestruturação produtiva: o Fordismo
O Fordismo, criado por Henry Ford, apresenta uma
inovação tecnológica para exigir maiores esforços
dos operários nas fábricas: a criação da linha de
montagem controlada pela gerência, a qual exercia
total controle sobre o ritmo de trabalho.
1.5 O Toyotismo
- O toyotismo criado em 1950 por Toyota Motor
Company, no Japão se caracteriza por uma nova
forma de organização do trabalho baseada no
fluxo de demandas e no estabelecimento de
metas para os trabalhadores e a "participação"
destes no processo produtivo.
- Fluxo de demandas;
- - “Acumulação flexível” definida por David Harvey
• “No sistema toyotista, a autonomação, a polivalência
e a organização celular permitiram que a capacidade
produtiva dos postos de trabalho passasse a ser
flexível, absorvendo variações quantitativas e
qualitativas na demanda dos produtos, sem
manutenção de estoques e contando com um número
idealmente fixo de trabalhadores, dos quais podem
ser exigidas jornadas flexíveis, com aumento
significativo de horas extras”.(PINTO, 2010, p. 70)
• Autonomação: mecanismo de parada automática
acoplada à máquina quando se detecta defeitos. Não
é necessária operação humana.
1.6 - Impactos do taylorismo/fordismo e
toyotismo
• O taylorismo/fordismo e toyotismo são formas de
organização do trabalho para conter a crise do capital
e ampliar ainda mais a riqueza da classe dominante.
Estes trouxeram consequências positivas para os
capitalistas - aumento da mais valia-, ao passo que
para os trabalhadores, a despeito de alguns ganhos,
foram desastrosas, desde as doenças até a completa
alienação do trabalho, o que contribui para a
desumanização.
2. Educação e reestruturação produtiva –
crise do capital
- A reestruturação produtiva e a agenda para a
educação no contexto internacional: organismos
multilaterais;
Dentre estas organizações, destacam-se o Banco
Mundial, Comissão Econômica para a América
Latina e Caribe (CEPAL), Organização Mundial do
Comércio (OMC) e Organização das Nações Unidas
para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
2.1 – Alterações no Plano Político: a reforma
do Estado
• O Consenso de Washington que foi realizado em 1989 deu o
tom para o rumo das políticas dos Estados periféricos. Estas
reformas inervam as políticas sociais, na qual destacamos a
educação. Para tanto, a estratégia capitalista, para ofuscar a
crise do capitalismo, é que a crise não é do capital, mas do
Estado, o que justifica e legitima as transformações no papel
do Estado como garantidor dos direitos sociais.
2.2 Reforma da Educação: financiamento,
parceria público privada e privatização
• FUNDEF, FUNDEB
• As parcerias público- privada
• Privatizações
O processo de reforma, capitaneado pelo
Governo do Partido da Social Democracia
Brasileira (PSDB), garantiu a aprovação no
Congresso Nacional, de diferentes
instrumentos legais de regulação da educação
2.3 – As políticas educacionais na última
década do século XXI
• Os governos do Partido do Trabalhador
• O Plano de Desenvolvimento da Educação
• O Plano de Metas Compromisso Todos Pela Educação
• “As políticas educacionais em curso, apesar da ascensão de
um governo popular em 2003 e de rupturas (OLIVEIRA,
2009) com o modelo do governo de FHC, ainda mantém fortes
vínculos com a iniciativa privada, grande interessada na
mercantilização da Educação e na formação de sujeitos
para o mercado”.
Referências
• FREITAS, Luiz. Agenda dos Reformadores Empresariais pode destruir a Educação Pública no
Brasil. Revista ADUSP. Outubro de 2012. Disponível em:
<http://adusp.org.br/files/revistas/53/mat01.pdf> Acesso em: 01 jul. 2015.
• FRIGOTTO, Gaudêncio. Educação e a crise do capitalismo real. São Paulo: Cortez, 1995.
• _________Os circuitos da história e o balanço da educação no Brasil na primeira década do
século XXI. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v16n46/v16n46a13.pdf >.
Acesso em: 12 de Dezembro de 2012.
• HADDAD, Sergio (Org). Banco Mundial, OMC e FMI: o impacto nas políticas educacionais. São
Paulo: Cortez, 2008.
• HARVEY, David. A condição Pós-moderna. São Paulo: Loyola, 1992.
•
• KRAWXZYK, Nora Rut; VIEIRA, Vera Lúcia. A reforma educacional na América Latina nos anos
1990: uma perspectiva histórico-sociológica. São Paulo: Xamã, 2008.
•
• LAZZARESCHI, Noêmia. Sociologia do Trabalho. Curitiba, IESD, 2008.
•
• MARX, Karl. O Capital – crítica da economia política. Livro 1. Vol. I. 7ª ed. São Paulo: DIFEL
Difusão Editorial, 1982.

Aula reestruturação produtiva do cap.ppt

  • 1.
    Universidade Federal doPará Faculdade de educação Matéria de concurso:Sociologia da Educação Altamira-Pará 08 de dezembro de 2015 1-Tema: Reestruturação Produtiva e seus impactos nas políticas educacionais Candidato – Prof. Msc. Raimundo Sousa
  • 2.
    •2. OBJETIVOS •- Conceituare analisar a reestruturação produtiva do capital; •- Discutir sobre as principais características dos modelos de produção e organização do trabalho no capitalismo: taylorismo/fordismo e toyotismo •- Refletir sobre as implicações do taylorismo/fordismo e toyotismo para os grandes capitalistas e e classe trabalhadora •-Analisar as consequências da reestruturação produtiva nas políticas de educação no Brasil •- Construir reflexões para uma educação crítica que supere a perspectiva de educação mercadológica do capital.
  • 3.
    “Parem de prepararpara o trabalho“ Paro (1999) Fonte: Google Imagens (2015)
  • 4.
    1. Políticas educacionaisno contexto das transformações do capitalismo - A reestruturação produtiva nada mais é segundo Angeli (2008) "do que uma adequação entre o econômico e o político“. 1.1 Acumulação primitiva do capital Exploração de riquezas a partir da invasão de novos territórios, mas sem uma preocupação com a racionalização da divisão do trabalho. CONTEÚDO
  • 5.
    1.2- As transformaçõesno modelo de produção capitalista A racionalização do processo de produção se dá ainda no século XVIII, como uma demonstração já das mudanças na forma de produção do capitalismo. Em a Riqueza das Nações, Adam Smith explora bem o processo de divisão do trabalho que ocorrera naquele século:
  • 6.
    • “Um homemestica o arame, outro o retifica e um terceiro corta; um quarto faz a ponta e um quinto prepara o topo para receber a cabeça; a cabeça exige duas ou três operações distintas: colocá-la é uma função peculiar, branquear os alfinetes é outra e até alinhá-los num papel é uma coisa separada: o importante na fabricação de um alfinete é deste modo dividido em cerca de dezoito operações que, em algumas fábricas, são executadas por mãos diferentes, embora em outras o mesmo homem às vezes execute duas ou três delas” (SMITH, 1973, p. 4-5)
  • 7.
    No século XIX,com o advento das máquinas, a organização racional do trabalho passa por novas modificações. Sendo objeto de estudo de Marx, as novas mudanças no processo de trabalho é denominado por Marx de divisão "tecnológica do trabalho". “A transformação em indústria moderna é caracterizada pela máquina e pela diversidade dos produtos capazes de ser produzidos. O trabalhador da manufatura possui tarefas simples e complexas, o que requer diversos níveis de treinamento e de conseqüência, diferente remuneração. O novo processo produtivo constitui-se por uma hierarquia de trabalhadores que corresponde a tarefas diferentes, salários diferentes e diferentes possibilidades de uso da capacidade criativa, sendo ela, no entanto, limitada ou nula para todos os trabalhadores, independente do lugar que este ocupa” (ANGELI, 2008)
  • 8.
    1.3 – Reestruturaçãoprodutiva: o taylorismo - A vadiagem no trabalho (Taylor). Para Marx (1982, p. 363): A finalidade do modo de produção capitalista é extrair a maior quantidade possível de mais valia, e consequentemente, de explorar o trabalhador o máximo possível (...), mas é ao mesmo tempo uma função da exploração do trabalho social, estando portanto enraizado no inevitável antagonismo que ele explora”
  • 9.
    • Ampliação damais valia dos capitalistas, o que implica em mais exploração; • Criação de gerência para que o planejamento estude formas de controlar os tempos e movimentos para que os operários cumpram suas tarefas com precisão e rapidez. • Acentua a separação entre o trabalho intelectual e o trabalho manual, o trabalhador é expropriado de seu trabalho; • Centralidade do controle da produção
  • 10.
    1.4 – Reestruturaçãoprodutiva: o Fordismo O Fordismo, criado por Henry Ford, apresenta uma inovação tecnológica para exigir maiores esforços dos operários nas fábricas: a criação da linha de montagem controlada pela gerência, a qual exercia total controle sobre o ritmo de trabalho.
  • 11.
    1.5 O Toyotismo -O toyotismo criado em 1950 por Toyota Motor Company, no Japão se caracteriza por uma nova forma de organização do trabalho baseada no fluxo de demandas e no estabelecimento de metas para os trabalhadores e a "participação" destes no processo produtivo. - Fluxo de demandas; - - “Acumulação flexível” definida por David Harvey
  • 12.
    • “No sistematoyotista, a autonomação, a polivalência e a organização celular permitiram que a capacidade produtiva dos postos de trabalho passasse a ser flexível, absorvendo variações quantitativas e qualitativas na demanda dos produtos, sem manutenção de estoques e contando com um número idealmente fixo de trabalhadores, dos quais podem ser exigidas jornadas flexíveis, com aumento significativo de horas extras”.(PINTO, 2010, p. 70) • Autonomação: mecanismo de parada automática acoplada à máquina quando se detecta defeitos. Não é necessária operação humana.
  • 13.
    1.6 - Impactosdo taylorismo/fordismo e toyotismo • O taylorismo/fordismo e toyotismo são formas de organização do trabalho para conter a crise do capital e ampliar ainda mais a riqueza da classe dominante. Estes trouxeram consequências positivas para os capitalistas - aumento da mais valia-, ao passo que para os trabalhadores, a despeito de alguns ganhos, foram desastrosas, desde as doenças até a completa alienação do trabalho, o que contribui para a desumanização.
  • 14.
    2. Educação ereestruturação produtiva – crise do capital - A reestruturação produtiva e a agenda para a educação no contexto internacional: organismos multilaterais; Dentre estas organizações, destacam-se o Banco Mundial, Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (CEPAL), Organização Mundial do Comércio (OMC) e Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
  • 15.
    2.1 – Alteraçõesno Plano Político: a reforma do Estado • O Consenso de Washington que foi realizado em 1989 deu o tom para o rumo das políticas dos Estados periféricos. Estas reformas inervam as políticas sociais, na qual destacamos a educação. Para tanto, a estratégia capitalista, para ofuscar a crise do capitalismo, é que a crise não é do capital, mas do Estado, o que justifica e legitima as transformações no papel do Estado como garantidor dos direitos sociais.
  • 16.
    2.2 Reforma daEducação: financiamento, parceria público privada e privatização • FUNDEF, FUNDEB • As parcerias público- privada • Privatizações O processo de reforma, capitaneado pelo Governo do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), garantiu a aprovação no Congresso Nacional, de diferentes instrumentos legais de regulação da educação
  • 17.
    2.3 – Aspolíticas educacionais na última década do século XXI • Os governos do Partido do Trabalhador • O Plano de Desenvolvimento da Educação • O Plano de Metas Compromisso Todos Pela Educação • “As políticas educacionais em curso, apesar da ascensão de um governo popular em 2003 e de rupturas (OLIVEIRA, 2009) com o modelo do governo de FHC, ainda mantém fortes vínculos com a iniciativa privada, grande interessada na mercantilização da Educação e na formação de sujeitos para o mercado”.
  • 18.
    Referências • FREITAS, Luiz.Agenda dos Reformadores Empresariais pode destruir a Educação Pública no Brasil. Revista ADUSP. Outubro de 2012. Disponível em: <http://adusp.org.br/files/revistas/53/mat01.pdf> Acesso em: 01 jul. 2015. • FRIGOTTO, Gaudêncio. Educação e a crise do capitalismo real. São Paulo: Cortez, 1995. • _________Os circuitos da história e o balanço da educação no Brasil na primeira década do século XXI. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v16n46/v16n46a13.pdf >. Acesso em: 12 de Dezembro de 2012. • HADDAD, Sergio (Org). Banco Mundial, OMC e FMI: o impacto nas políticas educacionais. São Paulo: Cortez, 2008. • HARVEY, David. A condição Pós-moderna. São Paulo: Loyola, 1992. • • KRAWXZYK, Nora Rut; VIEIRA, Vera Lúcia. A reforma educacional na América Latina nos anos 1990: uma perspectiva histórico-sociológica. São Paulo: Xamã, 2008. • • LAZZARESCHI, Noêmia. Sociologia do Trabalho. Curitiba, IESD, 2008. • • MARX, Karl. O Capital – crítica da economia política. Livro 1. Vol. I. 7ª ed. São Paulo: DIFEL Difusão Editorial, 1982.