1) O documento analisa a produtividade da cana-de-açúcar na safra de 2014 na região central de São Paulo utilizando modelagem matemática e balanços hídricos.
2) Foram considerados cenários climáticos de 2013-2014 com previsões do INPE indicando um fenômeno El Niño e chuvas abaixo da média no norte do Brasil.
3) Os balanços hídricos de diversas localidades mostraram déficit hídrico em alguns meses de 2013-2014, o que
Análise da produtividade da cana de-açúcar para a safra 2014 utilizando modelagem matemática - simposio geca-esalq
1. Análise da produtividade da cana-de-açúcar para a
safra 2014 utilizando modelagem matemática
MAXIMILIANO SALLES SCARPARI
Centro de Cana/IAC
Maio/2014
2. • Cenários climáticos: Ano 2013 – 2014
• Previsão climática do INPE
• Balanços hídricos
• Efeito da seca na planta
• Floração
• Quando a cana acumula biomassa?
• Projeto PREVCLIMACANA
• Maturação
• Considerações finais
INTRODUÇÃO
3. Cenários climáticos: Ano 2013 – 2014
Região central do Estado de SP
0.0
5.0
10.0
15.0
20.0
25.0
30.0
35.0
°C
Meses
Temperaturas 2013 e 2014
Temp max 2014
Temp min 2014
Temp max 2013
Temp min 2013
6. Fonte: INFOCLIMA – INPE (29/04/14)
FENÔMENO EL NIÑO EM DESENVOLVIMENTO NO OCEANO PACÍFICO
EQUATORIAL
A intensificação do aquecimento das águas nas camadas subsuperficiais do
Oceano Pacífico Equatorial, cuja propagação para leste vem sendo monitorada
nos últimos meses, indica o desenvolvimento da fase quente do fenômeno El
Niño-Oscilação Sul (ENOS) no decorrer dos próximos meses. Este foi o
prognóstico da maioria dos modelos de previsão climática, os quais também
indicam maior probabilidade das chuvas ocorrerem abaixo da média
climatológica no norte da Região Norte e acima da média na Região Sul do
Brasil.
Previsão climática: INPE
17. Indução floral da gema apical – o crescimento é afetado.
• Fotoperíodo: 12 horas e 55 minutos ou 12 horas e 30 minutos com
decaimento do dia,
• Temperatura diária máxima < 31 °C e mínima noturna > 18 °C. Quanto
menor a amplitude térmica mais favorável e temperatura acima de 32°C é
prejudicial,
• Disponibilidade hídrica no solo (essencial),
• Efeito negativo do nitrogênio na floração, atrasa a emissão da flor (poucos
estudos relacionados à dosagem).
FLORAÇÃO
18. FLORAÇÃO – Ribeirão Preto/SP
Floração ano 2013: 63% probabilidade indução
Clima: Dia MÊS TM Tm Amplitude Chuva Dias indutiveis FOTOPER
25 FEV 31,3 18,9 12,4 0,0 NÃO 12h35
26 FEV 30,7 18,8 11,9 1,3 SIM 12h33
27 FEV 30,3 19,3 11,0 0,3 SIM 12h33
28 FEV 29,4 20,2 9,2 1,0 SIM 12h31
1 MAR 27,5 18,7 8,8 10,2 SIM 12h29
2 MAR 27,5 17,6 9,9 4,8 NÃO 12h27
3 MAR 27,9 18,7 9,2 0,3 SIM 12h27
4 MAR 32,5 18,8 13,7 0,0 NÃO 12h25
5 MAR 32,5 19,7 12,8 0,0 NÃO 12h24
6 MAR 32,5 19,7 12,8 4,6 NÃO 12h23
7 MAR 32,6 19,9 12,7 0,0 NÃO 12h21
8 MAR 32,6 20,0 12,6 0,0 NÃO 12h20
9 MAR 33,3 19,7 13,6 1,8 NÃO 12h19
10 MAR 31,8 19,7 12,1 22,9 NÃO 12h18
11 MAR 31,7 19,7 12,0 0,0 NÃO 12h17
12 MAR 31,8 19,3 12,5 16,5 NÃO 12h16
13 MAR 31,8 20,0 11,8 0,0 NÃO 12h14
14 MAR 29,0 21,1 7,9 1,5 SIM 12h13
15 MAR 29,0 20,5 8,5 0,0 SIM 12h12
16 MAR 30,3 21,3 9,0 1,8 SIM 12h10
17 MAR 30,7 20,3 10,4 0,0 SIM 12h09
18 MAR 30,0 18,3 11,7 0,0 SIM 12h08
19 MAR 24,2 17,7 6,5 0,5 NÃO 12h07
20 MAR 25,0 18,2 6,8 3,8 SIM 12h06
71,3
2013
19. FLORAÇÃO – Ribeirão Preto/SP
Floração ano 2014: 47% probabilidade indução
Clima: Dia MÊS TM Tm Amplitude Chuva Dias indutiveis FOTOPER
25 FEV 30,7 18,6 12,1 2,8 SIM 12h35
26 FEV 30,5 17,4 13,1 3,6 NÃO 12h33
27 FEV 25,7 18,0 7,7 0,0 SIM 12h33
28 FEV 32,3 20,0 12,3 12,5 NÃO 12h31
1 MAR 30,4 17,9 12,5 39,9 NÃO 12h29
2 MAR 28,2 17,4 10,8 3,0 NÃO 12h27
3 MAR 32,1 19,5 12,6 0,0 NÃO 12h27
4 MAR 30,7 21,0 9,7 0,3 SIM 12h25
5 MAR 30,9 20,0 10,9 6,4 SIM 12h24
6 MAR 25,2 19,4 5,8 2,3 SIM 12h23
7 MAR 30,3 19,0 11,3 6,4 SIM 12h21
8 MAR 26,8 18,4 8,4 1,8 SIM 12h20
9 MAR 28,6 17,0 11,6 0,0 NÃO 12h19
10 MAR 30,8 18,0 12,8 0,0 SIM 12h18
11 MAR 32,4 18,8 13,6 0,0 NÃO 12h17
12 MAR 31,5 19,2 12,3 6,1 NÃO 12h16
13 MAR 28,5 19,1 9,4 2,0 SIM 12h14
14 MAR 31,2 18,9 12,3 0,0 NÃO 12h13
15 MAR 32,9 20,0 12,9 0,0 NÃO 12h12
16 MAR 32,9 18,6 14,3 0,3 NÃO 12h10
17 MAR 31,9 18,0 13,9 0,0 NÃO 12h09
18 MAR 32,1 18,3 13,8 0,0 NÃO 12h08
19 MAR 32,1 18,1 14,0 0,0 NÃO 12h07
20 MAR 32,2 19,2 13,0 0,0 NÃO 12h06
87,4
-0,47979 Indice Pereira et al. (1986).
2014
26. EXEMPLO ESTIMATIVA MODELO PREVCANA
%
CANAANOEMEIO Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho
TCH estimado modelo 2012/2013 0 4,5 31,9 41,0 61,8 67,1 70,6 81,5 91,0 104,0 124,8 134,7 143,9 148,7 149,0 147,5 142,7 141,1
TCH estimado modelo 2013/2014 0 7,4 25,0 34,9 58,6 64,8 67,5 74,0 85,7 106,2 123,3 135,4 142,3 140,5 141,3 140,5 135,8 133,6 -5,3
%
TCH médiomedidocampo2012/2013 18,3 21,7 25,2 72,3 fim
TCH médiomedidocampo2013/2014 54,4 82,0 93,7 89,5 113,4
%
CANAANO Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro
TCH estimado modelo 2012/2013 0 4,8 30,7 52,4 68,5 79,5 85,6 87,6 86,5 86,0 85,4 85,9 86,7
TCH estimado modelo 2013/2014 0 6,4 35,9 48,4 62,4 72,4 74,4 75,4 73,4 73 73,1 73 74,1 -14,5
%
TCH médiomedidocampo2012/2013 38 49,6 56,2 76,2 98,7 85,4 106,4 100 101,5
TCH médiomedidocampo2013/2014 37,9 56,7 62,7 73,2 87,8
% TCH ESPERADO ANOEANOEMEIOSAFRA2014COMPARADOSAFRA2013 -9,9
PROJETOPREVCLIMACANA(ESTIMATIVADESAFRA)
TCH
TCH
27. EXEMPLO ESTIMATIVA MODELO PREVCANA
%
SOCA INÍCIO SAFRA Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio
TCH estimado modelo 2012/2013 0 0,131 0,84 3,0 18,8 33,6 55,4 66,4 76,5 83,5 87,4 88,8 88,0
TCH estimado modelo 2013/2014 0 0,7 3,1 5,6 14,2 25,8 51,7 60,5 72,4 78,3 80,6 81,7 81,7 -7,2
%
TCH médio medido campo 2012/2013 58,1 56,6 58,2 78,2 101,6 88,6 83,4
TCH médio medido campo 2013/2014 27,4 59,0 46,3 56 76,2
%
SOCA MEIO SAFRA Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto
TCH estimado modelo 2012/2013 0 3,1 16,1 45,2 60,5 73,1 82,5 88,5 90,1 89,5 89,1 87,4 87,4
TCH estimado modelo 2013/2014 0 0,0 8,3 40,6 54,2 70,9 79,6 83,1 85,3 84,7 83,7 82,0 82,1 -6,1
%
TCH médio medido campo 2012/2013 49,4 50,9 55,8 92,5 122,8 100 117 124 125
TCH médio medido campo 2013/2014 26,7 63,0 70,5 88,9 74,2
%
SOCA FIM SAFRA Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro
TCH estimado modelo 2012/2013 0 7,5 27,7 49,3 66,8 75,5 77,8 79,8 77,5 75,8 72,5 71,0 71,0
TCH estimado modelo 2013/2014 0 4,9 24,5 39,5 51,5 60,6 62,4 63,5 61,8 61,0 59,2 59,0 58,8 -17,2
%
TCH médio medido campo 2012/2013 54 55,6 61,8 69,1 63,1 79,9
TCH médio medido campo 2013/2014 56 74,4
% TCH ESPERADO SOCAS SAFRA 2014 COMPARADO SAFRA 2013 -10,2
TCH
TCH
TCH
28. Maturação
Alexander (1973), descreve que a maturação fisiológica depende
da redução sazonal da temperatura do ar freando a taxa de
desenvolvimento vegetativo, sem porém afetar significativamente
o processo fotossintético, de maneira que haja maior saldo de
produtos fotossintetizados transformados em açúcares para
armazenamento.
30. Maturação
• ARMAZENAMENTO DE ÁGUA DISPONÍVEL
Humbert (1968), observou que para ocorrer o processo de
maturação fisiológica e acúmulo de açúcar em locais onde não há
redução sazonal da temperatura do ar, a cultura deve ser
submetida a uma seca moderada
Balanço hídrico (Thornthwaite & Mather, 1955), com
modificações propostas por Barbieri et al. (1997)
31. Maturação
y = -29.54x + 15.10
R² = 0.995
13.0
13.5
14.0
14.5
15.0
0 0.01 0.02 0.03 0.04 0.05
Pol%Cana
ETa/ETm
Pol x ETa/ETm - Julho (Exemplo)
Em áreas onde não há influencia da baixa temperatura na maturação, iniciamos
uma modelagem simples apenas considerando o déficit hídrico
32. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Elevado déficit hídrico no início de 2014 em algumas regiões,
totalmente atípico (vide histórico).
Comportamento diferencial dependendo do ambiente de
produção.
Por outro lado, altas temperaturas e alta insolação. Em locais
com disponibilidade hídrica atendida, alto potencial produtivo.
Variação na distribuição da precipitação (pancadas de chuva).
33. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Baixa a média pressão de indução floral.
Grave problema: cana de ano e soca de final de safra (atenção,
vai virar cana de dois verões??? Vamos conseguir colher em
ambientes ruins???).
Na adversidade surgem as oportunidades...e melhor uso das
tecnologias disponíveis.