O documento discute a relação entre a função executiva do lobo frontal e os comportamentos característicos do autismo, como dificuldades nas interações sociais. Estudos sugerem que comprometimentos na função executiva, como flexibilidade cognitiva e atenção compartilhada, podem estar relacionados a esses comportamentos. No entanto, ainda há questões a serem respondidas sobre a natureza exata dessa relação.
Este documento discute a Síndrome do X Frágil sob a perspectiva da neuropsicologia. A síndrome é causada por uma mutação no gene FMR1 e causa hiperativação sensorial, levando a comportamentos de evitação e estereotipias. Segundo a teoria de Luria, isso ocorre porque os estímulos sensoriais são processados de forma desorganizada, resultando em respostas inadequadas. A intervenção deve focar em fornecer estímulos em doses programadas para melhorar a integração sensorial e modulação.
Avaliação neuropsicológica das funções executivas e relação com desatenção e ...oficinadeaprendizagemace
1) O documento discute as funções executivas e seu relacionamento com o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).
2) Dois estudos brasileiros investigaram a validade de testes para avaliar componentes das funções executivas em crianças, correlacionando-os com desatenção e hiperatividade.
3) Os estudos encontraram comprometimento de memória de trabalho, atenção seletiva, flexibilidade cognitiva e outros componentes das funções executivas em crianças com TDAH.
Relacion entre pac y habilidades neuropsicologicas en adolescentescarlafig
Este estudo investigou a relação entre habilidades de processamento auditivo e funções neuropsicológicas em adolescentes. Os resultados mostraram correlações positivas significativas entre alguns testes de processamento auditivo e subtestes neuropsicológicos de atenção, memória e linguagem. Algumas dissociações entre os testes também foram observadas, indicando que o processamento auditivo e neuropsicológico são relativamente independentes. A análise comparativa dos resultados confirmou as correlações e dissociações encontradas.
Este documento descreve um estudo de caso sobre a avaliação neuropsicológica de uma adolescente de 13 anos que sofreu uma lesão cerebral. A avaliação mostrou que a paciente tem uma lesão no hemisfério esquerdo, comprometendo suas habilidades motoras e de fala. Os testes cognitivos indicaram que ela está abaixo do nível médio intelectual para sua idade.
Análise do Comportamento Aplicada: usando avaliação funcional para identifica...Ana Arantes
Este documento discute os princípios e aplicações da Análise do Comportamento Aplicada (ABA) no tratamento de comportamentos-problema. Ele apresenta os conceitos de déficits e excessos comportamentais, avaliação funcional, identificação de variáveis que mantêm o comportamento e estratégias de intervenção baseadas nos princípios de aprendizagem.
Este estudo revisou 9 publicações entre 2001-2011 que avaliaram funções executivas em crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A análise apontou tendência a disfunções executivas em TEA, envolvendo inibição, planejamento, flexibilidade mental, fluência verbal e memória de trabalho. Concluiu-se que componentes executivos preservados e disfuncionais foram identificados no TEA, corroborando estudos prévios sobre progressão típica e atípica das funções executivas nesta condição
Este documento discute como a neuropsicologia pode ampliar a perspectiva dos psicopedagogos. A neuropsicologia fornece novas explicações sobre como o cérebro produz comportamentos e como aspectos orgânicos podem influenciar problemas de aprendizagem. Os psicopedagogos devem considerar esses avanços científicos sem descuidar de aspectos psicológicos e sociais. A neuropsicologia pode ajudar a diversificar hipóteses e melhorar o diagnóstico e intervenção.
Este documento apresenta uma revisão sistemática da literatura brasileira entre 2005-2012 sobre a avaliação neuropsicológica e cognitiva de crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Os resultados demonstraram que a função executiva foi a mais investigada e sugerem que há uma tendência de disfunções executivas nos TEA. Conclui-se que há diversidade teórica e metodológica nas publicações nacionais sobre o tema.
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1) O documento discute as funções executivas e seu relacionamento com o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).
2) Dois estudos brasileiros investigaram a validade de testes para avaliar componentes das funções executivas em crianças, correlacionando-os com desatenção e hiperatividade.
3) Os estudos encontraram comprometimento de memória de trabalho, atenção seletiva, flexibilidade cognitiva e outros componentes das funções executivas em crianças com TDAH.
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Este estudo investigou a relação entre habilidades de processamento auditivo e funções neuropsicológicas em adolescentes. Os resultados mostraram correlações positivas significativas entre alguns testes de processamento auditivo e subtestes neuropsicológicos de atenção, memória e linguagem. Algumas dissociações entre os testes também foram observadas, indicando que o processamento auditivo e neuropsicológico são relativamente independentes. A análise comparativa dos resultados confirmou as correlações e dissociações encontradas.
Este documento descreve um estudo de caso sobre a avaliação neuropsicológica de uma adolescente de 13 anos que sofreu uma lesão cerebral. A avaliação mostrou que a paciente tem uma lesão no hemisfério esquerdo, comprometendo suas habilidades motoras e de fala. Os testes cognitivos indicaram que ela está abaixo do nível médio intelectual para sua idade.
Análise do Comportamento Aplicada: usando avaliação funcional para identifica...Ana Arantes
Este documento discute os princípios e aplicações da Análise do Comportamento Aplicada (ABA) no tratamento de comportamentos-problema. Ele apresenta os conceitos de déficits e excessos comportamentais, avaliação funcional, identificação de variáveis que mantêm o comportamento e estratégias de intervenção baseadas nos princípios de aprendizagem.
Este estudo revisou 9 publicações entre 2001-2011 que avaliaram funções executivas em crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A análise apontou tendência a disfunções executivas em TEA, envolvendo inibição, planejamento, flexibilidade mental, fluência verbal e memória de trabalho. Concluiu-se que componentes executivos preservados e disfuncionais foram identificados no TEA, corroborando estudos prévios sobre progressão típica e atípica das funções executivas nesta condição
Este documento discute como a neuropsicologia pode ampliar a perspectiva dos psicopedagogos. A neuropsicologia fornece novas explicações sobre como o cérebro produz comportamentos e como aspectos orgânicos podem influenciar problemas de aprendizagem. Os psicopedagogos devem considerar esses avanços científicos sem descuidar de aspectos psicológicos e sociais. A neuropsicologia pode ajudar a diversificar hipóteses e melhorar o diagnóstico e intervenção.
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O documento discute as alterações nas funções executivas em crianças e adolescentes com diferentes condições clínicas. Ele fornece uma revisão das evidências de que transtornos como TDAH, TOC, síndrome de Tourette, transtornos globais do desenvolvimento, dislexia e alterações cromossômicas estão associados a comprometimentos nas funções executivas. O conhecimento sobre como essas habilidades são afetadas em diferentes quadros clínicos é útil para profissionais que trabalham com crianças e adolescentes.
Transtorno de déficit de atenção/hiperatividadeblogtdah
Este documento discute o Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) de uma perspectiva histórica e social. A autora argumenta que o TDAH representa um processo de patologização da educação ao transformar questões educacionais em questões médicas. Além disso, os sintomas de desatenção e hiperatividade são frequentemente construídos no contexto escolar ao invés de serem causados por uma condição médica. O documento também critica o uso frequente de medicamentos para tratar o suposto tran
Avaliação Neuropsicológica das Funções Executivas: Considerações MetodológicasAmer Hamdan
O interesse pelo estudo das funções executivas tem crescido nos últimos anos. O objetivo deste artigo é
revisar algumas questões metodológicas e conceituais relacionadas à avaliação neuropsicológica das
funções executivas. As principais limitações e dicotomias relacionadas às funções executivas são
apresentadas e a importância de um modelo teórico que fundamente os instrumentos de avaliação e suas
interpretações clinicas analisada. Conclui-se que as evidências provenientes da investigação das funções
executivas ainda não permitem a compreensão satisfatória desses processos. Sugere-se, a adoção de um
modelo específico para o estudo das funções executivas.
Avaliação Neuropsicológica das Funções Executivas: Considerações MetodológicasAmer Hamdan
O interesse pelo estudo das funções executivas tem crescido nos últimos anos. O objetivo deste artigo é
revisar algumas questões metodológicas e conceituais relacionadas à avaliação neuropsicológica das
funções executivas. As principais limitações e dicotomias relacionadas às funções executivas são
apresentadas e a importância de um modelo teórico que fundamente os instrumentos de avaliação e suas
interpretações clinicas analisada. Conclui-se que as evidências provenientes da investigação das funções
executivas ainda não permitem a compreensão satisfatória desses processos. Sugere-se, a adoção de um
modelo específico para o estudo das funções executivas.
Dificuldades e transtornos de aprendizagem (Clay Brites Luciana Brites) (z-li...profleonardovieira
Este documento discute o desenvolvimento cerebral infantil e sua relação com a aprendizagem. Ele explica que o cérebro se desenvolve desde a concepção e pode ser influenciado por fatores genéticos e ambientais. Além disso, discute como diferentes áreas cerebrais desempenham funções importantes para a aprendizagem, como a leitura e escrita, e como distúrbios nessas áreas podem causar déficits de aprendizagem. Finalmente, ressalta que pesquisas em neurociência têm avançado o entendimento sobre como
1) O documento discute o desenvolvimento cerebral infantil e como ele influencia a aprendizagem. 2) Fatores genéticos, ambientais e neurobiológicos podem afetar o desenvolvimento cerebral e levar a atrasos ou disfunções na aprendizagem. 3) Diferentes áreas cerebrais desempenham funções importantes para a leitura, escrita, matemática e outras habilidades, e dependem umas das outras para a aprendizagem ocorrer adequadamente.
Este artigo apresenta uma atualização sobre o transtorno autista considerando a perspectiva evolucionista. Discute como aspectos da filogênese (evolução da espécie) e ontogênese (desenvolvimento individual) podem fornecer uma compreensão mais holística do autismo e sua relação com o desenvolvimento humano. Também aborda brevemente a história do autismo e as atuais perspectivas etiológicas, enfatizando fatores genéticos e neurobiológicos.
O documento discute a neuropsicologia da aprendizagem e como ela pode ser usada para compreender processos neurais envolvidos na aprendizagem e transtornos de aprendizagem. A aprendizagem envolve mudanças no comportamento devido à plasticidade neural e experiências. A neuropsicologia relaciona psicologia cognitiva e neurociências para entender como o cérebro processa informações e como disfunções neurais podem levar a transtornos de aprendizagem.
As atribuições do neuropsicopedagogo, em conhecer os distúrbios das aprendizagens e posteriormente os processos da aprendizagem humana, tem a função de identificar, diagnosticar e encaminhar a outros especialistas por meio de pareceres e laud
Neuropsicopedagogia novas perspectivas para a aprendizagemAna Lúcia Hennemann
Este documento discute a Neuropsicopedagogia e suas perspectivas para o ensino-aprendizagem. Ele fornece um breve histórico das neurociências e sua relação com a Neuropsicopedagogia, definindo esta como um novo campo de conhecimento que agrega neurociência, pedagogia e psicologia para melhor entender processos de aprendizagem, especialmente de indivíduos com dificuldades. O documento também discute como os avanços nas neurociências podem ajudar a melhorar as práticas educacionais.
1) O documento discute o autismo, definindo-o como um transtorno do desenvolvimento que compromete a comunicação e interação social.
2) Várias causas podem levar ao autismo, incluindo comprometimento neurológico, e 60% dos casos estão associados a retardo mental.
3) É importante estruturar o ambiente e rotinas de crianças autistas usando informações visuais como imagens e agendas para facilitar a compreensão.
O documento descreve a história do autismo, desde sua primeira menção por Bleuler em 1911 até as definições atuais no DSM-V. Apresenta os principais sinais e sintomas do transtorno do espectro autista, assim como estratégias pedagógicas recomendadas e estudos sobre suas bases neurológicas.
ARTIGO 3 NEUROCIÊNCIAS E TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM.pdfSimoneHelenDrumond
O documento descreve as principais ideias da neurociência e sua relação com a aprendizagem, destacando: 1) A neurociência estuda o sistema nervoso e como ele se relaciona com a aprendizagem; 2) Existem diferentes áreas de especialização da neurociência, incluindo a neuropedagogia; 3) A aprendizagem ocorre através de mudanças cerebrais como a formação de sinapses e circuitos neurais; 4) Transtornos de aprendizagem como dislexia podem estar relacionados a anormalidades no desenvolvimento
ARTIGO 3 NEUROCIÊNCIAS E TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM.pdfSimoneHelenDrumond
O documento descreve as principais ideias da neurociência e sua relação com a aprendizagem, destacando: 1) A neurociência estuda o sistema nervoso e como ele se relaciona com a aprendizagem; 2) Existem diferentes áreas de especialização da neurociência, incluindo a relação com a educação; 3) A aprendizagem ocorre através de mudanças cerebrais que formam circuitos neurais; 4) Transtornos de aprendizagem como dislexia podem estar relacionados a anormalidades no desenvolvimento cerebral.
11 ARTIGO NEUROCIÊNCIAS E TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM.pdfSimoneHelenDrumond
O documento descreve como a neurociência e as práticas educativas podem promover a aprendizagem de alunos típicos e atípicos. Apresenta os principais temas estudados na neurociência como memória, aprendizagem e transtornos, e como essas descobertas podem ser aplicadas em sala de aula para desenvolver competências cognitivas nos estudantes. Também discute mitos sobre como o cérebro aprende e como a neurociência validou teorias pedagógicas históricas.
ARTIGO 3 NEUROCIÊNCIAS E TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM.pdfSimoneHelenDrumond
O documento descreve as principais ideias da neurociência e sua relação com a aprendizagem, incluindo os transtornos de aprendizagem. Apresenta os principais temas estudados na neurociência como memória, emoção e linguagem. Explora como as descobertas neurocientíficas corroboram teorias de aprendizagem e como os transtornos como a dislexia afetam o desenvolvimento cerebral.
A Neuropsicologia tornou-se um importante campo de conhecimento e de atuação clínica para psicólogos e outros profissionais das neurociências. A Neuropsicologia, como especialidade, é relativamente recente no Brasil e uma área em constante expansão, tanto no ensino e treinamento de profissionais quanto na demanda de atuação clínica e de pesquisa. A Neuropsicologia requer uma formação especializada devido ao seu complexo escopo teórico e prático, que abrange conhecimentos sobre as relações cérebro-comportamento, neuroanatomia funcional e neurofisiologia, conhecimento sobre os transtornos do desenvolvimento e neuropsiquiátricos, técnicas de psicometria e psicodiagnóstico, entre outros
Este documento discute as bases biológicas da atenção. Resume que estudos recentes confirmam as proposições de Luria de 1981, que apontou que as estruturas cerebrais envolvidas na atenção incluem a formação reticular, a parte superior do tronco encefálico, o córtex límbico e a região frontal. Além disso, pesquisas atuais também apontam que o córtex parietal, o locus ceruleus e o córtex pré-frontal desempenham papéis importantes na modulação da atenção
Rorschach e pedofilia a fidedignidade no teste retesteLeonardo Faria
1) O estudo investigou as características de personalidade de um indivíduo pedófilo através do teste de Rorschach em duas etapas, revelando tendência à fragmentação na percepção de si e dos outros, autoimagem negativa e problemas nas relações interpessoais.
2) Os resultados se mantiveram estáveis nas duas aplicações, apoiando a fidedignidade do Rorschach no teste-reteste e permitindo ampliar a compreensão dos elementos psicológicos envolvidos na pedofilia.
3) Pesquisas anteri
The document summarizes a study that reviewed the concurrent validity of the Eysenck Personality Questionnaire-Revised (EPQ-R), a personality assessment. The study had two authors, Pedro Armelim Almiro from the University of Coimbra and Mario R Simões from the Faculty of Psychology at the University of Coimbra. The authors have also worked on related projects involving financial capacity in adults and older adults, as well as early diagnosis of Alzheimer's disease.
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Neuropsicopedagogia novas perspectivas para a aprendizagemAna Lúcia Hennemann
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A Neuropsicologia tornou-se um importante campo de conhecimento e de atuação clínica para psicólogos e outros profissionais das neurociências. A Neuropsicologia, como especialidade, é relativamente recente no Brasil e uma área em constante expansão, tanto no ensino e treinamento de profissionais quanto na demanda de atuação clínica e de pesquisa. A Neuropsicologia requer uma formação especializada devido ao seu complexo escopo teórico e prático, que abrange conhecimentos sobre as relações cérebro-comportamento, neuroanatomia funcional e neurofisiologia, conhecimento sobre os transtornos do desenvolvimento e neuropsiquiátricos, técnicas de psicometria e psicodiagnóstico, entre outros
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A depressao em pacientes com cancer uma revisaoLeonardo Faria
Este documento é uma revisão sobre a associação entre depressão e câncer. Ele mostra que a depressão pode preceder ou surgir após o diagnóstico ou tratamento do câncer, e que alguns estudos encontraram histórias prévias de depressão em muitos pacientes oncológicos. A depressão pode também agravar o câncer. A psiconeuroimunologia estuda como fatores emocionais influenciam o sistema imunológico, e a depressão pode reduzir a imunidade e induzir o câncer. É importante avaliar
1) O documento discute as funções corticais superiores e os estados de consciência, mencionando que a consciência permite reconhecer a realidade externa e interna e responder a estímulos. 2) A formação reticular no tronco encefálico desempenha um papel importante na manutenção do estado de vigília e no controle de funções vitais. 3) O tálamo funciona como uma estação de retransmissão de impulsos nervosos para o córtex e modula informações sensoriais.
O documento discute as relações entre epilepsia, agressividade e personalidade. Apresenta estudos que mostram altas taxas de agressividade e alterações de personalidade em pacientes epilépticos, especialmente aqueles com lesões no lobo temporal. Também descreve traços comuns de personalidade observados em epilépticos, como irritabilidade, explosividade e dificuldades de relacionamento.
O documento fornece recursos adicionais para aprender mais sobre segurança online e abuso sexual, incluindo sites sobre perigos da internet e livros infantis que abordam esses tópicos de forma apropriada para a idade.
1) O documento apresenta os resultados preliminares de uma pesquisa sobre crimes passionais cometidos por homens e mulheres no Rio de Janeiro entre 1890-1930.
2) A pesquisa analisa as normas sobre relações afetivas e sexuais difundidas por médicos e juristas, e como essas normas se relacionavam com as vivências reais das pessoas.
3) Os dados preliminares mostram que os homens eram a maioria dos agressores, e as mulheres a maioria das vítimas, indicando que as mulheres eram o alvo priorit
O documento discute a disfunção sexual feminina, definindo-a como uma perturbação no ciclo de resposta sexual ou dor associada à relação sexual que causa sofrimento pessoal e pode afetar a qualidade de vida e relacionamentos da mulher. Ele resume o modelo de quatro fases da resposta sexual feminina, classifica as principais disfunções sexuais femininas e discute suas possíveis causas, incluindo fatores vasculares, neurológicos, hormonais/endócrinos e psicossociais.
A doença cardíaca, a insegurança e a disfunção sexualLeonardo Faria
1) O documento discute como doenças cardíacas podem causar insegurança, ansiedade e medo nos pacientes e afetar sua função sexual.
2) A insegurança pode estar relacionada ao próprio paciente que teme não ter mais um coração saudável, ou ao médico que as vezes não se sente seguro em orientar sobre sexualidade.
3) Disfunções sexuais são comuns em pacientes cardíacos, variando de 10-15% de impotência após um ataque cardíaco a redução de até 70% na frequência e qualidade das
1) O documento analisa estudos neuropsicológicos e de neuroimagem associados ao estresse emocional na infância e adolescência.
2) A revisão encontrou evidências de que experiências precoces de estresse podem causar prejuízos em funções cognitivas e alterações em regiões cerebrais.
3) Os achados sugerem a importância de mais pesquisas sobre o tema para desenvolver estratégias de diagnóstico, tratamento e prevenção de violência contra crianças.
GUIA DE REFERÊNCIA PARA PREVENÇÃO DE ABUSO SEXUALLeonardo Faria
A Childhood Brasil trabalha para qualificar profissionais e melhorar os serviços de proteção contra violência sexual infantil. O documento descreve projetos em São José dos Campos e São Paulo que capacitaram mais de 1.600 profissionais, como professores e conselheiros, para prevenir e atender casos de abuso.
1) O artigo discute os termos usados para descrever homicídios que ocorrem no contexto de relacionamentos íntimos, como "crime passional" e "homicídio conjugal".
2) "Homicídio conjugal" é sugerido como um termo mais apropriado pois delimita melhor os homicídios entre pessoas que estão ou estiveram em um relacionamento.
3) Dados sobre homicídios conjugais no Brasil são limitados, mas estima-se que tenham impactos sociais significativos, assim como em outros países.
1) O documento apresenta os resultados preliminares de uma pesquisa sobre crimes passionais cometidos por homens e mulheres no Rio de Janeiro entre 1890-1930.
2) Os dados mostram que os homens eram a maioria absoluta dos agressores e as mulheres a maioria absoluta das vítimas.
3) Instrumentos cortantes como facas eram as armas mais usadas pelos agressores de ambos os sexos, indicando que as mulheres não se sentiam intimidadas em usar armas que exigiam contato próximo com as vítimas do sexo masculino.
O documento descreve um estudo sobre violência conjugal no Brasil que entrevistou 50 homens em uma comunidade. O estudo encontrou que 80% dos homens relataram experiências de violência conjugal, principalmente violência emocional e física. As justificativas mais comuns dadas pelos homens para a violência eram traição, álcool e falta de dinheiro.
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O documento discute a violência de gênero no Brasil, especificamente os crimes passionais. Apresenta que historicamente os homens recebiam tratamento mais brando do que as mulheres quando acusados de adultério. Analisa os crimes passionais sob a ótica jurídica e psicológica, destacando que refletem a sociedade patriarcal em que ocorrem. Aborda a temática sob três perspectivas: na literatura jurídica, na sociedade atual e se qualificam como privilegiados ou não.
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O rejuvenescimento da pele engloba uma variedade de tratamentos para melhorar a aparência, tornando-a mais jovem e saudável. Os métodos incluem:
1. Tratamentos tópicos: Cremes com retinóides, antioxidantes e ácidos para estimular a renovação celular e a produção de colágeno.
2. Peelings químicos: Ácidos que removem camadas danificadas da pele, promovendo a regeneração.
3. Microdermoabrasão: Esfoliação com cristais ou ponta de diamante para remover células mortas.
4. Terapias a laser: Tratamento de rugas, manchas e cicatrizes com lasers que estimulam a regeneração.
5. Luz intensa pulsada (IPL): Flashes de luz para tratar pigmentação e textura irregular.
6. Microagulhamento: Microperfurações na pele para estimular colágeno e elastina.
7. Injeções de preenchimento: Ácido hialurônico e colágeno para preencher rugas e linhas finas.
8. Toxina botulínica (Botox): Relaxamento de músculos faciais para suavizar rugas de expressão.
Hábitos saudáveis como proteção solar, dieta equilibrada e evitar fumo e álcool são essenciais. Consultar um dermatologista é importante para escolher o tratamento adequado.
As relações entre autismo, comportamento social e função executiva
1. 281
Função Executiva Sociabilidade e Autismo
As Relações entre Autismo, Comportamento Social e Função Executiva
Cleonice Alves Bosa1 2
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Resumo
O objetivo do presente artigo é discutir o papel do lobo frontal nos comportamentos que caracterizam a síndrome do autismo.
Focaliza, em especial, as possíveis relações entre função executiva, teoria da mente e habilidade de atenção compartilhada.
Conclui-se que, apesar da investigação sobre a hipótese de comprometimento da função executiva como déficit subjacente ao
autismo ser uma área promissora, muitas questões ainda permanecem abertas, como por exemplo, a questão da relação causal
função executiva-déficit social; dificuldades acerca da especificidade deste comprometimento na área do autismo; a necessidade
de investigar-se a natureza e intensidade do comprometimento na função executiva dentro dos subgrupos que compõem o
espectro autista e a sobreposição dessa teoria com a de coerência central. Argumenta-se que a discussão sobre relações entre
função executiva e comportamento social será incompleta caso não for compreendida a partir de um contexto psicossocial no
qual se inserem os indivíduos com autismo e suas famílias.
Palavras-chave: Autismo; função executiva; lobo frontal; comportamento social.
The Relationship between Autism, Social Behaviour and Executive Function
Abstract
The aim of this paper is to discuss the role of the frontal lobe on the behaviours which characterize the autistic syndrome. The
possible relationship between the executive function, theory of mind, and joint attention ability is specially focused. It is
concluded that although the investigation of the hypothesis of the executive function underlying the deficts in autism is a
promissing area, there are many questions which remain open, such as the causal executive function-social deficit relationship;
difficulties regarding the restriction of this deficit to the autism; the need of investigating both the nature and the intensity of
the executive function deficits within the subgroups which compound the autistic spectrum area, and the overlap between this
theory and the central coherence theory. It is argued that the discussion about the relationship between the executive function
and social behaviour will be incomplete if it does not take place within the psychosocial context in which the individuals with
autism and their families are inserted.
Keywords: Autism; executive function; frontal lobe; social behaviour.
A teoria do lobo frontal aplicada ao autismo sugere
que muitas das características dessa síndrome, como por
exemplo, inflexibilidade (expressa através de atividades
ritualizadas e repetitivas), perseveração, foco no detalhe
em detrimento de um todo, dificuldade em gerar novos
tópicos durante o brinquedo de faz-de-conta e
dificuldades no relacionamento interpessoal, podem ser
explicadas por comprometimento no funcionamento do
lobo cerebral frontal (Duncan, 1986). Tal área ocupa 1/3
do cérebro humano e é responsável pela execução de
atividades a partir de informações recebidas pelas regiões
posteriores do córtex. As partes posteriores
compreendem regiões responsáveis pela informação
sensorial enquanto a parte anterior (pré-frontal) organiza
as informações emotivas, mneumônicas e da atenção,
oriundas do sistema límbico ou do cerebelo, além das
sensoriais. Mais especificamente, essa região é responsável
pela capacidade de planejamento e desenvolvimento de
estratégias para atingir metas, o que requer flexibilidade
de comportamento, integração de detalhes num todo
coerente e o manejo de múltiplas fontes de informação,
coordenados com o uso de conhecimento adquirido
(Kelly, Borrill & Maddell, 1996).
A hipótese de comprometimento da função executiva
como déficit subjacente ao autismo surgiu em função da
semelhança entre o comportamento de indivíduos com
disfunção cortical pré-frontal e daqueles com autismo
(Duncan, 1986). Pessoas que sofreram lesões nas regiões
pré-frontais tenderam a apresentar alterações de
1
Endereço para correspondência: Departamento de Psicologia do
Desenvolvimento e da Personalidade, Instituto de Psicologia, UFRGS,
Rua Ramiro Barcelos, 2.600, Porto Alegre, RS, 90035003. E-mail:
cleobosa@conex.com.br
2
Parte desse artigo deriva da tese de doutorado da autora, realizada no
Institute of Psychiatry, Londres, UK, subsidiada pelo CNPq.
Psicologia: Reflexão e Crítica, 2001, 14(2), pp. 281-287
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personalidade, tais como aumento da irritabilidade ou,
ao contrário, apatia; perda do juízo crítico envolvendo
valores sociais, além de problemas na área da atenção,
memória de trabalho e prospectiva (Eslinger & Damasio,
1985). As falhas na memória prospectiva podem ser
explicadas tanto por uma ruptura entre as informações
emocionais oriundas do sistema límbico e as informações
objetivas dos sistemas sensoriais quanto por problemas
na planificação de ações complexas futuras. Cabe então
salientar que, embora a definição de função executiva refira-
se, prioritariamente, à habilidade no planejamento de
estratégias de resolução de problemas para a execução
de metas, mediada pelo córtex frontal (Luria, 1981), há
clara intersecção com a capacidade de atenção e memória
(Bebko & Ricciuti, 2000). Na verdade, tem sido
controversa a questão da inclusão de habilidades de
memória de trabalho e processos inibitórios no conceito
de função executiva, conforme observaram alguns
autores (Dennis, 1991; Goldman-Rakic, 1987). Essa
questão foi mais detalhadamente examinada por Nydén,
Gillberg, Hjelmquist e Heiman (1999), os quais apontaram
o problema dos limites entre a psicologia cognitiva e a
neuropsicologia no que se refere ao estudo da função
executiva. Esses autores observaram que os termos
metacognição e função executiva têm sido usados
indiscriminadamente para descrever processos
envolvendo seleção, controle e monitorização no uso de
estratégias cognitivas e criticaram a amplitude do conceito.
Ressaltaram a urgência da necessidade de decomposição
das funções executivas complexas em aspectos mais
específicos (Ex: modalidades sensoriais, tempo de reação,
etc.), conforme os modelos de processamento da
informação, preenchendo, então, a lacuna entre essas duas
áreas do conhecimento. De forma similar, Ozonoff,
Pennington e Rogers (1991) também apontaram que uma
das limitações dos testes comumente utilizados para medir
a função executiva (Ex: Wisconsin Card Sorting Test; Heaton
1981) é justamente a impossibilidade de decomposição
de funções cognitivas complexas em unidades
elementares. Isso permitiria a identificação de
comprometimento em funções específicas e a investigação
da associação entre essas funções e diferentes patologias,
como por exemplo, esquizofrenia e déficit de atenção e
hiperatividade.
As semelhanças entre pessoas com autismo e aquelas
com lesão frontal foram subseqüentemente comprovadas
pelos resultados do desempenho de indivíduos com
autismo em testes destinados a medir funções executivas
(Hughes & Russel, 1993; Ozonoff e cols., 1991). O
interessante desses estudos é que foram realizados com
crianças, demonstrando evidências contrárias à idéia de
que as áreas pré-frontais fossem não-funcionais até a
adolescência. Essa noção já havia sido desafiada por
autores chamando a atenção para a emergência de certos
aspectos dessa função, ainda no primeiro ano de vida da
criança (Diamond, 1988; Diamond & Goldman-Rakic,
1989).
Hughes e Russel (1993) utilizaram um tipo de
experimento no qual a criança deveria aprender a obter
bolinhas de gude de dentro de uma caixa, utilizando-se
de uma entre duas diferentes estratégias. As crianças com
autismo, comparadas aos grupos de controle, falharam
em aprender a forma correta para obter esse fim,
demonstrando maior insistência na estratégia incorreta e
evidenciando um déficit maior na capacidade de
planejamento para atingir uma meta.
Ozonoff, Strayer, McMahon e Filloux (1994)
compararam um grupo de crianças/adolescentes diag–
nosticadas como tendo autismo - pelos critérios do DSM
IV (APA, 1994) - com outros dois grupos de controle
(síndrome de La Tourette e desenvolvimento típico),
utilizando-se do paradigma do processamento da
informação. O grupo com autismo obteve um
desempenho comparável aos grupos de controle em
tarefas que exigiam processamento global/local (atenção
ao detalhe ou ao todo) e inibição de respostas a estímulos
neutros, o que não ocorreu nas tarefas que requeriam
flexibilidade cognitiva (mudança de foco de atenção de
um padrão de estímulo para outro), reforçando a noção
de disfunção executiva na síndrome do autismo.
Por outro lado, Griffith, Pennington, Wehner e Rogers
(1999) desafiaram essa noção, pelo menos no que diz
respeito a crianças pré-escolares. Os dois estudos
reportados por eles (um transversal e outro longitudinal),
utilizando as mesmas crianças dessa faixa etária, falharam
em distinguir o grupo com autismo de um grupo de
controle em tarefas visando a medir a função executiva.
De modo similar, Nydén e colaboradores (1999), ao
compararem grupos de crianças com síndrome de
Asperger, com transtornos na leitura e escrita e um grupo
não-clínico, em tarefas que avaliavam a função executiva,
não conseguiram identificar um padrão específico a
qualquer um dos grupos clínicos; todos eles apenas
diferiram significativamente do não-clínico. O intrigante
neste estudo é que o grupo que apresentou
comprometimento mais severo e consistente entre as
diferentes medidas utilizadas foi o de déficit de atenção e
hiperatividade e não o de síndrome de Asperger como
se esperaria, já que este último pertence ao espectro autista,
de acordo com o DSM-IV. Como exemplo dessas
medidas cita-se o Wisconsin Card Sorting Test, Vai-não-
vai e teste do Conflito (Becker, Isaac & Hynd, 1987;
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Mühlenbock & Heiman, 1995). Embora reconhecendo
a necessidade de replicação desses estudos para que a
questão do comprometimento da função executiva no
autismo seja esclarecida, é importante ressaltar que tais
discussões geraram um outro campo de investigação, qual
seja, o da relação entre função executiva e comportamento
social.
A Relação Entre Função Executiva e
Comportamento Social
Uma das primeiras áreas do desenvolvimento a eliciar
preocupação nos cuidadores das crianças diagnosticadas
como tendo autismo é a de comunicação e interação
social, ainda nos dois primeiros anos de vida da criança
(Lord, Storoschuk, Rutter & Pickles, 1993). Diversos
estudos têm documentado o comprometimento de
crianças com autismo quanto à atenção compartilhada,
definida como a habilidade envolvendo a alternância do
olhar e outros sinais comunicativos entre o parceiro e o
objeto/evento, que é o foco de atenção da criança (ver
Mundy & Sigman, 1989 para uma revisão). A importância
de estudos na área de atenção compartilhada e dos
mecanismos envolvidos nessa habilidade, como por
exemplo, a função executiva, atrela-se a sua possível
condição de precursora da capacidade de desenvolver uma
“teoria da mente”, cuja discussão será retomada mais
adiante.
Atenção Compartilhada
Um dos primeiros estudos a focalizar a relação entre
lobo frontal e atenção compartilhada foi o realizado por
McEvoy, Rogers e Pennington (1993). Esses autores
demonstraram que o grupo de crianças pré-escolares com
autismo comparados aos grupos de controle apresentou
a mesma tendência de perseveração na estratégia incorreta
em uma tarefa de reversão espacial, utilizada para medir
função executiva. A performance nessa tarefa
correlacionou-se positivamente com a habilidade no
comportamento de atenção compartilhada, sugerindo que
essa habilidade pode estar relacionada à maturação dos
lobos frontais. Ambas as habilidades emergem no mesmo
período, isto é, no segundo semestre de vida do bebê.
Na verdade, Mirsky (1987), utilizando-se do modelo de
processamento da informação, sugeriu que o processo
de atenção envolve quatro componentes independentes
(focalização, sustentação, deslocamento e decodificação
da atenção) os quais localiza-se em diferentes áreas
cerebrais. Frisou que, desses componentes, somente a
capacidade de mudar o foco de atenção de maneira
adaptativa (shift attention) seria função do córtex pré-
frontal. Essa habilidade foi investigada, mais
especificamente, no estudo de Belmonte (2000). Esse
autor empregou medidas eletrofisiológicas de velocidade
e especificidade de atenção em oito adultos com
diagnóstico de autismo e um grupo de controle. Os
resultados apontaram para uma anormalidade no
processo de divisão da atenção frente a estímulos,
caracterizada por uma falha dos dois hemisférios cerebrais
em operar de forma independente. Esses resultados
foram consistentes com relatos prévios de perda de
especialização hemisférica no autismo (Dawson & Lewy,
1989). Essa abordagem explica os sintomas autísticos (Ex:
retraimento social e estereotipias) como resultado de uma
dificuldade em modular a experiência sensorial. Dessa
forma, pessoas com autismo experienciariam uma
sobrecarga sensorial durante a interação social,
considerando-se que o ser humano é uma das fontes mais
ricas de estimulação simultânea: tom da voz (estímulo
auditivo), expressão facial (estímulo visual), gestos
(estímulo visual periférico) e referência a objetos e eventos
ao redor (estímulo visual e auditivo periférico). O
retraimento social e as estereotipias seriam formas de
fugir dessa sobrecarga. O autor refere que, de acordo
com princípios da fisiologia, o comportamento obsessivo
é explicado em termos de um retorno a comportamentos
mais simples, os quais são repetidos incansavelmente,
como forma de lidar com a disfunção atencional.
A dificuldade de pessoas com autismo para lidar com
as demandas atencionais de estímulos visuais e auditivos,
simultaneamente, também foi o foco dos estudos de
Courchesne e colaboradores (1994). Os autores
demonstraram que adolescentes com autismo
apresentaram um comprometimento na capacidade de
responder a diferentes modalidades de estímulos, quando
estas eram apresentadas em um intervalo de tempo
inferior a 2,5 segundos. O mesmo problema evidenciava-
se diante da necessidade de dividir atenção entre diferentes
propriedades de um mesmo estímulo (ex: cor e forma).
Tal desempenho não poderia ser atribuído à deficiência
mental, uma vez que essa variável foi controlada (todos
os participantes apresentavam QI superior a 70).
McEvoy e colaboradores (1993) levantaram as
seguintes hipóteses para a relação entre atenção
compartilhada e função executiva: a) a habilidade cognitiva
de mudanças no foco de atenção é essencial para o
desenvolvimento da capacidade de atenção
compartilhada; b) os processos de atenção compartilhada
são importantes para o desenvolvimento da habilidade
cognitiva de mudanças no foco de atenção; c) a relação
entre atenção compartilhada e habilidade cognitiva de
mudanças no foco de atenção é mediada por um terceiro
fator (lobo frontal) o qual é comum a ambas as
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habilidades, e d) há uma causação recíproca e complexa
entre esses dois processos. De qualquer modo, a premissa
da habilidade de atenção compartilhada, enquanto
precursora de outra – a da teoria da mente - incrementou
os estudos nessa área.
Função Executiva (FE) e Teoria da Mente (ToM)
Teoria da Mente tem sido definida como a capacidade
para atribuir estados mentais (crenças, desejos,
conhecimento e pensamentos) a outras pessoas e predizer
o comportamento das mesmas em função destas
atribuições (Baron-Cohen, Leslie & Frith, 1985). A
compreensão da criança a respeito das crenças dos outros
foi primeiro investigada, experimentalmente, por Wimmer
e Perner (1983), utilizando-se de um teste baseado numa
estória de bonecos, na qual um personagem mantém uma
crença falsa (diferente) daquela da criança. Crianças que
passavam neste teste demonstravam capacidade para
predizer o comportamento do personagem baseada na
crença (falsa) do mesmo. Baron-Cohen e colaboradores
(1985) adaptaram este experimento, criando o teste da
Sally-Ann, para investigar o possível comprometimento
de crianças com autismo na habilidade de usar o contexto
social para compreender o que outras pessoas pensam e
acreditam. Essas crianças demonstraram dificuldades em
compreender o que o personagem pensava e em predizer
o seu comportamento com base no seu pensamento. Tais
resultados foram replicados, subseqüentemente (Ozonoff,
Pennington & Rogers, 1991; Prior, Dahlstrom & Squires,
1990), levando à conclusão de que crianças com autismo
apresentam um atraso ou desvio no desenvolvimento da
capacidade de meta-representar, isto é, desenvolver uma
‘teoria da mente’ (Baron-Cohen, 1993). Este comprome–
timento acarretaria déficits no comportamento social
como um todo e na linguagem. Os déficits de linguagem
seriam uma conseqüência da incapacidade destas crianças
para se comunicarem com outras pessoas a respeito de
estados mentais; os distúrbios no comportamento social
refletiriam a dificuldade em dar um sentido ao que as
pessoas pensam e ao modo como se comportam.
Denominou esse comprometimento de “cegueira
mental”. Esta teoria afirma que aqueles comportamentos
sociais que não envolvem metarepresentação (Ex:
comportamentos afiliativos e de apego) podem estar
relativamente intactos.
Bailey, Philips e Rutter (1996) discutiram a controvérsia
acerca da relação entre comportamento social e função
executiva, a qual girou em torno de uma direção causal –
se é o comprometimento na habilidade de meta-
representar que afeta a função executiva ou o contrário.
A favor da primeira direção causal está o argumento de
que a compreensão das intenções do outro é fundamental
para a função executiva. Entretanto, os autores referem
que essa possível relação tem sido raramente investigada
e citaram apenas um estudo que se ocupou dessa questão
(Ozonoff, Pennington & Rogers, 1991). Contudo, o
resultado foi contrário à causação ToM-FE uma vez que
pessoas com autismo falharam nas tarefas de função
executiva mesmo tendo passado naquelas utilizadas na
mensuração da teoria da mente (tarefas da falsa crença).
Entretanto, chamaram a atenção para os problemas
metodológicos que possam ter influenciado os resultados
como a falta de variabilidade nas respostas à tarefa de
ToM (efeito de teto) e a confusão conceitual entre
habilidade de compreensão de falsas crenças nos outros
e suas próprias intenções. A favor da segunda posição
(causação FE -ToM) está o argumento de que a resolução
das tarefas de ToM requer habilidades cognitivas gerais
como, por exemplo, memória de trabalho, inibição de
respostas irrelevantes e inferência. Portanto, a falha nas
tarefas de ToM seria decorrente de uma incapacidade
para lidar com as demandas da tarefa que requerem
função executiva (planejamento e flexibilidade). Os autores
contra-argumentaram, apresentando evidências de um
estudo que empregou tarefas de controle (Sodian & Frith,
1992, citado em Bailey e cols., 1996) no qual medidas de
função executiva não correlacionaram-se com as de ToM.
Mais especificamente, sucesso nas tarefas de FE não levou
igualmente ao sucesso nas tarefas de ToM. Os autores
concluíram que o autismo pode ser resultante de
comprometimentos em sistemas neurais diferentes e
relativamente independentes: um responsável pelo
funcionamento global da função executiva, e outro
modular, especificamente orientado para a interação social.
Baron-Cohen (1995) faz uma ressalva em relação aos
seus próprios postulados como explicação única para a
síndrome do autismo e sugere modelos explicativos como
complementos aos seus: “Eu mencionei anteriormente
os indivíduos os quais sofrem tanto de cegueira da mente
quanto de comprometimento no sistema executivo. De
fato, essa combinação parece ser substancial no autismo,
o primeiro produzindo comportamentos repetitivos,
rígidos e inflexíveis, associados ao autismo, e o segundo
produzindo as anormalidades sociais e comunicativas as
quais constituem seus marcadores.” (p. 137)
Finalmente, outra área de estudos que está começando
a receber maior atenção empírica é a que busca investigar
a associação entre brinquedo simbólico e função executiva
(Jarrold, Boucher & Smith, 1996; Jarrold, Carruthers,
Smith & Boucher, 1994). Tal tarefa é interessante pela
relação entre brinquedo simbólico e teoria da mente. Um
aspecto que vale a pena ressaltar é o desafio que Jarrold
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e colegas fazem à tese de Leslie (1987) de que o
comprometimento na capacidade de metarepresentação
é subjacente ao déficit no brinquedo de faz-de-conta e
na habilidade para desenvolver uma teoria da mente. De
acordo com Leslie, o brinquedo simbólico é a
manifestação mais precoce da capacidade de meta-
representar – definida como a habilidade de atribuir
estados mentais ao self e a outros (Premack & Woodruff,
1978). Para Jarrold e colaboradores (1996), o com–
prometimento quanto a esse tipo de brinquedo residiria
mais na dificuldade em gerar novos atos (capacidade ligada
à função executiva) do que em produzir atos isolados de
brinquedo funcional (ex: colocar a xícara no pires) ou de
substituição (ex: usar um bloco de madeira como
telefone), evidência de capacidade metarepresentacional.
De fato, outros estudos também demonstraram a
presença de brinquedo funcional e de substituição em
crianças com autismo (Charman & Baron-Cohen, 1997;
Lewis & Boucher, 1988), principalmente quando
auxiliadas por um adulto em situações estruturadas.
Contudo, a freqüência destes atos foi menor do que a de
grupos de controle (crianças com desenvolvimento típico
ou com deficiência mental, emparelhadas por idade
mental). De qualquer modo, é evidente a gama de
modelos explicativos para os comprometimentos e
habilidades observados em pessoas com autismo,
ocorrendo, inclusive, sobreposição entre as mesmas.
A Sobreposição entre Função Executiva e Coerência
Central
Tanto Bailey e colaboradores (1996), quanto Baron-
Cohen (1995), mencionam uma outra explicação para os
comprometimentos observados na síndrome do
autismo: o drive para coerência central (Frith, 1989), o
qual encontra-se comprometido no autismo e que parece
ser independente da cegueira mental e da função executiva.
A falta da tendência natural em juntar partes de
informações para formar um ‘todo’ provido de
significado (coesão central) é uma das características mais
marcantes no autismo.
A tendência em ver partes, ao invés de uma figura
inteira, e em preferir uma seqüência randômica, ao invés
de uma provida de significado (contexto), pode explicar
a performance superior de crianças com autismo nas
escalas de Weschler que envolvem reunião e classificação
de imagens por séries (Happé, 1994), nas tarefas de
localização de figuras escondidas (Shah & Frith, 1993) e
de memorização de uma série de palavras sem-sentido
ao invés daquelas com significado, comparadas aos
controles (Hermelin & O’Connor, 1970). Portanto, um
dos aspectos interessantes dessa teoria é que focaliza tanto
as deficiências quanto as habilidades dos indivíduos com
autismo. Em contrapartida, a sua relação com os déficits
sociais e comunicativos não é esclarecida e é explicada
apenas indiretamente, recorrendo à teoria da mente. Além
disso, o destaque para o foco no detalhe, em detrimento
do todo, também tem sido atribuído à função executiva,
tornando obscura a suposta independência entre esses
dois modelos.
Considerações Finais
Conclui-se que a investigação sobre a hipótese de
comprometimento da função executiva como déficit
subjacente ao autismo é uma área promissora. Entretanto,
muitas questões ainda permanecem sem resposta. Os
estudos acima revisados revelaram inconsistências quanto
à especificidade deste comprometimento na área de
autismo. Além disso, a natureza e intensidade do
comprometimento na função executiva, dentro dos
subgrupos que compõem o espectro autista (Ex:
síndrome do X-frágil), também necessitam ser
investigados para que a questão da especificidade seja
esclarecida. A sobreposição dessa teoria com a da
coerência central é outro aspecto que merece mais atenção,
pois a questão da ortogonalidade entre os dois constructos
tem implicações teóricas (os limites conceituais de cada
um) e, conseqüentemente, empíricos (o risco de uma
determinada tarefa medir ambas habilidades,
simultaneamente). Entretanto, ambos os modelos dividem
a mesma limitação para explicar a sua relação com o
comportamento social, qual seja, a de recorrer a outros
modelos (Ex: teoria da mente) ao tratarem da questão
da intencionalidade no processo de interação social.
Chama-se, ainda, a atenção para peças desse quebra-
cabeça que permanecem fora de encaixe. Por exemplo,
como se justificaria o fato de uma criança com autismo
apresentar tendência para coordenar o olhar e outros
canais comunicativos entre o parceiro e objetos num
contexto de busca de auxílio (ex: pedir para abrir a tampa
de uma caixa de brinquedos) – indicativa de capacidade
de modulação da atenção - porém, menos
freqüentemente, num de compartilhamento de
experiências sociais, conforme demonstrado por Bosa
(1998). Essa autora recorreu à teoria afetiva
contemporânea de Hobson (1993), o qual retoma a noção
de Kanner de distúrbio inato do contato afetivo (Kanner,
1943) e à teoria da mente (Baron-Cohen, 1995) para
explicar essa discrepância nos resultados. Hobson trata
essa questão, sugerindo que pessoas com autismo
desenvolvem, desde cedo, o conceito do outro como
agente de ação, mas apresentam dificuldades em concebê-
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As Relações entre Autismo, Comportamento Social e Função Executiva
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lo como agente de contemplação. A primeira habilidade
relaciona-se muito provavelmente a questões de
sobrevivência do indivíduo e a processos de
aprendizagem. A segunda diz respeito ao
desenvolvimento do conceito do outro como alguém
que possui interesses similares acerca dos eventos e objetos
no mundo, os quais são focalizados e compartilhados
pelo simples prazer do compartilhamento. A teoria afetiva
e a teoria da mente sobrepõem-se quanto a esse aspecto.
A literatura na área da psicologia do desenvolvimento
é farta em evidências sobre a capacidade do bebê, ainda
no primeiro ano de vida, para dirigir a atenção do outro
em situações de exploração e descobertas do ambiente
(ver Messer, 1994, para uma revisão mais completa). Na
verdade, os esforços do bebê para buscar a proximidade
de contato físico com o cuidador e manter a interação
social com o mesmo, assim como as respostas do
cuidador aos sinais infantis, são os fundamentos da teoria
do apego de Bowlby (1969). Os postulados etológicos
têm revertido em pesquisas desde a década de 60 até a
atualidade, inclusive na área do autismo (ex: Capps,
Sigman & Mundy, 1994). De fato, essa área reveste-se de tal
importância que a investigação sobre os comportamentos
de apego faz parte de um dos instrumentos mais utilizados
na literatura para investigar os comprometimentos na área
do autismo – o Autism Diagnostic Interview-Revised (Lord,
Rutter & LeCouteur, 1994).
Da mesma forma, a qualidade de interação social que
se estabelece entre a criança e seus cuidadores também
são informativas sobre o desenvolvimento social infantil,
sendo sua importância amplamente documentada na área
da psicologia do desenvolvimento (ver Bremmer, Slater
& Butterworth, 1997, para uma revisão da relação entre
interação social e desenvolvimento infantil, incluindo
processos de atenção). Existem evidências sobre a
tendência de mães de crianças com autismo apresentar
um estilo interativo extremamente diretivo ou, ao
contrário, pouco estimulador (Trevarthen, 1996), dado o
perfil social bizarro dessas crianças, assim como sobre a
presença de estresse materno, em comparação a grupos
de controle – ambos, fatores que podem influenciar a
qualidade de interação cuidador-criança (Dumas, Wolf,
Fisman & Culligan, 1991; Fisman, Wolf & Noh, 1989).
Esses resultados apontam para a necessidade de levar-se
em conta a influência de fatores psicossociais no
desenvolvimento do comportamento social infantil. Em
que medida esses processos interativos precoces
influenciam o desenvolvimento dos processos de atenção
e memória ou são influenciados por eles é que merecem
ser mais amplamente investigados.
Enfim, concordando com Baron-Cohen (1995),
parece-nos muito mais direta a relação entre déficit na
função executiva (FE) e rigidez do comportamento
(estereotipias e rotinas elaboradas, interesses circunscritos,
etc.) do que entre FE e comportamento social. Longe de
afirmar que essa relação não existe, ressalta-se a
necessidade de mais investigações e a importância de
compreender essa possível relação num contexto
interativo, levando-se em conta aspectos psicossociais
como possíveis mediadores das funções cerebrais.
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Recebido: 28/08/2001
Revisado: 19/04/2001
Aceite final: 21/05/2001
Sobre a autora:
Cleonice A. Bosa é Psicóloga, mestre em Psicologia do Desenvolvimento/UFRGS, Doutora em
Psicologia pelo Instituto de Psiquiatria - Universidade de Londres/UK; Profa. Adjunto do PPG em
Psicologia do Desenvolvimento/UFRGS.
Psicologia: Reflexão e Crítica, 2001, 14(2), pp. 281-287
As Relações entre Autismo, Comportamento Social e Função Executiva