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FUNDAÇÃO CÁSPER LÍBERO/FACULDADE CÁSPER LÍBERO
   PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM COMUNICAÇÃO




 WILLIANS MARCELINO FERNANDES DE ABREU




       A IMPORTÂNCIA DO NETWORKING
         NAS REDES SOCIAIS DIGITAIS




                  SÃO PAULO
                     2011
    WILLIANS MARCELINO FERNANDES DE ABREU
A IMPORTÂNCIA DO NETWORKING
  NAS REDES SOCIAIS DIGITAIS




          Monografia apresentada ao Curso de Pós -
          Graduação da Faculdade Cásper Líbero,
          mantida pela Fundação Cásper Líbero, para
          obtenção do Título Pós - Graduado em
          Marketing e Comunicação Publicitária.

          Orientador:
          Prof. Dr. Luiz Alberto de Farias




         SÃO PAULO
            2011
Dedicatória




     Dedico      este     singelo     trabalho,
     primeiramente, a DEUS, razão da minha
     existência. A Ele, toda honra, toda glória
     e todo louvor.

     Dedico também, a duas pessoas muito
     especiais: minha mãe, Anália Fernandes
     de Abreu e a meu pai, José Damião de
     Abreu, ambos foram os grandes
     responsáveis e entusiastas dos meus
     esforços em toda a minha vida.
AGRADECIMENTOS




 Agradeço minha irmã, Daniele Aparecida Fernandes de Abreu, meu
exemplo de disciplina e dedicação. Que nos momentos difíceis esteve
             presente e sempre me auxiliou nos estudos.


    Aos meus avós materno, Aurélio Fernandes e Leonora Silvino
Fernandes e, aos meus avós paternos, Francisco Damião de Abreu (in
 memorian) e Ana Batista de Abreu, pois são a origem de toda minha
                               história.


  A minha fiel companheira e amiga, Thais Keller Lopes, que desde
sempre me apoiou neste projeto, ficou acordada madrugadas comigo
 nas diversas conversas sobre tecnologia que tivemos, o carinho e os
       cafés-da-manhã preparados com o cuidado de sempre.


Agradeço ao professor Drº. Luiz Alberto de Farias, pela sua orientação
                       e cordialidade comigo.


Agradeço ao professor Drº Marcelo Oliveira Coutinho de Lima, pelo o
       incentivo e a orientação do tema deste estudo em 2008.


     Ao Drº. Valdeir Ribeiro de Jesus, pela sua amizade sincera.


   Ao grande amigo de todas as horas Edson Gonçalves, pela sua
     honestidade e cordialidade sempre em todos os momentos.


A professora Drº Liana Gottlieb, pelo exemplo de vida e dedicação para
      seus alunos e por proporcionar momentos maravilhosos.
Agradeço de modo particular:


As minhas tias Elisabete de Abreu Araújo (in memorian) e Nila Batista
   de Abreu (in memorian) que, mesmo ausentes, sempre estarão
                   presentes em minha memória.


  Aos professores em geral, que com profissionalismo e dedicação,
    contribuíram para mais esta etapa de minha vida acadêmica.
“A vida não tem pena de quem
não luta”.

Padre Léo

“Buscai as coisas do alto.” São Paulo:
Canção Nova,2006.
ABREU, Willians Marcelino Fernandes. A importância do Networking nas Redes
Sociais Digitais. 2011. 86 f. Monografia (Pós-Graduação em Comunicação) –
Faculdade Cásper Líbero, Fundação Cásper Líbero, São Paulo, 2011.




                                   RESUMO



O Networking está presente na vida de todos os cidadãos e independe da internet
para existir, mas através dela ele pode ser ampliado, difundido e utilizado na
construção das relações profissionais. Por um longo tempo, poucos estudos foram
realizados na busca por analisar e compreender os processos que auxiliam e
envolvem o Networking. Este trabalho tem por objetivo elucidar a importância do
Networking nos ambientes digitais, suas transformações, aprimoramentos e as
novas tendências no âmbito empresarial, como também na sociabilidade em rede.
Verifica-se que no Brasil, com a versão em português da ferramenta Linkedin,
diversos profissionais aderiram a novas formas de relacionamento profissional na
Internet. Hoje, inúmeras empresas tem aderido ferramentas como o Linkedin para
buscarem novos profissionais, divulgarem suas oportunidades de emprego e
principalmente, agilizarem o processo de contratação melhorando os resultados e
acertos. Ao pesquisar situações reais onde se constatou a empregabilidade das
práticas que regem o Networking em rede, fica evidente a importância deste
recurso, como também o amadurecimento dos interagentes no processo com o
passar do tempo. Tais práticas, destacam-se como instrumentos de efetivação e
melhorias do gerenciamento profissional nas Redes Sociais.




Palavras-chave: Networking. Redes Sociais Digitais. Sociabilidade em rede.
SUMÁRIO I


INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 10

PARTE I – REDES SOCIAIS DIGITAIS

CAPÍTULO I – REDES SOCIAIS DIGITAIS
1.1 Redes Sociais Digitais no Brasil ...................................................................... 18

CAPÍTULO II – CARACTERÍSTICAS DAS REDES SOCIAIS DIGITAIS.
2.1 Elementos das Redes Sociais Digitais ........................................................... 26
2.2 Os Atores ........................................................................................................ 26
2.3 As Conexões, os Laços Sociais e a Interação ............................................... 28
2.4 O capital social................................................................................................ 28

CAPÍTULO III – O NETWORKING
3.1 O Networking nas Redes Sociais.................................................................... 29
3.2 O Linkedin ....................................................................................................... 32

PARTE II – O NETWORKING NA PRÁTICA

CAPÍTULO IV – O NETWORKING NA PRÁTICA
4.1 Estudo de Caso (Agência Click)...................................................................... 37
4.2 Metodologia..................................................................................................... 38
4.3 Abordagem dos Dados de Pesquisa............................................................... 39
4.4 A participação dos membros........................................................................... 39
4.5 Os Grupos ....................................................................................................... 42
4.6 O acompanhamento dos Usuários.................................................................. 45
4.7 Contratações geradas pela Rede Social Digital.............................................. 46
4.8 Prospecção e vinda de novos clientes ............................................................ 49
4.9 Observações ................................................................................................... 50
4.10 Conclusão ..................................................................................................... 52

CAPÍTULO V – ESTUDO DE CAMPO
5.1 Pesquisa: A importância do Networking nas Redes Sociais Digitais .............. 53
5.2 O apanhado geral............................................................................................ 53
5.3 Metodologia..................................................................................................... 55
    5.3.1 – Questionário Virtual............................................................................. 56
5.4 Gráficos e análises.......................................................................................... 60

CONCLUSÃO........................................................................................................ 83

REFERÊNCIAS..................................................................................................... 84
SUMÁRIO II

GRÁFICOS, QUADROS E TABELAS
Quadro 1 – Tempo de navegação no Brasil em 2009....................................................... 20
Quadro 1.2 – Participação dos usuários de internet no Brasil .......................................... 20
Gráfico 1.3 – O acesso, a adesão e a experiência dos brasileiros nas redes sociais ...... 22
Gráfico 1.4 – Redes Sociais mais acessadas ................................................................... 22
Gráfico 1.5 – Local de acesso........................................................................................... 23
Quadro 1.6 – Adesão a planos de telefonia que possibilitam acesso as redes sociais
via mobile .......................................................................................................................... 24
Quadro 1.7 – Intenção dos internautas que ainda não acessam as redes sociais ........... 25
Gráfico 3.2.1 – O Linkedin no mundo – Países e quantidade de usuários ....................... 33
Gráfico 3.2.2 – O Linkedin – Gênero e idade.................................................................... 34
Gráfico 3.2.3 – O Linkedin – Setores do mercado industrial............................................. 34
Quadro 3.2.1 – O Linkedin entre os 10 sites de Redes Sociais mais acessados no
Brasil ................................................................................................................................. 35
Quadro 4.1 – Interação feminina na Rede Social da agência Click
Perfil do CEO: Pedro Cabral ............................................................................................. 41
Quadro 4.2 – Interação feminina na Rede Social da agência Click .................................. 41
Quadro 4.3 – Candidatos a procura de ofertas de trabalho .............................................. 43
Quadro 4.4 – Perfis incompletos ....................................................................................... 48
Quadro 4.5 – “Seja um Clicker”......................................................................................... 48
Quadro 4.6 – Banco do Planeta ........................................................................................ 49
Quadro 4.7 – Plataforma Ning.com................................................................................... 50
5.4.1 (A) – Amostragem por Sexo = Quantidade x Porcentagem..................................... 60
5.4.1 (B) – Amostragem por Sexo = Quantidade x Porcentagem..................................... 60
5.4.2 (A) – Amostragem por Faixa Etária = Quantidade x Porcentagem.......................... 61
5.4.2 (B) – Amostragem por Faixa Etária = Quantidade x Porcentagem.......................... 62
5.4.3 – Amostragem por Escolaridade .............................................................................. 63
5.4.4 – Amostragem por Rendimentos em Reais (R$) ..................................................... 64
5.4.5 – Amostragem por Perfil de Usuário nas Redes Sociais ......................................... 65
5.4.6 – Acreditam na possibilidade do Networking nas Redes Sociais............................. 66
5.4.7 – Utilizam o Linkedin para promover o Networking.................................................. 67
5.4.8 – Outras Redes Sociais para promover o Networking ............................................. 68
5.4.9 – Agendaram entrevistas através das Redes Sociais.............................................. 69
5.4.10 – A importância das recomendações de amigos na busca de um novo emprego
ou freela ............................................................................................................................ 70
5.4.11 – Em qual rede “fui recomendado”......................................................................... 71
5.4.12 – Contratado através de uma Rede Social ............................................................ 72
5.4.13 – Mudança de emprego nos últimos 6 meses........................................................ 73
5.4.14 – As atualizações no Linkedin................................................................................ 74
5.4.15 – Atualizando outras Redes Sociais....................................................................... 75
5.4.16 – Sobre a Frequência das atualizações ................................................................. 76
5.4.17 – Conhece pessoalmente os contatos do Linkedin................................................ 77
5.4.18 – Recomendando amigos para promover o Networking nas Redes Sociais ......... 78
5.4.19 – Conhece alguém que conseguiu emprego através do Networking nas Redes
Sociais............................................................................................................................... 79
5.4.20 – Indicaria para os amigos utilizarem as Redes Sociais para promoverem
seu Networking.................................................................................................................. 80
5.4.21 – A verificação dos perfis profissionais nas Redes Sociais pelas
empresas........................................................................................................................... 81
5.4.22 – Informaram o email para receber informações da pesquisa ............................... 82
10	
  
	
  


Introdução:



         O ano de 1988 marcou o ponto zero da Internet no Brasil, a FAPESP1
(Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e a SECT (Secretaria de
Estado de Ciência e Tecnologia), foram as pioneiras em buscar o acesso à Internet.
Através da BITNET “Because It's Time Network”, uma rede remota foi criada em
1981 e administrada pelo CREN (Corporation for Research and Educational
Networking) em Washington nos E.U.A. possibilitando serviços de correio eletrônico
e de transferência de arquivos entre computadores de grande porte em instituições
acadêmicas tanto na América do Norte como na América do Sul, Europa e Japão.
Chegou a alcançar mais de 2.500 universidades e institutos de pesquisa em todo o
mundo2. No entanto, utilizava o protocolo NJE (Network Job Entry) da IBM em vez
do conhecido TCP/IP.

         Na época, a conexão por meio da BITNET era apenas local (no Brasil) entre
algumas instituições de ensino e pesquisa quando finalmente em 1991 a FAPESP
recebe uma conexão internacional gerando contato com um laboratório em Chicago.

         Em 1995, mais precisamente no mês de maio, o Ministério das
Comunicações em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia, concluiu que
para tornar possível a participação pública dos cidadãos brasileiros na Internet, seria
necessário a criação de um Comitê Gestor de Internet (CGI.br) com isso, o mesmo
teve a participação de ambos os ministérios governamentais e ainda a ajuda das
entidades operadoras e gestoras de infra-estrutura, provedores de acesso,
representantes de usuários e da comunidade acadêmica.




________________
1
   A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (mais conhecida pela sigla
FAPESP) é uma instituição pública de fomento à pesquisa atuante no Estado de São Paulo. Está
ligada à Secretaria de Ensino Superior do Governo do Estado de São Paulo. Foi fundada em 1962,
cumprindo disposição da Constituição estadual de 1947, com o objetivo de incentivar e subsidiar a
pesquisa no Estado, especialmente a desenvolvida nas universidades. Fonte: Site
Wikipedia:http://pt.wikipedia.org/wiki/Funda%C3%A7%C3%A3o_de_Amparo_%C3%A0_Pesquisa_do
_Estado_de_S%C3%A3o_Paulo (Acesso em 11/10/2010).
2
  Fonte: Site Wikipédia: http://pt.wikipedia.org/wiki/BITNET (Acesso em 11/10/2010).
11	
  
	
  


         Nasceu nesse momento, o ponto de partida do que conhecemos hoje, as
nossas experiências digitais em um ambiente repleto de descobertas e afirmações.

         O papel do Comitê Gestor de Internet foi crucial para a disseminação da
rede no Brasil e atualmente, mantém-se com grande importância na busca de
aprimoramentos e melhorias dos serviços de Internet no país.

         É preciso destacar este ponto inicial, pois a partir dele, os internautas
brasileiros   passaram      a   ter   efetivamente      a   possibilidade     de    conhecer     e
consequentemente promover uma intersecção entre usuários e suas redes,
conectando não apenas computadores, mas também pessoas.

         Já em 2000, o Brasil cresceu visivelmente sua participação na Internet, o
famoso ano lembrado por profissionais do setor como a “Bolha da Internet”.
Registrou-se na época que mais de 50% da Internet, concentrava-se na América
Latina e Caribe, consequentemente, mais de 70% do comércio eletrônico dessa
região. O país ocupava a 13ª posição no mundo em termos de hosts e usuários3.

         De lá para cá, os brasileiros conquistaram um espaço na rede mundial de
computadores exponencialmente e fez com que o governo brasileiro passasse a
valorizar a importância da expansão da Internet no país. Sendo que até o início do
ano de 2004, apenas membros indicados por governos de cada época faziam parte
do Comitê Gestor de Internet, mas a partir de maio do mesmo ano, foi aberto o
processo eleitoral para o CGI.br como parte dos esforços governamentais em
democratizar e ampliar a Internet no Brasil.




___________
3
  Fonte: Dados informados no post publicado no site do Comitê Gestor de Internet (CGI.br) em agosto
de 2000 por Raphael Mandarino Jr., na época Presidente da Associação Nacional dos Usuários de
Internet (Anui) e membro do Comitê Gestor da Internet no Brasil. Atualmente trabalha como diretor-
geral do Departamento de Segurança da Informação e Comunicações (DSIC) do Gabinete de
Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República.
12	
  
	
  


         Porém, democratizar a Internet não era apenas um entrave em especial no
Brasil, mas uma tomada de decisão que necessitava ser seguida mundialmente na
época por diversos países, entre eles os E.U.A. O governo brasileiro saiu na frente,
pois naquele momento, não existia nenhum modelo para copiar ou tomá-lo como
referência, éramos os primeiros a pensar democraticamente sobre o futuro da
Internet, ao mesmo tempo em que o governo abriria as portas para a participação de
entidades do terceiro setor, empresariais e científicas, promovendo a participação
delas ativamente no processo.
         Visivelmente o Brasil passou a sofrer inúmeras mudanças com o
crescimento do uso da Internet, sendo esta a base capaz de tornar-se a alavanca na
transição para uma nova forma de sociedade, a sociabilidade em rede, gerando
posteriormente como consequência destas mudanças uma nova economia tanto no
país como mundialmente outros países também já estavam sendo transformados
com tais adventos tecnológicos.
         Castells (2003) relata que no fim do século XX, três processos inauguraram
uma nova estrutura social baseada em redes: 1- as exigências da economia por
flexibilidade administrativa e por globalização, da produção e do comércio; 2- as
demandas da sociedade, em que os valores da liberdade individual e da
comunicação aberta tornaram-se supremos; 3- os avanços extraordinários na
computação e nas telecomunicações possibilitados pela revolução microeletrônica4.

         Em 2008, o Brasil passou a ocupar a 7ª posição entre os países que mais
acessavam a Internet no mundo em domicílios, chegando a 38,2 milhões de
pessoas com 2 anos ou mais com acesso via computadores domésticos, deixando
para trás países como Espanha, Austrália e Suíça5. No entanto, caso fosse
considerado o número de internautas em relação à população do país, a situação
era bem diferente. Neste quesito, aproximadamente 21,9% da população acima de
10 anos acessava a internet, colocando o Brasil na 62ª posição mundial e a quarta
da América Latina, sendo ultrapassado pela Costa Rica, Guiana Francesa e
Uruguai6.

________________
4
  Fonte: CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede – a era da informação: economia, sociedade e
cultura. São Paulo: Paz e Terra, 1999. v.1
5
  Fonte: http://www.cetic.br/usuarios/ibope/tab02-06.htm (Acesso em 13/10/2010)
6
  Fonte:http://www.inclusaodigital.gov.br/noticia/brasil-ocupa-62a-posicao-no-mundo-em-relacao-ao-
uso-da-internet/ (Acesso em 14/10/2010)
13	
  
	
  


         Coincidentemente, naquele mesmo ano, o mês de novembro ficou marcado
para sempre na história do estado de Santa Catarina, o acúmulo de vários dias de
chuvas fortes, gerou uma das maiores catástrofes naturais no Brasil, onde rios
transbordaram, inundando grandes áreas, isolando cidades inteiras, e os
deslizamentos soterraram estradas, casas e pessoas. Através da Internet uma série
de blogs, ferramentas de microblogs como o Twitter, plataformas de mensagens
instantâneas     como      o    Messenger,      Skype      entre    outros    recursos     foram
importantíssimos para informar o resto do país sobre os acontecimentos e os
lugares para o envio de donativos que ajudariam as populações atingidas.

         Este fato evidenciou a mudança profunda nas formas de organização,
identidade, conversação e mobilização social com a comunicação mediada pelo
computador. Raquel Recuero (2009) essa comunicação, mais do que permitir aos
indivíduos comunicar-se, ampliou a capacidade de conexão, permitindo que redes
fossem criadas e expressas nesses espaços: as redes sociais mediadas pelo
computador7.

         São essas redes o foco neste estudo. A proposta é apresentar
direcionamentos capazes de nortear a real importância do networking nas redes
sociais digitais, principalmente no Linkedin. Pois, com o amadurecimento da
experiência dos brasileiros com estas plataformas sócio-digitais, a mudança na
maneira do relacionamento profissional nas redes, suas complexificações e
desdobramentos farão parte dos pontos aqui discutidos e apresentados.

         O estudo das redes sociais, entretanto, não é novo. O estudo da sociedade
dentro do conceito de rede reproduz um dos focos de mudança que permeia a
ciência do século XX. Embora, durante os séculos anteriores, grande parte dos
cientistas preocuparam-se em examinar os fenômenos, avaliando cada uma das
partes detalhadamente, só a partir do início do século passado, no entanto,
começam aparecer estudos diferentes trazendo o foco para o surgimento das
interações entre as partes.




________________
7
  RECUERO, Raquel. Redes Sociais na Internet. Porto Alegre: Meridional, 2009. 1ª reimpressão
14	
  
	
  


        Para Recuero (2009) a abordagem de rede fornece ferramentas únicas no
estudo dos aspectos sociais do ciberespaço, permitindo verificar, por exemplo, a
criação de estruturas sociais, suas dinâmicas, tais como a criação de capital social e
sua manutenção, o emergir da cooperação e da competição; as funções das
estruturas e até mesmo, as diferenças entre os variados grupos e seu impacto nos
indivíduos.

        Estudar o Networking existente nas redes, seus desdobramentos e os
elementos dinâmicos que promovem a interação mediada digitalmente no
ciberespaço, portanto, analisando o que acontece entre as partes envolvidas, e isto,
Alex Primo8 explica como sendo uma visão relacional, o estudo dos relacionamentos
dos agentes, focando o “entre” e não nos pólos.

        As análises presentes vem ao encontro da discussão entre a real
importância deste recurso nas redes sociais. O objetivo aqui é apresentar
direcionamentos capazes de exemplificar e comprovar de fato, dados precisos sobre
situações que de alguma maneira, indicam novas possibilidades de gerenciamento e
aprimoramento da rede de contatos profissionais do internauta. Oferecendo algumas
ideias e reflexões a quem deseja também compreender como estas tais
possibilidades estão modificando os processos organizacionais no mercado de
trabalho.

        Para tanto, este estudo é dividido em duas partes. Na primeira, a abordagem
será focada nos elementos que estruturam as redes sociais digitais e as
observações, atribuições e o gerenciamento do Networking. Nesta parte, veremos
brevemente os papéis dos atores, suas conexões e as principais mudanças já
apontadas por outros autores com o advento dessas plataformas digitais de
relacionamento na Internet. Para a segunda parte, será apresentado um estudo de
caso sobre o acompanhamento das situações de networking analisadas em uma

_______________
8
  Alex Primo: É professor do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Informação da UFRGS.
Possui mestrado em Jornalismo (Ball University) e doutorado em Informática na Educação (UFRGS).
Sua tes de doutorado foi premiada pela Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da
Comunicação (Intercom) e pela Sociedade Brasileira de Informática na Educação (SBIE). Foi
secretário da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação - Compós
(2005-2007) e editor dos periódicos e-compós e Intexto. Publicou o livro “Interação Mediada por
Computador: comunicação, cibercultura, cognição”. Atualmente pesquisa escrita colaborativa de
hipertextos e conversações online. Coordena o Laboratório de Interação Mediada por Computador
(LIMC): http://www.ufrgs.br/limc
15	
  
	
  


rede social empresarial e, uma pesquisa de campo promovida através da Internet
com inúmeros internautas no Brasil opinando sobre as situações onde foram
empregados possíveis recursos que auxiliaram em algum determinado momento as
relações de networking nas suas redes sociais. Por fim, as considerações finais
sobre os estudos aqui reunidos, discutidos e apresentados.
16	
  
	
  




              Parte I
       Redes Sociais Digitais
17	
  
	
  


        Uma rede social é definida como um conjunto de dois elementos, Raquel
Recuero (2009)9, explica estes elementos como: atores (pessoas, instituições ou
grupos) e suas conexões (interações ou laços sociais). Uma rede, desta forma,
passa a ser a base para observar os padrões de conexão de um grupo social,
oriundos das conexões iniciadas entre os diversos atores. Já estas ferramentas de
comunicação mediadas pelo computador (CMC), possibilitaram que os atores
pudessem organizar, interagir e comunicar com outros atores evidenciando na rede
de computadores, rastros capazes de apresentar os padrões das conexões e a
exposição de suas redes sociais a partir desses rastros.
         Dentro desta possibilidade, isto é, ao estudar as interações e conversações
visíveis através dos rastros encontrados na Internet, temos um novo estímulo de
estudo das redes sociais, assim, iremos focar não apenas as mudanças que
surgiram junto as novas possibilidades de construção do Networking nessas redes,
mas também a compreensão dos grupos expressos na Internet e suas relações de
promoção e fortalecimento da cadeia estrutural dos contatos profissionais entre
pares no ambiente organizacional das empresas e as redes específicas para esta
finalidade no meio digital.
       É a análise da dinâmica dos processos e os elementos que geram fluxo de
trocas sociais e movimentam essas estruturas que também trataremos neste
capítulo, mas antes, veremos um apanhado geral das Redes Sociais Digitais no
Brasil atualmente.




________________
10
   RECUERO, Raquel. Redes Sociais na Internet. Porto Alegre: Meridional, 2009. 1ª reimpressão
(página 24)
18	
  
	
  


CAPÍTULO I – REDES SOCIAIS DIGITAIS



1.1 - Redes Sociais Digitais no Brasil




         As Redes Sociais foram ganhando cada vez mais espaço entre os
brasileiros, caindo no gosto popular e tornando-se mais utilizadas no dia-a-dia de
profissionais, estudantes, crianças entre outros.

         A cada novo lar que recebe uma conexão de banda larga ou lan houses
inauguradas nas cidades brasileiras, o acesso a Internet aumenta progressivamente,
contribuindo desta forma, para a popularização das Redes Sociais como o Orkut,
Facebook e Twitter. Já os Serviços de Mensagem Instantânea (IM) como Messenger
(MSN) e Skype, por exemplo, estão entre os mais utilizados11 e praticamente
empreenderam uma rotina de uso diária entre os internautas. Em 2009, um estudo
do Instituto ComScore, apontou que o Windows Live Hotmail (MSN) representa
aproximadamente 96% do uso de IM no Brasil.

         Os brasileiros começaram suas primeiras experiências com Redes Socias
através do Orkut. O sistema desenvolvido por Orkut Buyukkokten em 2001, na
época aluno da Universidade de Stanford e funcionário do Google, foi o primeiro a
ganhar popularidade no Brasil com a aquisição do Google em 2004. Vale lembrar,
que a primeira rede social digital embrionária criada e de acesso livre no mundo foi o
Friendster12, desenvolvida por Jonathan Abrams e Peter Chin em 2002. A mesma
recebeu uma notória participação de alguns milhares de membros no primeiro ano
de     funcionamento,     porém,      acabou     possivelmente       não    se    popularizando
mundialmente pela falta de diversos recursos, entre eles a possibilidade da criação
de comunidades. Fato este, que fez com que o Orkut tivesse uma trajetória bem
diferente entre os internautas devido algumas funções já disponíveis no seu
surgimento.


________________
11
   Fonte: http://www.housecricket.com.br/blog/index.php/mercado/uso-de-instant-messenger-no-brasil/
(Acesso em 21/10/2010).
12
   Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Friendster (Acesso em 21/10/2010).
19	
  
	
  


         Mesmo assim, o Orkut a princípio era uma rede social fechada, isto é, para
entrar os novos membros precisavam de um invite (convite) de outros membros
participantes, o que valorizava a entrada dos novos, inclusive com a venda de
convites via E-bay13. Mas, só em 2004 com o crescimento do uso do Orkut no
mundo, inicialmente nos E.U.A. impulsionando a compra do software pelo Google, a
concessão do acesso livre aos novos membros fez com que tanto outros países
começassem a descobri-lo, como principalmente os brasileiros, estes por sua vez,
passaram a figurar entre os mais utilizadores chegando a corresponder em 200814, a
75% da base mundial de usuários do Orkut.

         De lá para cá, ou seja, da iniciação dos brasileiros nas redes sociais, o Brasil
veio constantemente ganhando destaque no mundo com o aumento do tempo de
navegação nesses ambientes sócio-digitais. E com o amadurecimento dos
internautas, diversas redes sociais foram direcionando o seu foco para o país do
samba. O Google, por exemplo, não tardou muito para perceber a importância da
necessidade da versão em português do Orkut, para buscar fortalecer a abertura e o
crescimento do uso entre os brasileiros. Tamanho crescimento fez também, com que
o gigante das buscas na Internet inaugurasse sua sede brasileira na capital de São
Paulo em 2006.

         Em 200915, os brasileiros atingiram a marca inédita de tempo de navegação
na Internet, chegando a 27 horas e 48 minutos por pessoa, mantendo o Brasil a
frente de vários países como Japão, E.U.A. e França. Confira a lista de países no
quadro abaixo:




________________
13
   Fonte:http://www.zephoria.org/thoughts/archives/2004/01/29/invites_to_orkut_on_ebay.html (Acesso
em 23/10/2010).
14
   Fonte: Dados da ComScore: http://www.comscore.com/press/release.asp?press=2592 (Acesso em)
15
   Fonte: Dados do IBOPE Nielsen Online:
http://www.ibope.com.br/calandraWeb/servlet/CalandraRedirect?temp=5&proj=PortalIBOPE&pub=T&
db=caldb&comp=Not%EDcias&docid=0C603C3C20140371832575F3004B038C (Acesso em
23/10/2010).
20	
  
	
  


Quadro 1 – Tempo de navegação no Brasil em 2009*




                                                                        	
  


*Fonte:http://www.ibope.com.br/calandraWeb/servlet/CalandraRedirect?temp=5&proj=PortalIBOPE&p
ub=T&db=caldb&comp=Not%EDcias&docid=0C603C3C20140371832575F3004B038C (Julho de
2009) (Acesso em 23/10/2010)

          Já em agosto de 2010, a Internet no Brasil cresceu 5,9% (IBOPE Nielsen
Online), passando dos 39,3 milhões para 41,6 milhões de usuários ativos conferindo
seu maior crescimento entre os usuários domiciliares com acesso a banda larga,
confirmando o que fora citado no início deste capítulo, sendo evidenciado no quadro
abaixo:

Quadro 1.2 – Participação dos usuários de internet no Brasil*




                                                                                  	
  
21	
  
	
  


*Fonte:http://www.ibope.com.br/calandraWeb/servlet/CalandraRedirect?temp=5&proj=PortalIBOPE&p
ub=T&db=caldb&comp=Not%EDcias&docid=E146A914BB4400D18325776100732E25 (Julho de
2010) (Acesso em 23/10/2010)

        Este aumento, se comparado ao mesmo período em 2009, correspondeu a
uma alta de 11% segundo o IBOPE16. Desta forma, caso o Brasil venha de fato a
elaborar um Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) no país, ou seja, a criação de
um órgão público que invista na popularização e o barateamento do acesso a
Internet por um conexão de banda larga destinado as classes C,D e E,
provavelmente fará com que os brasileiros alcancem outras marcas significativas
entre os usuários no mundo.

        Para compreendermos melhor o avanço das Redes Sociais no Brasil, alguns
gráficos serão apresentados a seguir. Assim, poderemos avaliar a atual situação dos
brasileiros e a sua significativa participação nesses ambientes.




________________
16
   Fonte: Dados do IBOPE Nielsen Online:
http://www.ibope.com.br/calandraWeb/servlet/CalandraRedirect?temp=5&proj=PortalIBOPE&pub=T&
db=caldb&comp=Noticias&docid=0A276B95D145374B832577B6007A5F6A (Acesso em 26/10/2010).
22	
  
	
  


Gráfico 1.3 – O acesso, a adesão e a experiência dos brasileiros nas redes
sociais*




* Dados do IBOPE Nielsen Online:
Fonte: http://midiassociais.blog.br/2010/11/29/o-fenomeno-das-redes-sociais-no-brasil/ (slides 6 e 8)
Setembro de 2010 (Acesso em 15/10/2010)


         No gráfico acima, podemos destacar que 37% dos 8.561 entrevistados, em
11 regiões metropolitanas do Brasil, acessam as Redes Sociais mais de uma vez ao
dia. Outro ponto importante é a mesma porcentagem de participação das classes AB
e C, onde cada uma alcançou o patamar de 45%.



Gráfico 1.4 – Redes Sociais mais acessadas*




* Dados do IBOPE Nielsen Online:
Fonte:   http://midiassociais.blog.br/2010/11/29/o-fenomeno-das-redes-sociais-no-brasil/   (slide    9)
Setembro de 2010 (Acesso em 15/10/2010)
23	
  
	
  


         Este gráfico confirma o Orkut como sendo ainda a rede social mais
acessada no Brasil, mesmo assim, o Facebook, outra rede criada nos E.U.A. vem
aumentado sua participação entre os brasileiros, principalmente entre os internautas
de classe A.

Gráfico 1.5 – Local de acesso*




* Dados do IBOPE Nielsen Online:
Fonte:   http://midiassociais.blog.br/2010/11/29/o-fenomeno-das-redes-sociais-no-brasil/   (slide   14)
Setembro de 2010 (Acesso em 15/10/2010)



         Aqui podemos visualizar outro ponto interessante, os acessos provindos dos
domicílios corresponderam a 70% do total de entrevistados, sendo em sua maioria
oriundos da classe C, já o acesso através dos celulares alcançou 5% da pesquisa,
destaque para a capital metropolitana Florianópolis que correspondeu a 8% do total
de acessos via mobile.
24	
  
	
  


Quadro 1.6 – Adesão a planos de telefonia que possibilitam acesso as redes
sociais via mobile*




*	
     Dados do IBOPE Nielsen Online:
Fonte:         http://midiassociais.blog.br/2010/11/29/o-fenomeno-das-redes-sociais-no-brasil/   (slide   13)
Setembro de 2010 (Acesso em 15/10/2010)



               Devemos nos atentar ao crescimento bastante significativo do acesso as
redes sociais via mobile. Mesmo sendo o Brasil um dos países com as mais altas
tarifas de planos de telefonia celular, tanto nos serviços de SMS como também nos
planos de dados das operadoras, ficando em 2009 no 114º na escala de preços
segundo o ranking de 150 países da UIT (União Internacional de Telecomunicações)
divulgado pela ONU17, o estudo apontou naquele ano que os brasileiros
comprometem cerca de 7,5% da renda per capita com gastos de telefonia móvel. No
entanto, com todos os entraves do setor, os brasileiros têm aderido a cada ano mais
facilidades de acesso a Internet via celular, sendo bastante considerável o aumento
da adesão desses novos serviços entre as classes C, D e E, onde praticamente
dobrou a procura nos últimos anos como podemos observar no quadro acima.



_______________
17
   Fonte: UIT (União Internacional de Telecomunicações – Informações publicadas no site do jornal
Folha de São Paulo em 02/03/2009 http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u511198.shtml
(Acesso em 28/10/2010).
25	
  
	
  


Quadro 1.7 – Intenção dos internautas que ainda não acessam as redes
sociais*




* Dados do IBOPE Nielsen Online:
Fonte:   http://midiassociais.blog.br/2010/11/29/o-fenomeno-das-redes-sociais-no-brasil/   (slide   12)
Setembro de 2010 (Acesso em 15/10/2010)



         Outro dado importante sobre as redes sociais no Brasil é a intenção dos
internautas que ainda não estão inseridos nesses ambientes, isto é, mesmo ainda
não sendo eles participantes até o momento, a popularidade destas plataformas
entre os brasileiros tem crescido anualmente, fazendo com que cresça também o
interesse dos mesmos em algum determinado momento virem a tornar-se membros
ativos em alguma das redes sociais mais conhecidas no Brasil como o Orkut,
Facebook e Twitter, já citadas neste capítulo. No quadro, a pesquisa do IBOPE
apontou que 34% do total de internautas que não acessa as redes sociais tem
interesse em participar. O que aponta uma enorme possibilidade de ampliação e
maior participação brasileira, mais uma vez, as classes C,D e E se destacam entre
as intenções de uso no futuro. Vale lembrar, que o Plano Nacional de Banda Larga
(PNBL) previsto pelo governo federal possivelmente ainda em 2011, deverá ser um
dos grandes responsáveis pela adesão e facilitação ao acesso das redes sociais por
estas classes.
26	
  
	
  


CAPÍTULO II – CARACTERÍSTICAS DAS REDES SOCIAIS DIGITAIS


2.1 - Elementos das Redes Sociais Digitais


              As Redes Sociais Digitais contêm elementos característicos, servindo de
base para que tanto a rede quanto as informações a respeito da mesma possam ser
estudadas. Porém, esses elementos não são facilmente distinguíveis. É preciso
alguns questionamentos a fim de elaborar melhor alguns pontos cruciais para este
estudo. Por exemplo, o real entendimento do ator social na Internet, suas conexões
entre outros atores e o que de fato pode influenciar essas redes. Toda esta esfera
acontece dentro da análise da comunicação mediada pelo computador e engloba a
sociabilidade dentro do ciberespaço.


2.2 - Os Atores


              O primeiro elemento das redes sociais são os atores, ou seja, as pessoas
envolvidas na rede analisada. Raquel Recuero (2009) define os atores como partes
do sistema, onde os mesmos conseguem influir de forma a moldar as estruturas
sociais, a partir da interação e da construção dos laços sociais.


                             Assim, neste caso, trabalha-se com representações dos atores sociais, ou
                             com construções identitárias do ciberespaço. Um ator, assim, pode ser
                             representado por um weblog, por um fotolog, por um twitter ou mesmo por
                                                                           18
                             um prefil no Orkut. (Recuero). (2009, p.25)



              Para a autora, mesmo as ferramentas como um weblog, por exemplo, que
pode ser mantido por inúmeros colaboradores, teremos também neste caso o que
ela define como um grupo de vários atores em um mesmo blog coletivo. No entanto,
inicialmente tais ferramentas não são atores sociais e sim representações dos
atores, espaços de interação, lugares de fala, constituídos por atores que expressam
elementos de sua personalidade ou individualidade.



________________
18
       RECUERO, Raquel. Redes Sociais na Internet. Porto Alegre: Meridional, 2009. 1ª reimpressão
27	
  
	
  


        É preciso ressaltar, a existência de um constante processo de construção e
expressão de identidade por parte dos atores na sociabilidade do ciberespaço. E
esta sociabilidade não está mais sustentada em um território geográfico ou presa a
uma identidade local, mas se sustenta em uma rede por onde passam os fluxos de
informações. Castells (2001, p. 147) já havia observado que as redes teriam uma
forte possibilidade de substituírem os lugares que proporcionam a sociabilidade “(...)
o fundamental é a translação de delimitação espacial como fonte de sociabilidade à
comunidade espacial como expressão da organização social” (p. 148). Ressaltando
a rede como o elemento crucial para a organização social.
        E este processo não segue apenas as páginas pessoais, como weblogs,
nicknames em chats, perfis em softwares como o Orkut e o Facebook, estas ações
definem a presença do “eu” no ciberespaço, onde apesar de privado, ao mesmo
tempo é também um espaço público, compartilhado com outros atores na rede. Essa
individualidade da expressão, “a fala de alguém” que se manifesta através do
ciberespaço é que faz com que as redes sociais possam ser expressas na Internet.
        Desta forma, entender como os atores constroem esses espaços
possibilitadores de expressão é primordial para compreender o estabelecimento das
conexões, e através das mesmas, construídas pelos atores é que compreendemos
os padrões de conexões que são gerados.
        Portanto, os atores no ciberespaço podem ser compreendidos como
indivíduos que agem por intermédio dos seus fotologs, weblogs e páginas pessoais,
como também através de seus nicknames. Outra maneira de representação do ator
é através de um link, por exemplo, ao comentar sobre um post em um weblog, o ator
compartilha o endereço eletrônico do seu blog, mesmo utilizando variações do seu
nome real ou algum apelido para a sua assinatura, o link exibido é a maneira com
que será identificado dos outros interagentes.
        Já em softwares como o Orkut ou Facebook, os usuários são identificados
pelo seu perfil, desta forma, ao cadastrar um login e senha automaticamente o ator
fica relacionado ao seu perfil. Para evitar esta identificação direta, muitos usuários
criam perfis falsos na rede, conhecidos no meio como perfil “fake”, assim, utilizam
estes perfis para interagirem nesses ambientes sem ser reconhecidos pelos demais.
        Nesse sentido, perfis do Orkut, Twitter, weblogs etc, servem de pistas para
identificar um determinado “eu” entre os demais, sendo construções representativas
das múltiplas faces da identidade de um ator.
28	
  
	
  


2.3 - As Conexões, os Laços Sociais e a Interação


         Se por um lado os atores representam os nós da rede analisada, as
conexões por outro lado, podem ser percebidas de diversas maneiras, de modo
geral, estas conexões em uma rede social são estabelecidas através dos laços
sociais, estes por sua vez, necessitam da interação social entre os atores.
         As interações são visíveis através dos rastros sociais deixados na Internet,
um comentário postado em um blog, por exemplo, permanecerá ali até que o seu
autor ou alguém delete, ou ainda, o weblog saia do ar. Isto permite ao pesquisador o
acompanhamento das trocas sociais, embora distante, mas observando no tempo e
espaço de onde foram realizadas.
         Outro fator característico que encontramos na interação mediada pelo
computador é a capacidade de migração, onde as interações entre os atores podem
difundir por diversas plataformas de comunicação, como por exemplo, entre o Orkut,
o Facebook e blogs. Essa migração, para Recuero (2009, p.36) auxilia na percepção
da multiplexidade19 das relações, afirmando um indicativo de laços sociais fortes que
estão presentes na rede.


2.4 - O capital social


         Outro elemento muito importante na análise da qualidade das conexões de
uma rede social na Internet é o capital social. O capital social é algo estudado por
diversos autores como um indicativo da conexão entre os usuários em uma rede
social. No entanto, não há exatamente um consenso geral entre os estudiosos sobre
qual vertente deve ser seguida, como explica Recuero (2009). Existe, porém, uma
concordância a respeito do conceito onde se refere a um valor constituído através
das interações entre os atores sociais.




________________
19
   O conceito de multiplexidade remete á idéia de localizações múltiplas. Assim, “uma relação é
multiplexa quando acontecem múltiplas transações, quer dizer, quando há um crescimento de
parceiros. Assim, o índice de multiplexidade é dado a partir da seguinte relação: m = n/p, onde n e o
número total de trocas e p o número de pares que estão em relação em pelo menos uma troca.
(Forsé,1999:46). Fonte: http://redalyc.uaemex.mx/redalyc/html/931/93101207/93101207.html (Acesso
em 30/10/2010).
29	
  
	
  


        Talvez seja este um dos elementos principais nos estudos que se dedicam a
analisar e compreender as redes sociais, no qual os valores que circulam nas redes
sociais são notados pelos atores que fazem parte dessas redes. Desta forma, o
capital social pode ser tanto coletivo como também individual. O aspecto individual
surge dos interesses dos usuários em tornar-se parte de uma rede social para a
busca do seu próprio benefício. O aspecto coletivo surge do fato de que o capital
social individual incide amplamente no coletivo do grupo. Recuero também cita
Putnam (2000), onde o autor destaca que há duas formas básicas de capital social,
o capital conector (bridging) e o capital fortalecedor (bonding). Ele explica o segundo
como sendo a intimidade, a proximidade e outras qualidades geralmente atribuídas a
grupos mais coesos e com laços fortes. Enquanto o primeiro está direcionado com
as relações mais distantes, entre grupos heterogêneos, denominados aqui como
laços fracos.
        Dentro da ótica sobre o Networking nas redes sociais digitais, voltaremos a
falar sobre o capital social no próximo capítulo, pois é preciso operacionalizá-lo, a
fim de discuti-lo sobre a esfera que englobe a construção do Networking em uma
rede social.




CAPÍTULO III – O Networking


3.1 – O Networking nas Redes Sociais


        Antes de falar a respeito do Networking nas redes sociais, é preciso
entender primeiro, o que de fato compreende-se em relação ao conceito de
Networking. Termo este, bastante utilizado nos dias atuais e mencionado
frequentemente pela maioria dos internautas nas situações provindas e relacionadas
aos contatos profissionais. No entanto, o Networking engloba a construção de
relacionamentos que podem atender tanto a interesses profissionais como também
pessoais. Ele não acontece apenas digitalmente, pelo contrário, antes do advento da
Internet e sua revolução nos meios de comunicação, os únicos meios de construir
esse relacionamento era através das visitas, almoços, correspondências, feiras de
30	
  
	
  


negócios, encontros em grupos e outras possibilidades necessárias até hoje, porém,
demandam tempo e nem sempre são viáveis.
        Os meios eletrônicos logicamente aperfeiçoaram a comunicação e
revolucionaram a maneira com que as pessoas se relacionam e constroem sua rede
de contatos. E isto, é bem visível se observado o crescimento do uso de redes
sociais como o Twitter e o Linkedin, por exemplo, ambos utilizados como
ferramentas para a promoção do Networking nesses ambientes. Vale ressaltar as
diferenças entre eles, o microblog Twitter vem sendo bastante utilizado na
divulgação de oportunidades de trabalho por empresas e portais de recrutamento,
pois permiti em tempo real tanto a divulgação das ofertas de trabalho como também
o conhecimento das mesmas pelos candidatos interessados que seguem (followers)
os perfis de empresas e portais de vagas. Já o Linkedin é exclusivamente destinado
para fins profissionais, com finalidades que permitem a interação com empresas, a
troca de experiências com outros profissionais do mercado, a visibilidade em nichos
profissionais e empresas específicas por segmentos, a constante atualização do
histórico profissional do internauta com seus contatos diretos e o conhecimento de
novas práticas empresariais.
        Se voltarmos no tempo, antes as empresas recebiam inúmeros currículos,
pilhas e mais pilhas de papéis e executavam um processo demorado de seleção
fazendo com que tanto os empregadores como os possíveis candidatos a vaga de
emprego sofressem entraves penosos, burocráticos e pouco eficientes no quesito
agilidade, prejudicando e muito novas contratações e acertos nas mesmas, isto é,
filtrar todo este material era muito demorado quando não, ineficiente. Hoje, softwares
existentes na Internet e no computador fazem tudo isso em segundos, agilizam
processos e ainda permitem a interação.
        As   empresas    podem    atualmente    acompanhar     o   desempenho     dos
candidatos, sua participação, seus contatos, sua notoriedade, seus interesses, e
especializações nas redes sociais digitais, onde basicamente o acesso as
informações tornou-se mais democrático, rápido e compartilhado entre pares.
       Neste ponto, podemos retomar a questão do capital social relacionado no
capítulo anterior. O mesmo provém de relações sociais que podem fornecer a um
determinado ator algumas determinadas vantagens de acordo com a percepção e
sua influência em relação a outros atores nas redes sociais, tais relações têm base
31	
  
	
  


individual, embora estejam agindo como coletivas20, assim explica Coleman (1988),
outro autor citado por Recuero (2009).
       Fica cada vez mais evidente a importância do gerenciamento dos contatos
profissionais, sendo as redes sociais as principais ferramentas inseridas nesta nova
ótica no século XXI. Experimentar essas ferramentas de forma objetiva e
estratégica, buscando sua utilização de modo disciplinado importa na aprendizagem
conjunta dos envolvidos que amadurecem no desenvolver das suas interações.
       É imprescindível procurar compreender que as redes sociais nascem e
desenvolvem-se ao redor de características próprias e diferem uma das outras,
salvo algumas particularidades aparentemente comuns entre elas, exemplo, a
divulgação de interesses pessoais ou profissionais, no entanto, deve-se pensar
estrategicamente se realmente faz sentido participar de todas as redes ou se
devemos selecionar de acordo com os nossos interesses em qual participar, mas
para isso, é necessário identificar a real situação de onde estamos e aonde
queremos chegar, analisando de que forma as redes sociais poderão ajudar neste
processo.
         O Brasil é um dos principais países em volume de usuários do Linkedin no
mundo, com aproximadamente 2 milhões de membros21, atualmente boa parte do
seu crescimento no país atribuí-se a popularização da rede social com o lançamento
da sua versão em português em abril de 2010, tornando-se a principal plataforma de
relacionamento profissional entre os brasileiros. Este crescimento permanece em um
ritmo acelerado a medida que novas empresas passam a aderir a visualização dos
perfis dos usuários como um dos critérios na contratação de novos profissionais,
como já citado. A seguir, analisaremos algumas particularidades do Linkedin e com
base em alguns dados e infográficos, poderemos estruturar as principais
características dessa ferramenta.




________________
20
   RECUERO, Raquel (2009) cita que o conceito de capital social “é baseado nos conceitos de habitus
e conflito. O habitus como uma série de formas de comportamento que as pessoas adquirem pela
vida em sociedade, uma espécie de condicionamento social. O conflito como mudança, como
essência da sociedade extratificada”
21
   Matéria publicada em 19/08/2010 no site do Portal de Notícias G1 na categoria “Economia e
Negócios” do Globo.com. http://g1.globo.com/economia-e-negocios/noticia/2010/08/numero-de-
usuarios-do-linkedin-no-brasil-dobra-em-4-meses.html (Acesso em 04/01/2011).
32	
  
	
  


3.2 – O Linkedin


              Diferentemente das inúmeras redes sociais presentes hoje na Internet, o
Linkedin destaca-se por ser exclusivamente focado na construção e gerenciamento
do relacionamento profissional. Ou seja, basicamente sua dinâmica não consiste na
troca de fotos, recados (scrapts) ou conversas via chat, o ambiente é todo
direcionado para uma esfera madura amparada na troca de referências
profissionais, empresas por segmento de mercado, recomendações entre outros
atributos, podendo ser utilizado na versão gratuita, esta porém, tem algumas
limitações de uso, ou também na versão paga, que permite para candidatos a
procura de emprego e empresas, o acesso a ferramentas destinadas no auxílio e
agilidade da oferta e busca de vagas, além disso, a sondagem e aproximação de
grupos profissionais por afinidades semelhantes, são a princípio algumas das
características dessa ferramenta.
              Fundado em maio de 2003 através de uma start-up por Reid Hoffman, Allen
Blue, Jean-Luc Vaillant e Konstantin Guericke22, o que resultou no site com o mesmo
nome criado por Hoffman e Guericke, ambos formados em Stanford no estado da
Califórnia nos E.U.A., no entanto, começaram a planejar sua rede profissional online
ainda no final da década de 90.	
  
              Atualmente a rede abriga aproximadamente 85 milhões de perfis, sendo em
sua maioria, contas pertencentes a usuários de fora dos E.U.A., segundo informou a
RP do Linkedin, Christa Canfield23 em entrevista ao portal de notícias IDGNow no
início de janeiro deste ano, o Brasil como já foi citado, corresponde com cerca de 2
milhões desse total de usuários, ficando entre os seis países que mais utilizam a
ferramenta, atrás dos Estados Unidos, seguido da Índia, Reino Unido, Canadá e
Holanda.



________________
22
       Fonte: Site USA Today, post publicado em 09/05/2007 - “Business of LinkedIn is ... business”
http://www.hsw.uol.com.br/framed.htm?parent=linkedin.htm&url=http://www.usatoday.com/tech/webgu
ide/internetlife/2007-09-04-linked-in_N.htm (Acesso em 30/12/2010).
23
       Fonte: Site IDGNOw, post publicado em 04/01/2011 - “LinkedIn: você sabe usar essa rede social?”
http://idgnow.uol.com.br/blog/navedigital/2011/01/04/linkedin-como-usar/ (Acesso em 30/12/2010).
33	
  
	
  


         O número de brasileiros com perfil na ferramenta deverá crescer ainda mais
nos próximos dois anos, isto é, se observarmos que antes da sua versão em
português, o Brasil já correspondia com cerca de 1 milhão de perfis criados até abril
de 2010, com a versão portuguesa este número praticamente dobrou em menos de
um ano, indicando que talvez poderemos corresponder próximo a 5 milhões de
usuários até meados de 2013. Este aumento significativo da participação brasileira
também está relacionado diretamente com o número crescente de empresas que
aderem o Linkedin e criam suas páginas oficiais na ferramenta, boa parte delas
utilizam a versão paga, o que possibilita novos recursos para a divulgação de vagas
e o recrutamento de novos funcionários, sendo eles passivos (os que não estão
procurando emprego no momento, porém possui qualidades que motivam empresas
a contactá-los) ou os que estão a procura de novas vagas (ativos que estão
empregados ou não). Hoje, já são ao todo 500 empresas brasileiras cadastradas,
em suma, boa parte delas são de agências de publicidade e comunicação,
tecnologia, bancos e universidades, mas para a maioria dos setores empregatícios
no país, existe ao menos uma empresa cadastrada.
       A seguir, podemos observar um pouco da participação da ferramenta no
mundo através dos gráficos abaixo, no entanto, os mesmos podem conter alguns
dados um pouco desatualizados, já que parte da mensuração dos mesmos é do
início de 2010.


Gráfico 3.2.1 – O Linkedin no mundo – Países e quantidade de usuários*




* Créditos: Vincenzo Cosenza: http://www.vincos.it - Dados: http://www.linkedin.com/directads
34	
  
	
  


“The    State    of   Linkedin”   Publicado   em   22/5/2010            por     Marc    Metekohy           no    ViralBlog
http://www.viralblog.com/research/the-state-of-linkedin/ - Os dados correspondem ao início de 2010,
na época o número de usuários do Linkedin no mundo era de aproximadamente 70 milhões,
atualmente este número beira os 90 milhões de membros em mais de 200 países, está disponível em
seis idiomas: Inglês, Francês, Alemão, Italiano, Português e Espanhol (Acesso em 4/1/2011).



Gráfico 3.2.2 – O Linkedin – Gênero e idade*




                                                                                                    	
  
	
  

* Créditos: Vincenzo Cosenza: http://www.vincos.it - Dados: http://www.linkedin.com/directads “The
State    of     Linkedin”   Publicado    em    22/5/2010              por     Marc     Metekohy       no         ViralBlog
http://www.viralblog.com/research/the-state-of-linkedin/ - Apesar dos dados corresponderem ao início
de 2010, a situação permanece praticamente estável sendo a maioria formada por membros do sexo
masculino, a faixa etária é constituída em sua maioria por pessoas com idades entre 25 a 34 anos,
elas correspondem aproximadamente por mais de 50% do total de usuários no mundo. (Acesso em
4/1/2011).




Gráfico 3.2.3 – O Linkedin – Setores do mercado industrial*




                                                                                                                     	
  
* Créditos: Vincenzo Cosenza: http://www.vincos.it - Dados: http://www.linkedin.com/directads
“The    State    of   Linkedin”   Publicado   em   22/5/2010            por     Marc    Metekohy           no    ViralBlog
http://www.viralblog.com/research/the-state-of-linkedin/          -   Os      segmentos   ligados          a    tecnologia
correspondem pela maioria das empresas que habilitaram seus perfis no Linkedin (atualmente
denominados de Company Pages). Ao todo, mais de um milhão de empresas de vários setores
industriais criaram seus perfis na ferramenta. (Acesso em 4/1/2011).
                                                           	
  
35	
  
	
  


Quadro 3.2.1 – O Linkedin entre os 10 sites de Redes Sociais mais acessados
no Brasil*

              Principais Sites de Rede Social no Brasil por Visitantes Únicos
              Agosto 2010
              Total Audiência da Internet no Brasil*, Idade 15+ - Casa & Local de
              Trabalho
              Fonte: comScore Media Metrix
                                     Total        Média de      Média de     Média de
                                     Visitantes   Minutos       Páginas      Visitas por
                                     Únicos       por           por          Visitantes
                                     (000)        Visitante     Visitantes
              Total Pessoas na       37,527       1,561.0       2,109        58.0
              Internet: 15+
              Redes Sociais          36,059       252.6         585          32.4
              Orkut                  29,411       275.8         657          35.8
              Windows Live Profile   12,529       5.5           12           3.7
              Facebook.com           8,887        29.3          55           6.6
              Twitter.com            8,621        31.8          44           7.5
              Formspring.me          3,638        34.8          57           9.0
              Sonico.com             1,711        10.0          15           2.9
              Ning.com               1,570        6.4           10           2.4
              LinkedIn.com           1,471        10.7          26           2.6
              Multiply.com           1,349        3.6           5            1.6
              Vostu.com              1,130        2.2           2            1.7


* Exclui tráfego originado em computadores públicos, como Internet Cafés e celulares ou PDAs.
Fonte:http://www.comscore.com/por/Press_Events/Press_Releases/2010/10/Orkut_Continues_to_Lea
d_Brazil_s_Social_Networking_Market_Facebook_Audience_G rows_Fivefold/%28language%29/por-
BR (Acesso em 4/1/2011).
                                                         	
  
       	
  
36	
  
	
  




               Parte II
       O Networking na prática
37	
  
	
  


CAPÍTULO IV– O Networking na prática


4.1 – Estudo de Caso (Agência Click)




        O projeto de pesquisa a seguir foi elaborado em maio de 2008 e
apresentado como parte de um paper que analisou as situações de Networking
observadas em uma rede social corporativa. Na época, o trabalho de cunho
acadêmico desenvolvido na disciplina “Comunicação e Negócios na Era Digital”,
lecionada pelo então professor do curso de pós-graduação Marcelo Coutinho
(atualmente também professor da Fundação Getúlio Vargas) na Faculdade Cásper
Líbero em São Paulo.




Projeto Individual de Pós-Graduação do Curso de Marketing e
Comunicação Publicitária da Faculdade Cásper Líbero. Maio/2008



Paper: O Networking na rede social digital ClickAqui
Foco de estudo: Site da Rede Social Digital da Agência Click
http://clickaqui.agenciaclick.com.br/



        O objetivo deste paper é analisar e compreender a relação de networking
gerado na rede social digital ‘ClickAqui’.      Uma vez que a Click, agência de
publicidade digital no Brasil, foi à pioneira no país a disponibilizar uma plataforma de
relacionamento profissional em uma rede digital, como também iniciou um enfoque
no sucesso das redes sociais digitais no País. Atualmente, a agência vem
desenvolvendo diversos trabalhos do segmento como também a criação de um
departamento responsável apenas por ações dessa categoria.

        Este estudo de caso contribuirá para compreendimentos e análises futuras
correlacionadas a também relação de networking, que possa ter ocorrido em outras
diversas redes sociais digitais. Vale lembrar, que por se tratar de algo ainda recente
38	
  
	
  


no mercado, toda a atividade direcionada na pesquisa acadêmica estará focada na
compreensão dos dados conseguidos.

           Uma vez analisados os respectivos dados, será concluído este, com a
elaboração de uma narrativa final em caráter exploratório e imparcial.

           Para melhor estruturar a análise, foi criada uma metodologia para orientar os
passos do projeto.




4. 2 – Metodologia




       A partir deste ponto, ficou definida a estrutura do trabalho e estipulado as
seguintes diretrizes da pesquisa. São elas:

       Primeira Parte:

       _ Ter acesso ao número de cadastros atualmente;

       _ Estipular os 30 principais usuários, analisar e acompanhar suas páginas
pessoais criadas na rede pelo período de 20 dias;

       _ Saber quais foram os contatos de entrevistas para trabalho;

       _ Conseguir algo concreto sobre a proporção de facilitação na busca de
novos talentos com a implantação da Rede Social Digital no site da agência;

       _ Analisar se o processo auxiliou na prospecção e vinda de novos clientes na
carteira da agência interessados na mesma plataforma.




       Segunda Parte:

       _ Elaboração e apresentação da conclusão, com a estruturação dos dados
obtidos.
39	
  
	
  


4. 3 – Abordagem dos Dados de Pesquisa




        Após a escolha dos 30 membros sobre os critérios citados na ‘Metodologia’,
foram acompanhados no período programado, onde foi possível registrar algumas
anotações durante a análise geral.

        Um ponto em especial é interessante ressaltá-lo. As características gerais
dos perfis dos membros da comunidade. As principais delas são:

             _ Funcionários da Agência na Região de São Paulo, Brasília e Belo
       Horizonte. Localidades estas, onde estão os escritórios da agência;

             _ Parceiros de Negócios;

             _ Ex-Funcionários;

             _ Funcionários de outras agências;

             _ E a grande maioria é de pessoas interessadas em trabalhar.




        No início da pesquisa eram ao todo 1.344 (Um mil trezentos e quarenta e
quatro) membros, ao decorrer da análise referente ao período de 30 dias, este
número saltou para 1.506 (Um mil quinhentos e seis) membros.




4. 4 – A participação dos membros




        Em geral, a participação costuma ser esporádica entre os membros, com
picos de interação no inicio do contato e uso da plataforma de relacionamento. Após
este período, as participações tendem a se manter reduzidas e com intervalos de
vários dias, ou meses conforme verificado nos registros de data das páginas.
40	
  
	
  


        Percebeu-se também grande índice de participação nas páginas dos
colaboradores, com upload de dados (fotos, vídeos, blogposts e músicas) e o uso
das mensagens pessoais enviadas nas páginas dos mesmos.

        Na ocasião, ainda foi constatado o uso muitas vezes para ações de
endomarketing por parte de uma colaboradora da AgênciaClick que utilizou das
mensagens enviadas nas diversas páginas da comunidade, informando e
convidando os demais colaboradores para participar das atividades e eventos da
empresa.

        Outro ponto em destaque é a participação do CEO da agência, Pedro Cabral
(ver quadro 6) é um dos principais colaboradores, enviando e respondendo
mensagens e realizando diversos uploads de arquivos em sua página.

        Os demais usuários também fazem o upload de fotos e músicas. Vale
destacar que poucos escrevem blogposts em suas páginas e muitos ainda não
possuem amigos na comunidade. Em geral, a participação da grande maioria ainda
é ‘inibida’ e com pouca constância como já fora citado.

        Outro dado importante é a ampla participação de membros do sexo
Feminino (ver quadro 6.1), onde pode-se constar que mais de 50% da comunidade é
formada por este público. A maior parte é de colaboradores da agência e outra parte
de mulheres interessadas em trabalhar na empresa.

        A interação delas também é mais expressiva se comparada com os homens.
Um exemplo, na página de recados do CEO, tem atualmente 30 mensagens
enviadas por 21 mulheres e 20 mensagens enviadas por 17 homens.
41	
  
	
  


Quadro 4.1 – Interação feminina na Rede Social da agência Click
Perfil do CEO: Pedro Cabral




Quadro 4.2 – Interação feminina na Rede Social da agência Click
42	
  
	
  


4. 5 – Os Grupos



          Atualmente existem 19 (dezenove) grupos criados por membros e
colaboradores da agência na comunidade. A média geral de participantes é em torno
de 04 (quatro) membros por grupo. Sendo que em apenas um, existe 27 (vinte e
sete) membros cadastrados, no qual este grupo destina-se a ‘tônica’ dos que
querem trabalhar na Agência Click.
          O grupo “Eu quero trabalhar na Agência Click” (ver quadro 4.3) criado
pelo membro “Rodrigo Paes”, um dos interessados em trabalhar na agência, além
de ser o maior em número de participantes até o momento, serve também como
espaço para blogposts relacionados à causa incomum dos participantes.
Atualmente, há 08 (oito) posts no grupo com os tópicos como: “Em busca de um
oportunidade na agência click”, “RH da AgênciaClick” (criado pelo colaborador
interno “Fábio Fernandes”, onde o mesmo incentiva o envio de currículos para o RH
da agência), “Webdesigner procura estágio”, onde o membro “Leandro Costa”
indica um link para visualização dos seus trabalhos e os demais tópicos do grupo.
          Outro destaque é o grupo “Currículos”, com 20 (vinte) membros atualmente,
este grupo é mais um canal de networking na comunidade. Criado pela própria
agência, nele os membros são incentivados a enviar seu currículo diretamente para
as respectivas áreas de trabalho. Com a descrição “Você quer ser um clicker?
Então clique em sua área de atuação e mande seu currículo ou portfólio para a
gente”.
          Os currículos podem ser enviados para os seguintes departamentos:
                  _ Administrativo / Financeiro;
                  _ Atendimento / Comercial;
                  _ Criação / Design;
                  _ Criação / Propaganda;
                  _ Criação / Interface
                  _ Engenharia / TI
                  _ Planejamento
                  _ Mídia on-line;
                  _ Gestão de Projetos;
                  _ Relações Públicas.
43	
  
	
  


Quadro 4.3 – Candidatos a procura de ofertas de trabalho




       Os grupos existentes até o momento são:


       Mídias Sociais como Ferramenta de Marketing (Criado por “Oswaldo S.
       Neto”)
       3 membros


       www.garotadosite.com.br/curtaConteudo para TV Movel e G3 (Criado por
       “Silvio Monteiro” - Parceiro de Negócios) 1 membro


       NATAL ENCANTADO NO BRASIL (Criado por Ivan “Wagner”)
       1 membro


       O que farei quando chegar lá na Agência Click (Criado por “Cristiano”)
       4 membros
44	
  
	
  


       Disciplinas (Criado por “AgênciaClick”)
       3 membros


       Qualidade de Vida (Criado por “AgênciaClick”)
       2 membros


       Currículos (Criado por “AgênciaClick”)
       20 membros


       Prêmios (Criado por “AgênciaClick”)
       1 membro


       Clientes (Criado por “AgênciaClick”)
       1 membro


       Estudos (Criado por “AgênciaClick”
       1 membro


       Modelo de Trabalho (Criado por “AgênciaClick”)
       6 membros


       Diretores (Criado por “AgênciaClick”)
       7 membros


       Microsoft Expression (Criado por “Daniel Ottoni” – Colaborador Interno)
       5 membros


       Site da CAIXA. Isso sim é que é SITE (Criado por “Marcelo L. de
       Albuquerque” - Colaborador Interno) 1 membro


       Eu quero trabalhar na Agência Click (Criado por “Rodrigo Paes”)
       27 membros
45	
  
	
  


        Blogueiros Clickers (Criado por “Willians de Abreu”)
        15 membros


        Eu amo trabalhar como Atendimento (Criado por “Camila Junqueira”)
        3 membros


        Sessão de Filmes ClickBSB (Criado por “Allan P. Rodrigues Alves” -
        Colaborador Interno) 13 membros


        Criativos Memoráveis (Criado por “Talita Chachamovitz” - Colaborador
        Interno) 11 membros


4. 6 – O acompanhamento dos Usuários




        Os dados contidos neste relatório são partes do acompanhamento dos 30
(trinta) usuários analisados pelos critérios da metodologia aqui mencionada, como
também da visualização de outros diversos perfis aleatórios durante o processo.

        No entanto, não serão mencionados os perfis, entendendo-se, não ser
necessário à apresentação dos nomes analisados.

        Como já fora mencionado, grande parte dos usuários tende a permanecer
com uma participação esporádica. Onde alguns dados são de datas que variam
entre 01 (um) e 03 (três) meses atrás.

        Um dos critérios que também auxiliou na escolha de alguns membros para o
acompanhamento, foram os registros dos blogposts em destaque no arquivo da
Comunidade, como também o grau de relevância observado nas mensagens
arquivadas nas páginas dos mesmos. Avaliando as respostas, contatos e frequência
nos diversos perfis estudados.

        Nenhum dos pesquisados foi contactado via e-mail ou telefone, também não
fora fornecido dados cadastrais por parte da agência e nem revelado maiores
detalhes sobre os mesmos.
46	
  
	
  


        Toda a pesquisa seguiu de forma independente, sem participação direta ou
indireta dos analisados, como também já citado, sem prévio direcionamento dos
participantes da Comunidade.




4. 7 – Contratações geradas pela Rede Social Digital




        As contratações geradas através da Comunidade ainda são poucas, sendo
que até o momento, foram concretizadas apenas 02 (duas). Porém, várias pessoas
foram contactadas e algumas até chegaram a passar por uma entrevista na agência
após serem notadas (avaliadas) através de seus relatos, interações e uploads.

        Em conversa com o Diretor de Rede Sociais da agência, “Jeff Paiva”, ficou
claro que a plataforma tem ajudado sim na busca de novos talentos em futuras
contratações. Embora ainda pouco expressivo o número, tudo indica que esta
maneira de relacionamento promete inovar e agilizar este processo nos dias atuais.

        Outro detalhe importante a ser destacado, é que através das atividades de
cada membro em sua página pessoal, como recados, respostas a fóruns da
comunidade, fotos e arquivos, todo este material também é levado em consideração
na avaliação dos diretores da agência. Outro ponto são as observações feitas pelo
próprio CEO, “Pedro Cabral”, que diversas vezes respondeu e até orientou seus
colaboradores a entrar em contato com alguns membros para agendar possíveis
entrevistas de trabalho.

        Justificando a utilização real da ferramenta, no processo de networking na
relação Agência x Profissionais na plataforma, além da facilitação no processo de
contratação, as análises feitas no estudo, também comprovaram que tal iniciativa
pode ainda num futuro próximo, inovar toda a maneira de contratação dentre as
empresas.

        Porém, notou-se também, que alguns membros ainda não possuem de fato
uma objetividade no seu cadastro e forma de relacionamento na comunidade (ver
quadro 4.4). Prova disso, é o simples fato de muitos ainda permanecerem com seus
cadastros incompletos e sem amigos ou participações em grupos.
47	
  
	
  


         Apresentando um possível questionamento sobre a falta de informação clara
no que se destina essa comunidade. Como por exemplo, a inexistência de um link
com a nomenclatura típica como “Sobre”, onde deveria haver uma explicação
contextual em relação à Comunidade, seus fins e objetividade nas interações e
formas de networking através dela.

         O que se constatou no estudo, é que muitos membros como já citado, ainda
não visualizaram com a respectiva importância a possível finalidade da comunidade
em si, ou seja, meramente se cadastraram por curiosidade ou algo parecido, no
entanto, a falta de um link direto com a narrativa desta importância, pode sim,
implicar na desvalorização ou não consentimento dos diversos membros
cadastrados até o momento.

         Logicamente, esta afirmação tem como base o fato em que este tipo de
estrutura ainda é novo aos procedimentos de relacionamento pessoal na esfera de
trabalho no Brasil. Onde em suma, a maioria dos internautas fazem um uso da
internet de maneira ‘medíocre’, talvez por falta de uma certa “educação digital”.

         Sobretudo, a iniciativa da Comunidade “ClickAqui” deve ser avaliada como
inovadora e que, como já dito, servirá de estímulo para outras demais empresas no
quesito agilização e proximidade no contato entre interessados e contratante.

         Ainda nesta questão, há alguns meses atrás, a agência acrescentou um link
na aba superior onde à mesma utiliza a nomenclatura “Seja um Clicker”. Neste
espaço, o visitante pode preencher um questionário (ver quadro 4.5) relacionado aos
seus dados pessoais, sua formação acadêmica, afinidade com outras línguas e
experiências profissionais. Em suma, o cadastramento do seu currículo, inclusive
com o envio de links para visualização do portfolio de trabalho.

         O que ainda, não dispensa a sugestão do acréscimo do link “Sobre”, citado
acima.
48	
  
	
  


Quadro 4.4 – Perfis incompletos




Quadro 4.5 – “Seja um Clicker”
49	
  
	
  


4. 8 – Prospecção e vinda de novos clientes	
  




        A iniciativa da Comunidade no próprio site institucional da agência, vem
atraindo o foco de outras empresas interessadas em conhecer melhor toda a
estrutura, como também, já resultou em alguns trabalhos, entre eles o case do
“Banco do Planeta”.       Este se trata da Comunidade do Banco Bradesco, até o
momento com 7.997 (sete mil novecentos e noventa e sete) membros, onde são
discutidas ações que contribuem para “um planeta sustentável” (ver quadro 9).

        Em entrevista por e-mail, o diretor de Redes Sociais, “Jeff Paiva”, citou o
seguinte: “O número de RFPs e solicitações de visita à nossa área comercial, com
interesse específico em ações de Social Media, aumentou muito desde a
implementação da comunidade como home-page da AgênciaClick. Não posso abrir
números, mas foi um crescimento significativo.”




Quadro 4.6 – Banco do Planeta




http://www.bancodoplaneta.com.br/
50	
  
	
  


4. 9 – Observações




         Não será aprofundada esta observação, apenas como item de informação,
toda a estrutura da plataforma de relacionamentos utiliza o modelo “Ning”, (ver
quadro 9.1), para saber mais acesse a página: http://www.ning.com



Quadro 4.7 – Plataforma Ning.com


	
  




http://www.ning.com/
51	
  
	
  


Tabela de Dados:


         MEMBROS                                                 1506*



           SEXO                      Aproximadamente 59% dos membros são do sexo Feminino, os
          E IDADE                    outros 41% do sexo masculino. Maior concentração entre a faixa
                                                         etária de 20 a 35 anos.



        PERÍODO DE                   Inicio do uso da ferramenta. Alguns casos apresentarão alguns
                                                  ‘picos’ de atividades num período de
        INTERAÇÃO
                                                               03 meses.



       CONTRATAÇÕES                                         Concluídas 02*



        CARTEIRA DE                  Aumento de RFPs e solicitação de visitas para apresentação da
                                     plataforma. Número de projetos fechados até o momento não foi
         CLIENTES
                                                         revelado pela agência.



         NÍVEL DE
       INTERAÇÃO DOS                           A maioria ainda é inibida e apenas sazonal.
         MEMBROS


                                Estreitou a distância entre o CEO e os membros, em alguns casos,
                                                 resultando em entrevistas de trabalho.
                                                     Facilitou o envio de currículos.
         GRAU DE                       Possibilitou a criação de grupos com causas relacionadas a
                                                             contratações.
        NETWORKING
                                       Auxilia como possível análise-prévia de candidatos para as
                                                     respectivas vagas de trabalho.
                                 Pode ser utilizada como canal direto entre Clientes e Parceiros de
                                       Negócios, como também colaboradores e ex-colaboradores.

* Até o fechamento desta pesquisa.
52	
  
	
  


Conclusão




        Após as análises feitas durante o período de estudo em que permaneci em
contato integral na maioria das vezes com a plataforma da Comunidade “ClickAqui”,
pude observar os respectivos pontos aqui já citados, os quais, com toda a certeza,
servirão de base para novos estudos na mesma plataforma como também em outras
iniciativas próximas a ela.
        Vale lembrar que, ao final das narrativas aqui descritas, constatou-se que a
estrutura é de suma importância para as novas relações de trabalho principalmente
nestes dias atuais. E esta plataforma, além de inovadora por esses ares, contribui e
muito para a simplificação e agilidade das mesmas, como também vem a estimular
outras iniciativas desta mesma magnitude na amplitude mercadológica ainda a ser
explorada.

        Embora o uso ainda demonstra-se inibido por uma boa parte dos membros,
tudo indica que, à medida que os mesmos forem tomando conta da importância e
distinção da Comunidade, o uso deve se tornar natural, maduro e com alto grau de
interação. Ainda, convém não dispensar meios para tal finalidade, como por
exemplo, dicas em links específicos nas páginas dos usuários.

        Em suma, as experiências angariadas com o uso e aperfeiçoamento desta
ferramenta darão a Agência Click todo um Know How nas ações de Relacionamento
e novos modelos de contato entre usuários x empresas.
53	
  
	
  


CAPÍTULO V– ESTUDO DE CAMPO


5.1 - Pesquisa: A importância do Networking nas Redes Sociais Digitais
(Novembro/2010)




A pesquisa




        Para todo o estudo de causa é indispensável uma pesquisa de campo, pois
através disso, dados podem ser atualizados e conflitados com hábitos, tendências e
o panorama geral que nos é informado todos os dias por diversos canais de notícias,
weblogs entre outros. Em resumo, o trabalho de pesquisa realizado neste estudo
contribuiu com diversas informações para a tônica da importância do Networking nas
Redes Sociais Digitais, em especial no Brasil. 	
  

        Para melhor definir cada etapa envolvida no processo serão apresentados
três pontos: O apanhado geral; Metodologia; e por último, Gráficos e Análises.




5.2 – O apanhado geral




        Neste ponto, uma visão geral do processo será apresentada a fim de ilustrar
os desdobramentos da pesquisa, principalmente sua forma de divulgação, diga-se
de passagem, quase que totalmente em algumas respectivas redes sociais, por
exemplo, no Twitter e no Facebook.	
  

        A pesquisa foi destinada para todo o Brasil, no entanto, a grande maioria dos
participantes provinha da região sudeste, sendo uma boa parte das capitais de São
Paulo e Rio de Janeiro, isto, pode não estar apenas relacionado ao fato que
tecnologicamente estas regiões compõem a maioria dos usuários de internet no
país, mas também está diretamente ligado aos meios de divulgação utilizados, já
54	
  
	
  


que o seu início foi direcionado através do Twitter, onde boa parte dos meus
contatos é oriunda dessas regiões.	
  

              Com o recurso de direct (mensagem direta e individual entre os atores) da
ferramenta Twitter, o link da pesquisa foi compartilhado, depois, amigos, contatos
profissionais e outros usuários aderiram voluntariamente a divulgação projeto,
twittando (publicando o link no twitter) e retwiitando (republicando por outros atores)
por outros amigos, neste momento, foi fundamental a relação de Networking mantida
com a lista de contatos, o que proporcionou uma maior abertura na participação dos
mesmos.	
  

              Por outro lado, o uso do email também foi de grande importância em
algumas situações distintas, como por exemplo, contactar alguns atores bem
influentes nas redes sociais, por meio destas mensagens tive a oportunidade de
especificar melhor os objetivos da pesquisa e pude receber o apoio da maioria
deles. 	
  

              Ao total, 309 pessoas participaram da pesquisa entre o período de 17 de
novembro a 16 de dezembro de 2010. Este número, em suma, é algo considerável
se observarmos a dinâmica empregada na divulgação do projeto e o tempo em que
permaneceu no ar, porém a meta estipulada inicialmente era o total de 500
participantes. Este ponto confirmou o que outros pesquisadores já observaram em
relação aos projetos de pesquisas realizados no Brasil, onde boa parte dos
brasileiros, ainda não compreendem ou não valorizam a importância do trabalho de
um pesquisador. Em conversa com a doutora em Ciências da Comunicação pela
USP, a professora Liana Gottlieb24 concorda que exista de fato uma necessidade
imensa de trabalhar-se mais a divulgação de pesquisas no país e principalmente, a
tônica da grande necessidade do maior número de participantes, haja visto as	
  

________________
24
   Liana Gottlieb: Possui graduação em Pedagogia pela Faculdades Nove de Julho (1987),
especialização em Especialização em Didática do Ensino Superior pelo Centro Universitário
Sant'anna (1989), especialização em Psicodrama Pedagógico pelo Grupo de Estudos de Técnicas
Psicodramáticas (1991), mestrado em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São
Paulo (1993) e doutorado em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (1998).
Atualmente, é professora titular da Faculdade de Comunicação Social Casper Líbero. Tem
experiência na área de Comunicação, com ênfase em Relações Públicas e Propaganda. Atuando
principalmente nos seguintes temas: Comunicação - Educação Superior, Psicologia Social - Filosofia
Social, Treinamento de Professores da Área de Comunicaçao.
55	
  
	
  


enormes contribuições que as pesquisas podem angariar nos diversos estudos
como por exemplo, hábitos e tendências populacionais.	
  




5.3 – Metodologia




         Para desenvolver a pesquisa foram definidos alguns pontos principais a
serem analisados, por exemplo, escolaridade, idade, grau de afinidade com as redes
sociais, utilização da ferramenta Linkedin, as recomendações de amigos e as reais
contratações ou serviços através das redes sociais. Estes pontos nortearam a
elaboração de um questionário virtual desenvolvido através da ferramenta Google
Docs25. Esta ferramenta possibilitou não apenas a visualização do questionário na
Internet, como também auxiliou na tabulação dos dados, uma vez que através dela é
possível baixar todos eles em formato de Excel, PDF, TXT entre outros, facilitando a
criação dos gráficos que servirão para a formulação das análises neste estudo.	
  

         Ao todo foram vinte questões, quatro delas dentro da esfera demográfica,
com questionamentos sobre: Sexo; Idade; Escolaridade e Rendimentos em reais
(faixa salarial do participante), no entanto, este último item poderia ser respondido
de forma opcional. Já o restante do questionário, continha outras quatorze questões,
sendo treze obrigatórias e uma opcional, todas elas sobre as redes sociais, o uso e
os desdobramentos de cada participante, e por fim, duas últimas questões opcionais
que possibilitavam aos participantes escreverem com suas próprias palavras sobre a
definição do Networking nas redes sociais e a última, informar sua conta de e-mail
caso quisesse receber informações sobre o resultado da pesquisa.	
  

         A seguir, veremos o modelo de questionário aplicado.	
  




________________
25
   	
  O Google Docs, é um pacote de aplicativos do Google baseado em AJAX. Funciona totalmente on-
line diretamente no browser. Os aplicativos são compatíveis com o OpenOffice.org/BrOffice.org,
KOffice e Microsoft Office, e atualmente compõe-se de um processador de texto, um editor de
apresentações, um editor de planilhas e um editor de formulários. Fonte: Wikipédia -
http://pt.wikipedia.org/wiki/Google_Docs (Acesso em 30/12/2010).
56	
  
	
  


5.3.1 – Questionário Virtual

Pesquisa acadêmica do Curso de Pós-Graduação em Marketing e Comunicação Publicitária da
Faculdade Cásper Líbero:

Esta pesquisa visa analisar e mensurar a importância do Networking nas redes sociais digitais*.
Todos os resultados adquiridos através do formulário a seguir, serão analisados e apresentados em
uma monografia, os mesmos serão compartilhados após o término dos estudos através de uma
licença Creative Commons na internet, sendo útil para pesquisas acadêmicas, empresas e
profissionais do mercado. É de suma importância e vitalidade para o estudo que as respostas aqui
fornecidas sejam verdadeiras. Nas respostas descritivas os textos devem ser o mais objetivo
possível.      Serão      necessários       apenas       3       minutos      para      responder.

*Se você não utiliza nenhuma rede social seu perfil não atende o foco desta pesquisa, não havendo a
necessidade de preencher este formulário.


*Obrigatório

Sexo: *


       •       Feminino
       •       Masculino

Idade: *


       •       18 a 23 anos
       •       24 a 29 anos
       •       30 a 35 anos
       •       acima de 35 anos

Escolaridade: *


       •       Ensino Médio
       •       Superior Incompleto
       •       Bacharelado
       •       Pós-graduação
       •       Mestrado
       •       Doutorado

Rendimentos em Reais R$: (Opcional)


       •       até R$ 1.000,00
       •       de R$ 1.000,00 a R$ 2.000,00
       •       de R$ 2.000,00 a R$ 3.500,00
       •       de R$ 3.500,00 a R$ 5.000,00
57	
  
	
  


       •     acima de R$ 5.000,00

1 - Você utiliza as Redes Sociais Digitais? Indique seu perfil: * Nesta pergunta você definirá qual é o
seu grau de interação nessas redes.


       •     Tenho um perfil criado (quase nunca uso)
       •     Usuário comum (uso algumas vezes no mês)
       •     Heavy user (uso diariamente)


2 - Qual a sua @ no twitter? (Opcional) Caso tenha um perfil criado nessa rede social.



3 – Acha possível o Networking nas Redes Sociais? *


       •     Não
       •     Sim


4 – Usa a rede Linkedin para promover seu Networking? *


       •     Não
       •     Sim


Caso queira citar outras redes que também utiliza para a mesma finalidade, escreva no quadro
abaixo:

5 – Já conseguiu marcar alguma entrevista através das redes sociais? *


       •     Não
       •     Sim


6- As recomendações de amigos na rede o ajudaram na busca de um novo emprego ou freela? *


       •     Não
       •     Um pouco
       •     Totalmente
       •     Nunca utilizei recomendações



Cite em qual rede social você foi recomendado:

7 – Já foi contratado através de uma rede social? *
58	
  
	
  


       •     Não
       •     Sim


8- Mudou de emprego nos últimos 6 meses? *


       •     Não
       •     Sim


9 – Mantém seu perfil atualizado na rede sempre que muda de trabalho, experiência profissional ou
tem alterações no currículo? *


       •     No Linkedin
       •     Outro:


A frequência: *


       •     Não atualizo imediatamente
       •     Atualizo assim que mudo alguma coisa
       •     Raramente atualizo
       •     Só quando vou indicar meu CV
       •     Nunca atualizo


10 – Conhece pessoalmente a maior parte dos seus contatos no Linkedin? * Caso utilize outra rede
social cite o nome no quadro abaixo, no entanto, responda uma das opções a seguir:


       •     Apenas 10% da minha lista
       •     Conheço aproximadamente 30% dos meus contatos
       •     Sim, conheço mais de 70% de todos os meus contatos
       •     Não conheço ninguém, apenas adicionei para promover meu primeiro contato
       •     Até o momento não adicionei nenhum contato



Utilizo outras redes sociais, são elas:

11 – Você recomenda seus amigos nas redes sociais para aumentar seu Networking? *


       •     Não costumo recomendar
       •     Sim, inclusive os que me solicitam uma recomendação
       •     Só recomendo quem realmente trabalha ou trabalhou comigo
59	
  
	
  



12 – Conhece ou ouviu falar sobre alguém que conseguiu emprego através do Networking nas redes
sociais? *


       •      1 pessoa
       •      2 pessoas
       •      3 a 5 pessoas
       •      Mais de 10 pessoas
       •      Não conheço ninguém


13 – Indicaria para seus amigos utilizarem as redes sociais para promoverem seu Networking? *


       •      Não
       •      Sim


14 – A empresa onde você trabalha costuma verificar perfis profissionais em alguma das redes
sociais que você usa? *


       •      Não
       •      Sim
       •      Não sei


15 – Como você definiria o Networking nas redes sociais com as suas palavras? (Opcional) Procure
ser objetivo no seu texto.

16 – Caso queira receber informações sobre a pesquisa, cadastre seu email: (Opcional)



           Tecnologia Google Docs
60	
  
	
  


5.4 – Gráficos e análises




5.4.1 (A) – Amostragem por Sexo = Quantidade x Porcentagem


       Sexo:	
  	
  
       (Total:	
  309	
  pessoas	
  entrevistas)	
  




                         160	
  

                                                                         Feminino	
  
                                                                         Masculino	
  

                                                               149	
  




                  	
  

                  Aqui temos o número total de participantes na pesquisa distintos por tipo de
sexo, onde, 160 pessoas são do sexo Masculino e outras 149 são do sexo Feminino. 	
  




5.4.1 (B) – Amostragem por Sexo = Quantidade x Porcentagem


        Sexo	
  =	
  %	
  	
  
        (Total:	
  309	
  pessoas	
  entrevistas)	
  


            Masculino	
  
              52%	
  



                                                        Feminino	
  
                                                          48%	
  




                  Neste outro gráfico, temos a representação da participação de ambos os
sexos relacionados por porcentagem, repare que houve praticamente um empate
entre eles, 52% dos pesquisados são homens e 48% são mulheres.
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A importancia do Networking nas Redes Sociais Digitais

  • 1. FUNDAÇÃO CÁSPER LÍBERO/FACULDADE CÁSPER LÍBERO PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM COMUNICAÇÃO WILLIANS MARCELINO FERNANDES DE ABREU A IMPORTÂNCIA DO NETWORKING NAS REDES SOCIAIS DIGITAIS SÃO PAULO 2011 WILLIANS MARCELINO FERNANDES DE ABREU
  • 2. A IMPORTÂNCIA DO NETWORKING NAS REDES SOCIAIS DIGITAIS Monografia apresentada ao Curso de Pós - Graduação da Faculdade Cásper Líbero, mantida pela Fundação Cásper Líbero, para obtenção do Título Pós - Graduado em Marketing e Comunicação Publicitária. Orientador: Prof. Dr. Luiz Alberto de Farias SÃO PAULO 2011
  • 3. Dedicatória Dedico este singelo trabalho, primeiramente, a DEUS, razão da minha existência. A Ele, toda honra, toda glória e todo louvor. Dedico também, a duas pessoas muito especiais: minha mãe, Anália Fernandes de Abreu e a meu pai, José Damião de Abreu, ambos foram os grandes responsáveis e entusiastas dos meus esforços em toda a minha vida.
  • 4. AGRADECIMENTOS Agradeço minha irmã, Daniele Aparecida Fernandes de Abreu, meu exemplo de disciplina e dedicação. Que nos momentos difíceis esteve presente e sempre me auxiliou nos estudos. Aos meus avós materno, Aurélio Fernandes e Leonora Silvino Fernandes e, aos meus avós paternos, Francisco Damião de Abreu (in memorian) e Ana Batista de Abreu, pois são a origem de toda minha história. A minha fiel companheira e amiga, Thais Keller Lopes, que desde sempre me apoiou neste projeto, ficou acordada madrugadas comigo nas diversas conversas sobre tecnologia que tivemos, o carinho e os cafés-da-manhã preparados com o cuidado de sempre. Agradeço ao professor Drº. Luiz Alberto de Farias, pela sua orientação e cordialidade comigo. Agradeço ao professor Drº Marcelo Oliveira Coutinho de Lima, pelo o incentivo e a orientação do tema deste estudo em 2008. Ao Drº. Valdeir Ribeiro de Jesus, pela sua amizade sincera. Ao grande amigo de todas as horas Edson Gonçalves, pela sua honestidade e cordialidade sempre em todos os momentos. A professora Drº Liana Gottlieb, pelo exemplo de vida e dedicação para seus alunos e por proporcionar momentos maravilhosos.
  • 5. Agradeço de modo particular: As minhas tias Elisabete de Abreu Araújo (in memorian) e Nila Batista de Abreu (in memorian) que, mesmo ausentes, sempre estarão presentes em minha memória. Aos professores em geral, que com profissionalismo e dedicação, contribuíram para mais esta etapa de minha vida acadêmica.
  • 6. “A vida não tem pena de quem não luta”. Padre Léo “Buscai as coisas do alto.” São Paulo: Canção Nova,2006.
  • 7. ABREU, Willians Marcelino Fernandes. A importância do Networking nas Redes Sociais Digitais. 2011. 86 f. Monografia (Pós-Graduação em Comunicação) – Faculdade Cásper Líbero, Fundação Cásper Líbero, São Paulo, 2011. RESUMO O Networking está presente na vida de todos os cidadãos e independe da internet para existir, mas através dela ele pode ser ampliado, difundido e utilizado na construção das relações profissionais. Por um longo tempo, poucos estudos foram realizados na busca por analisar e compreender os processos que auxiliam e envolvem o Networking. Este trabalho tem por objetivo elucidar a importância do Networking nos ambientes digitais, suas transformações, aprimoramentos e as novas tendências no âmbito empresarial, como também na sociabilidade em rede. Verifica-se que no Brasil, com a versão em português da ferramenta Linkedin, diversos profissionais aderiram a novas formas de relacionamento profissional na Internet. Hoje, inúmeras empresas tem aderido ferramentas como o Linkedin para buscarem novos profissionais, divulgarem suas oportunidades de emprego e principalmente, agilizarem o processo de contratação melhorando os resultados e acertos. Ao pesquisar situações reais onde se constatou a empregabilidade das práticas que regem o Networking em rede, fica evidente a importância deste recurso, como também o amadurecimento dos interagentes no processo com o passar do tempo. Tais práticas, destacam-se como instrumentos de efetivação e melhorias do gerenciamento profissional nas Redes Sociais. Palavras-chave: Networking. Redes Sociais Digitais. Sociabilidade em rede.
  • 8. SUMÁRIO I INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 10 PARTE I – REDES SOCIAIS DIGITAIS CAPÍTULO I – REDES SOCIAIS DIGITAIS 1.1 Redes Sociais Digitais no Brasil ...................................................................... 18 CAPÍTULO II – CARACTERÍSTICAS DAS REDES SOCIAIS DIGITAIS. 2.1 Elementos das Redes Sociais Digitais ........................................................... 26 2.2 Os Atores ........................................................................................................ 26 2.3 As Conexões, os Laços Sociais e a Interação ............................................... 28 2.4 O capital social................................................................................................ 28 CAPÍTULO III – O NETWORKING 3.1 O Networking nas Redes Sociais.................................................................... 29 3.2 O Linkedin ....................................................................................................... 32 PARTE II – O NETWORKING NA PRÁTICA CAPÍTULO IV – O NETWORKING NA PRÁTICA 4.1 Estudo de Caso (Agência Click)...................................................................... 37 4.2 Metodologia..................................................................................................... 38 4.3 Abordagem dos Dados de Pesquisa............................................................... 39 4.4 A participação dos membros........................................................................... 39 4.5 Os Grupos ....................................................................................................... 42 4.6 O acompanhamento dos Usuários.................................................................. 45 4.7 Contratações geradas pela Rede Social Digital.............................................. 46 4.8 Prospecção e vinda de novos clientes ............................................................ 49 4.9 Observações ................................................................................................... 50 4.10 Conclusão ..................................................................................................... 52 CAPÍTULO V – ESTUDO DE CAMPO 5.1 Pesquisa: A importância do Networking nas Redes Sociais Digitais .............. 53 5.2 O apanhado geral............................................................................................ 53 5.3 Metodologia..................................................................................................... 55 5.3.1 – Questionário Virtual............................................................................. 56 5.4 Gráficos e análises.......................................................................................... 60 CONCLUSÃO........................................................................................................ 83 REFERÊNCIAS..................................................................................................... 84
  • 9. SUMÁRIO II GRÁFICOS, QUADROS E TABELAS Quadro 1 – Tempo de navegação no Brasil em 2009....................................................... 20 Quadro 1.2 – Participação dos usuários de internet no Brasil .......................................... 20 Gráfico 1.3 – O acesso, a adesão e a experiência dos brasileiros nas redes sociais ...... 22 Gráfico 1.4 – Redes Sociais mais acessadas ................................................................... 22 Gráfico 1.5 – Local de acesso........................................................................................... 23 Quadro 1.6 – Adesão a planos de telefonia que possibilitam acesso as redes sociais via mobile .......................................................................................................................... 24 Quadro 1.7 – Intenção dos internautas que ainda não acessam as redes sociais ........... 25 Gráfico 3.2.1 – O Linkedin no mundo – Países e quantidade de usuários ....................... 33 Gráfico 3.2.2 – O Linkedin – Gênero e idade.................................................................... 34 Gráfico 3.2.3 – O Linkedin – Setores do mercado industrial............................................. 34 Quadro 3.2.1 – O Linkedin entre os 10 sites de Redes Sociais mais acessados no Brasil ................................................................................................................................. 35 Quadro 4.1 – Interação feminina na Rede Social da agência Click Perfil do CEO: Pedro Cabral ............................................................................................. 41 Quadro 4.2 – Interação feminina na Rede Social da agência Click .................................. 41 Quadro 4.3 – Candidatos a procura de ofertas de trabalho .............................................. 43 Quadro 4.4 – Perfis incompletos ....................................................................................... 48 Quadro 4.5 – “Seja um Clicker”......................................................................................... 48 Quadro 4.6 – Banco do Planeta ........................................................................................ 49 Quadro 4.7 – Plataforma Ning.com................................................................................... 50 5.4.1 (A) – Amostragem por Sexo = Quantidade x Porcentagem..................................... 60 5.4.1 (B) – Amostragem por Sexo = Quantidade x Porcentagem..................................... 60 5.4.2 (A) – Amostragem por Faixa Etária = Quantidade x Porcentagem.......................... 61 5.4.2 (B) – Amostragem por Faixa Etária = Quantidade x Porcentagem.......................... 62 5.4.3 – Amostragem por Escolaridade .............................................................................. 63 5.4.4 – Amostragem por Rendimentos em Reais (R$) ..................................................... 64 5.4.5 – Amostragem por Perfil de Usuário nas Redes Sociais ......................................... 65 5.4.6 – Acreditam na possibilidade do Networking nas Redes Sociais............................. 66 5.4.7 – Utilizam o Linkedin para promover o Networking.................................................. 67 5.4.8 – Outras Redes Sociais para promover o Networking ............................................. 68 5.4.9 – Agendaram entrevistas através das Redes Sociais.............................................. 69 5.4.10 – A importância das recomendações de amigos na busca de um novo emprego ou freela ............................................................................................................................ 70 5.4.11 – Em qual rede “fui recomendado”......................................................................... 71 5.4.12 – Contratado através de uma Rede Social ............................................................ 72 5.4.13 – Mudança de emprego nos últimos 6 meses........................................................ 73 5.4.14 – As atualizações no Linkedin................................................................................ 74 5.4.15 – Atualizando outras Redes Sociais....................................................................... 75 5.4.16 – Sobre a Frequência das atualizações ................................................................. 76 5.4.17 – Conhece pessoalmente os contatos do Linkedin................................................ 77 5.4.18 – Recomendando amigos para promover o Networking nas Redes Sociais ......... 78 5.4.19 – Conhece alguém que conseguiu emprego através do Networking nas Redes Sociais............................................................................................................................... 79 5.4.20 – Indicaria para os amigos utilizarem as Redes Sociais para promoverem seu Networking.................................................................................................................. 80 5.4.21 – A verificação dos perfis profissionais nas Redes Sociais pelas empresas........................................................................................................................... 81 5.4.22 – Informaram o email para receber informações da pesquisa ............................... 82
  • 10. 10     Introdução: O ano de 1988 marcou o ponto zero da Internet no Brasil, a FAPESP1 (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e a SECT (Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia), foram as pioneiras em buscar o acesso à Internet. Através da BITNET “Because It's Time Network”, uma rede remota foi criada em 1981 e administrada pelo CREN (Corporation for Research and Educational Networking) em Washington nos E.U.A. possibilitando serviços de correio eletrônico e de transferência de arquivos entre computadores de grande porte em instituições acadêmicas tanto na América do Norte como na América do Sul, Europa e Japão. Chegou a alcançar mais de 2.500 universidades e institutos de pesquisa em todo o mundo2. No entanto, utilizava o protocolo NJE (Network Job Entry) da IBM em vez do conhecido TCP/IP. Na época, a conexão por meio da BITNET era apenas local (no Brasil) entre algumas instituições de ensino e pesquisa quando finalmente em 1991 a FAPESP recebe uma conexão internacional gerando contato com um laboratório em Chicago. Em 1995, mais precisamente no mês de maio, o Ministério das Comunicações em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia, concluiu que para tornar possível a participação pública dos cidadãos brasileiros na Internet, seria necessário a criação de um Comitê Gestor de Internet (CGI.br) com isso, o mesmo teve a participação de ambos os ministérios governamentais e ainda a ajuda das entidades operadoras e gestoras de infra-estrutura, provedores de acesso, representantes de usuários e da comunidade acadêmica. ________________ 1 A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (mais conhecida pela sigla FAPESP) é uma instituição pública de fomento à pesquisa atuante no Estado de São Paulo. Está ligada à Secretaria de Ensino Superior do Governo do Estado de São Paulo. Foi fundada em 1962, cumprindo disposição da Constituição estadual de 1947, com o objetivo de incentivar e subsidiar a pesquisa no Estado, especialmente a desenvolvida nas universidades. Fonte: Site Wikipedia:http://pt.wikipedia.org/wiki/Funda%C3%A7%C3%A3o_de_Amparo_%C3%A0_Pesquisa_do _Estado_de_S%C3%A3o_Paulo (Acesso em 11/10/2010). 2 Fonte: Site Wikipédia: http://pt.wikipedia.org/wiki/BITNET (Acesso em 11/10/2010).
  • 11. 11     Nasceu nesse momento, o ponto de partida do que conhecemos hoje, as nossas experiências digitais em um ambiente repleto de descobertas e afirmações. O papel do Comitê Gestor de Internet foi crucial para a disseminação da rede no Brasil e atualmente, mantém-se com grande importância na busca de aprimoramentos e melhorias dos serviços de Internet no país. É preciso destacar este ponto inicial, pois a partir dele, os internautas brasileiros passaram a ter efetivamente a possibilidade de conhecer e consequentemente promover uma intersecção entre usuários e suas redes, conectando não apenas computadores, mas também pessoas. Já em 2000, o Brasil cresceu visivelmente sua participação na Internet, o famoso ano lembrado por profissionais do setor como a “Bolha da Internet”. Registrou-se na época que mais de 50% da Internet, concentrava-se na América Latina e Caribe, consequentemente, mais de 70% do comércio eletrônico dessa região. O país ocupava a 13ª posição no mundo em termos de hosts e usuários3. De lá para cá, os brasileiros conquistaram um espaço na rede mundial de computadores exponencialmente e fez com que o governo brasileiro passasse a valorizar a importância da expansão da Internet no país. Sendo que até o início do ano de 2004, apenas membros indicados por governos de cada época faziam parte do Comitê Gestor de Internet, mas a partir de maio do mesmo ano, foi aberto o processo eleitoral para o CGI.br como parte dos esforços governamentais em democratizar e ampliar a Internet no Brasil. ___________ 3 Fonte: Dados informados no post publicado no site do Comitê Gestor de Internet (CGI.br) em agosto de 2000 por Raphael Mandarino Jr., na época Presidente da Associação Nacional dos Usuários de Internet (Anui) e membro do Comitê Gestor da Internet no Brasil. Atualmente trabalha como diretor- geral do Departamento de Segurança da Informação e Comunicações (DSIC) do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República.
  • 12. 12     Porém, democratizar a Internet não era apenas um entrave em especial no Brasil, mas uma tomada de decisão que necessitava ser seguida mundialmente na época por diversos países, entre eles os E.U.A. O governo brasileiro saiu na frente, pois naquele momento, não existia nenhum modelo para copiar ou tomá-lo como referência, éramos os primeiros a pensar democraticamente sobre o futuro da Internet, ao mesmo tempo em que o governo abriria as portas para a participação de entidades do terceiro setor, empresariais e científicas, promovendo a participação delas ativamente no processo. Visivelmente o Brasil passou a sofrer inúmeras mudanças com o crescimento do uso da Internet, sendo esta a base capaz de tornar-se a alavanca na transição para uma nova forma de sociedade, a sociabilidade em rede, gerando posteriormente como consequência destas mudanças uma nova economia tanto no país como mundialmente outros países também já estavam sendo transformados com tais adventos tecnológicos. Castells (2003) relata que no fim do século XX, três processos inauguraram uma nova estrutura social baseada em redes: 1- as exigências da economia por flexibilidade administrativa e por globalização, da produção e do comércio; 2- as demandas da sociedade, em que os valores da liberdade individual e da comunicação aberta tornaram-se supremos; 3- os avanços extraordinários na computação e nas telecomunicações possibilitados pela revolução microeletrônica4. Em 2008, o Brasil passou a ocupar a 7ª posição entre os países que mais acessavam a Internet no mundo em domicílios, chegando a 38,2 milhões de pessoas com 2 anos ou mais com acesso via computadores domésticos, deixando para trás países como Espanha, Austrália e Suíça5. No entanto, caso fosse considerado o número de internautas em relação à população do país, a situação era bem diferente. Neste quesito, aproximadamente 21,9% da população acima de 10 anos acessava a internet, colocando o Brasil na 62ª posição mundial e a quarta da América Latina, sendo ultrapassado pela Costa Rica, Guiana Francesa e Uruguai6. ________________ 4 Fonte: CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede – a era da informação: economia, sociedade e cultura. São Paulo: Paz e Terra, 1999. v.1 5 Fonte: http://www.cetic.br/usuarios/ibope/tab02-06.htm (Acesso em 13/10/2010) 6 Fonte:http://www.inclusaodigital.gov.br/noticia/brasil-ocupa-62a-posicao-no-mundo-em-relacao-ao- uso-da-internet/ (Acesso em 14/10/2010)
  • 13. 13     Coincidentemente, naquele mesmo ano, o mês de novembro ficou marcado para sempre na história do estado de Santa Catarina, o acúmulo de vários dias de chuvas fortes, gerou uma das maiores catástrofes naturais no Brasil, onde rios transbordaram, inundando grandes áreas, isolando cidades inteiras, e os deslizamentos soterraram estradas, casas e pessoas. Através da Internet uma série de blogs, ferramentas de microblogs como o Twitter, plataformas de mensagens instantâneas como o Messenger, Skype entre outros recursos foram importantíssimos para informar o resto do país sobre os acontecimentos e os lugares para o envio de donativos que ajudariam as populações atingidas. Este fato evidenciou a mudança profunda nas formas de organização, identidade, conversação e mobilização social com a comunicação mediada pelo computador. Raquel Recuero (2009) essa comunicação, mais do que permitir aos indivíduos comunicar-se, ampliou a capacidade de conexão, permitindo que redes fossem criadas e expressas nesses espaços: as redes sociais mediadas pelo computador7. São essas redes o foco neste estudo. A proposta é apresentar direcionamentos capazes de nortear a real importância do networking nas redes sociais digitais, principalmente no Linkedin. Pois, com o amadurecimento da experiência dos brasileiros com estas plataformas sócio-digitais, a mudança na maneira do relacionamento profissional nas redes, suas complexificações e desdobramentos farão parte dos pontos aqui discutidos e apresentados. O estudo das redes sociais, entretanto, não é novo. O estudo da sociedade dentro do conceito de rede reproduz um dos focos de mudança que permeia a ciência do século XX. Embora, durante os séculos anteriores, grande parte dos cientistas preocuparam-se em examinar os fenômenos, avaliando cada uma das partes detalhadamente, só a partir do início do século passado, no entanto, começam aparecer estudos diferentes trazendo o foco para o surgimento das interações entre as partes. ________________ 7 RECUERO, Raquel. Redes Sociais na Internet. Porto Alegre: Meridional, 2009. 1ª reimpressão
  • 14. 14     Para Recuero (2009) a abordagem de rede fornece ferramentas únicas no estudo dos aspectos sociais do ciberespaço, permitindo verificar, por exemplo, a criação de estruturas sociais, suas dinâmicas, tais como a criação de capital social e sua manutenção, o emergir da cooperação e da competição; as funções das estruturas e até mesmo, as diferenças entre os variados grupos e seu impacto nos indivíduos. Estudar o Networking existente nas redes, seus desdobramentos e os elementos dinâmicos que promovem a interação mediada digitalmente no ciberespaço, portanto, analisando o que acontece entre as partes envolvidas, e isto, Alex Primo8 explica como sendo uma visão relacional, o estudo dos relacionamentos dos agentes, focando o “entre” e não nos pólos. As análises presentes vem ao encontro da discussão entre a real importância deste recurso nas redes sociais. O objetivo aqui é apresentar direcionamentos capazes de exemplificar e comprovar de fato, dados precisos sobre situações que de alguma maneira, indicam novas possibilidades de gerenciamento e aprimoramento da rede de contatos profissionais do internauta. Oferecendo algumas ideias e reflexões a quem deseja também compreender como estas tais possibilidades estão modificando os processos organizacionais no mercado de trabalho. Para tanto, este estudo é dividido em duas partes. Na primeira, a abordagem será focada nos elementos que estruturam as redes sociais digitais e as observações, atribuições e o gerenciamento do Networking. Nesta parte, veremos brevemente os papéis dos atores, suas conexões e as principais mudanças já apontadas por outros autores com o advento dessas plataformas digitais de relacionamento na Internet. Para a segunda parte, será apresentado um estudo de caso sobre o acompanhamento das situações de networking analisadas em uma _______________ 8 Alex Primo: É professor do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Informação da UFRGS. Possui mestrado em Jornalismo (Ball University) e doutorado em Informática na Educação (UFRGS). Sua tes de doutorado foi premiada pela Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom) e pela Sociedade Brasileira de Informática na Educação (SBIE). Foi secretário da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação - Compós (2005-2007) e editor dos periódicos e-compós e Intexto. Publicou o livro “Interação Mediada por Computador: comunicação, cibercultura, cognição”. Atualmente pesquisa escrita colaborativa de hipertextos e conversações online. Coordena o Laboratório de Interação Mediada por Computador (LIMC): http://www.ufrgs.br/limc
  • 15. 15     rede social empresarial e, uma pesquisa de campo promovida através da Internet com inúmeros internautas no Brasil opinando sobre as situações onde foram empregados possíveis recursos que auxiliaram em algum determinado momento as relações de networking nas suas redes sociais. Por fim, as considerações finais sobre os estudos aqui reunidos, discutidos e apresentados.
  • 16. 16     Parte I Redes Sociais Digitais
  • 17. 17     Uma rede social é definida como um conjunto de dois elementos, Raquel Recuero (2009)9, explica estes elementos como: atores (pessoas, instituições ou grupos) e suas conexões (interações ou laços sociais). Uma rede, desta forma, passa a ser a base para observar os padrões de conexão de um grupo social, oriundos das conexões iniciadas entre os diversos atores. Já estas ferramentas de comunicação mediadas pelo computador (CMC), possibilitaram que os atores pudessem organizar, interagir e comunicar com outros atores evidenciando na rede de computadores, rastros capazes de apresentar os padrões das conexões e a exposição de suas redes sociais a partir desses rastros. Dentro desta possibilidade, isto é, ao estudar as interações e conversações visíveis através dos rastros encontrados na Internet, temos um novo estímulo de estudo das redes sociais, assim, iremos focar não apenas as mudanças que surgiram junto as novas possibilidades de construção do Networking nessas redes, mas também a compreensão dos grupos expressos na Internet e suas relações de promoção e fortalecimento da cadeia estrutural dos contatos profissionais entre pares no ambiente organizacional das empresas e as redes específicas para esta finalidade no meio digital. É a análise da dinâmica dos processos e os elementos que geram fluxo de trocas sociais e movimentam essas estruturas que também trataremos neste capítulo, mas antes, veremos um apanhado geral das Redes Sociais Digitais no Brasil atualmente. ________________ 10 RECUERO, Raquel. Redes Sociais na Internet. Porto Alegre: Meridional, 2009. 1ª reimpressão (página 24)
  • 18. 18     CAPÍTULO I – REDES SOCIAIS DIGITAIS 1.1 - Redes Sociais Digitais no Brasil As Redes Sociais foram ganhando cada vez mais espaço entre os brasileiros, caindo no gosto popular e tornando-se mais utilizadas no dia-a-dia de profissionais, estudantes, crianças entre outros. A cada novo lar que recebe uma conexão de banda larga ou lan houses inauguradas nas cidades brasileiras, o acesso a Internet aumenta progressivamente, contribuindo desta forma, para a popularização das Redes Sociais como o Orkut, Facebook e Twitter. Já os Serviços de Mensagem Instantânea (IM) como Messenger (MSN) e Skype, por exemplo, estão entre os mais utilizados11 e praticamente empreenderam uma rotina de uso diária entre os internautas. Em 2009, um estudo do Instituto ComScore, apontou que o Windows Live Hotmail (MSN) representa aproximadamente 96% do uso de IM no Brasil. Os brasileiros começaram suas primeiras experiências com Redes Socias através do Orkut. O sistema desenvolvido por Orkut Buyukkokten em 2001, na época aluno da Universidade de Stanford e funcionário do Google, foi o primeiro a ganhar popularidade no Brasil com a aquisição do Google em 2004. Vale lembrar, que a primeira rede social digital embrionária criada e de acesso livre no mundo foi o Friendster12, desenvolvida por Jonathan Abrams e Peter Chin em 2002. A mesma recebeu uma notória participação de alguns milhares de membros no primeiro ano de funcionamento, porém, acabou possivelmente não se popularizando mundialmente pela falta de diversos recursos, entre eles a possibilidade da criação de comunidades. Fato este, que fez com que o Orkut tivesse uma trajetória bem diferente entre os internautas devido algumas funções já disponíveis no seu surgimento. ________________ 11 Fonte: http://www.housecricket.com.br/blog/index.php/mercado/uso-de-instant-messenger-no-brasil/ (Acesso em 21/10/2010). 12 Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Friendster (Acesso em 21/10/2010).
  • 19. 19     Mesmo assim, o Orkut a princípio era uma rede social fechada, isto é, para entrar os novos membros precisavam de um invite (convite) de outros membros participantes, o que valorizava a entrada dos novos, inclusive com a venda de convites via E-bay13. Mas, só em 2004 com o crescimento do uso do Orkut no mundo, inicialmente nos E.U.A. impulsionando a compra do software pelo Google, a concessão do acesso livre aos novos membros fez com que tanto outros países começassem a descobri-lo, como principalmente os brasileiros, estes por sua vez, passaram a figurar entre os mais utilizadores chegando a corresponder em 200814, a 75% da base mundial de usuários do Orkut. De lá para cá, ou seja, da iniciação dos brasileiros nas redes sociais, o Brasil veio constantemente ganhando destaque no mundo com o aumento do tempo de navegação nesses ambientes sócio-digitais. E com o amadurecimento dos internautas, diversas redes sociais foram direcionando o seu foco para o país do samba. O Google, por exemplo, não tardou muito para perceber a importância da necessidade da versão em português do Orkut, para buscar fortalecer a abertura e o crescimento do uso entre os brasileiros. Tamanho crescimento fez também, com que o gigante das buscas na Internet inaugurasse sua sede brasileira na capital de São Paulo em 2006. Em 200915, os brasileiros atingiram a marca inédita de tempo de navegação na Internet, chegando a 27 horas e 48 minutos por pessoa, mantendo o Brasil a frente de vários países como Japão, E.U.A. e França. Confira a lista de países no quadro abaixo: ________________ 13 Fonte:http://www.zephoria.org/thoughts/archives/2004/01/29/invites_to_orkut_on_ebay.html (Acesso em 23/10/2010). 14 Fonte: Dados da ComScore: http://www.comscore.com/press/release.asp?press=2592 (Acesso em) 15 Fonte: Dados do IBOPE Nielsen Online: http://www.ibope.com.br/calandraWeb/servlet/CalandraRedirect?temp=5&proj=PortalIBOPE&pub=T& db=caldb&comp=Not%EDcias&docid=0C603C3C20140371832575F3004B038C (Acesso em 23/10/2010).
  • 20. 20     Quadro 1 – Tempo de navegação no Brasil em 2009*   *Fonte:http://www.ibope.com.br/calandraWeb/servlet/CalandraRedirect?temp=5&proj=PortalIBOPE&p ub=T&db=caldb&comp=Not%EDcias&docid=0C603C3C20140371832575F3004B038C (Julho de 2009) (Acesso em 23/10/2010) Já em agosto de 2010, a Internet no Brasil cresceu 5,9% (IBOPE Nielsen Online), passando dos 39,3 milhões para 41,6 milhões de usuários ativos conferindo seu maior crescimento entre os usuários domiciliares com acesso a banda larga, confirmando o que fora citado no início deste capítulo, sendo evidenciado no quadro abaixo: Quadro 1.2 – Participação dos usuários de internet no Brasil*  
  • 21. 21     *Fonte:http://www.ibope.com.br/calandraWeb/servlet/CalandraRedirect?temp=5&proj=PortalIBOPE&p ub=T&db=caldb&comp=Not%EDcias&docid=E146A914BB4400D18325776100732E25 (Julho de 2010) (Acesso em 23/10/2010) Este aumento, se comparado ao mesmo período em 2009, correspondeu a uma alta de 11% segundo o IBOPE16. Desta forma, caso o Brasil venha de fato a elaborar um Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) no país, ou seja, a criação de um órgão público que invista na popularização e o barateamento do acesso a Internet por um conexão de banda larga destinado as classes C,D e E, provavelmente fará com que os brasileiros alcancem outras marcas significativas entre os usuários no mundo. Para compreendermos melhor o avanço das Redes Sociais no Brasil, alguns gráficos serão apresentados a seguir. Assim, poderemos avaliar a atual situação dos brasileiros e a sua significativa participação nesses ambientes. ________________ 16 Fonte: Dados do IBOPE Nielsen Online: http://www.ibope.com.br/calandraWeb/servlet/CalandraRedirect?temp=5&proj=PortalIBOPE&pub=T& db=caldb&comp=Noticias&docid=0A276B95D145374B832577B6007A5F6A (Acesso em 26/10/2010).
  • 22. 22     Gráfico 1.3 – O acesso, a adesão e a experiência dos brasileiros nas redes sociais* * Dados do IBOPE Nielsen Online: Fonte: http://midiassociais.blog.br/2010/11/29/o-fenomeno-das-redes-sociais-no-brasil/ (slides 6 e 8) Setembro de 2010 (Acesso em 15/10/2010) No gráfico acima, podemos destacar que 37% dos 8.561 entrevistados, em 11 regiões metropolitanas do Brasil, acessam as Redes Sociais mais de uma vez ao dia. Outro ponto importante é a mesma porcentagem de participação das classes AB e C, onde cada uma alcançou o patamar de 45%. Gráfico 1.4 – Redes Sociais mais acessadas* * Dados do IBOPE Nielsen Online: Fonte: http://midiassociais.blog.br/2010/11/29/o-fenomeno-das-redes-sociais-no-brasil/ (slide 9) Setembro de 2010 (Acesso em 15/10/2010)
  • 23. 23     Este gráfico confirma o Orkut como sendo ainda a rede social mais acessada no Brasil, mesmo assim, o Facebook, outra rede criada nos E.U.A. vem aumentado sua participação entre os brasileiros, principalmente entre os internautas de classe A. Gráfico 1.5 – Local de acesso* * Dados do IBOPE Nielsen Online: Fonte: http://midiassociais.blog.br/2010/11/29/o-fenomeno-das-redes-sociais-no-brasil/ (slide 14) Setembro de 2010 (Acesso em 15/10/2010) Aqui podemos visualizar outro ponto interessante, os acessos provindos dos domicílios corresponderam a 70% do total de entrevistados, sendo em sua maioria oriundos da classe C, já o acesso através dos celulares alcançou 5% da pesquisa, destaque para a capital metropolitana Florianópolis que correspondeu a 8% do total de acessos via mobile.
  • 24. 24     Quadro 1.6 – Adesão a planos de telefonia que possibilitam acesso as redes sociais via mobile* *   Dados do IBOPE Nielsen Online: Fonte: http://midiassociais.blog.br/2010/11/29/o-fenomeno-das-redes-sociais-no-brasil/ (slide 13) Setembro de 2010 (Acesso em 15/10/2010) Devemos nos atentar ao crescimento bastante significativo do acesso as redes sociais via mobile. Mesmo sendo o Brasil um dos países com as mais altas tarifas de planos de telefonia celular, tanto nos serviços de SMS como também nos planos de dados das operadoras, ficando em 2009 no 114º na escala de preços segundo o ranking de 150 países da UIT (União Internacional de Telecomunicações) divulgado pela ONU17, o estudo apontou naquele ano que os brasileiros comprometem cerca de 7,5% da renda per capita com gastos de telefonia móvel. No entanto, com todos os entraves do setor, os brasileiros têm aderido a cada ano mais facilidades de acesso a Internet via celular, sendo bastante considerável o aumento da adesão desses novos serviços entre as classes C, D e E, onde praticamente dobrou a procura nos últimos anos como podemos observar no quadro acima. _______________ 17 Fonte: UIT (União Internacional de Telecomunicações – Informações publicadas no site do jornal Folha de São Paulo em 02/03/2009 http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u511198.shtml (Acesso em 28/10/2010).
  • 25. 25     Quadro 1.7 – Intenção dos internautas que ainda não acessam as redes sociais* * Dados do IBOPE Nielsen Online: Fonte: http://midiassociais.blog.br/2010/11/29/o-fenomeno-das-redes-sociais-no-brasil/ (slide 12) Setembro de 2010 (Acesso em 15/10/2010) Outro dado importante sobre as redes sociais no Brasil é a intenção dos internautas que ainda não estão inseridos nesses ambientes, isto é, mesmo ainda não sendo eles participantes até o momento, a popularidade destas plataformas entre os brasileiros tem crescido anualmente, fazendo com que cresça também o interesse dos mesmos em algum determinado momento virem a tornar-se membros ativos em alguma das redes sociais mais conhecidas no Brasil como o Orkut, Facebook e Twitter, já citadas neste capítulo. No quadro, a pesquisa do IBOPE apontou que 34% do total de internautas que não acessa as redes sociais tem interesse em participar. O que aponta uma enorme possibilidade de ampliação e maior participação brasileira, mais uma vez, as classes C,D e E se destacam entre as intenções de uso no futuro. Vale lembrar, que o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) previsto pelo governo federal possivelmente ainda em 2011, deverá ser um dos grandes responsáveis pela adesão e facilitação ao acesso das redes sociais por estas classes.
  • 26. 26     CAPÍTULO II – CARACTERÍSTICAS DAS REDES SOCIAIS DIGITAIS 2.1 - Elementos das Redes Sociais Digitais As Redes Sociais Digitais contêm elementos característicos, servindo de base para que tanto a rede quanto as informações a respeito da mesma possam ser estudadas. Porém, esses elementos não são facilmente distinguíveis. É preciso alguns questionamentos a fim de elaborar melhor alguns pontos cruciais para este estudo. Por exemplo, o real entendimento do ator social na Internet, suas conexões entre outros atores e o que de fato pode influenciar essas redes. Toda esta esfera acontece dentro da análise da comunicação mediada pelo computador e engloba a sociabilidade dentro do ciberespaço. 2.2 - Os Atores O primeiro elemento das redes sociais são os atores, ou seja, as pessoas envolvidas na rede analisada. Raquel Recuero (2009) define os atores como partes do sistema, onde os mesmos conseguem influir de forma a moldar as estruturas sociais, a partir da interação e da construção dos laços sociais. Assim, neste caso, trabalha-se com representações dos atores sociais, ou com construções identitárias do ciberespaço. Um ator, assim, pode ser representado por um weblog, por um fotolog, por um twitter ou mesmo por 18 um prefil no Orkut. (Recuero). (2009, p.25) Para a autora, mesmo as ferramentas como um weblog, por exemplo, que pode ser mantido por inúmeros colaboradores, teremos também neste caso o que ela define como um grupo de vários atores em um mesmo blog coletivo. No entanto, inicialmente tais ferramentas não são atores sociais e sim representações dos atores, espaços de interação, lugares de fala, constituídos por atores que expressam elementos de sua personalidade ou individualidade. ________________ 18 RECUERO, Raquel. Redes Sociais na Internet. Porto Alegre: Meridional, 2009. 1ª reimpressão
  • 27. 27     É preciso ressaltar, a existência de um constante processo de construção e expressão de identidade por parte dos atores na sociabilidade do ciberespaço. E esta sociabilidade não está mais sustentada em um território geográfico ou presa a uma identidade local, mas se sustenta em uma rede por onde passam os fluxos de informações. Castells (2001, p. 147) já havia observado que as redes teriam uma forte possibilidade de substituírem os lugares que proporcionam a sociabilidade “(...) o fundamental é a translação de delimitação espacial como fonte de sociabilidade à comunidade espacial como expressão da organização social” (p. 148). Ressaltando a rede como o elemento crucial para a organização social. E este processo não segue apenas as páginas pessoais, como weblogs, nicknames em chats, perfis em softwares como o Orkut e o Facebook, estas ações definem a presença do “eu” no ciberespaço, onde apesar de privado, ao mesmo tempo é também um espaço público, compartilhado com outros atores na rede. Essa individualidade da expressão, “a fala de alguém” que se manifesta através do ciberespaço é que faz com que as redes sociais possam ser expressas na Internet. Desta forma, entender como os atores constroem esses espaços possibilitadores de expressão é primordial para compreender o estabelecimento das conexões, e através das mesmas, construídas pelos atores é que compreendemos os padrões de conexões que são gerados. Portanto, os atores no ciberespaço podem ser compreendidos como indivíduos que agem por intermédio dos seus fotologs, weblogs e páginas pessoais, como também através de seus nicknames. Outra maneira de representação do ator é através de um link, por exemplo, ao comentar sobre um post em um weblog, o ator compartilha o endereço eletrônico do seu blog, mesmo utilizando variações do seu nome real ou algum apelido para a sua assinatura, o link exibido é a maneira com que será identificado dos outros interagentes. Já em softwares como o Orkut ou Facebook, os usuários são identificados pelo seu perfil, desta forma, ao cadastrar um login e senha automaticamente o ator fica relacionado ao seu perfil. Para evitar esta identificação direta, muitos usuários criam perfis falsos na rede, conhecidos no meio como perfil “fake”, assim, utilizam estes perfis para interagirem nesses ambientes sem ser reconhecidos pelos demais. Nesse sentido, perfis do Orkut, Twitter, weblogs etc, servem de pistas para identificar um determinado “eu” entre os demais, sendo construções representativas das múltiplas faces da identidade de um ator.
  • 28. 28     2.3 - As Conexões, os Laços Sociais e a Interação Se por um lado os atores representam os nós da rede analisada, as conexões por outro lado, podem ser percebidas de diversas maneiras, de modo geral, estas conexões em uma rede social são estabelecidas através dos laços sociais, estes por sua vez, necessitam da interação social entre os atores. As interações são visíveis através dos rastros sociais deixados na Internet, um comentário postado em um blog, por exemplo, permanecerá ali até que o seu autor ou alguém delete, ou ainda, o weblog saia do ar. Isto permite ao pesquisador o acompanhamento das trocas sociais, embora distante, mas observando no tempo e espaço de onde foram realizadas. Outro fator característico que encontramos na interação mediada pelo computador é a capacidade de migração, onde as interações entre os atores podem difundir por diversas plataformas de comunicação, como por exemplo, entre o Orkut, o Facebook e blogs. Essa migração, para Recuero (2009, p.36) auxilia na percepção da multiplexidade19 das relações, afirmando um indicativo de laços sociais fortes que estão presentes na rede. 2.4 - O capital social Outro elemento muito importante na análise da qualidade das conexões de uma rede social na Internet é o capital social. O capital social é algo estudado por diversos autores como um indicativo da conexão entre os usuários em uma rede social. No entanto, não há exatamente um consenso geral entre os estudiosos sobre qual vertente deve ser seguida, como explica Recuero (2009). Existe, porém, uma concordância a respeito do conceito onde se refere a um valor constituído através das interações entre os atores sociais. ________________ 19 O conceito de multiplexidade remete á idéia de localizações múltiplas. Assim, “uma relação é multiplexa quando acontecem múltiplas transações, quer dizer, quando há um crescimento de parceiros. Assim, o índice de multiplexidade é dado a partir da seguinte relação: m = n/p, onde n e o número total de trocas e p o número de pares que estão em relação em pelo menos uma troca. (Forsé,1999:46). Fonte: http://redalyc.uaemex.mx/redalyc/html/931/93101207/93101207.html (Acesso em 30/10/2010).
  • 29. 29     Talvez seja este um dos elementos principais nos estudos que se dedicam a analisar e compreender as redes sociais, no qual os valores que circulam nas redes sociais são notados pelos atores que fazem parte dessas redes. Desta forma, o capital social pode ser tanto coletivo como também individual. O aspecto individual surge dos interesses dos usuários em tornar-se parte de uma rede social para a busca do seu próprio benefício. O aspecto coletivo surge do fato de que o capital social individual incide amplamente no coletivo do grupo. Recuero também cita Putnam (2000), onde o autor destaca que há duas formas básicas de capital social, o capital conector (bridging) e o capital fortalecedor (bonding). Ele explica o segundo como sendo a intimidade, a proximidade e outras qualidades geralmente atribuídas a grupos mais coesos e com laços fortes. Enquanto o primeiro está direcionado com as relações mais distantes, entre grupos heterogêneos, denominados aqui como laços fracos. Dentro da ótica sobre o Networking nas redes sociais digitais, voltaremos a falar sobre o capital social no próximo capítulo, pois é preciso operacionalizá-lo, a fim de discuti-lo sobre a esfera que englobe a construção do Networking em uma rede social. CAPÍTULO III – O Networking 3.1 – O Networking nas Redes Sociais Antes de falar a respeito do Networking nas redes sociais, é preciso entender primeiro, o que de fato compreende-se em relação ao conceito de Networking. Termo este, bastante utilizado nos dias atuais e mencionado frequentemente pela maioria dos internautas nas situações provindas e relacionadas aos contatos profissionais. No entanto, o Networking engloba a construção de relacionamentos que podem atender tanto a interesses profissionais como também pessoais. Ele não acontece apenas digitalmente, pelo contrário, antes do advento da Internet e sua revolução nos meios de comunicação, os únicos meios de construir esse relacionamento era através das visitas, almoços, correspondências, feiras de
  • 30. 30     negócios, encontros em grupos e outras possibilidades necessárias até hoje, porém, demandam tempo e nem sempre são viáveis. Os meios eletrônicos logicamente aperfeiçoaram a comunicação e revolucionaram a maneira com que as pessoas se relacionam e constroem sua rede de contatos. E isto, é bem visível se observado o crescimento do uso de redes sociais como o Twitter e o Linkedin, por exemplo, ambos utilizados como ferramentas para a promoção do Networking nesses ambientes. Vale ressaltar as diferenças entre eles, o microblog Twitter vem sendo bastante utilizado na divulgação de oportunidades de trabalho por empresas e portais de recrutamento, pois permiti em tempo real tanto a divulgação das ofertas de trabalho como também o conhecimento das mesmas pelos candidatos interessados que seguem (followers) os perfis de empresas e portais de vagas. Já o Linkedin é exclusivamente destinado para fins profissionais, com finalidades que permitem a interação com empresas, a troca de experiências com outros profissionais do mercado, a visibilidade em nichos profissionais e empresas específicas por segmentos, a constante atualização do histórico profissional do internauta com seus contatos diretos e o conhecimento de novas práticas empresariais. Se voltarmos no tempo, antes as empresas recebiam inúmeros currículos, pilhas e mais pilhas de papéis e executavam um processo demorado de seleção fazendo com que tanto os empregadores como os possíveis candidatos a vaga de emprego sofressem entraves penosos, burocráticos e pouco eficientes no quesito agilidade, prejudicando e muito novas contratações e acertos nas mesmas, isto é, filtrar todo este material era muito demorado quando não, ineficiente. Hoje, softwares existentes na Internet e no computador fazem tudo isso em segundos, agilizam processos e ainda permitem a interação. As empresas podem atualmente acompanhar o desempenho dos candidatos, sua participação, seus contatos, sua notoriedade, seus interesses, e especializações nas redes sociais digitais, onde basicamente o acesso as informações tornou-se mais democrático, rápido e compartilhado entre pares. Neste ponto, podemos retomar a questão do capital social relacionado no capítulo anterior. O mesmo provém de relações sociais que podem fornecer a um determinado ator algumas determinadas vantagens de acordo com a percepção e sua influência em relação a outros atores nas redes sociais, tais relações têm base
  • 31. 31     individual, embora estejam agindo como coletivas20, assim explica Coleman (1988), outro autor citado por Recuero (2009). Fica cada vez mais evidente a importância do gerenciamento dos contatos profissionais, sendo as redes sociais as principais ferramentas inseridas nesta nova ótica no século XXI. Experimentar essas ferramentas de forma objetiva e estratégica, buscando sua utilização de modo disciplinado importa na aprendizagem conjunta dos envolvidos que amadurecem no desenvolver das suas interações. É imprescindível procurar compreender que as redes sociais nascem e desenvolvem-se ao redor de características próprias e diferem uma das outras, salvo algumas particularidades aparentemente comuns entre elas, exemplo, a divulgação de interesses pessoais ou profissionais, no entanto, deve-se pensar estrategicamente se realmente faz sentido participar de todas as redes ou se devemos selecionar de acordo com os nossos interesses em qual participar, mas para isso, é necessário identificar a real situação de onde estamos e aonde queremos chegar, analisando de que forma as redes sociais poderão ajudar neste processo. O Brasil é um dos principais países em volume de usuários do Linkedin no mundo, com aproximadamente 2 milhões de membros21, atualmente boa parte do seu crescimento no país atribuí-se a popularização da rede social com o lançamento da sua versão em português em abril de 2010, tornando-se a principal plataforma de relacionamento profissional entre os brasileiros. Este crescimento permanece em um ritmo acelerado a medida que novas empresas passam a aderir a visualização dos perfis dos usuários como um dos critérios na contratação de novos profissionais, como já citado. A seguir, analisaremos algumas particularidades do Linkedin e com base em alguns dados e infográficos, poderemos estruturar as principais características dessa ferramenta. ________________ 20 RECUERO, Raquel (2009) cita que o conceito de capital social “é baseado nos conceitos de habitus e conflito. O habitus como uma série de formas de comportamento que as pessoas adquirem pela vida em sociedade, uma espécie de condicionamento social. O conflito como mudança, como essência da sociedade extratificada” 21 Matéria publicada em 19/08/2010 no site do Portal de Notícias G1 na categoria “Economia e Negócios” do Globo.com. http://g1.globo.com/economia-e-negocios/noticia/2010/08/numero-de- usuarios-do-linkedin-no-brasil-dobra-em-4-meses.html (Acesso em 04/01/2011).
  • 32. 32     3.2 – O Linkedin Diferentemente das inúmeras redes sociais presentes hoje na Internet, o Linkedin destaca-se por ser exclusivamente focado na construção e gerenciamento do relacionamento profissional. Ou seja, basicamente sua dinâmica não consiste na troca de fotos, recados (scrapts) ou conversas via chat, o ambiente é todo direcionado para uma esfera madura amparada na troca de referências profissionais, empresas por segmento de mercado, recomendações entre outros atributos, podendo ser utilizado na versão gratuita, esta porém, tem algumas limitações de uso, ou também na versão paga, que permite para candidatos a procura de emprego e empresas, o acesso a ferramentas destinadas no auxílio e agilidade da oferta e busca de vagas, além disso, a sondagem e aproximação de grupos profissionais por afinidades semelhantes, são a princípio algumas das características dessa ferramenta. Fundado em maio de 2003 através de uma start-up por Reid Hoffman, Allen Blue, Jean-Luc Vaillant e Konstantin Guericke22, o que resultou no site com o mesmo nome criado por Hoffman e Guericke, ambos formados em Stanford no estado da Califórnia nos E.U.A., no entanto, começaram a planejar sua rede profissional online ainda no final da década de 90.   Atualmente a rede abriga aproximadamente 85 milhões de perfis, sendo em sua maioria, contas pertencentes a usuários de fora dos E.U.A., segundo informou a RP do Linkedin, Christa Canfield23 em entrevista ao portal de notícias IDGNow no início de janeiro deste ano, o Brasil como já foi citado, corresponde com cerca de 2 milhões desse total de usuários, ficando entre os seis países que mais utilizam a ferramenta, atrás dos Estados Unidos, seguido da Índia, Reino Unido, Canadá e Holanda. ________________ 22 Fonte: Site USA Today, post publicado em 09/05/2007 - “Business of LinkedIn is ... business” http://www.hsw.uol.com.br/framed.htm?parent=linkedin.htm&url=http://www.usatoday.com/tech/webgu ide/internetlife/2007-09-04-linked-in_N.htm (Acesso em 30/12/2010). 23 Fonte: Site IDGNOw, post publicado em 04/01/2011 - “LinkedIn: você sabe usar essa rede social?” http://idgnow.uol.com.br/blog/navedigital/2011/01/04/linkedin-como-usar/ (Acesso em 30/12/2010).
  • 33. 33     O número de brasileiros com perfil na ferramenta deverá crescer ainda mais nos próximos dois anos, isto é, se observarmos que antes da sua versão em português, o Brasil já correspondia com cerca de 1 milhão de perfis criados até abril de 2010, com a versão portuguesa este número praticamente dobrou em menos de um ano, indicando que talvez poderemos corresponder próximo a 5 milhões de usuários até meados de 2013. Este aumento significativo da participação brasileira também está relacionado diretamente com o número crescente de empresas que aderem o Linkedin e criam suas páginas oficiais na ferramenta, boa parte delas utilizam a versão paga, o que possibilita novos recursos para a divulgação de vagas e o recrutamento de novos funcionários, sendo eles passivos (os que não estão procurando emprego no momento, porém possui qualidades que motivam empresas a contactá-los) ou os que estão a procura de novas vagas (ativos que estão empregados ou não). Hoje, já são ao todo 500 empresas brasileiras cadastradas, em suma, boa parte delas são de agências de publicidade e comunicação, tecnologia, bancos e universidades, mas para a maioria dos setores empregatícios no país, existe ao menos uma empresa cadastrada. A seguir, podemos observar um pouco da participação da ferramenta no mundo através dos gráficos abaixo, no entanto, os mesmos podem conter alguns dados um pouco desatualizados, já que parte da mensuração dos mesmos é do início de 2010. Gráfico 3.2.1 – O Linkedin no mundo – Países e quantidade de usuários* * Créditos: Vincenzo Cosenza: http://www.vincos.it - Dados: http://www.linkedin.com/directads
  • 34. 34     “The State of Linkedin” Publicado em 22/5/2010 por Marc Metekohy no ViralBlog http://www.viralblog.com/research/the-state-of-linkedin/ - Os dados correspondem ao início de 2010, na época o número de usuários do Linkedin no mundo era de aproximadamente 70 milhões, atualmente este número beira os 90 milhões de membros em mais de 200 países, está disponível em seis idiomas: Inglês, Francês, Alemão, Italiano, Português e Espanhol (Acesso em 4/1/2011). Gráfico 3.2.2 – O Linkedin – Gênero e idade*     * Créditos: Vincenzo Cosenza: http://www.vincos.it - Dados: http://www.linkedin.com/directads “The State of Linkedin” Publicado em 22/5/2010 por Marc Metekohy no ViralBlog http://www.viralblog.com/research/the-state-of-linkedin/ - Apesar dos dados corresponderem ao início de 2010, a situação permanece praticamente estável sendo a maioria formada por membros do sexo masculino, a faixa etária é constituída em sua maioria por pessoas com idades entre 25 a 34 anos, elas correspondem aproximadamente por mais de 50% do total de usuários no mundo. (Acesso em 4/1/2011). Gráfico 3.2.3 – O Linkedin – Setores do mercado industrial*   * Créditos: Vincenzo Cosenza: http://www.vincos.it - Dados: http://www.linkedin.com/directads “The State of Linkedin” Publicado em 22/5/2010 por Marc Metekohy no ViralBlog http://www.viralblog.com/research/the-state-of-linkedin/ - Os segmentos ligados a tecnologia correspondem pela maioria das empresas que habilitaram seus perfis no Linkedin (atualmente denominados de Company Pages). Ao todo, mais de um milhão de empresas de vários setores industriais criaram seus perfis na ferramenta. (Acesso em 4/1/2011).  
  • 35. 35     Quadro 3.2.1 – O Linkedin entre os 10 sites de Redes Sociais mais acessados no Brasil* Principais Sites de Rede Social no Brasil por Visitantes Únicos Agosto 2010 Total Audiência da Internet no Brasil*, Idade 15+ - Casa & Local de Trabalho Fonte: comScore Media Metrix Total Média de Média de Média de Visitantes Minutos Páginas Visitas por Únicos por por Visitantes (000) Visitante Visitantes Total Pessoas na 37,527 1,561.0 2,109 58.0 Internet: 15+ Redes Sociais 36,059 252.6 585 32.4 Orkut 29,411 275.8 657 35.8 Windows Live Profile 12,529 5.5 12 3.7 Facebook.com 8,887 29.3 55 6.6 Twitter.com 8,621 31.8 44 7.5 Formspring.me 3,638 34.8 57 9.0 Sonico.com 1,711 10.0 15 2.9 Ning.com 1,570 6.4 10 2.4 LinkedIn.com 1,471 10.7 26 2.6 Multiply.com 1,349 3.6 5 1.6 Vostu.com 1,130 2.2 2 1.7 * Exclui tráfego originado em computadores públicos, como Internet Cafés e celulares ou PDAs. Fonte:http://www.comscore.com/por/Press_Events/Press_Releases/2010/10/Orkut_Continues_to_Lea d_Brazil_s_Social_Networking_Market_Facebook_Audience_G rows_Fivefold/%28language%29/por- BR (Acesso em 4/1/2011).    
  • 36. 36     Parte II O Networking na prática
  • 37. 37     CAPÍTULO IV– O Networking na prática 4.1 – Estudo de Caso (Agência Click) O projeto de pesquisa a seguir foi elaborado em maio de 2008 e apresentado como parte de um paper que analisou as situações de Networking observadas em uma rede social corporativa. Na época, o trabalho de cunho acadêmico desenvolvido na disciplina “Comunicação e Negócios na Era Digital”, lecionada pelo então professor do curso de pós-graduação Marcelo Coutinho (atualmente também professor da Fundação Getúlio Vargas) na Faculdade Cásper Líbero em São Paulo. Projeto Individual de Pós-Graduação do Curso de Marketing e Comunicação Publicitária da Faculdade Cásper Líbero. Maio/2008 Paper: O Networking na rede social digital ClickAqui Foco de estudo: Site da Rede Social Digital da Agência Click http://clickaqui.agenciaclick.com.br/ O objetivo deste paper é analisar e compreender a relação de networking gerado na rede social digital ‘ClickAqui’. Uma vez que a Click, agência de publicidade digital no Brasil, foi à pioneira no país a disponibilizar uma plataforma de relacionamento profissional em uma rede digital, como também iniciou um enfoque no sucesso das redes sociais digitais no País. Atualmente, a agência vem desenvolvendo diversos trabalhos do segmento como também a criação de um departamento responsável apenas por ações dessa categoria. Este estudo de caso contribuirá para compreendimentos e análises futuras correlacionadas a também relação de networking, que possa ter ocorrido em outras diversas redes sociais digitais. Vale lembrar, que por se tratar de algo ainda recente
  • 38. 38     no mercado, toda a atividade direcionada na pesquisa acadêmica estará focada na compreensão dos dados conseguidos. Uma vez analisados os respectivos dados, será concluído este, com a elaboração de uma narrativa final em caráter exploratório e imparcial. Para melhor estruturar a análise, foi criada uma metodologia para orientar os passos do projeto. 4. 2 – Metodologia A partir deste ponto, ficou definida a estrutura do trabalho e estipulado as seguintes diretrizes da pesquisa. São elas: Primeira Parte: _ Ter acesso ao número de cadastros atualmente; _ Estipular os 30 principais usuários, analisar e acompanhar suas páginas pessoais criadas na rede pelo período de 20 dias; _ Saber quais foram os contatos de entrevistas para trabalho; _ Conseguir algo concreto sobre a proporção de facilitação na busca de novos talentos com a implantação da Rede Social Digital no site da agência; _ Analisar se o processo auxiliou na prospecção e vinda de novos clientes na carteira da agência interessados na mesma plataforma. Segunda Parte: _ Elaboração e apresentação da conclusão, com a estruturação dos dados obtidos.
  • 39. 39     4. 3 – Abordagem dos Dados de Pesquisa Após a escolha dos 30 membros sobre os critérios citados na ‘Metodologia’, foram acompanhados no período programado, onde foi possível registrar algumas anotações durante a análise geral. Um ponto em especial é interessante ressaltá-lo. As características gerais dos perfis dos membros da comunidade. As principais delas são: _ Funcionários da Agência na Região de São Paulo, Brasília e Belo Horizonte. Localidades estas, onde estão os escritórios da agência; _ Parceiros de Negócios; _ Ex-Funcionários; _ Funcionários de outras agências; _ E a grande maioria é de pessoas interessadas em trabalhar. No início da pesquisa eram ao todo 1.344 (Um mil trezentos e quarenta e quatro) membros, ao decorrer da análise referente ao período de 30 dias, este número saltou para 1.506 (Um mil quinhentos e seis) membros. 4. 4 – A participação dos membros Em geral, a participação costuma ser esporádica entre os membros, com picos de interação no inicio do contato e uso da plataforma de relacionamento. Após este período, as participações tendem a se manter reduzidas e com intervalos de vários dias, ou meses conforme verificado nos registros de data das páginas.
  • 40. 40     Percebeu-se também grande índice de participação nas páginas dos colaboradores, com upload de dados (fotos, vídeos, blogposts e músicas) e o uso das mensagens pessoais enviadas nas páginas dos mesmos. Na ocasião, ainda foi constatado o uso muitas vezes para ações de endomarketing por parte de uma colaboradora da AgênciaClick que utilizou das mensagens enviadas nas diversas páginas da comunidade, informando e convidando os demais colaboradores para participar das atividades e eventos da empresa. Outro ponto em destaque é a participação do CEO da agência, Pedro Cabral (ver quadro 6) é um dos principais colaboradores, enviando e respondendo mensagens e realizando diversos uploads de arquivos em sua página. Os demais usuários também fazem o upload de fotos e músicas. Vale destacar que poucos escrevem blogposts em suas páginas e muitos ainda não possuem amigos na comunidade. Em geral, a participação da grande maioria ainda é ‘inibida’ e com pouca constância como já fora citado. Outro dado importante é a ampla participação de membros do sexo Feminino (ver quadro 6.1), onde pode-se constar que mais de 50% da comunidade é formada por este público. A maior parte é de colaboradores da agência e outra parte de mulheres interessadas em trabalhar na empresa. A interação delas também é mais expressiva se comparada com os homens. Um exemplo, na página de recados do CEO, tem atualmente 30 mensagens enviadas por 21 mulheres e 20 mensagens enviadas por 17 homens.
  • 41. 41     Quadro 4.1 – Interação feminina na Rede Social da agência Click Perfil do CEO: Pedro Cabral Quadro 4.2 – Interação feminina na Rede Social da agência Click
  • 42. 42     4. 5 – Os Grupos Atualmente existem 19 (dezenove) grupos criados por membros e colaboradores da agência na comunidade. A média geral de participantes é em torno de 04 (quatro) membros por grupo. Sendo que em apenas um, existe 27 (vinte e sete) membros cadastrados, no qual este grupo destina-se a ‘tônica’ dos que querem trabalhar na Agência Click. O grupo “Eu quero trabalhar na Agência Click” (ver quadro 4.3) criado pelo membro “Rodrigo Paes”, um dos interessados em trabalhar na agência, além de ser o maior em número de participantes até o momento, serve também como espaço para blogposts relacionados à causa incomum dos participantes. Atualmente, há 08 (oito) posts no grupo com os tópicos como: “Em busca de um oportunidade na agência click”, “RH da AgênciaClick” (criado pelo colaborador interno “Fábio Fernandes”, onde o mesmo incentiva o envio de currículos para o RH da agência), “Webdesigner procura estágio”, onde o membro “Leandro Costa” indica um link para visualização dos seus trabalhos e os demais tópicos do grupo. Outro destaque é o grupo “Currículos”, com 20 (vinte) membros atualmente, este grupo é mais um canal de networking na comunidade. Criado pela própria agência, nele os membros são incentivados a enviar seu currículo diretamente para as respectivas áreas de trabalho. Com a descrição “Você quer ser um clicker? Então clique em sua área de atuação e mande seu currículo ou portfólio para a gente”. Os currículos podem ser enviados para os seguintes departamentos: _ Administrativo / Financeiro; _ Atendimento / Comercial; _ Criação / Design; _ Criação / Propaganda; _ Criação / Interface _ Engenharia / TI _ Planejamento _ Mídia on-line; _ Gestão de Projetos; _ Relações Públicas.
  • 43. 43     Quadro 4.3 – Candidatos a procura de ofertas de trabalho Os grupos existentes até o momento são: Mídias Sociais como Ferramenta de Marketing (Criado por “Oswaldo S. Neto”) 3 membros www.garotadosite.com.br/curtaConteudo para TV Movel e G3 (Criado por “Silvio Monteiro” - Parceiro de Negócios) 1 membro NATAL ENCANTADO NO BRASIL (Criado por Ivan “Wagner”) 1 membro O que farei quando chegar lá na Agência Click (Criado por “Cristiano”) 4 membros
  • 44. 44     Disciplinas (Criado por “AgênciaClick”) 3 membros Qualidade de Vida (Criado por “AgênciaClick”) 2 membros Currículos (Criado por “AgênciaClick”) 20 membros Prêmios (Criado por “AgênciaClick”) 1 membro Clientes (Criado por “AgênciaClick”) 1 membro Estudos (Criado por “AgênciaClick” 1 membro Modelo de Trabalho (Criado por “AgênciaClick”) 6 membros Diretores (Criado por “AgênciaClick”) 7 membros Microsoft Expression (Criado por “Daniel Ottoni” – Colaborador Interno) 5 membros Site da CAIXA. Isso sim é que é SITE (Criado por “Marcelo L. de Albuquerque” - Colaborador Interno) 1 membro Eu quero trabalhar na Agência Click (Criado por “Rodrigo Paes”) 27 membros
  • 45. 45     Blogueiros Clickers (Criado por “Willians de Abreu”) 15 membros Eu amo trabalhar como Atendimento (Criado por “Camila Junqueira”) 3 membros Sessão de Filmes ClickBSB (Criado por “Allan P. Rodrigues Alves” - Colaborador Interno) 13 membros Criativos Memoráveis (Criado por “Talita Chachamovitz” - Colaborador Interno) 11 membros 4. 6 – O acompanhamento dos Usuários Os dados contidos neste relatório são partes do acompanhamento dos 30 (trinta) usuários analisados pelos critérios da metodologia aqui mencionada, como também da visualização de outros diversos perfis aleatórios durante o processo. No entanto, não serão mencionados os perfis, entendendo-se, não ser necessário à apresentação dos nomes analisados. Como já fora mencionado, grande parte dos usuários tende a permanecer com uma participação esporádica. Onde alguns dados são de datas que variam entre 01 (um) e 03 (três) meses atrás. Um dos critérios que também auxiliou na escolha de alguns membros para o acompanhamento, foram os registros dos blogposts em destaque no arquivo da Comunidade, como também o grau de relevância observado nas mensagens arquivadas nas páginas dos mesmos. Avaliando as respostas, contatos e frequência nos diversos perfis estudados. Nenhum dos pesquisados foi contactado via e-mail ou telefone, também não fora fornecido dados cadastrais por parte da agência e nem revelado maiores detalhes sobre os mesmos.
  • 46. 46     Toda a pesquisa seguiu de forma independente, sem participação direta ou indireta dos analisados, como também já citado, sem prévio direcionamento dos participantes da Comunidade. 4. 7 – Contratações geradas pela Rede Social Digital As contratações geradas através da Comunidade ainda são poucas, sendo que até o momento, foram concretizadas apenas 02 (duas). Porém, várias pessoas foram contactadas e algumas até chegaram a passar por uma entrevista na agência após serem notadas (avaliadas) através de seus relatos, interações e uploads. Em conversa com o Diretor de Rede Sociais da agência, “Jeff Paiva”, ficou claro que a plataforma tem ajudado sim na busca de novos talentos em futuras contratações. Embora ainda pouco expressivo o número, tudo indica que esta maneira de relacionamento promete inovar e agilizar este processo nos dias atuais. Outro detalhe importante a ser destacado, é que através das atividades de cada membro em sua página pessoal, como recados, respostas a fóruns da comunidade, fotos e arquivos, todo este material também é levado em consideração na avaliação dos diretores da agência. Outro ponto são as observações feitas pelo próprio CEO, “Pedro Cabral”, que diversas vezes respondeu e até orientou seus colaboradores a entrar em contato com alguns membros para agendar possíveis entrevistas de trabalho. Justificando a utilização real da ferramenta, no processo de networking na relação Agência x Profissionais na plataforma, além da facilitação no processo de contratação, as análises feitas no estudo, também comprovaram que tal iniciativa pode ainda num futuro próximo, inovar toda a maneira de contratação dentre as empresas. Porém, notou-se também, que alguns membros ainda não possuem de fato uma objetividade no seu cadastro e forma de relacionamento na comunidade (ver quadro 4.4). Prova disso, é o simples fato de muitos ainda permanecerem com seus cadastros incompletos e sem amigos ou participações em grupos.
  • 47. 47     Apresentando um possível questionamento sobre a falta de informação clara no que se destina essa comunidade. Como por exemplo, a inexistência de um link com a nomenclatura típica como “Sobre”, onde deveria haver uma explicação contextual em relação à Comunidade, seus fins e objetividade nas interações e formas de networking através dela. O que se constatou no estudo, é que muitos membros como já citado, ainda não visualizaram com a respectiva importância a possível finalidade da comunidade em si, ou seja, meramente se cadastraram por curiosidade ou algo parecido, no entanto, a falta de um link direto com a narrativa desta importância, pode sim, implicar na desvalorização ou não consentimento dos diversos membros cadastrados até o momento. Logicamente, esta afirmação tem como base o fato em que este tipo de estrutura ainda é novo aos procedimentos de relacionamento pessoal na esfera de trabalho no Brasil. Onde em suma, a maioria dos internautas fazem um uso da internet de maneira ‘medíocre’, talvez por falta de uma certa “educação digital”. Sobretudo, a iniciativa da Comunidade “ClickAqui” deve ser avaliada como inovadora e que, como já dito, servirá de estímulo para outras demais empresas no quesito agilização e proximidade no contato entre interessados e contratante. Ainda nesta questão, há alguns meses atrás, a agência acrescentou um link na aba superior onde à mesma utiliza a nomenclatura “Seja um Clicker”. Neste espaço, o visitante pode preencher um questionário (ver quadro 4.5) relacionado aos seus dados pessoais, sua formação acadêmica, afinidade com outras línguas e experiências profissionais. Em suma, o cadastramento do seu currículo, inclusive com o envio de links para visualização do portfolio de trabalho. O que ainda, não dispensa a sugestão do acréscimo do link “Sobre”, citado acima.
  • 48. 48     Quadro 4.4 – Perfis incompletos Quadro 4.5 – “Seja um Clicker”
  • 49. 49     4. 8 – Prospecção e vinda de novos clientes   A iniciativa da Comunidade no próprio site institucional da agência, vem atraindo o foco de outras empresas interessadas em conhecer melhor toda a estrutura, como também, já resultou em alguns trabalhos, entre eles o case do “Banco do Planeta”. Este se trata da Comunidade do Banco Bradesco, até o momento com 7.997 (sete mil novecentos e noventa e sete) membros, onde são discutidas ações que contribuem para “um planeta sustentável” (ver quadro 9). Em entrevista por e-mail, o diretor de Redes Sociais, “Jeff Paiva”, citou o seguinte: “O número de RFPs e solicitações de visita à nossa área comercial, com interesse específico em ações de Social Media, aumentou muito desde a implementação da comunidade como home-page da AgênciaClick. Não posso abrir números, mas foi um crescimento significativo.” Quadro 4.6 – Banco do Planeta http://www.bancodoplaneta.com.br/
  • 50. 50     4. 9 – Observações Não será aprofundada esta observação, apenas como item de informação, toda a estrutura da plataforma de relacionamentos utiliza o modelo “Ning”, (ver quadro 9.1), para saber mais acesse a página: http://www.ning.com Quadro 4.7 – Plataforma Ning.com   http://www.ning.com/
  • 51. 51     Tabela de Dados: MEMBROS 1506* SEXO Aproximadamente 59% dos membros são do sexo Feminino, os E IDADE outros 41% do sexo masculino. Maior concentração entre a faixa etária de 20 a 35 anos. PERÍODO DE Inicio do uso da ferramenta. Alguns casos apresentarão alguns ‘picos’ de atividades num período de INTERAÇÃO 03 meses. CONTRATAÇÕES Concluídas 02* CARTEIRA DE Aumento de RFPs e solicitação de visitas para apresentação da plataforma. Número de projetos fechados até o momento não foi CLIENTES revelado pela agência. NÍVEL DE INTERAÇÃO DOS A maioria ainda é inibida e apenas sazonal. MEMBROS Estreitou a distância entre o CEO e os membros, em alguns casos, resultando em entrevistas de trabalho. Facilitou o envio de currículos. GRAU DE Possibilitou a criação de grupos com causas relacionadas a contratações. NETWORKING Auxilia como possível análise-prévia de candidatos para as respectivas vagas de trabalho. Pode ser utilizada como canal direto entre Clientes e Parceiros de Negócios, como também colaboradores e ex-colaboradores. * Até o fechamento desta pesquisa.
  • 52. 52     Conclusão Após as análises feitas durante o período de estudo em que permaneci em contato integral na maioria das vezes com a plataforma da Comunidade “ClickAqui”, pude observar os respectivos pontos aqui já citados, os quais, com toda a certeza, servirão de base para novos estudos na mesma plataforma como também em outras iniciativas próximas a ela. Vale lembrar que, ao final das narrativas aqui descritas, constatou-se que a estrutura é de suma importância para as novas relações de trabalho principalmente nestes dias atuais. E esta plataforma, além de inovadora por esses ares, contribui e muito para a simplificação e agilidade das mesmas, como também vem a estimular outras iniciativas desta mesma magnitude na amplitude mercadológica ainda a ser explorada. Embora o uso ainda demonstra-se inibido por uma boa parte dos membros, tudo indica que, à medida que os mesmos forem tomando conta da importância e distinção da Comunidade, o uso deve se tornar natural, maduro e com alto grau de interação. Ainda, convém não dispensar meios para tal finalidade, como por exemplo, dicas em links específicos nas páginas dos usuários. Em suma, as experiências angariadas com o uso e aperfeiçoamento desta ferramenta darão a Agência Click todo um Know How nas ações de Relacionamento e novos modelos de contato entre usuários x empresas.
  • 53. 53     CAPÍTULO V– ESTUDO DE CAMPO 5.1 - Pesquisa: A importância do Networking nas Redes Sociais Digitais (Novembro/2010) A pesquisa Para todo o estudo de causa é indispensável uma pesquisa de campo, pois através disso, dados podem ser atualizados e conflitados com hábitos, tendências e o panorama geral que nos é informado todos os dias por diversos canais de notícias, weblogs entre outros. Em resumo, o trabalho de pesquisa realizado neste estudo contribuiu com diversas informações para a tônica da importância do Networking nas Redes Sociais Digitais, em especial no Brasil.   Para melhor definir cada etapa envolvida no processo serão apresentados três pontos: O apanhado geral; Metodologia; e por último, Gráficos e Análises. 5.2 – O apanhado geral Neste ponto, uma visão geral do processo será apresentada a fim de ilustrar os desdobramentos da pesquisa, principalmente sua forma de divulgação, diga-se de passagem, quase que totalmente em algumas respectivas redes sociais, por exemplo, no Twitter e no Facebook.   A pesquisa foi destinada para todo o Brasil, no entanto, a grande maioria dos participantes provinha da região sudeste, sendo uma boa parte das capitais de São Paulo e Rio de Janeiro, isto, pode não estar apenas relacionado ao fato que tecnologicamente estas regiões compõem a maioria dos usuários de internet no país, mas também está diretamente ligado aos meios de divulgação utilizados, já
  • 54. 54     que o seu início foi direcionado através do Twitter, onde boa parte dos meus contatos é oriunda dessas regiões.   Com o recurso de direct (mensagem direta e individual entre os atores) da ferramenta Twitter, o link da pesquisa foi compartilhado, depois, amigos, contatos profissionais e outros usuários aderiram voluntariamente a divulgação projeto, twittando (publicando o link no twitter) e retwiitando (republicando por outros atores) por outros amigos, neste momento, foi fundamental a relação de Networking mantida com a lista de contatos, o que proporcionou uma maior abertura na participação dos mesmos.   Por outro lado, o uso do email também foi de grande importância em algumas situações distintas, como por exemplo, contactar alguns atores bem influentes nas redes sociais, por meio destas mensagens tive a oportunidade de especificar melhor os objetivos da pesquisa e pude receber o apoio da maioria deles.   Ao total, 309 pessoas participaram da pesquisa entre o período de 17 de novembro a 16 de dezembro de 2010. Este número, em suma, é algo considerável se observarmos a dinâmica empregada na divulgação do projeto e o tempo em que permaneceu no ar, porém a meta estipulada inicialmente era o total de 500 participantes. Este ponto confirmou o que outros pesquisadores já observaram em relação aos projetos de pesquisas realizados no Brasil, onde boa parte dos brasileiros, ainda não compreendem ou não valorizam a importância do trabalho de um pesquisador. Em conversa com a doutora em Ciências da Comunicação pela USP, a professora Liana Gottlieb24 concorda que exista de fato uma necessidade imensa de trabalhar-se mais a divulgação de pesquisas no país e principalmente, a tônica da grande necessidade do maior número de participantes, haja visto as   ________________ 24 Liana Gottlieb: Possui graduação em Pedagogia pela Faculdades Nove de Julho (1987), especialização em Especialização em Didática do Ensino Superior pelo Centro Universitário Sant'anna (1989), especialização em Psicodrama Pedagógico pelo Grupo de Estudos de Técnicas Psicodramáticas (1991), mestrado em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São Paulo (1993) e doutorado em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (1998). Atualmente, é professora titular da Faculdade de Comunicação Social Casper Líbero. Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em Relações Públicas e Propaganda. Atuando principalmente nos seguintes temas: Comunicação - Educação Superior, Psicologia Social - Filosofia Social, Treinamento de Professores da Área de Comunicaçao.
  • 55. 55     enormes contribuições que as pesquisas podem angariar nos diversos estudos como por exemplo, hábitos e tendências populacionais.   5.3 – Metodologia Para desenvolver a pesquisa foram definidos alguns pontos principais a serem analisados, por exemplo, escolaridade, idade, grau de afinidade com as redes sociais, utilização da ferramenta Linkedin, as recomendações de amigos e as reais contratações ou serviços através das redes sociais. Estes pontos nortearam a elaboração de um questionário virtual desenvolvido através da ferramenta Google Docs25. Esta ferramenta possibilitou não apenas a visualização do questionário na Internet, como também auxiliou na tabulação dos dados, uma vez que através dela é possível baixar todos eles em formato de Excel, PDF, TXT entre outros, facilitando a criação dos gráficos que servirão para a formulação das análises neste estudo.   Ao todo foram vinte questões, quatro delas dentro da esfera demográfica, com questionamentos sobre: Sexo; Idade; Escolaridade e Rendimentos em reais (faixa salarial do participante), no entanto, este último item poderia ser respondido de forma opcional. Já o restante do questionário, continha outras quatorze questões, sendo treze obrigatórias e uma opcional, todas elas sobre as redes sociais, o uso e os desdobramentos de cada participante, e por fim, duas últimas questões opcionais que possibilitavam aos participantes escreverem com suas próprias palavras sobre a definição do Networking nas redes sociais e a última, informar sua conta de e-mail caso quisesse receber informações sobre o resultado da pesquisa.   A seguir, veremos o modelo de questionário aplicado.   ________________ 25  O Google Docs, é um pacote de aplicativos do Google baseado em AJAX. Funciona totalmente on- line diretamente no browser. Os aplicativos são compatíveis com o OpenOffice.org/BrOffice.org, KOffice e Microsoft Office, e atualmente compõe-se de um processador de texto, um editor de apresentações, um editor de planilhas e um editor de formulários. Fonte: Wikipédia - http://pt.wikipedia.org/wiki/Google_Docs (Acesso em 30/12/2010).
  • 56. 56     5.3.1 – Questionário Virtual Pesquisa acadêmica do Curso de Pós-Graduação em Marketing e Comunicação Publicitária da Faculdade Cásper Líbero: Esta pesquisa visa analisar e mensurar a importância do Networking nas redes sociais digitais*. Todos os resultados adquiridos através do formulário a seguir, serão analisados e apresentados em uma monografia, os mesmos serão compartilhados após o término dos estudos através de uma licença Creative Commons na internet, sendo útil para pesquisas acadêmicas, empresas e profissionais do mercado. É de suma importância e vitalidade para o estudo que as respostas aqui fornecidas sejam verdadeiras. Nas respostas descritivas os textos devem ser o mais objetivo possível. Serão necessários apenas 3 minutos para responder. *Se você não utiliza nenhuma rede social seu perfil não atende o foco desta pesquisa, não havendo a necessidade de preencher este formulário. *Obrigatório Sexo: * • Feminino • Masculino Idade: * • 18 a 23 anos • 24 a 29 anos • 30 a 35 anos • acima de 35 anos Escolaridade: * • Ensino Médio • Superior Incompleto • Bacharelado • Pós-graduação • Mestrado • Doutorado Rendimentos em Reais R$: (Opcional) • até R$ 1.000,00 • de R$ 1.000,00 a R$ 2.000,00 • de R$ 2.000,00 a R$ 3.500,00 • de R$ 3.500,00 a R$ 5.000,00
  • 57. 57     • acima de R$ 5.000,00 1 - Você utiliza as Redes Sociais Digitais? Indique seu perfil: * Nesta pergunta você definirá qual é o seu grau de interação nessas redes. • Tenho um perfil criado (quase nunca uso) • Usuário comum (uso algumas vezes no mês) • Heavy user (uso diariamente) 2 - Qual a sua @ no twitter? (Opcional) Caso tenha um perfil criado nessa rede social. 3 – Acha possível o Networking nas Redes Sociais? * • Não • Sim 4 – Usa a rede Linkedin para promover seu Networking? * • Não • Sim Caso queira citar outras redes que também utiliza para a mesma finalidade, escreva no quadro abaixo: 5 – Já conseguiu marcar alguma entrevista através das redes sociais? * • Não • Sim 6- As recomendações de amigos na rede o ajudaram na busca de um novo emprego ou freela? * • Não • Um pouco • Totalmente • Nunca utilizei recomendações Cite em qual rede social você foi recomendado: 7 – Já foi contratado através de uma rede social? *
  • 58. 58     • Não • Sim 8- Mudou de emprego nos últimos 6 meses? * • Não • Sim 9 – Mantém seu perfil atualizado na rede sempre que muda de trabalho, experiência profissional ou tem alterações no currículo? * • No Linkedin • Outro: A frequência: * • Não atualizo imediatamente • Atualizo assim que mudo alguma coisa • Raramente atualizo • Só quando vou indicar meu CV • Nunca atualizo 10 – Conhece pessoalmente a maior parte dos seus contatos no Linkedin? * Caso utilize outra rede social cite o nome no quadro abaixo, no entanto, responda uma das opções a seguir: • Apenas 10% da minha lista • Conheço aproximadamente 30% dos meus contatos • Sim, conheço mais de 70% de todos os meus contatos • Não conheço ninguém, apenas adicionei para promover meu primeiro contato • Até o momento não adicionei nenhum contato Utilizo outras redes sociais, são elas: 11 – Você recomenda seus amigos nas redes sociais para aumentar seu Networking? * • Não costumo recomendar • Sim, inclusive os que me solicitam uma recomendação • Só recomendo quem realmente trabalha ou trabalhou comigo
  • 59. 59     12 – Conhece ou ouviu falar sobre alguém que conseguiu emprego através do Networking nas redes sociais? * • 1 pessoa • 2 pessoas • 3 a 5 pessoas • Mais de 10 pessoas • Não conheço ninguém 13 – Indicaria para seus amigos utilizarem as redes sociais para promoverem seu Networking? * • Não • Sim 14 – A empresa onde você trabalha costuma verificar perfis profissionais em alguma das redes sociais que você usa? * • Não • Sim • Não sei 15 – Como você definiria o Networking nas redes sociais com as suas palavras? (Opcional) Procure ser objetivo no seu texto. 16 – Caso queira receber informações sobre a pesquisa, cadastre seu email: (Opcional) Tecnologia Google Docs
  • 60. 60     5.4 – Gráficos e análises 5.4.1 (A) – Amostragem por Sexo = Quantidade x Porcentagem Sexo:     (Total:  309  pessoas  entrevistas)   160   Feminino   Masculino   149     Aqui temos o número total de participantes na pesquisa distintos por tipo de sexo, onde, 160 pessoas são do sexo Masculino e outras 149 são do sexo Feminino.   5.4.1 (B) – Amostragem por Sexo = Quantidade x Porcentagem Sexo  =  %     (Total:  309  pessoas  entrevistas)   Masculino   52%   Feminino   48%   Neste outro gráfico, temos a representação da participação de ambos os sexos relacionados por porcentagem, repare que houve praticamente um empate entre eles, 52% dos pesquisados são homens e 48% são mulheres.