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Introdução a Piscicultura
PROFA. DRA. BRENDA CARLA LUQUETTI
Maio/2022
Definições
 Aquacultura ou aqüicultura
 cultivo de organismos aquáticos (peixes,
crustáceos, moluscos e algas)
 Piscicultura
 cultivo (criação, reprodução) de peixes
 Carcinicultura
 cultivo de crustáceos
 Mitilicultura
 cultivo de moluscos
Definições
 Pesca
 explorados publicamente
 recurso público
 com ou sem licenças
 Aquacultura
 explorados por um indivíduo ou
associações
 propriedade / posse durante todo
processo de criação
Cultivo – produção econômica
 Intervenção no processo de criação
 ↑ produção
 Estocagem regular / padronização
 Alimentação / nutrição
 Proteção contra predadores
 aves, mamíferos aquáticos, insetos
Histórico
 Mundial
 5.000 A.C. – vestígios de tanques –
Polônia
 1.135 -1.122 A.C. – Wen Fang: primeiros
registros sobre crescimento e
comportamento de carpas
 460 A.C. – Fan Li: “Piscicultura Clássica”
Histórico
 Brasil
 década de 20 – introdução de carpas
 década de 30 – introdução de tilápias
 década de 40 – introdução de trutas
 década de 60 – introdução de carpas chinesas
 década de 70 e 80 – incentivos governamentais
 a partir da década de 90 – profissionalização
Importância
 A aquacultura cresce mais rápido do que
qualquer outro setor produtor de alimentos
Taxa anual : 5,93%
Brasil é o 13º no ranking mundial de produtores de
peixes
Receita gerada: $ 8 bilhões, sendo que a piscicultura
gera cerca de 3 milhões de empregos diretos e
indiretos.
Importância
Os peixes nativos, liderados pelo tambaqui*, participam com
35% e outras espécies com 5%.
1961: 9,0 kg per capita 20,2 kg per capita em 2015.
Em 2015, o pescado respondeu por 17% de toda a proteína
animal consumida no mundo.
Brasil é o quarto maior produtor mundial de tilápia, espécie
que representa 60% da produção do país.
.
Importância
O maior consumo per capita do pescado, acima de 50 kg, é
encontrado em algumas ilhas em desenvolvimento,
particularmente na Oceania, em contraste aos níveis mais baixos,
acima de 2 kg, na Ásia Central e em alguns países sem conexão
com recursos aquáticos
O pescado é uma fonte
proteica importante,
principalmente, em países
subdesenvolvidos. Em
países como Tailândia,
Vietnã, Camboja, Filipinas
e Indonésia, o pescado
suplementa uma parcela
considerável das
necessidades diárias da
população de baixa renda.
Importância
Produção mundial de carnes (Milhões de toneladas)
(2022)
 Consumo humano direto - 75%
 Principal fonte de alimento e renda
 Características nutricionais
 Países desenvolvidos grandes importadores
Pescado Suínos Aves Bovinos
185 120 121 68
Importância
 Crescente demanda de produtos aqüícolas
 alimentação e saúde
 produtos de alta elasticidade-renda de consumo
 crescimento da população mundial
 Mercado
 rastreabilidade
 segurança alimentar
 “ambientalmente correta”
Importância
Conversão de proteína de origem vegetal em proteína
animal
Animal
Proteína
ingerida
(kg)
Produção
(kg)
Peixe 1,9 – 2,4 1*
Frango 2 – 4 1
Suíno 4 – 5 1
Bovino 6 – 8 1
*Peixe: pecilotérmico – 5% de energia para eliminar catabólitos
homeotérmicos – 20%
 A piscicultura é uma atividade que vem se desenvolvendo em
um ritmo muito acelerado;
 Sul - Paraná (213.351 ton), São Paulo (70.500 ton). Já o
terceiro lugar está MG (42.100 ton), seguido por Santa
Catarina (40.059 toneladas) e MS (29.090 toneladas)
 Pequeno investimento, pouca mão-de-obra, baixo risco e
retorno econômico.
 Em relação à pecuária -> 20 a 80 vezes mais proteína por
hectare.
Potencial Brasileiro
Potencial Brasileiro
•Potencial hídrico e climático ( temperatura e luminosidade
favoravéis) e de solo
•5,3 milhões de hectares de água doce em reservatórios
naturais e artificiais;
•8000km de zona costeira.
•600 mil hectares propícios a carcinicultura (15 mil ha)
•Abundante produção de grãos
•212 milhões habitantes  demanda deprimida de cerca de
2,5 milhões de toneladas de pescado / ano
Brasil
 Pesque-pague – comercialização
 Truticultura
 alto valor de mercado
 enfoque empresarial
 < ciclo de produção
 Carcinicultura
 > responsável pelo salto na balança
comercial
 organização do setor
Escolha da espécie
Gosto leve
Carne firme e
branca
Sem espinhos
Poucas espécies nativas brasileiras
têm futuro na Aquacultura
Escolha da espécie
Poucas espécies nativas brasileiras
têm futuro na Aquacultura
Informação
sobre nutrição,
sanidade e
manejo
Escolha da espécie
Poucas espécies nativas brasileiras
têm futuro na Aquacultura
Informação
sobre
reprodução e
larvicultura
Poucas espécies nativas brasileiras
têm futuro na Aquacultura
Idade a
maturação
Facilidade para Melhoramento
Genético
Poucas espécies nativas brasileiras
têm futuro na Aquacultura
Facilidade para Melhoramento
Genético
Rendimento de
filé
Formato do
peixe
Carpas
Tilápia Salmão
Tucunaré
Dourado Pacu
Pirarucu
Piranha
Pintado
Pirarucu
Carpas Trutas
Pacu*
Surubim
ESPÉCIES PRINCIPAIS
DE TILÁPIA
Nilótica
Aurea
Zanzibar
Mossambica
Híbrido vermelho
Tipos de piscicultura
 Quanto a finalidade
 consumo
 ornamental
 esportiva
 repovoamento???
 Quanto ao sistema de cultivo
 Viveiros
 “Race way”
 Tanques
 Tanques-rede
Tilapia
Tambaqui
Dourado
Pirarucu
Carpa
Sistemas de produção
Viveiros
São áreas escavadas sem qualquer revestimento interno, preenchidos com água
Sistemas de produção
Viveiros
Sistemas de produção
Viveiros
Sistemas de produção
Tanques-rede
Cultivo de
peixes em
gaiolas numa
grande coleção
de água o que
possibilita uma
eficiente troca
de água e
remoção dos
dejetos
Sistemas de produção
Tanques-rede
Sistemas de produção
Tanques-rede
Sistemas de produção
Tanques-rede
Sistemas de produção
Tanques-rede
Sistemas de produção
Tanques-rede
Sistemas de produção
Tanques-rede
Sistemas de produção
Abastecimento contínuo de
água nos tanques de cultivo.
Tanques retangulares ou
circulares de concreto ou
outro material que resistam
ao atrito constante da água
Rasos e permitem uma grande
densidade de estocagem
Race ways
Sistemas de produção
Race ways
Sistemas de produção
Race ways
Sistemas de produção
Recirculação
Sistemas de produção
Recirculação
Sistemas de produção
Recirculação
Equipamentos de apoio
Elevadores + selecionadores
Equipamentos de apoio
Elevadores + selecionadores
Equipamentos de apoio
Elevadores +
selecionadores
Equipamentos de apoio
Caixas de transporte
Equipamentos de apoio
Aeradores: essencial para preservar a qualidade da
água a partir da oxigenação adequada do tanque
Equipamentos de apoio
Aeradores
Equipamentos de apoio
Aeradores
Equipamentos de apoio
Incubadoras
Equipamentos de apoio
Hapas: tanques feitos de tela de material sintético (nylon,
plástico), fechados de todos os lados
Equipamentos de apoio
Processamento
Indústria
Processamento
Indústria
Processamento
Produtos
Processamento
Produtos
Processamento
Produtos
Processamento
Produtos
Características Gerais:
 Pecilotérmicos – Ectotérmicos*
 Exclusivamente aquáticos
 Herbívoros ou carnívoros
 Corpo com formato hidrodinâmico (achatado
lateralmente e alongado)
 Presença de nadadeiras (dorsal, peitoral, anal
e caudal)
 Corpo com escamas e presença de muco
 Linha lateral
 Ótima conversão alimentar
Anatomia dos peixes
• A forma de cada espécie reflete o modo de
vida e os hábitos alimentares de cada espécie.
Características Gerais:
• Respiração branquial – por possuir brânquias ou
guelras
• Coração com 2 cavidades ( 1 átrio e 1
ventrículo) – percorre sangue venoso
• Reprodução sexuada: fecundação interna ou
externa, desenvolvimento indireto ou direto,
podendo ser ovíparos ou ovovivíparos
As escamas
• Proteção a mais para os peixes;
• Auxiliam numa melhor hidrodinâmica
• Corpo coberto com uma mucilagem
• Glândulas mucosas (muco – diminuição de
atrito e proteção contra microrganismos)
Tipos de escamas
ctenóides
ganóides
ciclóides placóides
• Ciclóides : típica de
peixes ósseos,
crescem por toda vida
do peixe, são lisas,
não possuindo
projeções.
• Ctenóides : Típica dos
peixes ósseos, são
finas e crescem por
toda vida, possuem
pequenas projeções
formando uma coroa
de minúsculos
espinhos, que
conferem aos peixes
uma aparência
áspera.
• Ganóides : são
esmaltadas e
brilhantes. Elas são
encontrados em peixes
como os esturjões, os
baiacus e os peixes-
espátulas
Placóides : Encontradas
em tubarões e
arraias, possuem
pequenos dentículos
dérmicos voltados
para trás, o que
deixa sua pele
áspera, com
aparência de uma
lixa
 Barbatanas ou nadadeiras: órgãos externos
para a locomoção e equilíbrio;
Nadadeira caudal
• Nadadores velozes possuem esta nadadeira
com uma bifurcação bastante pronunciada
Nadadeira anal
• Utilizada como estabilizador;
• Nos machos vivíparos desenvolveu-se como
órgão de reprodução
Barbatanas ventrais
• Podem formar uma bolsa de sucção que
prende os peixes ao leito do rio
• Utilizadas sobretudo para orientação dos
movimentos, também estão adaptadas para
outros fins.
Barbatanas peitorais
Os sentidos do peixe
• Visão;
• Tato;
• Paladar;
• Audição;
• Olfato;
Olhos
• Na maioria dos peixes os olhos estão situados
lateralmente à cabeça, mas em algumas
espécies o posicionamento pode variar.
• Muitos peixes detectam os alimentos pelo
cheiro e, frequentemente a grandes distâncias.
• Os orifícios nasais de um peixe não são
utilizados para respirar mas apenas para cheirar.
 Não tem pálpebras, seus olhos ficam sempre
abertos.
 Os peixes não dormem (alternam estados de vigília
e repouso) que consiste num aparente estado de
imobilidade, em que mantêm o equilíbrio por meio
de movimentos bem lentos;
HÁBITOS DE REPOUSO
Boca e a mandíbula
• Não mastigam o alimento e alguns trituram o
que ingerem;
Visualização da
disposição e
características
anatômicas dos
dentes
(triangulares,
laminares e
aguçados), típicos
para promover cortes.
A posição da boca indica qual o
nível de profundidade em que o
peixe geralmente habita.
 Pequenos pelágicos (vivem em cardumes, sardinhas,
anchovas, atuns): são planctonófagos
 Os grandes peixes são predadores ativos de pequenos
peixes, lulas e crustáceos;
 Os peixes demersais (presos a um substrato nos solos
arenosos ou nas rochas, ex. moreias): podem ser
predadores, herbívoros, detritívoros;
 Peixes abissais (das regiões mais profundas): costumam
ter a boca com grandes dimensões, que lhes permitem
comer animais quase do seu tamanho.
HÁBITOS ALIMENTARES
Peixe dragão
Peixe vibora
4000 m, 2º C
Narinas
• Situada no "focinho", à frente e próximas aos
olhos;
• Suas bolsas olfativas possuem função
sensitiva para substâncias dissolvidas na
água.
SISTEMA NERVOSO E SENSORIAL
 Todos os peixes diurnos possuem olhos bem
desenvolvidos com visão colorida;
 Apresentam quimiorreceptores responsáveis pelos
sentidos de gosto e cheiro.
Sistema linear lateral: permite aos peixes detectar
correntes e vibrações, bem como o movimento de outros
peixes e presas por perto.
Podem sentir dor
Linha lateral
• Este órgão tem funções relacionadas com a
orientação, uma espécie de sexto sentido.
LINHA LATERAL: apresentam cels.
sensoriais chamadas neuromastos
SISTEMA RESPIRATÓRIO
 Branquial: brânquias recobertas por epitélio
respiratório sobre os vasos , de modo que o CO2 do
sangue pode ser trocado por O2 dissolvido na água;
Branquias/Guelras
• São órgãos delicados, ramificados.
Opérculo
• Alguns peixes desenvolveram projeções em
forma de espinhos, sendo utilizados como
defesa.
Sistema circulatório
Coração com duas cavidades (1A e 1V)
* No coração dos peixes só circula sangue venoso
Circulação fechada, simples e completa
Peixes dipnóicos: apresentam bexiga
natatória vascularizada e permite a realização
de trocas gasosas entre o ar presente no
interior e o sangue. Ex: pirambóia
Bexiga natatória
• É um saco de paredes flexíveis, derivado do
intestino que pode expandir-se ou contrair de
acordo com a pressão;
• A bexiga natatória possui uma glândula que
permite a introdução de gases, principalmente
oxigênio, na bexiga, para aumentar o seu volume.
 A maioria é dióica, ovípara, e de fecundação externa;
 Sardinhas (nadam livremente): ovos flutuam na água
– e podem ser comidos por outros organismos, assim
cada fêmea liberta um enorme número de óvulos.
 Outras espécies, os ovos afundam e os óvulos podem
não ser tão numerosos, uma vez que são menos
vulneráveis aos predadores.
REPRODUÇÃO
Fecundação externa (maioria);
Ovíparos ( maioria);
Desenvolvimento indireto - Larva - alevino;
Detalhe de alevino ainda com o saco vitelínico e após absorção completa
REPRODUÇÃO
 Existem também casos de hermafroditismo (pargo);
 Casos de mudança de sexo - peixes que são fêmeas
durante as primeiras fases de maturação sexual e se
transformam em machos (protoginia) e o inverso
(protandria);
REPRODUÇÃO
Pargo – Familia Sparidae Romano – Ex: Protoginia
 Existem também espécies
vivíparas e ovovivíparas, onde
pode haver fertilização
interna (os machos não tem
pênis verdadeiro), mas
possuem uma estrutura para
introduzir o esperma dentro
da fêmea.
 Ocorre em tubarões e arraias,
e em muitos peixes de água
doce;
REPRODUÇÃO
Molinésia-Amazona Poecilia
formosa
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  • 1. Introdução a Piscicultura PROFA. DRA. BRENDA CARLA LUQUETTI Maio/2022
  • 2. Definições  Aquacultura ou aqüicultura  cultivo de organismos aquáticos (peixes, crustáceos, moluscos e algas)  Piscicultura  cultivo (criação, reprodução) de peixes  Carcinicultura  cultivo de crustáceos  Mitilicultura  cultivo de moluscos
  • 3. Definições  Pesca  explorados publicamente  recurso público  com ou sem licenças  Aquacultura  explorados por um indivíduo ou associações  propriedade / posse durante todo processo de criação
  • 4. Cultivo – produção econômica  Intervenção no processo de criação  ↑ produção  Estocagem regular / padronização  Alimentação / nutrição  Proteção contra predadores  aves, mamíferos aquáticos, insetos
  • 5. Histórico  Mundial  5.000 A.C. – vestígios de tanques – Polônia  1.135 -1.122 A.C. – Wen Fang: primeiros registros sobre crescimento e comportamento de carpas  460 A.C. – Fan Li: “Piscicultura Clássica”
  • 6. Histórico  Brasil  década de 20 – introdução de carpas  década de 30 – introdução de tilápias  década de 40 – introdução de trutas  década de 60 – introdução de carpas chinesas  década de 70 e 80 – incentivos governamentais  a partir da década de 90 – profissionalização
  • 7. Importância  A aquacultura cresce mais rápido do que qualquer outro setor produtor de alimentos Taxa anual : 5,93% Brasil é o 13º no ranking mundial de produtores de peixes Receita gerada: $ 8 bilhões, sendo que a piscicultura gera cerca de 3 milhões de empregos diretos e indiretos.
  • 8. Importância Os peixes nativos, liderados pelo tambaqui*, participam com 35% e outras espécies com 5%. 1961: 9,0 kg per capita 20,2 kg per capita em 2015. Em 2015, o pescado respondeu por 17% de toda a proteína animal consumida no mundo. Brasil é o quarto maior produtor mundial de tilápia, espécie que representa 60% da produção do país.
  • 9.
  • 10. . Importância O maior consumo per capita do pescado, acima de 50 kg, é encontrado em algumas ilhas em desenvolvimento, particularmente na Oceania, em contraste aos níveis mais baixos, acima de 2 kg, na Ásia Central e em alguns países sem conexão com recursos aquáticos
  • 11. O pescado é uma fonte proteica importante, principalmente, em países subdesenvolvidos. Em países como Tailândia, Vietnã, Camboja, Filipinas e Indonésia, o pescado suplementa uma parcela considerável das necessidades diárias da população de baixa renda.
  • 12. Importância Produção mundial de carnes (Milhões de toneladas) (2022)  Consumo humano direto - 75%  Principal fonte de alimento e renda  Características nutricionais  Países desenvolvidos grandes importadores Pescado Suínos Aves Bovinos 185 120 121 68
  • 13. Importância  Crescente demanda de produtos aqüícolas  alimentação e saúde  produtos de alta elasticidade-renda de consumo  crescimento da população mundial  Mercado  rastreabilidade  segurança alimentar  “ambientalmente correta”
  • 14. Importância Conversão de proteína de origem vegetal em proteína animal Animal Proteína ingerida (kg) Produção (kg) Peixe 1,9 – 2,4 1* Frango 2 – 4 1 Suíno 4 – 5 1 Bovino 6 – 8 1 *Peixe: pecilotérmico – 5% de energia para eliminar catabólitos homeotérmicos – 20%
  • 15.  A piscicultura é uma atividade que vem se desenvolvendo em um ritmo muito acelerado;  Sul - Paraná (213.351 ton), São Paulo (70.500 ton). Já o terceiro lugar está MG (42.100 ton), seguido por Santa Catarina (40.059 toneladas) e MS (29.090 toneladas)  Pequeno investimento, pouca mão-de-obra, baixo risco e retorno econômico.  Em relação à pecuária -> 20 a 80 vezes mais proteína por hectare. Potencial Brasileiro
  • 16. Potencial Brasileiro •Potencial hídrico e climático ( temperatura e luminosidade favoravéis) e de solo •5,3 milhões de hectares de água doce em reservatórios naturais e artificiais; •8000km de zona costeira. •600 mil hectares propícios a carcinicultura (15 mil ha) •Abundante produção de grãos •212 milhões habitantes  demanda deprimida de cerca de 2,5 milhões de toneladas de pescado / ano
  • 17. Brasil  Pesque-pague – comercialização  Truticultura  alto valor de mercado  enfoque empresarial  < ciclo de produção  Carcinicultura  > responsável pelo salto na balança comercial  organização do setor
  • 18. Escolha da espécie Gosto leve Carne firme e branca Sem espinhos Poucas espécies nativas brasileiras têm futuro na Aquacultura
  • 19.
  • 20. Escolha da espécie Poucas espécies nativas brasileiras têm futuro na Aquacultura Informação sobre nutrição, sanidade e manejo
  • 21. Escolha da espécie Poucas espécies nativas brasileiras têm futuro na Aquacultura Informação sobre reprodução e larvicultura
  • 22. Poucas espécies nativas brasileiras têm futuro na Aquacultura Idade a maturação Facilidade para Melhoramento Genético
  • 23. Poucas espécies nativas brasileiras têm futuro na Aquacultura Facilidade para Melhoramento Genético Rendimento de filé Formato do peixe
  • 30. Tipos de piscicultura  Quanto a finalidade  consumo  ornamental  esportiva  repovoamento???  Quanto ao sistema de cultivo  Viveiros  “Race way”  Tanques  Tanques-rede Tilapia Tambaqui Dourado Pirarucu Carpa
  • 31. Sistemas de produção Viveiros São áreas escavadas sem qualquer revestimento interno, preenchidos com água
  • 34. Sistemas de produção Tanques-rede Cultivo de peixes em gaiolas numa grande coleção de água o que possibilita uma eficiente troca de água e remoção dos dejetos
  • 41. Sistemas de produção Abastecimento contínuo de água nos tanques de cultivo. Tanques retangulares ou circulares de concreto ou outro material que resistam ao atrito constante da água Rasos e permitem uma grande densidade de estocagem Race ways
  • 51. Equipamentos de apoio Aeradores: essencial para preservar a qualidade da água a partir da oxigenação adequada do tanque
  • 55. Equipamentos de apoio Hapas: tanques feitos de tela de material sintético (nylon, plástico), fechados de todos os lados
  • 63. Características Gerais:  Pecilotérmicos – Ectotérmicos*  Exclusivamente aquáticos  Herbívoros ou carnívoros  Corpo com formato hidrodinâmico (achatado lateralmente e alongado)  Presença de nadadeiras (dorsal, peitoral, anal e caudal)  Corpo com escamas e presença de muco  Linha lateral  Ótima conversão alimentar
  • 64. Anatomia dos peixes • A forma de cada espécie reflete o modo de vida e os hábitos alimentares de cada espécie.
  • 65.
  • 66. Características Gerais: • Respiração branquial – por possuir brânquias ou guelras • Coração com 2 cavidades ( 1 átrio e 1 ventrículo) – percorre sangue venoso • Reprodução sexuada: fecundação interna ou externa, desenvolvimento indireto ou direto, podendo ser ovíparos ou ovovivíparos
  • 67. As escamas • Proteção a mais para os peixes; • Auxiliam numa melhor hidrodinâmica • Corpo coberto com uma mucilagem • Glândulas mucosas (muco – diminuição de atrito e proteção contra microrganismos)
  • 69. • Ciclóides : típica de peixes ósseos, crescem por toda vida do peixe, são lisas, não possuindo projeções.
  • 70. • Ctenóides : Típica dos peixes ósseos, são finas e crescem por toda vida, possuem pequenas projeções formando uma coroa de minúsculos espinhos, que conferem aos peixes uma aparência áspera.
  • 71. • Ganóides : são esmaltadas e brilhantes. Elas são encontrados em peixes como os esturjões, os baiacus e os peixes- espátulas
  • 72. Placóides : Encontradas em tubarões e arraias, possuem pequenos dentículos dérmicos voltados para trás, o que deixa sua pele áspera, com aparência de uma lixa
  • 73.  Barbatanas ou nadadeiras: órgãos externos para a locomoção e equilíbrio;
  • 74. Nadadeira caudal • Nadadores velozes possuem esta nadadeira com uma bifurcação bastante pronunciada Nadadeira anal • Utilizada como estabilizador; • Nos machos vivíparos desenvolveu-se como órgão de reprodução
  • 75. Barbatanas ventrais • Podem formar uma bolsa de sucção que prende os peixes ao leito do rio • Utilizadas sobretudo para orientação dos movimentos, também estão adaptadas para outros fins. Barbatanas peitorais
  • 76. Os sentidos do peixe • Visão; • Tato; • Paladar; • Audição; • Olfato;
  • 77. Olhos • Na maioria dos peixes os olhos estão situados lateralmente à cabeça, mas em algumas espécies o posicionamento pode variar. • Muitos peixes detectam os alimentos pelo cheiro e, frequentemente a grandes distâncias. • Os orifícios nasais de um peixe não são utilizados para respirar mas apenas para cheirar.
  • 78.  Não tem pálpebras, seus olhos ficam sempre abertos.  Os peixes não dormem (alternam estados de vigília e repouso) que consiste num aparente estado de imobilidade, em que mantêm o equilíbrio por meio de movimentos bem lentos; HÁBITOS DE REPOUSO
  • 79. Boca e a mandíbula • Não mastigam o alimento e alguns trituram o que ingerem;
  • 80.
  • 81. Visualização da disposição e características anatômicas dos dentes (triangulares, laminares e aguçados), típicos para promover cortes.
  • 82. A posição da boca indica qual o nível de profundidade em que o peixe geralmente habita.
  • 83.  Pequenos pelágicos (vivem em cardumes, sardinhas, anchovas, atuns): são planctonófagos  Os grandes peixes são predadores ativos de pequenos peixes, lulas e crustáceos;  Os peixes demersais (presos a um substrato nos solos arenosos ou nas rochas, ex. moreias): podem ser predadores, herbívoros, detritívoros;  Peixes abissais (das regiões mais profundas): costumam ter a boca com grandes dimensões, que lhes permitem comer animais quase do seu tamanho. HÁBITOS ALIMENTARES
  • 85. Narinas • Situada no "focinho", à frente e próximas aos olhos; • Suas bolsas olfativas possuem função sensitiva para substâncias dissolvidas na água.
  • 86.
  • 87. SISTEMA NERVOSO E SENSORIAL  Todos os peixes diurnos possuem olhos bem desenvolvidos com visão colorida;  Apresentam quimiorreceptores responsáveis pelos sentidos de gosto e cheiro. Sistema linear lateral: permite aos peixes detectar correntes e vibrações, bem como o movimento de outros peixes e presas por perto. Podem sentir dor
  • 88. Linha lateral • Este órgão tem funções relacionadas com a orientação, uma espécie de sexto sentido.
  • 89. LINHA LATERAL: apresentam cels. sensoriais chamadas neuromastos
  • 90. SISTEMA RESPIRATÓRIO  Branquial: brânquias recobertas por epitélio respiratório sobre os vasos , de modo que o CO2 do sangue pode ser trocado por O2 dissolvido na água;
  • 91. Branquias/Guelras • São órgãos delicados, ramificados.
  • 92. Opérculo • Alguns peixes desenvolveram projeções em forma de espinhos, sendo utilizados como defesa.
  • 93.
  • 94.
  • 95.
  • 96.
  • 97.
  • 98. Sistema circulatório Coração com duas cavidades (1A e 1V) * No coração dos peixes só circula sangue venoso Circulação fechada, simples e completa
  • 99. Peixes dipnóicos: apresentam bexiga natatória vascularizada e permite a realização de trocas gasosas entre o ar presente no interior e o sangue. Ex: pirambóia
  • 100.
  • 101. Bexiga natatória • É um saco de paredes flexíveis, derivado do intestino que pode expandir-se ou contrair de acordo com a pressão; • A bexiga natatória possui uma glândula que permite a introdução de gases, principalmente oxigênio, na bexiga, para aumentar o seu volume.
  • 102.
  • 103.
  • 104.  A maioria é dióica, ovípara, e de fecundação externa;  Sardinhas (nadam livremente): ovos flutuam na água – e podem ser comidos por outros organismos, assim cada fêmea liberta um enorme número de óvulos.  Outras espécies, os ovos afundam e os óvulos podem não ser tão numerosos, uma vez que são menos vulneráveis aos predadores. REPRODUÇÃO
  • 105. Fecundação externa (maioria); Ovíparos ( maioria); Desenvolvimento indireto - Larva - alevino; Detalhe de alevino ainda com o saco vitelínico e após absorção completa REPRODUÇÃO
  • 106.  Existem também casos de hermafroditismo (pargo);  Casos de mudança de sexo - peixes que são fêmeas durante as primeiras fases de maturação sexual e se transformam em machos (protoginia) e o inverso (protandria); REPRODUÇÃO Pargo – Familia Sparidae Romano – Ex: Protoginia
  • 107.  Existem também espécies vivíparas e ovovivíparas, onde pode haver fertilização interna (os machos não tem pênis verdadeiro), mas possuem uma estrutura para introduzir o esperma dentro da fêmea.  Ocorre em tubarões e arraias, e em muitos peixes de água doce; REPRODUÇÃO Molinésia-Amazona Poecilia formosa

Notas do Editor

  1. Enguia = corpo liso
  2. -uma barbatana dorsal -uma barbatana anal -uma barbatana caudal -um par de barbatanas ventrais (ou barbatanas pélvicas) e -um par de barbatanas peitorais. Apenas as barbatanas pares têm relação evolutiva com os membros dos restantes vertebrados.
  3. Abissais: Estes seres desenvolveram estratégias de sobrevivência sofisticadas para driblar as condições de frio, escuridão, pouca disponibilidade de alimentos e dificuldades quanto à reprodução (estima-se que, para cada fêmea sexualmente amadurecida existam de quinze a vinte machos). Como a disponibilidade de alimento é escassa, bocas gigantescas e estômagos maiores ainda permitem que estes seres se alimentem, muitas vezes, de indivíduos maiores que eles mesmos, garantindo fonte energética por um período de tempo maior
  4. Em 2003, alguns cientistas escoceses da Universidade de Edimburgo descobriram que os peixes podem sentir dor. Peixes como os peixes-gato e tubarões possuem órgãos que detectam pequenas correntes elétricas. Outros peixes, como a enguia elétrica, podem produzir sua própria eletricidade. Apresentam linhas laterais: Canais ao longo do corpo, por onde a água do mar penetra. Nestes canais há grupos de células sensoriais (neuromastos) capazes de detectar variações de pressão na água, como as causadas pelo movimento de um predador, e enviar estas informações sensoriais para o sistema nervoso central, permitindo que o peixe escape. (É como se fosse o aparelho auditivo dos peixes).
  5. . Estas trocas gasosas ocorrem durante os movimentos de bombeamento da água por ação muscular em dois momentos: expansão da cavidade oro-faringea com aspiração de água ,e num segundo momento, abertura dos ossos operculares liberando a passagem da água. Nos peixes dipnóicos, a membrana da bexiga natatória é vascularizada e permite a realização de trocas gasosas entre o ar presente no interior e o sangue. Esses "peixes pulmonados" podem resistir a longos períodos de seca, quando permanecem entocados em buracos no fundo lamacento dos rios. A pirambóia, encontrada no Brasil, é um exemplo de peixe dipnóico.
  6. Peixe ósseo Romano: É uma espécie hermafrodita em que as fêmeas, quando atingem cerca de 30 cm de comprimento, se transformam em machos. Estes são altamente territoriais!