3. O Que a SAE tem a ver com isso ?
• É impossível pensar estrategicamente o Brasil do
futuro – obrigação precípua da SAE – sem o bom
entendimento do problema
• Além de ser um enorme problema de política
internacional, a MC é um problema sobre
desenvolvimento e não de meio ambiente
• A SAE está focada na agenda da adaptação – porque é
onde a questão é mais multi-setorial e 100% afeta ao
desenvolvimento
4. Por que adaptação ?
• Todos os países se beneficiam do conhecimento
científico sobre aquecimento global, mas só o
Brasil vai estudar impactos esperados sobre o
Brasil
• Por cortar TODOS os setores e toda nossa vida, a
adaptação é muito mais complexa de estudar.
Resposta muito lenta dos setores
• As ações de adaptação são tipicamente
preventivas - correr contra o tempo e se
adiantar é essencial
5. Quais são os problemas de política pública?
• Impactos abrangentes, custos altos
• Infraestrutura não adaptada
• Investimentos públicos depreciados e
patrimônio sob risco
• Maior pressão sobre defesa civil e para
prevenção de desastres
• Potencial retrocesso sobre ganhos nas políticas
sociais
8. Questões diantes das quais não se calar…
• Percepção incipiente da causalidade nos setores
econômicos
• Incorporação dos cenários climáticos no
desenvolvimento nacional
• (Ainda) somos um país em desenvolvimento:
quanto ou até que ponto vamos adaptar ?
• Quando fazer o investimento de adaptação:
antecipar ou retardar?
9. Para responder a essas questões...
Fonte: Margulis & Unterstell, SAE/PR (2014)
10. ... há benefícios e redução de danos.
Fonte: Margulis & Unterstell, SAE/PR (2014)
11. Porém a tomada de decisão é fragmentada - não se
dá sobre a trajetória de desenvolvimento ou de
adaptação…
Fonte: Nobre, Adaptado. 2014
12. Como preparar uma estratégia de
adaptação?
• Lembrar que existe uma trajetória de desenvolvimento e
que a adaptação vai se dar num Brasil diferente do de
hoje.
• Pode inclusive fazer sentido só se preocupar com
adaptação em 2050, quando a renda per capita do Brasil
será igual a do Japão de hoje! Lá vai ser muito mais fácil
se adaptar.
• E POR QUE NÃO?
• Qualquer coisa que façamos hoje pode se mostrar errada
no futuro. Então pra que gastar recursos escassos de
hoje em coisas incertas do futuro e não em problemas
sociais mais prementes e certos do presente?
13. (cont.) Como preparar uma estratégia de
adaptação?
• O contra-argumento é que o outro tipo de erro parece
mais grave: ser pego de calça curta num mega desastre
climático e não ter feito nada preventivamente...
• Ou não ...
• A única coisa que podemos fazer é:
• projetar os impactos (e o momento de ocorrência)
• identificar medidas de prevenção e remediação
• identificar um critério de decisão que nos diga se
vale ou não a pena executar estas medidas
• Certamente teremos que conviver com algum dano
residual
14. Tipos de adaptação
• Horizonte de
planejamento
• Medidas soft x hard
• Ações públicas x
privadas
• Adaptação
espontânea –
agricultura,
residências, ...
• Condições culturais e
socioeconômicas
locais
16. Preceitos básicos para o estudo da SAE
• Estudo estratégico, iniciado em 2013, a ser
concluído em 2015
• Horizonte de longo prazo (2040)
• Baseado em modelos climáticos globais
regionalizados ao nível 20km x 20km (parceria
com INPE e MCTI)
• Integra análises setoriais de impacto e
estratégias adaptativas
• SAE é a facilitadora e coordenadora técnica
• Adaptação no futuro e não no presente
18. Passo 1 – A grande incerteza está nas
projeções climáticas. Então…
19. Passo 2 – modelagem hidrológica
– Balanço hídrico do presente e futuro será baseado
numa grade de 20 x 20 km.
– Análise das vazões naturais mensais (presente e
futuro) na escala das bacias incrementais
contribuintes aos 195 reservatórios do setor elétrico.
– Modelagem integrada (usos múltiplos) será realizada
por sistema de reservatórios (várias bacias
hidrográficas)
– Abastecimento urbano: principais pontos de
demanda (foco nos reservatórios do sistema elétrico
e algumas áreas estratégicas)
22. Passo 3
• Para cada setor, a construção de um cenário
tendencial sem mudança do clima e de outros
cenários com mudança do clima.
• O cenário sem mudança do clima é
“relativamente fácil” pois é o nosso planning-as-
usual, tanto business quanto government, right?
• Os cenários com mudança do clima obedecem à
disponibilidade de cenários regionalizados pelo
INPE, em escala 20 km x 20 km, ou até 5 km x 5
km em casos específicos.
23. Passo 3 – setores
• Água: balanço hídrico em andamento
• Energia: preparação do cenário tendencial
• Agricultura: cenário tendencial concluído,
calibragem do SCENAGRI/EMBRAPA concluído,
início das rodadas climáticas
• Saúde: cenário tendencial e ondas de frio/calor
• Costeiro e Urbano: cenário tendencial e
identificação das áreas vulneráveis
• Transportes: identificaçao das variáveis críticas e
relação de dose resposta
24. Passo 3 – exemplo no setor de transportes
Resultados preliminares
25. Compostos - Variação de Temperatura x Rodovias
Pavimentadas 2011-2040 - DJF
Fonte: Dados SAE/PR e INPE (2014) e PNLT (2012)
Aumento mais significativo de
temperatura, considerando a
escala da modelagem, na
região Centro-Sul do Brasil,
onde se verifica maior
densidade de malha asfaltica
simples ou duplicada.
26. Compostos - Variação de Temperatura x Rodovias
Não Pavimentadas 2011-2040 - DJF
Fonte: Dados SAE/PR e INPE (2014) e PNLT (2012)
27. Compostos - Variação de Precipitação x Rodovias
Pavimentadas x Trechos Inundáveis 2011-2040 - DJF
Fonte: Dados SAE/PR e INPE (2014) e PNLT (2012)
Aumento mais significativo de
precipitação na Região
Nordeste (CE, RN e PB) e áreas
isoladas no Norte (AM e RR) do
Brasil, considerando a escala
da modelagem, onde se
verifica densidade moderada e
muito baixa de malha
asfáltica.
28. Compostos - Variação de Precipitação x Rodovias Não
Pavimentadas x Trechos Inundáveis 2011-2040 - DJF
Fonte: Dados SAE/PR e INPE (2014) e PNLT (2012)
Aumento de precipitação na Região
Nordeste (CE, RN e PB) e áreas isoladas
no Norte (AM e RR) do Brasil,
considerando a escala da modelagem,
onde se verifica densidade moderada de
rodovias não pavimentadas.
Aumento de precipitação em áreas
isoladas na região Norte (AM, RR e PA),
considerando a escala da modelagem,
onde ser verificam trechos não
pavimentados.
29. Compostos - Variação de Temperatura x ferrovias
2011-2040 - DJF
Fonte: Dados SAE/PR e INPE (2014) e PNLT (2012)
Aumento mais significativo de
temperatura, na região Centro-Sul do
Brasil, considerando a escala da
modelagem, onde se verifica maior
densidade da malha férrea existente.
Aumento mais moderado da
temperatura, na região Centro-
Noroeste, considerando a escala de
modelagem, onde se verificam extensos
trechos planejados da malha férrea.
30. Compostos - Variação de Temperatura x ferrovias
2011-2040 - DJF
Fonte: Dados SAE/PR e INPE (2014) e PNLT (2012)
Aumento mais significativo da
precipitação, , na região NE,
considerando a escala de modelagem,
onde se verificam a ocorrência de
trechos de rios inundáveis.
Ocorrência densa de trechos inundáveis
na Região Sudeste do Brasil,
considerando a escala da modelagem,
onde se verificam a ocorrência dos
trechos ferroviários em planejamento.
31. Irrigação Necessária
Baixo Risco Climático
Irrigação Recomendada
Risco de Geadas
Risco de Temp. Elevadas
Alto Risco Climático
Cultura: Café Arábica
Zoneamento Atual
32. Irrigação Necessária
Baixo Risco Climático
Irrigação Recomendada
Risco de Geadas
Risco de Temp. Elevadas
Alto Risco Climático
Cultura: Café Arábica
Cenário: A2
Ano: 2020
33. Irrigação Necessária
Baixo Risco Climático
Irrigação Recomendada
Risco de Geadas
Risco de Temp. Elevadas
Alto Risco Climático
Cultura: Café Arábica
Cenário: A2
Ano: 2050
34. Irrigação Necessária
Baixo Risco Climático
Irrigação Recomendada
Risco de Geadas
Risco de Temp. Elevadas
Alto Risco Climático
Cultura: Café Arábica
Cenário: A2
Ano: 2070
35. Passo 4 – adaptação
Fonte: Margulis et al, 2009
36. Custos anuais de adaptação dos países em desenvolvimento
por setor, 2010-2050, US$ bilhões
SETOR Cenário climático
SECO CHUVOSO
Agricultura, florestas, pesca 2.5 2.6
Abastecimento de água 19.7 14.4
Saúde humana 1.5 2.0
Zonas costeiras 27.6 28.5
Infraestrutura 13.0 27.5
Eventos extremos 6.4 6.7
Total 71.2 81.5
Somando custos diferentemente 70.0 100.0
38. Outros passos
• Articulação com ministérios e atores chave
• Disponibilização dos mapas na plataforma da
INDE (www.inde.gov.br)
• Publicação do relatório em abril/2015
• Contribuição ao Plano Nacional de Adaptação
• Oportunidade de avançar com estudo em
hidrovias e ferrovias
39. MUITO GRATOS
COORDENAÇÃO
Sérgio Margulis – sergio.margulis@presidencia.gov.br
Natalie Unterstell – natalie.unterstell@presidencia.gov.br
Cássia Saretta cassia.saretta@presidencia.gov.br
Marcela Nakane – marcela.nakane@presidencia.gov.br
SOCIOECONOMICO
Sandra de Carlo – sandra.decarlo@presidencia.gov.br
GEOPROCESSAMENTO
Rafael Fleury – rafael.fleury@presidencia.gov.br
Ane Carvalho – ane.carvalho@ipea.gov.br
INFRAESTRUTURA URBANA E DE TRANSPORTES
Bruno Carvalho – bruno.carvalho@presidencia.gov.br
INFRAESTRUTURA COSTEIRA
Leila Menezes – leila.menezes@presidencia.gov.br
Ana Paula Prates – ana.prates@presidencia.gov.br
SAÚDE HUMANA E AGRICULTURA
Priscilla Santos priscilla.santos@presidencia.gov.br
Fernando Castanheira fernando.castanheira@presidencia.gov.br
ENERGIA
Ricardo Natal – ricardo.natal@presidencia.gov.br
Notas do Editor
Minha Casa Minha Vida: projeto atingido no Tapajós, Pará.4 bilhões de reais investidos. Perdas e danos ao patrimônio, devido a inundações severas em 2013. Sem perdas de vidas, visto que o projeto recém
havia sido concluído.
Climate data and projections can be key in assisting decisions.
But public sector also needs to make sure that end users can understand and use this information properly.
Sectors are happy to stay within their comfort zones and conduct risk assessments but then not to move beyond these diagnostics to the implementation of strategies.