SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 69
Baixar para ler offline
Instituto Tecnológico do Estado de Goiás
Introdução à
História da Arte
Introdução a
História da Arte
Instituto Tecnológico do Estado de Goiás
Governador do Estado de Goiás
Marconi Ferreira Perillo Júnior
Secretário de Desenvolvimento
Econômico, Científico e Tecnológico
e de Agricultura, Pecuária e Irrigação
Thiago Mello Peixoto da Silveira
Superintendente Executivo
de Ciência e Tecnologia
Thiago Camargo Lopes
Chefe de Gabinete de Gestão de
Capacitação e Formação Tecnológica
Soraia Paranhos Netto
Coordenação Pedagógica do Programa
Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
José Teodoro Coelho
Equipe de Elaboração
Organização
José Teodoro Coelho
Supervisão Pedagógica e EaD
Denise Cristina de Oliveira
Maria Dorcila Alencastro Santana
Professor Conteudista
Luis Guilherme Barbosa dos Santos
Projeto Gráfico
André Belém Parreira
Designer
Maykell Mendes Guimarães
Revisão da Língua Portuguesa
Cícero Manzan Corsi
Banco de Imagens
www.pixabay.com/
www.commons.wikimedia.org/
www.flickr.com/
5
Lista de Ícones
FIquE ATENTO
A exclamação marca
tudo aquilo a que você
deve estar atento. São
assuntos que causam
dúvida, por isso exigem
atenção redobrada.
PESquISE
Aqui você encontrará
links e outras sugestões
para que você possa
conhecer mais sobre
o que está sendo
estudado. Aproveite!
CONTEÚDO
INTERATIVO
Este ícone indica
funções interativas, como
hiperlinks e páginas com
hipertexto.
DICAS
Este baú é a indicação de onde
você pode achar informações
importantes na construção e
no aprofundamento do seu
conhecimento. Aproveite, destaque,
memorize e utilize essas dicas para
facilitar os seus estudos e a sua vida.
VAmOS REFLETIR
Este quebra-cabeças indica o
momento em que você pode e
deve exercitar todo seu potencial.
Neste espaço, você encontrará
reflexões e desafios que tornarão
ainda mais estimulante o seu
processo de aprendizagem.
VAmOS RELEmBRAR
Esta folha do bloquinho
autoadesivo marca aquilo
que devemos lembrar
e faz uma recapitulação
dos assuntos mais
importantes.
míDIAS INTEGRADAS
Aqui você encontra dicas
para enriquecer os seus
conhecimentos na área,
por meio de vídeos,
filmes, podcasts e outras
referências externas.
VOCABuLáRIO
O dicionário sempre nos ajuda a
compreender melhor o significado
das palavras, mas aqui resolvemos
dar uma forcinha para você e
trouxemos, para dentro da apostila,
as definições mais importantes na
construção do seu conhecimento.
ATIVIDADES DE
APRENDIzAGEm
Este é o momento
de praticar seus
conhecimentos.
Responda as
atividades e finalize
seus estudos.
SAIBA mAIS
Aqui você encontrará
informações
interessantes
e curiosidades.
Conhecimento nunca é
demais, não é mesmo?
HIPERLINKS
As palavras grifadas
em amarelo levam
você a referências
externas,
como forma de
aprofundar um
tópico.
Hiperlinks de texto
PESQUISE
6
Sumário
Lista de ícones 5
Sumário 6
Apresentação 7
Introdução à História da Arte. 8
Teatro, Cinema e Televisão - 45h 8
Introdução 9
Aspectos gerais da arte no mundo, na américa do sul
e no Brasil. 11
O quE É ARTE? 11
Quem faz arte? 11
Por que o mundo necessita de Arte? 12
A EVOLuÇÃO DA ARTE 12
Cronologia da Arte 13
PRÉ-HISTÓRIA 13
Antiguidade Egípcia 15
Antiguidade Grega 19
Arte Romana 23
Arte Bizantina 25
Arte Islâmica 26
IDADE mÉDIA 28
Renascimento 30
maneirismo 32
Barroco 33
Rococó 36
Neoclássico 37
Romântica 38
Barroco 40
Expressionismo 40
Cubismo 41
Cubismo 42
Construtivismo ou Abstracionismo Geométrico 42
Construtivismo 43
Construtivismo 43
Dadaísmo 44
OP ART 44
POP ART 44
Futurismo 45
ARTE NAÏF 45
Arquitetura Cenográfica 47
7
Apresentação
Empreendedorismo, inovação, iniciativa, criatividade e habilidade para
trabalhar em equipe são alguns dos requisitos imprescindíveis para o
profissional que busca se sobressair no setor produtivo. Sendo assim, destaca-se o
profissional que busca conhecimentos teóricos, desenvolve experiências práticas
e assume comportamento ético para desempenhar bem suas funções. Nesse
contexto, os Cursos Técnicos oferecidos pela Secretaria de Desenvolvimento
de Goiás (SED), em parceria com o Governo Federal, por meio do Programa
Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), visam garantir o
desenvolvimento dessas competências.
Com o propósito de suprir demandas do mercado de trabalho em qualificação
profissional, os cursos ministrados pelos Institutos Tecnológicos do Estado de
Goiás, que compõem a REDE ITEGO, abrangem os seguintes eixos tecnológicos,
nasmodalidadesEaDepresencial:SaúdeeEstética,DesenvolvimentoEducacional
e Social, Gestão e Negócios, Informação e Comunicação, Infraestrutura, Produção
Alimentícia, Produção Artística e Cultural e Design, Produção Industrial, Recursos
Naturais, Segurança, Turismo, Hospitalidade e Lazer, incluindo as ações de
Desenvolvimento e Inovação Tecnológica (DIT), transferência de tecnologia e
promoção do empreendedorismo.
Espera-se que este material cumpra o papel para o qual foi concebido: o de
servir como instrumento facilitador do seu processo de aprendizagem, apoiando
e estimulando o raciocínio e o interesse pela aquisição de conhecimentos,
ferramentasessenciaisparadesenvolversuacapacidadedeaprenderaaprender.
Bom curso a todos!
SED – Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Científico e
Tecnológico e de Agricultura, Pecuária e Irrigação
8
Artes Visuais
Introdução à História da Arte.
Teatro, Cinema e Televisão - 45h
Objetivos
l Conhecer o conceito de Arte.
l Observar e compreender a evolução
da Arte e suas classificações.
l Analisar o percurso da Arte e seu
panorama na atualidade.
l Estudar o processo percorrido pela
Arte no desenvolvimento da humanidade.
l Diferenciar as fases artísticas e suas
produções.
l Compreender os fatores relevantes
no processo de construção de identidades
artísticas.
l Observar as variantes em configurações espaciais cenográficas determinadas e condicionadas por ou-
tras áreas artísticas.
l Articular a movimentação do artista no espaço cenográfico.
l Conhecer as formas de expressão artística cenográfica no teatro, no cinema, na televisão, circo, desfiles
de moda, vitrines e as cenografias urbanas.
l Compreender o processo de dimensionamento da produção cenográfica; escalas e proporções: suas
variantes artísticas e técnicas.
EmENTA: Conceituação da Arte e prin-
cipais correntes artísticas: Imagem, Arte
e História. Compreensão da arquitetura
teatral, suas configurações e seus compo-
nentes. Estudo, pesquisa e organização de
informações relacionadas à Arte, análise
e produção de argumento. Observação
analítica da história visual a da produção
mundial e brasileira na televisão. Estudo de
produção cenográfica no cinema, espaços
públicos abertos e teatro. Estudo e análise
da diversidade de interpretações artísticas
nos períodos históricos mundiais.
Imagem da página 307 do jornal Die Gartenlaube de 1876.
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Die_Gartenlaube_(1876)_b_307.jpg
1
9
Como definir o espaço no qual ocorrerá o espetá-
culo? Como fundamentar suas ideias e materializá-las
de acordo com o que foi imaginado para o espetáculo
no sentido da técnica e da sua visão artística? Como
justificar seus “propósitos cenográficos”, do momento
da concepção à materialização da ideia? Dúvidas que a
técnica, a estruturação do pensamento, a racionaliza-
ção de propostas e o processamento técnico da criati-
vidade respondem.
Diante dos fatos históricos e artísticos que com-
põem, conjuntamente, a trajetória da humanidade, po-
demos crer nas máximas cujo foco de reflexão é a ex-
periência constituída por fases de intensidade criativa
e pelo relativo torpor tecnológico. Nessa “vanguarda”,
de estagnação artística fomentada pela comodidade da
sedimentação – temporária – de conceitos e ações ar-
tísticas, nas quais as capacidades criativas, estancadas
ou estimuladas, propuseram tudo e permitiram-se a
tudo testar e produzir.
Tomemos essa cronologia e compreendamos de que forma cada uma das mais importantes etapas pesam
sobre essa modernidade, na racionalização de concepções artísticas – revisões e interpretações, durante a
produção concreta da arte, em todas as searas pelas quais caminha.
É essencial compreender essa trajetória na ordem dos acontecimentos. Perceber como, na força de cada
uma delas, as maravilhas em que se configuraram as suas transfigurações. Como visto, em cada um dos mo-
mentos, tanto nos seus aparecimentos como no auge deles, oferece-se a surpresa do novo, através da valori-
zação do antigo, ou da sua negação, do que é livre e do que é hermético.
O mundo das ideias pode ser construído na existência real, seguindo-se alguns conceitos, técnicas e a pers-
pectiva possíveis, visualizando o que será produzido.
“O espaço é descrito pela sua dinâmica – geome-
tria e características” (HOWARD, 2015, p. 27). Segundo
a autora, podemos transfigurar e configurar o espaço
cenográfico, revelando o dinamismo a que o espaço
dramático se permite. Ele é construído e apresentado
fisicamente ao espectador, observando a sua geome-
tria tridimensional – altura, largura e comprimento, ou
seja, a forma básica da caixa cênica.
Os componentes cenográficos interagem – no mí-
nimo devem interagir - com o contexto formado pela
união entre luz e sombra, claro e escuro, cheios e vazios, a volumetria, os contrastes, o equilíbrio ou o dese-
quilíbrio propositado e todos os elementos conceituais que compõem a unidade, sincrônica e harmônica, que
se pretende mostrar em cena.
Para entender a peça, compreender o drama e “povoar” o espaço, conheçamos, portanto, um pouco da
história da humanidade na sua expressão. Vamos basear essa história em passagens e conceitos explorados ou
ainda desconhecidos. Conceituaremos cada elemento que deslocarmos das ideias para a materialidade na cai-
xa cênica, entendendo-a como possível referencial do teatro grego, teatro elisabetano, teatro romano, a arena,
Introdução
Mulher no espelho. Pablo Picasso, 1932.
king lear west yorkshire playhouse
http://www.kersaber.com/wp-content/uploads/2012/02/Obras-de-Pablo-Picasso-Mulher-no-
espelho-e1328469126758.jpg
http://www.kersaber.com/wp-content/uploads/2012/02/Obras-de-Pablo-Picasso-Mulher-no-
espelho-e1328469126758.jpg
2
3
10
a praça, as ruas, o edifício urbano e o
nosso entorno imediato.
Devemos imaginar que somos ato-
res perante o grande espetáculo ce-
nográfico que são o drama tradicional
shakespeariano e a nossa participa-
ção na teatralidade urbana.
Howard (2015) desvenda, por as-
sim dizer, o “mistério” da composição
técnica proporcional, a escala, o pré-
dimensionamento como crucial, a
utilização da horizontalidade e da ver-
ticalidade que o espaço cenográfico
nos permite usar. Oferece-nos como
premissa, tão fundamental quanto o
desenho da atuação, o planejamento
técnico que se configurará como a ar-
quitetura do espetáculo.
O espaço pode ser a configuração
física da metáfora que desejamos
expor. A necessidade está ligada aos
fatores técnicos condicionantes e de-
terminantes frente à sua configura-
ção definitiva.
Manipular com habilidade o real
para inseri-lo no universo do drama
não é tarefa qualquer. Não existe na-
tureza simplória ou simplista, espe-
cialmente na esfera da técnica que, se
não observada, nos permite padecer
na presença de “advertências” seve-
ras, de acordo com ambientação do
drama.
A poética das palavras pode ser
transformada em uma poética mate-
rial, apresentada ao espectador e à sua crítica. Essa poética calca-se na justificação que devemos buscar atra-
vés do conhecimento básico, elementar, da historiografia das artes na humanidade.
Esse conhecimento básico reforça que devemos considerar como ponto de partida, ou o partido artístico
e técnico para nossa representação cenográfica individual, conjunta, com a força da sua identidade humana,
artística e técnica que desejamos imprimir ao nosso produto final.
Naves (apud Argan, 2008), prefaciando Argan, alça-nos ao universo das interpretações das artes, confiando-
nos as tarefas nada fáceis de interpretarmos as produções artísticas de maneira equilibrada entre a razão e a
emoção. Desenvolvamos a crítica, porém, desvinculados da ótica da “inocência” pela descoberta das possibi-
lidades infinitas da arte e das singularidades e especificidades do conhecimento hermético ou puramente bi-
bliográfico e essencialmente acadêmico. O universo das experiências empíricas e técnicas nos orienta à análise
crítica. Trata-se de um importante fundamento para a racionalização de argumentos.
4
11
Aspectos gerais da arte no mundo,
na América do Sul e no Brasil.
Aula 1
O QUE É ARTE?
Objetivos
Conhecer o conceito de Arte. Observar e compreender a evolução da Arte e suas classificações.
Entender o percurso da Arte e seu panorama na atualidade.
Quem faz arte?
Observemos o seguinte conceito de arte, buscando perceber a importância dele para nossa compreensão
artística e sua relação com a Cenografia. Podemos dizer que arte é:
Arnheim (1980) nos orienta a compreender a expressão das artes como “percepção artística e estética”,
também, em contraponto à percepção meramente funcional dos objetos.
A arte poderá equilibrar criação livre e técnica, apresentando-se fundamentada tanto em uma quanto
em outra área do pensamento humano. Ela equilibra razão e emoção.
“Medida por medida: representando no espaço” (HOWARD, 2015, p.20).
Criação humana com valores estéticos (beleza, equilíbrio, harmonia, revolta) que
sintetizam as suas emoções, sua história, seus sentimentos e a sua cultura. É um
conjunto de procedimentos utilizados para realizar obras, e no qual aplicamos nossos
conhecimentos. Apresenta-se sob variadas formas como: a plástica, a música, a
escultura, o cinema, o teatro, a dança, a arquitetura etc. Pode ser vista ou percebida
pelo homem de três maneiras: visualizadas, ouvidas ou mistas (audiovisuais). Hoje,
alguns tipos de arte permitem que o apreciador participe da obra. O artista precisa da
arte e da técnica para comunicar-se. (AZEVEDO, 2012, p.2)
O homem criou objetos para satisfazer as suas necessidades práticas, inicialmente,
como as ferramentas para cavar a terra e os utensílios de cozinha. Outros objetos são
criados por serem interessantes ou possuírem um caráter instrutivo (AZEVEDO, 2012,
p.2).
12
http://pt.slideshare.net/abaj/as-artes-na-atualidade
Para conhecer mais sobre o Panorama
atual da arte, visite o link:
REFLEXÕES
– Argan e
Gombrich e a
teoria da arte.
Mais que como elementos do uso diário, cotidiano, o homem passaria a representar seus desejos, sua
imaginação e as representações que imaginava a respeito da sua rotina, transformando artisticamente o que
lhe era apenas útil como ferramenta.
Porque fazemos arte e para que a usamos é aquilo que chamamos de função da arte que pode ser:
l feita para decorar o mundo
l para espelhar o nosso mundo (naturalista)
l para ajudar no dia a dia (utilitária)
l para explicar e descrever a história
l para ser usada na cura de doenças
l para ajudar a explorar o mundo (AZEVEDO, 2012).
O ser humano desenvolveu as suas representações e expressões artísticas, inicialmente, para transmitir
os acontecimentos do seu cotidiano. Com o desenvolvimento das técnicas de expressão gráfica, passou-se a
materializar o seu pensamento no interesse do resgate da memória e na preservação de hábitos e costumes,
representados de acordo com suas vontades, desejos e diversos fatores relacionados às sociedades e suas
normativas e tradições.
A arte avançou no mundo através:
l da arqueologia: através de descobertas, pesquisas, artigos e relatos produzidos;
da fotografia, a partir dos anos 1890, com seus registros;
do rádio e da televisão, em 1895 e 1926, respectivamente;
pela imprensa, criada por Gutenberg por volta de 1450, iniciando a expansão da Arte através de impressos,
alcançando a maior parte das pessoas e difundindo a arte e suas variações e estilos.
l Avança, na atualidade, através da difusão das produções artísticas pela Internet.
Por que o mundo necessita de Arte?
A EVOLUÇÃO DA ARTE
míDIAS INTEGRADAS PESquISE PESQUISE
13
https://youtu.be/uKu2VzjsoBE
Assista ao vídeo!! Ele ajudará você a compreender melhor esse momento da
História da arte.
Durante a pré-história, o homem representava o seu cotidiano: suas atividades diárias, dentre elas a caça e
suas novas descobertas. Ele retratava seu cotidiano em rochas expostas e em cavernas, utilizando pigmentos
naturais extraídos de plantas e de formações geológicas que acreditava produzir cor semelhante à situação real.
A divisão da Pré-história:
As simbologias recorrentes eram de animais, vivos ou mortos durante a caça e vegetação. O homem
expressava suas ideias, estabelecendo ligações também com a liderança, o poder e a territorialidade.
Observemos como esse período foi constituído, visando compreender melhor seu papel na construção da
História da Arte:
l ”aproximadamente 5.000.000 a 25.000 a.C.;
l primeiros hominídeos;
l caça e coleta;
l controle do fogo;
l instrumentos de pedra e pedra lascada, madeira e ossos: facas, machados” (AZEVEDO, 2012).
Esse período não foi registrado por nenhum documento escrito, pois é exatamente a
época anterior à escrita. Tudo o que sabemos dos homens que viveram nesse tempo
é o resultado da pesquisa de antropólogos, historiadores e dos estudos da moderna
ciência arqueológica, que reconstituíram a cultura do homem (AZEVEDO, 2012, p. 10).
míDIAS INTEGRADAS
Cronologia da Arte
Aula 2
Objetivos:
l Entender os caminhos da arte no desenvolvimento da humanidade.
l Diferenciar as fases artísticas e suas produções.
l Compreender os fatores relevantes no processo de construção de identidades artísticas individuais e
coletivas.
PRÉ-HISTÓRIA
14
Paleolítico Superior
Neolítico
Os artistas do Paleolítico Superior realizaram também trabalhos em
escultura. Mas, tanto na pintura quanto na escultura, nota-se a ausência de
figuras masculinas. Predominam figuras femininas, com a cabeça surgindo como
prolongamento do pescoço, seios volumosos, ventre saltado e grandes nádegas.
Destaca-se: Vênus de Willendorf (AZEVEDO, 2012, p. 10).
Neste momento, o homem começa a especializar os seus meios de expressão artística, testando e se
afirmando em novas tecnologias para a representação gráfica dos seus hábitos rotineiros e conquistas.
Desenvolve e estabelece:
l ”instrumentos de marfim, ossos, madeira e pedra: machado, arco e flecha,
lançador de dardos, anzol e linha;
l desenvolvimento da pintura e da escultura”.
Os artistas do Paleolítico Superior realizaram também trabalhos em escultura.
Mas, tanto na pintura quanto na escultura, nota-se a ausência de figuras masculinas.
Predominam figuras femininas, com a cabeça surgindo como prolongamento do
pescoço, seios volumosos, ventre saltado e grandes nádegas. Destaca-se: Vênus de
Willendorf (AZEVEDO, 2012, p. 10).
O homem, então, fixa-se em locais mais convenientes para a sua
sobrevivência. Deixa o nomadismo e começa a produzir alimentos e
desenvolver técnicas e tecnologias que fortaleçam sua permanência nos
locais que escolheu.
“Vênus de Willendorf”
https://en.wikipedia.org/wiki/Venus_of_Willendorf
5
Vídeo: https://youtu.be/uKu2VzjsoBE
Assista ao seguinte vídeo para complementar
seus estudos: A Origem do Homem (Dublado)
3
míDIAS INTEGRADAS
l Instrumentos de pedra polida, enxada e tear;
l início do cultivo dos campos;
l artesanato: cerâmica e tecidos;
l construção de pedra; e
l primeiros arquitetos do mundo (AZEVEDO, 2012).
O“artista”doperíodoneolíticoproduziudesenhos,pinturasecerâmica.
15
Idade dos Metais
No universo egípcio, os fatores determinantes na expressão artística eram a religiosidade e a estratificação
social: reis, escravos e população em geral, representados conforme sua posição na sociedade, função e demais
atividades cotidianas.
A religião invadiu toda a vida egípcia, interpretando o universo, justificando
sua organização social e política, determinando o papel de cada classe social e,
consequentemente, orientando toda a produção artística desse povo (AZEVEDO,
2012, p. 12).
Foram erguidas estruturas gigantescas, como os palácios, templos e tumbas. Nelas, sobre a rocha cortada,
em cerâmicas, metais e papiros, a arte egípcia estava representada.
O fundamento ideológico da arte egípcia é a glorificação dos deuses e do rei
defunto divinizado, para o qual se erguiam templos funerários e túmulos grandiosos
(AZEVEDO, 2012, p. 12).
Percebemos que a arte egípcia estava completamente ligada à glorificação dos deuses e à figura do Rei, que
também era considerado divino.
Na Idade dos Metais, surgiram:
l a metalurgia;
l as cidades;
l a roda;
l a escrita;
l o arado.
Definitivamente, então, o homem se fixou e, nesses locais, começou a construir a
sua história e representá-la.
6
Antiguidade Egípcia
16
Pirâmides, templos, pintura, hieróglifos, escultura, ouriversaria e joalheria.
Cerimônia da “abertura da boca”
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/c1/Opening_of_the_mouth_ceremony.jpg
Arquitetura: palácios, templos e necrópoles
7
8
17
No universo egípcio, os fatores determinantes na expressão artística eram a religiosidade e a estratificação
social: reis, escravos e população em geral, representados conforme sua posição na sociedade, função e demais
atividades cotidianas.
A religião invadiu toda a vida egípcia, interpretando o universo, justificando
sua organização social e política, determinando o papel de cada classe social e,
consequentemente, orientando toda a produção artística desse povo (AZEVEDO,
2012, p. 12).
Foram erguidas estruturas gigantescas, como os palácios, templos e tumbas. Nelas, sobre a rocha cortada,
em cerâmicas, metais e papiros, a arte egípcia estava representada.
O fundamento ideológico da arte egípcia é a glorificação dos deuses e do rei
defunto divinizado, para o qual se erguiam templos funerários e túmulos grandiosos.”
(AZEVEDO, 2012, p. 12).
Percebemos que a arte egípcia estava completamente ligada à glorificação dos deuses e à figura do Rei, que
também era considerado divino.
A pintura egípcia foi caracterizada por uma relativa
complexidade nas representações (apesar de técnicas
ainda primitivas), bem como na sua temática variada,
porém limitada, observando-se estar restrita ao
cotidiano dos reis, em sua maioria.
Características
l Bidimensional, com ausência de perspectiva.
l Cor “chapada”, sem degradês.
l Lei da frontalidade: corpo em vista frontal e cabeça, pernas e pés em perfil.
Os egípcios desenvolveram três formas de escrita:
l Hieróglifos- escrita sagrada;
l Hierática- escrita simplificada, utilizada pelos nobres e sacerdotes;
l Demótica- escrita popular, cotidiana.
Pintura
A Arte egípcia
9
10
18
Hieróglifos: foi decifrada por Champollion, que descobriu o seu significado em
1822, ela se deu na Pedra de Roseta que foi encontrada na cidade do mesmo nome
no Delta do Nilo (AZEVEDO, 2012, p. 13).
A Rosetta Stone é uma pedra estela, encontrada em 1799, se inscreveu com um decreto emitido em Memphis, Egito, em 196 aC, em
nome do rei Ptolomeu V. O decreto aparece em três roteiros:. O texto superior é egípcios antigos hieróglifos, a porção média egípcio antigo, e
a menor é grego antigo . A pedra apresenta essencialmente o mesmo texto em todos os três linguas (com algumas pequenas diferenças entre
eles) e assim por fornecidas a chave para a compreensão moderna dos hieróglifos egípcios.
https://en.wikipedia.org/wiki/Rosetta_Stone
Pedra da Roseta
https://youtu.be/uLai0ElgzF0
Para complementar seu estudo, assista ao seguinte vídeo:
míDIAS INTEGRADAS
11
19
pixabay.com/pt
pixabay.com/pt
Hércules. Estatuária grega.
Grécia. Arte grega expressiva nas construções dos templos e de outros edifícios.
Antiguidade Grega
A arte grega esteve bastante ligada às representações das crenças, em forma de estátuas, em homenagens
aos deuses e deusas e na construção de templos para adoração desses deuses.
Enquanto a arte egípcia é uma arte ligada ao espírito, a arte grega liga-se à
inteligência, pois os seus reis não eram deuses, mas seres inteligentes e justos que se
dedicavam ao bem-estar do povo (AZEVEDO, 2012, p. 12).
A racionalidade nas relações gregas com a arte permitiu a produção de exemplos importantes nas artes
figurativas: a representação realista do ser humano nas esculturas e cenas cotidianas, calcada:
no ritmo, o equilíbrio, a harmonia ideal. (...) tem como características:
l o racionalismo;
l amor pela beleza;
l interesse pelo homem, essa pequena criatura que é “a medida de todas as
coisas; e
l a democracia (AZEVEDO, 2012, p. 12).
Arte e arquitetura:
12
13
20
A arquitetura grega se destaca pela construção racionalmente planejada, considerando técnicas e
perspectiva, função e estética. Destacam-se também os tipos de coluna e seus teatros
l Ordem Dórica - era simples e maciça. O fuste da coluna era monolítico e grosso. O
capitel era uma almofada de pedra.
Sendo a mais antiga das ordens arquitetônicas gregas, a ordem dórica, por sua
simplicidade e severidade, empresta uma ideia de solidez e imponência.
l Ordem Jônica - representava a graça e o feminino. A coluna apresentava fuste
mais delgado e não se firmava diretamente sobre o estilóbata, mas sobre uma base
decorada. O capitel era formado por duas espirais unidas por duas curvas. A ordem
dórica traduz a forma do homem e a ordem jônica traduz a forma da mulher.
l Ordem Coríntia - o capitel era formado com folhas de acanto e quatro espirais
simétricas, muito usado no lugar do capitel jônico, de um modo a variar e enriquecer
aquela ordem. Sugere luxo e ostentação (AZEVEDO, 2012, p. 12).
Arquitetura
https://youtu.be/9OiiOuyiGLm
Para complementar seus estudos sobre Arte Grega, assista ao seguinte vídeo:
míDIAS INTEGRADAS
http://www.estilosarquitetonicos.com.br/arquitetura-classica.php
Colunas gregas e a identificação de estilos e detalhes.
21
Principais construções gregas:
Templos, teatros, ginásios e praça.
Os teatros eram construídos em lugares abertos, divididos em três partes:
-Skéne: cena;
-Konistra: orquestra;
-Kóilon: ou arquibancada.
A arte grega era bastante especializada. Representava-se praticamente: a vida comum, rotineira, as guerras e os
esportes, a religião e a Mitologia.
l A pintura grega aparece na arte cerâmica.
l Os vasos pintados serviam aos rituais religiosos e ao armazenamento de água,
vinho, azeite, provisões.
l A forma correspondia a sua função.
l As pinturas dos vasos representavam pessoas em suas atividades diárias e
cenas da Mitologia Grega (AZEVEDO, 2012) .
Pintura
https://pixabay.com/pt/teatro-antigos-monumento-hist%C3%B3ria-1345934/
O teatro grego.
14
22
http://4.bp.blogspot.com/-y6DP3xPxHhE/TmAYIn3k6vI/AAAAAAAAA90/OKQOTGg1eYo/s640/ceramicagrega.jpg
Tipologia de vasilhames gregos. Pintura. Ânfora, cratera e hidra.
Na escultura, os gregos foram grandes artistas. Representaram à luz da racionalidade os seus principais
personagens, sejam eles comuns ou os deuses que reverenciavam.
Características:
l Esculturas de formas humanas, inicialmente, no Período Clássico, em
bronze, depois em mármore pela sua resistência maior;
l busca pela perfeição na estatuária;
l antropomorfismo absoluto e movimento (AZEVEDO, 2012).
Os seres mitológicos foram muito representados
na arte escultórica grega.
Alguns deuses:
l Zeus: senhor dos céus;
l Afrodite: deusa do amor;
l Apolo: deus das artes e da beleza;
l Poseidon: deus das águas; entre outros.
l Olimpíadas: Realizavam-se em Olímpia, cada quatro anos, em honra a Zeus. Os primeiros jogos começaram
em 776 a.C. As festas olímpicas serviam de base para marcar o tempo.
l Teatro: Foi criada a comédia e a tragédia. Entre as mais famosas: Édipo Rei de Sófocles.
l música: Significa a arte das musas, entre os gregos a lira era o instrumento nacional (AZEVEDO, 2012, p.13).
Escultura
Mitologia
míDIAS INTEGRADAS
Visite: Glossário de termos do teatro grego (em inglês):
http://www.currituck.k12.nc.us/cms/lib4/NC01001303/Centricity/
Domain/121/Greek_Theatre_Terms.pdf
15
16
23
http://4.bp.blogspot.com/-y6DP3xPxHhE/TmAYIn3k6vI/AAAAAAAAA90/OKQOTGg1eYo/s640/ceramicagrega.jpg
Tipologia de vasilhames gregos. Pintura. Ânfora, cratera e hidra.
As artes romanas se destacaram pela reprodução escultórica dos seus líderes, as autoridades máximas, pelos
deuses que veneravam e pelas construções de palácios e templos.
Divisão da arte romana:
l República, antes de 27 a.C.
l Império, do ano 27 a.C. em diante (AZEVEDO, 2012).
Influências nas artes romanas:
a da arte etrusca popular e voltada para a expressão da realidade vivida, e
adagreco-helenística,orientadaparaaexpressãodeumidealdebeleza(AZEVEDO,
2012).
míDIAS INTEGRADAS
Pesquise: Imagens das artes romanas na pintura,
na Arte e Arquitetura Romana:
https://youtu.be/FxYL9D5dgvm
Imagens das
artes romanas na
pintura, na Arte e
Arquitetura Romana
PESquISE
PESQUISE
Arte Romana
17
24
Imagens de templos,
basílica, termas,
anfiteatro, arcos do
triunfo, residências.
PESquISE
PESQUISE
Havia diversas representações artísticas na Roma republicana e na Roma imperial. As construções eram de
cinco tipologias, de acordo com a função as quais se destinavam:
Templos, para cultos;
Basílica, para comércio e atividades cívicas;
Termas, com ginásio, piscinas e jardins, que eram os centros
de socialização dos romanos;
Lazer: circo, teatro e anfiteatro;
Monumentos decorativos, como os arcos do triunfo; Moradias
(AZEVEDO, 2012).
Arquitetura
https://c1.staticflickr.com/3/2928/14581349920_883bc97c38_b.jpg
18
19
25
Na pintura, a Arte Romana se destacou pela
aplicação de cores.
O Mosaico e as pinturas internas (AZEVEDO,
2012).
Na escultura, os artistas romanos buscavam o realismo,
procurando representar com fidelidade a sua rotina e a
configuração física imaginada para seus mitos.
Os romanos eram grandes
admiradores da arte grega, mas
por temperamento, eram muito
diferentes dos gregos. Por serem realistas e práticos,
suas esculturas são uma representação fiel das pessoas
e não a de um ideal de beleza humana, como fizeram os
gregos (AZEVEDO, 2012, p. 18).
A representação realística na escultura é marcante nesse período. O
artista retratava fielmente a figura humana, bem como as representações
que imaginava para as figuras dos deuses.
A Arte Bizantina está profundamente enraizada nas crenças do cristianismo, seu crescimento e construção
dos templos cristãos.
(...) mosaicos romanos; são confeccionados com técnicas diferentes e seguem
convenções que regem inclusive os afrescos. Neles, por exemplo, as pessoas são
representadas de frente e verticalizadas para criar certa espiritualidade; a perspectiva
e o volume são ignorados e o dourado é demasiadamente utilizado devido à associação
com o maior bem existente na terra: o ouro”. (AZEVEDO, 2012, p. 22).
Existem ainda outros aspectos importantes que devem ser ressaltados:
- Constantino transfere a capital do Império para Bizâncio (cidade grega), que posteriormente passa a ter
nome de Constantinopla;
- Devido à sua localização, a arte bizantina sofreu influências de Roma, da Grécia e do Oriente;
- A arte bizantina está orientada pela religião;
Pintura
Escultura
imagens de
esculturas
romanas.
PESquISE
PESQUISE
míDIAS INTEGRADAS
Arte Bizantina:
https://youtu.be/e043VbwGdeI
“A Imperatriz Teodora e sua Corte” – Pintura, “Igreja de
Santa Sofia”, “Igreja de Santo Apolinário Novo”, “Mosaico
da Igreja de Santo Apolinário Novo” são as melhores e
mais interessantes representações dessas linhas artísticas.
PESquISE
PESQUISE
Arte Bizantina
20
26
A Arte Islâmica apresenta as mais variadas áreas de representação e expressão
artística, envolvendo a cultura material e imaterial, como:
l literatura
l música
l dança
l teatro
l artes visuais
Mesquita islâmica de Shah localizada em Isfahan, Irã. Ricos detalhes na decoração: arcos, pórticos, janelas
e decoração das paredes com arabescos.
A arquitetura islâmica é representada em sua maior parte pelas mesquitas construídas. Dado o seu grau de
complexidade arquitetônica, seus projetos eram confiados aos geômetras.
Arquitetura
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/9c/Imam_Mosque_by_Amir.jpg
míDIAS INTEGRADAS
Assista ao seguinte vídeo, visando complementar seus conhecimentos sobre Arte Islâmica:
https://youtu.be/_mOqyq0q8zk
Arte Islâmica
21
22
27
Tapetes
Pintura
“O geômetra era tão importante quanto o arquiteto. Na realidade, era ele quem
realmente projetava o edifício, enquanto o segundo controlava sua realização.”
(AZEVEDo, 2012,p.25).
Devido ao seu conhecimento específico, ele
participava do projeto dos edifícios e tinha grande
importância para a sua realização. Nesse sentido, a
geometria era extremamente valorizada, pois estava
diretamente ligada à imponência e relevância das
grandes construções.
Os tapetes e tecidos desde sempre tiveram um papel muito
importante na cultura e na religião islâmicas. Neles estavam
representadas a maior parte das vivências cotidianas, bem como
a expressividade da rica cultura islâmica. Destacam-se na sua
expressão artística os utensílios, motivos florais, caça, animais e plantas e
os geométricos (AZEVEDO, 2012) .
Os tapetes se configuravam como suportes para a história
daquele povo que ainda na atualidade mantem tradicionalmente
essas representações. Nesse sentido, podemos dizer que os tapetes
eram vistos de maneira mais próxima aos objetos artísticos que
relacionada a uma simples decoração de ambientes externos.
Bastante detalhada e rica em ornamentação, a
pintura islâmica está representada em:
l Afrescos;
l N’O Alcorão, decorado com figuras geométricas;
l em mosaicos;
l em artefatos cerâmicos;
l nos típicos arabescos e nos detalhamentos construtivos como os muxarabis.
Para Argan (2008), interpretando WORRINGER, na historiografia da arte há diferenças por áreas geográficas:
o clássico estaria ligado ao mundo mediterrâneo, onde a relação dos homens com a natureza é clara e positiva;
romântico, o mundo nórdico, onde a natureza é uma força misteriosa, frequentemente hostil.
Podemos compreender, portanto, que a origem das artes está diretamente ligada à percepção do ser
humano diante da sua vida cotidiana, no devido momento em que busca uma expressão verbal ou artística,
replicando suas próprias experiências de vida e memória na arte que conduz o seu fazer artístico, na ideia ou
efetivamente sobre os suportes disponíveis.
As Mesquitas de Basora e Kufa, no Iraque; a
Cúpula da Roca, em Jerusalém e a Grande
Mesquita de Damasco.
PESquISE
PESQUISE
Pesquise: Varanda de Lindajara | Cervo de
Medina Azahara |Tapete de Alcaraz | Taj
Mahal | Domo da Rocha (Israel) | Muxarabis.
PESquISE
PESQUISE
23
28
IDADE MÉDIA
Saibamais–artesearquiteturadomedievo
A arquitetura na Idade Média caracterizou-se pelas grandes construções – na maioria de caráter religioso,
pesadas estruturalmente, para erguerem-se às maiores alturas, tornando-se marcos na morfologia e estética
das cidades medievais.
No final dos séculos XI e XII, na Europa, surge a arte românica cuja estrutura era
semelhante às construções dos antigos romanos (AZEVEDO, 2012, p. 21).
As características mais significativas da arquitetura
românica são:
l abóbadas
l torres
l arcos
Arquitetura
Pintura
SAIBA mAIS
Saiba mais – artes e
arquitetura do medievo:
https://youtu.be/fA0mrh7Jhc0
Catedral de Pisa / Torre de Pisa (campanário*)
– o edifício mais conhecido e mais
representativo da arquitetura românica.
Campanário: torre das igrejas onde ficam os
sinos.
PESquISE
PESQUISE
Pintura Islâmica
24
29
Quanto à contextualização histórica da Arte Gótica,
devemos destacar que entre 1150 e 1500 ocorreu
surgimento da burguesia urbana – população rural,
mudando-se para as cidades, sedimentando uma nova
classe social, oriunda do desenvolvimento das relações
e ações comerciais.
A Arquitetura Gótica apresenta as seguintes características:
l Fachadas das igrejas com três portais, diferentemente da românica, que apresentava apenas um;
l Nave central e transeptos – nova divisão do interior das igrejas;
l A rosácea como elemento arquitetônico de marcação de fachada, presente em quase todas as igrejas
construídas no período;
l Arcos góticos ou ogivais e os vitrais ( AZEVEDO, 2012 ).
Iluminuras eram pinturas decorativas, típicas e recorrentes nos escritos medievais.
“Iluminura é a ilustração sobre o pergaminho de livros manuscritos. A gravura não fora
ainda inventada, ou então é um privilégio da quase mística China. Durante o século XII
e até o século XV, a arte ganhou forma de expressão também nos objetos preciosos
e nos ricos manuscritos ilustrados. Os copistas dedicavam-se à transcrição dos textos
sobre as páginas.” (Apostila de História da Arte, s.d.,p.29).
A Escultura Gótica apresenta os seguintes aspectos:
l Verticalidade;
l Formas estendidas;
l Realismo nas representações artísticas das figuras humanas;
Principais características:
l A pintura era o meio mais comum de comunicação.
l Através dela as mensagens eram passadas e
entendidas.
l Técnica mais utilizada no período: afrescos.
l Temas predominantemente de natureza religiosa.
l Cores chapadas.
l Mosaicos: composição artística formada pela
junção de pequenas pedras, coloridas, que justapostas,
formam desenhos diversos (AZEVEDO, 2012).
Gótica
Arquitetura
Escultura
Iluminuras
Imagens
representativas
desse período.
Assista ao vídeo:
“Iluminuras
Medievais”
https://youtu.
be/9Gotz1m-ug4
PESquISE
PESQUISE
Obrigado por compartilhar. Lembre-se de citar a fonte: http://www.ensinarhistoriajoelza.com.br/iluminuras-medievais/ - Blog: Ensinar História - Joelza Ester Domingues
25
30
l Desenvolvimento nos séculos XIII, XIV e
no início do século XV;
l Anuncia ao Renascimento, que viria a
seguir com o realismo nas representações
artísticas.
Giotto
Obra destacada: “Afrescos da Igreja de São
Francisco de Assis ”, Itália.
O Renascimento provocou mudanças profundas e definitivas nas
reflexões anteriormente herméticas do pensamento humano e na sua
expressão artística, por conseguinte.
O termo Renascimento é comumente aplicado à civilização
europeia que se desenvolveu entre 1300 e 1650. Além de reviver
a antiga cultura greco-romana, ocorreram nesse período muitos
progressos e incontáveis realizações no campo das artes, da literatura
e das ciências, que superaram a herança clássica ( AZEVEDO, 2012, p.
24 ).
Características gerais:
l Racionalidade – a técnica direcionando a produção artística
l Antropocentrismo
l As ciências como base experimental para questionamentos
l Rigor científico
l Releitura das artes greco-romanas
Vídeo: https://youtu.be/Gl6dEa7A41m
Renascimento
Pintura
http://www.sabercultural.com/template/especiais/BasilicaDeSaoFranciscoAssisItalia.html
http://www.mychinesestudy.com/blog/wp-content/
uploads/2012/07/%E5%8F%B8%E5%8D%97.jpg
Invenção pólvora e da bússola pelos chineses
Jan Van Eyck
Pesquise estas obras e observe o
nível de detalhamento, as paletas
de cores e as simbologias: “O
Casal Arnolfini” e “Nossa Senhora
do Chanceler Rolin”.
PESquISE
PESQUISE
RENASCIMENTO
http://www.historicalfirearms.info/
post/100269913415/early-european-
handguns-gunpowder-was-first
26
27 28
29
31
Na pintura, surgem conceitos mais aprofundados sobre perspectiva, profundidade e realismo e também a
técnica de pintura “a óleo”.
Principais artistas:
Michelangelo é um dos mais proeminentes artistas
italianos. Escultor e pintor, tem suas obras como
referências importantes no universo das artes plásticas
e da arquitetura, além de dominar toda a produção
escultórica italiana do século XVI (AZEVEDO, 2012).
Obras importantes: Moisés, Davi e Pietá. Principais
características:realismo,escalaeproporção,perspectiva,
estudos anatômicos e comportamentais do homem.
BOTTICELLI
“A Primavera” e “O
Nascimento de Vênus”
LEONARDO DA VINCI
“A Virgem dos Rochedos”
e “Mona Lisa”
MICHELANGELO
“Teto da Capela Sistina”
e a “Sagrada Família”
RAFAEL
“A Escola de Atenas” e
“Madona da Manhã”
PESQUISE: imagens das obras citadas acima.
Pintura
Escultura
https://goo.gl/images/9OA7hq
A invenção de Johannes Gutenberg ampliou a produção de livros e difusão da arte
30
31
32
l Desenvolveu-se em Roma, de 1520 até 1610;
l Estilização das formas e estruturas e detalhismos;
l Origens na religiosidade exacerbada, predominante na Europa nesse momento.
l Igrejas com naves e transeptos longos e escuros
l Decoração realista e detalhada nas igrejas e nos palácios
Um grande artista, dentre outros de igual relevância:
ANDREA PALLADIO – Arquiteto. Projetou as Igrejas “San Giorgio Maggiore ” e “Chiesa del
Santissimo Redentore”. Referência obrigatória para arquitetos ingleses e franceses do período barroco.
PESQUISE: obras arquitetônicas de Andrea Palladio e de outros artistas maneiristas.
A pintura renascentista foi caracterizada, de modo geral, pela reprodução relativamente literal da realidade,
ou seja, com um grau quase absoluto no realismo artístico na pintura. Foi influenciada fortemente ´pelo “ideal”
grego de beleza perfeita.
A grande inovação da pintura renascentista foi a aplicação de técnicas de perspectiva, que demonstravam
profundidade nas obras, permitindo que fossem realizadas pinturas realistas. Outra técnica importante no
período foi a pintura a óleo ( AZEVEDO, 2012 ).
Principais características:
Nos corpos, as formas esguias e alongadas substituem
os membros bem-torneados do renascimento. Os
músculos fazem agora contorções absolutamente
impróprias para os seres humanos.
Rostos melancólicos e misteriosos surgem entre as
vestes, de um drapeado minucioso e cores brilhantes.
A luz se detém sobre objetos e figuras, produzindo
sombras inadmissíveis.
Os verdadeiros protagonistas do quadro já não se posicionam no centro da
perspectiva, mas em algum ponto da arquitetura, onde o olho atento deve, não
sem certa dificuldade, encontrá-lo (AzEVEDO, 2012).
ARQUITETURA
ESCULTURA
Naesculturarenascentista,Michelangeloéoprincipalrepresentante.Seuestiloéúnico.Édramático,intenso
e realista, expressando as condições emocionais do ser humano de maneira autêntica e quase que tangível.
Destacam-se, nesse período, como principais características e elementos componentes das artes escultóricas:
l A composição típica desse estilo apresenta um grupo de figuras dispostas umas sobre as outras, num
equilíbrio aparentemente frágil, as figuras são unidas por contorções extremadas e exagerado alongamento
dos músculos.
l O modo de enlaçar as figuras, atribuindo-lhes uma infinidade de posturas impossíveis, permite que elas
compartilhem a reduzida base que têm como cenário, isso sempre respeitando a composição geral da peça e
a graciosidade de todo o conjunto (AZEVEDO, 2012, p. 28).
maneirismo
Pintores do
renascimento
e suas obras.
https://www.
todamateria.com.
br/artistas-do-
renascimento/
PESquISE
PESQUISE
33
l Itália, século XVII
l Portugueses e espanhóis o estenderam às Américas
l A emoção é uma característica marcante e notável nas produções
artísticas
l Efeitos decorativos e visuais em profusão
A pintura barroca é realista, repleta de detalhamentos, apelo visual e uso de cores quentes em profusão.
Usava a técnica da composição diagonal, técnica, ao mesmo tempo em que expressava notadamente cenas de
conteúdo emocional intenso, equilibrando a racionalidade e a emotividade.
Caravaggio
“Vocação de São Mateus”
l Na pintura barroca, observamos:
l Composição em diagonal
l Acentuado contraste de claro-escuro (expressão dos sentimentos)
l Realista, abrangendo todas as camadas sociais (AZEVEDO, 2012).
Pintura
Pintores Barrocos
Barroco
Imagens das obras de
Michelangelo – “Teto da
Capela Sistina”, “Pietà”, “A
Criação de Adão”.
PESquISE: imagens
de arte no período
barroco italiano.
Barroco no Brasil:
https://youtu.be/
AxzsqSVhX0c
PESquISE
PESQUISE
32
34
Andrea Pozzo
“A Glória de Santo Inácio”
33
35
Rubens
“ O Jardim do Amor”
Velázquez
“O Conde Duque de Olivares”
34
35
36
Rembrandt
“Aula de Anatomia”
ESCULTURA
ARQUITETURA
Características:Linhascurvas,drapeadosedourados,dramaticidade.
Imagens das obras dos
artistas citados acima,
incluindo a escultura no
período barroco. Inclua
GIAN LORENzO BERNINI,
arquiteto, urbanista,
decorador e escultor, cujas
obras serviram
de elementos
decorativos das
igrejas como,
por exemplo, o
baldaquino e a
cadeira da Basílica
de São Pedro, no
Vaticano.
PESquISE
Artistas e suas obras de estilo
Rococó, na Europa e
no Brasil, incluindo
o “estilo D. João V”,
característico no
mobiliário brasileiro
do século XVIII.
PESquISE
O estilo rococó apresenta algumas características gerais como a utilização massiva de curvas e outros
componentes decorativos como as volutas e elementos do mundo natural: conchas e flores, especialmente.
Rococó é o estilo artístico que surgiu na França como desdobramento do barroco,
mais leve e intimista que aquele e usado inicialmente em decoração de interiores (
AZEVEDO, 2012, p. 30 ).
Foi visto como um estilo elegante e exuberante pela riqueza de detalhes.
Surgiu na Europa no século XVII e alcançou as Américas, em alguns lugares,
incluindo o Brasil.
A arquitetura rococó é marcada pelo planejamento minucioso dos seus interiores, ressaltando as qualidades
enecessidadesespecíficasdecadausuáriodoespaçoconstruídodeformasensívelepersonalizada.Adecoração
é “carregada”, tanto na forma final da construção, quanto em cada espaço do interior (AZEVEDO, 2012).
As paredes ganham tons pastéis e o branco, delicados elementos dourados de plantas e flores e anjos.
Rococó
PESQUISE
PESQUISE
36
37
PINTURA
A pintura rococó se caracterizava pelo uso de cores suaves, ao contrário das cores barrocas, desenhos que
tinham como tema a natureza e seus elementos, a rotina da época, a aristocracia, o sensual e o exótico e o
distanciamento da temática religiosa.
Durante muito tempo, o rococó francês ficou restrito às artes decorativas e teve pequeno impacto na escultura e
pintura francesas. No final do reinado de Luís XIV, em que se afirmou o predomínio político e cultural da França sobre o
resto da Europa, apareceram as primeiras pinturas rococós sob influência da técnica de Rubens ( AZEVEDO, 2012).
Artistas do Rococó, de origem francesa, pintores, designers e arquitetos:
l Pierre Lepautre
l Jean Bérain
l Jean-Antoine Watteau
l Juste-Aurèle Meissonier
l Nicolas Pineau
l Jean-Honoré Fragonard
O neoclassicismo é um movimento artístico surgido a partir do final do século XVIII, em contraponto ao
rococó e ao barroco, coincidindo com a ascensão da burguesia francesa.
Nas duas últimas décadas do século XVIII e nas três primeiras do século XIX, uma
nova tendência estética predominou nas criações dos artistas europeus. Trata-se do
Academicismo ou Neoclassicismo, que expressou os valores próprios de uma nova e
fortalecida burguesia, que assumiu a direção da Sociedade europeia após a Revolução
Francesa e principalmente com o Império de Napoleão ( AZEVEDO, 2012, p. 31).
Principais características:
l Imitação dos modelos gregos e latinos nas construções e na decoração;
l Academicismo temático e técnico, satisfazendo as encomendas da burguesia
e não mais do clero e da nobreza local;
l Arte como imitação da natureza.
Neoclássico
Principal representante da
arquitetura nesse
período: Johann
Michael Fischer,
com sua obra
“Abadia Beneditina
de Ottobeuren”.
PESquISE
PESQUISE
imagens das obras
dos artistas citados
acima.
PESquISE
PESQUISE
Para complementar seu
conhecimento, assista
ao vídeo: Vídeo: https://
youtu.be/db-uqAwgGso
SAIBA mAIS
Principais características:
Cores intensas substituídas por cores suaves, iluminação natural planejada e
texturização suave das superfícies, mais leveza estrutural nas construções.
38
ARQUITETURA
PINTURA
ARQUITETURA E PINTURA
Modelos construtivos fundamentados na estética renascentista e greco-
romana.
A inspiração da pintura neoclássica estava
principalmente na escultura clássica grega e na pintura
renascentista italiana, aliada ao ideário racional iluminista,
uso de cores frias em sua maioria e uso das técnicas de
perspectiva. Artista relevante: Rafael.
Na pintura:
Racionalismo e formalismo.
Nitidez de contornos.
Cores harmônicas.
Ocorreu durante mudanças sociais, políticas e culturais despertadas pela Revolução Industrial e pela
Revolução Francesa, apresentando artes com mais complexidade em técnicas e representações artísticas,
usufruindo da então já livre expressão artística e o distanciamento do academicismo.
Características:
l (...) valorização dos sentimentos e da imaginação;
o nacionalismo;
l a valorização da natureza como princípios da criação artística; e
l os sentimentos do presente ( AZEVEDO, 2012 ).
Características na arquitetura:
Aproximação das formas barrocas
Composição em diagonal, sugerindo instabilidade e dinamismo ao observador
Valorização das cores, claro-escuro
Dramaticidade ( AZEVEDO, 2012 ).
Características na pintura:
Fatos reais da história nacional e contemporânea da vida dos artistas
Natureza revelando um dinamismo equivalente as emoções humanas
Mitologia Grega ( AZEVEDO, 2012 ).
A arquitetura romântica caracterizou-se pela revalorização do gótico como representante
genuíno na arquitetura europeia do período. Na arquitetura e na pintura, os objetivos artísticos e
técnicos comuns foram:
Imagens do
“Panteão Nacional”,
em Paris e do
“Portão de
Brandemburgo”, em
Berlim.
PESquISE
PESQUISE
Ingres, cuja obra abrange, além de
composições mitológicas e literárias,
nus, retratos e paisagens, mas a crítica
moderna vê nos retratos e nus o
seu trabalho mais admirável. Ingres
soube registrar a fisionomia da classe
burguesa do seu tempo, principalmente
no gosto pelo poder e na sua confiança
na individualidade ( AZEVEDO, 2012 ).
PESquISE
PESQUISE
Romântica
39
PINTURA
ARQUITETURA
ESCULTURA
Francisco de Goya, pintor e gravador espanhol do século XVIII, é um agente na ruptura das artes
francesas no período. Contrapõe as literalidades pictóricas acadêmicas à racionalidade característica da
cultura francesa na revolução, fazendo com que o modelo classicista adquira um caráter “ético-ideológico”
(ARGAN,2008,p.14) nas suas produções artísticas.
Considera Argan que
“O ideal neoclássico não é imóvel. Certamente não se pode dizer, entre o final
do século XVIII e o século XIX, que a pintura de Goya seja neoclássica, mas a sua
violência anticlássica também nasce da ira de ver o ideal racional contrariado por uma
sociedade retrógrada e carola, e como não pintar monstros se o sono da razão os gera
[sic] e com eles preenche o mundo? (ARGAN,2008.p.14).
O surgimento das novas tecnologias industriais põe em
xeque a já tão sedimentada culturalmente forma artesanal,
única e exclusiva, de produção artística. “Suas técnicas refinadas
e individuais” (ARGAN,2008, p. 14) já não se encaixavam nos
padrões de produção artística quase que fabril.
Com o advento da reforma industrial e o progresso no
desenvolvimento das tecnologias, a arquitetura transformou-se
em uma das maiores expressões tecnicistas do período, no qual
Os arquitetos e engenheiros procuram responder adequadamente às novas
necessidades urbanas, criadas pela industrialização. As cidades não exigem mais
ricos palácios e templos. Elas precisam de fábricas, estações, ferroviárias, armazéns,
lojas, bibliotecas, escolas, hospitais e moradias, tanto para os operários quanto para
a nova burguesia (AZEVEDO, 2012).
Exemplo mais expressivo - Torre Eiffel – Planejada, projetada e erguida
em 1889 por Gustave Eiffel, em Paris, como principal pórtico de entrada para a
Exposição Universal daquele ano.
AugusteRodineCamilleClaudelsãoosmaisexpressivosrepresentantes.
A política e a temática social foram as realidades mais retratadas no período.
Suas características:
Representação da realidade com a mesma objetividade com que um cientista estuda um fenômeno da
natureza. Ao artista não cabe “melhorar” a natureza, pois a beleza está na realidade tal qual ela é. Revelação dos
aspectos mais característicos e expressivos da realidade ( AZEVEDO, 2012 ).
Principais artistas:
Gustave Courbet e Jean-François Millet
Leia mais sobre o
neoclassismo em: Arte
Moderna – Giulio Carlo Argan
PESquISE sobre os
principais artistas
do período: GOYA e
DELACROIX e ainda
sobre o REALISMO
na pintura no
século XVIII.
PESquISE
PESQUISE
Link para o IMDB/
informações sobre o
filme http://www.imdb.
com/title/tt0094828/
mIDIAS INTEGRADAS
40
Impressionismo
O impressionismo foi um movimento artístico surgido na França do século XX.
Trata-se de um movimento artístico que revolucionou profundamente a pintura e deu início às grandes tendências da
arte do século XX. Havia algumas considerações gerais, muito mais práticas do que teóricas, que os artistas seguiam em
seus procedimentos técnicos para obter os resultados que caracterizaram a pintura impressionista ( AZEVEDO, 2012 ).
Na pintura, especialmente, destacou-se como a expressão da chamada Belle Époque francesa. A expressão
origina-se diretamente da obra do artista Claude Monet “Impressão: nascer do sol”, de 1872.
Características:
l A pintura deve registrar as tonalidades que os objetos adquirem ao refletir a luz solar num determinado
momento, pois as cores da natureza se modificam constantemente, dependendo da incidência da luz do sol.
l As figuras não devem ter contornos nítidos, pois a linha é uma abstração do ser humano para representar
imagens;
l As sombras devem ser luminosas e coloridas (...);
l Os contrastes de luz e sombra devem ser obtidos de acordo com a lei das cores complementares;
l As cores e tonalidades não devem ser obtidas pela mistura das tintas na paleta do pintor ( AZEVEDO,
2012 ).
Argan considera o impressionismo como a superação do clássico e do romântico, isto “enquanto poéticas
destinadas a mediar, condicionar e orientar a relação do artista com a realidade” ( ARGAN, 2008, p.75 ). É
a libertação das experiências na pintura, alçando voo, o artista, ao futuro que se aproximaria, trazendo a
fotografia como a representação máxima do realismo perseguido nas artes plásticas anteriormente.
Principais pintores impressionistas:
Claude Monet
Pierre-Auguste Renoir
Edgar Degas
Georges Seurat
Eliseo d’Angelo Visconti
“Literalmente, expressão é o contrário de impressão” (ARGAN,2008,p.227)
O expressionismo foi um movimento artístico caracterizado pela valorização na pintura da subjetividade, das
emoções e dos sentimentos, transcritos para as telas em pinceladas intensas no uso da cor e na distorção visual
das formas e do conteúdo complementar. O Expressionismo é a arte do instinto, trata-se de uma pintura dramática,
subjetiva, “expressando” sentimentos humanos. Utilizando cores patéticas, dá forma plástica ao amor, ao ciúme, ao medo,
à solidão, à miséria humana, à prostituição. Deforma-se a figura, para ressaltar o sentimento. Predominância dos valores
emocionais sobre os intelectuais” ( AZEVEDO, 2012, p. 37).
O expressionismo é fortemente ligado à emoção. Através dela é que acontece a materialização, intensa, das
Vídeo: https://youtu.
be/7WnlnKx6Pjk
mIDIAS INTEGRADAS
Expressionismo
41
Cubismo
emoções e sentimentos humanos transpostos para a produção expressionista.
Características:
l “pesquisa no domínio psicológico;
l cores resplandecentes, vibrantes, fundidas ou separadas;
l dinamismo improvisado, abrupto, inesperado;
l pasta grossa, martelada, áspera;
l técnica violenta: o pincel ou espátula vai e vem, fazendo e refazendo, empastando ou provocando
explosões;
l preferência pelo patético, trágico e sombrio” (Apostila de História da Arte, s.d.,p.48).
Nada tem um significado definido- e definitivo na produção
impressionista. “Literalmente, expressão é o contrário de
impressão” (ARGAN,2008,p.227). O impressionismo é isso,
aberto a interpretações das mais variadas possibilidades,
permitindo a isso, nas condicionantes interpretativas
individuais conforme a compreensão e apreensão do conteúdo
da trajetória artística da humanidade, seus pontos focais e seus
rigores em cada fase.
Principais artistas:
Paul Gauguin, Paul Cézanne, Vincent Van Gogh, Henri de
Toulouse-Lautrec, Edvard Munch, Ernst Ludwig Kirchner, Paul Klee, Amedeo Modigliani
O Cubismo foi uma manifestação artística de vanguarda, europeia, iniciada no despertar do século XX,
caracterizado pelo uso da síntese das formas da natureza que, geometrizadas, compunham o conjunto artístico
transposto às pinturas. Surgiu em Paris, tendo como fundadores Pablo Picasso e Georges Braque.
Historicamente o Cubismo originou-se na obra de Cézanne, pois para ele a pintura
deveria tratar as formas da natureza como se fossem cones, esferas e cilindros. (...) O
pintor cubista tenta representar os objetos em três dimensões, numa superfície plana,
sob formas geométricas, com o predomínio de linhas retas. Não representa, mas
sugere a estrutura dos corpos ou objetos. Representa-os como se movimentassem em
torno deles, vendo-os sob todos os ângulos visuais, por cima e por baixo, percebendo
todos os planos e volumes ( AZEVEDO, 2012, p. 41 ).
A geometrização das formas, a sintetização da realidade em linhas e traços e a desconstrução da estrutura
das coisas notadamente se caracterizam na produção artística cubista.
Características:
l renúncia à perspectiva;
l o claro-escuro perde sua função;
l representação do volume colorido sobre superfícies planas;
l sensação de pintura escultórica;
l cores austeras, do branco ao negro, passando pelo cinza, por um ocre apagado ou um castanho suave.
sobre as obras destes
artistas.
Veja mais: O Expressionismo
Alemão – Transição
da Pintura para o
Cinema
https://youtu.be/
moBAipb9xhs
PESquISE
PESQUISE
Vincent van Gogh -
Auto-Retrato, 1887
42
O cubismo se divide em duas fases:
l “Cubismo Analítico - caracterizado pela desestruturação da obra em todos os seus elementos. Decom-
pondo a obra em partes, o artista registra todos os seus elementos em planos sucessivos e superpostos, procu-
rando a visão total da figura, examinando-a em todos os ângulos no mesmo instante, através da fragmentação
dela. Essa fragmentação dos seres foi tão grande, que se tornou impossível o reconhecimento de qualquer
figura nas pinturas cubistas.
l Cubismo Sintético - reagindo à excessiva fragmentação dos objetos e à destruição de sua estrutura.
Basicamente, essa tendência procurou tornar as figuras novamente reconhecíveis. Também chamado de Co-
lagem porque introduz letras, palavras, números, pedaços de madeira, vidro, metal e até objetos inteiros nas
pinturas. Essa inovação pode ser explicada pela intenção do artista em criar efeitos plásticos e de ultrapassar
os limites das sensações visuais que a pintura sugere, despertando também no observador as sensações táteis.
(AZEVEDO, 2012, p. 42).
Artistas europeus:
Pablo Picasso
Georges Braque
Artistas brasileiros:
Tarsila do Amaral
Vicente do Rego Monteiro
O abstracionismo considerou tudo que não representasse fielmente o que há na natureza. Foi a descons-
trução das formas e dos estilos anteriores, onde não havia mais o figurativo e o realismo materializado nas
pinturas. A arte abstrata tende a suprimir toda a relação entre a realidade e o quadro, entre as linhas e os planos, as cores
e a significação que esses elementos podem sugerir ao espírito. Quando a significação de um quadro depende essencial-
mente da cor e da forma, quando o pintor rompe os últimos laços que ligam a sua obra à realidade visível, ela passa a ser
abstrata ( AZEVEDO, 2012 ).
O mundo já não era mais imitado e a subjetividade substituiu a realidade física, concreta. Foi a negação das
linhas de expressão acadêmicas renascentistas, surgindo dos experimentos das vanguardas europeias daquele
período, o início do século XX.
Principais Artistas:
Wassily Kandinsky
Paul Klee
Franz Marc
Concepção, ou conjunto artístico, caracterizado pela geometrização das formas e utilização de cores, em
sua grande diversidade.
Principais Artistas:
Obras dos artistas citados acima
e compreenda a geometrização
das formas proposta nessa
proposta artística.
https://www.youtube.com/
watch?v=W5sOWgaIbcw
PESquISE míDIAS
INTEGRADAS
PESQUISE
Obras dos artistas citados.
PESquISE
PESQUISE
ABSTRACIONISmO
Construtivismo ou Abstracionismo Geométrico
43
Foi um movimento artístico impulsionado pelas atividades e pro-
duções industriais, integrando-as à arte, com a geometrização das
formas, expressando artisticamente o universo socialista russo no
século XX, no pós-revolução da URSS. Influenciou fortemente as ar-
tes e a arquitetura naquele país e no ocidente. Trata-se de um abstrato
geométrico que busca movimento perspectivo vibratório através das cores e linhas. É a síntese das teorias abstratas e
científicas da arte moderna. É uma pintura em duas dimensões ( AZEVEDO, 2012 ).
Foi uma corrente artística surgida em Paris nos anos 20 do século passado, mais especificamente no ano
de 1924, que levou à pintura as expressões do subconsciente humano, seus delírios e fantasias, sua ausência
de racionalidade. O surrealismo foi por excelência a corrente artística moderna da representação do irracional e do
subconsciente ( AZEVEDO, 2012 ).
Estudioso de Freud, Breton, psiquiatra, abria caminhos,
nesse momento “à pesquisa uma vastíssima região da psique”
(ARGAN, 2008,p.360). Sugeria a transformação das imagens
do subconsciente humano em representações artísticas como
adequadas,capazes,detrazeraorealconsciente,asexpressões
mais profundas dos sonhos e entusiasmos inconscientes que
pretendiam-se destacar nas artes pictóricas.
Principais artistas: Salvador Dalí e Max Ernst
ARTE ABSTRATA AMERICANA,
cujos maiores representantes
são Jackson Pollock e Hans
Hartung e o FAUVISMO,
representado por Maurice de
Vlaminck, André Derain, Henri
Matisse e Raoul Dufy.
PESquISE
PESQUISE
André Breton, o autor do Manifesto
Surrealista. Conheça, entenda e revise
conceitos e características do surrealismo
em: ARTE MODERNA – GIULIO CARLO
ARGAN, 2008, páginas 360 a 367, com
exemplos e análise das obras de Picasso,
Hans Arp, Magritte e Yves Tanguy.
PESquISE e observe, na pintura dos
artistas citados acima, as características
do movimento surrealista
PESquISE
PESQUISE
Construtivismo
Surrealismo
Composição com vermelho, amarelo, azul e preto. Quadro de Piet Mondrian - 1921
37
44
O movimento “Dada” é “uma contestação absoluta de todos os valores, a começar pela arte.”
(ARGAN,2008p.353). Man Ray, norte-americano, é um fotógrafo que singulariza pela sua perspectiva, pelo seu
olhar, o ideário “Dada”, valorizando qualquer possibilidade que o permitisse registrar; esta arte pode “se valer
de qualquer instrumento, retirar seus materiais seja de onde for”. (ARGAN,2008,p.353).
Originou-se na Suíça no ano de 1916. “Dada” é uma palavra de origem francesa que significa, na
linguageminfantil,“cavalodepau”.Ofimdo“Dada”aconteceuem 1921.
Principais artistas: Marcel Duchamp e Max Ernst
“Op-art”: do inglês (optical art), apareceu em 1950 e resulta da intenção de trabalhar as ilusões de ótica nas
artes. O artista que iniciou o movimento foi Victor Vasarely.
Obras importantes: “Mach-C” do artista Victor Vassarely, “Pintura com Movimento Transformável” do
artista Yaacov Agam.
A Pop Art foi caracterizada especialmente pelo uso da iconografia popular, das representações gráficas dos
bens de consumo, para a ação artística na pintura. Ocorreu principalmente nos Estados Unidos da América e
na Grã-Bretanha dos anos 50. A Pop Art proporcionou a transformação do que era considerado vulgar, em refinado, e
aproximou a arte das massas, desmistificando, já que se utilizava de objetos próprios delas, a arte para poucos ( AZEVEDO,
2012 )
Foi desenvolvida com o uso de referências em produtos da cultura popular oriundas nos Estados Unidos:
fotografia, HQ’s – histórias em quadrinhos, cinema e do universo
publicitário.
Artistas importantes: Robert Rauschenberg, Roy Lichtenstein e
Andy Warhol. PESQUISE mais sobre eles e suas obras e ainda sobre
a influência dos filósofos Adorno e Horkheimer na Pop Art.
Dadaísmo
OP ART
POP ART
Obras de DUCHAMP e ERNST
PESquISE
PESQUISE
Arte nas INSTALAÇÕES e a
INTERFERÊNCIA
LINK interessante, com diversas
ilustrações
https://issuu.com/
andrealtmann/docs/conceito_
revi4_acad Acesso em 14 set.
2016
Video: https://youtu.be/
D1kCB5xqk4m
PESquISE
PESQUISE
38
45
Boccioni teoriza sobre a “síntese dinâmica” (ARGAN,2008,p.441), defendendo a lógica como necessária
e pertinente ao processo de concepção da composição artística, considerando fatores determinantes nessa
composição, como espaço, movimento, velocidade, elasticidade das formas e das estruturas do tema pintado
e atmosfera – do movimento.
Balla traduz a velocidade nas pinturas, anulando a figura real quase que em absoluto; ressalta o dinamismo
e a fusão dos componentes do conjunto imaginado e observado para a representação artística.
Carrà, na sua “metafísica” representada experiencia e realiza a sensorialidade dos espaços e formas,
considerando-os essenciais.
Esses artistas, citados acima, são os principais representantes do movimento futurista.
O movimento também produziu um manifesto, sustentado essencialmente pela adoração às novidades
provindas da indústria, bem como tudo que se originasse dela naquele momento e pudesse ser entendido
como parte da nova era, a era moderna.
O primeiro manifesto foi publicado no Le Figaro de Paris, em 22/02/1909, e nele, o poeta italiano Marinetti, dizendo
que o esplendor do mundo enriqueceu-se com uma nova beleza: a beleza da velocidade. Um automóvel de carreira é mais
belo que a Vitória de Samotrácia. O segundo manifesto, de 1910, resultou do encontro do poeta com os pintores Carlo
Carrà, Russolo, Severini, Boccioni e Giacomo Balla. Os futuristas saúdam a era moderna, aderindo entusiasticamente à
máquina ( AZEVEDO, 2012 ).
A “maquinização” e mecanização da sociedade eram a materialização das reflexões artísticas desse período:
a máquina como inspiração.
Artistas importantes: Carlo Carrà, Umberto Boccioni e
Giacomo Balla.
O naïf é considerado uma arte primitiva, simples, empírica. É a arte da espontaneidade, da criatividade autêntica,
do fazer artístico sem escola nem orientação, portanto é instintiva e onde o artista expande seu universo particular. Claro
que, como numa arte mais intelectualizada, existem os realmente marcantes e outros nem tanto. Art naïf (arte ingênua)
é o estilo a que pertence a pintura de artistas sem formação sistemática. Trata-se de um tipo de expressão que não se
enquadra nos moldes acadêmicos, nem nas tendências modernistas, nem tampouco no conceito de arte popular. ” (
AZEVEDO, 2012 ).
O empirismo nas artes também tem valor. Não condicionada pelos recursos do universo teórico acadêmico,
o Naïf produz conteúdo artístico importante na expressão das ideias e sentimentos humanos, como a vida
cotidiana e o folclore.
Principal Artista: Henri Rousseau
Futurismo
ARTE NAÏF
Obras de Carrà, Boccioni e Balla.
Leia: manifesto Futurista
http://www.metodologiacientifica.com.
br/fpa/futurismo.pdf
PESquISE
PESQUISE
Obras naïf de HENRI ROuSSEAu e
ainda sobre a pintura METAFÍSICA de
GIORGIO DE CHIRICO e GIORGIO mORANDI.
PESquISE
PESQUISE
46
Música, pintura, escultura e dança e a
apropriação do espaço cênico pelo artista
Aula 3
OBJETIVOS: Conhecer as variantes nas configurações espaciais cenográficas determinadas e condicionadas
por outras áreas artísticas. Compreender e articular a movimentação do artista no espaço cenográfico. Música,
pintura, escultura e dança como elementos condicionantes e determinantes em planejamento cenográfico.
As expressões artísticas são divididas em algumas classes específicas como artes plásticas, ambientações
ou decoração de ambientes, espetáculos e literatura. Dessa maneira, a pintura se configura como arte visual e
a poesia como arte literária.
As expressões artísticas de mais populares são: música, artes cênicas (teatro, dança e circo), artes plásticas
(pinturaeescultura),literatura,arquitetura,cinema,produçõestelevisivas,animaçãoehistóriasemquadrinhos.
Diante de quase infinitas possibilidades de expressão artística, no teatro o ator possui uma área “útil” para
atuação. Esta área útil, como chamaremos a partir de agora, é o espaço disponível para que o ator (ou o
bailarino, ou o dançarino, ou o circense), tem para si como lugar performático.
Esseespaçoédelimitadoprimeiramentepelassugestõesdeumdiretordecena,quetrabalhaosmovimentos
nessa área útil, objetivando a maior interação possível entre o ator e sua performance mediante barreiras
físicas ou imateriais – as luzes de cena.
Considerando essas barreiras físicas o diretor orientará o artista conforme os complementos cenográficos
existentes, reforçando, sejam eles físicos ou não materiais, como a luz e outros efeitos de ambientação que
complementam o conjunto.
É válido lembrar que apenas a luz – orientada por um diretor de iluminação, poderá se configurar em
conjunto cenográfico, haja vista a possibilidade de ela própria determinar espaços, volumetria e contornos,
através do estudo das cores, da intensidade das luzes e do contexto do que está a ser apresentado, obviamente.
A dança e suas variações, notadamente, têm para si espaços específicos para sua apresentação, de acordo
com as propostas técnicas, artísticas e coreográficas, especialmente, que proponham.
Em espaços como teatros, utilizando-nos de exemplo como as apresentações de balé clássico, observamos
na maioria dos espetáculos, a necessidade de área útil que esteja em conformidade com a amplitude e o
alcance dos movimentos dos bailarinos e bailarinas.
Corridas e saltos dados pelos bailarinos e bailarinas são condicionantes e determinantes na contextualização
de um planejamento cenográfico de caráter específico, observando que os profissionais necessitam de espaços
livres para desenvolver as suas coreografias. “Obalééoespaçocênicoidealparaainvençãopictóricaporqueacoreografia
exige um espaço cênico plano e em grandes dimensões livres. Assim o cenógrafo tem como espaço para sua representação a
moldura do palco, o fundo do palco e a criação dos figurinos “(NERO, 2016, p. 1).
As Diversas expressões Artísticas
O ator e a ocupação da “área útil” cenográfica
Cenografia e Dança
47
Arquitetura Cenográfica
Aula 4
Temos, nesses casos, a utilização de painéis cenográficos mais comumente, fixados nas varas de cenário,
ladeados paralelamente na maioria das vezes às pernas que delimitam o espaço do palco com as coxias. Estas
são “áreas de escape” para os artistas. Lugares de entrada e saída no momento das encenações e danças.
Preferencialmente, deverão estar desobstruídos, facilitando a movimentação dos artistas.
Desta forma, com um exemplo simples, observamos que a área útil para apresentações poderá sofrer
limitações no seu planejamento.
Emcasocontrário,poderemosplanejarumacomposiçãocenográfica,saturandooespaçocomcomponentes
físicos, obviamente contextualizados à proposta de encenação, dança ou outra categoria de arte como
espetáculo. Quando a plateia adentra um espaço de apresentação teatral ou quando a cortina se abre, a primeira
percepção da identidade do trabalho é estabelecida através da captação visual do aparato cênico (SILVA, 2016).
Sempre é bom lembrar que todo tipo de produção de-
verá estar contextualizado ao que se propõe. Não é regra. O
descontexto também poderá ser interessante como propos-
ta, porém justificado de todas as maneiras possíveis: técni-
ca e teoricamente- através de detalhamentos construtivos,
subjetivamente ou realisticamente – através da apropriação
de conceitos referenciados em bibliografias específicas ou
experimentos anteriores, conceituais ou executados.
A cenografia surge juntamente com a vontade
do ser humano de expressar-se, seja da forma que
fosse, na antiguidade. Essa expressão viria acompa-
nhada de complementos que colaboravam com a
dramatização do cotidiano ou da celebração mítica,
como era costumeiro nos primórdios das apresen-
tações teatrais. Esses complementos contribuíam na atuação e cooperavam na compreensão do público no que
tange à mensagem que se pretendia transmitir. “O teatro ocidental tem sua origem na Grécia entre os séculos VII e VI a.C.
Dançava-se em festas, festivais e orgias em homenagem às estações do ano ou à colheita ou aos deuses e a Dioniso [sic], o deus
do vinho, do entusiasmo e do êxtase “( URSSI, 2006, p. 54).
Os balés de Diaguilev na Rússia apresentando-se
em Paris nos anos 20, com suas propostas
cenográficas e o modernismo musical da época
e a influência de Picasso, Braque e Fernand
Léger – dentre outros grandes representantes
da pintura parisiense daquele período.
COmPREENDA a sincronia, organização e a
unidade entre o trabalho do cenógrafo e o balé.
Vídeo: https://youtu.be/SRHowifoV7I
PESquISE
PESQUISE
HISTÓRIA DA CENOGRAFIA
O desenvolvimento do espaço cênico
ORGIA GREGA – Dionísio e os Faunos
39
48
O espaço cênico grego
Espaço cênico romano
l É composto basicamente pelo theatron, pela orchestra
e pela skéne.
l Era construído em forma semicircular, na encosta de
colinas e possuía capacidade para aproximadamente 14.000
mil pessoas.
l O theatron é o espaço todo. A orchestra recebia o coro.
A skéne a encenação.
l As tecnologias construtivas incluíam madeira,
primeiramente, e depois pedra, o mármore, quando do
acréscimo do proskenion, um espaço anterior à skéne.
Aristóteles credita a Sófocles a invenção do cenário pintado, a katablemata (Berthold,
2001, p.117 ).
Os romanos utilizaram o espaço cênico que desenvolveram como complemento para a política, com foco
na diversão e no “esvaziamento das ideias”, como sustenta Mantovanni. O que importava era o espetáculo.
Os primeiros teatros romanos foram construídos em madeira e eram erguidos
apenas para os festivais, logo em seguida eram desmontados. Com o passar do
tempo, o gosto romano foi sendo colocado na arquitetura destes prédios. Na
arquitetura romana, estes teatros eram feitos a partir de um semicírculo perfeito, que
desembocava logo no limite onde se iniciava o espaço da cena (MANTOVANNI apud
CARVALHO e MALANGA, p. 9).
A setorização no teatro de configuração
romana:
l Divisão por classes sociais.
l Eliminação do círculo central de origem
grega;
l Ampliação do proscênio.
O teatro romano
cresceu sobre o tablado
de madeira dos atores
ambulantes da farsa
popular. Durante dois
séculos, o palco não foi
nada mais do que uma estrutura temporária (Berthold, 2001, p. 148).
Da praça romana, os espetáculos teatrais passaram a ocorrer em espaços
específicos, abertos e fechados, com as caracterizações artísticas – cenários e
figurinos, cada vez mais especializados.
1 - Auditorium / 2 - Orchestra
3 - Proscenium / 4 - Skene / 5 - Parados
1 - Auditorium / 2 - Orchestra
3 - Proscenium / 4 - Skene / 5 - Parados
40
41
49
https://www.thinglink.com/scene/447765599792136194
Caracterização e configuração estrutural:
l Construído em terrenos planos;
l pedra e alvenaria como elementos construtivos principais;
l situava-se dentro do perímetro da urbe romana;
l plateia sob abóbadas de pedra;
l hierarquia na disposição dos espectadores;
l magistrados e senadores em posições privilegiadas na plateia;
l colunas, estátuas e baixos-relevos na decoração;
l aparecimento do pano de boca-de-cena;
l período de maior destaque na construção desta tipologia: séculos I e II d.C.
“O teatro romano fundamentou-se pelo mote político panem et circenses
- pão e circo- e herdou as principais características espaciais do teatro grego.
” (URSSI, 2006, p.24)
O teatro romano, na sua essência, foi a representação da vida cotidiana –
política inclusive, sobre os palcos. Arte e política como diversão.
Veja a evolução das
configurações do
teatro romano neste
link:
http://slideplayer.
com/slide/4895086/
PESquISE
PESQUISE
42
50
O espaço cênico medieval
O teatro elisabetano
No medievo, surgiram os cenários de grande porte, sustentados por maquinaria complexa, indicando a
especialização das atividades internas aso espetáculos teatrais.
Algumas considerações:
l O teatro era basicamente “religioso”.
l O lugar de maior quantidade de apresentações eram as praças.
l Eram produzidos cenários de grande porte
Estes cenários eram construídos por muitas pessoas, pois tinham vários efeitos
que eram necessários para o andamento das histórias. São chamados de cenários
simultâneos. Espetáculos que contavam a vida de santos, ou o caminho tortuoso de
simples mortais pecadores para chegar ao céu, ou terem seu futuro reservado ao
inferno (CARVALHO e MALANGA, 2013, p. 11).
No período medieval as trupes, os grupos populares
foram adequados para as apresentações. Palhaços,
bufões, comediantes e domadores de animais
apresentavam seus espetáculos, montados sobre
carroças. Tudo acontecia em espaços abertos das
cidades, deslocando-se entre as praças, deram origem
à Commedia dell’arte.
Ocorreu principalmente no período correspondente ao reinado de Elisabeth I da Inglaterra do século XVI.
Foi caracterizado especialmente por:
l Ter estrutura e complementos em madeira;
l Configurar-se em forma poligonal;
l Ter até três pisos;
l Possuir um palco elevado, contendo pouco ou nenhum componente cenográfico.
O teatro medieval
Espaço cênico do “Mystère de la Passion” de Valenciennes,
século XIV d.C. – Bibliothèque Nationale, Paris, in
PESquISE - as trupes e a Commedia dell’arte
PESQUISE
43 44
51
O teatro elisabetano. Corte com as configurações internas e perspectiva.
FONTE: https://prezi.com/m4tenabh-gut/the-globe-theater/#
Na Inglaterra, nobreza, plebeus e camponeses ocupavam o teatro, porém em espaços pré-definidos para
cada um deles. Essa fusão de públicos levou também a uma fusão de estilos. William Shakespeare (1564 –
1616), é o autor de “A Tempestade”, “Hamlet”, “Rei Lear”, “Romeu e Julieta” e “A Megera Domada”, grandes
obras reconhecidas mundialmente.
Shakespeare oferece material suficiente para a imaginação dos espectadores,
sugerindo cada ambiente e cada cena no texto dramático [justificando a ausência da
cenografia previamente planejada]. O ‘cenário falado’ é um traço estilístico primordial
da cena elisabetana (URSSI, 2006, p.30).
A cenografia era expressiva, complementada pelo conjunto arquitetônico específico para essa função.
PESquISE
Visite este link para conhecer mais sobre as descrições do teatro elisabetano (em inglês):
https://prezi.com/m4tenabh-gut/the-globe-theater/#
45
52
O teatro renascentista na Itália do século XV. Era popular, cômico, burlesco e abordava os mais variados
temas, em contraponto ao tradicional teatro italiano. Ocorreu, além da Inglaterra, na Itália, na França e na
Espanha. No entanto, muitos países ainda apresentavam um teatro erudito e religioso de influência medieval.
Principais autores e suas obras
l Na Itália, Nicolau Maquiavel. Obra relevante: Mandrágora, de 1524.
l Na Inglaterra, Shakespeare, com comédias e tragédias. Obras de maior destaque: Romeu e
Julieta, Macbeth, Hamlet, A Megera Domada, Sonhos de uma Noite de Verão.
l Na Espanha, Miguel de Cervantes e “O Cerco de Numancia”, Fernando de Rojas e “A Celestina” e Pedro
Calderón de la Barca e “A Vida é Sonho”.
Características principais, segundo uRSSI (2006, p.31):
l Harmonia estrutural, formal e estética reconhecidamente influenciada pela arquitetura greco-romana e
as reflexões vitruvianas;
l Andrea Palladio e Vicenzo Scamozzi são os maiores representantes. Planejaram e construíram o “Teatro
Olímpico de Vicenza”, em 1585;
“(...) scaenae frons - o cenário fixo construído em madeira e estuque com as três portas
clássicas - e em seu interior permanece a cenografia fixa, destinada ao espetáculo de
inauguração do teatro representando as ruas de Tebas para ‘Édipo Rei’ de Sófocles. A
perspectiva do cenário foi desenhada por Palladio, seguindo as idéias de Sebastiano Serlio,
eapóssuamortefoifinalizadaeconstruídatridimensionalmenteemmadeiraeestuquepor
Scamozzisituandoopontodefugapintadonospainéisdefundoalémdacenaconstruída.”
Espaço cênico renascentista
O Teatro Olimpico de Vicenza, por Andrea Palladio e Vicenzo Scamozzi (1585).
FONTE: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/e3/Teatro_olimpico.jpg
46
53
Vitrúvio, seus escritos e o seu legado para a
Arquitetura, incluindo a aplicação dos seus
conceitos e padrões. Aqui:
http://engenhariacivildauesc.blogspot.
com.br/2010/11/vitruvio-e-seu-legado-
para-aquitetura-e.html
São tratados técnicos e conceituais que referenciam teórica e tecnicamente quaisquer materializações de
ideias no campo da arquitetura, extensivas ao universo do planejamento cenográfico. Vitrúvio destaca em seu
Tratado de Arquitetura
De forma sumária, os dez livros contemplam os seguintes conteúdos:
Livro 1: Sobre os conhecimentos necessários à formação do arquiteto.
Livro 2: Sobre os materiais e a arte da construção.
Livros 3 e 4: Sobre os edifícios religiosos.
Livro 5: Sobre os edifícios públicos.
Livro 6: Sobre os edifícios privados.
Livro 7: Sobre os acabamentos.
Livro 8: Sobre hidráulica e distribuição da água
Livro 9: Sobre gnomônica nas edificações.
Livro 10: sobre mecânica e os princípios das máquinas (VITRÚVIO, 2015, p. 16).
Vitrúvio atribuiu à produção de arte e arquitetura um
acervo de fatores condicionantes e determinantes para
essa produção, essencialmente técnicos.
Outras características projetuais importantes no
espaço cênico renascentista:
l Representação clássica na pintura dos cenários:
a natureza como inspiração para a “teatralização do
mundo” (URSSI, 2006, p.32);
l Perspectiva como ciência referenciando a pintura:
l Sensação de ampliação da cena dada pela
perspectiva;
l União da pintura e da arquitetura no planejamento
e execução cenográfica;
O Teatro Olímpico - Andrea Palladio e Vicenzo Scamozzi.
Vicenza, séc XVI. Corte longitudinal.
FONTE: URSSI, 2006. P.32.
PESquISE
Vitrúvio, seus escritos e o seu legado para a
Arquitetura, incluindo a aplicação dos seus
conceitos e padrões. Aqui:
http://engenhariacivildauesc.blogspot.
com.br/2010/11/vitruvio-e-seu-legado-
para-aquitetura-e.html
PESquISE
PESquISE - Andrea Palladio, quem foi,
sua importância para a cenografia, as suas
principais obras e a tipologia cênica que
desenvolveu.
PESQUISE
47
54
O teatro italiano e seu espaço cênico
Esquema funcional – setorização de um teatro do tipo italiano.
http://www.fau.usp.br/cursos/graduacao/arq_urbanismo/disciplinas/aup0154/00_aup0154_bases/Apostila_de_Teatro.pdf Acesso em 12 set. 2016
Teoria da quarta parede
Antoine, em sua teoria da quarta parede, afirma que a parede da cena transparente para o espectador que tem a
ilusão que a cena é uma ação real onde os atores atuam independente e livremente ( URSSI, 2006 )
Principais características estruturais:
l Formato retangular;
l Duas áreas setorizadas distintamente: plateia e palco;
l Destaque ao proscênio e à ribalta;
l Boca de cena como a moldura do espetáculo;
l Cortina principal, caracterizando o início e o fim do espetáculo;
Outras características importantes:
l Mudanças de cenário através de técnicas de maquinaria;
l Molduras laterais (pernas), deslizantes e móveis (roldanas e trilhos);
l Uso intenso de recursos cênicos;
l Sonoplastia e efeitos visuais com luzes, componentes móveis e fumaça;
l Desenho de perspectivas em diagonal;
PESQUISE
PESquISE
Jean-Jacques
Roubine e
também
o teatro
Barroco, suas
principais
características
e a expressão
trompe
l’oeil e sua
aplicação em
cenografia.
48
55
O planejamento cenográfico para óperas tem os seus diferenciais caracterizados pela compatibilização entre
o drama expresso pelo tema e a materialização da cenografia. Espera-se, a partir da intensidade dramática
desse tipo de espetáculo, um projeto cenográfico adequado à geralmente presente intensidade emocional que
tais obras apresentam.
“Em 1882, Wagner inaugurou, sob a inspiração da arte total, a Festspielhaus em
Bayreuth com a ópera ‘Parsifal’. O ciclo wagneriano apoiou-se na valorização do texto
de concepção mitológica, realizado sobre o modelo da tragédia grega, e abandonou
o cunho histórico ora utilizado nas concepções líricas da época.” (URSSI, 2006, p. 42)
Richard Wagner (1813-1883) revolucionou a produção de espetáculos, as óperas, inovando na produção de
cenografia, introduzindo a pintura e seus conceitos, correntes e estilos nas suas propostas.
Características nos espetáculos wagnerianos – Richard Wagner, o compositor:
l Uma nova arquitetura teatral, com espectadores diretamente de frente para o palco;
l Plateia em planos em aclive;
l Fosso para orquestra, entre a plateia e o palco;
Adolphe Appia
l Referenciou-se em Wagner;
l Elaborou esboços e maquetes;
l Volumetria e atmosfera dada pela luz elétrica nos espetáculos;
O teatro tipicamente barroco. Estudo e aplicação
das técnicas de perspectiva. Ferdinando Galli da
Bibiena, século XVII.
FONTE: http://www.unav.es/ha/007-TEAT/barrocos-bibiena-familia.htm
Acesso em 05 set. 2016.
FILmE RECOmENDADO:
“Vatel” – Um Banquete
para o Rei (2000).
Direção: Roland Joffé.
Cenografia móvel, perspectivas, painéis
pintados, mobilidade a outros componentes
cenográficos.
mIDíAS INTERATIVAS
míDIAS INTERATIVAS
Ópera e cenografia - Vídeo: Carmen de Bizet, no Metropolitan, Nova Iorque:
https://youtu.be/K2snTkaD64u
49
50
56
“Parsifal”, 1896. Arquitetura cenográfica: Adolphe Appia.
FONTE: http://socks-studio.com/2013/12/13/a-revolution-in-stage-design-drawings-and-
productions-of-adolphe-appia/
Acesso em 05 set. 2016
“Orpheus”, Hellerau, Alemanha (vila de Dresden),
1913. Arquitetura cenográfica de Adolphe Appia.
http://socks-studio.com/2013/12/13/a-revolution-in-stage-design-drawings-and-
productions-of-adolphe-appia/
Acesso em 05 set. 2016
míDIAS INTERATIVAS
Pesquise: Edward Gordon Craig e sua relação profissional com Adolphe Appia.
Vídeo: https://youtu.be/DuuApTeu17E
Veja o vídeo (em inglês): https://vimeo.com/76406586
Cenografia no Século XX
AcenografianoséculoXXcaminhouaoladodosdesenvolvimentostecnológicoseindustriaisdaépoca.Aluzelétrica
e o aprimoramento da indústria permitiram novas configurações espaciais no espaço cênico e o aperfeiçoamento e
melhor contextualização dramática através das composições visuais que utilizariam a luz como base.
Características:
l A indústria e a fotografia (imagem representada, em vez de painéis figurativos)
como referenciais para o planejamento cenográfico;
l Meios de comunicação: informação e propaganda;
l Sociologia e antropologia presentes na cenografia sob a ótica das mutações na
sociedade da época;
l Movimentos artísticos do início do século também presentes nas concepções
cenográficas – painéis e mecanismos que solucionavam movimentações cenográficas
nos espetáculos;
l A luz como definidora dos espaços no palco;
l A perspectiva dá lugar a um “(...) cada vez mais complexo mecanismo de técnicas
cênicas (...)” (URSSI,2006, p.50), que incluía a encenação, pelos atores e a apropriação
do espaço cenográfico;
l Palco giratório, ciclorama, iluminação policromática no espetáculo;
l (...) “Formas de estilo e de jogo teatral seguiram em rápida sucessão dentro
de poucas décadas, sobrepondo-se: naturalismo, simbolismo, expressionismo, teatro
convencional e teatro liberado, tradição e experimentação, drama épico e do absurdo,
teatro mágico e teatro de massa. ” (Berthold, apud URSSI, 2006, p.50)
51 52
57
PESquISE
PESquISE
Termos técnicos específicos utilizados em teatro, cinema e televisão. Exemplo: ciclorama,
coxia, urdimento, dentre outros, importantes para o conhecimento da linguagem técnica
apropriada para as atividades que envolvem planejamento cenográfico.
Pesquisar/assistir – O cinema expressionista – filmes e seus cenógrafos: “Der Golem”,
de Paul Wegener, filme de 1920; ‘O Gabinete do Doutor Caligari’ de Robert Wiene, 1919;
“Metropolis” (1927) e “M – O Vampiro de Dusseldorf”, ambos de Fritz Lang e “Nosferatu”,
de F.W. Murnau (1922).
Cenografia no Século XX
As transformações nos planejamentos cenográficos do século XX acompanharam as transformações da
sociedade e suas expressões artísticas, regidas e orientadas especialmente pelos avanços industriais e a
popularização dos seus produtos.
Basicamente, a cenografia expressionista é um fator de ruptura com o passado. O espaço cênico foi
fortemente influenciado pelas artes. Planejamentos cenográficos de base realista, naturalista e impressionista
não mais eram interessantes, pois buscava-se pelo moderno e contraditório às artes tradicionais.
“O cinema expressionista oferecia para cenógrafos e arquitetos, a oportunidade de
investigar os efeitos psicológicos relacionando elementos como: primeiro e segundo
plano, distâncias e diagonais, ascendências e descendências, horizontes altos e
baixos, iluminação difusa e concentrada, elaborando um vocabulário gráfico, formal e
espacial de alto potencial dramático.” (URSSI, 2006, p. 52)
As artes dramáticas estão relacionadas à cenografia expressionista no que se relaciona a aspectos
comportamentais do ser humano.
Características:
l Ruptura com o passado tradicional de representação cenográfica;
l Edvard Munch e Van Gogh são, com suas obras, referências artísticas para a produção cenográfica;
l Cenografia como “(...) visões sugeridas pela dramaturgia (...)”. (URSSI, 2006,p.51)
l Contrastes entre luz e cor na composição;
l Uso do espaço tridimensional (a altura como elemento a ser complementado pelo projeto cenográfico);
PESQUISE
PESQUISE
58
A cenografia futurista
O espaço cênico construtivista
A cenografia futurista rompe em definitivo com as formas tradicionais do fazer artístico relacionado à cenografia.
Dentre as principais características do movimento estão:
l a introdução dos princípios futuristas nos espetáculos – Manifesto Futurista (1911);
l O teatro sendo “sintético por excelência” (URSSI, 2006, p.52);
l a celebração da máquina e da indústria e seus conceitos mecânicos e técnicos;
l a propaganda utilizada maciçamente para difusão dos espetáculos (panfletos, jornais, exibições e eventos);
l a configuração de uma realidade remodelada, transfigurada para a abstração do concreto.
A Revolução Russa foi a norteadora dos conceitos para a produção de arte e cenografia no seu período.
Principais características:
l Origens durante o período da Revolução Russa;
l “(...) a mobilização política colocou os espetáculos de massa como veículo de criação e atuação coletiva.
Os grandes comícios tornaram-se festivais amadores e populares com coros e canções, tanques e armas.”
(URSSI, 2006; p.53)
l Projeção de imagens, filmes complementando o conjunto cenográfico e a ação;
l União de diversos “personagens” na construção do espaço cênico: além dos cenógrafos, artistas plásticos,
encenadores e arquitetos.
Enrico Prampolini, “Glauco” de E.Morselli, 1924.
FONTE: http://www.centroarte.com/Prampolini%20Enrico.htm
Acesso em 05 set. 2016
Cenografia/teatrofuturista–figurino.EnricoPrampolini,s.d.
FONTE: http://spazioscenico.altervista.org/sceno.html
Acesso em 05 set. 2016
PESquISE
Pesquisar: “O Manifesto dos Autores Dramáticos Futuristas”, 1911.
VISITE TAmBÉm:
https://prezi.com/mwnerwxfupmo/futurismo-no-teatro/ Acesso em 15 set. 2016
Para mais imagens, visite (site em italiano):
http://spazioscenico.altervista.org/sceno.html
“Evoluzioni dello spazio scenico” – Evolução do espaço cênico.
PESQUISE
53 54
59
“The Moscow Art Theatre”,1902. Imagem: Stanislavski Centre/ArenaPal.
FONTE: http://www.bbc.co.uk/education/guides/zxn4mp3/revision/3 Acesso em 15 set. 2016
Cenografia construtivista. Stanislavsky.
FONTE: http://cw.routledge.com/textbooks/stanislavski/9780415436571/pictures.asp
Acesso em 15 set. 2016
Cena de “Le Theatre Alfred Jarry de l’Hostilite
Publique”. Direção de Antonin Artaud, 1927.
FONTE: http://theredlist.com/wiki-2-20-881-1399-880-view-theatre-profile-1920s-1.
html?sharing=114436
Vsevolod Meyerhold. Cenário do espetáculo “The
Down”, 1920. Cenografia por Vladimir Dmitriev. Moscou.
FONTE: http://chewhatyoucallyourpasa.blogspot.com.br/2011/09/revolution-and-theater-
theatrical.html Acesso em 06 set. 2016
55
56
57
58
60
Jerzy Grotowski. “Akropolis”, 1962.
FONTE: http://cuadrivio.net/wp-content/uploads/2012/04/Akropolis-1962.jpg
Acesso em: 06 set. 2016.
Bertold Brecht. Cenografia de John Heartfield, 1951,
para Die Mutter (The Mother). Berlin, Alemanha.
FONTE: http://www.johnheartfield.com/John-Heartfield-Exhibition/john-heartfield-
art/german-theater-history/bertolt-brecht-john-heartfield/brecht-theatre-sets-2
Bertold Brecht. Cenografia para uma cena de
“Mutter Courage und ihre Kinder” (Mother Courage and
Her Children), 1949 no teatro “Das Berliner Ensemble”.
FONTE: https://www.britannica.com/art/dramatic-literature/images-videos/Setting-for-
a-scene-in-Mutter-Courage-und-ihre-Kinder/3747
PESquISE
Eugênio Barba, Peter Brook
e Tadeusz Kantor e suas
produções.
l Teatro da Bauhaus e Oskar
Schlemmer
PESQUISE
Principais características:
Com a criação da fotografia e seu aperfeiçoamento até que chegasse ao cinema, os projetos cenográficos
também foram alterados para atender às novas necessidades e configurações técnicas na montagem dos
espetáculos.
“A fotografia permitiu incorporar a realidade aos cenários cinematográficos, pôde
dispor de lugares naturais, como paisagens e construções reais. O movimento trouxe
a possibilidade de se observar o cenário de diversos ângulos e em seus detalhes”.
(URSSI, 2006,p.58).
Os cenários passaram a ser representados, com o advento da fotografia, de maneira realista, ou aproximada
da realidade. - Georges mèliés: técnicas de enquadramento, câmera em movimento e cenários pintados.
ARQUITETURA CENOGRÁFICA NO CINEMA
História da cenografia no cinema
59
60
61
61
SAIBA mAIS
PESquISE
“História do Cinema mundial” – Org.: Fernando Mascarello, em
http://sesc-se.com.br/cinema/historia+do+cinema+mundial.pdf
“Câmera Cotidiana – Apostila”-
http://www.cameracotidiana.com.br/material_de_apoio?cat=pedag%C3%B3gico
Assista: Serguei Eisenstein – FILME – “O Encouraçado Potemkin”
Aqui: https://youtu.be/3i9FkLOac9s
Atividade: observação e análise das composições cenográficas.
Saul Bass, James Pollac, Robert Freeman – Trabalhos cenográficos e visuais para o cinema
norte-americano nos anos 50.
SAIBA mAIS
No Brasil temos excelentes representantes em produção cenográfica,
dentre eles Cyro del Nero. Biografia e listagem de produção
cenográfica: http://teatropedia.com/wiki/Cyro_Del_Nero
PESQUISE
O surgimento da televisão provocou um maior aperfeiçoamento no planejamento cenográfico devido à
necessidade, em alguns casos, de criar-se ambientações que se aproximassem quase que fielmente à realidade
e, como exemplo, as novelas e teleteatros, basicamente reproduções do mundo real.
Dos painéis de propaganda aos cenários realistas, a televisão caminhou ao lado do desenvolvimento
tecnológico na área de produção de imagens, incluindo aqui os programas de computador, virtualizando o real
e de certa maneira proporcionando ao planejamento cenográfico possibilidades infinitas na área da criação.
A cenografia sempre foi pouco valorizada no meio televisivo, o diretor resolvia
a cena colocando uma tapadeira ao fundo com o logotipo do anunciante. Havia “...
uma inexperiência dos dois lados: a empresarial e a artística (...) uma discrepância
de possibilidades...” Cyro del Nero (apud. Burini, 1996, p.51). As equipes não tinham
um cenógrafo e sim um supervisor de estúdio que era um ‘faz tudo’, misto de
cenógrafo, cenotécnico e contra-regra. Os primeiros cenários eram criados com a
mesma linguagem cênica do Teatro, até a invenção do vídeo-tape, quando foi, aos
poucos, aproximando-se da linguagem cinematográfica. A cenografia transposta do
espaço teatral não apresentou rupturas devido à sua natureza híbrida e metamórfica
como forma de expressão. Os novos experimentos cênicos encontraram expressão
efetiva na televisão. A linguagem cênica adaptou-se aos novos meios sem se
distanciar conceitualmente de seu espaço de origem e adquiriu novas características
como a fragmentação do tempo e do espaço, e contemporaneamente, as infinitas
possibilidades da construção dos cenários digitais (URSSI, 2006,p. 61).
Arquitetura cenográfica na televisão
História da cenografia no cinema
História da cenografia na televisão
62
Cenografia de Cyro del Nero.
FONTE: http://tricotandoarte.blogspot.com.br/2010/08/saudacoes-este-grande-mestre-da.html
Acesso em 06 set. 2016
Cenografia de Cyro del Nero.
FONTE: http://tricotandoarte.blogspot.com.br/2010/08/saudacoes-este-grande-mestre-da.html
Acesso em: 06 set. 2016
A CENOGRAFIA E A TELENOVELA
Nas produções em televisão, especialmente as telenovelas, busca-se por projetos cenográficos que
aproximam a composição da realidade, enquanto que no teatro as nuances e as minúcias dos componentes
cenográficos podem ser menos óbvias, haja vista a existência dos distanciamentos entre a plateia e o palco,
levando-se em conta ainda a ambientação proposta pelo contexto dramático.
OprimeiroteleteatroausaroVTfoiem‘Hamlet’,deWilliamShakespeare,adaptado
e dirigido por Dionísio de Azevedo, na TV Tupi. O teleteatro surge como forma visual e
narrativa que dará origem às telenovelas atuais. O ‘Bem Amado’ foi a primeira novela
a cor e os cenários eram verdadeiras alegorias carnavalescas. A cenografia de novelas
trabalha estereótipos como a casa de pobre, a casa de rico, o bar de periferia, a rua,
a viela, cidade, como um catálogo de estilos pré-determinados (URSSI, 2006, p. 63).
A televisão trabalha diretamente com uma imersão – fictícia- no mundo real, buscando uma aproximação
cenográfica com a realidade, esta, estratificada. Em alguns casos, essa representação cenográfica se mostra
sobrecarregada em alusões à realidade, em outros, trabalhando de maneira sintetizada o mundo real.
62
63
Apostila_Introducao_Historia_da_Arte.pdf
Apostila_Introducao_Historia_da_Arte.pdf
Apostila_Introducao_Historia_da_Arte.pdf
Apostila_Introducao_Historia_da_Arte.pdf
Apostila_Introducao_Historia_da_Arte.pdf
Apostila_Introducao_Historia_da_Arte.pdf
Apostila_Introducao_Historia_da_Arte.pdf

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Apostila_Introducao_Historia_da_Arte.pdf

Ideias para trabalho interdisciplinar - 7º ano.pdf
Ideias para trabalho interdisciplinar - 7º ano.pdfIdeias para trabalho interdisciplinar - 7º ano.pdf
Ideias para trabalho interdisciplinar - 7º ano.pdfCristinaCarvalho717285
 
1°B,C FILOSOFIA GUIA DE APRENDIZAGEM 3°BIMESTRE.docx
1°B,C FILOSOFIA GUIA DE APRENDIZAGEM 3°BIMESTRE.docx1°B,C FILOSOFIA GUIA DE APRENDIZAGEM 3°BIMESTRE.docx
1°B,C FILOSOFIA GUIA DE APRENDIZAGEM 3°BIMESTRE.docxJULIOPAULOSILVADEOLI
 
Fontes de Financimento 1 - Minom Pinho
Fontes de Financimento 1 - Minom PinhoFontes de Financimento 1 - Minom Pinho
Fontes de Financimento 1 - Minom PinhoCultura e Mercado
 
Artes e interdisciplinaridade
Artes e interdisciplinaridadeArtes e interdisciplinaridade
Artes e interdisciplinaridadecrisoliv
 
Guia Prático para o Mapeamento das Indústrias Criativas - British Council
Guia Prático para o Mapeamento das Indústrias Criativas - British CouncilGuia Prático para o Mapeamento das Indústrias Criativas - British Council
Guia Prático para o Mapeamento das Indústrias Criativas - British Councilcultcultura
 
Roteiro Para A EducaçãO ArtíStica
Roteiro Para A EducaçãO ArtíSticaRoteiro Para A EducaçãO ArtíStica
Roteiro Para A EducaçãO ArtíSticaAlfredo Lopes
 
História do Design - Premissas - Hd02
História do Design - Premissas - Hd02História do Design - Premissas - Hd02
História do Design - Premissas - Hd02Valdir Soares
 
Princípios básicos da Museologiaaaaaaaaa
Princípios básicos da MuseologiaaaaaaaaaPrincípios básicos da Museologiaaaaaaaaa
Princípios básicos da MuseologiaaaaaaaaaEdinaldodosSantos8
 
História,arte e criatividade (1) net
História,arte e criatividade (1) netHistória,arte e criatividade (1) net
História,arte e criatividade (1) netJoão Lima
 
Livro Educacao Estetica - Volume 1.pdf
Livro Educacao Estetica - Volume 1.pdfLivro Educacao Estetica - Volume 1.pdf
Livro Educacao Estetica - Volume 1.pdfDirceGrein
 
Unisuam tecnologia e formação humana mar 2016
Unisuam   tecnologia e formação humana mar 2016Unisuam   tecnologia e formação humana mar 2016
Unisuam tecnologia e formação humana mar 2016Ovidio Mota
 
O LIVRO “A ESCALADA DA CIÊNCIA E DA TECNOLOGIA AO LONGO DA HISTÓRIA” DE FERNA...
O LIVRO “A ESCALADA DA CIÊNCIA E DA TECNOLOGIA AO LONGO DA HISTÓRIA” DE FERNA...O LIVRO “A ESCALADA DA CIÊNCIA E DA TECNOLOGIA AO LONGO DA HISTÓRIA” DE FERNA...
O LIVRO “A ESCALADA DA CIÊNCIA E DA TECNOLOGIA AO LONGO DA HISTÓRIA” DE FERNA...Faga1939
 
Educacao_Estetica_-_volume_2_Final.pdf
Educacao_Estetica_-_volume_2_Final.pdfEducacao_Estetica_-_volume_2_Final.pdf
Educacao_Estetica_-_volume_2_Final.pdfDirceGrein
 
Espirito olimpico (em baixa)
Espirito olimpico (em baixa)Espirito olimpico (em baixa)
Espirito olimpico (em baixa)Ricardo Maia
 
Lab.E - Estudo Livre para Art Palacio 2013 - SCREEN Festival
Lab.E - Estudo Livre para Art Palacio 2013 - SCREEN FestivalLab.E - Estudo Livre para Art Palacio 2013 - SCREEN Festival
Lab.E - Estudo Livre para Art Palacio 2013 - SCREEN FestivalDemétrio Portugal .
 
Projeto informática e arte na escola
Projeto informática e arte na escolaProjeto informática e arte na escola
Projeto informática e arte na escolaLucia Nievola
 
Espaco não formal e sua contrib na educ form e contin uma exp bem suc no brasil
Espaco não formal e sua contrib na educ form e contin  uma exp bem suc no brasilEspaco não formal e sua contrib na educ form e contin  uma exp bem suc no brasil
Espaco não formal e sua contrib na educ form e contin uma exp bem suc no brasilJonas Dias de Britto Filho
 
Besse o gosto do mundo exercícios de paisagem
Besse o gosto do mundo exercícios de paisagemBesse o gosto do mundo exercícios de paisagem
Besse o gosto do mundo exercícios de paisagemMyllena Azevedo
 

Semelhante a Apostila_Introducao_Historia_da_Arte.pdf (20)

Ideias para trabalho interdisciplinar - 7º ano.pdf
Ideias para trabalho interdisciplinar - 7º ano.pdfIdeias para trabalho interdisciplinar - 7º ano.pdf
Ideias para trabalho interdisciplinar - 7º ano.pdf
 
Arte tec
Arte tecArte tec
Arte tec
 
1°B,C FILOSOFIA GUIA DE APRENDIZAGEM 3°BIMESTRE.docx
1°B,C FILOSOFIA GUIA DE APRENDIZAGEM 3°BIMESTRE.docx1°B,C FILOSOFIA GUIA DE APRENDIZAGEM 3°BIMESTRE.docx
1°B,C FILOSOFIA GUIA DE APRENDIZAGEM 3°BIMESTRE.docx
 
Fontes de Financimento 1 - Minom Pinho
Fontes de Financimento 1 - Minom PinhoFontes de Financimento 1 - Minom Pinho
Fontes de Financimento 1 - Minom Pinho
 
Escola, Tecnologias e Cultura (2009)
Escola, Tecnologias e Cultura (2009)Escola, Tecnologias e Cultura (2009)
Escola, Tecnologias e Cultura (2009)
 
Artes e interdisciplinaridade
Artes e interdisciplinaridadeArtes e interdisciplinaridade
Artes e interdisciplinaridade
 
Guia Prático para o Mapeamento das Indústrias Criativas - British Council
Guia Prático para o Mapeamento das Indústrias Criativas - British CouncilGuia Prático para o Mapeamento das Indústrias Criativas - British Council
Guia Prático para o Mapeamento das Indústrias Criativas - British Council
 
Roteiro Para A EducaçãO ArtíStica
Roteiro Para A EducaçãO ArtíSticaRoteiro Para A EducaçãO ArtíStica
Roteiro Para A EducaçãO ArtíStica
 
História do Design - Premissas - Hd02
História do Design - Premissas - Hd02História do Design - Premissas - Hd02
História do Design - Premissas - Hd02
 
Princípios básicos da Museologiaaaaaaaaa
Princípios básicos da MuseologiaaaaaaaaaPrincípios básicos da Museologiaaaaaaaaa
Princípios básicos da Museologiaaaaaaaaa
 
História,arte e criatividade (1) net
História,arte e criatividade (1) netHistória,arte e criatividade (1) net
História,arte e criatividade (1) net
 
Livro Educacao Estetica - Volume 1.pdf
Livro Educacao Estetica - Volume 1.pdfLivro Educacao Estetica - Volume 1.pdf
Livro Educacao Estetica - Volume 1.pdf
 
Unisuam tecnologia e formação humana mar 2016
Unisuam   tecnologia e formação humana mar 2016Unisuam   tecnologia e formação humana mar 2016
Unisuam tecnologia e formação humana mar 2016
 
O LIVRO “A ESCALADA DA CIÊNCIA E DA TECNOLOGIA AO LONGO DA HISTÓRIA” DE FERNA...
O LIVRO “A ESCALADA DA CIÊNCIA E DA TECNOLOGIA AO LONGO DA HISTÓRIA” DE FERNA...O LIVRO “A ESCALADA DA CIÊNCIA E DA TECNOLOGIA AO LONGO DA HISTÓRIA” DE FERNA...
O LIVRO “A ESCALADA DA CIÊNCIA E DA TECNOLOGIA AO LONGO DA HISTÓRIA” DE FERNA...
 
Educacao_Estetica_-_volume_2_Final.pdf
Educacao_Estetica_-_volume_2_Final.pdfEducacao_Estetica_-_volume_2_Final.pdf
Educacao_Estetica_-_volume_2_Final.pdf
 
Espirito olimpico (em baixa)
Espirito olimpico (em baixa)Espirito olimpico (em baixa)
Espirito olimpico (em baixa)
 
Lab.E - Estudo Livre para Art Palacio 2013 - SCREEN Festival
Lab.E - Estudo Livre para Art Palacio 2013 - SCREEN FestivalLab.E - Estudo Livre para Art Palacio 2013 - SCREEN Festival
Lab.E - Estudo Livre para Art Palacio 2013 - SCREEN Festival
 
Projeto informática e arte na escola
Projeto informática e arte na escolaProjeto informática e arte na escola
Projeto informática e arte na escola
 
Espaco não formal e sua contrib na educ form e contin uma exp bem suc no brasil
Espaco não formal e sua contrib na educ form e contin  uma exp bem suc no brasilEspaco não formal e sua contrib na educ form e contin  uma exp bem suc no brasil
Espaco não formal e sua contrib na educ form e contin uma exp bem suc no brasil
 
Besse o gosto do mundo exercícios de paisagem
Besse o gosto do mundo exercícios de paisagemBesse o gosto do mundo exercícios de paisagem
Besse o gosto do mundo exercícios de paisagem
 

Último

Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasRosalina Simão Nunes
 
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisas
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisasNova BNCC Atualizada para novas pesquisas
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisasraveccavp
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavrasMary Alvarenga
 
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxD9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxRonys4
 
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptxthaisamaral9365923
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividadeMary Alvarenga
 
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila RibeiroLivro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila RibeiroMarcele Ravasio
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptxAULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptxLaurindo6
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMVanessaCavalcante37
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptMaiteFerreira4
 
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfRedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfAlissonMiranda22
 
[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx
[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx
[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptxLinoReisLino
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresLilianPiola
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduraAdryan Luiz
 

Último (20)

Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
 
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisas
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisasNova BNCC Atualizada para novas pesquisas
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisas
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavras
 
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxD9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
 
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
 
Bullying, sai pra lá
Bullying,  sai pra láBullying,  sai pra lá
Bullying, sai pra lá
 
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULACINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
 
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila RibeiroLivro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
 
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptxAULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
 
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
 
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
 
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfRedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
 
[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx
[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx
[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditadura
 

Apostila_Introducao_Historia_da_Arte.pdf

  • 1. Instituto Tecnológico do Estado de Goiás Introdução à História da Arte
  • 2.
  • 3. Introdução a História da Arte Instituto Tecnológico do Estado de Goiás
  • 4. Governador do Estado de Goiás Marconi Ferreira Perillo Júnior Secretário de Desenvolvimento Econômico, Científico e Tecnológico e de Agricultura, Pecuária e Irrigação Thiago Mello Peixoto da Silveira Superintendente Executivo de Ciência e Tecnologia Thiago Camargo Lopes Chefe de Gabinete de Gestão de Capacitação e Formação Tecnológica Soraia Paranhos Netto Coordenação Pedagógica do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego José Teodoro Coelho Equipe de Elaboração Organização José Teodoro Coelho Supervisão Pedagógica e EaD Denise Cristina de Oliveira Maria Dorcila Alencastro Santana Professor Conteudista Luis Guilherme Barbosa dos Santos Projeto Gráfico André Belém Parreira Designer Maykell Mendes Guimarães Revisão da Língua Portuguesa Cícero Manzan Corsi Banco de Imagens www.pixabay.com/ www.commons.wikimedia.org/ www.flickr.com/
  • 5. 5 Lista de Ícones FIquE ATENTO A exclamação marca tudo aquilo a que você deve estar atento. São assuntos que causam dúvida, por isso exigem atenção redobrada. PESquISE Aqui você encontrará links e outras sugestões para que você possa conhecer mais sobre o que está sendo estudado. Aproveite! CONTEÚDO INTERATIVO Este ícone indica funções interativas, como hiperlinks e páginas com hipertexto. DICAS Este baú é a indicação de onde você pode achar informações importantes na construção e no aprofundamento do seu conhecimento. Aproveite, destaque, memorize e utilize essas dicas para facilitar os seus estudos e a sua vida. VAmOS REFLETIR Este quebra-cabeças indica o momento em que você pode e deve exercitar todo seu potencial. Neste espaço, você encontrará reflexões e desafios que tornarão ainda mais estimulante o seu processo de aprendizagem. VAmOS RELEmBRAR Esta folha do bloquinho autoadesivo marca aquilo que devemos lembrar e faz uma recapitulação dos assuntos mais importantes. míDIAS INTEGRADAS Aqui você encontra dicas para enriquecer os seus conhecimentos na área, por meio de vídeos, filmes, podcasts e outras referências externas. VOCABuLáRIO O dicionário sempre nos ajuda a compreender melhor o significado das palavras, mas aqui resolvemos dar uma forcinha para você e trouxemos, para dentro da apostila, as definições mais importantes na construção do seu conhecimento. ATIVIDADES DE APRENDIzAGEm Este é o momento de praticar seus conhecimentos. Responda as atividades e finalize seus estudos. SAIBA mAIS Aqui você encontrará informações interessantes e curiosidades. Conhecimento nunca é demais, não é mesmo? HIPERLINKS As palavras grifadas em amarelo levam você a referências externas, como forma de aprofundar um tópico. Hiperlinks de texto PESQUISE
  • 6. 6 Sumário Lista de ícones 5 Sumário 6 Apresentação 7 Introdução à História da Arte. 8 Teatro, Cinema e Televisão - 45h 8 Introdução 9 Aspectos gerais da arte no mundo, na américa do sul e no Brasil. 11 O quE É ARTE? 11 Quem faz arte? 11 Por que o mundo necessita de Arte? 12 A EVOLuÇÃO DA ARTE 12 Cronologia da Arte 13 PRÉ-HISTÓRIA 13 Antiguidade Egípcia 15 Antiguidade Grega 19 Arte Romana 23 Arte Bizantina 25 Arte Islâmica 26 IDADE mÉDIA 28 Renascimento 30 maneirismo 32 Barroco 33 Rococó 36 Neoclássico 37 Romântica 38 Barroco 40 Expressionismo 40 Cubismo 41 Cubismo 42 Construtivismo ou Abstracionismo Geométrico 42 Construtivismo 43 Construtivismo 43 Dadaísmo 44 OP ART 44 POP ART 44 Futurismo 45 ARTE NAÏF 45 Arquitetura Cenográfica 47
  • 7. 7 Apresentação Empreendedorismo, inovação, iniciativa, criatividade e habilidade para trabalhar em equipe são alguns dos requisitos imprescindíveis para o profissional que busca se sobressair no setor produtivo. Sendo assim, destaca-se o profissional que busca conhecimentos teóricos, desenvolve experiências práticas e assume comportamento ético para desempenhar bem suas funções. Nesse contexto, os Cursos Técnicos oferecidos pela Secretaria de Desenvolvimento de Goiás (SED), em parceria com o Governo Federal, por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), visam garantir o desenvolvimento dessas competências. Com o propósito de suprir demandas do mercado de trabalho em qualificação profissional, os cursos ministrados pelos Institutos Tecnológicos do Estado de Goiás, que compõem a REDE ITEGO, abrangem os seguintes eixos tecnológicos, nasmodalidadesEaDepresencial:SaúdeeEstética,DesenvolvimentoEducacional e Social, Gestão e Negócios, Informação e Comunicação, Infraestrutura, Produção Alimentícia, Produção Artística e Cultural e Design, Produção Industrial, Recursos Naturais, Segurança, Turismo, Hospitalidade e Lazer, incluindo as ações de Desenvolvimento e Inovação Tecnológica (DIT), transferência de tecnologia e promoção do empreendedorismo. Espera-se que este material cumpra o papel para o qual foi concebido: o de servir como instrumento facilitador do seu processo de aprendizagem, apoiando e estimulando o raciocínio e o interesse pela aquisição de conhecimentos, ferramentasessenciaisparadesenvolversuacapacidadedeaprenderaaprender. Bom curso a todos! SED – Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Científico e Tecnológico e de Agricultura, Pecuária e Irrigação
  • 8. 8 Artes Visuais Introdução à História da Arte. Teatro, Cinema e Televisão - 45h Objetivos l Conhecer o conceito de Arte. l Observar e compreender a evolução da Arte e suas classificações. l Analisar o percurso da Arte e seu panorama na atualidade. l Estudar o processo percorrido pela Arte no desenvolvimento da humanidade. l Diferenciar as fases artísticas e suas produções. l Compreender os fatores relevantes no processo de construção de identidades artísticas. l Observar as variantes em configurações espaciais cenográficas determinadas e condicionadas por ou- tras áreas artísticas. l Articular a movimentação do artista no espaço cenográfico. l Conhecer as formas de expressão artística cenográfica no teatro, no cinema, na televisão, circo, desfiles de moda, vitrines e as cenografias urbanas. l Compreender o processo de dimensionamento da produção cenográfica; escalas e proporções: suas variantes artísticas e técnicas. EmENTA: Conceituação da Arte e prin- cipais correntes artísticas: Imagem, Arte e História. Compreensão da arquitetura teatral, suas configurações e seus compo- nentes. Estudo, pesquisa e organização de informações relacionadas à Arte, análise e produção de argumento. Observação analítica da história visual a da produção mundial e brasileira na televisão. Estudo de produção cenográfica no cinema, espaços públicos abertos e teatro. Estudo e análise da diversidade de interpretações artísticas nos períodos históricos mundiais. Imagem da página 307 do jornal Die Gartenlaube de 1876. https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Die_Gartenlaube_(1876)_b_307.jpg 1
  • 9. 9 Como definir o espaço no qual ocorrerá o espetá- culo? Como fundamentar suas ideias e materializá-las de acordo com o que foi imaginado para o espetáculo no sentido da técnica e da sua visão artística? Como justificar seus “propósitos cenográficos”, do momento da concepção à materialização da ideia? Dúvidas que a técnica, a estruturação do pensamento, a racionaliza- ção de propostas e o processamento técnico da criati- vidade respondem. Diante dos fatos históricos e artísticos que com- põem, conjuntamente, a trajetória da humanidade, po- demos crer nas máximas cujo foco de reflexão é a ex- periência constituída por fases de intensidade criativa e pelo relativo torpor tecnológico. Nessa “vanguarda”, de estagnação artística fomentada pela comodidade da sedimentação – temporária – de conceitos e ações ar- tísticas, nas quais as capacidades criativas, estancadas ou estimuladas, propuseram tudo e permitiram-se a tudo testar e produzir. Tomemos essa cronologia e compreendamos de que forma cada uma das mais importantes etapas pesam sobre essa modernidade, na racionalização de concepções artísticas – revisões e interpretações, durante a produção concreta da arte, em todas as searas pelas quais caminha. É essencial compreender essa trajetória na ordem dos acontecimentos. Perceber como, na força de cada uma delas, as maravilhas em que se configuraram as suas transfigurações. Como visto, em cada um dos mo- mentos, tanto nos seus aparecimentos como no auge deles, oferece-se a surpresa do novo, através da valori- zação do antigo, ou da sua negação, do que é livre e do que é hermético. O mundo das ideias pode ser construído na existência real, seguindo-se alguns conceitos, técnicas e a pers- pectiva possíveis, visualizando o que será produzido. “O espaço é descrito pela sua dinâmica – geome- tria e características” (HOWARD, 2015, p. 27). Segundo a autora, podemos transfigurar e configurar o espaço cenográfico, revelando o dinamismo a que o espaço dramático se permite. Ele é construído e apresentado fisicamente ao espectador, observando a sua geome- tria tridimensional – altura, largura e comprimento, ou seja, a forma básica da caixa cênica. Os componentes cenográficos interagem – no mí- nimo devem interagir - com o contexto formado pela união entre luz e sombra, claro e escuro, cheios e vazios, a volumetria, os contrastes, o equilíbrio ou o dese- quilíbrio propositado e todos os elementos conceituais que compõem a unidade, sincrônica e harmônica, que se pretende mostrar em cena. Para entender a peça, compreender o drama e “povoar” o espaço, conheçamos, portanto, um pouco da história da humanidade na sua expressão. Vamos basear essa história em passagens e conceitos explorados ou ainda desconhecidos. Conceituaremos cada elemento que deslocarmos das ideias para a materialidade na cai- xa cênica, entendendo-a como possível referencial do teatro grego, teatro elisabetano, teatro romano, a arena, Introdução Mulher no espelho. Pablo Picasso, 1932. king lear west yorkshire playhouse http://www.kersaber.com/wp-content/uploads/2012/02/Obras-de-Pablo-Picasso-Mulher-no- espelho-e1328469126758.jpg http://www.kersaber.com/wp-content/uploads/2012/02/Obras-de-Pablo-Picasso-Mulher-no- espelho-e1328469126758.jpg 2 3
  • 10. 10 a praça, as ruas, o edifício urbano e o nosso entorno imediato. Devemos imaginar que somos ato- res perante o grande espetáculo ce- nográfico que são o drama tradicional shakespeariano e a nossa participa- ção na teatralidade urbana. Howard (2015) desvenda, por as- sim dizer, o “mistério” da composição técnica proporcional, a escala, o pré- dimensionamento como crucial, a utilização da horizontalidade e da ver- ticalidade que o espaço cenográfico nos permite usar. Oferece-nos como premissa, tão fundamental quanto o desenho da atuação, o planejamento técnico que se configurará como a ar- quitetura do espetáculo. O espaço pode ser a configuração física da metáfora que desejamos expor. A necessidade está ligada aos fatores técnicos condicionantes e de- terminantes frente à sua configura- ção definitiva. Manipular com habilidade o real para inseri-lo no universo do drama não é tarefa qualquer. Não existe na- tureza simplória ou simplista, espe- cialmente na esfera da técnica que, se não observada, nos permite padecer na presença de “advertências” seve- ras, de acordo com ambientação do drama. A poética das palavras pode ser transformada em uma poética mate- rial, apresentada ao espectador e à sua crítica. Essa poética calca-se na justificação que devemos buscar atra- vés do conhecimento básico, elementar, da historiografia das artes na humanidade. Esse conhecimento básico reforça que devemos considerar como ponto de partida, ou o partido artístico e técnico para nossa representação cenográfica individual, conjunta, com a força da sua identidade humana, artística e técnica que desejamos imprimir ao nosso produto final. Naves (apud Argan, 2008), prefaciando Argan, alça-nos ao universo das interpretações das artes, confiando- nos as tarefas nada fáceis de interpretarmos as produções artísticas de maneira equilibrada entre a razão e a emoção. Desenvolvamos a crítica, porém, desvinculados da ótica da “inocência” pela descoberta das possibi- lidades infinitas da arte e das singularidades e especificidades do conhecimento hermético ou puramente bi- bliográfico e essencialmente acadêmico. O universo das experiências empíricas e técnicas nos orienta à análise crítica. Trata-se de um importante fundamento para a racionalização de argumentos. 4
  • 11. 11 Aspectos gerais da arte no mundo, na América do Sul e no Brasil. Aula 1 O QUE É ARTE? Objetivos Conhecer o conceito de Arte. Observar e compreender a evolução da Arte e suas classificações. Entender o percurso da Arte e seu panorama na atualidade. Quem faz arte? Observemos o seguinte conceito de arte, buscando perceber a importância dele para nossa compreensão artística e sua relação com a Cenografia. Podemos dizer que arte é: Arnheim (1980) nos orienta a compreender a expressão das artes como “percepção artística e estética”, também, em contraponto à percepção meramente funcional dos objetos. A arte poderá equilibrar criação livre e técnica, apresentando-se fundamentada tanto em uma quanto em outra área do pensamento humano. Ela equilibra razão e emoção. “Medida por medida: representando no espaço” (HOWARD, 2015, p.20). Criação humana com valores estéticos (beleza, equilíbrio, harmonia, revolta) que sintetizam as suas emoções, sua história, seus sentimentos e a sua cultura. É um conjunto de procedimentos utilizados para realizar obras, e no qual aplicamos nossos conhecimentos. Apresenta-se sob variadas formas como: a plástica, a música, a escultura, o cinema, o teatro, a dança, a arquitetura etc. Pode ser vista ou percebida pelo homem de três maneiras: visualizadas, ouvidas ou mistas (audiovisuais). Hoje, alguns tipos de arte permitem que o apreciador participe da obra. O artista precisa da arte e da técnica para comunicar-se. (AZEVEDO, 2012, p.2) O homem criou objetos para satisfazer as suas necessidades práticas, inicialmente, como as ferramentas para cavar a terra e os utensílios de cozinha. Outros objetos são criados por serem interessantes ou possuírem um caráter instrutivo (AZEVEDO, 2012, p.2).
  • 12. 12 http://pt.slideshare.net/abaj/as-artes-na-atualidade Para conhecer mais sobre o Panorama atual da arte, visite o link: REFLEXÕES – Argan e Gombrich e a teoria da arte. Mais que como elementos do uso diário, cotidiano, o homem passaria a representar seus desejos, sua imaginação e as representações que imaginava a respeito da sua rotina, transformando artisticamente o que lhe era apenas útil como ferramenta. Porque fazemos arte e para que a usamos é aquilo que chamamos de função da arte que pode ser: l feita para decorar o mundo l para espelhar o nosso mundo (naturalista) l para ajudar no dia a dia (utilitária) l para explicar e descrever a história l para ser usada na cura de doenças l para ajudar a explorar o mundo (AZEVEDO, 2012). O ser humano desenvolveu as suas representações e expressões artísticas, inicialmente, para transmitir os acontecimentos do seu cotidiano. Com o desenvolvimento das técnicas de expressão gráfica, passou-se a materializar o seu pensamento no interesse do resgate da memória e na preservação de hábitos e costumes, representados de acordo com suas vontades, desejos e diversos fatores relacionados às sociedades e suas normativas e tradições. A arte avançou no mundo através: l da arqueologia: através de descobertas, pesquisas, artigos e relatos produzidos; da fotografia, a partir dos anos 1890, com seus registros; do rádio e da televisão, em 1895 e 1926, respectivamente; pela imprensa, criada por Gutenberg por volta de 1450, iniciando a expansão da Arte através de impressos, alcançando a maior parte das pessoas e difundindo a arte e suas variações e estilos. l Avança, na atualidade, através da difusão das produções artísticas pela Internet. Por que o mundo necessita de Arte? A EVOLUÇÃO DA ARTE míDIAS INTEGRADAS PESquISE PESQUISE
  • 13. 13 https://youtu.be/uKu2VzjsoBE Assista ao vídeo!! Ele ajudará você a compreender melhor esse momento da História da arte. Durante a pré-história, o homem representava o seu cotidiano: suas atividades diárias, dentre elas a caça e suas novas descobertas. Ele retratava seu cotidiano em rochas expostas e em cavernas, utilizando pigmentos naturais extraídos de plantas e de formações geológicas que acreditava produzir cor semelhante à situação real. A divisão da Pré-história: As simbologias recorrentes eram de animais, vivos ou mortos durante a caça e vegetação. O homem expressava suas ideias, estabelecendo ligações também com a liderança, o poder e a territorialidade. Observemos como esse período foi constituído, visando compreender melhor seu papel na construção da História da Arte: l ”aproximadamente 5.000.000 a 25.000 a.C.; l primeiros hominídeos; l caça e coleta; l controle do fogo; l instrumentos de pedra e pedra lascada, madeira e ossos: facas, machados” (AZEVEDO, 2012). Esse período não foi registrado por nenhum documento escrito, pois é exatamente a época anterior à escrita. Tudo o que sabemos dos homens que viveram nesse tempo é o resultado da pesquisa de antropólogos, historiadores e dos estudos da moderna ciência arqueológica, que reconstituíram a cultura do homem (AZEVEDO, 2012, p. 10). míDIAS INTEGRADAS Cronologia da Arte Aula 2 Objetivos: l Entender os caminhos da arte no desenvolvimento da humanidade. l Diferenciar as fases artísticas e suas produções. l Compreender os fatores relevantes no processo de construção de identidades artísticas individuais e coletivas. PRÉ-HISTÓRIA
  • 14. 14 Paleolítico Superior Neolítico Os artistas do Paleolítico Superior realizaram também trabalhos em escultura. Mas, tanto na pintura quanto na escultura, nota-se a ausência de figuras masculinas. Predominam figuras femininas, com a cabeça surgindo como prolongamento do pescoço, seios volumosos, ventre saltado e grandes nádegas. Destaca-se: Vênus de Willendorf (AZEVEDO, 2012, p. 10). Neste momento, o homem começa a especializar os seus meios de expressão artística, testando e se afirmando em novas tecnologias para a representação gráfica dos seus hábitos rotineiros e conquistas. Desenvolve e estabelece: l ”instrumentos de marfim, ossos, madeira e pedra: machado, arco e flecha, lançador de dardos, anzol e linha; l desenvolvimento da pintura e da escultura”. Os artistas do Paleolítico Superior realizaram também trabalhos em escultura. Mas, tanto na pintura quanto na escultura, nota-se a ausência de figuras masculinas. Predominam figuras femininas, com a cabeça surgindo como prolongamento do pescoço, seios volumosos, ventre saltado e grandes nádegas. Destaca-se: Vênus de Willendorf (AZEVEDO, 2012, p. 10). O homem, então, fixa-se em locais mais convenientes para a sua sobrevivência. Deixa o nomadismo e começa a produzir alimentos e desenvolver técnicas e tecnologias que fortaleçam sua permanência nos locais que escolheu. “Vênus de Willendorf” https://en.wikipedia.org/wiki/Venus_of_Willendorf 5 Vídeo: https://youtu.be/uKu2VzjsoBE Assista ao seguinte vídeo para complementar seus estudos: A Origem do Homem (Dublado) 3 míDIAS INTEGRADAS l Instrumentos de pedra polida, enxada e tear; l início do cultivo dos campos; l artesanato: cerâmica e tecidos; l construção de pedra; e l primeiros arquitetos do mundo (AZEVEDO, 2012). O“artista”doperíodoneolíticoproduziudesenhos,pinturasecerâmica.
  • 15. 15 Idade dos Metais No universo egípcio, os fatores determinantes na expressão artística eram a religiosidade e a estratificação social: reis, escravos e população em geral, representados conforme sua posição na sociedade, função e demais atividades cotidianas. A religião invadiu toda a vida egípcia, interpretando o universo, justificando sua organização social e política, determinando o papel de cada classe social e, consequentemente, orientando toda a produção artística desse povo (AZEVEDO, 2012, p. 12). Foram erguidas estruturas gigantescas, como os palácios, templos e tumbas. Nelas, sobre a rocha cortada, em cerâmicas, metais e papiros, a arte egípcia estava representada. O fundamento ideológico da arte egípcia é a glorificação dos deuses e do rei defunto divinizado, para o qual se erguiam templos funerários e túmulos grandiosos (AZEVEDO, 2012, p. 12). Percebemos que a arte egípcia estava completamente ligada à glorificação dos deuses e à figura do Rei, que também era considerado divino. Na Idade dos Metais, surgiram: l a metalurgia; l as cidades; l a roda; l a escrita; l o arado. Definitivamente, então, o homem se fixou e, nesses locais, começou a construir a sua história e representá-la. 6 Antiguidade Egípcia
  • 16. 16 Pirâmides, templos, pintura, hieróglifos, escultura, ouriversaria e joalheria. Cerimônia da “abertura da boca” https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/c1/Opening_of_the_mouth_ceremony.jpg Arquitetura: palácios, templos e necrópoles 7 8
  • 17. 17 No universo egípcio, os fatores determinantes na expressão artística eram a religiosidade e a estratificação social: reis, escravos e população em geral, representados conforme sua posição na sociedade, função e demais atividades cotidianas. A religião invadiu toda a vida egípcia, interpretando o universo, justificando sua organização social e política, determinando o papel de cada classe social e, consequentemente, orientando toda a produção artística desse povo (AZEVEDO, 2012, p. 12). Foram erguidas estruturas gigantescas, como os palácios, templos e tumbas. Nelas, sobre a rocha cortada, em cerâmicas, metais e papiros, a arte egípcia estava representada. O fundamento ideológico da arte egípcia é a glorificação dos deuses e do rei defunto divinizado, para o qual se erguiam templos funerários e túmulos grandiosos.” (AZEVEDO, 2012, p. 12). Percebemos que a arte egípcia estava completamente ligada à glorificação dos deuses e à figura do Rei, que também era considerado divino. A pintura egípcia foi caracterizada por uma relativa complexidade nas representações (apesar de técnicas ainda primitivas), bem como na sua temática variada, porém limitada, observando-se estar restrita ao cotidiano dos reis, em sua maioria. Características l Bidimensional, com ausência de perspectiva. l Cor “chapada”, sem degradês. l Lei da frontalidade: corpo em vista frontal e cabeça, pernas e pés em perfil. Os egípcios desenvolveram três formas de escrita: l Hieróglifos- escrita sagrada; l Hierática- escrita simplificada, utilizada pelos nobres e sacerdotes; l Demótica- escrita popular, cotidiana. Pintura A Arte egípcia 9 10
  • 18. 18 Hieróglifos: foi decifrada por Champollion, que descobriu o seu significado em 1822, ela se deu na Pedra de Roseta que foi encontrada na cidade do mesmo nome no Delta do Nilo (AZEVEDO, 2012, p. 13). A Rosetta Stone é uma pedra estela, encontrada em 1799, se inscreveu com um decreto emitido em Memphis, Egito, em 196 aC, em nome do rei Ptolomeu V. O decreto aparece em três roteiros:. O texto superior é egípcios antigos hieróglifos, a porção média egípcio antigo, e a menor é grego antigo . A pedra apresenta essencialmente o mesmo texto em todos os três linguas (com algumas pequenas diferenças entre eles) e assim por fornecidas a chave para a compreensão moderna dos hieróglifos egípcios. https://en.wikipedia.org/wiki/Rosetta_Stone Pedra da Roseta https://youtu.be/uLai0ElgzF0 Para complementar seu estudo, assista ao seguinte vídeo: míDIAS INTEGRADAS 11
  • 19. 19 pixabay.com/pt pixabay.com/pt Hércules. Estatuária grega. Grécia. Arte grega expressiva nas construções dos templos e de outros edifícios. Antiguidade Grega A arte grega esteve bastante ligada às representações das crenças, em forma de estátuas, em homenagens aos deuses e deusas e na construção de templos para adoração desses deuses. Enquanto a arte egípcia é uma arte ligada ao espírito, a arte grega liga-se à inteligência, pois os seus reis não eram deuses, mas seres inteligentes e justos que se dedicavam ao bem-estar do povo (AZEVEDO, 2012, p. 12). A racionalidade nas relações gregas com a arte permitiu a produção de exemplos importantes nas artes figurativas: a representação realista do ser humano nas esculturas e cenas cotidianas, calcada: no ritmo, o equilíbrio, a harmonia ideal. (...) tem como características: l o racionalismo; l amor pela beleza; l interesse pelo homem, essa pequena criatura que é “a medida de todas as coisas; e l a democracia (AZEVEDO, 2012, p. 12). Arte e arquitetura: 12 13
  • 20. 20 A arquitetura grega se destaca pela construção racionalmente planejada, considerando técnicas e perspectiva, função e estética. Destacam-se também os tipos de coluna e seus teatros l Ordem Dórica - era simples e maciça. O fuste da coluna era monolítico e grosso. O capitel era uma almofada de pedra. Sendo a mais antiga das ordens arquitetônicas gregas, a ordem dórica, por sua simplicidade e severidade, empresta uma ideia de solidez e imponência. l Ordem Jônica - representava a graça e o feminino. A coluna apresentava fuste mais delgado e não se firmava diretamente sobre o estilóbata, mas sobre uma base decorada. O capitel era formado por duas espirais unidas por duas curvas. A ordem dórica traduz a forma do homem e a ordem jônica traduz a forma da mulher. l Ordem Coríntia - o capitel era formado com folhas de acanto e quatro espirais simétricas, muito usado no lugar do capitel jônico, de um modo a variar e enriquecer aquela ordem. Sugere luxo e ostentação (AZEVEDO, 2012, p. 12). Arquitetura https://youtu.be/9OiiOuyiGLm Para complementar seus estudos sobre Arte Grega, assista ao seguinte vídeo: míDIAS INTEGRADAS http://www.estilosarquitetonicos.com.br/arquitetura-classica.php Colunas gregas e a identificação de estilos e detalhes.
  • 21. 21 Principais construções gregas: Templos, teatros, ginásios e praça. Os teatros eram construídos em lugares abertos, divididos em três partes: -Skéne: cena; -Konistra: orquestra; -Kóilon: ou arquibancada. A arte grega era bastante especializada. Representava-se praticamente: a vida comum, rotineira, as guerras e os esportes, a religião e a Mitologia. l A pintura grega aparece na arte cerâmica. l Os vasos pintados serviam aos rituais religiosos e ao armazenamento de água, vinho, azeite, provisões. l A forma correspondia a sua função. l As pinturas dos vasos representavam pessoas em suas atividades diárias e cenas da Mitologia Grega (AZEVEDO, 2012) . Pintura https://pixabay.com/pt/teatro-antigos-monumento-hist%C3%B3ria-1345934/ O teatro grego. 14
  • 22. 22 http://4.bp.blogspot.com/-y6DP3xPxHhE/TmAYIn3k6vI/AAAAAAAAA90/OKQOTGg1eYo/s640/ceramicagrega.jpg Tipologia de vasilhames gregos. Pintura. Ânfora, cratera e hidra. Na escultura, os gregos foram grandes artistas. Representaram à luz da racionalidade os seus principais personagens, sejam eles comuns ou os deuses que reverenciavam. Características: l Esculturas de formas humanas, inicialmente, no Período Clássico, em bronze, depois em mármore pela sua resistência maior; l busca pela perfeição na estatuária; l antropomorfismo absoluto e movimento (AZEVEDO, 2012). Os seres mitológicos foram muito representados na arte escultórica grega. Alguns deuses: l Zeus: senhor dos céus; l Afrodite: deusa do amor; l Apolo: deus das artes e da beleza; l Poseidon: deus das águas; entre outros. l Olimpíadas: Realizavam-se em Olímpia, cada quatro anos, em honra a Zeus. Os primeiros jogos começaram em 776 a.C. As festas olímpicas serviam de base para marcar o tempo. l Teatro: Foi criada a comédia e a tragédia. Entre as mais famosas: Édipo Rei de Sófocles. l música: Significa a arte das musas, entre os gregos a lira era o instrumento nacional (AZEVEDO, 2012, p.13). Escultura Mitologia míDIAS INTEGRADAS Visite: Glossário de termos do teatro grego (em inglês): http://www.currituck.k12.nc.us/cms/lib4/NC01001303/Centricity/ Domain/121/Greek_Theatre_Terms.pdf 15 16
  • 23. 23 http://4.bp.blogspot.com/-y6DP3xPxHhE/TmAYIn3k6vI/AAAAAAAAA90/OKQOTGg1eYo/s640/ceramicagrega.jpg Tipologia de vasilhames gregos. Pintura. Ânfora, cratera e hidra. As artes romanas se destacaram pela reprodução escultórica dos seus líderes, as autoridades máximas, pelos deuses que veneravam e pelas construções de palácios e templos. Divisão da arte romana: l República, antes de 27 a.C. l Império, do ano 27 a.C. em diante (AZEVEDO, 2012). Influências nas artes romanas: a da arte etrusca popular e voltada para a expressão da realidade vivida, e adagreco-helenística,orientadaparaaexpressãodeumidealdebeleza(AZEVEDO, 2012). míDIAS INTEGRADAS Pesquise: Imagens das artes romanas na pintura, na Arte e Arquitetura Romana: https://youtu.be/FxYL9D5dgvm Imagens das artes romanas na pintura, na Arte e Arquitetura Romana PESquISE PESQUISE Arte Romana 17
  • 24. 24 Imagens de templos, basílica, termas, anfiteatro, arcos do triunfo, residências. PESquISE PESQUISE Havia diversas representações artísticas na Roma republicana e na Roma imperial. As construções eram de cinco tipologias, de acordo com a função as quais se destinavam: Templos, para cultos; Basílica, para comércio e atividades cívicas; Termas, com ginásio, piscinas e jardins, que eram os centros de socialização dos romanos; Lazer: circo, teatro e anfiteatro; Monumentos decorativos, como os arcos do triunfo; Moradias (AZEVEDO, 2012). Arquitetura https://c1.staticflickr.com/3/2928/14581349920_883bc97c38_b.jpg 18 19
  • 25. 25 Na pintura, a Arte Romana se destacou pela aplicação de cores. O Mosaico e as pinturas internas (AZEVEDO, 2012). Na escultura, os artistas romanos buscavam o realismo, procurando representar com fidelidade a sua rotina e a configuração física imaginada para seus mitos. Os romanos eram grandes admiradores da arte grega, mas por temperamento, eram muito diferentes dos gregos. Por serem realistas e práticos, suas esculturas são uma representação fiel das pessoas e não a de um ideal de beleza humana, como fizeram os gregos (AZEVEDO, 2012, p. 18). A representação realística na escultura é marcante nesse período. O artista retratava fielmente a figura humana, bem como as representações que imaginava para as figuras dos deuses. A Arte Bizantina está profundamente enraizada nas crenças do cristianismo, seu crescimento e construção dos templos cristãos. (...) mosaicos romanos; são confeccionados com técnicas diferentes e seguem convenções que regem inclusive os afrescos. Neles, por exemplo, as pessoas são representadas de frente e verticalizadas para criar certa espiritualidade; a perspectiva e o volume são ignorados e o dourado é demasiadamente utilizado devido à associação com o maior bem existente na terra: o ouro”. (AZEVEDO, 2012, p. 22). Existem ainda outros aspectos importantes que devem ser ressaltados: - Constantino transfere a capital do Império para Bizâncio (cidade grega), que posteriormente passa a ter nome de Constantinopla; - Devido à sua localização, a arte bizantina sofreu influências de Roma, da Grécia e do Oriente; - A arte bizantina está orientada pela religião; Pintura Escultura imagens de esculturas romanas. PESquISE PESQUISE míDIAS INTEGRADAS Arte Bizantina: https://youtu.be/e043VbwGdeI “A Imperatriz Teodora e sua Corte” – Pintura, “Igreja de Santa Sofia”, “Igreja de Santo Apolinário Novo”, “Mosaico da Igreja de Santo Apolinário Novo” são as melhores e mais interessantes representações dessas linhas artísticas. PESquISE PESQUISE Arte Bizantina 20
  • 26. 26 A Arte Islâmica apresenta as mais variadas áreas de representação e expressão artística, envolvendo a cultura material e imaterial, como: l literatura l música l dança l teatro l artes visuais Mesquita islâmica de Shah localizada em Isfahan, Irã. Ricos detalhes na decoração: arcos, pórticos, janelas e decoração das paredes com arabescos. A arquitetura islâmica é representada em sua maior parte pelas mesquitas construídas. Dado o seu grau de complexidade arquitetônica, seus projetos eram confiados aos geômetras. Arquitetura https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/9c/Imam_Mosque_by_Amir.jpg míDIAS INTEGRADAS Assista ao seguinte vídeo, visando complementar seus conhecimentos sobre Arte Islâmica: https://youtu.be/_mOqyq0q8zk Arte Islâmica 21 22
  • 27. 27 Tapetes Pintura “O geômetra era tão importante quanto o arquiteto. Na realidade, era ele quem realmente projetava o edifício, enquanto o segundo controlava sua realização.” (AZEVEDo, 2012,p.25). Devido ao seu conhecimento específico, ele participava do projeto dos edifícios e tinha grande importância para a sua realização. Nesse sentido, a geometria era extremamente valorizada, pois estava diretamente ligada à imponência e relevância das grandes construções. Os tapetes e tecidos desde sempre tiveram um papel muito importante na cultura e na religião islâmicas. Neles estavam representadas a maior parte das vivências cotidianas, bem como a expressividade da rica cultura islâmica. Destacam-se na sua expressão artística os utensílios, motivos florais, caça, animais e plantas e os geométricos (AZEVEDO, 2012) . Os tapetes se configuravam como suportes para a história daquele povo que ainda na atualidade mantem tradicionalmente essas representações. Nesse sentido, podemos dizer que os tapetes eram vistos de maneira mais próxima aos objetos artísticos que relacionada a uma simples decoração de ambientes externos. Bastante detalhada e rica em ornamentação, a pintura islâmica está representada em: l Afrescos; l N’O Alcorão, decorado com figuras geométricas; l em mosaicos; l em artefatos cerâmicos; l nos típicos arabescos e nos detalhamentos construtivos como os muxarabis. Para Argan (2008), interpretando WORRINGER, na historiografia da arte há diferenças por áreas geográficas: o clássico estaria ligado ao mundo mediterrâneo, onde a relação dos homens com a natureza é clara e positiva; romântico, o mundo nórdico, onde a natureza é uma força misteriosa, frequentemente hostil. Podemos compreender, portanto, que a origem das artes está diretamente ligada à percepção do ser humano diante da sua vida cotidiana, no devido momento em que busca uma expressão verbal ou artística, replicando suas próprias experiências de vida e memória na arte que conduz o seu fazer artístico, na ideia ou efetivamente sobre os suportes disponíveis. As Mesquitas de Basora e Kufa, no Iraque; a Cúpula da Roca, em Jerusalém e a Grande Mesquita de Damasco. PESquISE PESQUISE Pesquise: Varanda de Lindajara | Cervo de Medina Azahara |Tapete de Alcaraz | Taj Mahal | Domo da Rocha (Israel) | Muxarabis. PESquISE PESQUISE 23
  • 28. 28 IDADE MÉDIA Saibamais–artesearquiteturadomedievo A arquitetura na Idade Média caracterizou-se pelas grandes construções – na maioria de caráter religioso, pesadas estruturalmente, para erguerem-se às maiores alturas, tornando-se marcos na morfologia e estética das cidades medievais. No final dos séculos XI e XII, na Europa, surge a arte românica cuja estrutura era semelhante às construções dos antigos romanos (AZEVEDO, 2012, p. 21). As características mais significativas da arquitetura românica são: l abóbadas l torres l arcos Arquitetura Pintura SAIBA mAIS Saiba mais – artes e arquitetura do medievo: https://youtu.be/fA0mrh7Jhc0 Catedral de Pisa / Torre de Pisa (campanário*) – o edifício mais conhecido e mais representativo da arquitetura românica. Campanário: torre das igrejas onde ficam os sinos. PESquISE PESQUISE Pintura Islâmica 24
  • 29. 29 Quanto à contextualização histórica da Arte Gótica, devemos destacar que entre 1150 e 1500 ocorreu surgimento da burguesia urbana – população rural, mudando-se para as cidades, sedimentando uma nova classe social, oriunda do desenvolvimento das relações e ações comerciais. A Arquitetura Gótica apresenta as seguintes características: l Fachadas das igrejas com três portais, diferentemente da românica, que apresentava apenas um; l Nave central e transeptos – nova divisão do interior das igrejas; l A rosácea como elemento arquitetônico de marcação de fachada, presente em quase todas as igrejas construídas no período; l Arcos góticos ou ogivais e os vitrais ( AZEVEDO, 2012 ). Iluminuras eram pinturas decorativas, típicas e recorrentes nos escritos medievais. “Iluminura é a ilustração sobre o pergaminho de livros manuscritos. A gravura não fora ainda inventada, ou então é um privilégio da quase mística China. Durante o século XII e até o século XV, a arte ganhou forma de expressão também nos objetos preciosos e nos ricos manuscritos ilustrados. Os copistas dedicavam-se à transcrição dos textos sobre as páginas.” (Apostila de História da Arte, s.d.,p.29). A Escultura Gótica apresenta os seguintes aspectos: l Verticalidade; l Formas estendidas; l Realismo nas representações artísticas das figuras humanas; Principais características: l A pintura era o meio mais comum de comunicação. l Através dela as mensagens eram passadas e entendidas. l Técnica mais utilizada no período: afrescos. l Temas predominantemente de natureza religiosa. l Cores chapadas. l Mosaicos: composição artística formada pela junção de pequenas pedras, coloridas, que justapostas, formam desenhos diversos (AZEVEDO, 2012). Gótica Arquitetura Escultura Iluminuras Imagens representativas desse período. Assista ao vídeo: “Iluminuras Medievais” https://youtu. be/9Gotz1m-ug4 PESquISE PESQUISE Obrigado por compartilhar. Lembre-se de citar a fonte: http://www.ensinarhistoriajoelza.com.br/iluminuras-medievais/ - Blog: Ensinar História - Joelza Ester Domingues 25
  • 30. 30 l Desenvolvimento nos séculos XIII, XIV e no início do século XV; l Anuncia ao Renascimento, que viria a seguir com o realismo nas representações artísticas. Giotto Obra destacada: “Afrescos da Igreja de São Francisco de Assis ”, Itália. O Renascimento provocou mudanças profundas e definitivas nas reflexões anteriormente herméticas do pensamento humano e na sua expressão artística, por conseguinte. O termo Renascimento é comumente aplicado à civilização europeia que se desenvolveu entre 1300 e 1650. Além de reviver a antiga cultura greco-romana, ocorreram nesse período muitos progressos e incontáveis realizações no campo das artes, da literatura e das ciências, que superaram a herança clássica ( AZEVEDO, 2012, p. 24 ). Características gerais: l Racionalidade – a técnica direcionando a produção artística l Antropocentrismo l As ciências como base experimental para questionamentos l Rigor científico l Releitura das artes greco-romanas Vídeo: https://youtu.be/Gl6dEa7A41m Renascimento Pintura http://www.sabercultural.com/template/especiais/BasilicaDeSaoFranciscoAssisItalia.html http://www.mychinesestudy.com/blog/wp-content/ uploads/2012/07/%E5%8F%B8%E5%8D%97.jpg Invenção pólvora e da bússola pelos chineses Jan Van Eyck Pesquise estas obras e observe o nível de detalhamento, as paletas de cores e as simbologias: “O Casal Arnolfini” e “Nossa Senhora do Chanceler Rolin”. PESquISE PESQUISE RENASCIMENTO http://www.historicalfirearms.info/ post/100269913415/early-european- handguns-gunpowder-was-first 26 27 28 29
  • 31. 31 Na pintura, surgem conceitos mais aprofundados sobre perspectiva, profundidade e realismo e também a técnica de pintura “a óleo”. Principais artistas: Michelangelo é um dos mais proeminentes artistas italianos. Escultor e pintor, tem suas obras como referências importantes no universo das artes plásticas e da arquitetura, além de dominar toda a produção escultórica italiana do século XVI (AZEVEDO, 2012). Obras importantes: Moisés, Davi e Pietá. Principais características:realismo,escalaeproporção,perspectiva, estudos anatômicos e comportamentais do homem. BOTTICELLI “A Primavera” e “O Nascimento de Vênus” LEONARDO DA VINCI “A Virgem dos Rochedos” e “Mona Lisa” MICHELANGELO “Teto da Capela Sistina” e a “Sagrada Família” RAFAEL “A Escola de Atenas” e “Madona da Manhã” PESQUISE: imagens das obras citadas acima. Pintura Escultura https://goo.gl/images/9OA7hq A invenção de Johannes Gutenberg ampliou a produção de livros e difusão da arte 30 31
  • 32. 32 l Desenvolveu-se em Roma, de 1520 até 1610; l Estilização das formas e estruturas e detalhismos; l Origens na religiosidade exacerbada, predominante na Europa nesse momento. l Igrejas com naves e transeptos longos e escuros l Decoração realista e detalhada nas igrejas e nos palácios Um grande artista, dentre outros de igual relevância: ANDREA PALLADIO – Arquiteto. Projetou as Igrejas “San Giorgio Maggiore ” e “Chiesa del Santissimo Redentore”. Referência obrigatória para arquitetos ingleses e franceses do período barroco. PESQUISE: obras arquitetônicas de Andrea Palladio e de outros artistas maneiristas. A pintura renascentista foi caracterizada, de modo geral, pela reprodução relativamente literal da realidade, ou seja, com um grau quase absoluto no realismo artístico na pintura. Foi influenciada fortemente ´pelo “ideal” grego de beleza perfeita. A grande inovação da pintura renascentista foi a aplicação de técnicas de perspectiva, que demonstravam profundidade nas obras, permitindo que fossem realizadas pinturas realistas. Outra técnica importante no período foi a pintura a óleo ( AZEVEDO, 2012 ). Principais características: Nos corpos, as formas esguias e alongadas substituem os membros bem-torneados do renascimento. Os músculos fazem agora contorções absolutamente impróprias para os seres humanos. Rostos melancólicos e misteriosos surgem entre as vestes, de um drapeado minucioso e cores brilhantes. A luz se detém sobre objetos e figuras, produzindo sombras inadmissíveis. Os verdadeiros protagonistas do quadro já não se posicionam no centro da perspectiva, mas em algum ponto da arquitetura, onde o olho atento deve, não sem certa dificuldade, encontrá-lo (AzEVEDO, 2012). ARQUITETURA ESCULTURA Naesculturarenascentista,Michelangeloéoprincipalrepresentante.Seuestiloéúnico.Édramático,intenso e realista, expressando as condições emocionais do ser humano de maneira autêntica e quase que tangível. Destacam-se, nesse período, como principais características e elementos componentes das artes escultóricas: l A composição típica desse estilo apresenta um grupo de figuras dispostas umas sobre as outras, num equilíbrio aparentemente frágil, as figuras são unidas por contorções extremadas e exagerado alongamento dos músculos. l O modo de enlaçar as figuras, atribuindo-lhes uma infinidade de posturas impossíveis, permite que elas compartilhem a reduzida base que têm como cenário, isso sempre respeitando a composição geral da peça e a graciosidade de todo o conjunto (AZEVEDO, 2012, p. 28). maneirismo Pintores do renascimento e suas obras. https://www. todamateria.com. br/artistas-do- renascimento/ PESquISE PESQUISE
  • 33. 33 l Itália, século XVII l Portugueses e espanhóis o estenderam às Américas l A emoção é uma característica marcante e notável nas produções artísticas l Efeitos decorativos e visuais em profusão A pintura barroca é realista, repleta de detalhamentos, apelo visual e uso de cores quentes em profusão. Usava a técnica da composição diagonal, técnica, ao mesmo tempo em que expressava notadamente cenas de conteúdo emocional intenso, equilibrando a racionalidade e a emotividade. Caravaggio “Vocação de São Mateus” l Na pintura barroca, observamos: l Composição em diagonal l Acentuado contraste de claro-escuro (expressão dos sentimentos) l Realista, abrangendo todas as camadas sociais (AZEVEDO, 2012). Pintura Pintores Barrocos Barroco Imagens das obras de Michelangelo – “Teto da Capela Sistina”, “Pietà”, “A Criação de Adão”. PESquISE: imagens de arte no período barroco italiano. Barroco no Brasil: https://youtu.be/ AxzsqSVhX0c PESquISE PESQUISE 32
  • 34. 34 Andrea Pozzo “A Glória de Santo Inácio” 33
  • 35. 35 Rubens “ O Jardim do Amor” Velázquez “O Conde Duque de Olivares” 34 35
  • 36. 36 Rembrandt “Aula de Anatomia” ESCULTURA ARQUITETURA Características:Linhascurvas,drapeadosedourados,dramaticidade. Imagens das obras dos artistas citados acima, incluindo a escultura no período barroco. Inclua GIAN LORENzO BERNINI, arquiteto, urbanista, decorador e escultor, cujas obras serviram de elementos decorativos das igrejas como, por exemplo, o baldaquino e a cadeira da Basílica de São Pedro, no Vaticano. PESquISE Artistas e suas obras de estilo Rococó, na Europa e no Brasil, incluindo o “estilo D. João V”, característico no mobiliário brasileiro do século XVIII. PESquISE O estilo rococó apresenta algumas características gerais como a utilização massiva de curvas e outros componentes decorativos como as volutas e elementos do mundo natural: conchas e flores, especialmente. Rococó é o estilo artístico que surgiu na França como desdobramento do barroco, mais leve e intimista que aquele e usado inicialmente em decoração de interiores ( AZEVEDO, 2012, p. 30 ). Foi visto como um estilo elegante e exuberante pela riqueza de detalhes. Surgiu na Europa no século XVII e alcançou as Américas, em alguns lugares, incluindo o Brasil. A arquitetura rococó é marcada pelo planejamento minucioso dos seus interiores, ressaltando as qualidades enecessidadesespecíficasdecadausuáriodoespaçoconstruídodeformasensívelepersonalizada.Adecoração é “carregada”, tanto na forma final da construção, quanto em cada espaço do interior (AZEVEDO, 2012). As paredes ganham tons pastéis e o branco, delicados elementos dourados de plantas e flores e anjos. Rococó PESQUISE PESQUISE 36
  • 37. 37 PINTURA A pintura rococó se caracterizava pelo uso de cores suaves, ao contrário das cores barrocas, desenhos que tinham como tema a natureza e seus elementos, a rotina da época, a aristocracia, o sensual e o exótico e o distanciamento da temática religiosa. Durante muito tempo, o rococó francês ficou restrito às artes decorativas e teve pequeno impacto na escultura e pintura francesas. No final do reinado de Luís XIV, em que se afirmou o predomínio político e cultural da França sobre o resto da Europa, apareceram as primeiras pinturas rococós sob influência da técnica de Rubens ( AZEVEDO, 2012). Artistas do Rococó, de origem francesa, pintores, designers e arquitetos: l Pierre Lepautre l Jean Bérain l Jean-Antoine Watteau l Juste-Aurèle Meissonier l Nicolas Pineau l Jean-Honoré Fragonard O neoclassicismo é um movimento artístico surgido a partir do final do século XVIII, em contraponto ao rococó e ao barroco, coincidindo com a ascensão da burguesia francesa. Nas duas últimas décadas do século XVIII e nas três primeiras do século XIX, uma nova tendência estética predominou nas criações dos artistas europeus. Trata-se do Academicismo ou Neoclassicismo, que expressou os valores próprios de uma nova e fortalecida burguesia, que assumiu a direção da Sociedade europeia após a Revolução Francesa e principalmente com o Império de Napoleão ( AZEVEDO, 2012, p. 31). Principais características: l Imitação dos modelos gregos e latinos nas construções e na decoração; l Academicismo temático e técnico, satisfazendo as encomendas da burguesia e não mais do clero e da nobreza local; l Arte como imitação da natureza. Neoclássico Principal representante da arquitetura nesse período: Johann Michael Fischer, com sua obra “Abadia Beneditina de Ottobeuren”. PESquISE PESQUISE imagens das obras dos artistas citados acima. PESquISE PESQUISE Para complementar seu conhecimento, assista ao vídeo: Vídeo: https:// youtu.be/db-uqAwgGso SAIBA mAIS Principais características: Cores intensas substituídas por cores suaves, iluminação natural planejada e texturização suave das superfícies, mais leveza estrutural nas construções.
  • 38. 38 ARQUITETURA PINTURA ARQUITETURA E PINTURA Modelos construtivos fundamentados na estética renascentista e greco- romana. A inspiração da pintura neoclássica estava principalmente na escultura clássica grega e na pintura renascentista italiana, aliada ao ideário racional iluminista, uso de cores frias em sua maioria e uso das técnicas de perspectiva. Artista relevante: Rafael. Na pintura: Racionalismo e formalismo. Nitidez de contornos. Cores harmônicas. Ocorreu durante mudanças sociais, políticas e culturais despertadas pela Revolução Industrial e pela Revolução Francesa, apresentando artes com mais complexidade em técnicas e representações artísticas, usufruindo da então já livre expressão artística e o distanciamento do academicismo. Características: l (...) valorização dos sentimentos e da imaginação; o nacionalismo; l a valorização da natureza como princípios da criação artística; e l os sentimentos do presente ( AZEVEDO, 2012 ). Características na arquitetura: Aproximação das formas barrocas Composição em diagonal, sugerindo instabilidade e dinamismo ao observador Valorização das cores, claro-escuro Dramaticidade ( AZEVEDO, 2012 ). Características na pintura: Fatos reais da história nacional e contemporânea da vida dos artistas Natureza revelando um dinamismo equivalente as emoções humanas Mitologia Grega ( AZEVEDO, 2012 ). A arquitetura romântica caracterizou-se pela revalorização do gótico como representante genuíno na arquitetura europeia do período. Na arquitetura e na pintura, os objetivos artísticos e técnicos comuns foram: Imagens do “Panteão Nacional”, em Paris e do “Portão de Brandemburgo”, em Berlim. PESquISE PESQUISE Ingres, cuja obra abrange, além de composições mitológicas e literárias, nus, retratos e paisagens, mas a crítica moderna vê nos retratos e nus o seu trabalho mais admirável. Ingres soube registrar a fisionomia da classe burguesa do seu tempo, principalmente no gosto pelo poder e na sua confiança na individualidade ( AZEVEDO, 2012 ). PESquISE PESQUISE Romântica
  • 39. 39 PINTURA ARQUITETURA ESCULTURA Francisco de Goya, pintor e gravador espanhol do século XVIII, é um agente na ruptura das artes francesas no período. Contrapõe as literalidades pictóricas acadêmicas à racionalidade característica da cultura francesa na revolução, fazendo com que o modelo classicista adquira um caráter “ético-ideológico” (ARGAN,2008,p.14) nas suas produções artísticas. Considera Argan que “O ideal neoclássico não é imóvel. Certamente não se pode dizer, entre o final do século XVIII e o século XIX, que a pintura de Goya seja neoclássica, mas a sua violência anticlássica também nasce da ira de ver o ideal racional contrariado por uma sociedade retrógrada e carola, e como não pintar monstros se o sono da razão os gera [sic] e com eles preenche o mundo? (ARGAN,2008.p.14). O surgimento das novas tecnologias industriais põe em xeque a já tão sedimentada culturalmente forma artesanal, única e exclusiva, de produção artística. “Suas técnicas refinadas e individuais” (ARGAN,2008, p. 14) já não se encaixavam nos padrões de produção artística quase que fabril. Com o advento da reforma industrial e o progresso no desenvolvimento das tecnologias, a arquitetura transformou-se em uma das maiores expressões tecnicistas do período, no qual Os arquitetos e engenheiros procuram responder adequadamente às novas necessidades urbanas, criadas pela industrialização. As cidades não exigem mais ricos palácios e templos. Elas precisam de fábricas, estações, ferroviárias, armazéns, lojas, bibliotecas, escolas, hospitais e moradias, tanto para os operários quanto para a nova burguesia (AZEVEDO, 2012). Exemplo mais expressivo - Torre Eiffel – Planejada, projetada e erguida em 1889 por Gustave Eiffel, em Paris, como principal pórtico de entrada para a Exposição Universal daquele ano. AugusteRodineCamilleClaudelsãoosmaisexpressivosrepresentantes. A política e a temática social foram as realidades mais retratadas no período. Suas características: Representação da realidade com a mesma objetividade com que um cientista estuda um fenômeno da natureza. Ao artista não cabe “melhorar” a natureza, pois a beleza está na realidade tal qual ela é. Revelação dos aspectos mais característicos e expressivos da realidade ( AZEVEDO, 2012 ). Principais artistas: Gustave Courbet e Jean-François Millet Leia mais sobre o neoclassismo em: Arte Moderna – Giulio Carlo Argan PESquISE sobre os principais artistas do período: GOYA e DELACROIX e ainda sobre o REALISMO na pintura no século XVIII. PESquISE PESQUISE Link para o IMDB/ informações sobre o filme http://www.imdb. com/title/tt0094828/ mIDIAS INTEGRADAS
  • 40. 40 Impressionismo O impressionismo foi um movimento artístico surgido na França do século XX. Trata-se de um movimento artístico que revolucionou profundamente a pintura e deu início às grandes tendências da arte do século XX. Havia algumas considerações gerais, muito mais práticas do que teóricas, que os artistas seguiam em seus procedimentos técnicos para obter os resultados que caracterizaram a pintura impressionista ( AZEVEDO, 2012 ). Na pintura, especialmente, destacou-se como a expressão da chamada Belle Époque francesa. A expressão origina-se diretamente da obra do artista Claude Monet “Impressão: nascer do sol”, de 1872. Características: l A pintura deve registrar as tonalidades que os objetos adquirem ao refletir a luz solar num determinado momento, pois as cores da natureza se modificam constantemente, dependendo da incidência da luz do sol. l As figuras não devem ter contornos nítidos, pois a linha é uma abstração do ser humano para representar imagens; l As sombras devem ser luminosas e coloridas (...); l Os contrastes de luz e sombra devem ser obtidos de acordo com a lei das cores complementares; l As cores e tonalidades não devem ser obtidas pela mistura das tintas na paleta do pintor ( AZEVEDO, 2012 ). Argan considera o impressionismo como a superação do clássico e do romântico, isto “enquanto poéticas destinadas a mediar, condicionar e orientar a relação do artista com a realidade” ( ARGAN, 2008, p.75 ). É a libertação das experiências na pintura, alçando voo, o artista, ao futuro que se aproximaria, trazendo a fotografia como a representação máxima do realismo perseguido nas artes plásticas anteriormente. Principais pintores impressionistas: Claude Monet Pierre-Auguste Renoir Edgar Degas Georges Seurat Eliseo d’Angelo Visconti “Literalmente, expressão é o contrário de impressão” (ARGAN,2008,p.227) O expressionismo foi um movimento artístico caracterizado pela valorização na pintura da subjetividade, das emoções e dos sentimentos, transcritos para as telas em pinceladas intensas no uso da cor e na distorção visual das formas e do conteúdo complementar. O Expressionismo é a arte do instinto, trata-se de uma pintura dramática, subjetiva, “expressando” sentimentos humanos. Utilizando cores patéticas, dá forma plástica ao amor, ao ciúme, ao medo, à solidão, à miséria humana, à prostituição. Deforma-se a figura, para ressaltar o sentimento. Predominância dos valores emocionais sobre os intelectuais” ( AZEVEDO, 2012, p. 37). O expressionismo é fortemente ligado à emoção. Através dela é que acontece a materialização, intensa, das Vídeo: https://youtu. be/7WnlnKx6Pjk mIDIAS INTEGRADAS Expressionismo
  • 41. 41 Cubismo emoções e sentimentos humanos transpostos para a produção expressionista. Características: l “pesquisa no domínio psicológico; l cores resplandecentes, vibrantes, fundidas ou separadas; l dinamismo improvisado, abrupto, inesperado; l pasta grossa, martelada, áspera; l técnica violenta: o pincel ou espátula vai e vem, fazendo e refazendo, empastando ou provocando explosões; l preferência pelo patético, trágico e sombrio” (Apostila de História da Arte, s.d.,p.48). Nada tem um significado definido- e definitivo na produção impressionista. “Literalmente, expressão é o contrário de impressão” (ARGAN,2008,p.227). O impressionismo é isso, aberto a interpretações das mais variadas possibilidades, permitindo a isso, nas condicionantes interpretativas individuais conforme a compreensão e apreensão do conteúdo da trajetória artística da humanidade, seus pontos focais e seus rigores em cada fase. Principais artistas: Paul Gauguin, Paul Cézanne, Vincent Van Gogh, Henri de Toulouse-Lautrec, Edvard Munch, Ernst Ludwig Kirchner, Paul Klee, Amedeo Modigliani O Cubismo foi uma manifestação artística de vanguarda, europeia, iniciada no despertar do século XX, caracterizado pelo uso da síntese das formas da natureza que, geometrizadas, compunham o conjunto artístico transposto às pinturas. Surgiu em Paris, tendo como fundadores Pablo Picasso e Georges Braque. Historicamente o Cubismo originou-se na obra de Cézanne, pois para ele a pintura deveria tratar as formas da natureza como se fossem cones, esferas e cilindros. (...) O pintor cubista tenta representar os objetos em três dimensões, numa superfície plana, sob formas geométricas, com o predomínio de linhas retas. Não representa, mas sugere a estrutura dos corpos ou objetos. Representa-os como se movimentassem em torno deles, vendo-os sob todos os ângulos visuais, por cima e por baixo, percebendo todos os planos e volumes ( AZEVEDO, 2012, p. 41 ). A geometrização das formas, a sintetização da realidade em linhas e traços e a desconstrução da estrutura das coisas notadamente se caracterizam na produção artística cubista. Características: l renúncia à perspectiva; l o claro-escuro perde sua função; l representação do volume colorido sobre superfícies planas; l sensação de pintura escultórica; l cores austeras, do branco ao negro, passando pelo cinza, por um ocre apagado ou um castanho suave. sobre as obras destes artistas. Veja mais: O Expressionismo Alemão – Transição da Pintura para o Cinema https://youtu.be/ moBAipb9xhs PESquISE PESQUISE Vincent van Gogh - Auto-Retrato, 1887
  • 42. 42 O cubismo se divide em duas fases: l “Cubismo Analítico - caracterizado pela desestruturação da obra em todos os seus elementos. Decom- pondo a obra em partes, o artista registra todos os seus elementos em planos sucessivos e superpostos, procu- rando a visão total da figura, examinando-a em todos os ângulos no mesmo instante, através da fragmentação dela. Essa fragmentação dos seres foi tão grande, que se tornou impossível o reconhecimento de qualquer figura nas pinturas cubistas. l Cubismo Sintético - reagindo à excessiva fragmentação dos objetos e à destruição de sua estrutura. Basicamente, essa tendência procurou tornar as figuras novamente reconhecíveis. Também chamado de Co- lagem porque introduz letras, palavras, números, pedaços de madeira, vidro, metal e até objetos inteiros nas pinturas. Essa inovação pode ser explicada pela intenção do artista em criar efeitos plásticos e de ultrapassar os limites das sensações visuais que a pintura sugere, despertando também no observador as sensações táteis. (AZEVEDO, 2012, p. 42). Artistas europeus: Pablo Picasso Georges Braque Artistas brasileiros: Tarsila do Amaral Vicente do Rego Monteiro O abstracionismo considerou tudo que não representasse fielmente o que há na natureza. Foi a descons- trução das formas e dos estilos anteriores, onde não havia mais o figurativo e o realismo materializado nas pinturas. A arte abstrata tende a suprimir toda a relação entre a realidade e o quadro, entre as linhas e os planos, as cores e a significação que esses elementos podem sugerir ao espírito. Quando a significação de um quadro depende essencial- mente da cor e da forma, quando o pintor rompe os últimos laços que ligam a sua obra à realidade visível, ela passa a ser abstrata ( AZEVEDO, 2012 ). O mundo já não era mais imitado e a subjetividade substituiu a realidade física, concreta. Foi a negação das linhas de expressão acadêmicas renascentistas, surgindo dos experimentos das vanguardas europeias daquele período, o início do século XX. Principais Artistas: Wassily Kandinsky Paul Klee Franz Marc Concepção, ou conjunto artístico, caracterizado pela geometrização das formas e utilização de cores, em sua grande diversidade. Principais Artistas: Obras dos artistas citados acima e compreenda a geometrização das formas proposta nessa proposta artística. https://www.youtube.com/ watch?v=W5sOWgaIbcw PESquISE míDIAS INTEGRADAS PESQUISE Obras dos artistas citados. PESquISE PESQUISE ABSTRACIONISmO Construtivismo ou Abstracionismo Geométrico
  • 43. 43 Foi um movimento artístico impulsionado pelas atividades e pro- duções industriais, integrando-as à arte, com a geometrização das formas, expressando artisticamente o universo socialista russo no século XX, no pós-revolução da URSS. Influenciou fortemente as ar- tes e a arquitetura naquele país e no ocidente. Trata-se de um abstrato geométrico que busca movimento perspectivo vibratório através das cores e linhas. É a síntese das teorias abstratas e científicas da arte moderna. É uma pintura em duas dimensões ( AZEVEDO, 2012 ). Foi uma corrente artística surgida em Paris nos anos 20 do século passado, mais especificamente no ano de 1924, que levou à pintura as expressões do subconsciente humano, seus delírios e fantasias, sua ausência de racionalidade. O surrealismo foi por excelência a corrente artística moderna da representação do irracional e do subconsciente ( AZEVEDO, 2012 ). Estudioso de Freud, Breton, psiquiatra, abria caminhos, nesse momento “à pesquisa uma vastíssima região da psique” (ARGAN, 2008,p.360). Sugeria a transformação das imagens do subconsciente humano em representações artísticas como adequadas,capazes,detrazeraorealconsciente,asexpressões mais profundas dos sonhos e entusiasmos inconscientes que pretendiam-se destacar nas artes pictóricas. Principais artistas: Salvador Dalí e Max Ernst ARTE ABSTRATA AMERICANA, cujos maiores representantes são Jackson Pollock e Hans Hartung e o FAUVISMO, representado por Maurice de Vlaminck, André Derain, Henri Matisse e Raoul Dufy. PESquISE PESQUISE André Breton, o autor do Manifesto Surrealista. Conheça, entenda e revise conceitos e características do surrealismo em: ARTE MODERNA – GIULIO CARLO ARGAN, 2008, páginas 360 a 367, com exemplos e análise das obras de Picasso, Hans Arp, Magritte e Yves Tanguy. PESquISE e observe, na pintura dos artistas citados acima, as características do movimento surrealista PESquISE PESQUISE Construtivismo Surrealismo Composição com vermelho, amarelo, azul e preto. Quadro de Piet Mondrian - 1921 37
  • 44. 44 O movimento “Dada” é “uma contestação absoluta de todos os valores, a começar pela arte.” (ARGAN,2008p.353). Man Ray, norte-americano, é um fotógrafo que singulariza pela sua perspectiva, pelo seu olhar, o ideário “Dada”, valorizando qualquer possibilidade que o permitisse registrar; esta arte pode “se valer de qualquer instrumento, retirar seus materiais seja de onde for”. (ARGAN,2008,p.353). Originou-se na Suíça no ano de 1916. “Dada” é uma palavra de origem francesa que significa, na linguageminfantil,“cavalodepau”.Ofimdo“Dada”aconteceuem 1921. Principais artistas: Marcel Duchamp e Max Ernst “Op-art”: do inglês (optical art), apareceu em 1950 e resulta da intenção de trabalhar as ilusões de ótica nas artes. O artista que iniciou o movimento foi Victor Vasarely. Obras importantes: “Mach-C” do artista Victor Vassarely, “Pintura com Movimento Transformável” do artista Yaacov Agam. A Pop Art foi caracterizada especialmente pelo uso da iconografia popular, das representações gráficas dos bens de consumo, para a ação artística na pintura. Ocorreu principalmente nos Estados Unidos da América e na Grã-Bretanha dos anos 50. A Pop Art proporcionou a transformação do que era considerado vulgar, em refinado, e aproximou a arte das massas, desmistificando, já que se utilizava de objetos próprios delas, a arte para poucos ( AZEVEDO, 2012 ) Foi desenvolvida com o uso de referências em produtos da cultura popular oriundas nos Estados Unidos: fotografia, HQ’s – histórias em quadrinhos, cinema e do universo publicitário. Artistas importantes: Robert Rauschenberg, Roy Lichtenstein e Andy Warhol. PESQUISE mais sobre eles e suas obras e ainda sobre a influência dos filósofos Adorno e Horkheimer na Pop Art. Dadaísmo OP ART POP ART Obras de DUCHAMP e ERNST PESquISE PESQUISE Arte nas INSTALAÇÕES e a INTERFERÊNCIA LINK interessante, com diversas ilustrações https://issuu.com/ andrealtmann/docs/conceito_ revi4_acad Acesso em 14 set. 2016 Video: https://youtu.be/ D1kCB5xqk4m PESquISE PESQUISE 38
  • 45. 45 Boccioni teoriza sobre a “síntese dinâmica” (ARGAN,2008,p.441), defendendo a lógica como necessária e pertinente ao processo de concepção da composição artística, considerando fatores determinantes nessa composição, como espaço, movimento, velocidade, elasticidade das formas e das estruturas do tema pintado e atmosfera – do movimento. Balla traduz a velocidade nas pinturas, anulando a figura real quase que em absoluto; ressalta o dinamismo e a fusão dos componentes do conjunto imaginado e observado para a representação artística. Carrà, na sua “metafísica” representada experiencia e realiza a sensorialidade dos espaços e formas, considerando-os essenciais. Esses artistas, citados acima, são os principais representantes do movimento futurista. O movimento também produziu um manifesto, sustentado essencialmente pela adoração às novidades provindas da indústria, bem como tudo que se originasse dela naquele momento e pudesse ser entendido como parte da nova era, a era moderna. O primeiro manifesto foi publicado no Le Figaro de Paris, em 22/02/1909, e nele, o poeta italiano Marinetti, dizendo que o esplendor do mundo enriqueceu-se com uma nova beleza: a beleza da velocidade. Um automóvel de carreira é mais belo que a Vitória de Samotrácia. O segundo manifesto, de 1910, resultou do encontro do poeta com os pintores Carlo Carrà, Russolo, Severini, Boccioni e Giacomo Balla. Os futuristas saúdam a era moderna, aderindo entusiasticamente à máquina ( AZEVEDO, 2012 ). A “maquinização” e mecanização da sociedade eram a materialização das reflexões artísticas desse período: a máquina como inspiração. Artistas importantes: Carlo Carrà, Umberto Boccioni e Giacomo Balla. O naïf é considerado uma arte primitiva, simples, empírica. É a arte da espontaneidade, da criatividade autêntica, do fazer artístico sem escola nem orientação, portanto é instintiva e onde o artista expande seu universo particular. Claro que, como numa arte mais intelectualizada, existem os realmente marcantes e outros nem tanto. Art naïf (arte ingênua) é o estilo a que pertence a pintura de artistas sem formação sistemática. Trata-se de um tipo de expressão que não se enquadra nos moldes acadêmicos, nem nas tendências modernistas, nem tampouco no conceito de arte popular. ” ( AZEVEDO, 2012 ). O empirismo nas artes também tem valor. Não condicionada pelos recursos do universo teórico acadêmico, o Naïf produz conteúdo artístico importante na expressão das ideias e sentimentos humanos, como a vida cotidiana e o folclore. Principal Artista: Henri Rousseau Futurismo ARTE NAÏF Obras de Carrà, Boccioni e Balla. Leia: manifesto Futurista http://www.metodologiacientifica.com. br/fpa/futurismo.pdf PESquISE PESQUISE Obras naïf de HENRI ROuSSEAu e ainda sobre a pintura METAFÍSICA de GIORGIO DE CHIRICO e GIORGIO mORANDI. PESquISE PESQUISE
  • 46. 46 Música, pintura, escultura e dança e a apropriação do espaço cênico pelo artista Aula 3 OBJETIVOS: Conhecer as variantes nas configurações espaciais cenográficas determinadas e condicionadas por outras áreas artísticas. Compreender e articular a movimentação do artista no espaço cenográfico. Música, pintura, escultura e dança como elementos condicionantes e determinantes em planejamento cenográfico. As expressões artísticas são divididas em algumas classes específicas como artes plásticas, ambientações ou decoração de ambientes, espetáculos e literatura. Dessa maneira, a pintura se configura como arte visual e a poesia como arte literária. As expressões artísticas de mais populares são: música, artes cênicas (teatro, dança e circo), artes plásticas (pinturaeescultura),literatura,arquitetura,cinema,produçõestelevisivas,animaçãoehistóriasemquadrinhos. Diante de quase infinitas possibilidades de expressão artística, no teatro o ator possui uma área “útil” para atuação. Esta área útil, como chamaremos a partir de agora, é o espaço disponível para que o ator (ou o bailarino, ou o dançarino, ou o circense), tem para si como lugar performático. Esseespaçoédelimitadoprimeiramentepelassugestõesdeumdiretordecena,quetrabalhaosmovimentos nessa área útil, objetivando a maior interação possível entre o ator e sua performance mediante barreiras físicas ou imateriais – as luzes de cena. Considerando essas barreiras físicas o diretor orientará o artista conforme os complementos cenográficos existentes, reforçando, sejam eles físicos ou não materiais, como a luz e outros efeitos de ambientação que complementam o conjunto. É válido lembrar que apenas a luz – orientada por um diretor de iluminação, poderá se configurar em conjunto cenográfico, haja vista a possibilidade de ela própria determinar espaços, volumetria e contornos, através do estudo das cores, da intensidade das luzes e do contexto do que está a ser apresentado, obviamente. A dança e suas variações, notadamente, têm para si espaços específicos para sua apresentação, de acordo com as propostas técnicas, artísticas e coreográficas, especialmente, que proponham. Em espaços como teatros, utilizando-nos de exemplo como as apresentações de balé clássico, observamos na maioria dos espetáculos, a necessidade de área útil que esteja em conformidade com a amplitude e o alcance dos movimentos dos bailarinos e bailarinas. Corridas e saltos dados pelos bailarinos e bailarinas são condicionantes e determinantes na contextualização de um planejamento cenográfico de caráter específico, observando que os profissionais necessitam de espaços livres para desenvolver as suas coreografias. “Obalééoespaçocênicoidealparaainvençãopictóricaporqueacoreografia exige um espaço cênico plano e em grandes dimensões livres. Assim o cenógrafo tem como espaço para sua representação a moldura do palco, o fundo do palco e a criação dos figurinos “(NERO, 2016, p. 1). As Diversas expressões Artísticas O ator e a ocupação da “área útil” cenográfica Cenografia e Dança
  • 47. 47 Arquitetura Cenográfica Aula 4 Temos, nesses casos, a utilização de painéis cenográficos mais comumente, fixados nas varas de cenário, ladeados paralelamente na maioria das vezes às pernas que delimitam o espaço do palco com as coxias. Estas são “áreas de escape” para os artistas. Lugares de entrada e saída no momento das encenações e danças. Preferencialmente, deverão estar desobstruídos, facilitando a movimentação dos artistas. Desta forma, com um exemplo simples, observamos que a área útil para apresentações poderá sofrer limitações no seu planejamento. Emcasocontrário,poderemosplanejarumacomposiçãocenográfica,saturandooespaçocomcomponentes físicos, obviamente contextualizados à proposta de encenação, dança ou outra categoria de arte como espetáculo. Quando a plateia adentra um espaço de apresentação teatral ou quando a cortina se abre, a primeira percepção da identidade do trabalho é estabelecida através da captação visual do aparato cênico (SILVA, 2016). Sempre é bom lembrar que todo tipo de produção de- verá estar contextualizado ao que se propõe. Não é regra. O descontexto também poderá ser interessante como propos- ta, porém justificado de todas as maneiras possíveis: técni- ca e teoricamente- através de detalhamentos construtivos, subjetivamente ou realisticamente – através da apropriação de conceitos referenciados em bibliografias específicas ou experimentos anteriores, conceituais ou executados. A cenografia surge juntamente com a vontade do ser humano de expressar-se, seja da forma que fosse, na antiguidade. Essa expressão viria acompa- nhada de complementos que colaboravam com a dramatização do cotidiano ou da celebração mítica, como era costumeiro nos primórdios das apresen- tações teatrais. Esses complementos contribuíam na atuação e cooperavam na compreensão do público no que tange à mensagem que se pretendia transmitir. “O teatro ocidental tem sua origem na Grécia entre os séculos VII e VI a.C. Dançava-se em festas, festivais e orgias em homenagem às estações do ano ou à colheita ou aos deuses e a Dioniso [sic], o deus do vinho, do entusiasmo e do êxtase “( URSSI, 2006, p. 54). Os balés de Diaguilev na Rússia apresentando-se em Paris nos anos 20, com suas propostas cenográficas e o modernismo musical da época e a influência de Picasso, Braque e Fernand Léger – dentre outros grandes representantes da pintura parisiense daquele período. COmPREENDA a sincronia, organização e a unidade entre o trabalho do cenógrafo e o balé. Vídeo: https://youtu.be/SRHowifoV7I PESquISE PESQUISE HISTÓRIA DA CENOGRAFIA O desenvolvimento do espaço cênico ORGIA GREGA – Dionísio e os Faunos 39
  • 48. 48 O espaço cênico grego Espaço cênico romano l É composto basicamente pelo theatron, pela orchestra e pela skéne. l Era construído em forma semicircular, na encosta de colinas e possuía capacidade para aproximadamente 14.000 mil pessoas. l O theatron é o espaço todo. A orchestra recebia o coro. A skéne a encenação. l As tecnologias construtivas incluíam madeira, primeiramente, e depois pedra, o mármore, quando do acréscimo do proskenion, um espaço anterior à skéne. Aristóteles credita a Sófocles a invenção do cenário pintado, a katablemata (Berthold, 2001, p.117 ). Os romanos utilizaram o espaço cênico que desenvolveram como complemento para a política, com foco na diversão e no “esvaziamento das ideias”, como sustenta Mantovanni. O que importava era o espetáculo. Os primeiros teatros romanos foram construídos em madeira e eram erguidos apenas para os festivais, logo em seguida eram desmontados. Com o passar do tempo, o gosto romano foi sendo colocado na arquitetura destes prédios. Na arquitetura romana, estes teatros eram feitos a partir de um semicírculo perfeito, que desembocava logo no limite onde se iniciava o espaço da cena (MANTOVANNI apud CARVALHO e MALANGA, p. 9). A setorização no teatro de configuração romana: l Divisão por classes sociais. l Eliminação do círculo central de origem grega; l Ampliação do proscênio. O teatro romano cresceu sobre o tablado de madeira dos atores ambulantes da farsa popular. Durante dois séculos, o palco não foi nada mais do que uma estrutura temporária (Berthold, 2001, p. 148). Da praça romana, os espetáculos teatrais passaram a ocorrer em espaços específicos, abertos e fechados, com as caracterizações artísticas – cenários e figurinos, cada vez mais especializados. 1 - Auditorium / 2 - Orchestra 3 - Proscenium / 4 - Skene / 5 - Parados 1 - Auditorium / 2 - Orchestra 3 - Proscenium / 4 - Skene / 5 - Parados 40 41
  • 49. 49 https://www.thinglink.com/scene/447765599792136194 Caracterização e configuração estrutural: l Construído em terrenos planos; l pedra e alvenaria como elementos construtivos principais; l situava-se dentro do perímetro da urbe romana; l plateia sob abóbadas de pedra; l hierarquia na disposição dos espectadores; l magistrados e senadores em posições privilegiadas na plateia; l colunas, estátuas e baixos-relevos na decoração; l aparecimento do pano de boca-de-cena; l período de maior destaque na construção desta tipologia: séculos I e II d.C. “O teatro romano fundamentou-se pelo mote político panem et circenses - pão e circo- e herdou as principais características espaciais do teatro grego. ” (URSSI, 2006, p.24) O teatro romano, na sua essência, foi a representação da vida cotidiana – política inclusive, sobre os palcos. Arte e política como diversão. Veja a evolução das configurações do teatro romano neste link: http://slideplayer. com/slide/4895086/ PESquISE PESQUISE 42
  • 50. 50 O espaço cênico medieval O teatro elisabetano No medievo, surgiram os cenários de grande porte, sustentados por maquinaria complexa, indicando a especialização das atividades internas aso espetáculos teatrais. Algumas considerações: l O teatro era basicamente “religioso”. l O lugar de maior quantidade de apresentações eram as praças. l Eram produzidos cenários de grande porte Estes cenários eram construídos por muitas pessoas, pois tinham vários efeitos que eram necessários para o andamento das histórias. São chamados de cenários simultâneos. Espetáculos que contavam a vida de santos, ou o caminho tortuoso de simples mortais pecadores para chegar ao céu, ou terem seu futuro reservado ao inferno (CARVALHO e MALANGA, 2013, p. 11). No período medieval as trupes, os grupos populares foram adequados para as apresentações. Palhaços, bufões, comediantes e domadores de animais apresentavam seus espetáculos, montados sobre carroças. Tudo acontecia em espaços abertos das cidades, deslocando-se entre as praças, deram origem à Commedia dell’arte. Ocorreu principalmente no período correspondente ao reinado de Elisabeth I da Inglaterra do século XVI. Foi caracterizado especialmente por: l Ter estrutura e complementos em madeira; l Configurar-se em forma poligonal; l Ter até três pisos; l Possuir um palco elevado, contendo pouco ou nenhum componente cenográfico. O teatro medieval Espaço cênico do “Mystère de la Passion” de Valenciennes, século XIV d.C. – Bibliothèque Nationale, Paris, in PESquISE - as trupes e a Commedia dell’arte PESQUISE 43 44
  • 51. 51 O teatro elisabetano. Corte com as configurações internas e perspectiva. FONTE: https://prezi.com/m4tenabh-gut/the-globe-theater/# Na Inglaterra, nobreza, plebeus e camponeses ocupavam o teatro, porém em espaços pré-definidos para cada um deles. Essa fusão de públicos levou também a uma fusão de estilos. William Shakespeare (1564 – 1616), é o autor de “A Tempestade”, “Hamlet”, “Rei Lear”, “Romeu e Julieta” e “A Megera Domada”, grandes obras reconhecidas mundialmente. Shakespeare oferece material suficiente para a imaginação dos espectadores, sugerindo cada ambiente e cada cena no texto dramático [justificando a ausência da cenografia previamente planejada]. O ‘cenário falado’ é um traço estilístico primordial da cena elisabetana (URSSI, 2006, p.30). A cenografia era expressiva, complementada pelo conjunto arquitetônico específico para essa função. PESquISE Visite este link para conhecer mais sobre as descrições do teatro elisabetano (em inglês): https://prezi.com/m4tenabh-gut/the-globe-theater/# 45
  • 52. 52 O teatro renascentista na Itália do século XV. Era popular, cômico, burlesco e abordava os mais variados temas, em contraponto ao tradicional teatro italiano. Ocorreu, além da Inglaterra, na Itália, na França e na Espanha. No entanto, muitos países ainda apresentavam um teatro erudito e religioso de influência medieval. Principais autores e suas obras l Na Itália, Nicolau Maquiavel. Obra relevante: Mandrágora, de 1524. l Na Inglaterra, Shakespeare, com comédias e tragédias. Obras de maior destaque: Romeu e Julieta, Macbeth, Hamlet, A Megera Domada, Sonhos de uma Noite de Verão. l Na Espanha, Miguel de Cervantes e “O Cerco de Numancia”, Fernando de Rojas e “A Celestina” e Pedro Calderón de la Barca e “A Vida é Sonho”. Características principais, segundo uRSSI (2006, p.31): l Harmonia estrutural, formal e estética reconhecidamente influenciada pela arquitetura greco-romana e as reflexões vitruvianas; l Andrea Palladio e Vicenzo Scamozzi são os maiores representantes. Planejaram e construíram o “Teatro Olímpico de Vicenza”, em 1585; “(...) scaenae frons - o cenário fixo construído em madeira e estuque com as três portas clássicas - e em seu interior permanece a cenografia fixa, destinada ao espetáculo de inauguração do teatro representando as ruas de Tebas para ‘Édipo Rei’ de Sófocles. A perspectiva do cenário foi desenhada por Palladio, seguindo as idéias de Sebastiano Serlio, eapóssuamortefoifinalizadaeconstruídatridimensionalmenteemmadeiraeestuquepor Scamozzisituandoopontodefugapintadonospainéisdefundoalémdacenaconstruída.” Espaço cênico renascentista O Teatro Olimpico de Vicenza, por Andrea Palladio e Vicenzo Scamozzi (1585). FONTE: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/e3/Teatro_olimpico.jpg 46
  • 53. 53 Vitrúvio, seus escritos e o seu legado para a Arquitetura, incluindo a aplicação dos seus conceitos e padrões. Aqui: http://engenhariacivildauesc.blogspot. com.br/2010/11/vitruvio-e-seu-legado- para-aquitetura-e.html São tratados técnicos e conceituais que referenciam teórica e tecnicamente quaisquer materializações de ideias no campo da arquitetura, extensivas ao universo do planejamento cenográfico. Vitrúvio destaca em seu Tratado de Arquitetura De forma sumária, os dez livros contemplam os seguintes conteúdos: Livro 1: Sobre os conhecimentos necessários à formação do arquiteto. Livro 2: Sobre os materiais e a arte da construção. Livros 3 e 4: Sobre os edifícios religiosos. Livro 5: Sobre os edifícios públicos. Livro 6: Sobre os edifícios privados. Livro 7: Sobre os acabamentos. Livro 8: Sobre hidráulica e distribuição da água Livro 9: Sobre gnomônica nas edificações. Livro 10: sobre mecânica e os princípios das máquinas (VITRÚVIO, 2015, p. 16). Vitrúvio atribuiu à produção de arte e arquitetura um acervo de fatores condicionantes e determinantes para essa produção, essencialmente técnicos. Outras características projetuais importantes no espaço cênico renascentista: l Representação clássica na pintura dos cenários: a natureza como inspiração para a “teatralização do mundo” (URSSI, 2006, p.32); l Perspectiva como ciência referenciando a pintura: l Sensação de ampliação da cena dada pela perspectiva; l União da pintura e da arquitetura no planejamento e execução cenográfica; O Teatro Olímpico - Andrea Palladio e Vicenzo Scamozzi. Vicenza, séc XVI. Corte longitudinal. FONTE: URSSI, 2006. P.32. PESquISE Vitrúvio, seus escritos e o seu legado para a Arquitetura, incluindo a aplicação dos seus conceitos e padrões. Aqui: http://engenhariacivildauesc.blogspot. com.br/2010/11/vitruvio-e-seu-legado- para-aquitetura-e.html PESquISE PESquISE - Andrea Palladio, quem foi, sua importância para a cenografia, as suas principais obras e a tipologia cênica que desenvolveu. PESQUISE 47
  • 54. 54 O teatro italiano e seu espaço cênico Esquema funcional – setorização de um teatro do tipo italiano. http://www.fau.usp.br/cursos/graduacao/arq_urbanismo/disciplinas/aup0154/00_aup0154_bases/Apostila_de_Teatro.pdf Acesso em 12 set. 2016 Teoria da quarta parede Antoine, em sua teoria da quarta parede, afirma que a parede da cena transparente para o espectador que tem a ilusão que a cena é uma ação real onde os atores atuam independente e livremente ( URSSI, 2006 ) Principais características estruturais: l Formato retangular; l Duas áreas setorizadas distintamente: plateia e palco; l Destaque ao proscênio e à ribalta; l Boca de cena como a moldura do espetáculo; l Cortina principal, caracterizando o início e o fim do espetáculo; Outras características importantes: l Mudanças de cenário através de técnicas de maquinaria; l Molduras laterais (pernas), deslizantes e móveis (roldanas e trilhos); l Uso intenso de recursos cênicos; l Sonoplastia e efeitos visuais com luzes, componentes móveis e fumaça; l Desenho de perspectivas em diagonal; PESQUISE PESquISE Jean-Jacques Roubine e também o teatro Barroco, suas principais características e a expressão trompe l’oeil e sua aplicação em cenografia. 48
  • 55. 55 O planejamento cenográfico para óperas tem os seus diferenciais caracterizados pela compatibilização entre o drama expresso pelo tema e a materialização da cenografia. Espera-se, a partir da intensidade dramática desse tipo de espetáculo, um projeto cenográfico adequado à geralmente presente intensidade emocional que tais obras apresentam. “Em 1882, Wagner inaugurou, sob a inspiração da arte total, a Festspielhaus em Bayreuth com a ópera ‘Parsifal’. O ciclo wagneriano apoiou-se na valorização do texto de concepção mitológica, realizado sobre o modelo da tragédia grega, e abandonou o cunho histórico ora utilizado nas concepções líricas da época.” (URSSI, 2006, p. 42) Richard Wagner (1813-1883) revolucionou a produção de espetáculos, as óperas, inovando na produção de cenografia, introduzindo a pintura e seus conceitos, correntes e estilos nas suas propostas. Características nos espetáculos wagnerianos – Richard Wagner, o compositor: l Uma nova arquitetura teatral, com espectadores diretamente de frente para o palco; l Plateia em planos em aclive; l Fosso para orquestra, entre a plateia e o palco; Adolphe Appia l Referenciou-se em Wagner; l Elaborou esboços e maquetes; l Volumetria e atmosfera dada pela luz elétrica nos espetáculos; O teatro tipicamente barroco. Estudo e aplicação das técnicas de perspectiva. Ferdinando Galli da Bibiena, século XVII. FONTE: http://www.unav.es/ha/007-TEAT/barrocos-bibiena-familia.htm Acesso em 05 set. 2016. FILmE RECOmENDADO: “Vatel” – Um Banquete para o Rei (2000). Direção: Roland Joffé. Cenografia móvel, perspectivas, painéis pintados, mobilidade a outros componentes cenográficos. mIDíAS INTERATIVAS míDIAS INTERATIVAS Ópera e cenografia - Vídeo: Carmen de Bizet, no Metropolitan, Nova Iorque: https://youtu.be/K2snTkaD64u 49 50
  • 56. 56 “Parsifal”, 1896. Arquitetura cenográfica: Adolphe Appia. FONTE: http://socks-studio.com/2013/12/13/a-revolution-in-stage-design-drawings-and- productions-of-adolphe-appia/ Acesso em 05 set. 2016 “Orpheus”, Hellerau, Alemanha (vila de Dresden), 1913. Arquitetura cenográfica de Adolphe Appia. http://socks-studio.com/2013/12/13/a-revolution-in-stage-design-drawings-and- productions-of-adolphe-appia/ Acesso em 05 set. 2016 míDIAS INTERATIVAS Pesquise: Edward Gordon Craig e sua relação profissional com Adolphe Appia. Vídeo: https://youtu.be/DuuApTeu17E Veja o vídeo (em inglês): https://vimeo.com/76406586 Cenografia no Século XX AcenografianoséculoXXcaminhouaoladodosdesenvolvimentostecnológicoseindustriaisdaépoca.Aluzelétrica e o aprimoramento da indústria permitiram novas configurações espaciais no espaço cênico e o aperfeiçoamento e melhor contextualização dramática através das composições visuais que utilizariam a luz como base. Características: l A indústria e a fotografia (imagem representada, em vez de painéis figurativos) como referenciais para o planejamento cenográfico; l Meios de comunicação: informação e propaganda; l Sociologia e antropologia presentes na cenografia sob a ótica das mutações na sociedade da época; l Movimentos artísticos do início do século também presentes nas concepções cenográficas – painéis e mecanismos que solucionavam movimentações cenográficas nos espetáculos; l A luz como definidora dos espaços no palco; l A perspectiva dá lugar a um “(...) cada vez mais complexo mecanismo de técnicas cênicas (...)” (URSSI,2006, p.50), que incluía a encenação, pelos atores e a apropriação do espaço cenográfico; l Palco giratório, ciclorama, iluminação policromática no espetáculo; l (...) “Formas de estilo e de jogo teatral seguiram em rápida sucessão dentro de poucas décadas, sobrepondo-se: naturalismo, simbolismo, expressionismo, teatro convencional e teatro liberado, tradição e experimentação, drama épico e do absurdo, teatro mágico e teatro de massa. ” (Berthold, apud URSSI, 2006, p.50) 51 52
  • 57. 57 PESquISE PESquISE Termos técnicos específicos utilizados em teatro, cinema e televisão. Exemplo: ciclorama, coxia, urdimento, dentre outros, importantes para o conhecimento da linguagem técnica apropriada para as atividades que envolvem planejamento cenográfico. Pesquisar/assistir – O cinema expressionista – filmes e seus cenógrafos: “Der Golem”, de Paul Wegener, filme de 1920; ‘O Gabinete do Doutor Caligari’ de Robert Wiene, 1919; “Metropolis” (1927) e “M – O Vampiro de Dusseldorf”, ambos de Fritz Lang e “Nosferatu”, de F.W. Murnau (1922). Cenografia no Século XX As transformações nos planejamentos cenográficos do século XX acompanharam as transformações da sociedade e suas expressões artísticas, regidas e orientadas especialmente pelos avanços industriais e a popularização dos seus produtos. Basicamente, a cenografia expressionista é um fator de ruptura com o passado. O espaço cênico foi fortemente influenciado pelas artes. Planejamentos cenográficos de base realista, naturalista e impressionista não mais eram interessantes, pois buscava-se pelo moderno e contraditório às artes tradicionais. “O cinema expressionista oferecia para cenógrafos e arquitetos, a oportunidade de investigar os efeitos psicológicos relacionando elementos como: primeiro e segundo plano, distâncias e diagonais, ascendências e descendências, horizontes altos e baixos, iluminação difusa e concentrada, elaborando um vocabulário gráfico, formal e espacial de alto potencial dramático.” (URSSI, 2006, p. 52) As artes dramáticas estão relacionadas à cenografia expressionista no que se relaciona a aspectos comportamentais do ser humano. Características: l Ruptura com o passado tradicional de representação cenográfica; l Edvard Munch e Van Gogh são, com suas obras, referências artísticas para a produção cenográfica; l Cenografia como “(...) visões sugeridas pela dramaturgia (...)”. (URSSI, 2006,p.51) l Contrastes entre luz e cor na composição; l Uso do espaço tridimensional (a altura como elemento a ser complementado pelo projeto cenográfico); PESQUISE PESQUISE
  • 58. 58 A cenografia futurista O espaço cênico construtivista A cenografia futurista rompe em definitivo com as formas tradicionais do fazer artístico relacionado à cenografia. Dentre as principais características do movimento estão: l a introdução dos princípios futuristas nos espetáculos – Manifesto Futurista (1911); l O teatro sendo “sintético por excelência” (URSSI, 2006, p.52); l a celebração da máquina e da indústria e seus conceitos mecânicos e técnicos; l a propaganda utilizada maciçamente para difusão dos espetáculos (panfletos, jornais, exibições e eventos); l a configuração de uma realidade remodelada, transfigurada para a abstração do concreto. A Revolução Russa foi a norteadora dos conceitos para a produção de arte e cenografia no seu período. Principais características: l Origens durante o período da Revolução Russa; l “(...) a mobilização política colocou os espetáculos de massa como veículo de criação e atuação coletiva. Os grandes comícios tornaram-se festivais amadores e populares com coros e canções, tanques e armas.” (URSSI, 2006; p.53) l Projeção de imagens, filmes complementando o conjunto cenográfico e a ação; l União de diversos “personagens” na construção do espaço cênico: além dos cenógrafos, artistas plásticos, encenadores e arquitetos. Enrico Prampolini, “Glauco” de E.Morselli, 1924. FONTE: http://www.centroarte.com/Prampolini%20Enrico.htm Acesso em 05 set. 2016 Cenografia/teatrofuturista–figurino.EnricoPrampolini,s.d. FONTE: http://spazioscenico.altervista.org/sceno.html Acesso em 05 set. 2016 PESquISE Pesquisar: “O Manifesto dos Autores Dramáticos Futuristas”, 1911. VISITE TAmBÉm: https://prezi.com/mwnerwxfupmo/futurismo-no-teatro/ Acesso em 15 set. 2016 Para mais imagens, visite (site em italiano): http://spazioscenico.altervista.org/sceno.html “Evoluzioni dello spazio scenico” – Evolução do espaço cênico. PESQUISE 53 54
  • 59. 59 “The Moscow Art Theatre”,1902. Imagem: Stanislavski Centre/ArenaPal. FONTE: http://www.bbc.co.uk/education/guides/zxn4mp3/revision/3 Acesso em 15 set. 2016 Cenografia construtivista. Stanislavsky. FONTE: http://cw.routledge.com/textbooks/stanislavski/9780415436571/pictures.asp Acesso em 15 set. 2016 Cena de “Le Theatre Alfred Jarry de l’Hostilite Publique”. Direção de Antonin Artaud, 1927. FONTE: http://theredlist.com/wiki-2-20-881-1399-880-view-theatre-profile-1920s-1. html?sharing=114436 Vsevolod Meyerhold. Cenário do espetáculo “The Down”, 1920. Cenografia por Vladimir Dmitriev. Moscou. FONTE: http://chewhatyoucallyourpasa.blogspot.com.br/2011/09/revolution-and-theater- theatrical.html Acesso em 06 set. 2016 55 56 57 58
  • 60. 60 Jerzy Grotowski. “Akropolis”, 1962. FONTE: http://cuadrivio.net/wp-content/uploads/2012/04/Akropolis-1962.jpg Acesso em: 06 set. 2016. Bertold Brecht. Cenografia de John Heartfield, 1951, para Die Mutter (The Mother). Berlin, Alemanha. FONTE: http://www.johnheartfield.com/John-Heartfield-Exhibition/john-heartfield- art/german-theater-history/bertolt-brecht-john-heartfield/brecht-theatre-sets-2 Bertold Brecht. Cenografia para uma cena de “Mutter Courage und ihre Kinder” (Mother Courage and Her Children), 1949 no teatro “Das Berliner Ensemble”. FONTE: https://www.britannica.com/art/dramatic-literature/images-videos/Setting-for- a-scene-in-Mutter-Courage-und-ihre-Kinder/3747 PESquISE Eugênio Barba, Peter Brook e Tadeusz Kantor e suas produções. l Teatro da Bauhaus e Oskar Schlemmer PESQUISE Principais características: Com a criação da fotografia e seu aperfeiçoamento até que chegasse ao cinema, os projetos cenográficos também foram alterados para atender às novas necessidades e configurações técnicas na montagem dos espetáculos. “A fotografia permitiu incorporar a realidade aos cenários cinematográficos, pôde dispor de lugares naturais, como paisagens e construções reais. O movimento trouxe a possibilidade de se observar o cenário de diversos ângulos e em seus detalhes”. (URSSI, 2006,p.58). Os cenários passaram a ser representados, com o advento da fotografia, de maneira realista, ou aproximada da realidade. - Georges mèliés: técnicas de enquadramento, câmera em movimento e cenários pintados. ARQUITETURA CENOGRÁFICA NO CINEMA História da cenografia no cinema 59 60 61
  • 61. 61 SAIBA mAIS PESquISE “História do Cinema mundial” – Org.: Fernando Mascarello, em http://sesc-se.com.br/cinema/historia+do+cinema+mundial.pdf “Câmera Cotidiana – Apostila”- http://www.cameracotidiana.com.br/material_de_apoio?cat=pedag%C3%B3gico Assista: Serguei Eisenstein – FILME – “O Encouraçado Potemkin” Aqui: https://youtu.be/3i9FkLOac9s Atividade: observação e análise das composições cenográficas. Saul Bass, James Pollac, Robert Freeman – Trabalhos cenográficos e visuais para o cinema norte-americano nos anos 50. SAIBA mAIS No Brasil temos excelentes representantes em produção cenográfica, dentre eles Cyro del Nero. Biografia e listagem de produção cenográfica: http://teatropedia.com/wiki/Cyro_Del_Nero PESQUISE O surgimento da televisão provocou um maior aperfeiçoamento no planejamento cenográfico devido à necessidade, em alguns casos, de criar-se ambientações que se aproximassem quase que fielmente à realidade e, como exemplo, as novelas e teleteatros, basicamente reproduções do mundo real. Dos painéis de propaganda aos cenários realistas, a televisão caminhou ao lado do desenvolvimento tecnológico na área de produção de imagens, incluindo aqui os programas de computador, virtualizando o real e de certa maneira proporcionando ao planejamento cenográfico possibilidades infinitas na área da criação. A cenografia sempre foi pouco valorizada no meio televisivo, o diretor resolvia a cena colocando uma tapadeira ao fundo com o logotipo do anunciante. Havia “... uma inexperiência dos dois lados: a empresarial e a artística (...) uma discrepância de possibilidades...” Cyro del Nero (apud. Burini, 1996, p.51). As equipes não tinham um cenógrafo e sim um supervisor de estúdio que era um ‘faz tudo’, misto de cenógrafo, cenotécnico e contra-regra. Os primeiros cenários eram criados com a mesma linguagem cênica do Teatro, até a invenção do vídeo-tape, quando foi, aos poucos, aproximando-se da linguagem cinematográfica. A cenografia transposta do espaço teatral não apresentou rupturas devido à sua natureza híbrida e metamórfica como forma de expressão. Os novos experimentos cênicos encontraram expressão efetiva na televisão. A linguagem cênica adaptou-se aos novos meios sem se distanciar conceitualmente de seu espaço de origem e adquiriu novas características como a fragmentação do tempo e do espaço, e contemporaneamente, as infinitas possibilidades da construção dos cenários digitais (URSSI, 2006,p. 61). Arquitetura cenográfica na televisão História da cenografia no cinema História da cenografia na televisão
  • 62. 62 Cenografia de Cyro del Nero. FONTE: http://tricotandoarte.blogspot.com.br/2010/08/saudacoes-este-grande-mestre-da.html Acesso em 06 set. 2016 Cenografia de Cyro del Nero. FONTE: http://tricotandoarte.blogspot.com.br/2010/08/saudacoes-este-grande-mestre-da.html Acesso em: 06 set. 2016 A CENOGRAFIA E A TELENOVELA Nas produções em televisão, especialmente as telenovelas, busca-se por projetos cenográficos que aproximam a composição da realidade, enquanto que no teatro as nuances e as minúcias dos componentes cenográficos podem ser menos óbvias, haja vista a existência dos distanciamentos entre a plateia e o palco, levando-se em conta ainda a ambientação proposta pelo contexto dramático. OprimeiroteleteatroausaroVTfoiem‘Hamlet’,deWilliamShakespeare,adaptado e dirigido por Dionísio de Azevedo, na TV Tupi. O teleteatro surge como forma visual e narrativa que dará origem às telenovelas atuais. O ‘Bem Amado’ foi a primeira novela a cor e os cenários eram verdadeiras alegorias carnavalescas. A cenografia de novelas trabalha estereótipos como a casa de pobre, a casa de rico, o bar de periferia, a rua, a viela, cidade, como um catálogo de estilos pré-determinados (URSSI, 2006, p. 63). A televisão trabalha diretamente com uma imersão – fictícia- no mundo real, buscando uma aproximação cenográfica com a realidade, esta, estratificada. Em alguns casos, essa representação cenográfica se mostra sobrecarregada em alusões à realidade, em outros, trabalhando de maneira sintetizada o mundo real. 62 63