O Networking está presente na vida de todos os cidadãos e independe da internet para existir, mas através dela ele pode ser ampliado, difundido e utilizado na construção das relações profissionais. Por um longo tempo, poucos estudos foram realizados na busca por analisar e compreender os processos que auxiliam e envolvem o Networking. Este trabalho tem por objetivo elucidar a importância do Networking nos ambientes digitais, suas transformações, aprimoramentos e as novas tendências no âmbito empresarial, como também na sociabilidade em rede. Verifica-se que no Brasil, com a versão em português da ferramenta Linkedin, diversos profissionais aderiram a novas formas de relacionamento profissional na Internet. Hoje, inúmeras empresas tem aderido ferramentas como o Linkedin para buscarem novos profissionais, divulgarem suas oportunidades de emprego e principalmente, agilizarem o processo de contratação melhorando os resultados e acertos. Ao pesquisar situações reais onde se constatou a empregabilidade das práticas que regem o Networking em rede, fica evidente a importância deste recurso, como também o amadurecimento dos interagentes no processo com o passar do tempo. Tais práticas, destacam-se como instrumentos de efetivação e melhorias do gerenciamento profissional nas Redes Sociais.
Monografia sobre A Campanha de Lançamento do Portal DOL - Diário Online
A importancia do Networking nas Redes Sociais Digitais
1. FUNDAÇÃO CÁSPER LÍBERO/FACULDADE CÁSPER LÍBERO
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM COMUNICAÇÃO
WILLIANS MARCELINO FERNANDES DE ABREU
A IMPORTÂNCIA DO NETWORKING
NAS REDES SOCIAIS DIGITAIS
SÃO PAULO
2011
WILLIANS MARCELINO FERNANDES DE ABREU
2. A IMPORTÂNCIA DO NETWORKING
NAS REDES SOCIAIS DIGITAIS
Monografia apresentada ao Curso de Pós -
Graduação da Faculdade Cásper Líbero,
mantida pela Fundação Cásper Líbero, para
obtenção do Título Pós - Graduado em
Marketing e Comunicação Publicitária.
Orientador:
Prof. Dr. Luiz Alberto de Farias
SÃO PAULO
2011
3. Dedicatória
Dedico este singelo trabalho,
primeiramente, a DEUS, razão da minha
existência. A Ele, toda honra, toda glória
e todo louvor.
Dedico também, a duas pessoas muito
especiais: minha mãe, Anália Fernandes
de Abreu e a meu pai, José Damião de
Abreu, ambos foram os grandes
responsáveis e entusiastas dos meus
esforços em toda a minha vida.
4. AGRADECIMENTOS
Agradeço minha irmã, Daniele Aparecida Fernandes de Abreu, meu
exemplo de disciplina e dedicação. Que nos momentos difíceis esteve
presente e sempre me auxiliou nos estudos.
Aos meus avós materno, Aurélio Fernandes e Leonora Silvino
Fernandes e, aos meus avós paternos, Francisco Damião de Abreu (in
memorian) e Ana Batista de Abreu, pois são a origem de toda minha
história.
A minha fiel companheira e amiga, Thais Keller Lopes, que desde
sempre me apoiou neste projeto, ficou acordada madrugadas comigo
nas diversas conversas sobre tecnologia que tivemos, o carinho e os
cafés-da-manhã preparados com o cuidado de sempre.
Agradeço ao professor Drº. Luiz Alberto de Farias, pela sua orientação
e cordialidade comigo.
Agradeço ao professor Drº Marcelo Oliveira Coutinho de Lima, pelo o
incentivo e a orientação do tema deste estudo em 2008.
Ao Drº. Valdeir Ribeiro de Jesus, pela sua amizade sincera.
Ao grande amigo de todas as horas Edson Gonçalves, pela sua
honestidade e cordialidade sempre em todos os momentos.
A professora Drº Liana Gottlieb, pelo exemplo de vida e dedicação para
seus alunos e por proporcionar momentos maravilhosos.
5. Agradeço de modo particular:
As minhas tias Elisabete de Abreu Araújo (in memorian) e Nila Batista
de Abreu (in memorian) que, mesmo ausentes, sempre estarão
presentes em minha memória.
Aos professores em geral, que com profissionalismo e dedicação,
contribuíram para mais esta etapa de minha vida acadêmica.
6. “A vida não tem pena de quem
não luta”.
Padre Léo
“Buscai as coisas do alto.” São Paulo:
Canção Nova,2006.
7. ABREU, Willians Marcelino Fernandes. A importância do Networking nas Redes
Sociais Digitais. 2011. 86 f. Monografia (Pós-Graduação em Comunicação) –
Faculdade Cásper Líbero, Fundação Cásper Líbero, São Paulo, 2011.
RESUMO
O Networking está presente na vida de todos os cidadãos e independe da internet
para existir, mas através dela ele pode ser ampliado, difundido e utilizado na
construção das relações profissionais. Por um longo tempo, poucos estudos foram
realizados na busca por analisar e compreender os processos que auxiliam e
envolvem o Networking. Este trabalho tem por objetivo elucidar a importância do
Networking nos ambientes digitais, suas transformações, aprimoramentos e as
novas tendências no âmbito empresarial, como também na sociabilidade em rede.
Verifica-se que no Brasil, com a versão em português da ferramenta Linkedin,
diversos profissionais aderiram a novas formas de relacionamento profissional na
Internet. Hoje, inúmeras empresas tem aderido ferramentas como o Linkedin para
buscarem novos profissionais, divulgarem suas oportunidades de emprego e
principalmente, agilizarem o processo de contratação melhorando os resultados e
acertos. Ao pesquisar situações reais onde se constatou a empregabilidade das
práticas que regem o Networking em rede, fica evidente a importância deste
recurso, como também o amadurecimento dos interagentes no processo com o
passar do tempo. Tais práticas, destacam-se como instrumentos de efetivação e
melhorias do gerenciamento profissional nas Redes Sociais.
Palavras-chave: Networking. Redes Sociais Digitais. Sociabilidade em rede.
8. SUMÁRIO I
INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 10
PARTE I – REDES SOCIAIS DIGITAIS
CAPÍTULO I – REDES SOCIAIS DIGITAIS
1.1 Redes Sociais Digitais no Brasil ...................................................................... 18
CAPÍTULO II – CARACTERÍSTICAS DAS REDES SOCIAIS DIGITAIS.
2.1 Elementos das Redes Sociais Digitais ........................................................... 26
2.2 Os Atores ........................................................................................................ 26
2.3 As Conexões, os Laços Sociais e a Interação ............................................... 28
2.4 O capital social................................................................................................ 28
CAPÍTULO III – O NETWORKING
3.1 O Networking nas Redes Sociais.................................................................... 29
3.2 O Linkedin ....................................................................................................... 32
PARTE II – O NETWORKING NA PRÁTICA
CAPÍTULO IV – O NETWORKING NA PRÁTICA
4.1 Estudo de Caso (Agência Click)...................................................................... 37
4.2 Metodologia..................................................................................................... 38
4.3 Abordagem dos Dados de Pesquisa............................................................... 39
4.4 A participação dos membros........................................................................... 39
4.5 Os Grupos ....................................................................................................... 42
4.6 O acompanhamento dos Usuários.................................................................. 45
4.7 Contratações geradas pela Rede Social Digital.............................................. 46
4.8 Prospecção e vinda de novos clientes ............................................................ 49
4.9 Observações ................................................................................................... 50
4.10 Conclusão ..................................................................................................... 52
CAPÍTULO V – ESTUDO DE CAMPO
5.1 Pesquisa: A importância do Networking nas Redes Sociais Digitais .............. 53
5.2 O apanhado geral............................................................................................ 53
5.3 Metodologia..................................................................................................... 55
5.3.1 – Questionário Virtual............................................................................. 56
5.4 Gráficos e análises.......................................................................................... 60
CONCLUSÃO........................................................................................................ 83
REFERÊNCIAS..................................................................................................... 84
9. SUMÁRIO II
GRÁFICOS, QUADROS E TABELAS
Quadro 1 – Tempo de navegação no Brasil em 2009....................................................... 20
Quadro 1.2 – Participação dos usuários de internet no Brasil .......................................... 20
Gráfico 1.3 – O acesso, a adesão e a experiência dos brasileiros nas redes sociais ...... 22
Gráfico 1.4 – Redes Sociais mais acessadas ................................................................... 22
Gráfico 1.5 – Local de acesso........................................................................................... 23
Quadro 1.6 – Adesão a planos de telefonia que possibilitam acesso as redes sociais
via mobile .......................................................................................................................... 24
Quadro 1.7 – Intenção dos internautas que ainda não acessam as redes sociais ........... 25
Gráfico 3.2.1 – O Linkedin no mundo – Países e quantidade de usuários ....................... 33
Gráfico 3.2.2 – O Linkedin – Gênero e idade.................................................................... 34
Gráfico 3.2.3 – O Linkedin – Setores do mercado industrial............................................. 34
Quadro 3.2.1 – O Linkedin entre os 10 sites de Redes Sociais mais acessados no
Brasil ................................................................................................................................. 35
Quadro 4.1 – Interação feminina na Rede Social da agência Click
Perfil do CEO: Pedro Cabral ............................................................................................. 41
Quadro 4.2 – Interação feminina na Rede Social da agência Click .................................. 41
Quadro 4.3 – Candidatos a procura de ofertas de trabalho .............................................. 43
Quadro 4.4 – Perfis incompletos ....................................................................................... 48
Quadro 4.5 – “Seja um Clicker”......................................................................................... 48
Quadro 4.6 – Banco do Planeta ........................................................................................ 49
Quadro 4.7 – Plataforma Ning.com................................................................................... 50
5.4.1 (A) – Amostragem por Sexo = Quantidade x Porcentagem..................................... 60
5.4.1 (B) – Amostragem por Sexo = Quantidade x Porcentagem..................................... 60
5.4.2 (A) – Amostragem por Faixa Etária = Quantidade x Porcentagem.......................... 61
5.4.2 (B) – Amostragem por Faixa Etária = Quantidade x Porcentagem.......................... 62
5.4.3 – Amostragem por Escolaridade .............................................................................. 63
5.4.4 – Amostragem por Rendimentos em Reais (R$) ..................................................... 64
5.4.5 – Amostragem por Perfil de Usuário nas Redes Sociais ......................................... 65
5.4.6 – Acreditam na possibilidade do Networking nas Redes Sociais............................. 66
5.4.7 – Utilizam o Linkedin para promover o Networking.................................................. 67
5.4.8 – Outras Redes Sociais para promover o Networking ............................................. 68
5.4.9 – Agendaram entrevistas através das Redes Sociais.............................................. 69
5.4.10 – A importância das recomendações de amigos na busca de um novo emprego
ou freela ............................................................................................................................ 70
5.4.11 – Em qual rede “fui recomendado”......................................................................... 71
5.4.12 – Contratado através de uma Rede Social ............................................................ 72
5.4.13 – Mudança de emprego nos últimos 6 meses........................................................ 73
5.4.14 – As atualizações no Linkedin................................................................................ 74
5.4.15 – Atualizando outras Redes Sociais....................................................................... 75
5.4.16 – Sobre a Frequência das atualizações ................................................................. 76
5.4.17 – Conhece pessoalmente os contatos do Linkedin................................................ 77
5.4.18 – Recomendando amigos para promover o Networking nas Redes Sociais ......... 78
5.4.19 – Conhece alguém que conseguiu emprego através do Networking nas Redes
Sociais............................................................................................................................... 79
5.4.20 – Indicaria para os amigos utilizarem as Redes Sociais para promoverem
seu Networking.................................................................................................................. 80
5.4.21 – A verificação dos perfis profissionais nas Redes Sociais pelas
empresas........................................................................................................................... 81
5.4.22 – Informaram o email para receber informações da pesquisa ............................... 82
10. 10
Introdução:
O ano de 1988 marcou o ponto zero da Internet no Brasil, a FAPESP1
(Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e a SECT (Secretaria de
Estado de Ciência e Tecnologia), foram as pioneiras em buscar o acesso à Internet.
Através da BITNET “Because It's Time Network”, uma rede remota foi criada em
1981 e administrada pelo CREN (Corporation for Research and Educational
Networking) em Washington nos E.U.A. possibilitando serviços de correio eletrônico
e de transferência de arquivos entre computadores de grande porte em instituições
acadêmicas tanto na América do Norte como na América do Sul, Europa e Japão.
Chegou a alcançar mais de 2.500 universidades e institutos de pesquisa em todo o
mundo2. No entanto, utilizava o protocolo NJE (Network Job Entry) da IBM em vez
do conhecido TCP/IP.
Na época, a conexão por meio da BITNET era apenas local (no Brasil) entre
algumas instituições de ensino e pesquisa quando finalmente em 1991 a FAPESP
recebe uma conexão internacional gerando contato com um laboratório em Chicago.
Em 1995, mais precisamente no mês de maio, o Ministério das
Comunicações em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia, concluiu que
para tornar possível a participação pública dos cidadãos brasileiros na Internet, seria
necessário a criação de um Comitê Gestor de Internet (CGI.br) com isso, o mesmo
teve a participação de ambos os ministérios governamentais e ainda a ajuda das
entidades operadoras e gestoras de infra-estrutura, provedores de acesso,
representantes de usuários e da comunidade acadêmica.
________________
1
A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (mais conhecida pela sigla
FAPESP) é uma instituição pública de fomento à pesquisa atuante no Estado de São Paulo. Está
ligada à Secretaria de Ensino Superior do Governo do Estado de São Paulo. Foi fundada em 1962,
cumprindo disposição da Constituição estadual de 1947, com o objetivo de incentivar e subsidiar a
pesquisa no Estado, especialmente a desenvolvida nas universidades. Fonte: Site
Wikipedia:http://pt.wikipedia.org/wiki/Funda%C3%A7%C3%A3o_de_Amparo_%C3%A0_Pesquisa_do
_Estado_de_S%C3%A3o_Paulo (Acesso em 11/10/2010).
2
Fonte: Site Wikipédia: http://pt.wikipedia.org/wiki/BITNET (Acesso em 11/10/2010).
11. 11
Nasceu nesse momento, o ponto de partida do que conhecemos hoje, as
nossas experiências digitais em um ambiente repleto de descobertas e afirmações.
O papel do Comitê Gestor de Internet foi crucial para a disseminação da
rede no Brasil e atualmente, mantém-se com grande importância na busca de
aprimoramentos e melhorias dos serviços de Internet no país.
É preciso destacar este ponto inicial, pois a partir dele, os internautas
brasileiros passaram a ter efetivamente a possibilidade de conhecer e
consequentemente promover uma intersecção entre usuários e suas redes,
conectando não apenas computadores, mas também pessoas.
Já em 2000, o Brasil cresceu visivelmente sua participação na Internet, o
famoso ano lembrado por profissionais do setor como a “Bolha da Internet”.
Registrou-se na época que mais de 50% da Internet, concentrava-se na América
Latina e Caribe, consequentemente, mais de 70% do comércio eletrônico dessa
região. O país ocupava a 13ª posição no mundo em termos de hosts e usuários3.
De lá para cá, os brasileiros conquistaram um espaço na rede mundial de
computadores exponencialmente e fez com que o governo brasileiro passasse a
valorizar a importância da expansão da Internet no país. Sendo que até o início do
ano de 2004, apenas membros indicados por governos de cada época faziam parte
do Comitê Gestor de Internet, mas a partir de maio do mesmo ano, foi aberto o
processo eleitoral para o CGI.br como parte dos esforços governamentais em
democratizar e ampliar a Internet no Brasil.
___________
3
Fonte: Dados informados no post publicado no site do Comitê Gestor de Internet (CGI.br) em agosto
de 2000 por Raphael Mandarino Jr., na época Presidente da Associação Nacional dos Usuários de
Internet (Anui) e membro do Comitê Gestor da Internet no Brasil. Atualmente trabalha como diretor-
geral do Departamento de Segurança da Informação e Comunicações (DSIC) do Gabinete de
Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República.
12. 12
Porém, democratizar a Internet não era apenas um entrave em especial no
Brasil, mas uma tomada de decisão que necessitava ser seguida mundialmente na
época por diversos países, entre eles os E.U.A. O governo brasileiro saiu na frente,
pois naquele momento, não existia nenhum modelo para copiar ou tomá-lo como
referência, éramos os primeiros a pensar democraticamente sobre o futuro da
Internet, ao mesmo tempo em que o governo abriria as portas para a participação de
entidades do terceiro setor, empresariais e científicas, promovendo a participação
delas ativamente no processo.
Visivelmente o Brasil passou a sofrer inúmeras mudanças com o
crescimento do uso da Internet, sendo esta a base capaz de tornar-se a alavanca na
transição para uma nova forma de sociedade, a sociabilidade em rede, gerando
posteriormente como consequência destas mudanças uma nova economia tanto no
país como mundialmente outros países também já estavam sendo transformados
com tais adventos tecnológicos.
Castells (2003) relata que no fim do século XX, três processos inauguraram
uma nova estrutura social baseada em redes: 1- as exigências da economia por
flexibilidade administrativa e por globalização, da produção e do comércio; 2- as
demandas da sociedade, em que os valores da liberdade individual e da
comunicação aberta tornaram-se supremos; 3- os avanços extraordinários na
computação e nas telecomunicações possibilitados pela revolução microeletrônica4.
Em 2008, o Brasil passou a ocupar a 7ª posição entre os países que mais
acessavam a Internet no mundo em domicílios, chegando a 38,2 milhões de
pessoas com 2 anos ou mais com acesso via computadores domésticos, deixando
para trás países como Espanha, Austrália e Suíça5. No entanto, caso fosse
considerado o número de internautas em relação à população do país, a situação
era bem diferente. Neste quesito, aproximadamente 21,9% da população acima de
10 anos acessava a internet, colocando o Brasil na 62ª posição mundial e a quarta
da América Latina, sendo ultrapassado pela Costa Rica, Guiana Francesa e
Uruguai6.
________________
4
Fonte: CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede – a era da informação: economia, sociedade e
cultura. São Paulo: Paz e Terra, 1999. v.1
5
Fonte: http://www.cetic.br/usuarios/ibope/tab02-06.htm (Acesso em 13/10/2010)
6
Fonte:http://www.inclusaodigital.gov.br/noticia/brasil-ocupa-62a-posicao-no-mundo-em-relacao-ao-
uso-da-internet/ (Acesso em 14/10/2010)
13. 13
Coincidentemente, naquele mesmo ano, o mês de novembro ficou marcado
para sempre na história do estado de Santa Catarina, o acúmulo de vários dias de
chuvas fortes, gerou uma das maiores catástrofes naturais no Brasil, onde rios
transbordaram, inundando grandes áreas, isolando cidades inteiras, e os
deslizamentos soterraram estradas, casas e pessoas. Através da Internet uma série
de blogs, ferramentas de microblogs como o Twitter, plataformas de mensagens
instantâneas como o Messenger, Skype entre outros recursos foram
importantíssimos para informar o resto do país sobre os acontecimentos e os
lugares para o envio de donativos que ajudariam as populações atingidas.
Este fato evidenciou a mudança profunda nas formas de organização,
identidade, conversação e mobilização social com a comunicação mediada pelo
computador. Raquel Recuero (2009) essa comunicação, mais do que permitir aos
indivíduos comunicar-se, ampliou a capacidade de conexão, permitindo que redes
fossem criadas e expressas nesses espaços: as redes sociais mediadas pelo
computador7.
São essas redes o foco neste estudo. A proposta é apresentar
direcionamentos capazes de nortear a real importância do networking nas redes
sociais digitais, principalmente no Linkedin. Pois, com o amadurecimento da
experiência dos brasileiros com estas plataformas sócio-digitais, a mudança na
maneira do relacionamento profissional nas redes, suas complexificações e
desdobramentos farão parte dos pontos aqui discutidos e apresentados.
O estudo das redes sociais, entretanto, não é novo. O estudo da sociedade
dentro do conceito de rede reproduz um dos focos de mudança que permeia a
ciência do século XX. Embora, durante os séculos anteriores, grande parte dos
cientistas preocuparam-se em examinar os fenômenos, avaliando cada uma das
partes detalhadamente, só a partir do início do século passado, no entanto,
começam aparecer estudos diferentes trazendo o foco para o surgimento das
interações entre as partes.
________________
7
RECUERO, Raquel. Redes Sociais na Internet. Porto Alegre: Meridional, 2009. 1ª reimpressão
14. 14
Para Recuero (2009) a abordagem de rede fornece ferramentas únicas no
estudo dos aspectos sociais do ciberespaço, permitindo verificar, por exemplo, a
criação de estruturas sociais, suas dinâmicas, tais como a criação de capital social e
sua manutenção, o emergir da cooperação e da competição; as funções das
estruturas e até mesmo, as diferenças entre os variados grupos e seu impacto nos
indivíduos.
Estudar o Networking existente nas redes, seus desdobramentos e os
elementos dinâmicos que promovem a interação mediada digitalmente no
ciberespaço, portanto, analisando o que acontece entre as partes envolvidas, e isto,
Alex Primo8 explica como sendo uma visão relacional, o estudo dos relacionamentos
dos agentes, focando o “entre” e não nos pólos.
As análises presentes vem ao encontro da discussão entre a real
importância deste recurso nas redes sociais. O objetivo aqui é apresentar
direcionamentos capazes de exemplificar e comprovar de fato, dados precisos sobre
situações que de alguma maneira, indicam novas possibilidades de gerenciamento e
aprimoramento da rede de contatos profissionais do internauta. Oferecendo algumas
ideias e reflexões a quem deseja também compreender como estas tais
possibilidades estão modificando os processos organizacionais no mercado de
trabalho.
Para tanto, este estudo é dividido em duas partes. Na primeira, a abordagem
será focada nos elementos que estruturam as redes sociais digitais e as
observações, atribuições e o gerenciamento do Networking. Nesta parte, veremos
brevemente os papéis dos atores, suas conexões e as principais mudanças já
apontadas por outros autores com o advento dessas plataformas digitais de
relacionamento na Internet. Para a segunda parte, será apresentado um estudo de
caso sobre o acompanhamento das situações de networking analisadas em uma
_______________
8
Alex Primo: É professor do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Informação da UFRGS.
Possui mestrado em Jornalismo (Ball University) e doutorado em Informática na Educação (UFRGS).
Sua tes de doutorado foi premiada pela Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da
Comunicação (Intercom) e pela Sociedade Brasileira de Informática na Educação (SBIE). Foi
secretário da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação - Compós
(2005-2007) e editor dos periódicos e-compós e Intexto. Publicou o livro “Interação Mediada por
Computador: comunicação, cibercultura, cognição”. Atualmente pesquisa escrita colaborativa de
hipertextos e conversações online. Coordena o Laboratório de Interação Mediada por Computador
(LIMC): http://www.ufrgs.br/limc
15. 15
rede social empresarial e, uma pesquisa de campo promovida através da Internet
com inúmeros internautas no Brasil opinando sobre as situações onde foram
empregados possíveis recursos que auxiliaram em algum determinado momento as
relações de networking nas suas redes sociais. Por fim, as considerações finais
sobre os estudos aqui reunidos, discutidos e apresentados.
17. 17
Uma rede social é definida como um conjunto de dois elementos, Raquel
Recuero (2009)9, explica estes elementos como: atores (pessoas, instituições ou
grupos) e suas conexões (interações ou laços sociais). Uma rede, desta forma,
passa a ser a base para observar os padrões de conexão de um grupo social,
oriundos das conexões iniciadas entre os diversos atores. Já estas ferramentas de
comunicação mediadas pelo computador (CMC), possibilitaram que os atores
pudessem organizar, interagir e comunicar com outros atores evidenciando na rede
de computadores, rastros capazes de apresentar os padrões das conexões e a
exposição de suas redes sociais a partir desses rastros.
Dentro desta possibilidade, isto é, ao estudar as interações e conversações
visíveis através dos rastros encontrados na Internet, temos um novo estímulo de
estudo das redes sociais, assim, iremos focar não apenas as mudanças que
surgiram junto as novas possibilidades de construção do Networking nessas redes,
mas também a compreensão dos grupos expressos na Internet e suas relações de
promoção e fortalecimento da cadeia estrutural dos contatos profissionais entre
pares no ambiente organizacional das empresas e as redes específicas para esta
finalidade no meio digital.
É a análise da dinâmica dos processos e os elementos que geram fluxo de
trocas sociais e movimentam essas estruturas que também trataremos neste
capítulo, mas antes, veremos um apanhado geral das Redes Sociais Digitais no
Brasil atualmente.
________________
10
RECUERO, Raquel. Redes Sociais na Internet. Porto Alegre: Meridional, 2009. 1ª reimpressão
(página 24)
18. 18
CAPÍTULO I – REDES SOCIAIS DIGITAIS
1.1 - Redes Sociais Digitais no Brasil
As Redes Sociais foram ganhando cada vez mais espaço entre os
brasileiros, caindo no gosto popular e tornando-se mais utilizadas no dia-a-dia de
profissionais, estudantes, crianças entre outros.
A cada novo lar que recebe uma conexão de banda larga ou lan houses
inauguradas nas cidades brasileiras, o acesso a Internet aumenta progressivamente,
contribuindo desta forma, para a popularização das Redes Sociais como o Orkut,
Facebook e Twitter. Já os Serviços de Mensagem Instantânea (IM) como Messenger
(MSN) e Skype, por exemplo, estão entre os mais utilizados11 e praticamente
empreenderam uma rotina de uso diária entre os internautas. Em 2009, um estudo
do Instituto ComScore, apontou que o Windows Live Hotmail (MSN) representa
aproximadamente 96% do uso de IM no Brasil.
Os brasileiros começaram suas primeiras experiências com Redes Socias
através do Orkut. O sistema desenvolvido por Orkut Buyukkokten em 2001, na
época aluno da Universidade de Stanford e funcionário do Google, foi o primeiro a
ganhar popularidade no Brasil com a aquisição do Google em 2004. Vale lembrar,
que a primeira rede social digital embrionária criada e de acesso livre no mundo foi o
Friendster12, desenvolvida por Jonathan Abrams e Peter Chin em 2002. A mesma
recebeu uma notória participação de alguns milhares de membros no primeiro ano
de funcionamento, porém, acabou possivelmente não se popularizando
mundialmente pela falta de diversos recursos, entre eles a possibilidade da criação
de comunidades. Fato este, que fez com que o Orkut tivesse uma trajetória bem
diferente entre os internautas devido algumas funções já disponíveis no seu
surgimento.
________________
11
Fonte: http://www.housecricket.com.br/blog/index.php/mercado/uso-de-instant-messenger-no-brasil/
(Acesso em 21/10/2010).
12
Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Friendster (Acesso em 21/10/2010).
19. 19
Mesmo assim, o Orkut a princípio era uma rede social fechada, isto é, para
entrar os novos membros precisavam de um invite (convite) de outros membros
participantes, o que valorizava a entrada dos novos, inclusive com a venda de
convites via E-bay13. Mas, só em 2004 com o crescimento do uso do Orkut no
mundo, inicialmente nos E.U.A. impulsionando a compra do software pelo Google, a
concessão do acesso livre aos novos membros fez com que tanto outros países
começassem a descobri-lo, como principalmente os brasileiros, estes por sua vez,
passaram a figurar entre os mais utilizadores chegando a corresponder em 200814, a
75% da base mundial de usuários do Orkut.
De lá para cá, ou seja, da iniciação dos brasileiros nas redes sociais, o Brasil
veio constantemente ganhando destaque no mundo com o aumento do tempo de
navegação nesses ambientes sócio-digitais. E com o amadurecimento dos
internautas, diversas redes sociais foram direcionando o seu foco para o país do
samba. O Google, por exemplo, não tardou muito para perceber a importância da
necessidade da versão em português do Orkut, para buscar fortalecer a abertura e o
crescimento do uso entre os brasileiros. Tamanho crescimento fez também, com que
o gigante das buscas na Internet inaugurasse sua sede brasileira na capital de São
Paulo em 2006.
Em 200915, os brasileiros atingiram a marca inédita de tempo de navegação
na Internet, chegando a 27 horas e 48 minutos por pessoa, mantendo o Brasil a
frente de vários países como Japão, E.U.A. e França. Confira a lista de países no
quadro abaixo:
________________
13
Fonte:http://www.zephoria.org/thoughts/archives/2004/01/29/invites_to_orkut_on_ebay.html (Acesso
em 23/10/2010).
14
Fonte: Dados da ComScore: http://www.comscore.com/press/release.asp?press=2592 (Acesso em)
15
Fonte: Dados do IBOPE Nielsen Online:
http://www.ibope.com.br/calandraWeb/servlet/CalandraRedirect?temp=5&proj=PortalIBOPE&pub=T&
db=caldb&comp=Not%EDcias&docid=0C603C3C20140371832575F3004B038C (Acesso em
23/10/2010).
20. 20
Quadro 1 – Tempo de navegação no Brasil em 2009*
*Fonte:http://www.ibope.com.br/calandraWeb/servlet/CalandraRedirect?temp=5&proj=PortalIBOPE&p
ub=T&db=caldb&comp=Not%EDcias&docid=0C603C3C20140371832575F3004B038C (Julho de
2009) (Acesso em 23/10/2010)
Já em agosto de 2010, a Internet no Brasil cresceu 5,9% (IBOPE Nielsen
Online), passando dos 39,3 milhões para 41,6 milhões de usuários ativos conferindo
seu maior crescimento entre os usuários domiciliares com acesso a banda larga,
confirmando o que fora citado no início deste capítulo, sendo evidenciado no quadro
abaixo:
Quadro 1.2 – Participação dos usuários de internet no Brasil*
21. 21
*Fonte:http://www.ibope.com.br/calandraWeb/servlet/CalandraRedirect?temp=5&proj=PortalIBOPE&p
ub=T&db=caldb&comp=Not%EDcias&docid=E146A914BB4400D18325776100732E25 (Julho de
2010) (Acesso em 23/10/2010)
Este aumento, se comparado ao mesmo período em 2009, correspondeu a
uma alta de 11% segundo o IBOPE16. Desta forma, caso o Brasil venha de fato a
elaborar um Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) no país, ou seja, a criação de
um órgão público que invista na popularização e o barateamento do acesso a
Internet por um conexão de banda larga destinado as classes C,D e E,
provavelmente fará com que os brasileiros alcancem outras marcas significativas
entre os usuários no mundo.
Para compreendermos melhor o avanço das Redes Sociais no Brasil, alguns
gráficos serão apresentados a seguir. Assim, poderemos avaliar a atual situação dos
brasileiros e a sua significativa participação nesses ambientes.
________________
16
Fonte: Dados do IBOPE Nielsen Online:
http://www.ibope.com.br/calandraWeb/servlet/CalandraRedirect?temp=5&proj=PortalIBOPE&pub=T&
db=caldb&comp=Noticias&docid=0A276B95D145374B832577B6007A5F6A (Acesso em 26/10/2010).
22. 22
Gráfico 1.3 – O acesso, a adesão e a experiência dos brasileiros nas redes
sociais*
* Dados do IBOPE Nielsen Online:
Fonte: http://midiassociais.blog.br/2010/11/29/o-fenomeno-das-redes-sociais-no-brasil/ (slides 6 e 8)
Setembro de 2010 (Acesso em 15/10/2010)
No gráfico acima, podemos destacar que 37% dos 8.561 entrevistados, em
11 regiões metropolitanas do Brasil, acessam as Redes Sociais mais de uma vez ao
dia. Outro ponto importante é a mesma porcentagem de participação das classes AB
e C, onde cada uma alcançou o patamar de 45%.
Gráfico 1.4 – Redes Sociais mais acessadas*
* Dados do IBOPE Nielsen Online:
Fonte: http://midiassociais.blog.br/2010/11/29/o-fenomeno-das-redes-sociais-no-brasil/ (slide 9)
Setembro de 2010 (Acesso em 15/10/2010)
23. 23
Este gráfico confirma o Orkut como sendo ainda a rede social mais
acessada no Brasil, mesmo assim, o Facebook, outra rede criada nos E.U.A. vem
aumentado sua participação entre os brasileiros, principalmente entre os internautas
de classe A.
Gráfico 1.5 – Local de acesso*
* Dados do IBOPE Nielsen Online:
Fonte: http://midiassociais.blog.br/2010/11/29/o-fenomeno-das-redes-sociais-no-brasil/ (slide 14)
Setembro de 2010 (Acesso em 15/10/2010)
Aqui podemos visualizar outro ponto interessante, os acessos provindos dos
domicílios corresponderam a 70% do total de entrevistados, sendo em sua maioria
oriundos da classe C, já o acesso através dos celulares alcançou 5% da pesquisa,
destaque para a capital metropolitana Florianópolis que correspondeu a 8% do total
de acessos via mobile.
24. 24
Quadro 1.6 – Adesão a planos de telefonia que possibilitam acesso as redes
sociais via mobile*
*
Dados do IBOPE Nielsen Online:
Fonte: http://midiassociais.blog.br/2010/11/29/o-fenomeno-das-redes-sociais-no-brasil/ (slide 13)
Setembro de 2010 (Acesso em 15/10/2010)
Devemos nos atentar ao crescimento bastante significativo do acesso as
redes sociais via mobile. Mesmo sendo o Brasil um dos países com as mais altas
tarifas de planos de telefonia celular, tanto nos serviços de SMS como também nos
planos de dados das operadoras, ficando em 2009 no 114º na escala de preços
segundo o ranking de 150 países da UIT (União Internacional de Telecomunicações)
divulgado pela ONU17, o estudo apontou naquele ano que os brasileiros
comprometem cerca de 7,5% da renda per capita com gastos de telefonia móvel. No
entanto, com todos os entraves do setor, os brasileiros têm aderido a cada ano mais
facilidades de acesso a Internet via celular, sendo bastante considerável o aumento
da adesão desses novos serviços entre as classes C, D e E, onde praticamente
dobrou a procura nos últimos anos como podemos observar no quadro acima.
_______________
17
Fonte: UIT (União Internacional de Telecomunicações – Informações publicadas no site do jornal
Folha de São Paulo em 02/03/2009 http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u511198.shtml
(Acesso em 28/10/2010).
25. 25
Quadro 1.7 – Intenção dos internautas que ainda não acessam as redes
sociais*
* Dados do IBOPE Nielsen Online:
Fonte: http://midiassociais.blog.br/2010/11/29/o-fenomeno-das-redes-sociais-no-brasil/ (slide 12)
Setembro de 2010 (Acesso em 15/10/2010)
Outro dado importante sobre as redes sociais no Brasil é a intenção dos
internautas que ainda não estão inseridos nesses ambientes, isto é, mesmo ainda
não sendo eles participantes até o momento, a popularidade destas plataformas
entre os brasileiros tem crescido anualmente, fazendo com que cresça também o
interesse dos mesmos em algum determinado momento virem a tornar-se membros
ativos em alguma das redes sociais mais conhecidas no Brasil como o Orkut,
Facebook e Twitter, já citadas neste capítulo. No quadro, a pesquisa do IBOPE
apontou que 34% do total de internautas que não acessa as redes sociais tem
interesse em participar. O que aponta uma enorme possibilidade de ampliação e
maior participação brasileira, mais uma vez, as classes C,D e E se destacam entre
as intenções de uso no futuro. Vale lembrar, que o Plano Nacional de Banda Larga
(PNBL) previsto pelo governo federal possivelmente ainda em 2011, deverá ser um
dos grandes responsáveis pela adesão e facilitação ao acesso das redes sociais por
estas classes.
26. 26
CAPÍTULO II – CARACTERÍSTICAS DAS REDES SOCIAIS DIGITAIS
2.1 - Elementos das Redes Sociais Digitais
As Redes Sociais Digitais contêm elementos característicos, servindo de
base para que tanto a rede quanto as informações a respeito da mesma possam ser
estudadas. Porém, esses elementos não são facilmente distinguíveis. É preciso
alguns questionamentos a fim de elaborar melhor alguns pontos cruciais para este
estudo. Por exemplo, o real entendimento do ator social na Internet, suas conexões
entre outros atores e o que de fato pode influenciar essas redes. Toda esta esfera
acontece dentro da análise da comunicação mediada pelo computador e engloba a
sociabilidade dentro do ciberespaço.
2.2 - Os Atores
O primeiro elemento das redes sociais são os atores, ou seja, as pessoas
envolvidas na rede analisada. Raquel Recuero (2009) define os atores como partes
do sistema, onde os mesmos conseguem influir de forma a moldar as estruturas
sociais, a partir da interação e da construção dos laços sociais.
Assim, neste caso, trabalha-se com representações dos atores sociais, ou
com construções identitárias do ciberespaço. Um ator, assim, pode ser
representado por um weblog, por um fotolog, por um twitter ou mesmo por
18
um prefil no Orkut. (Recuero). (2009, p.25)
Para a autora, mesmo as ferramentas como um weblog, por exemplo, que
pode ser mantido por inúmeros colaboradores, teremos também neste caso o que
ela define como um grupo de vários atores em um mesmo blog coletivo. No entanto,
inicialmente tais ferramentas não são atores sociais e sim representações dos
atores, espaços de interação, lugares de fala, constituídos por atores que expressam
elementos de sua personalidade ou individualidade.
________________
18
RECUERO, Raquel. Redes Sociais na Internet. Porto Alegre: Meridional, 2009. 1ª reimpressão
27. 27
É preciso ressaltar, a existência de um constante processo de construção e
expressão de identidade por parte dos atores na sociabilidade do ciberespaço. E
esta sociabilidade não está mais sustentada em um território geográfico ou presa a
uma identidade local, mas se sustenta em uma rede por onde passam os fluxos de
informações. Castells (2001, p. 147) já havia observado que as redes teriam uma
forte possibilidade de substituírem os lugares que proporcionam a sociabilidade “(...)
o fundamental é a translação de delimitação espacial como fonte de sociabilidade à
comunidade espacial como expressão da organização social” (p. 148). Ressaltando
a rede como o elemento crucial para a organização social.
E este processo não segue apenas as páginas pessoais, como weblogs,
nicknames em chats, perfis em softwares como o Orkut e o Facebook, estas ações
definem a presença do “eu” no ciberespaço, onde apesar de privado, ao mesmo
tempo é também um espaço público, compartilhado com outros atores na rede. Essa
individualidade da expressão, “a fala de alguém” que se manifesta através do
ciberespaço é que faz com que as redes sociais possam ser expressas na Internet.
Desta forma, entender como os atores constroem esses espaços
possibilitadores de expressão é primordial para compreender o estabelecimento das
conexões, e através das mesmas, construídas pelos atores é que compreendemos
os padrões de conexões que são gerados.
Portanto, os atores no ciberespaço podem ser compreendidos como
indivíduos que agem por intermédio dos seus fotologs, weblogs e páginas pessoais,
como também através de seus nicknames. Outra maneira de representação do ator
é através de um link, por exemplo, ao comentar sobre um post em um weblog, o ator
compartilha o endereço eletrônico do seu blog, mesmo utilizando variações do seu
nome real ou algum apelido para a sua assinatura, o link exibido é a maneira com
que será identificado dos outros interagentes.
Já em softwares como o Orkut ou Facebook, os usuários são identificados
pelo seu perfil, desta forma, ao cadastrar um login e senha automaticamente o ator
fica relacionado ao seu perfil. Para evitar esta identificação direta, muitos usuários
criam perfis falsos na rede, conhecidos no meio como perfil “fake”, assim, utilizam
estes perfis para interagirem nesses ambientes sem ser reconhecidos pelos demais.
Nesse sentido, perfis do Orkut, Twitter, weblogs etc, servem de pistas para
identificar um determinado “eu” entre os demais, sendo construções representativas
das múltiplas faces da identidade de um ator.
28. 28
2.3 - As Conexões, os Laços Sociais e a Interação
Se por um lado os atores representam os nós da rede analisada, as
conexões por outro lado, podem ser percebidas de diversas maneiras, de modo
geral, estas conexões em uma rede social são estabelecidas através dos laços
sociais, estes por sua vez, necessitam da interação social entre os atores.
As interações são visíveis através dos rastros sociais deixados na Internet,
um comentário postado em um blog, por exemplo, permanecerá ali até que o seu
autor ou alguém delete, ou ainda, o weblog saia do ar. Isto permite ao pesquisador o
acompanhamento das trocas sociais, embora distante, mas observando no tempo e
espaço de onde foram realizadas.
Outro fator característico que encontramos na interação mediada pelo
computador é a capacidade de migração, onde as interações entre os atores podem
difundir por diversas plataformas de comunicação, como por exemplo, entre o Orkut,
o Facebook e blogs. Essa migração, para Recuero (2009, p.36) auxilia na percepção
da multiplexidade19 das relações, afirmando um indicativo de laços sociais fortes que
estão presentes na rede.
2.4 - O capital social
Outro elemento muito importante na análise da qualidade das conexões de
uma rede social na Internet é o capital social. O capital social é algo estudado por
diversos autores como um indicativo da conexão entre os usuários em uma rede
social. No entanto, não há exatamente um consenso geral entre os estudiosos sobre
qual vertente deve ser seguida, como explica Recuero (2009). Existe, porém, uma
concordância a respeito do conceito onde se refere a um valor constituído através
das interações entre os atores sociais.
________________
19
O conceito de multiplexidade remete á idéia de localizações múltiplas. Assim, “uma relação é
multiplexa quando acontecem múltiplas transações, quer dizer, quando há um crescimento de
parceiros. Assim, o índice de multiplexidade é dado a partir da seguinte relação: m = n/p, onde n e o
número total de trocas e p o número de pares que estão em relação em pelo menos uma troca.
(Forsé,1999:46). Fonte: http://redalyc.uaemex.mx/redalyc/html/931/93101207/93101207.html (Acesso
em 30/10/2010).
29. 29
Talvez seja este um dos elementos principais nos estudos que se dedicam a
analisar e compreender as redes sociais, no qual os valores que circulam nas redes
sociais são notados pelos atores que fazem parte dessas redes. Desta forma, o
capital social pode ser tanto coletivo como também individual. O aspecto individual
surge dos interesses dos usuários em tornar-se parte de uma rede social para a
busca do seu próprio benefício. O aspecto coletivo surge do fato de que o capital
social individual incide amplamente no coletivo do grupo. Recuero também cita
Putnam (2000), onde o autor destaca que há duas formas básicas de capital social,
o capital conector (bridging) e o capital fortalecedor (bonding). Ele explica o segundo
como sendo a intimidade, a proximidade e outras qualidades geralmente atribuídas a
grupos mais coesos e com laços fortes. Enquanto o primeiro está direcionado com
as relações mais distantes, entre grupos heterogêneos, denominados aqui como
laços fracos.
Dentro da ótica sobre o Networking nas redes sociais digitais, voltaremos a
falar sobre o capital social no próximo capítulo, pois é preciso operacionalizá-lo, a
fim de discuti-lo sobre a esfera que englobe a construção do Networking em uma
rede social.
CAPÍTULO III – O Networking
3.1 – O Networking nas Redes Sociais
Antes de falar a respeito do Networking nas redes sociais, é preciso
entender primeiro, o que de fato compreende-se em relação ao conceito de
Networking. Termo este, bastante utilizado nos dias atuais e mencionado
frequentemente pela maioria dos internautas nas situações provindas e relacionadas
aos contatos profissionais. No entanto, o Networking engloba a construção de
relacionamentos que podem atender tanto a interesses profissionais como também
pessoais. Ele não acontece apenas digitalmente, pelo contrário, antes do advento da
Internet e sua revolução nos meios de comunicação, os únicos meios de construir
esse relacionamento era através das visitas, almoços, correspondências, feiras de
30. 30
negócios, encontros em grupos e outras possibilidades necessárias até hoje, porém,
demandam tempo e nem sempre são viáveis.
Os meios eletrônicos logicamente aperfeiçoaram a comunicação e
revolucionaram a maneira com que as pessoas se relacionam e constroem sua rede
de contatos. E isto, é bem visível se observado o crescimento do uso de redes
sociais como o Twitter e o Linkedin, por exemplo, ambos utilizados como
ferramentas para a promoção do Networking nesses ambientes. Vale ressaltar as
diferenças entre eles, o microblog Twitter vem sendo bastante utilizado na
divulgação de oportunidades de trabalho por empresas e portais de recrutamento,
pois permiti em tempo real tanto a divulgação das ofertas de trabalho como também
o conhecimento das mesmas pelos candidatos interessados que seguem (followers)
os perfis de empresas e portais de vagas. Já o Linkedin é exclusivamente destinado
para fins profissionais, com finalidades que permitem a interação com empresas, a
troca de experiências com outros profissionais do mercado, a visibilidade em nichos
profissionais e empresas específicas por segmentos, a constante atualização do
histórico profissional do internauta com seus contatos diretos e o conhecimento de
novas práticas empresariais.
Se voltarmos no tempo, antes as empresas recebiam inúmeros currículos,
pilhas e mais pilhas de papéis e executavam um processo demorado de seleção
fazendo com que tanto os empregadores como os possíveis candidatos a vaga de
emprego sofressem entraves penosos, burocráticos e pouco eficientes no quesito
agilidade, prejudicando e muito novas contratações e acertos nas mesmas, isto é,
filtrar todo este material era muito demorado quando não, ineficiente. Hoje, softwares
existentes na Internet e no computador fazem tudo isso em segundos, agilizam
processos e ainda permitem a interação.
As empresas podem atualmente acompanhar o desempenho dos
candidatos, sua participação, seus contatos, sua notoriedade, seus interesses, e
especializações nas redes sociais digitais, onde basicamente o acesso as
informações tornou-se mais democrático, rápido e compartilhado entre pares.
Neste ponto, podemos retomar a questão do capital social relacionado no
capítulo anterior. O mesmo provém de relações sociais que podem fornecer a um
determinado ator algumas determinadas vantagens de acordo com a percepção e
sua influência em relação a outros atores nas redes sociais, tais relações têm base
31. 31
individual, embora estejam agindo como coletivas20, assim explica Coleman (1988),
outro autor citado por Recuero (2009).
Fica cada vez mais evidente a importância do gerenciamento dos contatos
profissionais, sendo as redes sociais as principais ferramentas inseridas nesta nova
ótica no século XXI. Experimentar essas ferramentas de forma objetiva e
estratégica, buscando sua utilização de modo disciplinado importa na aprendizagem
conjunta dos envolvidos que amadurecem no desenvolver das suas interações.
É imprescindível procurar compreender que as redes sociais nascem e
desenvolvem-se ao redor de características próprias e diferem uma das outras,
salvo algumas particularidades aparentemente comuns entre elas, exemplo, a
divulgação de interesses pessoais ou profissionais, no entanto, deve-se pensar
estrategicamente se realmente faz sentido participar de todas as redes ou se
devemos selecionar de acordo com os nossos interesses em qual participar, mas
para isso, é necessário identificar a real situação de onde estamos e aonde
queremos chegar, analisando de que forma as redes sociais poderão ajudar neste
processo.
O Brasil é um dos principais países em volume de usuários do Linkedin no
mundo, com aproximadamente 2 milhões de membros21, atualmente boa parte do
seu crescimento no país atribuí-se a popularização da rede social com o lançamento
da sua versão em português em abril de 2010, tornando-se a principal plataforma de
relacionamento profissional entre os brasileiros. Este crescimento permanece em um
ritmo acelerado a medida que novas empresas passam a aderir a visualização dos
perfis dos usuários como um dos critérios na contratação de novos profissionais,
como já citado. A seguir, analisaremos algumas particularidades do Linkedin e com
base em alguns dados e infográficos, poderemos estruturar as principais
características dessa ferramenta.
________________
20
RECUERO, Raquel (2009) cita que o conceito de capital social “é baseado nos conceitos de habitus
e conflito. O habitus como uma série de formas de comportamento que as pessoas adquirem pela
vida em sociedade, uma espécie de condicionamento social. O conflito como mudança, como
essência da sociedade extratificada”
21
Matéria publicada em 19/08/2010 no site do Portal de Notícias G1 na categoria “Economia e
Negócios” do Globo.com. http://g1.globo.com/economia-e-negocios/noticia/2010/08/numero-de-
usuarios-do-linkedin-no-brasil-dobra-em-4-meses.html (Acesso em 04/01/2011).
32. 32
3.2 – O Linkedin
Diferentemente das inúmeras redes sociais presentes hoje na Internet, o
Linkedin destaca-se por ser exclusivamente focado na construção e gerenciamento
do relacionamento profissional. Ou seja, basicamente sua dinâmica não consiste na
troca de fotos, recados (scrapts) ou conversas via chat, o ambiente é todo
direcionado para uma esfera madura amparada na troca de referências
profissionais, empresas por segmento de mercado, recomendações entre outros
atributos, podendo ser utilizado na versão gratuita, esta porém, tem algumas
limitações de uso, ou também na versão paga, que permite para candidatos a
procura de emprego e empresas, o acesso a ferramentas destinadas no auxílio e
agilidade da oferta e busca de vagas, além disso, a sondagem e aproximação de
grupos profissionais por afinidades semelhantes, são a princípio algumas das
características dessa ferramenta.
Fundado em maio de 2003 através de uma start-up por Reid Hoffman, Allen
Blue, Jean-Luc Vaillant e Konstantin Guericke22, o que resultou no site com o mesmo
nome criado por Hoffman e Guericke, ambos formados em Stanford no estado da
Califórnia nos E.U.A., no entanto, começaram a planejar sua rede profissional online
ainda no final da década de 90.
Atualmente a rede abriga aproximadamente 85 milhões de perfis, sendo em
sua maioria, contas pertencentes a usuários de fora dos E.U.A., segundo informou a
RP do Linkedin, Christa Canfield23 em entrevista ao portal de notícias IDGNow no
início de janeiro deste ano, o Brasil como já foi citado, corresponde com cerca de 2
milhões desse total de usuários, ficando entre os seis países que mais utilizam a
ferramenta, atrás dos Estados Unidos, seguido da Índia, Reino Unido, Canadá e
Holanda.
________________
22
Fonte: Site USA Today, post publicado em 09/05/2007 - “Business of LinkedIn is ... business”
http://www.hsw.uol.com.br/framed.htm?parent=linkedin.htm&url=http://www.usatoday.com/tech/webgu
ide/internetlife/2007-09-04-linked-in_N.htm (Acesso em 30/12/2010).
23
Fonte: Site IDGNOw, post publicado em 04/01/2011 - “LinkedIn: você sabe usar essa rede social?”
http://idgnow.uol.com.br/blog/navedigital/2011/01/04/linkedin-como-usar/ (Acesso em 30/12/2010).
33. 33
O número de brasileiros com perfil na ferramenta deverá crescer ainda mais
nos próximos dois anos, isto é, se observarmos que antes da sua versão em
português, o Brasil já correspondia com cerca de 1 milhão de perfis criados até abril
de 2010, com a versão portuguesa este número praticamente dobrou em menos de
um ano, indicando que talvez poderemos corresponder próximo a 5 milhões de
usuários até meados de 2013. Este aumento significativo da participação brasileira
também está relacionado diretamente com o número crescente de empresas que
aderem o Linkedin e criam suas páginas oficiais na ferramenta, boa parte delas
utilizam a versão paga, o que possibilita novos recursos para a divulgação de vagas
e o recrutamento de novos funcionários, sendo eles passivos (os que não estão
procurando emprego no momento, porém possui qualidades que motivam empresas
a contactá-los) ou os que estão a procura de novas vagas (ativos que estão
empregados ou não). Hoje, já são ao todo 500 empresas brasileiras cadastradas,
em suma, boa parte delas são de agências de publicidade e comunicação,
tecnologia, bancos e universidades, mas para a maioria dos setores empregatícios
no país, existe ao menos uma empresa cadastrada.
A seguir, podemos observar um pouco da participação da ferramenta no
mundo através dos gráficos abaixo, no entanto, os mesmos podem conter alguns
dados um pouco desatualizados, já que parte da mensuração dos mesmos é do
início de 2010.
Gráfico 3.2.1 – O Linkedin no mundo – Países e quantidade de usuários*
* Créditos: Vincenzo Cosenza: http://www.vincos.it - Dados: http://www.linkedin.com/directads
34. 34
“The State of Linkedin” Publicado em 22/5/2010 por Marc Metekohy no ViralBlog
http://www.viralblog.com/research/the-state-of-linkedin/ - Os dados correspondem ao início de 2010,
na época o número de usuários do Linkedin no mundo era de aproximadamente 70 milhões,
atualmente este número beira os 90 milhões de membros em mais de 200 países, está disponível em
seis idiomas: Inglês, Francês, Alemão, Italiano, Português e Espanhol (Acesso em 4/1/2011).
Gráfico 3.2.2 – O Linkedin – Gênero e idade*
* Créditos: Vincenzo Cosenza: http://www.vincos.it - Dados: http://www.linkedin.com/directads “The
State of Linkedin” Publicado em 22/5/2010 por Marc Metekohy no ViralBlog
http://www.viralblog.com/research/the-state-of-linkedin/ - Apesar dos dados corresponderem ao início
de 2010, a situação permanece praticamente estável sendo a maioria formada por membros do sexo
masculino, a faixa etária é constituída em sua maioria por pessoas com idades entre 25 a 34 anos,
elas correspondem aproximadamente por mais de 50% do total de usuários no mundo. (Acesso em
4/1/2011).
Gráfico 3.2.3 – O Linkedin – Setores do mercado industrial*
* Créditos: Vincenzo Cosenza: http://www.vincos.it - Dados: http://www.linkedin.com/directads
“The State of Linkedin” Publicado em 22/5/2010 por Marc Metekohy no ViralBlog
http://www.viralblog.com/research/the-state-of-linkedin/ - Os segmentos ligados a tecnologia
correspondem pela maioria das empresas que habilitaram seus perfis no Linkedin (atualmente
denominados de Company Pages). Ao todo, mais de um milhão de empresas de vários setores
industriais criaram seus perfis na ferramenta. (Acesso em 4/1/2011).
35. 35
Quadro 3.2.1 – O Linkedin entre os 10 sites de Redes Sociais mais acessados
no Brasil*
Principais Sites de Rede Social no Brasil por Visitantes Únicos
Agosto 2010
Total Audiência da Internet no Brasil*, Idade 15+ - Casa & Local de
Trabalho
Fonte: comScore Media Metrix
Total Média de Média de Média de
Visitantes Minutos Páginas Visitas por
Únicos por por Visitantes
(000) Visitante Visitantes
Total Pessoas na 37,527 1,561.0 2,109 58.0
Internet: 15+
Redes Sociais 36,059 252.6 585 32.4
Orkut 29,411 275.8 657 35.8
Windows Live Profile 12,529 5.5 12 3.7
Facebook.com 8,887 29.3 55 6.6
Twitter.com 8,621 31.8 44 7.5
Formspring.me 3,638 34.8 57 9.0
Sonico.com 1,711 10.0 15 2.9
Ning.com 1,570 6.4 10 2.4
LinkedIn.com 1,471 10.7 26 2.6
Multiply.com 1,349 3.6 5 1.6
Vostu.com 1,130 2.2 2 1.7
* Exclui tráfego originado em computadores públicos, como Internet Cafés e celulares ou PDAs.
Fonte:http://www.comscore.com/por/Press_Events/Press_Releases/2010/10/Orkut_Continues_to_Lea
d_Brazil_s_Social_Networking_Market_Facebook_Audience_G rows_Fivefold/%28language%29/por-
BR (Acesso em 4/1/2011).
37. 37
CAPÍTULO IV– O Networking na prática
4.1 – Estudo de Caso (Agência Click)
O projeto de pesquisa a seguir foi elaborado em maio de 2008 e
apresentado como parte de um paper que analisou as situações de Networking
observadas em uma rede social corporativa. Na época, o trabalho de cunho
acadêmico desenvolvido na disciplina “Comunicação e Negócios na Era Digital”,
lecionada pelo então professor do curso de pós-graduação Marcelo Coutinho
(atualmente também professor da Fundação Getúlio Vargas) na Faculdade Cásper
Líbero em São Paulo.
Projeto Individual de Pós-Graduação do Curso de Marketing e
Comunicação Publicitária da Faculdade Cásper Líbero. Maio/2008
Paper: O Networking na rede social digital ClickAqui
Foco de estudo: Site da Rede Social Digital da Agência Click
http://clickaqui.agenciaclick.com.br/
O objetivo deste paper é analisar e compreender a relação de networking
gerado na rede social digital ‘ClickAqui’. Uma vez que a Click, agência de
publicidade digital no Brasil, foi à pioneira no país a disponibilizar uma plataforma de
relacionamento profissional em uma rede digital, como também iniciou um enfoque
no sucesso das redes sociais digitais no País. Atualmente, a agência vem
desenvolvendo diversos trabalhos do segmento como também a criação de um
departamento responsável apenas por ações dessa categoria.
Este estudo de caso contribuirá para compreendimentos e análises futuras
correlacionadas a também relação de networking, que possa ter ocorrido em outras
diversas redes sociais digitais. Vale lembrar, que por se tratar de algo ainda recente
38. 38
no mercado, toda a atividade direcionada na pesquisa acadêmica estará focada na
compreensão dos dados conseguidos.
Uma vez analisados os respectivos dados, será concluído este, com a
elaboração de uma narrativa final em caráter exploratório e imparcial.
Para melhor estruturar a análise, foi criada uma metodologia para orientar os
passos do projeto.
4. 2 – Metodologia
A partir deste ponto, ficou definida a estrutura do trabalho e estipulado as
seguintes diretrizes da pesquisa. São elas:
Primeira Parte:
_ Ter acesso ao número de cadastros atualmente;
_ Estipular os 30 principais usuários, analisar e acompanhar suas páginas
pessoais criadas na rede pelo período de 20 dias;
_ Saber quais foram os contatos de entrevistas para trabalho;
_ Conseguir algo concreto sobre a proporção de facilitação na busca de
novos talentos com a implantação da Rede Social Digital no site da agência;
_ Analisar se o processo auxiliou na prospecção e vinda de novos clientes na
carteira da agência interessados na mesma plataforma.
Segunda Parte:
_ Elaboração e apresentação da conclusão, com a estruturação dos dados
obtidos.
39. 39
4. 3 – Abordagem dos Dados de Pesquisa
Após a escolha dos 30 membros sobre os critérios citados na ‘Metodologia’,
foram acompanhados no período programado, onde foi possível registrar algumas
anotações durante a análise geral.
Um ponto em especial é interessante ressaltá-lo. As características gerais
dos perfis dos membros da comunidade. As principais delas são:
_ Funcionários da Agência na Região de São Paulo, Brasília e Belo
Horizonte. Localidades estas, onde estão os escritórios da agência;
_ Parceiros de Negócios;
_ Ex-Funcionários;
_ Funcionários de outras agências;
_ E a grande maioria é de pessoas interessadas em trabalhar.
No início da pesquisa eram ao todo 1.344 (Um mil trezentos e quarenta e
quatro) membros, ao decorrer da análise referente ao período de 30 dias, este
número saltou para 1.506 (Um mil quinhentos e seis) membros.
4. 4 – A participação dos membros
Em geral, a participação costuma ser esporádica entre os membros, com
picos de interação no inicio do contato e uso da plataforma de relacionamento. Após
este período, as participações tendem a se manter reduzidas e com intervalos de
vários dias, ou meses conforme verificado nos registros de data das páginas.
40. 40
Percebeu-se também grande índice de participação nas páginas dos
colaboradores, com upload de dados (fotos, vídeos, blogposts e músicas) e o uso
das mensagens pessoais enviadas nas páginas dos mesmos.
Na ocasião, ainda foi constatado o uso muitas vezes para ações de
endomarketing por parte de uma colaboradora da AgênciaClick que utilizou das
mensagens enviadas nas diversas páginas da comunidade, informando e
convidando os demais colaboradores para participar das atividades e eventos da
empresa.
Outro ponto em destaque é a participação do CEO da agência, Pedro Cabral
(ver quadro 6) é um dos principais colaboradores, enviando e respondendo
mensagens e realizando diversos uploads de arquivos em sua página.
Os demais usuários também fazem o upload de fotos e músicas. Vale
destacar que poucos escrevem blogposts em suas páginas e muitos ainda não
possuem amigos na comunidade. Em geral, a participação da grande maioria ainda
é ‘inibida’ e com pouca constância como já fora citado.
Outro dado importante é a ampla participação de membros do sexo
Feminino (ver quadro 6.1), onde pode-se constar que mais de 50% da comunidade é
formada por este público. A maior parte é de colaboradores da agência e outra parte
de mulheres interessadas em trabalhar na empresa.
A interação delas também é mais expressiva se comparada com os homens.
Um exemplo, na página de recados do CEO, tem atualmente 30 mensagens
enviadas por 21 mulheres e 20 mensagens enviadas por 17 homens.
41. 41
Quadro 4.1 – Interação feminina na Rede Social da agência Click
Perfil do CEO: Pedro Cabral
Quadro 4.2 – Interação feminina na Rede Social da agência Click
42. 42
4. 5 – Os Grupos
Atualmente existem 19 (dezenove) grupos criados por membros e
colaboradores da agência na comunidade. A média geral de participantes é em torno
de 04 (quatro) membros por grupo. Sendo que em apenas um, existe 27 (vinte e
sete) membros cadastrados, no qual este grupo destina-se a ‘tônica’ dos que
querem trabalhar na Agência Click.
O grupo “Eu quero trabalhar na Agência Click” (ver quadro 4.3) criado
pelo membro “Rodrigo Paes”, um dos interessados em trabalhar na agência, além
de ser o maior em número de participantes até o momento, serve também como
espaço para blogposts relacionados à causa incomum dos participantes.
Atualmente, há 08 (oito) posts no grupo com os tópicos como: “Em busca de um
oportunidade na agência click”, “RH da AgênciaClick” (criado pelo colaborador
interno “Fábio Fernandes”, onde o mesmo incentiva o envio de currículos para o RH
da agência), “Webdesigner procura estágio”, onde o membro “Leandro Costa”
indica um link para visualização dos seus trabalhos e os demais tópicos do grupo.
Outro destaque é o grupo “Currículos”, com 20 (vinte) membros atualmente,
este grupo é mais um canal de networking na comunidade. Criado pela própria
agência, nele os membros são incentivados a enviar seu currículo diretamente para
as respectivas áreas de trabalho. Com a descrição “Você quer ser um clicker?
Então clique em sua área de atuação e mande seu currículo ou portfólio para a
gente”.
Os currículos podem ser enviados para os seguintes departamentos:
_ Administrativo / Financeiro;
_ Atendimento / Comercial;
_ Criação / Design;
_ Criação / Propaganda;
_ Criação / Interface
_ Engenharia / TI
_ Planejamento
_ Mídia on-line;
_ Gestão de Projetos;
_ Relações Públicas.
43. 43
Quadro 4.3 – Candidatos a procura de ofertas de trabalho
Os grupos existentes até o momento são:
Mídias Sociais como Ferramenta de Marketing (Criado por “Oswaldo S.
Neto”)
3 membros
www.garotadosite.com.br/curtaConteudo para TV Movel e G3 (Criado por
“Silvio Monteiro” - Parceiro de Negócios) 1 membro
NATAL ENCANTADO NO BRASIL (Criado por Ivan “Wagner”)
1 membro
O que farei quando chegar lá na Agência Click (Criado por “Cristiano”)
4 membros
44. 44
Disciplinas (Criado por “AgênciaClick”)
3 membros
Qualidade de Vida (Criado por “AgênciaClick”)
2 membros
Currículos (Criado por “AgênciaClick”)
20 membros
Prêmios (Criado por “AgênciaClick”)
1 membro
Clientes (Criado por “AgênciaClick”)
1 membro
Estudos (Criado por “AgênciaClick”
1 membro
Modelo de Trabalho (Criado por “AgênciaClick”)
6 membros
Diretores (Criado por “AgênciaClick”)
7 membros
Microsoft Expression (Criado por “Daniel Ottoni” – Colaborador Interno)
5 membros
Site da CAIXA. Isso sim é que é SITE (Criado por “Marcelo L. de
Albuquerque” - Colaborador Interno) 1 membro
Eu quero trabalhar na Agência Click (Criado por “Rodrigo Paes”)
27 membros
45. 45
Blogueiros Clickers (Criado por “Willians de Abreu”)
15 membros
Eu amo trabalhar como Atendimento (Criado por “Camila Junqueira”)
3 membros
Sessão de Filmes ClickBSB (Criado por “Allan P. Rodrigues Alves” -
Colaborador Interno) 13 membros
Criativos Memoráveis (Criado por “Talita Chachamovitz” - Colaborador
Interno) 11 membros
4. 6 – O acompanhamento dos Usuários
Os dados contidos neste relatório são partes do acompanhamento dos 30
(trinta) usuários analisados pelos critérios da metodologia aqui mencionada, como
também da visualização de outros diversos perfis aleatórios durante o processo.
No entanto, não serão mencionados os perfis, entendendo-se, não ser
necessário à apresentação dos nomes analisados.
Como já fora mencionado, grande parte dos usuários tende a permanecer
com uma participação esporádica. Onde alguns dados são de datas que variam
entre 01 (um) e 03 (três) meses atrás.
Um dos critérios que também auxiliou na escolha de alguns membros para o
acompanhamento, foram os registros dos blogposts em destaque no arquivo da
Comunidade, como também o grau de relevância observado nas mensagens
arquivadas nas páginas dos mesmos. Avaliando as respostas, contatos e frequência
nos diversos perfis estudados.
Nenhum dos pesquisados foi contactado via e-mail ou telefone, também não
fora fornecido dados cadastrais por parte da agência e nem revelado maiores
detalhes sobre os mesmos.
46. 46
Toda a pesquisa seguiu de forma independente, sem participação direta ou
indireta dos analisados, como também já citado, sem prévio direcionamento dos
participantes da Comunidade.
4. 7 – Contratações geradas pela Rede Social Digital
As contratações geradas através da Comunidade ainda são poucas, sendo
que até o momento, foram concretizadas apenas 02 (duas). Porém, várias pessoas
foram contactadas e algumas até chegaram a passar por uma entrevista na agência
após serem notadas (avaliadas) através de seus relatos, interações e uploads.
Em conversa com o Diretor de Rede Sociais da agência, “Jeff Paiva”, ficou
claro que a plataforma tem ajudado sim na busca de novos talentos em futuras
contratações. Embora ainda pouco expressivo o número, tudo indica que esta
maneira de relacionamento promete inovar e agilizar este processo nos dias atuais.
Outro detalhe importante a ser destacado, é que através das atividades de
cada membro em sua página pessoal, como recados, respostas a fóruns da
comunidade, fotos e arquivos, todo este material também é levado em consideração
na avaliação dos diretores da agência. Outro ponto são as observações feitas pelo
próprio CEO, “Pedro Cabral”, que diversas vezes respondeu e até orientou seus
colaboradores a entrar em contato com alguns membros para agendar possíveis
entrevistas de trabalho.
Justificando a utilização real da ferramenta, no processo de networking na
relação Agência x Profissionais na plataforma, além da facilitação no processo de
contratação, as análises feitas no estudo, também comprovaram que tal iniciativa
pode ainda num futuro próximo, inovar toda a maneira de contratação dentre as
empresas.
Porém, notou-se também, que alguns membros ainda não possuem de fato
uma objetividade no seu cadastro e forma de relacionamento na comunidade (ver
quadro 4.4). Prova disso, é o simples fato de muitos ainda permanecerem com seus
cadastros incompletos e sem amigos ou participações em grupos.
47. 47
Apresentando um possível questionamento sobre a falta de informação clara
no que se destina essa comunidade. Como por exemplo, a inexistência de um link
com a nomenclatura típica como “Sobre”, onde deveria haver uma explicação
contextual em relação à Comunidade, seus fins e objetividade nas interações e
formas de networking através dela.
O que se constatou no estudo, é que muitos membros como já citado, ainda
não visualizaram com a respectiva importância a possível finalidade da comunidade
em si, ou seja, meramente se cadastraram por curiosidade ou algo parecido, no
entanto, a falta de um link direto com a narrativa desta importância, pode sim,
implicar na desvalorização ou não consentimento dos diversos membros
cadastrados até o momento.
Logicamente, esta afirmação tem como base o fato em que este tipo de
estrutura ainda é novo aos procedimentos de relacionamento pessoal na esfera de
trabalho no Brasil. Onde em suma, a maioria dos internautas fazem um uso da
internet de maneira ‘medíocre’, talvez por falta de uma certa “educação digital”.
Sobretudo, a iniciativa da Comunidade “ClickAqui” deve ser avaliada como
inovadora e que, como já dito, servirá de estímulo para outras demais empresas no
quesito agilização e proximidade no contato entre interessados e contratante.
Ainda nesta questão, há alguns meses atrás, a agência acrescentou um link
na aba superior onde à mesma utiliza a nomenclatura “Seja um Clicker”. Neste
espaço, o visitante pode preencher um questionário (ver quadro 4.5) relacionado aos
seus dados pessoais, sua formação acadêmica, afinidade com outras línguas e
experiências profissionais. Em suma, o cadastramento do seu currículo, inclusive
com o envio de links para visualização do portfolio de trabalho.
O que ainda, não dispensa a sugestão do acréscimo do link “Sobre”, citado
acima.
49. 49
4. 8 – Prospecção e vinda de novos clientes
A iniciativa da Comunidade no próprio site institucional da agência, vem
atraindo o foco de outras empresas interessadas em conhecer melhor toda a
estrutura, como também, já resultou em alguns trabalhos, entre eles o case do
“Banco do Planeta”. Este se trata da Comunidade do Banco Bradesco, até o
momento com 7.997 (sete mil novecentos e noventa e sete) membros, onde são
discutidas ações que contribuem para “um planeta sustentável” (ver quadro 9).
Em entrevista por e-mail, o diretor de Redes Sociais, “Jeff Paiva”, citou o
seguinte: “O número de RFPs e solicitações de visita à nossa área comercial, com
interesse específico em ações de Social Media, aumentou muito desde a
implementação da comunidade como home-page da AgênciaClick. Não posso abrir
números, mas foi um crescimento significativo.”
Quadro 4.6 – Banco do Planeta
http://www.bancodoplaneta.com.br/
50. 50
4. 9 – Observações
Não será aprofundada esta observação, apenas como item de informação,
toda a estrutura da plataforma de relacionamentos utiliza o modelo “Ning”, (ver
quadro 9.1), para saber mais acesse a página: http://www.ning.com
Quadro 4.7 – Plataforma Ning.com
http://www.ning.com/
51. 51
Tabela de Dados:
MEMBROS 1506*
SEXO Aproximadamente 59% dos membros são do sexo Feminino, os
E IDADE outros 41% do sexo masculino. Maior concentração entre a faixa
etária de 20 a 35 anos.
PERÍODO DE Inicio do uso da ferramenta. Alguns casos apresentarão alguns
‘picos’ de atividades num período de
INTERAÇÃO
03 meses.
CONTRATAÇÕES Concluídas 02*
CARTEIRA DE Aumento de RFPs e solicitação de visitas para apresentação da
plataforma. Número de projetos fechados até o momento não foi
CLIENTES
revelado pela agência.
NÍVEL DE
INTERAÇÃO DOS A maioria ainda é inibida e apenas sazonal.
MEMBROS
Estreitou a distância entre o CEO e os membros, em alguns casos,
resultando em entrevistas de trabalho.
Facilitou o envio de currículos.
GRAU DE Possibilitou a criação de grupos com causas relacionadas a
contratações.
NETWORKING
Auxilia como possível análise-prévia de candidatos para as
respectivas vagas de trabalho.
Pode ser utilizada como canal direto entre Clientes e Parceiros de
Negócios, como também colaboradores e ex-colaboradores.
* Até o fechamento desta pesquisa.
52. 52
Conclusão
Após as análises feitas durante o período de estudo em que permaneci em
contato integral na maioria das vezes com a plataforma da Comunidade “ClickAqui”,
pude observar os respectivos pontos aqui já citados, os quais, com toda a certeza,
servirão de base para novos estudos na mesma plataforma como também em outras
iniciativas próximas a ela.
Vale lembrar que, ao final das narrativas aqui descritas, constatou-se que a
estrutura é de suma importância para as novas relações de trabalho principalmente
nestes dias atuais. E esta plataforma, além de inovadora por esses ares, contribui e
muito para a simplificação e agilidade das mesmas, como também vem a estimular
outras iniciativas desta mesma magnitude na amplitude mercadológica ainda a ser
explorada.
Embora o uso ainda demonstra-se inibido por uma boa parte dos membros,
tudo indica que, à medida que os mesmos forem tomando conta da importância e
distinção da Comunidade, o uso deve se tornar natural, maduro e com alto grau de
interação. Ainda, convém não dispensar meios para tal finalidade, como por
exemplo, dicas em links específicos nas páginas dos usuários.
Em suma, as experiências angariadas com o uso e aperfeiçoamento desta
ferramenta darão a Agência Click todo um Know How nas ações de Relacionamento
e novos modelos de contato entre usuários x empresas.
53. 53
CAPÍTULO V– ESTUDO DE CAMPO
5.1 - Pesquisa: A importância do Networking nas Redes Sociais Digitais
(Novembro/2010)
A pesquisa
Para todo o estudo de causa é indispensável uma pesquisa de campo, pois
através disso, dados podem ser atualizados e conflitados com hábitos, tendências e
o panorama geral que nos é informado todos os dias por diversos canais de notícias,
weblogs entre outros. Em resumo, o trabalho de pesquisa realizado neste estudo
contribuiu com diversas informações para a tônica da importância do Networking nas
Redes Sociais Digitais, em especial no Brasil.
Para melhor definir cada etapa envolvida no processo serão apresentados
três pontos: O apanhado geral; Metodologia; e por último, Gráficos e Análises.
5.2 – O apanhado geral
Neste ponto, uma visão geral do processo será apresentada a fim de ilustrar
os desdobramentos da pesquisa, principalmente sua forma de divulgação, diga-se
de passagem, quase que totalmente em algumas respectivas redes sociais, por
exemplo, no Twitter e no Facebook.
A pesquisa foi destinada para todo o Brasil, no entanto, a grande maioria dos
participantes provinha da região sudeste, sendo uma boa parte das capitais de São
Paulo e Rio de Janeiro, isto, pode não estar apenas relacionado ao fato que
tecnologicamente estas regiões compõem a maioria dos usuários de internet no
país, mas também está diretamente ligado aos meios de divulgação utilizados, já
54. 54
que o seu início foi direcionado através do Twitter, onde boa parte dos meus
contatos é oriunda dessas regiões.
Com o recurso de direct (mensagem direta e individual entre os atores) da
ferramenta Twitter, o link da pesquisa foi compartilhado, depois, amigos, contatos
profissionais e outros usuários aderiram voluntariamente a divulgação projeto,
twittando (publicando o link no twitter) e retwiitando (republicando por outros atores)
por outros amigos, neste momento, foi fundamental a relação de Networking mantida
com a lista de contatos, o que proporcionou uma maior abertura na participação dos
mesmos.
Por outro lado, o uso do email também foi de grande importância em
algumas situações distintas, como por exemplo, contactar alguns atores bem
influentes nas redes sociais, por meio destas mensagens tive a oportunidade de
especificar melhor os objetivos da pesquisa e pude receber o apoio da maioria
deles.
Ao total, 309 pessoas participaram da pesquisa entre o período de 17 de
novembro a 16 de dezembro de 2010. Este número, em suma, é algo considerável
se observarmos a dinâmica empregada na divulgação do projeto e o tempo em que
permaneceu no ar, porém a meta estipulada inicialmente era o total de 500
participantes. Este ponto confirmou o que outros pesquisadores já observaram em
relação aos projetos de pesquisas realizados no Brasil, onde boa parte dos
brasileiros, ainda não compreendem ou não valorizam a importância do trabalho de
um pesquisador. Em conversa com a doutora em Ciências da Comunicação pela
USP, a professora Liana Gottlieb24 concorda que exista de fato uma necessidade
imensa de trabalhar-se mais a divulgação de pesquisas no país e principalmente, a
tônica da grande necessidade do maior número de participantes, haja visto as
________________
24
Liana Gottlieb: Possui graduação em Pedagogia pela Faculdades Nove de Julho (1987),
especialização em Especialização em Didática do Ensino Superior pelo Centro Universitário
Sant'anna (1989), especialização em Psicodrama Pedagógico pelo Grupo de Estudos de Técnicas
Psicodramáticas (1991), mestrado em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São
Paulo (1993) e doutorado em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (1998).
Atualmente, é professora titular da Faculdade de Comunicação Social Casper Líbero. Tem
experiência na área de Comunicação, com ênfase em Relações Públicas e Propaganda. Atuando
principalmente nos seguintes temas: Comunicação - Educação Superior, Psicologia Social - Filosofia
Social, Treinamento de Professores da Área de Comunicaçao.
55. 55
enormes contribuições que as pesquisas podem angariar nos diversos estudos
como por exemplo, hábitos e tendências populacionais.
5.3 – Metodologia
Para desenvolver a pesquisa foram definidos alguns pontos principais a
serem analisados, por exemplo, escolaridade, idade, grau de afinidade com as redes
sociais, utilização da ferramenta Linkedin, as recomendações de amigos e as reais
contratações ou serviços através das redes sociais. Estes pontos nortearam a
elaboração de um questionário virtual desenvolvido através da ferramenta Google
Docs25. Esta ferramenta possibilitou não apenas a visualização do questionário na
Internet, como também auxiliou na tabulação dos dados, uma vez que através dela é
possível baixar todos eles em formato de Excel, PDF, TXT entre outros, facilitando a
criação dos gráficos que servirão para a formulação das análises neste estudo.
Ao todo foram vinte questões, quatro delas dentro da esfera demográfica,
com questionamentos sobre: Sexo; Idade; Escolaridade e Rendimentos em reais
(faixa salarial do participante), no entanto, este último item poderia ser respondido
de forma opcional. Já o restante do questionário, continha outras quatorze questões,
sendo treze obrigatórias e uma opcional, todas elas sobre as redes sociais, o uso e
os desdobramentos de cada participante, e por fim, duas últimas questões opcionais
que possibilitavam aos participantes escreverem com suas próprias palavras sobre a
definição do Networking nas redes sociais e a última, informar sua conta de e-mail
caso quisesse receber informações sobre o resultado da pesquisa.
A seguir, veremos o modelo de questionário aplicado.
________________
25
O Google Docs, é um pacote de aplicativos do Google baseado em AJAX. Funciona totalmente on-
line diretamente no browser. Os aplicativos são compatíveis com o OpenOffice.org/BrOffice.org,
KOffice e Microsoft Office, e atualmente compõe-se de um processador de texto, um editor de
apresentações, um editor de planilhas e um editor de formulários. Fonte: Wikipédia -
http://pt.wikipedia.org/wiki/Google_Docs (Acesso em 30/12/2010).
56. 56
5.3.1 – Questionário Virtual
Pesquisa acadêmica do Curso de Pós-Graduação em Marketing e Comunicação Publicitária da
Faculdade Cásper Líbero:
Esta pesquisa visa analisar e mensurar a importância do Networking nas redes sociais digitais*.
Todos os resultados adquiridos através do formulário a seguir, serão analisados e apresentados em
uma monografia, os mesmos serão compartilhados após o término dos estudos através de uma
licença Creative Commons na internet, sendo útil para pesquisas acadêmicas, empresas e
profissionais do mercado. É de suma importância e vitalidade para o estudo que as respostas aqui
fornecidas sejam verdadeiras. Nas respostas descritivas os textos devem ser o mais objetivo
possível. Serão necessários apenas 3 minutos para responder.
*Se você não utiliza nenhuma rede social seu perfil não atende o foco desta pesquisa, não havendo a
necessidade de preencher este formulário.
*Obrigatório
Sexo: *
• Feminino
• Masculino
Idade: *
• 18 a 23 anos
• 24 a 29 anos
• 30 a 35 anos
• acima de 35 anos
Escolaridade: *
• Ensino Médio
• Superior Incompleto
• Bacharelado
• Pós-graduação
• Mestrado
• Doutorado
Rendimentos em Reais R$: (Opcional)
• até R$ 1.000,00
• de R$ 1.000,00 a R$ 2.000,00
• de R$ 2.000,00 a R$ 3.500,00
• de R$ 3.500,00 a R$ 5.000,00
57. 57
• acima de R$ 5.000,00
1 - Você utiliza as Redes Sociais Digitais? Indique seu perfil: * Nesta pergunta você definirá qual é o
seu grau de interação nessas redes.
• Tenho um perfil criado (quase nunca uso)
• Usuário comum (uso algumas vezes no mês)
• Heavy user (uso diariamente)
2 - Qual a sua @ no twitter? (Opcional) Caso tenha um perfil criado nessa rede social.
3 – Acha possível o Networking nas Redes Sociais? *
• Não
• Sim
4 – Usa a rede Linkedin para promover seu Networking? *
• Não
• Sim
Caso queira citar outras redes que também utiliza para a mesma finalidade, escreva no quadro
abaixo:
5 – Já conseguiu marcar alguma entrevista através das redes sociais? *
• Não
• Sim
6- As recomendações de amigos na rede o ajudaram na busca de um novo emprego ou freela? *
• Não
• Um pouco
• Totalmente
• Nunca utilizei recomendações
Cite em qual rede social você foi recomendado:
7 – Já foi contratado através de uma rede social? *
58. 58
• Não
• Sim
8- Mudou de emprego nos últimos 6 meses? *
• Não
• Sim
9 – Mantém seu perfil atualizado na rede sempre que muda de trabalho, experiência profissional ou
tem alterações no currículo? *
• No Linkedin
• Outro:
A frequência: *
• Não atualizo imediatamente
• Atualizo assim que mudo alguma coisa
• Raramente atualizo
• Só quando vou indicar meu CV
• Nunca atualizo
10 – Conhece pessoalmente a maior parte dos seus contatos no Linkedin? * Caso utilize outra rede
social cite o nome no quadro abaixo, no entanto, responda uma das opções a seguir:
• Apenas 10% da minha lista
• Conheço aproximadamente 30% dos meus contatos
• Sim, conheço mais de 70% de todos os meus contatos
• Não conheço ninguém, apenas adicionei para promover meu primeiro contato
• Até o momento não adicionei nenhum contato
Utilizo outras redes sociais, são elas:
11 – Você recomenda seus amigos nas redes sociais para aumentar seu Networking? *
• Não costumo recomendar
• Sim, inclusive os que me solicitam uma recomendação
• Só recomendo quem realmente trabalha ou trabalhou comigo
59. 59
12 – Conhece ou ouviu falar sobre alguém que conseguiu emprego através do Networking nas redes
sociais? *
• 1 pessoa
• 2 pessoas
• 3 a 5 pessoas
• Mais de 10 pessoas
• Não conheço ninguém
13 – Indicaria para seus amigos utilizarem as redes sociais para promoverem seu Networking? *
• Não
• Sim
14 – A empresa onde você trabalha costuma verificar perfis profissionais em alguma das redes
sociais que você usa? *
• Não
• Sim
• Não sei
15 – Como você definiria o Networking nas redes sociais com as suas palavras? (Opcional) Procure
ser objetivo no seu texto.
16 – Caso queira receber informações sobre a pesquisa, cadastre seu email: (Opcional)
Tecnologia Google Docs
60. 60
5.4 – Gráficos e análises
5.4.1 (A) – Amostragem por Sexo = Quantidade x Porcentagem
Sexo:
(Total:
309
pessoas
entrevistas)
160
Feminino
Masculino
149
Aqui temos o número total de participantes na pesquisa distintos por tipo de
sexo, onde, 160 pessoas são do sexo Masculino e outras 149 são do sexo Feminino.
5.4.1 (B) – Amostragem por Sexo = Quantidade x Porcentagem
Sexo
=
%
(Total:
309
pessoas
entrevistas)
Masculino
52%
Feminino
48%
Neste outro gráfico, temos a representação da participação de ambos os
sexos relacionados por porcentagem, repare que houve praticamente um empate
entre eles, 52% dos pesquisados são homens e 48% são mulheres.