O documento discute a agricultura familiar no Brasil e em outros países. Apresenta uma definição de agricultura familiar baseada em seis características e argumenta que, diferentemente do senso comum, a agricultura familiar não deve ser confundida com pequena produção. Aponta que a agricultura familiar é a base do desenvolvimento agrícola em países capitalistas centrais e que no Brasil também existe um segmento dinâmico de agricultura familiar economicamente relevante.
1) O documento discute os desafios do desenvolvimento nos assentamentos de reforma agrária na Bahia, com base em uma pesquisa realizada pelo INCRA em 2010.
2) A pesquisa revelou grandes déficits de infraestrutura e acesso a crédito nos assentamentos brasileiros. Na Bahia, as famílias assentadas tinham baixa renda agropecuária e produção, apesar de situação relativamente melhor de infraestrutura.
3) Fatores como clima, IDH e idade dos assentamentos não explicam so
1. A modernização da agricultura brasileira continuou nos anos 90 através da adoção de novas tecnologias.
2. Isso aumentou a competitividade das exportações agrícolas, mas também levou a uma queda na renda dos pequenos produtores.
3. A distância entre grandes propriedades patronais e pequenas propriedades familiares tem aumentado.
O documento discute três principais transformações na agricultura brasileira nos últimos 50 anos: 1) os preços reais dos alimentos caíram pela metade, permitindo o acesso de mais pessoas a dietas saudáveis; 2) houve um extraordinário aumento da produção e produtividade graças à intensificação tecnológica; 3) o setor agropecuário vem salvando os saldos comerciais do Brasil cobrindo a perda de importância das exportações industriais.
O documento discute a pobreza rural no Brasil e as visões equivocadas sobre o assunto. Apresenta dados mostrando a concentração da produção agrícola e renda em poucas propriedades enquanto a maioria das propriedades rurais gera pouca renda. Critica as visões de que não há solução agrícola para a pobreza rural e que a concentração fundiária é a causa, argumentando que a tecnologia é fator mais importante atualmente. Defende novas políticas públicas para ajudar os pequenos produtores rura
O documento discute a reforma agrária no Brasil. O autor argumenta que a distribuição de terras sem condições para produção acaba mantendo a miséria no campo e levando ao êxodo rural. Além disso, muitos assentamentos fracassaram devido à falta de programas de desenvolvimento agrícola. É necessário fornecer condições para uma produção eficiente associada à modernização da agricultura.
Este documento discute a questão agrária no pensamento político e social brasileiro através de uma coletânea de artigos sobre o tema. Apresenta uma breve introdução contextualizando o debate sobre a questão agrária no Brasil e a importância do paradigma marxista para o desenvolvimento dos estudos agrários. Resume os principais pontos do debate marxista clássico sobre a questão, destacando autores como Kautsky, Lênin e Chayanov e suas análises sobre o processo de diferenciação do campesinato e a penetração do capitalismo
Este documento discute a modernização conservadora no Brasil e suas consequências sociais. A modernização levou a uma economia mais complexa e serviços em todo o território, mas a maioria da população permaneceu pobre. Isso resultou em uma "modernidade da pobreza" com altos níveis de analfabetismo e desigualdade de renda. Embora a taxa de natalidade tenha caído rapidamente, a transição demográfica não melhorou diretamente as condições de vida da população.
O documento discute a supersafra de grãos no Rio Grande do Sul em 2013. O RS colherá cerca de 29 milhões de toneladas de grãos, igualando o recorde de 2011. Os preços das commodities agrícolas estão altos, resultando em maior receita para os produtores mesmo com a grande safra. O clima no Hemisfério Norte será crucial para os preços futuros.
1) O documento discute os desafios do desenvolvimento nos assentamentos de reforma agrária na Bahia, com base em uma pesquisa realizada pelo INCRA em 2010.
2) A pesquisa revelou grandes déficits de infraestrutura e acesso a crédito nos assentamentos brasileiros. Na Bahia, as famílias assentadas tinham baixa renda agropecuária e produção, apesar de situação relativamente melhor de infraestrutura.
3) Fatores como clima, IDH e idade dos assentamentos não explicam so
1. A modernização da agricultura brasileira continuou nos anos 90 através da adoção de novas tecnologias.
2. Isso aumentou a competitividade das exportações agrícolas, mas também levou a uma queda na renda dos pequenos produtores.
3. A distância entre grandes propriedades patronais e pequenas propriedades familiares tem aumentado.
O documento discute três principais transformações na agricultura brasileira nos últimos 50 anos: 1) os preços reais dos alimentos caíram pela metade, permitindo o acesso de mais pessoas a dietas saudáveis; 2) houve um extraordinário aumento da produção e produtividade graças à intensificação tecnológica; 3) o setor agropecuário vem salvando os saldos comerciais do Brasil cobrindo a perda de importância das exportações industriais.
O documento discute a pobreza rural no Brasil e as visões equivocadas sobre o assunto. Apresenta dados mostrando a concentração da produção agrícola e renda em poucas propriedades enquanto a maioria das propriedades rurais gera pouca renda. Critica as visões de que não há solução agrícola para a pobreza rural e que a concentração fundiária é a causa, argumentando que a tecnologia é fator mais importante atualmente. Defende novas políticas públicas para ajudar os pequenos produtores rura
O documento discute a reforma agrária no Brasil. O autor argumenta que a distribuição de terras sem condições para produção acaba mantendo a miséria no campo e levando ao êxodo rural. Além disso, muitos assentamentos fracassaram devido à falta de programas de desenvolvimento agrícola. É necessário fornecer condições para uma produção eficiente associada à modernização da agricultura.
Este documento discute a questão agrária no pensamento político e social brasileiro através de uma coletânea de artigos sobre o tema. Apresenta uma breve introdução contextualizando o debate sobre a questão agrária no Brasil e a importância do paradigma marxista para o desenvolvimento dos estudos agrários. Resume os principais pontos do debate marxista clássico sobre a questão, destacando autores como Kautsky, Lênin e Chayanov e suas análises sobre o processo de diferenciação do campesinato e a penetração do capitalismo
Este documento discute a modernização conservadora no Brasil e suas consequências sociais. A modernização levou a uma economia mais complexa e serviços em todo o território, mas a maioria da população permaneceu pobre. Isso resultou em uma "modernidade da pobreza" com altos níveis de analfabetismo e desigualdade de renda. Embora a taxa de natalidade tenha caído rapidamente, a transição demográfica não melhorou diretamente as condições de vida da população.
O documento discute a supersafra de grãos no Rio Grande do Sul em 2013. O RS colherá cerca de 29 milhões de toneladas de grãos, igualando o recorde de 2011. Os preços das commodities agrícolas estão altos, resultando em maior receita para os produtores mesmo com a grande safra. O clima no Hemisfério Norte será crucial para os preços futuros.
DESMATAMENTO DAS FLORESTAS NATIVAS PARA AGRICULTURA E PECUÁRIA CAUSA GRANDES IMPACTOS AMBIENTAIS E SOCIAIS, COMO EROSÃO DOS SOLOS, PERDA DA BIODIVERSIDADE E DESTRUIÇÃO DE MANANCIAIS. A PECUÁRIA INTENSIVA TAMBÉM CONTRIBUI PARA EMISSÃO DE GASES DO EFEITO ESTUFA E OCUPA GRANDES EXTENSÕES DE TERRA. SOLUÇÕES COMO IN
degradação dos solos, agricultura sustentável e agricultura orgânicaigorss46
O documento discute três tópicos principais: 1) a degradação dos solos e seus principais tipos; 2) a agricultura sustentável, que visa a conservação ambiental e a lucratividade; 3) a agricultura orgânica, que proíbe agrotóxicos e organismos geneticamente modificados.
1) O documento discute os solos e a agricultura no Brasil, incluindo os principais tipos de solo, problemas de solo, e práticas conservacionistas.
2) Existem cinco fatores-chave para avaliar as condições agrícolas das terras: fertilidade, disponibilidade de água, excesso/deficiência de água, suscetibilidade à erosão, e impedimentos à mecanização.
3) As práticas conservacionistas incluem práticas edáficas, mecânicas e vegetativas para melhorar e prote
O documento discute a importância do solo para a agricultura, as ameaças à sua fertilidade como erosão e queimadas, e práticas conservacionistas como rotação de culturas e reflorestamento para proteger este recurso não renovável.
O documento discute o processo de erosão, seu impacto na paisagem terrestre ao longo da história geológica e seus principais fatores, como a chuva, a topografia, a cobertura vegetal e as propriedades do solo. A erosão causa perdas significativas como a redução da vida útil de reservatórios, a perda de solo fértil e a necessidade de fertilizantes.
Este documento descreve o processo de erosão, definindo-o como a destruição e transporte do solo e rochas pela água, vento ou gelo. A erosão destrói a estrutura do solo e transporta os materiais para áreas mais baixas, causando assoreamento em cursos d'água. A erosão é um problema quando o solo é exposto devido à remoção da vegetação, podendo levar à desertificação. O documento também discute os tipos e fatores de erosão e suas consequências, além de medidas para evitá-la.
O documento discute os processos de formação e tipos de solo. O solo é formado pela ação do intemperismo sobre as rochas e contém matéria orgânica, ar e água que suportam a vida vegetal. Os solos podem ser classificados de acordo com sua origem em eluviais, aluviais e orgânicos.
O documento discute os processos geológicos que remodelam a superfície da Terra, incluindo a erosão causada por forças naturais como vento, água e atividades humanas. Explica os tipos de erosão como erosão eólica, fluvial, pluvial e seus efeitos, formando características como deltas, voçorocas e dunas.
O documento discute conceitos e ações relacionadas ao manejo e conservação do solo. Aborda tópicos como formação do solo, perda de solo, erosão, práticas conservacionistas, levantamento de solos, capacidade de uso e marco legal para a conservação do solo no Brasil. O documento fornece informações sobre como garantir a sustentabilidade da agricultura por meio do uso adequado dos recursos naturais, principalmente do solo.
O documento discute os impactos da agricultura no solo e meio ambiente, incluindo a degradação do solo, salinização e erosão. Também aborda práticas agrícolas sustentáveis como técnicas de conservação do solo e a importância de preservar os recursos naturais para as gerações futuras.
Este documento é uma avaliação bimestral de geografia para alunos do ensino fundamental que contém 10 perguntas sobre transformações da paisagem natural, agricultura, pecuária, indústria e a importância da natureza.
Elaboração de trabalhos acadêmicos ABNT NBR 14724-2011 (atualizado 2015)Biblioteca FEAUSP
O documento descreve as normas e diretrizes para a apresentação e normalização de trabalhos acadêmicos segundo a ABNT NBR 14724-2011. Inclui definição de trabalho acadêmico, parâmetros para avaliação, formatação, estrutura, normas da ABNT e elementos como resumos, sumários e referências.
Elaboração de trabalhos acadêmicos APA 6ª edição (atualizado 2015)Biblioteca FEAUSP
Este documento fornece informações sobre as normas da American Psychological Association (APA) para citações e referências em trabalhos acadêmicos. Ele explica que a APA deve ser usada apenas para citações, referências, tabelas e figuras, enquanto a ABNT deve ser usada para a apresentação gráfica e estrutura do trabalho. Também resume os principais elementos da estrutura do trabalho de acordo com a ABNT e fornece exemplos de como citar e fazer referências a diferentes tipos de fontes segundo a APA.
Este documento discute as origens do conceito de agricultura familiar no Brasil. Apresenta duas vertentes de pensamento sobre o tema e adota a perspectiva de que as transformações vividas pelo agricultor familiar moderno não representam ruptura com formas anteriores, mantendo traços camponeses. Discute características da produção camponesa e sua influência no funcionamento atual das unidades familiares, destacando cinco grupos na origem da agricultura familiar brasileira: índios, escravos africanos, mestiços, brancos não-herde
1. O documento discute as desigualdades no acesso ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) entre agricultores familiares de diferentes recursos.
2. Embora o PRONAF tenha se expandido significativamente para agricultores de menor renda na Região Nordeste, concentrou recursos entre agricultores mais profissionais.
3. É necessário estabelecer políticas específicas para minifundistas e articular várias ações, incluindo crédito rural, para promover o desenvolvimento rural de
Desenvolvimento e agroindustria familairGilson Santos
Este documento discute a importância da agricultura familiar no Brasil e América Latina, apresentando sua história, conceitos e características. Realizou-se um estudo de caso em Porto Xavier, RS sobre a produção e consumo agropecuário em 2003, mostrando o potencial da agroindústria familiar para gerar renda. A agricultura familiar é classificada em quatro grupos com diferentes níveis de desenvolvimento e acesso a recursos.
Ano internacional da agricultura familiarVasco Cunha
O Ano Internacional da Agricultura Familiar teve arranque em Portugal, na passada sexta-feira, dia 21, no Parlamento, por iniciativa de Assunção Cristas, enquanto Ministra da Agricultura e Mar. Apesar da pouca divulgação, a iniciativa merece grande atenção. Várias boas iniciativas e alguns anúncios muito positivos ficaram aí elencados. A ausência da comunicação social foi o facto mais notado... Aqui ficam algumas ideias sobre o tema ao qual me associo incondicionalmente.
1. O documento descreve um encontro entre pesquisadores e jornalistas sobre o Brasil rural com o objetivo de estabelecer um diálogo entre esses grupos.
2. Pesquisadores apresentaram suas visões sobre a realidade rural brasileira com base em estatísticas e estudos, enquanto jornalistas relataram experiências cobrindo o meio rural.
3. O encontro buscou explorar formas de superar mitos sobre o declínio do campo, construir novos entendimentos sobre o conceito de rural e identificar oportunidades para
2011 - Redin, E. - caracterização, estratégias e percepções na agricultura f...Ezequiel Redin
O documento descreve as estratégias de reprodução de curto prazo utilizadas por agricultores familiares no município de Arroio do Tigre no Rio Grande do Sul. O autor identifica três tipos de estratégias: a principal, baseada principalmente no cultivo de fumo; complementares como milho, feijão e soja; e básicas para autoconsumo. O documento caracteriza as estratégias utilizadas em sete distritos do município, com foco nos distritos I e II.
Agricultura familiar e políticas públicas alguns dilemas e desafios aula1Montesquieu Silva
O documento discute a agricultura familiar e as políticas públicas no Brasil. A política agrícola foi a principal política para a agricultura, enquanto a política agrária foi marginal. As principais políticas públicas para a agricultura familiar são a previdência social rural e o Pronaf. A previdência rural tem grande alcance social, enquanto o Pronaf financia principalmente custeio de produtos tradicionais. Há desafios para financiar sistemas sustentáveis e reconversão produtiva.
1) O documento discute o conceito de agronegócios no Brasil, definindo-o como a soma total das atividades relacionadas à produção, processamento e distribuição de produtos agrícolas e seus derivados.
2) A análise de cadeias produtivas (filières) é apresentada como uma ferramenta para entender como essas atividades estão interligadas desde a produção de insumos até a comercialização final.
3) O documento explica que a agricultura brasileira passou por uma revolução tecnológica, ger
DESMATAMENTO DAS FLORESTAS NATIVAS PARA AGRICULTURA E PECUÁRIA CAUSA GRANDES IMPACTOS AMBIENTAIS E SOCIAIS, COMO EROSÃO DOS SOLOS, PERDA DA BIODIVERSIDADE E DESTRUIÇÃO DE MANANCIAIS. A PECUÁRIA INTENSIVA TAMBÉM CONTRIBUI PARA EMISSÃO DE GASES DO EFEITO ESTUFA E OCUPA GRANDES EXTENSÕES DE TERRA. SOLUÇÕES COMO IN
degradação dos solos, agricultura sustentável e agricultura orgânicaigorss46
O documento discute três tópicos principais: 1) a degradação dos solos e seus principais tipos; 2) a agricultura sustentável, que visa a conservação ambiental e a lucratividade; 3) a agricultura orgânica, que proíbe agrotóxicos e organismos geneticamente modificados.
1) O documento discute os solos e a agricultura no Brasil, incluindo os principais tipos de solo, problemas de solo, e práticas conservacionistas.
2) Existem cinco fatores-chave para avaliar as condições agrícolas das terras: fertilidade, disponibilidade de água, excesso/deficiência de água, suscetibilidade à erosão, e impedimentos à mecanização.
3) As práticas conservacionistas incluem práticas edáficas, mecânicas e vegetativas para melhorar e prote
O documento discute a importância do solo para a agricultura, as ameaças à sua fertilidade como erosão e queimadas, e práticas conservacionistas como rotação de culturas e reflorestamento para proteger este recurso não renovável.
O documento discute o processo de erosão, seu impacto na paisagem terrestre ao longo da história geológica e seus principais fatores, como a chuva, a topografia, a cobertura vegetal e as propriedades do solo. A erosão causa perdas significativas como a redução da vida útil de reservatórios, a perda de solo fértil e a necessidade de fertilizantes.
Este documento descreve o processo de erosão, definindo-o como a destruição e transporte do solo e rochas pela água, vento ou gelo. A erosão destrói a estrutura do solo e transporta os materiais para áreas mais baixas, causando assoreamento em cursos d'água. A erosão é um problema quando o solo é exposto devido à remoção da vegetação, podendo levar à desertificação. O documento também discute os tipos e fatores de erosão e suas consequências, além de medidas para evitá-la.
O documento discute os processos de formação e tipos de solo. O solo é formado pela ação do intemperismo sobre as rochas e contém matéria orgânica, ar e água que suportam a vida vegetal. Os solos podem ser classificados de acordo com sua origem em eluviais, aluviais e orgânicos.
O documento discute os processos geológicos que remodelam a superfície da Terra, incluindo a erosão causada por forças naturais como vento, água e atividades humanas. Explica os tipos de erosão como erosão eólica, fluvial, pluvial e seus efeitos, formando características como deltas, voçorocas e dunas.
O documento discute conceitos e ações relacionadas ao manejo e conservação do solo. Aborda tópicos como formação do solo, perda de solo, erosão, práticas conservacionistas, levantamento de solos, capacidade de uso e marco legal para a conservação do solo no Brasil. O documento fornece informações sobre como garantir a sustentabilidade da agricultura por meio do uso adequado dos recursos naturais, principalmente do solo.
O documento discute os impactos da agricultura no solo e meio ambiente, incluindo a degradação do solo, salinização e erosão. Também aborda práticas agrícolas sustentáveis como técnicas de conservação do solo e a importância de preservar os recursos naturais para as gerações futuras.
Este documento é uma avaliação bimestral de geografia para alunos do ensino fundamental que contém 10 perguntas sobre transformações da paisagem natural, agricultura, pecuária, indústria e a importância da natureza.
Elaboração de trabalhos acadêmicos ABNT NBR 14724-2011 (atualizado 2015)Biblioteca FEAUSP
O documento descreve as normas e diretrizes para a apresentação e normalização de trabalhos acadêmicos segundo a ABNT NBR 14724-2011. Inclui definição de trabalho acadêmico, parâmetros para avaliação, formatação, estrutura, normas da ABNT e elementos como resumos, sumários e referências.
Elaboração de trabalhos acadêmicos APA 6ª edição (atualizado 2015)Biblioteca FEAUSP
Este documento fornece informações sobre as normas da American Psychological Association (APA) para citações e referências em trabalhos acadêmicos. Ele explica que a APA deve ser usada apenas para citações, referências, tabelas e figuras, enquanto a ABNT deve ser usada para a apresentação gráfica e estrutura do trabalho. Também resume os principais elementos da estrutura do trabalho de acordo com a ABNT e fornece exemplos de como citar e fazer referências a diferentes tipos de fontes segundo a APA.
Este documento discute as origens do conceito de agricultura familiar no Brasil. Apresenta duas vertentes de pensamento sobre o tema e adota a perspectiva de que as transformações vividas pelo agricultor familiar moderno não representam ruptura com formas anteriores, mantendo traços camponeses. Discute características da produção camponesa e sua influência no funcionamento atual das unidades familiares, destacando cinco grupos na origem da agricultura familiar brasileira: índios, escravos africanos, mestiços, brancos não-herde
1. O documento discute as desigualdades no acesso ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) entre agricultores familiares de diferentes recursos.
2. Embora o PRONAF tenha se expandido significativamente para agricultores de menor renda na Região Nordeste, concentrou recursos entre agricultores mais profissionais.
3. É necessário estabelecer políticas específicas para minifundistas e articular várias ações, incluindo crédito rural, para promover o desenvolvimento rural de
Desenvolvimento e agroindustria familairGilson Santos
Este documento discute a importância da agricultura familiar no Brasil e América Latina, apresentando sua história, conceitos e características. Realizou-se um estudo de caso em Porto Xavier, RS sobre a produção e consumo agropecuário em 2003, mostrando o potencial da agroindústria familiar para gerar renda. A agricultura familiar é classificada em quatro grupos com diferentes níveis de desenvolvimento e acesso a recursos.
Ano internacional da agricultura familiarVasco Cunha
O Ano Internacional da Agricultura Familiar teve arranque em Portugal, na passada sexta-feira, dia 21, no Parlamento, por iniciativa de Assunção Cristas, enquanto Ministra da Agricultura e Mar. Apesar da pouca divulgação, a iniciativa merece grande atenção. Várias boas iniciativas e alguns anúncios muito positivos ficaram aí elencados. A ausência da comunicação social foi o facto mais notado... Aqui ficam algumas ideias sobre o tema ao qual me associo incondicionalmente.
1. O documento descreve um encontro entre pesquisadores e jornalistas sobre o Brasil rural com o objetivo de estabelecer um diálogo entre esses grupos.
2. Pesquisadores apresentaram suas visões sobre a realidade rural brasileira com base em estatísticas e estudos, enquanto jornalistas relataram experiências cobrindo o meio rural.
3. O encontro buscou explorar formas de superar mitos sobre o declínio do campo, construir novos entendimentos sobre o conceito de rural e identificar oportunidades para
2011 - Redin, E. - caracterização, estratégias e percepções na agricultura f...Ezequiel Redin
O documento descreve as estratégias de reprodução de curto prazo utilizadas por agricultores familiares no município de Arroio do Tigre no Rio Grande do Sul. O autor identifica três tipos de estratégias: a principal, baseada principalmente no cultivo de fumo; complementares como milho, feijão e soja; e básicas para autoconsumo. O documento caracteriza as estratégias utilizadas em sete distritos do município, com foco nos distritos I e II.
Agricultura familiar e políticas públicas alguns dilemas e desafios aula1Montesquieu Silva
O documento discute a agricultura familiar e as políticas públicas no Brasil. A política agrícola foi a principal política para a agricultura, enquanto a política agrária foi marginal. As principais políticas públicas para a agricultura familiar são a previdência social rural e o Pronaf. A previdência rural tem grande alcance social, enquanto o Pronaf financia principalmente custeio de produtos tradicionais. Há desafios para financiar sistemas sustentáveis e reconversão produtiva.
1) O documento discute o conceito de agronegócios no Brasil, definindo-o como a soma total das atividades relacionadas à produção, processamento e distribuição de produtos agrícolas e seus derivados.
2) A análise de cadeias produtivas (filières) é apresentada como uma ferramenta para entender como essas atividades estão interligadas desde a produção de insumos até a comercialização final.
3) O documento explica que a agricultura brasileira passou por uma revolução tecnológica, ger
Este documento discute as diferenças entre agricultura camponesa e agricultura familiar. Apresenta a Via Campesina e a FETRAF-SUL como organizações que representam esses grupos e defendem a soberania alimentar e a reforma agrária. Critica a visão de que o camponês desaparecerá ao se integrar ao mercado, defendendo que a luta política, e não o mercado, permitiu a recriação do campesinato no Brasil.
Pluriatividade como estratégia de sobrevivência no sertão nordestino o caso d...MARIA ODETE ALVES
Este artigo descreve como a pluriatividade é uma estratégia de sobrevivência para famílias camponesas no município de Tejuçuoca, Ceará, Brasil. Através de entrevistas e observações de campo, o estudo identificou que as famílias se engajam em múltiplas atividades agrícolas e não-agrícolas para gerar renda devido à falta de terra e condições climáticas desfavoráveis. A pluriatividade é uma forma de as famílias garantirem sua subsistência
Este documento discute as agroindústrias familiares (AFs) no município de Santa Rosa/RS e como a legislação sobre produtos de origem animal representa um desafio para o seu crescimento e estabilidade. As AFs surgiram como uma estratégia para diversificar a produção e gerar renda para as famílias rurais, mas a legislação atual foi desenvolvida principalmente para grandes indústrias. A comercialização direta tem sido uma alternativa para os produtores, mas mudanças na legislação poderiam apoiar
Este documento analisa a inserção da agricultura familiar no sistema agroalimentar globalizado, observando sua situação nas cadeias integradas diante dos novos padrões de coordenação e nos sistemas alternativos de distribuição. Discute as estratégias assumidas pelos agricultores familiares para garantir sua atividade, como a verticalização da produção através da agregação de valor.
AGROINDÚSTRIAS FAMILIARES RURAIS: CARACTERIZAÇÃO DOS EMPREENDIMENTOS E ENTRAV...Carima Atiyel
1. O documento caracteriza agroindústrias familiares rurais no município de Cachoeira do Sul no Rio Grande do Sul, Brasil.
2. A maioria processa matérias-primas de origem vegetal ou animal há menos de dez anos e possui área construída menor que 250m2.
3. Somente três agroindústrias estão legalizadas, enquanto as demais enfrentam burocracia e falta de apoio para obter legalização.
O novo mundo rural e a dinamica de mudancas na ocupacao da mo1 vmMARIA ODETE ALVES
Este documento discute o "novo rural" brasileiro e a dinâmica de mudanças na ocupação da mão-de-obra no meio rural. Ele descreve como estudos têm mostrado uma crescente diversificação de atividades agrícolas e não-agrícolas no meio rural, levando a um fenômeno chamado de pluriatividade. Também discute como a pluriatividade se manifesta de forma diferente dependendo do nível de desenvolvimento da região, sendo em parte resultado da precariedade em regiões subdesenvolvidas versus escolha
1) A agricultura familiar possui dez qualidades chave, incluindo o controle sobre os recursos do estabelecimento e a integração da família no trabalho e gestão da propriedade.
2) O estabelecimento agrícola familiar é onde a família investe sua força de trabalho e busca progresso econômico e qualidade de vida através do trabalho duro.
3) Existe um equilíbrio entre a família e o estabelecimento, com cada um satisfazendo as necessidades do outro, o que faz cada propriedade familiar
7 - Agricultura familiar no contexto das cooperativas rurais.pdfeconomistacase1
Este artigo analisa a agricultura familiar no contexto da cooperativa Ecocitrus no Rio Grande do Sul. A pesquisa qualitativa encontrou que a cooperativa incentiva a agricultura familiar de forma sustentável, socialmente justa e economicamente viável, incluindo outras atividades além da produção agrícola. As famílias cooperadas relatam benefícios como novas oportunidades de mercado e fortalecimento da identidade regional.
2011 - Redin - DENTRO E FORA DA PORTEIRA - OS ELEMENTOS CONDICIONANTES NA EST...Ezequiel Redin
O trabalho objetiva analisar a influência dos fatores internos e externos na escolha ou continuidade das estratégias de reprodução produtivas de ciclo curto (anual) da agricultura familiar de Arroio do Tigre/RS. Para tanto, utilizamos de dados secundários e de pesquisa de campo. Diante da característica dos agricultores discutimos o grau de importância dos fatores a) internos: mão de obra, estrutura, restrição ambiental e localização da propriedade; b) externos: econômicos, clima, social, político-institucional, cultural, legal, tecnológicos e demográficos. Ambos os elementos influenciam e condicionam na escolha e na gestão da unidade de produção pelas famílias agricultoras. Por fim, destacamos a presença de estratégias de reprodução principal, complementares e básicas, bem como, estratégias amplas e restritas no campo de análise.
Agricultura familiar na economia: Brasil e Rio Grande do Suliicabrasil
Este documento apresenta um estudo sobre a importância econômica do agronegócio familiar no Brasil e no Rio Grande do Sul entre 1995 e 2003. Os principais pontos são:
1. O agronegócio familiar respondeu por 10% do PIB brasileiro em 2003, equivalente a R$ 157 bilhões naquele ano.
2. Seu desempenho tem superado as taxas de crescimento do agronegócio patronal, apesar de desvantagens como falta de terra e acesso limitado a crédito e tecnologia.
3.
Semelhante a Agricultura familiar e uso do solo (20)
Agricultura familiar na economia: Brasil e Rio Grande do Sul
Agricultura familiar e uso do solo
1. Agricultura familiar e uso do solo
São Paulo em Perspectiva – Abr/jun, vol. 11, nº2:73-78
Ricardo Abramovay (*
)
1. Apresentação
Existem dois preconceitos sem cuja superação é difícil avançar na discussão do
tema proposto para esta mesa-redonda. O primeiro é o que assimila, confunde,
transforma em sinônimos “agricultura familiar” e expressões como “produção de
baixa renda”, “pequena produção” ou até mesmo “agricultura de subsistência”. O
segundo é o que considera as grandes extensões territoriais trabalhadas por
assalariados como a expressão mais acabada do desenvolvimento agrícola. Os dois
preconceitos são evidentemente solidários e respondem pela visão tão freqüente de
que, apesar de sua importância social, não se pode considerar a agricultura familiar
como relevante sob o ângulo econômico.
Não se trata de filigranas sociológicas, mas de um assunto decisivo para todos os
que atuam na agricultura, a começar pelos especialistas em solos. Auxiliar na
montagem de sistemas produtivos ambientalmente sustentáveis e economicamente
rentáveis é um dos maiores desafios que os agricultores colocam aos especialistas
em solos. Enquanto perdurar a crença de que a agricultura familiar é, por
definição, um tema de interesse puramente “social” e cuja expressão produtiva
tende a ser desprezível, será difícil que os profissionais do solo tenham motivação
suficiente para voltar suas energias intelectuais ao fortalecimento deste setor.
Para discutir estes temas, o presente texto divide-se em três partes, além desta
apresentação. Inicialmente (item 2), procura-se oferecer uma definição de
agricultura familiar e as principais informações a respeito de seu desempenho, em
países capitalistas centrais e no Brasil. Mesmo não se tratando de um panorama
completo sobre o tema, as informações oferecidas procuram mostrar que
agricultura familiar e pequena produção não podem ser tomadas como sinônimos.
Em seguida (item 3) é apresentada a questão específica proposta na mesa-redonda:
o uso do solo na agricultura familiar. Discutem-se dados nacionais propostos por
um estudo da FAO (1995) e os resultados de uma pesquisa publicada recentemente
sobre o Estado de São Paulo. Em ambos os casos, fica nítido o potencial
econômico da agricultura familiar. No item 4 sugere-se (sem aprofundar o tema)
que ao potencial econômico embutido na agricultura familiar corresponde uma
vocação ainda mais importante: a de servir como base para uma estratégia
descentralizada de desenvolvimento.
2. Agricultura familiar: além da “pequena produção”
*
Departamento de Economia da FEA e PROCAM/USP - E-mail: abramov@usp.br
2. O uso da expressão agricultura familiar no Brasil é muito recente (1
). Até dois anos
atrás, os documentos oficiais usavam de maneira indiscrimida e como noções
equivalentes “agricultura de baixa renda”, “pequena produção”, quando não
“agricultura de subsistência”. Da mesma forma, a grande maioria dos textos
acadêmicos voltados a este tema adotava os mesmos termos. Um dos grupos do
Programa Integrado de Pesquisas Sociais em Agricultura o PIPSA, que existe
desde 1979, chamou-se até recentemente “diferenciação social da pequena
produção”. Também no interior do movimento sindical, era a defesa dos
“pequenos produtores” que mobilizava grande parte de sua atuação.
Pequena produção, agricultura de baixa renda ou de subsistência envolvem um
julgamento prévio sobre o desempenho econômico destas unidades. Em última
análise aquilo que se pensa tipicamente como pequeno produtor é alguém que vive
em condições muito precárias, que tem um acesso nulo ou muito limitado ao
sistema de crédito, que conta com técnicas tradicionais e que não consegue se
integrar aos mercados mais dinâmicos e competitivos. Que milhões de unidades
chamadas pelo Censo Agropecuário de “estabelecimentos” estejam nesta
condição, disso não há dúvida. Dizer entretanto que estas são as características
essenciais da agricultura familiar é desconhecer os traços mais importantes do
desenvolvimento agrícola tanto no Brasil como em países capitalistas avançados
nos últimos anos.
Um dos mais importantes livros recentes sobre este tema (Gasson e Errington,
1993:20) destaca seis características básicas que definem a agricultura familiar.
1. A gestão é feita pelos proprietários.
2. Os responsáveis pelo empreendimento estão ligados entre si por laços de
parentesco
3. O trabalho é fundamentalmente familiar
4. O capital pertence à família
5. O patrimônio e os ativos são objeto de transferência intergeracional no interior
da família
6. Os membros da família vivem na unidade produtiva
Esta definição exige dois rápidos comentários:
a) Ela não envolve qualquer pré-julgamento a respeito do tamanho e da capacidade
geradora de renda das unidades produtivas: os traços descritos são inteiramente
compatíveis com uma importante participação na oferta agrícola.
1
Para uma discussão a respeito, ver Abramovay, 1997
3. b) É bem verdade que as caracterísiticas expostas por Gasson e Errington não se
encontram em todos os casos: é freqüente que os membros da família não vivam
na unidade produtiva (característica 6), por exemplo. Pode acontecer também -
embora isso seja bem menos freqüente - que o processo sucessório (2
) envolva
pessoas que não são da família (característica 5). Nos países capitalistas centrais, a
tendência é que nem todos os membros da família se envolvam com o trabalho
agrícola (característica 4). Mas os traços apontados por Gasson e Errington
formam o que na tradição da sociologia weberiana chama-se “tipo ideal”: um todo
coerente que serve para estabelecer as comparações com os dados da pesquisa
empírica. Não se trata de uma invenção, mas da síntese articulada das
características básicas de um certo comportamento social.
Esta caracterização é tanto mais importante que ela corresponde ao módulo
socialmente dominante do desenvolvimento agrícola nos países capitalistas
centrais e não a uma parcela que poderia ser considerada mais ou menos marginal.
Por esta razão em nenhum momento Gasson e Errington assimilam o “family farm
business” (título de seu livro) aos tão conhecidos “small farms”, as unidades de
tempo parcial que são majoritárias no que se refere à quantidade de
estabelecimentos mas pouco expressivas sob o ângulo da oferta agrícola. Na
aplicação empírica destas seis características, Gasson e Errington mostram que nos
países capitalistas centrais ocorre um fenômeno que, para a maior parte dos
analistas brasileiros, seria uma espécie de contradição nos termos: é com base na
agricultura familiar que se construiu a potência agrícola destas nações. O peso das
empresas baseadas no trabalho assalariado é bastante reduzido. E esta é uma
particularidade importante do setor agrícola. Apesar de inúmeros trabalhos sobre o
tema publicados nos últimos anos (Veiga, 1991; Abramovay 1992; Lamarche;
1993, entre outros) convém citar alguns exemplos neste sentido.
Enquanto 85% de todos os trabalhadores franceses não agrícolas são assalariados,
na agricultura esta proporção em 1990 não ultrapassa 14% (Bourgeois, 1993: 35).
Os dados com relação aos outros países europeus e os Estados Unidos não são
muito diferentes. Em 1986, somente 28% das unidades produtivas no Reino Unido
empregavam algum trabalho assalariado. O interessante é que em 1950, nada
menos que 40% das unidades produtivas que empregavam trabalho assalariado.
Em meados do século XIX havia 3 trabalhadores assalariados para cada membro
da família trabalhando. Em 1930 a razão ainda era de 2,5/1 e hoje é de um
trabalhador assalariado de período integral para cada 2,5 trabalhadores familiares,
na agricultura britânica (Gasson e Errington, 1993). Quanto aos Estados Unidos,
embora o trabalho de Nikolitch do final dos anos 1960 não tenha sido atualizado,
não deixa de ser significativo que naquele momento nada menos que dois terço da
oferta agrícola norte-americana vinha de unidades produtivas onde o peso do
trabalho familiar era superior ao contratado (Abramovay, 1992).
2
Para uma discussão recente sobre processos sucessórios no interior da agricultura familiar, ver
Abramovay et al. (1997).
4. Nos países capitalistas centrais, o trabalho assalariado é expressivo apenas em três
situações:
a) ali onde o peso histórico da oligarquia latifundiária é importante, como na Costa
Oeste norte-americana (Raup, 1973);
b) ali onde é grande a incideência do trabalho clandestino - caso tanto da Costa
Oeste norte-americana como de boa parte da agricultura mediterrânea européia
c) nas produções em estufa, cujo peso sobre o total da superfície, do pessoal
ocupado e do valor total da produção agropecuária é, entretanto, francamente
minoritário: na Holanda, o país que mais avançou neste tipo de produção há 4.500
ha de estufas, na França, 1.500 ha (Codron e Rolle, 1995:119).
Contrariamente ao que ocorre nos países capitalistas centrais o Brasil (e esta é uma
característica de praticamente toda a América Latina e Caribe) é fortemente
marcado pela estrutura bi-modal de seu desenvolvimento agrícola. Empregada
no conhecido estudo de Johnston e Kilby (1975) a expressão bi-modalismo
designa aquelas situações em que (contrariamente ao que ocorreu nos países
capitalistas centrais) a agricultura familiar não é o módulo central do
desenvolvimento e onde o peso econômico e territorial das grandes extensões
territoriais baseadas no trabalho assalariado é decisivo. Não por coincidência, os
sistemas bi-modais predominam em países fortemente marcados pela concentração
da renda e pela pobreza, como o Brasil, a África do Sul, a Indonésia, entre outros.
Mas é interessante observar que mesmo em países com forte peso de tradição
latifundiária, ao lado de milhões de unidades que podem ser consideradas a justo
título como precárias, pequenas, gerando uma renda agrícola extremamente baixa,
desenvolve-se também um segmento familiar dinâmico capaz de integrar-se ao
sistema de crédito, cujo comportamento econômico difere da famosa e tão
estudada aversão ao risco, que adota a inovação tecnológica e integra-se a
mercados competitivos. É claro que este dinamismo não depende de características
supostamente “culturais” dos agricultores, mas de três fatores básicos:
• da base material com que produzem (extensão e sobretudo fertilidade das
terras);
• da formação dos agricultores, fator que hoje ganha uma importância crucial
• do ambiente sócio-econômico em que atuam e sobretudo da existência neste
ambiente das instituições características de uma economia moderna: acesso
diversificado a mercados, ao crédito, à informação, à compra de insumos e aos
meios materiais de exercício da cidadania (escola, saúde, assistência técnica,
etc.).
Ali onde, mal ou bem, estas três condições foram minimamente preenchidas,
assistiu-se ao florescimento de uma agricultura familiar cuja importância
econômica recentemente começa a ser avaliada. É o caso, em especial, dos Estados
5. do Sul do País, de cuja agricultura familiar depende parte considerável da
agroindústria: não é a Sadia, nem a Perdigão que produzem os frangos e os suínos
que serviram de âncora verde para o Plano Real e trazem juntos ao País mais US$
1 bilhão em divisas, mas sim dezenas de milhares de agricultores trabalhando
fundamentalmente com mão-de-obra familiar.
É claro que, em virtude da própria importância do latifúndio na formação da
agricultura brasileira, o setor patronal é nacionalmente dominante. Mas seria
equivocado julgar que uma agricultura familiar economicamente expressiva só
existe onde houve colonização estrangeira nos moldes do Sul do País. Na verdade,
somente os dados do Censo de 1996 poderão fornecer uma visão mais precisa do
fenômeno. Mas não deixa de ser significativo que mesmo no Estado de São Paulo
- e apesar do peso esmagador da cana-de-açúcar, setor quase exclusivamente
patronal - as unidades produtivas trabalhadas fundamentalmente pela família
(3
) contribuíam com um terço do valor total da produção em 1991. No algodão
e na avicultura, as unidades trabalhadas fundamentalmente com mão-de-obra
familiar entravam com mais da metade da oferta. 44% do milho, 43% da soja e
39% do café produzidos em São Paulo dependem de unidades onde não só a
gestão é familiar, como também é majoritário o peso do trabalho da família
relativamente ao assalariamente (Abramovay et al. 1996).
Por mais precárias e fragmentadas que sejam estas informações elas pretendem
trazer para a discussão desta mesa redonda três aspectos centrais:
a) agricultura familiar não pode ser tomada como sinônimo de pequena produção
b) é em torno da agricultura familiar que, nos países capitalistas centrais,
organizou-se o desenvolvimento agrícola
c) mesmo num País marcado pela força do latifúndio e pelo peso social de milhões
de estabelecimentos que, de fato, são pequenos sob o ângulo de sua participação
na oferta agrícola, há um segmento importante de agricultores familiares cuja
expressão econômica é muito significativa e em alguns casos até majoritária
3
Definidas como aquelas onde o peso da mão-de-obra familiar (medida em tempo anual de trabalho) supera o
da contratada
6. 3. Uso do solo: alcance e limites da inverse relationship
Inverse relationship: este termo usado por Cline (1970) em seu estudo sobre o
Nordeste brasileiro, e, hoje consagrado na literatura internacional sobre uso do
solo, aponta para duas características fundamentais da agricultura dos países em
desenvolvimento: os baixos retornos do trabalho e a alta intensificação do uso da
terra. É quase clássica a asserção segundo a qual os menores imóveis representam
a maior parte dos informantes, ocupando a menor parte da área, mas contribuindo
com uma produção por área muito superior à dos maiores imóveis e absorvendo
muito mais trabalho que estes últimos.
Nestas situações o que se observa é a evolução em sentido inverso de dois
parâmetros fundamentais: área e valor da produção. Um importante especialista
internacional nestes temas (El-Ghonemy, 1990) sintetiza uma série de estudos
(inclusive o do CIDA, levado adiante por Solon Barraclough) em que se verificam
duas tendências:
a) o produto por área cai sistematicamente com o aumento da superfície
das fazendas.
b) o mesmo ocorre com relação à utilização de trabalho, muito menor nas
grandes fazendas que nas pequenas
O trabalho da FAO publicado em 1995 e retomado em grande parte nos
documentos que deram origem ao Programa Nacional de Fortalecimento da
Agricultura Familiar, corroboram esta tendência internacional mostrando - sobre a
base de uma amostra do que seriam estabelecimentos patronais (estabelecimentos
entre 500 e 10.000 hectares), por um lado e familiares (estabelecimentos entre 20 e
100 hectares) por outro (4
) - que o segmento familiar intensifica mais o uso do solo
que o patronal: as lavouras são três vezes mais importantes no segmento familiar e
cinco vezes mais importantes quando se trata de lavouras permanentes; o
segmento familiar tem o maior peso na produção de pequenos animais; o segmento
familiar, embora usando área muito menor, supera o patronal em 15 importantes
produtos agropecuários e que os rendimentos físicos da agricultura familiar são
superiores aos da patronal em mais de metade de suas atividades.
Para o conhecimento da relação entre agricultura familiar e uso do solo os dados
sobre o Estado de São Paulo do Instituto de Economia Agrícola (IEA) mostram
também aspectos interessantes. Abramovay et al. (1996) introduziram no
questionário de levantamento de safra do IEA de 1991 um item para saber quanto
do trabalho realizado no imóvel vinha de membros da família e quanto vinha do
4
O trabalho da FAO foi muito criticado por sugerir uma estratificação por área para o estudo social
da agricultura. Na verdade, o estudo propõe é algo bem menos pretencioso: tomando como
exemplares da agricultura familiar os estabelecimentos entre 20 e 100 hectares e como
exemplares da patronal aqueles que estão entre 500 e 10.000 hectares montar parâmetros
comparativos entre os dois segmentos. O problema é que ficam de lado os imóveis representativos
de parte muito importante da oferta que estão entre 100 e 500 hectares.
7. assalariamento, seja temporário, seja permanente. Com base no tempo de trabalho
da família e de membros contratados, os imóveis de São Paulo (com base numa
amostra representativa) foram estratificados em quatro classes:
• A classe 1 é composta por aqueles imóveis que não recorreram, durante o ano
de 1991, a qualquer forma de trabalho assalariado (nem permanente, nem
temporário).
• A classe 2 é formada por aqueles imóveis que recorreram a trabalho assalariado
(seja permanente, seja temporário), mas em proporção menor (medida em
tempo) que o trabalho familiar.
• A classe 3 está no caso exatamente inverso: aí o trabalho familiar existe ao lado
de uma quantidade de trabalho assalariado que lhe é superior.
• A classe 4, enfim, reúne aqueles imóveis em que nenhum membro da família
declarou trabalhar
Esta divisão foi cruzada com a estratificação por área adotada nos estudos do IEA
e serviu de base para organizar os dados referentes a quatro informações básicas:
• número de informantes ou imóveis
• quantidade de dias-homem empregada na produção
• valor da produção
• área empregada
A tabela 1 sintetiza este cruzamento de informações e oferece dados que não vão
exatamente na mesma direção do que é consagrado na literatura internacional
sobre o tema:
a) Os menores imóveis da classe 1 (uso exclusivo de trabalho familiar e área
inferior a 20 hectares) são mais de um quarto do total dos informantes,
absorvem 13,68% do total do trabalho do Estado, para produzir apenas 3,85%
do valor em 4,01% da área. A idéia de que os menores imóveis têm maior
produção por unidade de área não se verifica para o Estado de São Paulo.
b) É provável que, na maior parte destes imóveis da classe 1 menores que 20
hectares , o peso da agricultura na formação da renda seja muito pequeno.
Provavelmente é aí que se concentram os casos estudados recentemente por
José Graziano da Silva (1996) de desenvolvimento de atividades rurais não
agrícolas.
c) Se excluirmos este segmento (os imóveis com trabalho exclusivamente familiar
e com menos de 20 hectares de superfície) veremos que o desempenho
econômico da agricultura familiar em São Paulo é, no mínimo, equivalente ao
8. dos setores patronais. A desproporção entre este grande volume de mão-de-obra
para um valor da produção relativamente baixo que se encontra na primeira
linha da tabela, não se repete nas linhas subseqüentes.
d) A relação entre valor da produção e dias-homem indica que nos maiores
imóveis (acima de 500 hectares) o peso da pecuária deve ser muito grande. Os
imóveis com mais de 500 hectares da classe 3 usa apenas 5,35% dos dias-
homem para produzir 12,3% da produção em 15,9% da área e os imóveis com
mais de 500 hectares da classe 4 usam 5,17% dos dias-homem para produzir
16% do valor da produção em 16% da área.
e) É claro que o peso econômico da cana-de-açúcar e da pecuária de corte no
Estado de São Paulo contribuem a explicar que a produção por área nos grandes
imóveis é maior que a esperada habitualmente numa situação de grande
concentração fundiária como a do Estado de São Paulo.
9. Tabela 1 - Proporção dos informantes, dos dias-homem, do valor da produção
e da área total correspondentes a cada estrato de área e a cada classe. Estado
de São Paulo. 1991
C L A S S E 1
Estrato Informantes Dias-homem Valor da produçãoÁrea
3,1 a 20,0 26,2 13,74 3,85 4,01
20,1 a 100,0 22,5 12,9 9,43 11,15
100,1 a 500,0 2,1 1,65 2,63 4,39
> 500,0 0,1 0,18 0,85 1,34
C L A S S E 2
Estrato Informantes Dias-homem Valor da produçãoÁrea
3,1 a 20,0 4,5 3,19 3,28 0,68
20,1 a 100,0 5,7 4,43 2,96 3,49
100,1 a 500,0 2,3 3,03 3,53 5,39
> 500,0 0,3 0,54 6,28 3,26
C L A S S E 3
Estrato Informantes Dias-homem Valor da produçãoÁrea
3,1 a 20,0 4,16 3,35 1,4 0,8
20,1 a 100,0 7,55 7,17 6,16 4,57
100,1 a 500,0 4,55 16,58 14,6 11,93
> 500,0 1,19 5,37 12,3 15,9
C L A S S E 4
Estrato Informantes Dias-homem Valor da produçãoÁrea
3,1 a 20,0 6,10 2,13 1,23 0,.94
20,1 a 100,0 7,75 7,66 7,06 4,61
100,1 a 500,0 4,03 12,750 8,36 11,25
> 500,0 0,94 5,19 16 16
10. T O T A L 100 100 100 100
Fonte: Instituto de Economia Agrícola, in Abramovay et al. (1996)
4. Para aprofundar o debate
A primeira conclusão que se pode tirar das informações acima é que é preciso
aprofundar nacional e regionalmente o estudo da estratificação social do uso do
solo. É bem provável que a situação de São Paulo seja nacionalmente excepcional.
De qualquer maneira ela é interessante, pois mostra que mesmo ali onde os
estabelecimentos patronais têm peso majoritário na oferta, há um setor familiar
cujo uso do solo sugere um desempenho econômico que explica, em grande parte,
sua importância não desprezível na produção agrícola do Estado. Não é o excesso
de trabalho que explica a presença dos agricultores familiares em São Paulo com
um terço do valor da produção no Estado. A agricultura familiar não é,
contrariamente ao que dela se diz com freqüência, um simples reservatório de
mão-de-obra.
Romper com a identificação automática entre agricultura familiar e pobreza é
fundamental para que a sociedade brasileira possa discutir um tema estratégico,
que se relaciona com a questão do uso do solo e que será aqui apenas levantado:
qual é e qual deve ser a importância do espaço rural no desenvolvimento ?
Não é indiferente, para a sociedade, de onde vem a sua oferta agrícola. O caso de
São Paulo mostra que o setor patronal não é menos “eficiente” que o familiar. O
que os distingue entretanto refere-se aos efeitos multiplicadores de cada um sobre
o desenvolvimento: o domínio do trabalho assalariado é marcado sistematicamente
por condições sociais precárias. “Morar da cidade e ainda depender da atividade
agrícola... tende a conduzir a uma condição de vida de enorme precariedade, que
nãopode ser atribuído somente à baixa renda que aquela atividade proporciona”,
afirma Leone (1995:161). Entre os residentes nas cidades e que dependem do
assalariamento no campo é que estão as piores condições de vida, mesmo no
Estado mais próspero da Federação.
Se a preocupação com a agricultura envolver não só o aspecto produtivo mas
também uma estratégia de desenvolvimento descentralizado e voltado à ocupação
equilibrada do território, as unidades familiares apresentam um trunfo decisivo:
elas podem ser a base de formação de uma sociedade civil no meio rural, daquilo
que aparece freqüentemente como termos antagônicos: a cidadania no campo.
Não é sem razão que no Sul do País, onde o peso social e econômico da
agricultura familiar é, em geral, superior ao do setor patronal, se observam os
embriões de organizações locais que poderão contribuir de maneira importante
com uma nova visão do papel do espaço rural na luta contra as desigualdades.
Nas regiões onde predominam as grandes fazendas não existe hoje vida política e
associativa no meio rural. A América Latina, para usar a feliz expressão de
Emiliano Ortega (1992) é um Continente sub-municipalizado. Enquanto um país
11. como a França possui 27 mil unidades administrativas locais, a América Latina no
seu conjunto possui 17 mil municípios. As funções socializadoras
convencionalmente desempenhadas pelas grandes fazendas coloniais (de maneira
precária e clientelista, sem dúvida) desapareceram com a expulsão de seus
moradores e não foram substituídas por instituições públicas voltadas às
necessidades da maioria. O desenvolvimento de unidades familiares de produção -
como mostram os exemplos de assentamentos bem sucedidos como o da Fazenda
Promissão em São Paulo - imprime um novo dinamismo ao conjunto da vida
municipal e reorganiza a tradicional hierarquia nas relações entre cidade e campo.
A agricultura familiar é um elemento decisivo para que haja a pressão social na
oferta racionalizada de serviços (transportes, educação, comunicações,
eletricidade) e portanto para que se reduzam as diferenças entre a vida social na
cidade e no campo, condição básica, evidentemente, para que o meio rural passe a
funcionar como manancial de possibilidades na luta contra a exclusão social.
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