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Há 3 anos que estamos a ser roubados por vocês, que
pirateiam dezenas de milhares dos nossos vídeos. Agora
viramos a mesa, está na altura de tomarmos o assunto com
as nossas próprias mãos.
Sabemos quem vocês são, sabemos onde vivem e podíamos
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Fonte: GDP FMI 2008
O grátis rentabiliza aquilo que é pago
O que é o grátis?
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Freemium
Não monetário
Modelos de Negócio
Grátis 1: Pagamento diferenciado
O que é grátis: Qualquer produto que nos leva a
pagar por outro.
Grátis para quem: Todos os que estão dispostos a
pagar, de uma maneira ou de outra.
Grátis 2: Mercado tripartido
O que é grátis: Conteúdos, Serviços, Software, e
outros.
Grátis para quem: Todos.
Grátis 3: Freemium
O que é grátis: Qualquer produto combinado com
uma versão premium paga.
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O que é grátis: Qualquer coisa oferecida sem
expectativa de pagamento.
Grátis para quem: Todos.
Modelo de Negócio Freemium
1. Construir uma comunidade e estabelecer uma audiência à volta de um
determinado tópico com livre circulação de informação e aconselhamento.
2. Com a ajuda dessa comunidade desenhar produtos que as pessoas desejem e
retribuir disponibilizando esses produtos em bruto de forma gratuita.
3. Os consumidores com mais dinheiro que tempo / perícia / tolerância ao risco
compram a versão mais refinada desses produtos.
4. Fazê-lo de novo, repetidamente, construindo uma margem de lucro de 40% nas
vendas para pagar as contas.
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A Escassez e a Abundância
“A riqueza em informação implica uma escassez daquilo que a
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Herbert Simon, 1971
A Escassez e a Abundância na Economia
As economias procuram a abundância
O maior valor é gerado na escassez
A Escassez e a Abundância na Sociedade
Ultrapassar necessidades básicas é partir para uma nova escassez
Evolução das necessidades humanas
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A Explosão dos Conteúdos
O futuro da TV, um upload desnecessário de cada vez
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Protecção à Propriedade Intelectual
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Cópia mais cara que o original
Vender complementos físicos
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Personalização
Publicidade ao autor
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E na Indústria da Comunicação?
Cada Abundância cria uma nova Escassez
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“Não tentem devolver o génio à lâmpada!”
O Excedente Cognitivo
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E na Indústria da Comunicação?
Que desafios coloca esta nova realidade ao nosso negócio?
Em Busca da Escassez
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de produção
E na indústria da comunicação?
"A moeda mudou. Dantes a moeda era a posse. A propriedade
nunca esteve em causa. Comprava-se uma cópia de um disco para
poder ouvi-lo. Comprava-se um bilhete de acesso àquele livro ou
àquele filme.
Agora a moeda é a atenção. As pessoas só têm um xis número de
minutos para dedicar às coisas que outras pessoas fazem para
entretê-las. Há milhões de bandas e coisas para ler e ver, de graça
- e gratas pelo tempo que lhes concedemos.“
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  • 2. A Economia da Gratuitidade Shared Knowledge WPP 26 November 2009 rui.cruz@mediacom.com
  • 4. O “grátis” não é novo Oferecer A para vender B
  • 5. O “grátis” não é novo Tecnologia Arte Indústria
  • 7. Um argumento de Marketing
  • 8. O “grátis” levado ao extremo no séc. XX Antecipar o barato… e desperdiçá-lo!
  • 10. Evolução dos Preços – Inflação vs. Deflação Economia dos átomos Economia dos bits A ascenção da freeconomy é sustentada pelas tecnologias inerentes ao funcionamento da Web Factor crítico de sucesso é a escala
  • 11. O Poder das Redes – Comunicação descentralizada Valor = Ubiquidade + Gratuitidade
  • 12. A Economia da Gratuitidade E.U.A. U.E. Alemanha França R.U. Itália Espanha Portugal Freeconomy Fonte: GDP FMI 2008 O grátis rentabiliza aquilo que é pago
  • 13. O que é o grátis? 0,00 €Pague um, leve dois; Brinde grátis; Entrega grátis Experimente grátis; Amostra grátis; Modelo dos media Freemium Não monetário
  • 14. Modelos de Negócio Grátis 1: Pagamento diferenciado O que é grátis: Qualquer produto que nos leva a pagar por outro. Grátis para quem: Todos os que estão dispostos a pagar, de uma maneira ou de outra. Grátis 2: Mercado tripartido O que é grátis: Conteúdos, Serviços, Software, e outros. Grátis para quem: Todos. Grátis 3: Freemium O que é grátis: Qualquer produto combinado com uma versão premium paga. Grátis para quem: Utilizadores básicos. Grátis 4: Mercados não monetários O que é grátis: Qualquer coisa oferecida sem expectativa de pagamento. Grátis para quem: Todos.
  • 15. Modelo de Negócio Freemium 1. Construir uma comunidade e estabelecer uma audiência à volta de um determinado tópico com livre circulação de informação e aconselhamento. 2. Com a ajuda dessa comunidade desenhar produtos que as pessoas desejem e retribuir disponibilizando esses produtos em bruto de forma gratuita. 3. Os consumidores com mais dinheiro que tempo / perícia / tolerância ao risco compram a versão mais refinada desses produtos. 4. Fazê-lo de novo, repetidamente, construindo uma margem de lucro de 40% nas vendas para pagar as contas. Mesmo 0,1% de conversão pode significar lucro
  • 16. O caso Google A Cidadela do Grátis Page Rank, o standard da reputação no digital Publicidade com potencial para duplicar o investimento
  • 17. A Escassez e a Abundância “A riqueza em informação implica uma escassez daquilo que a informação consome.” Herbert Simon, 1971
  • 18. A Escassez e a Abundância na Economia As economias procuram a abundância O maior valor é gerado na escassez
  • 19. A Escassez e a Abundância na Sociedade Ultrapassar necessidades básicas é partir para uma nova escassez
  • 20. Evolução das necessidades humanas Autoconceito e estima materializados com os conteúdos dos utilizadores
  • 21. A Explosão dos Conteúdos O futuro da TV, um upload desnecessário de cada vez Desperdiçamos vídeo numa procura de melhor vídeo
  • 22. Protecção à Propriedade Intelectual Original mais barato que a cópia Cópia mais cara que o original Vender complementos físicos Vender informação complementar Subscrições Personalização Publicidade ao autor Publicidade a outros Monitorização Licenciamento Taxas Licitação Financiamento estatal Prémios e comissões
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  • 24. Cada Abundância cria uma nova Escassez
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  • 26. O Excedente Cognitivo Excedente cognitivo dos amadores O interesse próprio é a maior força da Humanidade
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  • 30. "A moeda mudou. Dantes a moeda era a posse. A propriedade nunca esteve em causa. Comprava-se uma cópia de um disco para poder ouvi-lo. Comprava-se um bilhete de acesso àquele livro ou àquele filme. Agora a moeda é a atenção. As pessoas só têm um xis número de minutos para dedicar às coisas que outras pessoas fazem para entretê-las. Há milhões de bandas e coisas para ler e ver, de graça - e gratas pelo tempo que lhes concedemos.“ Miguel Esteves Cardoso, Público 13 Nov. 2009