O documento discute a necessidade de se desenvolver uma estratégia de adaptação às mudanças climáticas no Brasil. Ele propõe realizar estudos de impacto climático em três cenários e nos setores de recursos hídricos, energia, infraestrutura e agricultura. Também sugere identificar medidas de adaptação de curto e longo prazo e estimar seus custos, considerando desafios como incertezas nos modelos e perspectivas técnicas versus políticas.
3. Por que do estudo e deste workshop
• Poucos assuntos ambientais são tão importantes na agenda de
sustentabilidade quanto a mudança do clima
• O tema perpassa toda a vida na terra e os setores econômicos
• É impossível pensar estrategicamente o Brasil do futuro – que é a
obrigação precípua da SAE – sem o bom entendimento do
problema
• Além de ser um enorme problema de política internacional, a MC
é um problema sobre desenvolvimento, muito além de um
problema de meio ambiente
• A SAE quer contribuir para as políticas e ações de
governo, particularmente na agenda da adaptação –
porque é aonde a questão é mais multi-setorial e
interdisciplinar
4. Impacto econômico das MC
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Crescimento sem mudança do clima
Crescimento com mudança do clima
Perdas econômicas
2013
2040
Tempo
5. Adaptar até que ponto?
$
Pode ser melhor, ou impossível,
adaptar completamente…
… então um dano residual permanece
Benefícios da adaptação
Tempo
Decisões de se fazer ou não ações de adaptação são baseadas
em critérios padrões de análise custo-benefício social
6. Como preparar uma estratégia de
adaptação às MC?
• A primeira coisa é lembrar que existe uma trajetória de
desenvolvimento e que a adaptação vai se dar num Brasil
diferente do de hoje.
• Pode inclusive fazer sentido deixar o assunto pra lá e só se
preocupar com adaptação em 2050, quando a renda per capita
do Brasil será igual a do Japão de hoje! Lá vai ser muito mais fácil
se adaptar.
• E POR QUE NÃO?
• Com as incertezas sobre os impactos, qualquer coisa que façamos
hoje pode se mostrar bastante errada no futuro. Então
pra que gastar recursos escassos de hoje em coisas
incertas do futuro e não em problemas sociais mais
prementes (e certos) do presente?
7. Como preparar uma estratégia de
adaptação às MC?
• O contra-argumento é que o outro tipo de erro parece mais grave
do que este de gastar recursos que mais tarde se mostrarão
desnecessários ...
• Já imaginou se o bicho pega em 2040?
• Correr o risco de ser pego de calça curta num mega desastre
climático parece mais preocupante do que eventualmente se
arrepender por um gasto desnecessário.
• Ou não ...
8. Como preparar uma estratégia de
adaptação às MC?
• Só o que podemos fazer é:
•
•
•
•
projetar os impactos
ver quando deverão acontecer
identificar medidas de prevenção e remediação
e ainda identificar um critério de decisão que nos diga se vale
ou não a pena executar estas medidas
• Observe que isto envolve balancear entre necessidades certas
presentes com necessidades possíveis no futuro ...
• ESTAMOS COM SORTE: Este mesmo tipo de problema
de alocação de recursos aplica-se a todas decisões de
investimento público (ficamos na torcida, somos todos
Framengo ...)
9. Tipos de adaptação
•
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•
•
Horizonte de planejamento
Medidas soft x hard
Ações públicas x privadas
Adaptação espontânea – agricultura, residências, ...
Condições culturais e socioeconômicas locais
11. Estabelecimento do baseline
• Projeções de variáveis a serem usadas em todos os estudos
setoriais – como população, PIB, principais indicadores
socioeconômicos – e identificar futuras demandas e padrões de
uso de energia, de recursos hídricos, de infraestrutura urbana, ao
menos ao nível de estados, até 2040
• Inventários de infraestrutura para o período 2010-2040 para os
setores de abastecimento de água e saneamento, drenagem
pluvial, energia, rodovias e estruturas costeiras e portuárias ao
nível estadual e das 12 grandes cidades brasileiras – sem MC
12. Três cenários climáticos
• É preciso considerar um leque amplo de cenários climáticos,
porque eventuais medidas de adaptação dependem de forma
fundamental deste leque
• A nível nacional, quase tudo que se fala hoje sobre clima baseiase num único cenário climático, o que consiste no erro número 1
para este tipo de análise
• Junto com MCTI/INPE estamos downscaling 2 novos modelos
climáticos globais
13. Avaliação de impactos
• Para cada um dos 3 modelos climáticos, o primeiro passo é
projetar impactos sobre os recursos hídricos – especialmente as
variações de disponibilidade hídrica superficial
• A partir de ambas variações climáticas e impactos sobre recursos
hídricos, projetar os impactos sobre cada um dos setores
estudados – hidroeletricidade, infraestruturas urbanas e
costeiras, saúde e agricultura
• Incluir os impactos específicos dos eventos extremos
• Dependendo da disponibilidade de dados, estimar o impacto da
elevação dos níveis do mar e aumento da intensidade
de ressacas e tempestades na infraestrutura costeira
nas regiões mais vulneráveis aos fenômenos
14. Avaliação de impactos
• Projetados os impactos dos modelos climáticos sobre o
escoamento superficial é preciso rever as mudanças sobre as
demandas de irrigação e consumo de energia e depois voltar aos
modelos hidrológicos
• Considerar apenas uma interação
• Avaliar o impacto das mudanças climáticas na demanda por
infraestrutura (ex., refrigeração)
• Impactos sobre setores deverão vir de relações dose-resposta –
que relacionam mudanças de temperatura e de recursos hídricos
sobre a infraestrutura, sobre a produção agrícola,
sobre a produção de energia elétrica, sobre a saúde
15. Identificação de medidas de adaptação
• Avaliar uma gama de medidas de adaptação que permitirão o
Brasil evitar, lidar e se recuperar dos impactos das MC
• Identificar medidas de longo e curto prazo, medidas “soft” e
“hard”, públicas e privadas. Discutir em particular as medidas que
induzam a adaptação privada
• Estimar os custos de adaptação por categoria ou subsetor de
infraestrutura
• Discutir priorização segundo diferentes métricas, incluindo custoefetividade, factibilidade política, aceitação social e cultural,
robustez, etc.
16. Limitações e dúvidas
• Optamos por não fazer abordagem integrada, ex., via CGE
• Grau de conhecimento técnico distinto entre os setores
• Estocasticidade só abordada via cenários climáticos extremos e
nas incertezas dos modelos setoriais
• Deveríamos só analisar eventos extremos?, dado que a “média” é
sabidamente um mau previsor do que deve vir?
• Perspectiva eminentemente técnica e econômica – nada de
instituições, legislações, legitimidade política, etc.
17. MUITO GRATO!!!
BOM TRABALHO !!!
sergio.margulis@presidencia.gov.br