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ECI_UFMG_2013:

Camila Mantovani e   Graziela Andrade
Agenda
 Nossa herança cartesiana
 Homem-Máquina
 Humanismo e anti-humanismo
 Homem-Genoma
 Pensando o pós-humano
 Corpo Biocibernético
 As 7 classe
 Manifestações na Arte e Dança
René Descartes (1596-1650)
 Nosso entendimento do corpo é ainda
  herança da filosofia do século XVII (Katz,2006)

 Dualismo Cartesiano

                  CORPO
             Materialidade Externa




                  MENTE
            Materialidade Pensante
Tensionar a fórmula

CORPO




MENTE
Homem-Máquina
 La Mettrie, (1709-1751)

 Livro: O Homem-Máquina (1748)

 Radicaliza o pensamento de Descarte:
  animal-máquina = homem-máquina
  ambos sem alma

 “o ancestral do materialismo biologizante
  que ocupa o centro do debate
  contemporâneo” (Rouanet:2003, p.40)
Homem-Máquina
ILUMINISMO
   (razão)
Homem-Máquina

       La Mettrie
(Contribuições e Acusações)




Humanista       Anti-Humanista
Homem-Máquina:
              La Metrie, humanista
 Alma é Matéria, corpo é revalorizado;
 Homem é autônomo, se autodetermina;
 Livre dos vínculos de subordinação
  (humanos ou sagrados);
 O valor do homem está no pensamento,
  sua função mais alta;
 Direito ao prazer;
 Autonomia das relações humanas (tirania
  e preconceito devem ser combatidos).
Homem-Máquina:
       La Metrie, anti-humanista
 Reducionismo: monismo material, só há
  no homem substância. Teoria insuficiente
  para se pensar a liberdade do aspecto
  social;
 Niilismo: desconsidera o meio e ações
  que possam provocar alterações. O
  homem é bom ou mau segundo suas
  inclinações físicas;
 Autoritarismo político: antidemocrático,
  os filósofos-médicos dominam a ciência e
  devem conduzir os reis.
Homem-Máquina:
 Rouanet: Atualmente, a biologia volta a
  ser fator determinante em relação ao
  social, há uma mudança de paradigma:
Homem-Genoma:
                 aspectos humanista
 Novo impulso a autonomia, homem
  senhor de seu corpo e de seu destino;
 Doenças e duração da vida não são
  vontade de Deus;
 Ciência fortalece a autonomia nas
  relações humanas (genética, individual);
 Autonomia fortalece a ciência, garantia
  de liberdade de investigação.
Homem-Genoma:
          aspectos anti-humanista
 Reducionismo: Forma moderna de
  depreciação do corpo. O corpo não tem
  valor, mas tem preço. É matéria que
  pode ser aperfeiçoada. Continuum
  homem animal se consolidada nas
  experiências transgênicas;
 Niilismo: Virtudes e defeitos estão
  atrelados a um gene, há um deles para
  cada disposição humana. Pessoas podem
  ser programadas;
 Autoritarismo: Poder exercido pelos que
  manipulam a genética .
O Pós-Humano
Pós-Humano
 Laymert (2005) sugere 3 vias para se
  pensar o pós-humano:

1. Radical, superação humana

2. Transformação, nova evolução

3. Transhumano, co-evolução
Pós-Humano: Superação
 Ser humano é obsoleto, precisa ser
  superado;
 Obsolescência gradual;
 Otimista: se o corpo é um hardware
  ultrapassado pode ser atualizado;
 Download da mente em um corpo
  aprimorado;
 Necessidade crescente de modificar o
  organismo diante do ambiente;
 Inteligência Artificial e evolução robótica
  estão nessa esteira.
Pós-Humano: Transformação
 Transformação biotecnológica ou
  biogenética;
 Eugenia, a melhoria do patrimônio genético
  pode evitar a obsolescência;
 Surgirá uma nova linha de evolução
  humana;
 A seleção natural dá lugar a transformação
  genética
Pós-Humano: Transhumano
 Consideram a Superação e transformação;
 A aceleração da tecnociência e da
  econômica estariam construindo uma
  narrativa da obsolescência do humano;
 Pensa a questão para além do humano;
 Não há obsolescência, há muita
  virtualidade;
 O que morre não é o homem e sim a ideia
  de Homem do iluminismo e do humanismo.
Pós-Humano: Transhumano
 Consideram a Superação e transformação;
 A aceleração da tecnociência e da
  econômica estariam construindo uma
  narrativa da obsolescência do humano;
 Pensa a questão para além do humano;
 Não há obsolescência, há muita
  virtualidade;
 O que morre não é o homem e sim a ideia
  de Homem do iluminismo e do humanismo;
 O que se transforma é nossa visão do que
  constitui o humano.
Pós-Humano: Corpo
                 Biocibernético
 Para Hayles (1996), o pós-humano
  representa a construção do corpo como
  parte de um circuito integrado de
  informação     e   matéria     que    inclui
  componentes humanos e não humanos,
  tanto chips de silício quanto tecidos
  orgânicos, bits de informação e bits de
  carne e osso. (Santaella: 2007, p.130).
Pós-Humano: Corpo
                Biocibernético
 Chamo de “corpo biocibernético” o novo
  estatuto do corpo humano como fruto de
  sua crescente ramificação em variados
  sistemas de extensões tecnológicas até o
  limiar das perturbadoras previsões de sua
  simulação na vida artificial e de sua
  replicação resultante da decifração do
  genoma (Santaella, 2004, p.98).
Classe do corpo em Santaella
1. Remodelado: manipulações estéticas da
  superfície do corpo;
2. Protético: corrigido e expandido por
  próteses, corpo híbrido;
3. Esquadrinhado: vigiado e "revirado" pelas
  máquinas médicas;
4. Plugado: usuários que se movem no
  ciberespaço conectados a computadores
  em distintos graus de imersão (conexão,
  avatares gráficos, híbrida, telepresença e
  ambientes virtuais);
Classe do corpo em Santaella
5. Simulado: ainda não é possível, seria uma
  versão tridimensional do corpo plugado
  (avatar);
6. Digitalizado: The visible human, projeto
  da biblioteca nacional de medicina dos
  EUA,    digitalização   integral   de   dois
  cadáveres humanos;
7. Molecular: Manipulado pela engenharia
  genética, genoma humano.
O Homem e as
 máquinas
Ferramenta x Máquinas
• Vamos entender a diferença
  entre duas categorias:

• Percebam como elas estão
  atreladas ao tempo histórico
  em que foram constituídas.
Ferramentas
• Ferramentas > Projetadas para
 realizar uma tarefa. Funcionam
 como prolongamentos ou
 extensões de habilidades.
 Pressupõe a integração ao
 movimento físico-muscular e
 sua ampliação
Ferramentas
Máquinas
• Organização cujas partes estão
  conectadas de modo a realizar
  um trabalho de forma unitária,
  quando em movimento.

• Implica algum tipo de força
  capaz de aumentar a rapidez e
  a energia de uma atividade.
Máquinas
• Santaella categoriza 3 tipos de
  máquinas:


• Musculares

• Sensórias

• Cerebrais
Máquinas Musculares
• Revolução Industrial
• Máquinas que imitam grosseiramente
  os gestos mecânicos humanos.
• Toda Máquina começa pela imitação
  de uma capacidade humana que ela
  se torna capaz de amplificar.
• Substituição amplificada da força
  física humana e a mecanização da
  locomoção.
• Aceleram o ritmo de trabalho
Máquinas Musculares
Máquinas Sensórias
• Máquinas de registro daquilo que os
  sentidos captam.
• Extensões dos sentidos humanos
  especializados, amplificam a
  capacidade humana de ver e ouvir.
• Simulam o funcionamento dos órgãos
  sensórios.
• Uma nova paisagem do mundo que
  não existiria sem tais máquinas.
Máquinas Sensórias
Máquinas Cerebrais
• Computador >> cérebro
• Imitações da vida por meio de artefatos
• Amplificam as habilidades mentais,
  especialmente as processadoras e as de
  memória
• Não há signo que não possa ser
  absorvido, traduzido, manipulado e
  transformado. (Hipermemórias e
  universo de circuitos)
• Hipercérebros processadores de signos
Máquinas Cerebrais
Corpo-Máquina
• Aproximações entre corpos e
  máquinas suscitam diversas questões:
• Sentidos e cérebro crescem para fora
  do corpo humano?
• Quais os limites entre o corpo e as
  máquinas?
• Somos pós humanos?
• Somos ciborgues?
Corpo biocibernético
• Assim Santaella define o corpo na
  atualidade:
• “(...) chamo de ‘corpo biocibernético’ o
  novo estatuto do corpo humano como
  fruto de sua crescente ramificação em
  variados sistemas de extensões
  tecnológicas até o limiar das
  perturbadoras previsões de sua simulação
  na vida artificial e de sua replicação
  resultante da decifração do genoma”
  (Santaella, 2004, p.98).
7 classes do Corpo
• Remodelado - intervenções para fins
  estéticos
• Protético - corrigido e expandido por
  próteses
• Esquadrinhado - "revirado" pelas máquinas
  médicas
• Plugado - usuários que se movem no
  ciberespaço conectados a computadores
7 classes do Corpo
• Simulado - ainda não é possível, seria
  uma versão tridimensional do corpo
  plugado (avatar)
• Digitalizado - Projeto The visible human,
  digialização integral de dois cadáveres
• Molecular - Manipulado pela engenharia
  genética
Manifesto Ciborgue
• Donna Haraway (1985):
  Somos todos Ciborgues!
• A relação entre os humanos e as
  máquinas já seria tão íntima que não há
  como distinguir onde nós acabamos e
  onde começam as máquinas
• Vivemos um processo de autoconstrução
• Potência política da ideologia ciborgue,
  uma vez que ela desconstrói barreiras
  dualistas como natural/artificial,
  biológico/maquínico, feminino/masculino,
  etc
• O corpo humano não é natural, é uma
  construção.
Manifestações
  Artísticas
Eduardo Kac
• Pioneiro, artista brasileiro que, em
  1997, implantou um chip no calcanhar
  - transponder identificador - durante a
  performance Time Capsule, em São
  Paulo, transmitida ao vivo pela TV.
• Pretendia discutir, além de temas
  éticos, a questão das interfaces úmidas
  versus eletrônicas e a da memória
  artificial e da identidade.
Eduardo Kac, obra
• Polêmico: Alba, 2000 - arte
  transgência
• Alterações em códigos genéticos
  de espécies vivas. No projeto
  “GFP Bunny” (2000) ou Green
  Fluorescent Protein, uma coelha
  albina, é criada, através da
  engenharia genética, com essa
  proteína que lhe permite a
  emissão de luz verde.
Sterlac
• Artista australiano, do campo da bioart
  que afirma obsolescência do corpo em
  diversas performances corporais.
• Adepto à teoria dos ciborgues, o artista
  afirma que, nossa, sempre presente,
  relação com as máquinas teria se
  iniciado muito antes do imaginado e a
  fusão a elas seria inevitável
Sterlac, obras


                                    Event for inclined suspension.
                                    Tamura Gallery, Tokyo, January, 1979
 The third hand. May, 1982




                                      Street Suspension. Mo David
Handswriting, Maki gallery, Tokyo     Gallery, NY, July, 1984
Orlan
• Artista e pesquisadora francesa que leciona na
  Escola de Belas Artes de Dijon. Afirma ter
  entregue seu corpo a arte e intitula a carnal art,
  onde submete seu corpo a diversas cirurgias
  plásticas realizadas como verdadeiras
  performances,
• Seus questionamentos vão muito além da
  estética e introduzem a desconfiguração e
  reconfiguração do corpo, sua necessidade de
  ser alterado e sua potência de atualização.
Orlan, obra
• The reincarnation of St Orlan, a artista passa
  por sete cirurgias no rosto, anteriormente
  composto em computador, reproduzindo o
  ideal de beleza renascentista a partir de 7
  pinturas do período. (testa da Monalisa, queixo
  da Vênus , etc)


• Para ela, a obra de arte está no processo e não
  no resultado estético e, por isso, exibiu todas
  as intervenções cirúrgicas e registros de
  quarenta dias de pós-operatório.
Orlan, obra
Gunther Von Hagens
• anatomista alemão que desenvolveu a
  plastination (1977), técnica especial de
  preservação de tecidos biológicos.
• Primeira exibição de corpos "plastinados“, 1995
  no Japão.
• Sua exposição Body worlds viajou o mundo
  exibindo para mais de 26 milhões de pessoas,
  corpos humanos e de animais, inteiramente
  preservados.
• http://www.youtube.com/watch?v=yEutJeER0XE
Gunther Von Hagens
Gunther Von Hagens
Universidade Federal de Minas Gerais
Escola de Ciência da Informação
Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação
Linha de Pesquisa: Informação, Cultura e Sociedade
Introdução
 Evolução da área da CI a respeito de seu
  objeto e campo de estudo;
 Relação com as TIs e interdisciplinaridade;
 Informação no lugar da criação e interação
  humana. É da ordem do processo
  (descola-se). Está em movimento de
  significação;
 Informação enquanto signo, envolve as
  relações homem x mundo;



                                           53
Introdução
 Corpo como dispositivo informacional.




                                          54
Introdução
 Corpo como dispositivo informacional.
  Constitui-se a partir das ininterruptas
  trocas informacionais que realiza com o
  meio;
 Informação tem papel ativo nas
  mediações do corpo com qualquer
  fenômeno no mundo;




                                            55
Introdução




         56
Introdução
 Contexto sócio-cultural em que os corpos
  estão inseridos e que envolvem as
  técnicas de cada período;
 Revolução Digital: Caracteriza-se pela
  difusão rizomática da informação (todos-
  todos);




                                         57
Introdução




         58
Introdução
 As Tecnologias da Informação complexificam os
  processos de mediação humana, com o acréscimo de
  mais e mais interfaces.




                                                     59
Tema
 As relações que se conformam
  entre a tríade Informação, Corpo
  e Tecnologias no âmbito da
  sociedade da informação, onde
  entendemos que é crescente o
  número de mediações entre as
  interfaces homem-máquina, nas
  quais a informação teria papel
  ativo.
                                 60
Problemas
 Quais as relações que se conformam entre os
  corpos e as tecnologias da informação?
 Qual o papel da informação diante dessas
  relações, considerando-se a corrente
  aproximação entre homens e máquinas?
 Como os processamentos de informação
  efetuados no corpo e pelo corpo podem ser
  considerados em sua própria constituição?
  Que manifestações são notáveis nesse
  sentido?



                                              61
Objetivo Geral
 Identificar, caracterizar e refletir sobre as
  relações entre informação e corpo no
  contexto de uso das Tecnologias da
  Informação, com foco no processo
  informacional. Sendo que, por processo
  informacional entende-se, a percepção,
  recepção, processamento, produção e
  disseminação da informação empreendida por
  seres humanos.




                                             62
Objetivos Específicos
 Identificar e analisar o papel da informação
  nos processos de mediação entre corpo e
  Tecnologias da Informação;
 Investigar as relações entre o corpo e os
  processos informacionais mediados por
  Tecnologias da Informação, sugerindo
  evidências dessa interação;
 Explicitar o corpo sob o ponto de vista
  informacional, apontando para ações de
  percepção, processamento, assimilação e
  disseminação de informações;
 Evidenciar o movimento de significação que
  se conforma em tais ações da informação.       63
Abordagem
 Objeto empírico: Grupo Movasse com o
  espetáculo Imagens Deslocadas;
 Fundamentação: Teoria Semiótica de Peirce e
  estudiosos. Adeptos à “Virada Semiótica”
  proposta por Moura (voltada aos processos
  informacionais e de significação);
 Fundamentação: Autores da CI que discutem a
  informação no contexto sócio-cultural (Braga,
  Capurro, González de Gómez, Marteleto,
  Moura, Pinheiro e Loureiro, Saracevic);
 Conceitos da Trama teórica: Corpomídia, Rede,
  Virtual, Movimento do corpo, Rizoma e Devir;
                                            64
Abordagem
 Conceitos Semióticos: Signo, Semiose,
  Observação Colateral, Criação, Percepção,
  Projeto e Concepção Semiósica, Tradução
  Intersemiótica;
 Análise: Crítica Genética (Ostrower e Salles).
  Reconstrução da obra voltando-se para o
  processo criativo;
 Tecido Informacional: Luz, cenário, figurino,
  trilhas e cenas. Construção de sentido que
  permeou as ações criativas.




                                                  65
Considerações Finais
 Criação e significação não se prendem aos
  contornos da arte, sendo próprios do fazer humano
  nas mais diversas esferas;
 A informação é elemento articulador em tais
  processos, capaz de dar sentido aos movimentos
  ininterruptos de significação que executamos e que
  nos conformam enquanto sujeitos e corpos;
 Plasticidade do Corpo, tempos e escolhas.
  Tendência a Invisibilidade ou Naturalização das
  Tecnologias;
 O corpo é capaz de promover a circulação e
  projetar os fluxos de informação aos quais os
  sujeitos estão inseridos. Firma-se como suporte;
 Abre-se um pertinente espaço de exploração para o
                                                66
  campo da CI.
" TUDO, ALIÁS, É A PONTA DE UM MISTÉRIO,
INCLUSIVE OS FATOS, OU A AUSÊNCIA DELES.
DUVIDA? QUANDO NADA ACONTECE HÁ UM
MILAGRE QUE NÃO ESTAMOS VENDO.”
Guimarães Rosa




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  • 2. Agenda  Nossa herança cartesiana  Homem-Máquina  Humanismo e anti-humanismo  Homem-Genoma  Pensando o pós-humano  Corpo Biocibernético  As 7 classe  Manifestações na Arte e Dança
  • 3. René Descartes (1596-1650)  Nosso entendimento do corpo é ainda herança da filosofia do século XVII (Katz,2006)  Dualismo Cartesiano CORPO Materialidade Externa MENTE Materialidade Pensante
  • 5. Homem-Máquina  La Mettrie, (1709-1751)  Livro: O Homem-Máquina (1748)  Radicaliza o pensamento de Descarte: animal-máquina = homem-máquina ambos sem alma  “o ancestral do materialismo biologizante que ocupa o centro do debate contemporâneo” (Rouanet:2003, p.40)
  • 7. Homem-Máquina La Mettrie (Contribuições e Acusações) Humanista Anti-Humanista
  • 8. Homem-Máquina: La Metrie, humanista  Alma é Matéria, corpo é revalorizado;  Homem é autônomo, se autodetermina;  Livre dos vínculos de subordinação (humanos ou sagrados);  O valor do homem está no pensamento, sua função mais alta;  Direito ao prazer;  Autonomia das relações humanas (tirania e preconceito devem ser combatidos).
  • 9. Homem-Máquina: La Metrie, anti-humanista  Reducionismo: monismo material, só há no homem substância. Teoria insuficiente para se pensar a liberdade do aspecto social;  Niilismo: desconsidera o meio e ações que possam provocar alterações. O homem é bom ou mau segundo suas inclinações físicas;  Autoritarismo político: antidemocrático, os filósofos-médicos dominam a ciência e devem conduzir os reis.
  • 10. Homem-Máquina:  Rouanet: Atualmente, a biologia volta a ser fator determinante em relação ao social, há uma mudança de paradigma:
  • 11. Homem-Genoma: aspectos humanista  Novo impulso a autonomia, homem senhor de seu corpo e de seu destino;  Doenças e duração da vida não são vontade de Deus;  Ciência fortalece a autonomia nas relações humanas (genética, individual);  Autonomia fortalece a ciência, garantia de liberdade de investigação.
  • 12. Homem-Genoma: aspectos anti-humanista  Reducionismo: Forma moderna de depreciação do corpo. O corpo não tem valor, mas tem preço. É matéria que pode ser aperfeiçoada. Continuum homem animal se consolidada nas experiências transgênicas;  Niilismo: Virtudes e defeitos estão atrelados a um gene, há um deles para cada disposição humana. Pessoas podem ser programadas;  Autoritarismo: Poder exercido pelos que manipulam a genética .
  • 14. Pós-Humano  Laymert (2005) sugere 3 vias para se pensar o pós-humano: 1. Radical, superação humana 2. Transformação, nova evolução 3. Transhumano, co-evolução
  • 15. Pós-Humano: Superação  Ser humano é obsoleto, precisa ser superado;  Obsolescência gradual;  Otimista: se o corpo é um hardware ultrapassado pode ser atualizado;  Download da mente em um corpo aprimorado;  Necessidade crescente de modificar o organismo diante do ambiente;  Inteligência Artificial e evolução robótica estão nessa esteira.
  • 16. Pós-Humano: Transformação  Transformação biotecnológica ou biogenética;  Eugenia, a melhoria do patrimônio genético pode evitar a obsolescência;  Surgirá uma nova linha de evolução humana;  A seleção natural dá lugar a transformação genética
  • 17. Pós-Humano: Transhumano  Consideram a Superação e transformação;  A aceleração da tecnociência e da econômica estariam construindo uma narrativa da obsolescência do humano;  Pensa a questão para além do humano;  Não há obsolescência, há muita virtualidade;  O que morre não é o homem e sim a ideia de Homem do iluminismo e do humanismo.
  • 18. Pós-Humano: Transhumano  Consideram a Superação e transformação;  A aceleração da tecnociência e da econômica estariam construindo uma narrativa da obsolescência do humano;  Pensa a questão para além do humano;  Não há obsolescência, há muita virtualidade;  O que morre não é o homem e sim a ideia de Homem do iluminismo e do humanismo;  O que se transforma é nossa visão do que constitui o humano.
  • 19. Pós-Humano: Corpo Biocibernético  Para Hayles (1996), o pós-humano representa a construção do corpo como parte de um circuito integrado de informação e matéria que inclui componentes humanos e não humanos, tanto chips de silício quanto tecidos orgânicos, bits de informação e bits de carne e osso. (Santaella: 2007, p.130).
  • 20. Pós-Humano: Corpo Biocibernético  Chamo de “corpo biocibernético” o novo estatuto do corpo humano como fruto de sua crescente ramificação em variados sistemas de extensões tecnológicas até o limiar das perturbadoras previsões de sua simulação na vida artificial e de sua replicação resultante da decifração do genoma (Santaella, 2004, p.98).
  • 21. Classe do corpo em Santaella 1. Remodelado: manipulações estéticas da superfície do corpo; 2. Protético: corrigido e expandido por próteses, corpo híbrido; 3. Esquadrinhado: vigiado e "revirado" pelas máquinas médicas; 4. Plugado: usuários que se movem no ciberespaço conectados a computadores em distintos graus de imersão (conexão, avatares gráficos, híbrida, telepresença e ambientes virtuais);
  • 22. Classe do corpo em Santaella 5. Simulado: ainda não é possível, seria uma versão tridimensional do corpo plugado (avatar); 6. Digitalizado: The visible human, projeto da biblioteca nacional de medicina dos EUA, digitalização integral de dois cadáveres humanos; 7. Molecular: Manipulado pela engenharia genética, genoma humano.
  • 23. O Homem e as máquinas
  • 24. Ferramenta x Máquinas • Vamos entender a diferença entre duas categorias: • Percebam como elas estão atreladas ao tempo histórico em que foram constituídas.
  • 25. Ferramentas • Ferramentas > Projetadas para realizar uma tarefa. Funcionam como prolongamentos ou extensões de habilidades. Pressupõe a integração ao movimento físico-muscular e sua ampliação
  • 27. Máquinas • Organização cujas partes estão conectadas de modo a realizar um trabalho de forma unitária, quando em movimento. • Implica algum tipo de força capaz de aumentar a rapidez e a energia de uma atividade.
  • 28. Máquinas • Santaella categoriza 3 tipos de máquinas: • Musculares • Sensórias • Cerebrais
  • 29. Máquinas Musculares • Revolução Industrial • Máquinas que imitam grosseiramente os gestos mecânicos humanos. • Toda Máquina começa pela imitação de uma capacidade humana que ela se torna capaz de amplificar. • Substituição amplificada da força física humana e a mecanização da locomoção. • Aceleram o ritmo de trabalho
  • 31. Máquinas Sensórias • Máquinas de registro daquilo que os sentidos captam. • Extensões dos sentidos humanos especializados, amplificam a capacidade humana de ver e ouvir. • Simulam o funcionamento dos órgãos sensórios. • Uma nova paisagem do mundo que não existiria sem tais máquinas.
  • 33. Máquinas Cerebrais • Computador >> cérebro • Imitações da vida por meio de artefatos • Amplificam as habilidades mentais, especialmente as processadoras e as de memória • Não há signo que não possa ser absorvido, traduzido, manipulado e transformado. (Hipermemórias e universo de circuitos) • Hipercérebros processadores de signos
  • 35. Corpo-Máquina • Aproximações entre corpos e máquinas suscitam diversas questões: • Sentidos e cérebro crescem para fora do corpo humano? • Quais os limites entre o corpo e as máquinas? • Somos pós humanos? • Somos ciborgues?
  • 36. Corpo biocibernético • Assim Santaella define o corpo na atualidade: • “(...) chamo de ‘corpo biocibernético’ o novo estatuto do corpo humano como fruto de sua crescente ramificação em variados sistemas de extensões tecnológicas até o limiar das perturbadoras previsões de sua simulação na vida artificial e de sua replicação resultante da decifração do genoma” (Santaella, 2004, p.98).
  • 37. 7 classes do Corpo • Remodelado - intervenções para fins estéticos • Protético - corrigido e expandido por próteses • Esquadrinhado - "revirado" pelas máquinas médicas • Plugado - usuários que se movem no ciberespaço conectados a computadores
  • 38. 7 classes do Corpo • Simulado - ainda não é possível, seria uma versão tridimensional do corpo plugado (avatar) • Digitalizado - Projeto The visible human, digialização integral de dois cadáveres • Molecular - Manipulado pela engenharia genética
  • 39. Manifesto Ciborgue • Donna Haraway (1985): Somos todos Ciborgues! • A relação entre os humanos e as máquinas já seria tão íntima que não há como distinguir onde nós acabamos e onde começam as máquinas • Vivemos um processo de autoconstrução • Potência política da ideologia ciborgue, uma vez que ela desconstrói barreiras dualistas como natural/artificial, biológico/maquínico, feminino/masculino, etc • O corpo humano não é natural, é uma construção.
  • 41. Eduardo Kac • Pioneiro, artista brasileiro que, em 1997, implantou um chip no calcanhar - transponder identificador - durante a performance Time Capsule, em São Paulo, transmitida ao vivo pela TV. • Pretendia discutir, além de temas éticos, a questão das interfaces úmidas versus eletrônicas e a da memória artificial e da identidade.
  • 42. Eduardo Kac, obra • Polêmico: Alba, 2000 - arte transgência • Alterações em códigos genéticos de espécies vivas. No projeto “GFP Bunny” (2000) ou Green Fluorescent Protein, uma coelha albina, é criada, através da engenharia genética, com essa proteína que lhe permite a emissão de luz verde.
  • 43. Sterlac • Artista australiano, do campo da bioart que afirma obsolescência do corpo em diversas performances corporais. • Adepto à teoria dos ciborgues, o artista afirma que, nossa, sempre presente, relação com as máquinas teria se iniciado muito antes do imaginado e a fusão a elas seria inevitável
  • 44. Sterlac, obras Event for inclined suspension. Tamura Gallery, Tokyo, January, 1979 The third hand. May, 1982 Street Suspension. Mo David Handswriting, Maki gallery, Tokyo Gallery, NY, July, 1984
  • 45. Orlan • Artista e pesquisadora francesa que leciona na Escola de Belas Artes de Dijon. Afirma ter entregue seu corpo a arte e intitula a carnal art, onde submete seu corpo a diversas cirurgias plásticas realizadas como verdadeiras performances, • Seus questionamentos vão muito além da estética e introduzem a desconfiguração e reconfiguração do corpo, sua necessidade de ser alterado e sua potência de atualização.
  • 46. Orlan, obra • The reincarnation of St Orlan, a artista passa por sete cirurgias no rosto, anteriormente composto em computador, reproduzindo o ideal de beleza renascentista a partir de 7 pinturas do período. (testa da Monalisa, queixo da Vênus , etc) • Para ela, a obra de arte está no processo e não no resultado estético e, por isso, exibiu todas as intervenções cirúrgicas e registros de quarenta dias de pós-operatório.
  • 48. Gunther Von Hagens • anatomista alemão que desenvolveu a plastination (1977), técnica especial de preservação de tecidos biológicos. • Primeira exibição de corpos "plastinados“, 1995 no Japão. • Sua exposição Body worlds viajou o mundo exibindo para mais de 26 milhões de pessoas, corpos humanos e de animais, inteiramente preservados. • http://www.youtube.com/watch?v=yEutJeER0XE
  • 51.
  • 52. Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Ciência da Informação Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação Linha de Pesquisa: Informação, Cultura e Sociedade
  • 53. Introdução  Evolução da área da CI a respeito de seu objeto e campo de estudo;  Relação com as TIs e interdisciplinaridade;  Informação no lugar da criação e interação humana. É da ordem do processo (descola-se). Está em movimento de significação;  Informação enquanto signo, envolve as relações homem x mundo; 53
  • 54. Introdução  Corpo como dispositivo informacional. 54
  • 55. Introdução  Corpo como dispositivo informacional. Constitui-se a partir das ininterruptas trocas informacionais que realiza com o meio;  Informação tem papel ativo nas mediações do corpo com qualquer fenômeno no mundo; 55
  • 57. Introdução  Contexto sócio-cultural em que os corpos estão inseridos e que envolvem as técnicas de cada período;  Revolução Digital: Caracteriza-se pela difusão rizomática da informação (todos- todos); 57
  • 59. Introdução  As Tecnologias da Informação complexificam os processos de mediação humana, com o acréscimo de mais e mais interfaces. 59
  • 60. Tema  As relações que se conformam entre a tríade Informação, Corpo e Tecnologias no âmbito da sociedade da informação, onde entendemos que é crescente o número de mediações entre as interfaces homem-máquina, nas quais a informação teria papel ativo. 60
  • 61. Problemas  Quais as relações que se conformam entre os corpos e as tecnologias da informação?  Qual o papel da informação diante dessas relações, considerando-se a corrente aproximação entre homens e máquinas?  Como os processamentos de informação efetuados no corpo e pelo corpo podem ser considerados em sua própria constituição? Que manifestações são notáveis nesse sentido? 61
  • 62. Objetivo Geral  Identificar, caracterizar e refletir sobre as relações entre informação e corpo no contexto de uso das Tecnologias da Informação, com foco no processo informacional. Sendo que, por processo informacional entende-se, a percepção, recepção, processamento, produção e disseminação da informação empreendida por seres humanos. 62
  • 63. Objetivos Específicos  Identificar e analisar o papel da informação nos processos de mediação entre corpo e Tecnologias da Informação;  Investigar as relações entre o corpo e os processos informacionais mediados por Tecnologias da Informação, sugerindo evidências dessa interação;  Explicitar o corpo sob o ponto de vista informacional, apontando para ações de percepção, processamento, assimilação e disseminação de informações;  Evidenciar o movimento de significação que se conforma em tais ações da informação. 63
  • 64. Abordagem  Objeto empírico: Grupo Movasse com o espetáculo Imagens Deslocadas;  Fundamentação: Teoria Semiótica de Peirce e estudiosos. Adeptos à “Virada Semiótica” proposta por Moura (voltada aos processos informacionais e de significação);  Fundamentação: Autores da CI que discutem a informação no contexto sócio-cultural (Braga, Capurro, González de Gómez, Marteleto, Moura, Pinheiro e Loureiro, Saracevic);  Conceitos da Trama teórica: Corpomídia, Rede, Virtual, Movimento do corpo, Rizoma e Devir; 64
  • 65. Abordagem  Conceitos Semióticos: Signo, Semiose, Observação Colateral, Criação, Percepção, Projeto e Concepção Semiósica, Tradução Intersemiótica;  Análise: Crítica Genética (Ostrower e Salles). Reconstrução da obra voltando-se para o processo criativo;  Tecido Informacional: Luz, cenário, figurino, trilhas e cenas. Construção de sentido que permeou as ações criativas. 65
  • 66. Considerações Finais  Criação e significação não se prendem aos contornos da arte, sendo próprios do fazer humano nas mais diversas esferas;  A informação é elemento articulador em tais processos, capaz de dar sentido aos movimentos ininterruptos de significação que executamos e que nos conformam enquanto sujeitos e corpos;  Plasticidade do Corpo, tempos e escolhas. Tendência a Invisibilidade ou Naturalização das Tecnologias;  O corpo é capaz de promover a circulação e projetar os fluxos de informação aos quais os sujeitos estão inseridos. Firma-se como suporte;  Abre-se um pertinente espaço de exploração para o 66 campo da CI.
  • 67. " TUDO, ALIÁS, É A PONTA DE UM MISTÉRIO, INCLUSIVE OS FATOS, OU A AUSÊNCIA DELES. DUVIDA? QUANDO NADA ACONTECE HÁ UM MILAGRE QUE NÃO ESTAMOS VENDO.” Guimarães Rosa Obrigada pela atenção!