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Anestesia e
Analgesia
Prof. Enf. Pedro Henrique Peres Roriz
O QUE SÃO FÁRMACOS PARA
INDUÇÃO ANESTÉSICA?
O QUE SÃO FÁRMACOS PARA
INDUÇÃO ANESTÉSICA?
São fármacos que, quando
administrados por via endovenosa
em dose adequada, causam rápida
perda de consciência.
Isso é frequentemente descrito
como “um tempo braço-cérebro”,
que significa o tempo necessário
para que o fármaco chegue do
local de injeção (geralmente o
braço) até o cérebro, seu sítio de
ação.
PARA QUÊ SÃO UTILIZADOS?
• Para induzir a anestesia,
anteriormente à administração
de drogas para manutenção da
anestesia.
• Como droga única para
procedimentos rápidos.
• Para a manutenção da anestesia
para procedimentos mais longos
por meio de infusão endovenosa
contínua.
• Para promover sedação
PARA QUÊ SÃO UTILIZADOS?
• As drogas mais comuns
utilizadas no momento podem
ser classificadas de acordo com
sua estrutura química, e
incluem:
▪ Barbitúricos
▪ Fenóis
▪ Imidazóis
▪ Fenciclidinas
▪ Benzodiazepínicos
O QUE ACONTECE
COM UM BOLUS DE DROGA EV?
Vamos lá...
Tudo começa
na Veia Cava
AD AE
VE
VD
Atravessa o átrio e
ventrículo direito,
depois veia pulmonar,
pulmões e entra
novamente no coração
AD AE
VE
VD
Após entrar no coração,
vai para o restante do
corpo, pela artéria aorta,
sendo que 70% da
circulação chega no
cérebro, fígado e rins
Aorta
AD AE
VE
VD
FÍGADO CÉREBRO RINS
Portanto uma
grande proporção do
bolus inicial é entregue
à circulação cerebral
Aorta
AD AE
VE
VD
FÍGADO CÉREBRO RINS
A droga exerce seus efeitos
uma vez que tenha
penetrado o sistema
nervoso central (SNC).
Assim
como a maioria dos
fármacos anestésicos, o
mecanismo exato de ação
dos anestésicos
endovenosos
não é completamente
conhecido.
Aorta
AD AE
VE
VD
FÍGADO CÉREBRO RINS
Após a distribuição de
moléculas não-ionizadas
para o SNC e outros
tecidos ricamente
vascularizados,
a droga começa a se
difundir para outros
tecidos que não têm
suprimento sanguíneo tão
pronunciado. Aorta
AD AE
VE
VD
FÍGADO CÉREBRO RINS
Essa captação secundária
da droga, principalmente
pela musculatura
esquelética, resulta em
diminuição
da sua concentração
plasmática, permitindo que
a droga se difunda para
fora do SNC como
resultado
da reversão do gradiente
de concentração.
É essa redistribuição inicial
do fármaco para outros
tecidos que causa a
recuperação rápida da
consciência vista após
dose única de uma droga
de indução.
O Metabolismo têm
impacto consideravelmente
menor após um bolus
único, porém são mais
importantes em se tratando
de infusões e doses
repetidas de uma droga.
O tecido adiposo contribui pouco para
a redistribuição inicial de droga livre
que ocorre após um bolus,
uma vez que é um tecido pobremente
vascularizado, como pode ser
observado no diagrama ao lado.
Contudo, após doses repetidas ou
infusões, o equilíbrio com o tecido
adiposo forma um reservatório de
droga, frequentemente resultando em
atraso na recuperação da consciência.
O tecido adiposo contribui pouco para
a redistribuição inicial de droga livre
que ocorre após um bolus,
uma vez que é um tecido pobremente
vascularizado, como pode ser
observado no diagrama ao lado.
Contudo, após doses repetidas ou
infusões, o equilíbrio com o tecido
adiposo forma um reservatório de
droga, frequentemente resultando em
atraso na recuperação da consciência.
AS PROPRIEDADES DE UM ANESTÉSICO ENDOVENOSO
IDEAL?
Diversas propriedades, tanto físicas quanto farmacológicas (farmacocinéticas e
farmacodinâmicas) são desejáveis quando da criação de um anestésico endovenoso ideal.
Essas propriedades serão elencadas e, em seguida, comparadas com as drogas mais
comumente utilizadas.
1. Hidrossolúvel e estável em solução
2. Estável à exposição à luz
3. Passível de longo tempo de armazenamento
4. Ausência de dor à injeção
5. Dolorosa quando injetada em uma artéria
6. Não-irritante quando injetada no subcutâneo
7. Baixa incidência de tromboflebite
8. Baixo custo
Características Físicas
AS PROPRIEDADES DE UM ANESTÉSICO ENDOVENOSO
IDEAL?
Diversas propriedades, tanto físicas quanto farmacológicas (farmacocinéticas e
farmacodinâmicas) são desejáveis quando da criação de um anestésico endovenoso ideal.
Essas propriedades serão elencadas e, em seguida, comparadas com as drogas mais
comumente utilizadas.
1. Rápido início de ação em um tempo braço-cérebro
2. Rápida redistribuição para tecidos ricamente vascularizados
3. Metabolismo rápido
4. Ausência de metabólitos ativos
Características Farmacocinéticas
AS PROPRIEDADES DE UM ANESTÉSICO ENDOVENOSO
IDEAL?
Diversas propriedades, tanto físicas quanto farmacológicas (farmacocinéticas e
farmacodinâmicas) são desejáveis quando da criação de um anestésico endovenoso ideal.
Essas propriedades serão elencadas e, em seguida, comparadas com as drogas mais
comumente utilizadas.
1. Alto índice terapêutico (índice de dose tóxica/dose mínima efetiva)
2. Efeitos mínimos sobre os sistemas cardiovascular e respiratório
3. Ausência de liberação de histamina e reações de hipersensibilidade
4. Ausência de efeitos emetizantes
5. Ausência de movimentos involuntários
6. Ausência de pesadelos à emergência da anestesia
7. Ausência de efeito ressaca
8. Ausência de supressão adrenocortical
9. Segurança para uso na porfiria
Características Farmacodinâmicas
Pesquise sobre um anestésico que você
ache o melhor, obedecendo os critérios
anteriores...

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Anestesia e Analgesia - Prof. Pedro Henrique Peres Roriz

  • 1. Anestesia e Analgesia Prof. Enf. Pedro Henrique Peres Roriz
  • 2. O QUE SÃO FÁRMACOS PARA INDUÇÃO ANESTÉSICA?
  • 3. O QUE SÃO FÁRMACOS PARA INDUÇÃO ANESTÉSICA? São fármacos que, quando administrados por via endovenosa em dose adequada, causam rápida perda de consciência. Isso é frequentemente descrito como “um tempo braço-cérebro”, que significa o tempo necessário para que o fármaco chegue do local de injeção (geralmente o braço) até o cérebro, seu sítio de ação.
  • 4. PARA QUÊ SÃO UTILIZADOS? • Para induzir a anestesia, anteriormente à administração de drogas para manutenção da anestesia. • Como droga única para procedimentos rápidos. • Para a manutenção da anestesia para procedimentos mais longos por meio de infusão endovenosa contínua. • Para promover sedação
  • 5. PARA QUÊ SÃO UTILIZADOS? • As drogas mais comuns utilizadas no momento podem ser classificadas de acordo com sua estrutura química, e incluem: ▪ Barbitúricos ▪ Fenóis ▪ Imidazóis ▪ Fenciclidinas ▪ Benzodiazepínicos
  • 6. O QUE ACONTECE COM UM BOLUS DE DROGA EV? Vamos lá...
  • 7. Tudo começa na Veia Cava AD AE VE VD
  • 8. Atravessa o átrio e ventrículo direito, depois veia pulmonar, pulmões e entra novamente no coração AD AE VE VD
  • 9. Após entrar no coração, vai para o restante do corpo, pela artéria aorta, sendo que 70% da circulação chega no cérebro, fígado e rins Aorta AD AE VE VD FÍGADO CÉREBRO RINS
  • 10. Portanto uma grande proporção do bolus inicial é entregue à circulação cerebral Aorta AD AE VE VD FÍGADO CÉREBRO RINS
  • 11. A droga exerce seus efeitos uma vez que tenha penetrado o sistema nervoso central (SNC). Assim como a maioria dos fármacos anestésicos, o mecanismo exato de ação dos anestésicos endovenosos não é completamente conhecido. Aorta AD AE VE VD FÍGADO CÉREBRO RINS
  • 12. Após a distribuição de moléculas não-ionizadas para o SNC e outros tecidos ricamente vascularizados, a droga começa a se difundir para outros tecidos que não têm suprimento sanguíneo tão pronunciado. Aorta AD AE VE VD FÍGADO CÉREBRO RINS
  • 13. Essa captação secundária da droga, principalmente pela musculatura esquelética, resulta em diminuição da sua concentração plasmática, permitindo que a droga se difunda para fora do SNC como resultado da reversão do gradiente de concentração.
  • 14. É essa redistribuição inicial do fármaco para outros tecidos que causa a recuperação rápida da consciência vista após dose única de uma droga de indução. O Metabolismo têm impacto consideravelmente menor após um bolus único, porém são mais importantes em se tratando de infusões e doses repetidas de uma droga.
  • 15. O tecido adiposo contribui pouco para a redistribuição inicial de droga livre que ocorre após um bolus, uma vez que é um tecido pobremente vascularizado, como pode ser observado no diagrama ao lado. Contudo, após doses repetidas ou infusões, o equilíbrio com o tecido adiposo forma um reservatório de droga, frequentemente resultando em atraso na recuperação da consciência.
  • 16. O tecido adiposo contribui pouco para a redistribuição inicial de droga livre que ocorre após um bolus, uma vez que é um tecido pobremente vascularizado, como pode ser observado no diagrama ao lado. Contudo, após doses repetidas ou infusões, o equilíbrio com o tecido adiposo forma um reservatório de droga, frequentemente resultando em atraso na recuperação da consciência.
  • 17. AS PROPRIEDADES DE UM ANESTÉSICO ENDOVENOSO IDEAL? Diversas propriedades, tanto físicas quanto farmacológicas (farmacocinéticas e farmacodinâmicas) são desejáveis quando da criação de um anestésico endovenoso ideal. Essas propriedades serão elencadas e, em seguida, comparadas com as drogas mais comumente utilizadas. 1. Hidrossolúvel e estável em solução 2. Estável à exposição à luz 3. Passível de longo tempo de armazenamento 4. Ausência de dor à injeção 5. Dolorosa quando injetada em uma artéria 6. Não-irritante quando injetada no subcutâneo 7. Baixa incidência de tromboflebite 8. Baixo custo Características Físicas
  • 18. AS PROPRIEDADES DE UM ANESTÉSICO ENDOVENOSO IDEAL? Diversas propriedades, tanto físicas quanto farmacológicas (farmacocinéticas e farmacodinâmicas) são desejáveis quando da criação de um anestésico endovenoso ideal. Essas propriedades serão elencadas e, em seguida, comparadas com as drogas mais comumente utilizadas. 1. Rápido início de ação em um tempo braço-cérebro 2. Rápida redistribuição para tecidos ricamente vascularizados 3. Metabolismo rápido 4. Ausência de metabólitos ativos Características Farmacocinéticas
  • 19. AS PROPRIEDADES DE UM ANESTÉSICO ENDOVENOSO IDEAL? Diversas propriedades, tanto físicas quanto farmacológicas (farmacocinéticas e farmacodinâmicas) são desejáveis quando da criação de um anestésico endovenoso ideal. Essas propriedades serão elencadas e, em seguida, comparadas com as drogas mais comumente utilizadas. 1. Alto índice terapêutico (índice de dose tóxica/dose mínima efetiva) 2. Efeitos mínimos sobre os sistemas cardiovascular e respiratório 3. Ausência de liberação de histamina e reações de hipersensibilidade 4. Ausência de efeitos emetizantes 5. Ausência de movimentos involuntários 6. Ausência de pesadelos à emergência da anestesia 7. Ausência de efeito ressaca 8. Ausência de supressão adrenocortical 9. Segurança para uso na porfiria Características Farmacodinâmicas
  • 20. Pesquise sobre um anestésico que você ache o melhor, obedecendo os critérios anteriores...