O Risorgimento foi o movimento de unificação da Itália entre 1815 e 1870, dividido em duas fases. A primeira entre 1848-1849 trouxe revoluções que levaram à guerra com a Áustria. A segunda entre 1859-1860 viu a criação do Reino da Itália. Liderado por Mazzini e Cavour, o movimento derrotou a Áustria e uniu os diversos estados italianos sob a coroa de Vítor Emanuel II.
2. Risorgimento (Ressurgimento) foi o
movimento de unificação dos vários
estados que constituíam a Itália que se
compreendeu entre 1815 e 1870.
Este processo divide-se em duas fases: A
primeira, entre 1848 e 1849 na qual
surgiram movimentos revolucionários que
levaram à guerra com a Áustria e a
segunda, compreendida entre 1859 e
1860, na qual se declarou o surgimento do
Reino de Itália.
3. O Congresso de Viena, realizado em 1815,
definiu que a Itália ficaria dividida em setes
estados.
Lombardia e Venécia eram dominados pelo
Império Austríaco. Os ducados de Parma e
Piacenza, Módena e Toscana pertenciam a
arquiduques austríacos. Piemonte e os
Ducados de Saboia e Génova pertenciam ao
Reino de Saldanha, que era governado pela
casa de Saboia. O Papa governava os Estados
Pontifícios e os Bourbons o Reino das Duas
Sicílias.
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5. O absolutismo era a forma de governo instalada
em todas estas regiões, à exceção do reino de
Sardenha, mais liberal que os restantes. O
Congresso de Viena definiu que os monarcas
deveriam governar com ajuda da Áustria.
O crescimento económico, em especial ao nível
da indústria têxtil no Reino da Sardenha,
propiciava a vontade de unificar o território,
tendo em vista o aumento do mercado
consumidor. Os transportes e a língua
contribuíram também para a ascensão de
movimentos nacionalistas que visavam unir a
Itália e criar um Reino independente.
6. Os movimentos revolucionários italianos fizeram-se
sentir desde o domínio napoleónico,
nomeadamente com o surgimento da Carbonária,
uma organização secreta criada pelo general
francês Murat. A sua ação passava pelo combate
ao absolutismo, pela defesa do liberalismo e pela a
unificação das várias regiões italianas.
Em 1830, Giuseppe Mazzini, político genovês,
entrou para a Carbonária e teceu fortes críticas à
incapacidade das sociedades secretas
concretizarem o projeto de unificação da Itália e à
falta de representação das classes populares.
7. Mazzini fundou a Jovem Itália em 1831, uma
organização paramilitar cujos principais objetivos
eram a libertação das regiões que se
encontravam sob o domínio austríaco e a
passagem para uma república democrática que
unisse o país.
8. A revolução de 1848-1849 foi fulcral para o início
do processo de unificação da Itália, tendo sido
desencadeada por apoiantes de Mazzini e do
movimento Jovem Itália. Neste curto espaço de
tempo, foram proclamadas três repúblicas: a de
São Marcos, a Toscana e a República Romana. A
última, proclamada em 1849 por Mazzini,
elaborou uma constituição que assegurava a
união da Itália. O Papa Pio IX recusou esta
mudança nas fronteiras estabelecidas pelo
Congresso de Viena e incentivou a Áustria, a
França e a Espanha a invadirem Roma. Assim se
sucedeu, seguindo-se a abolição da República
Romana.
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10. Com a subida ao poder de Vítor Emanuel II no
Reino do Piemonte-Sardenha, este passou a ser
o coração do movimento nacionalista e da luta
contra as imposições austríacas. O primeiro-ministro
Cavour, apostou no exército e na
economia da região com o objetivo de fazer frente
à Áustria. Através da diplomacia internacional,
conseguiu o apoio de Napoleão III de França na
guerra pela unificação italiana.
Em 1859, os piemonteses derrotaram os
austríacos nas batalhas de Montebello, Magenta
e Solferino. A Lombardia passou a pertencer aos
italianos e Nice e Sabóia aos franceses.
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12. A população de Módena e Parma ,
governada por duques austríacos, expulsou
os seus governantes. Em 1860, Módena,
Parma, Toscana e, mais tarde, a maioria dos
territórios pontifícios juntaram-se ao novo
Reino de Piemonte-Lombardia.
No mesmo ano, iniciou-se uma revolta na
Sicília com o apoio de Garibaldi (líder da
Sociedade Nacional) e de Cavour. Ao chegar
a Nápoles, conseguiu o apoio do exército de
Vítor Emanuel II e da população e acabou
por assumir o poder.
13.
14. A 18 de fevereiro de 1861, Vítor Emanuel
II reuniu em Turim com representantes de
todos os Estados que aceitaram, a 17 de
março, o seu título de Rei de Itália. O
Reino da Itália foi governado com base na
constituição liberal adotada no Reino da
Sardenha em 1848. No mesmo ano,
a comunidade internacional, com exceção
da Áustria, reconheceu o nascimento do
novo Estado italiano.
15. No entanto, faltava anexar a Venécia e os
restantes Estados da Igreja.
Em 1866, a Prússia entrou em guerra com
a Áustria e usufruiu da ajuda do
novo Estado italiano. Nesse mesmo ano, a
Áustria, vencida na guerra, libertou a
Venécia que passou a fazer parte do
Reino italiano.
16. Os obstáculos à anexação de Roma eram o
exército francês, que a ocupava , e o papa
que influenciava a população católica.
Durante a Guerra Franco-Prussiana (1870-
1871), as tropas francesas viram-se
obrigadas a abandonar Roma para
combaterem os prussianos. Os italianos
aproveitaram a oportunidade e invadiram a
cidade, em 1870.
17.
18. A 1 de Agosto de 1871, a capital do reino
de Itália passou a ser Roma, terminando
assim o processo de unificação desta
região.