O documento discute a adaptação à mudança climática, explicando seus conceitos, tipos e processos de implementação. Apresenta cenários climáticos futuros para o Brasil que mostram aumento de temperatura e redução de chuvas, afetando a hidrologia. Também destaca a necessidade de considerar a não estacionariedade dos modelos hidrológicos no planejamento de infraestrutura.
9. Fonte: Margulis & Unterstell, SAE/PR (2014)
Impactos da mudança do clima produzem
choques…
10. Fonte: Margulis & Unterstell, SAE/PR (2014)
Adaptação gera benefícios e redução
de danos
11. 2. O que é
adaptação?
➔Definição conceitual
➔Quem deve fazer
➔Gestão de Riscos x Vulnerabilidade
12. A adaptação é definida como "um
ajuste do sistema natural ou humano
em resposta aos efeitos climáticos
atuais ou futuros, com vistas a moderar
danos ou explorar oportunidades
benéficas”.
13. Adaptação à mudança do clima
Envolve mudanças nos processos, práticas e
funções sociais e ambientais, além de novas
percepções de risco climático.
Quem adapta:
Indivíduo
Família
Um bairro/uma cidade
Uma zona
costeira/florestal/montanhosa
Países
Regiões
Ecossistemas
14. Conceitos correlatos
Vulnerabilidade
“O grau a que um sistema é
suscetível a e incapaz de lidar
com os efeitos adversos da
mudança do clima, incluindo
variabilidade climática e
extremos”.
Fonte: IPCC, 2007/AR3
Risco climático
“A combinação de probabilidade
de ocorrência e consequências
de um evento adverso”.
Fonte: IPCC, 2011/SRSX
Resiliência
“A habilidade de um sistema
social ou ecológico de absorver
perturbações enquanto retém as
mesmas características básicas e
modos de funcionamento, a
capacidade de auto-organização,
e a capacidade de se adaptar a
stress e mudança”.
Fonte: IPCC, 2007/AR3
16. Foco da adaptação: da vulnerabilidade à gestão de risco
Lidar com as causas da
vulnerabilidade
Reduzir pobreza e outros
estressores não climáticos.
Exemplo: apoio a mulheres
agricultoras pobres em
Uganda.
Gerenciar risco
climático
Incorporar as informações
climáticas na tomada de
decisão
Exemplo: monitoramento
da salinização da água
potável pelo aumento do
nível do mar na Tanzania.
Construir capacidades
adaptativas
Construir sistemas para
resolução de problemas.
Exemplo: Planos Nacionais
(NAPs e NAPAS),
reflorestamento
participativo nos morros do
RJ para prevenir
deslizamentos
Confrontar a MC
Enfrentar os impactos
climáticos diretamente.
Exemplo: gerenciar a
resposta dos recifes de
corais a eventos de
branqueamento, na
Austrália e Oceano Pacífico
17. 3. Quais são as
formas de
adaptação?
➔Antecipada ou Reativa
➔Necessidade ou Oportunidade
➔Pública ou Privada
➔Principal ou Componente
18. Adaptação
antecipada
Tomar decisões de maneira preventiva
aos impactos da mudança do clima
Ideal para decisões de longa duração
Envolve mais incertezas, pois a dose
dos impactos não é previsível (exata)
Miami - construção civil considerando cenários futuros
19. Adaptação reativa
Espera-se até que o impacto da mudança do clima
se torne mais intenso e então se adapta.
Ideal para decisões de curta duração
Depende do clima observado, quando as mudanças
do clima já são praticamente certas
Requer que o tomador de decisão seja muito bem
informado sobre as questões climáticas
Mioçambique: mni-diques para proteger da erosão
20. Adaptação pública.
Mudanças que beneficiam a muitos
Mercado terá dificuldade em reproduzir
Demanda/depende da ação de governo
(política pública)
Estados Unidos - engordamento de praias
21. Adaptação privada.
Decisão privada para benefício privado
É do interesse próprio ter sucesso
Não há envolvimento governamental
(política pública)
Bangladesh - plantio de arroz em áreas inundadas
28. Soft
• estudos e avaliações
• planos e leis
• zoneamentos e códigos urbanos
• monitoramento e aplicação da lei para garantir a
implementação dos esforços de adaptação
• programa de compra de terras para remoção de
populações vulneráveis
EUA - mapa de risco de inundações de Nova Iorque
32. Projeta-se aquecimento para todo o continente,
em todos cenários de emissão
Intervalos de MUDANÇAS MÁX e MÍN projetadas para
TEMPERATURA em 3 timeslices futuros, extraídos de
4 membros: Eta-HadGEM2-ES 4.5 e 8.5, Eta-MIROC5
4.5 e 8.5
MÍN
Os máximos de aquecimento se localizam na
região Centro-Oeste, em todas estações do ano
Este máximos de aquecimento se estendem
para as regiões Norte, Nodeste e Sudeste até o
final do século XXI
Estes máximos de aquecimento médio no final
do século podem variar entre cerca de 2oC a
8oC
2011-2040
VERÃO - DJF
MÁX
2041-2070
2071-2100
33. MÍN
2011-2040
VERÃO - DJF
33
MÁX
2041-2070
2071-2100
Intervalos de MUDANÇAS MÁX e MÍN projetadas para
PRECIPITAÇÃO em 3 timeslices futuros, extraídos de
4 membros: Eta-HadGEM2-ES 4.5 e 8.5, Eta-MIROC5
4.5 e 8.5
Projeta-se redução das chuvas no período chuvoso
(verão) na maior parte do país, com máximos de
redução nas regiões Centro-Oeste e Sudeste do País
A redução das chuvas em relação ao clima presente
(1961-1990) é projetada para todos os timeslices
futuros.
A redução se apresenta mais intensa nos primeiros 30
anos, menos intensa de 2040-2070, e volta se tornar
bastante intensa nos últimos 30 anos.
A área de máxima redução se expande para Norte
(Amazônia) até o final do século
No verão, projeta-se aumento das chuvas na parte
nordeste do Nordeste Brasileiro.
34. Passo 2 - modelagem hidrológica e climática
Vazões SMAP- 2011 a 2040
37. Passo 3 – Avaliação de impacto e
vulnerabilidade
• Para cada setor, a construção de um cenário tendencial
sem mudança do clima e de outros cenários com mudança
do clima.
• O cenário sem mudança do clima é “relativamente fácil”
pois é o business-as-usual.
38. TOTAL = R$ 124 bilhões sob alta vulnerabilidade, cenário 8.5
39. Passo 4 – Escolha das medidas
de adaptação
• Avaliar uma gama de medidas de adaptação para se
evitar, lidar e se recuperar dos impactos das MC
• Estimar os custos de adaptação por categoria ou
subsetor de infraestrutura
• Discutir priorização, segundo diferentes métricas,
incluindo custo-efetividade, factibilidade política,
aceitação social e cultural, robustez, etc.
40. Critérios para escolha dentre opções de adaptação
Sustentabilidade Implementação Risco e Incertezas Oportunidades
Cobenefícios para
mitigação de emissões
Aceitabilidade pública Urgência Opção sem
arrependimento
Impactos ambientais Fontes de recursos Grau de Risco ou
Impactos
Opção com baixo
arrependimento
Equidade Capacidade
institucional
Princípio da precauçãoOpção com alto
arrependimento
Custos de
implementação
Custo político Déficit de adaptação Janela de
oportunidade
41. Decisões sobre adaptação
Ganha-ganha: atuam para reduzir ou explorar riscos, mas também têm
outros benefícios.
Gerenciamento flexível: alteradas à medida que a nova compreensão ou
aprendizado do sistema se torna disponível.
Maladaptação: aumentam a vulnerabilidade à mudança climática ou
resultam em obsolescência.
43. Decisões sobre adaptação
Sem arrependimentos: oferecem benefícios independentemente da
mudança do clima ocorrer e, como tal, são menos vulneráveis a incertezas na
avaliação de risco e adaptação.
Baixo arrependimento: são as decisões em que investimento modestos
podem aumentar a capacidade de adaptação de modo relativamente fácil ou
barato de mudar, se necessário, caso o clima futuro se revelar diferente do
planejado.
Grande arrependimento: custos substanciais podem ser incorridos se o
clima futuro diferir do planejado ou só pode ser revertida a um custo muito
alto.
44. Elementos para adaptação da infraestrutura portuária brasileira
Adaptação imediata A concluir em 2030 A concluir em 2050
45. Passo 5 – Decisão política, financiamento
e implementação
• Avaliar uma gama de medidas de adaptação para se
evitar, lidar e se recuperar dos impactos das MC
• Estimar os custos de adaptação por categoria ou
subsetor de infraestrutura
• Discutir priorização, segundo diferentes métricas,
incluindo custo-efetividade, factibilidade política,
aceitação social e cultural, robustez, etc.
46. “Estou literalmente chocado com os cenários climáticos e hidrológicos. Eles mudam
completamente o planejamento hidrelétrico brasileiro. Eles afetam o project finance das
hidrelétricas planejadas, principalmente para a Amazônia. Belo Monte seria revista, pois teria
menos de 50% da capacidade necessária. São Luiz do Tapajós também. É preciso levar esses dados
para discussão pelos Ministros no Conselho de Política Energética. As séries hidrológicas já não são
estacionárias. É preciso entender isso e planejar diferentemente”
Secretário de Política Energética do MME, Altino Ventura Filho, em reunião na SAE/
Presidência da República, em 28/janeiro/2015
47. 1. Considerar o fim da estacionariedade dos
modelos
2. Gerenciar incertezas
Tipo I: não fazer nada e pagar caro no
futuro
Ou
Tipo II: fazer agora sem certeza de
benefício futuro
Premissas
55. Roterdã e “Room for the
River”
O Maeslantkering, um imenso portão marítimo
concebido décadas atrás para proteger o porto de
Roterdã.
56. Porto elevado em 5m
Embora a maior parte da área portuária esteja situada fora dos
diques, esses locais são elevados relativamente acima do nível do
mar e são parcialmente protegidos por barreiras contra
tempestades.
57. "Não é apenas um monte de
diques e represas, mas um modo
de vida."
O Dakpark, um parque na cobertura incorporado em um dique
em Roterdã.