SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 3
Baixar para ler offline
UN IDADI S ' i- ]ú1ËTAFISÏCA
8. Como }{eidegger e Merleau-Ponty silperâm
a oposição entre realismo e idealismo?
9" Por que as afirmações "Estamos no mundo"
e "O mundo é mais velho do que nós" expri-
mem a superação do realismo e do idealisma'l
10. Por que a pergunta ontológica "Para quem
é isto que é?" renova e amplia a velha pergun-
ta metafísica "O que é isto que é?".
çAPíTULO T
i . Comente o rnodo como se realiza a passa-
gern do sensível (coisas e opiniões) ao inteli-
,gível (a idéia como essência real) na Banque-
l,:' de Platão.
L lìclacione a ontologia de Parn-lênides e o que
u,'*cê estudou sobre ele e Heráclito, niì lógica
(Unidade 5).
CÃPíTULO 2
'lome algum ser e deterrnine nele os princípi-
#s, frs causas, a matéria e a forrna, a potência e
r.l ir[t'r, a essôncia e o aciclente, a substância e as
,.;.ïil:$OflâS.
I;NFíTULO 3
[. Ëxarnine as idéias neoplatônicas, estóicas e
gnósticas de que o cristianismo se vale para
refazer a metafísica e mostre como a escolha
dessas idéias dccorre dos problemas da rela-
ção entre fé e razã,o.
2. Relacione a nova concepção de metafísica
trazida por Kant e a "revolução copernicana",
que você estudotr nos capítulos dedicados à
razã,o (Unidade 2).
CAPíTULO 4
1. Comente as dnas análises de Merleau-Ponty
sobre o tempo e o corpo. Examine corno supe-
ram a dualiclade realismo-idealismo, que havia
acompanhado toda a história da metafísica.
2. Exponha o que compreendeu sobre a dife-
rença entre uma ontologia apoiada na consciên-
cia reflexiva constituiclora das significações e
uma outra que nega o poder da consciência
reflexiv a para constituir o mundo.
A atitude científica
A elôncia na Historia
As e iôncias da ffiatureza
&s ciôllcins humanâs
..,
, i.
S idmnl eientí{ics s a rnufis instrumental
0 smmsu sumum
O sol é menor do que a Terra. Quem duvi-
dará disso se, diariamente, vemos um peque-
no círcuicl avermelhado percorrer o céu, indo
çle leste para oeste?
O sol se lrlove em torno da Têrra, çiue per-
mânece imóvel. Quem cluvidará disso, se dia-
riamente vemos o sol nascer, percorrer o céu
e se pôr? A aurora não é o seu começo e o
crepúsculo, seu fim?
As cores existem em si mesmas. Quem du-
vidaria disso, se passamos a vida vendo rosas
vermelhas, amarelas e brancas, o azul do céu,
o verde das árvores, o alaranjado da laranja e
da tangerina?
Cad"q gênero e espécie de animaÏ já surgi-
ram tais como os conhecêmos. Alguerrì po-
deria imaginar um peíxe tornar-se réptil ou
um pássaro? Para os que são religiosos, os
livros sagrados não ensinam que a divindade
criou de uma só vez todos os anirnals' num
só etia?
A falnília é uma realidade natural criada pela
Natureza para garantir a sobrevivência huma-
na e pará atender à afetividade natural dos hu-
rnanos, que sentem a necessidade de viver jun-
tos. Quem duvidará disso, se vemos, no mun-
Co inteiro, no passado e no presente, a família
eristindo naturalmente e sendo a céiula pri-
meira da sociedade?
A raça é uma realidacle natural ou biológica
procluzida pela diferença dos clirnas, da ali-
mentação, da geografia e da reprodução se-
xual. Quem duviclará disso, se vemos que os
africanos são negros, os asiáticos são amare-
los de olhos pnxados, os índios são 'rcrrne-
ihos e os *uróptus, brancos? Se formos reli-
giosos, saberemos que os negros descetrdem
de Caim, marcadc por Deus, e de Catn, o fi-
lho desobediente de Ïrtroé.
Certezas como essas formam nossa vida e o
$enso comum de nossa sociedade, transrniti-
do de geração enÌ geração. e, t"ttttitas vezes.
transformando-se em crença religiosa, em
doutrina inquestionável.
A astronomia, porérn, demonstra que'.o sol
ó muitas vezes maior do que a Terra e, desde
& mtfrtnndm mtmrïtífüffiffi
Ì:
$fi
fifl
,ü{
iiJ
.Ì
;
s
rfi
'fiÂ
r,fr
,;#'. fl
,dú g
fi,f,
tìfl
k$
r.ü
246
ï4.l
ri Copir nli.i:. jii,l i1 a ïe i'ra quc se lìlovL r-ìÌì. {iií'-
no dele. A t'ísica óptica deuìonstra que as uo-
ffls sãü onrias lurnincsas de ctrnpriffientüs di-
f,*rentes. obticlas pela refì'ação e reflexão, nu
ctrecamp*siçãtl. cla lur branca. A bi*logia cie-
nroïlstrâ que üs gênertls e íÌs espócies ds nni-
niais se Í'orrn;Ìrarn lentamentc, no curgo cle mi-
lhões dc rìnos. a partir dc nrodificações de
lnicroclganisrnos c.tremarnente simp[es.
Ì-{istoriad*res * an{rcpólogcs rnosfl'aitì r]Lìe
o qLlc critenclciìlos por Í'iiiriília (pai, mue. íì-
Ìhos; espilsa' marido. irmãcs) é unra institui-
Ç:ão s*ci*l r'ecentís,siillÍì _-_ cÌata do sécuio Xi
-- c própria cia Huropa ocideriral, nãCI cxistin-
clo na Antiguidade., ïlenl iÌas socieclaclcs af,ri-
criiì;Ls, iisiáticas r iìmericanas pré-colori:t"lia-
ilas. Fvfoslram tamtrérn que lrão ó urn lato ua-
turaì^ rnâs uina criação sociocul{uratr, exigida
por concliçÕes históricas detenninacias.
Sociólogos e antropólogos rnostram que a
idéia de raça também é recente __ data rio sé-
cl.llc XVIïï --, sendo usada por pe"nsadoles
qile flr$ÇïrraviìrÌì uffia explicação:irnra as clife-
renças físicas e culturais entre os eLlropeLìs c
os püv{)s conhecidos a partir do século XIV,
conl as viagens de Marco Poio, e cJo século
Xq com as grandes navegações e as rJesco-
bcrtas cle continentes ultramarinos.
Ao que parece, há r-rrna grande cìiferença en-
tre nossas c'eilezas cotidianas e o conïrecirnen-
to científico. Con:o e por que ela existe?
;#ï,'J,ïïï,1ffiff:ï:ï;Características do senso Gomum coisas e fatos jutgados **.rhr""r,-rrrr*",
dos animais, das piantas, dos seres humanos,
Um breve exame de nossos saberes cotidia- dos astros. dos gatos. das nruÌheres, das crian-
nos c do senso comum de nossa sociedade re- ças, das esculruias. das pinturas, our ú.Uiaur,
vela que possuem algumas características que dos remédios, etc.;
lhes são prõprias:
em decorrência das generaÌizações, tendenr a
t j jllos, isto é. exprimem sentimentos estabelecer relações de causa e efeito entre as
e opiniões individuais e de grupos, variando de coisas ou entre os fatos: ..onde
há fumaça, há
uma pcssoa para outra, ou de um grupo para fogo"; "quem tudo quer. tudo perde'.: -;dize-
outro. dependendo das condições em que vive- me com quem andas e te direi quem és"; a po-
mos' Assim, por exemplo, se eu for urrirto. na- sição rlos astros determina o destino das pesso-
rei a beleza da rínorer se eu for marceneira, a as; mulher menstruada nao deve ,o*. boúo
qualiciade da tïì*. ;. : ; :i" 'ì- e stiver passeando st,rr
o sol, a soÌïtbrâ para descansar: se for bóia-fi'ia,
os frutos que clevo cclher pâra ganhílr o meu
dia" Se eu for hindu, uïníì vãica srrá sftgritdii
pâra iïim; se for dcna cle unr {ì"igoríf ico. estã-
rei interessacla na qualidade e na quaïrtidade
clc carne que pocÌerei vender: ,
ô sãa rÌLliìlitativos. isto é. âs coisiìs sãr:
;uiffio*lo g'untlc) ou perlue*íìs.
doces ou azcclas, pesaíiiìs ou leves, novíi$ {}Lr
veihas. belas ou f e ias, qLÌente s üil fl ias, úteis
ou inúteis, cle sejár,,cis ou indesejár,eis, L-olo*
lidas olt se m cor, coïll sübor, oclcr" próximas
ou ílistante.s, etÇ.:
@ são heterogôneos isto é. l'eferem-se a fatos
q fes, p$rq'úe ob percflbe-
mos coïÌlo diversas entre si. Por exenlpiü, uln
corpo que cai e unla peila que fÌutua no ãr são
âÇonteçimentos diferentes; sonhar çom água
é diÍ'erente de sonhar corn urna escada, etc.;
o são iridividr"ralizaclor"m por ssrem quaiitati-
vo ?, cada coisa üu crida
fato nos aparece coïno uin indivíduo ou conlo
Lrrìl scr autônolno: a scda é rnacia. a pedra é
rugosa, o algodão ó áspero, o mel é doce, o
logo é quent€, o márntore é lricl, a rnadeira é
dura, e tc.;
friu; :r,.ii"li-Ìf sal quandc se tem lir;i;.Ll:'íï ,-i bom
para a prcssão; nìulher assanhada qller ser es-
tr-rprada; menino cle iïa é delinqüente, etc';
t se admiratn ccln ao não se $upreendenl e íìerï
regulariclacie, constância. repetiçãoe cliíerença
clas coisas. mas, ao cüntrârio, a admiração e o
espanto se dirigern para "o qufl ó irnaginaqJo
conlo únicc, extraordinár"io, maravilhoso ou mi-
raculoso. Justitmente por isso, Êffi nossa socie-
dade, a prüpaganda e a moda estão semprfi in-
ventando o "extraordinário", o "nunca visto";
o pelo mesmo motirro e ï1ão por compreende-
rem o que seJa investigação científica, tendem
a iclentificá-la conl a magia, consideralldo qile
arnbas liclam com o nlisterioso, o ocult<:, o in'
conlpreensível. Essa imagem cla ciência conro
rnagia aparece, por exemploo no cinema, quan-
cÌo os fihnes mostraïn os Xaboratórios cientíÏi-
cos repletos de objetos iÍìcompreensíveis, com
luzes que acetrclern e apagam, tubos cle onde
saelïì f'umaças colaridas, exatamflilte corno são
rnostraclas as cave rnas ocultas dos magos. L,ssa
mesma identificação entre ciência e nagia apa-
rece num programa da televisão brasileira, o
Fanfástiro, que, como o norne indica, mostra
aos telespectadores resgltaclos científicos
como se fossem espantosa obra de magia, as-
sim como exibenì magos ocultistas como se
lossern cientistas;
e costumam projetar nas coisas ou no lnundo
sentimentos de angústia e de medo cliante do
clesconheciclo. Assim, durante a Ïdade Média,
as pcssoas viam o clemônio em tocla a parte e,
hoje, enxergam discos voadores no espaço;
e por $erem subjetivos, generalizadores, ex-
pressões de sentimentos de medo e angústia,
e de incompreensão quanto ao trabalho cien-
tífico, nossas certezas cotidianas e o senso
cortfi:m de nossa sociedade ou de riosso grupo
social cristalizâm-se em preconcf,itos com os
qçais passaltos a interpretar toda a realidade
que nos cerca e todos os âcCIntecirnentos.
& mtrü€*s$**,: r ç*ssãçf**m
* é objetivo, isto ó, procllra as estrlÌturas unl*
versai.q fl necessárias das coisas investigadas;
CI d quantitativo, istCI é, busca ínedidas, pa-
drões, eritérios cle comparação e de avalia-
ção para coisas qule pareoÊm ser diÍerentes.
Assirn, por *xempl*, as diferonças cÌe cor são
explicadas por cliferenças de um mesmo pa-
drão ou critério de mredida, o cürnprimento
das ondas lurninosas; as clifererlças de inten-
siclade ctros sons, peïo comprimento das on-
das sonoras; as diferenças de tamanho, pelas
diferenças de perspectiva e de ângulos de
visão, etc.;
* é honlogêneo, isto é, busca as leis germis de
funcionamento dos fenôryellos, que são as
mesmas para fatos que nos parecenì diferen-
tes. Por exemplo, â lei universal da gravitação
clemonstra que a queda de uma pedra e a
flutuação de ufita pluma obedecem à mesma
iei cle atração e repuïsão no interiar clo caprpo
gravitacional; a estrela da manhã e a estrela
da tarde são o m*sffÌo planeta, Vônus, visfo
em posições diferentes com relação ao sol, ern
decol'ência do movimento da Terra; sonhar
com água e com uffla escaela é ter o mesmo
tipo de sonho, qual seja, a tealização dos cle-
r*;ot sexuais reprinriclos, etc.;
'
:r ii.!i ,
':. ,
:,i11,:Í,'
',::ii. , .
';,:rii.:',,
..1 )i::1. :
i l'iiJrÌ..
i.Í
:r.ir:ii'
,',.1..:
.
I li''
.:l;'
O clue distingue a atitude, cier:tífica da iiti-
.tude eosturneira ou clo senso comulll'7ffi.nt*s
cie mais niìdâ, a ciên*ia descünfiír ctra Graci-
clade cie ttc-rssiis cet-tezas, de nossa adesão imc-
cÌiata às coisas, da ausência de crítica e da fal-
ta de curiosidacle. Por isso, ali onde vemos
coisas, fatos e acontecimcntos, a atitude cien-
tífica vâ prchl*mras * *hstácwlos, aparôncias
qr.re precisam ser explicadas e, enì ce rtos ca-
sos, ai-asratias.l
SoÌ: qlleÌse tMos os aspectüs, podemos di-
zer que o cotlhecir**nto científicr: opÕe-se
ironto por ponio às Çaracterísticas rJo senso
CÜN]LìIÌì:
?4S 24S
: .l* ã j
r' .*. I t trl,'
,,i.âj
* é*gg$ffgllãg*,' ". p{r ! 5 r*ilne incii vieÌ u ril icl a*,
percebidas como dii*ri:*i,;l;. sob as mflsmas l*is,
os ïnesrnns padrÕes ou criterios rJe medicla,
mostrando que püssuem a mesrïìa estruÍura.
Assim, por exenlplo, a química illostra rìue a
cnonne Varieclade dc corpos sc rcduz a urri rrri_
tìlero ìimitaelo cle corpr;s sinrplers QLrs sc c{.}rïÌ_
Ìrir*un de nraneiras
'ariadas,
cie modo qlr* o
número de e l*r*entos é infinitarnente nr*r'r ci'
{ìile iÌ variedade enlpíijca cjos conrpostos.
'ã são diferenciaciores. poi"s não reúnem *crll
g*ffi'bì úançasj apaÍ-enres. mas
iiistinguerìì os que parecenl iguais, dcsrJe eiue
obedeçam a e sfruturas cliferentes. Lenibr.e nios
;iqui um exenrpro que usarno$ no capítuÌo so-
bre a ìinguagenl, quanclo n:ostranÌos quç a pa_
l;i'ra queíjo páìrece ser a nlesrna coisa {jue a
pnlavra inglesa c'heese e a parar,'ra fr"'*i:esíl
.frutnage' quanelo, na rearidaçre, são muito rji-
fc'rentes, porque se ref-erer* a estruturas ari-
*ir:ntares diferentes ;
'* ;., ó es tabe I ece m rglaçõ-e;. c 11q saiq" .d.çp-oi s $* i n; .
r # üS?1
ï,lp t*r ezaou esrrurura do faro es { uder_
dçi e suas iôiaçoê; õom-òïiiòs sen,*tt un,*s ou
clìferentes. Assim, por exernplo, um c.orpo não
cai porque é pesado, mas o peso de um cotpo
degrende clo campo da graviiação oncre se en-
cr;ntra
-
é por isso qrr*, nas naves espaciais,
onde a gravidacre é iguar a 'zeto,, todos üs cor-
pas flutuâÌnl- indepe*dente*rente cro peso o* do
t;lmanho; um corpo tem urna certa cor não p{}r-
Eï'fl é colorido, mas porque, dependendo cle
'r-ïiì
composição quílnica e física, rcfrete a ruz
il* uma cleterrninada maneira, eic.;
e surpreencle-se corn a reguraridacre, a cons-
tância, a freqüência, a repetição e a diferença
clas coisas e procura mosffar que o maravi_
lhoso, o extraordinário Gu o "miragroso,u é unr
cÍrso palticular do que é regulal nornral. fre_
q*ente. Urn eclipse, um tememoto, uln fura_
cão, embora excepcionais, obedecem às leis
da física. procura, assim, apresentar explica_
çÕes racionais, craras, simpres e verdaàeiras
Í];ir;Ì os fatos, opottcii.,-,,r,: ili) ,;sp*lacular, ao
i i i;t.g ico e ao fan tástica;
:-d.':liïguc-se cia rnagia. A rnasia aclnrire urna
p;u"tic-ípaÇfro ou sinrpiitia secreta entre coisas
rliferer:tes" que agern uïnas sobre outras pcr
ineio cle quaiidades ocurtas e consider'o
psiquisrno humÍìno uma força capiìz rÌe rigar-
se a psiquismos superiares {pÌaneteirios, as_
t'ais, angélic's, dc*rorríacos) par"a provocar
efeitos i*esperados nas coisur à
'as
pessoas.
A atit'cle científica, ao cqrntrário, ope'a unì
de.sencantar'ento oil cJesenf'eitiçamerrt' do
lnunelo, *ostl";lndo que nele nao igern forças
secretas, il-ras calrsas e relações racionais q*e
podem ser conhecidas e que tais conhecimr:n-
tos podsrï ser tr;rusr_nitidos a tucïos;
@ afirma qile, pelo conhecimento, o homem
pocÍe libertar-se do medo e clas superstiçÕes, dei-
xando de projetá-ros no ïnundo e nos outros;
* p,1og u rÍì.1g-lov-ar_ se e nrod i fi c ar* se c on ti n u a_
me*te, evitando a tràìrstorr'ação cras t-"r*,
eniïõuïrinas e destas, ern preconceitos soci-
ais. o fato científico resurta de um trabarho
paciente e lento de investigação e de pesquisa
racional, aberto a mudanças, não sendo nem
um mistério incompreensível nem urna dou-
trina geral sobre o rnunclo.
Lbr Íaros ou objeros cienríficos não são da-
dos enrpíricos espontâneos cÌe nossa experi-
ôncia cotidiana, nras são constrnídos pero tra-
balho da investigação cienrífica$sia e u*
conjunto cle atividades intelectrãir, experi_
mentais e técnicas, rearizadas com base ern
rnétodos que permitern e garantem:
"6
separar os elementos subjeti'os e *bjetivos
cle um Íbnôrneno;
o construir o fenôrncno conÌo um objeto do
conhecimento, controrável, verificáveí, inter-
pretável e capaz de ser retificado ou corrigido
por novas elaborações,
rs0
ã51
'ç,':::
;Ìiì.
:. .';, iì
:,-l I
.:.,,:
i.r..
:.;i::ri, l,
r,.:-trr..:i
j;i.:,
1;1.;:,
':'i.i'
:1r' ,
t:'-:
e dernonstrar ,,' ür.i]ï,';.:ií os resultados obi.,,Ì*s
durants a investigaçii*, gtaças ao rigor das ;e-
lações detìnidas enfre os tatos estudados; a cle-
nronstração deve ser feita não só para verifi-
car a validade dos resultados obtidos, mas tam-
bém pflra preyer racionalmenfe nevos fatos
como eleitos dos já estudados;
o relacioÍìar cüm outros fatos um fato isolado,
integrando-o nulna explicação racionai
unif-icada, pois sonrente essiÌ integração trans-
forma o fenôrneno em objetc científico, isto
é, em fato explicado por urnã teoria;
e f,cnnular uma teoria geral sobre o conjunto
dos fenôüterlos observaclos e dos fatos investi-
gadcs, isto é, formular uffÌ conjunto sistemáti-
co cle conceitos que expliquetn e interpretern
as causas e os efeitos, as relações de dependên-
cia, identidade e diferença entre todos os obje-
tos que constituern o campo investigado.
tlelimitar ou definir os tatos a invesrigar,
separando-os de outros semelhantes ou dife-
rentes; estabelecer os proceclimentos metodo-
lógicos para observação, experimentação e
veriÍiçação dos fatos; construir instrumentos
técnicos e condições de laboratório específi-
cas para a pesquisa; elaborar um conjunto sis-
temático de conceitos que formem a teoria ge-
ral dos fcnômenos estudados, que controlem
e guiern o andamento cia pesquisa, além de
arnpliá-la com novas investigações, e permi-
tam a previsão de fatos novos a partir dos já
conhecidos: esses são os pré-requisitos para a
constituição de uma ciência e as exigências
- da própria ciência.
"F A ciência distingue-se do senso comum por-
que este é uma opinião baseada em hábitos,
preconceitos, tradições cristalizadas, enquan-
to a primeira baseia-se em pesquisas, investi-
gações metódicas e sistemáticas e na exigên-
cia de "6u. as teorias sejarn internamente coe-
rentes e digam a verdade sobre a realidade. A
ciência é conhecimento que resulta de urn tra-
balho racional.
;,ã-qkjfu1.ï'l
() que é urna teori ,.,ie'rrt;l ica?
Í,'
( íi um sistema ordenaciü r i:ç-;erente de pro-
posições ou enunciaclos baselldos em um pe-
queno núnrero de princípios, cuja finaliclacle é
rlescrever, explicar e prever do modo mais
cr:mpleto possível um conjunto rJe fenômenos,
oferecendo slras leis necessárias. A teoria ci-
e ntífica permite que uíïìÍì multiplicidad*
ernpírica de fatos aparenternente muito dif-e-
rentes sejarn compreendidos como semelhan-
tes e submetidos às mesmas leis; e vice-ver-
sa, perffiite cornpreender por que fatos apa-
lenfelnente seme]hantes são diferentes e sub-
meticlos a leis rliferentes. )od
firavura do pintcr Bill Sanderson,
mcstrando Nsaac Neurton folheando
seu livro Os princípías matemiátíços da
Fílosçfia natural, unìa das obras
científicas mals irnportantes de todos
os tempos.
.,1. I
,'; :, I
,it,i:ilì;'
. j,,ili;:ri
'.':.i:ii;::i,
ïÏ$.
.::Yic :,:
l:l,t ,
:È,
i;r'i
r.l.l ll
,. i.ì
,r,,t:-'' .',
,iiilri,
,l,il,;'i,
iillil' rl t '
.tiì:i i
i:ì'lil
'*i.il
,;tll '.
ìj..'.,
. .,.;,..:.
i!;':.,'
ir:Ji tj:!t-ll
'
ji:.ìi;i::
:..ii l::,
t,l,liiirji
rìj-1:r{}1.:
".iii
' ,
'!ai;:;.
.iiir:".-'; :
.'sí...,

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a A atitude científica

A atitude científica
A atitude científicaA atitude científica
A atitude científicaMaria Diovani
 
Re encarnação.gabriel.delane
Re encarnação.gabriel.delaneRe encarnação.gabriel.delane
Re encarnação.gabriel.delanehavatar
 
Guia pratico de alquimia frater-albertus
Guia pratico de alquimia   frater-albertusGuia pratico de alquimia   frater-albertus
Guia pratico de alquimia frater-albertusVitor Burgos
 
O além e a sobrevivência do ser leon denis
O além e a sobrevivência do ser   leon denisO além e a sobrevivência do ser   leon denis
O além e a sobrevivência do ser leon denisClaudia Ruzicki Kremer
 
Aula 01 natureza 2011 aula dada
Aula 01 natureza 2011  aula dadaAula 01 natureza 2011  aula dada
Aula 01 natureza 2011 aula dadaProcambiental
 
37483752 11-pomian-krzystof-memoria
37483752 11-pomian-krzystof-memoria37483752 11-pomian-krzystof-memoria
37483752 11-pomian-krzystof-memoriaDany Pereira
 
1_aulayyyyyyyyyyyyyygggggggy_inaugural.pptx
1_aulayyyyyyyyyyyyyygggggggy_inaugural.pptx1_aulayyyyyyyyyyyyyygggggggy_inaugural.pptx
1_aulayyyyyyyyyyyyyygggggggy_inaugural.pptxIedaRosanaKollingWie
 
Lacan, jacques. o_seminário,_livro_2._o_eu_na_teoria_de_freud_e_na_técnica_da...
Lacan, jacques. o_seminário,_livro_2._o_eu_na_teoria_de_freud_e_na_técnica_da...Lacan, jacques. o_seminário,_livro_2._o_eu_na_teoria_de_freud_e_na_técnica_da...
Lacan, jacques. o_seminário,_livro_2._o_eu_na_teoria_de_freud_e_na_técnica_da...Fca Xavier
 
Leon denis o além e a sobrevivência do ser
Leon denis   o além e a sobrevivência do serLeon denis   o além e a sobrevivência do ser
Leon denis o além e a sobrevivência do serMilton De Souza Oliveira
 
Antniorodrigues radiestesiaclassicaecabalistica-130414130341-phpapp02
Antniorodrigues radiestesiaclassicaecabalistica-130414130341-phpapp02Antniorodrigues radiestesiaclassicaecabalistica-130414130341-phpapp02
Antniorodrigues radiestesiaclassicaecabalistica-130414130341-phpapp02Carlos Quaresma
 
O futuro da humanidade e a Civilização solar
O futuro da humanidade e a Civilização solarO futuro da humanidade e a Civilização solar
O futuro da humanidade e a Civilização solarvaltermn
 

Semelhante a A atitude científica (20)

Sensocomum chaui
Sensocomum chauiSensocomum chaui
Sensocomum chaui
 
Reencarnação
ReencarnaçãoReencarnação
Reencarnação
 
Senso comum Marilena Chauí
Senso comum Marilena ChauíSenso comum Marilena Chauí
Senso comum Marilena Chauí
 
A atitude científica
A atitude científicaA atitude científica
A atitude científica
 
Re encarnação.gabriel.delane
Re encarnação.gabriel.delaneRe encarnação.gabriel.delane
Re encarnação.gabriel.delane
 
Arquivo ufo (alerta brasil)
Arquivo ufo (alerta brasil)Arquivo ufo (alerta brasil)
Arquivo ufo (alerta brasil)
 
Guia pratico de alquimia frater-albertus
Guia pratico de alquimia   frater-albertusGuia pratico de alquimia   frater-albertus
Guia pratico de alquimia frater-albertus
 
A ciência na história
A ciência na históriaA ciência na história
A ciência na história
 
O além e a sobrevivência do ser leon denis
O além e a sobrevivência do ser   leon denisO além e a sobrevivência do ser   leon denis
O além e a sobrevivência do ser leon denis
 
O mundo e a filosofia
O mundo e a filosofiaO mundo e a filosofia
O mundo e a filosofia
 
Aula 01 natureza 2011 aula dada
Aula 01 natureza 2011  aula dadaAula 01 natureza 2011  aula dada
Aula 01 natureza 2011 aula dada
 
37483752 11-pomian-krzystof-memoria
37483752 11-pomian-krzystof-memoria37483752 11-pomian-krzystof-memoria
37483752 11-pomian-krzystof-memoria
 
1_aula_inaugural.pptx
1_aula_inaugural.pptx1_aula_inaugural.pptx
1_aula_inaugural.pptx
 
1_aulayyyyyyyyyyyyyygggggggy_inaugural.pptx
1_aulayyyyyyyyyyyyyygggggggy_inaugural.pptx1_aulayyyyyyyyyyyyyygggggggy_inaugural.pptx
1_aulayyyyyyyyyyyyyygggggggy_inaugural.pptx
 
Lacan, jacques. o_seminário,_livro_2._o_eu_na_teoria_de_freud_e_na_técnica_da...
Lacan, jacques. o_seminário,_livro_2._o_eu_na_teoria_de_freud_e_na_técnica_da...Lacan, jacques. o_seminário,_livro_2._o_eu_na_teoria_de_freud_e_na_técnica_da...
Lacan, jacques. o_seminário,_livro_2._o_eu_na_teoria_de_freud_e_na_técnica_da...
 
Platâo
PlatâoPlatâo
Platâo
 
O alem e a sobrevivencia do ser
O alem e a sobrevivencia do serO alem e a sobrevivencia do ser
O alem e a sobrevivencia do ser
 
Leon denis o além e a sobrevivência do ser
Leon denis   o além e a sobrevivência do serLeon denis   o além e a sobrevivência do ser
Leon denis o além e a sobrevivência do ser
 
Antniorodrigues radiestesiaclassicaecabalistica-130414130341-phpapp02
Antniorodrigues radiestesiaclassicaecabalistica-130414130341-phpapp02Antniorodrigues radiestesiaclassicaecabalistica-130414130341-phpapp02
Antniorodrigues radiestesiaclassicaecabalistica-130414130341-phpapp02
 
O futuro da humanidade e a Civilização solar
O futuro da humanidade e a Civilização solarO futuro da humanidade e a Civilização solar
O futuro da humanidade e a Civilização solar
 

Último

Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....LuizHenriquedeAlmeid6
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMHELENO FAVACHO
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)ElliotFerreira
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSOLeloIurk1
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Ilda Bicacro
 
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de ProfessorINTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de ProfessorEdvanirCosta
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfEmanuel Pio
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfCamillaBrito19
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfprofesfrancleite
 
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfHELENO FAVACHO
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfHELENO FAVACHO
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfLeloIurk1
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelGilber Rubim Rangel
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteVanessaCavalcante37
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...IsabelPereira2010
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 

Último (20)

Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
 
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de ProfessorINTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
 
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
 
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIXAula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
 

A atitude científica

  • 1. UN IDADI S ' i- ]ú1ËTAFISÏCA 8. Como }{eidegger e Merleau-Ponty silperâm a oposição entre realismo e idealismo? 9" Por que as afirmações "Estamos no mundo" e "O mundo é mais velho do que nós" expri- mem a superação do realismo e do idealisma'l 10. Por que a pergunta ontológica "Para quem é isto que é?" renova e amplia a velha pergun- ta metafísica "O que é isto que é?". çAPíTULO T i . Comente o rnodo como se realiza a passa- gern do sensível (coisas e opiniões) ao inteli- ,gível (a idéia como essência real) na Banque- l,:' de Platão. L lìclacione a ontologia de Parn-lênides e o que u,'*cê estudou sobre ele e Heráclito, niì lógica (Unidade 5). CÃPíTULO 2 'lome algum ser e deterrnine nele os princípi- #s, frs causas, a matéria e a forrna, a potência e r.l ir[t'r, a essôncia e o aciclente, a substância e as ,.;.ïil:$OflâS. I;NFíTULO 3 [. Ëxarnine as idéias neoplatônicas, estóicas e gnósticas de que o cristianismo se vale para refazer a metafísica e mostre como a escolha dessas idéias dccorre dos problemas da rela- ção entre fé e razã,o. 2. Relacione a nova concepção de metafísica trazida por Kant e a "revolução copernicana", que você estudotr nos capítulos dedicados à razã,o (Unidade 2). CAPíTULO 4 1. Comente as dnas análises de Merleau-Ponty sobre o tempo e o corpo. Examine corno supe- ram a dualiclade realismo-idealismo, que havia acompanhado toda a história da metafísica. 2. Exponha o que compreendeu sobre a dife- rença entre uma ontologia apoiada na consciên- cia reflexiva constituiclora das significações e uma outra que nega o poder da consciência reflexiv a para constituir o mundo. A atitude científica A elôncia na Historia As e iôncias da ffiatureza &s ciôllcins humanâs .., , i. S idmnl eientí{ics s a rnufis instrumental 0 smmsu sumum O sol é menor do que a Terra. Quem duvi- dará disso se, diariamente, vemos um peque- no círcuicl avermelhado percorrer o céu, indo çle leste para oeste? O sol se lrlove em torno da Têrra, çiue per- mânece imóvel. Quem cluvidará disso, se dia- riamente vemos o sol nascer, percorrer o céu e se pôr? A aurora não é o seu começo e o crepúsculo, seu fim? As cores existem em si mesmas. Quem du- vidaria disso, se passamos a vida vendo rosas vermelhas, amarelas e brancas, o azul do céu, o verde das árvores, o alaranjado da laranja e da tangerina? Cad"q gênero e espécie de animaÏ já surgi- ram tais como os conhecêmos. Alguerrì po- deria imaginar um peíxe tornar-se réptil ou um pássaro? Para os que são religiosos, os livros sagrados não ensinam que a divindade criou de uma só vez todos os anirnals' num só etia? A falnília é uma realidade natural criada pela Natureza para garantir a sobrevivência huma- na e pará atender à afetividade natural dos hu- rnanos, que sentem a necessidade de viver jun- tos. Quem duvidará disso, se vemos, no mun- Co inteiro, no passado e no presente, a família eristindo naturalmente e sendo a céiula pri- meira da sociedade? A raça é uma realidacle natural ou biológica procluzida pela diferença dos clirnas, da ali- mentação, da geografia e da reprodução se- xual. Quem duviclará disso, se vemos que os africanos são negros, os asiáticos são amare- los de olhos pnxados, os índios são 'rcrrne- ihos e os *uróptus, brancos? Se formos reli- giosos, saberemos que os negros descetrdem de Caim, marcadc por Deus, e de Catn, o fi- lho desobediente de Ïrtroé. Certezas como essas formam nossa vida e o $enso comum de nossa sociedade, transrniti- do de geração enÌ geração. e, t"ttttitas vezes. transformando-se em crença religiosa, em doutrina inquestionável. A astronomia, porérn, demonstra que'.o sol ó muitas vezes maior do que a Terra e, desde & mtfrtnndm mtmrïtífüffiffi Ì: $fi fifl ,ü{ iiJ .Ì ; s rfi 'fi r,fr ,;#'. fl ,dú g fi,f, tìfl k$ r.ü 246 ï4.l
  • 2. ri Copir nli.i:. jii,l i1 a ïe i'ra quc se lìlovL r-ìÌì. {iií'- no dele. A t'ísica óptica deuìonstra que as uo- ffls sãü onrias lurnincsas de ctrnpriffientüs di- f,*rentes. obticlas pela refì'ação e reflexão, nu ctrecamp*siçãtl. cla lur branca. A bi*logia cie- nroïlstrâ que üs gênertls e íÌs espócies ds nni- niais se Í'orrn;Ìrarn lentamentc, no curgo cle mi- lhões dc rìnos. a partir dc nrodificações de lnicroclganisrnos c.tremarnente simp[es. Ì-{istoriad*res * an{rcpólogcs rnosfl'aitì r]Lìe o qLlc critenclciìlos por Í'iiiriília (pai, mue. íì- Ìhos; espilsa' marido. irmãcs) é unra institui- Ç:ão s*ci*l r'ecentís,siillÍì _-_ cÌata do sécuio Xi -- c própria cia Huropa ocideriral, nãCI cxistin- clo na Antiguidade., ïlenl iÌas socieclaclcs af,ri- criiì;Ls, iisiáticas r iìmericanas pré-colori:t"lia- ilas. Fvfoslram tamtrérn que lrão ó urn lato ua- turaì^ rnâs uina criação sociocul{uratr, exigida por concliçÕes históricas detenninacias. Sociólogos e antropólogos rnostram que a idéia de raça também é recente __ data rio sé- cl.llc XVIïï --, sendo usada por pe"nsadoles qile flr$ÇïrraviìrÌì uffia explicação:irnra as clife- renças físicas e culturais entre os eLlropeLìs c os püv{)s conhecidos a partir do século XIV, conl as viagens de Marco Poio, e cJo século Xq com as grandes navegações e as rJesco- bcrtas cle continentes ultramarinos. Ao que parece, há r-rrna grande cìiferença en- tre nossas c'eilezas cotidianas e o conïrecirnen- to científico. Con:o e por que ela existe? ;#ï,'J,ïïï,1ffiff:ï:ï;Características do senso Gomum coisas e fatos jutgados **.rhr""r,-rrrr*", dos animais, das piantas, dos seres humanos, Um breve exame de nossos saberes cotidia- dos astros. dos gatos. das nruÌheres, das crian- nos c do senso comum de nossa sociedade re- ças, das esculruias. das pinturas, our ú.Uiaur, vela que possuem algumas características que dos remédios, etc.; lhes são prõprias: em decorrência das generaÌizações, tendenr a t j jllos, isto é. exprimem sentimentos estabelecer relações de causa e efeito entre as e opiniões individuais e de grupos, variando de coisas ou entre os fatos: ..onde há fumaça, há uma pcssoa para outra, ou de um grupo para fogo"; "quem tudo quer. tudo perde'.: -;dize- outro. dependendo das condições em que vive- me com quem andas e te direi quem és"; a po- mos' Assim, por exemplo, se eu for urrirto. na- sição rlos astros determina o destino das pesso- rei a beleza da rínorer se eu for marceneira, a as; mulher menstruada nao deve ,o*. boúo qualiciade da tïì*. ;. : ; :i" 'ì- e stiver passeando st,rr o sol, a soÌïtbrâ para descansar: se for bóia-fi'ia, os frutos que clevo cclher pâra ganhílr o meu dia" Se eu for hindu, uïníì vãica srrá sftgritdii pâra iïim; se for dcna cle unr {ì"igoríf ico. estã- rei interessacla na qualidade e na quaïrtidade clc carne que pocÌerei vender: , ô sãa rÌLliìlitativos. isto é. âs coisiìs sãr: ;uiffio*lo g'untlc) ou perlue*íìs. doces ou azcclas, pesaíiiìs ou leves, novíi$ {}Lr veihas. belas ou f e ias, qLÌente s üil fl ias, úteis ou inúteis, cle sejár,,cis ou indesejár,eis, L-olo* lidas olt se m cor, coïll sübor, oclcr" próximas ou ílistante.s, etÇ.: @ são heterogôneos isto é. l'eferem-se a fatos q fes, p$rq'úe ob percflbe- mos coïÌlo diversas entre si. Por exenlpiü, uln corpo que cai e unla peila que fÌutua no ãr são âÇonteçimentos diferentes; sonhar çom água é diÍ'erente de sonhar corn urna escada, etc.; o são iridividr"ralizaclor"m por ssrem quaiitati- vo ?, cada coisa üu crida fato nos aparece coïno uin indivíduo ou conlo Lrrìl scr autônolno: a scda é rnacia. a pedra é rugosa, o algodão ó áspero, o mel é doce, o logo é quent€, o márntore é lricl, a rnadeira é dura, e tc.; friu; :r,.ii"li-Ìf sal quandc se tem lir;i;.Ll:'íï ,-i bom para a prcssão; nìulher assanhada qller ser es- tr-rprada; menino cle iïa é delinqüente, etc'; t se admiratn ccln ao não se $upreendenl e íìerï regulariclacie, constância. repetiçãoe cliíerença clas coisas. mas, ao cüntrârio, a admiração e o espanto se dirigern para "o qufl ó irnaginaqJo conlo únicc, extraordinár"io, maravilhoso ou mi- raculoso. Justitmente por isso, Êffi nossa socie- dade, a prüpaganda e a moda estão semprfi in- ventando o "extraordinário", o "nunca visto"; o pelo mesmo motirro e ï1ão por compreende- rem o que seJa investigação científica, tendem a iclentificá-la conl a magia, consideralldo qile arnbas liclam com o nlisterioso, o ocult<:, o in' conlpreensível. Essa imagem cla ciência conro rnagia aparece, por exemploo no cinema, quan- cÌo os fihnes mostraïn os Xaboratórios cientíÏi- cos repletos de objetos iÍìcompreensíveis, com luzes que acetrclern e apagam, tubos cle onde saelïì f'umaças colaridas, exatamflilte corno são rnostraclas as cave rnas ocultas dos magos. L,ssa mesma identificação entre ciência e nagia apa- rece num programa da televisão brasileira, o Fanfástiro, que, como o norne indica, mostra aos telespectadores resgltaclos científicos como se fossem espantosa obra de magia, as- sim como exibenì magos ocultistas como se lossern cientistas; e costumam projetar nas coisas ou no lnundo sentimentos de angústia e de medo cliante do clesconheciclo. Assim, durante a Ïdade Média, as pcssoas viam o clemônio em tocla a parte e, hoje, enxergam discos voadores no espaço; e por $erem subjetivos, generalizadores, ex- pressões de sentimentos de medo e angústia, e de incompreensão quanto ao trabalho cien- tífico, nossas certezas cotidianas e o senso cortfi:m de nossa sociedade ou de riosso grupo social cristalizâm-se em preconcf,itos com os qçais passaltos a interpretar toda a realidade que nos cerca e todos os âcCIntecirnentos. & mtrü€*s$**,: r ç*ssãçf**m * é objetivo, isto ó, procllra as estrlÌturas unl* versai.q fl necessárias das coisas investigadas; CI d quantitativo, istCI é, busca ínedidas, pa- drões, eritérios cle comparação e de avalia- ção para coisas qule pareoÊm ser diÍerentes. Assirn, por *xempl*, as diferonças cÌe cor são explicadas por cliferenças de um mesmo pa- drão ou critério de mredida, o cürnprimento das ondas lurninosas; as clifererlças de inten- siclade ctros sons, peïo comprimento das on- das sonoras; as diferenças de tamanho, pelas diferenças de perspectiva e de ângulos de visão, etc.; * é honlogêneo, isto é, busca as leis germis de funcionamento dos fenôryellos, que são as mesmas para fatos que nos parecenì diferen- tes. Por exemplo, â lei universal da gravitação clemonstra que a queda de uma pedra e a flutuação de ufita pluma obedecem à mesma iei cle atração e repuïsão no interiar clo caprpo gravitacional; a estrela da manhã e a estrela da tarde são o m*sffÌo planeta, Vônus, visfo em posições diferentes com relação ao sol, ern decol'ência do movimento da Terra; sonhar com água e com uffla escaela é ter o mesmo tipo de sonho, qual seja, a tealização dos cle- r*;ot sexuais reprinriclos, etc.; ' :r ii.!i , ':. , :,i11,:Í,' ',::ii. , . ';,:rii.:',, ..1 )i::1. : i l'iiJrÌ.. i.Í :r.ir:ii' ,',.1..: . I li'' .:l;' O clue distingue a atitude, cier:tífica da iiti- .tude eosturneira ou clo senso comulll'7ffi.nt*s cie mais niìdâ, a ciên*ia descünfiír ctra Graci- clade cie ttc-rssiis cet-tezas, de nossa adesão imc- cÌiata às coisas, da ausência de crítica e da fal- ta de curiosidacle. Por isso, ali onde vemos coisas, fatos e acontecimcntos, a atitude cien- tífica vâ prchl*mras * *hstácwlos, aparôncias qr.re precisam ser explicadas e, enì ce rtos ca- sos, ai-asratias.l SoÌ: qlleÌse tMos os aspectüs, podemos di- zer que o cotlhecir**nto científicr: opÕe-se ironto por ponio às Çaracterísticas rJo senso CÜN]LìIÌì: ?4S 24S
  • 3. : .l* ã j r' .*. I t trl,' ,,i.âj * é*gg$ffgllãg*,' ". p{r ! 5 r*ilne incii vieÌ u ril icl a*, percebidas como dii*ri:*i,;l;. sob as mflsmas l*is, os ïnesrnns padrÕes ou criterios rJe medicla, mostrando que püssuem a mesrïìa estruÍura. Assim, por exenlplo, a química illostra rìue a cnonne Varieclade dc corpos sc rcduz a urri rrri_ tìlero ìimitaelo cle corpr;s sinrplers QLrs sc c{.}rïÌ_ Ìrir*un de nraneiras 'ariadas, cie modo qlr* o número de e l*r*entos é infinitarnente nr*r'r ci' {ìile iÌ variedade enlpíijca cjos conrpostos. 'ã são diferenciaciores. poi"s não reúnem *crll g*ffi'bì úançasj apaÍ-enres. mas iiistinguerìì os que parecenl iguais, dcsrJe eiue obedeçam a e sfruturas cliferentes. Lenibr.e nios ;iqui um exenrpro que usarno$ no capítuÌo so- bre a ìinguagenl, quanclo n:ostranÌos quç a pa_ l;i'ra queíjo páìrece ser a nlesrna coisa {jue a pnlavra inglesa c'heese e a parar,'ra fr"'*i:esíl .frutnage' quanelo, na rearidaçre, são muito rji- fc'rentes, porque se ref-erer* a estruturas ari- *ir:ntares diferentes ; '* ;., ó es tabe I ece m rglaçõ-e;. c 11q saiq" .d.çp-oi s $* i n; . r # üS?1 ï,lp t*r ezaou esrrurura do faro es { uder_ dçi e suas iôiaçoê; õom-òïiiòs sen,*tt un,*s ou clìferentes. Assim, por exernplo, um c.orpo não cai porque é pesado, mas o peso de um cotpo degrende clo campo da graviiação oncre se en- cr;ntra - é por isso qrr*, nas naves espaciais, onde a gravidacre é iguar a 'zeto,, todos üs cor- pas flutuâÌnl- indepe*dente*rente cro peso o* do t;lmanho; um corpo tem urna certa cor não p{}r- Eï'fl é colorido, mas porque, dependendo cle 'r-ïiì composição quílnica e física, rcfrete a ruz il* uma cleterrninada maneira, eic.; e surpreencle-se corn a reguraridacre, a cons- tância, a freqüência, a repetição e a diferença clas coisas e procura mosffar que o maravi_ lhoso, o extraordinário Gu o "miragroso,u é unr cÍrso palticular do que é regulal nornral. fre_ q*ente. Urn eclipse, um tememoto, uln fura_ cão, embora excepcionais, obedecem às leis da física. procura, assim, apresentar explica_ çÕes racionais, craras, simpres e verdaàeiras Í];ir;Ì os fatos, opottcii.,-,,r,: ili) ,;sp*lacular, ao i i i;t.g ico e ao fan tástica; :-d.':liïguc-se cia rnagia. A rnasia aclnrire urna p;u"tic-ípaÇfro ou sinrpiitia secreta entre coisas rliferer:tes" que agern uïnas sobre outras pcr ineio cle quaiidades ocurtas e consider'o psiquisrno humÍìno uma força capiìz rÌe rigar- se a psiquismos superiares {pÌaneteirios, as_ t'ais, angélic's, dc*rorríacos) par"a provocar efeitos i*esperados nas coisur à 'as pessoas. A atit'cle científica, ao cqrntrário, ope'a unì de.sencantar'ento oil cJesenf'eitiçamerrt' do lnunelo, *ostl";lndo que nele nao igern forças secretas, il-ras calrsas e relações racionais q*e podem ser conhecidas e que tais conhecimr:n- tos podsrï ser tr;rusr_nitidos a tucïos; @ afirma qile, pelo conhecimento, o homem pocÍe libertar-se do medo e clas superstiçÕes, dei- xando de projetá-ros no ïnundo e nos outros; * p,1og u rÍì.1g-lov-ar_ se e nrod i fi c ar* se c on ti n u a_ me*te, evitando a tràìrstorr'ação cras t-"r*, eniïõuïrinas e destas, ern preconceitos soci- ais. o fato científico resurta de um trabarho paciente e lento de investigação e de pesquisa racional, aberto a mudanças, não sendo nem um mistério incompreensível nem urna dou- trina geral sobre o rnunclo. Lbr Íaros ou objeros cienríficos não são da- dos enrpíricos espontâneos cÌe nossa experi- ôncia cotidiana, nras são constrnídos pero tra- balho da investigação cienrífica$sia e u* conjunto cle atividades intelectrãir, experi_ mentais e técnicas, rearizadas com base ern rnétodos que permitern e garantem: "6 separar os elementos subjeti'os e *bjetivos cle um Íbnôrneno; o construir o fenôrncno conÌo um objeto do conhecimento, controrável, verificáveí, inter- pretável e capaz de ser retificado ou corrigido por novas elaborações, rs0 ã51 'ç,'::: ;Ìiì. :. .';, iì :,-l I .:.,,: i.r.. :.;i::ri, l, r,.:-trr..:i j;i.:, 1;1.;:, ':'i.i' :1r' , t:'-: e dernonstrar ,,' ür.i]ï,';.:ií os resultados obi.,,Ì*s durants a investigaçii*, gtaças ao rigor das ;e- lações detìnidas enfre os tatos estudados; a cle- nronstração deve ser feita não só para verifi- car a validade dos resultados obtidos, mas tam- bém pflra preyer racionalmenfe nevos fatos como eleitos dos já estudados; o relacioÍìar cüm outros fatos um fato isolado, integrando-o nulna explicação racionai unif-icada, pois sonrente essiÌ integração trans- forma o fenôrneno em objetc científico, isto é, em fato explicado por urnã teoria; e f,cnnular uma teoria geral sobre o conjunto dos fenôüterlos observaclos e dos fatos investi- gadcs, isto é, formular uffÌ conjunto sistemáti- co cle conceitos que expliquetn e interpretern as causas e os efeitos, as relações de dependên- cia, identidade e diferença entre todos os obje- tos que constituern o campo investigado. tlelimitar ou definir os tatos a invesrigar, separando-os de outros semelhantes ou dife- rentes; estabelecer os proceclimentos metodo- lógicos para observação, experimentação e veriÍiçação dos fatos; construir instrumentos técnicos e condições de laboratório específi- cas para a pesquisa; elaborar um conjunto sis- temático de conceitos que formem a teoria ge- ral dos fcnômenos estudados, que controlem e guiern o andamento cia pesquisa, além de arnpliá-la com novas investigações, e permi- tam a previsão de fatos novos a partir dos já conhecidos: esses são os pré-requisitos para a constituição de uma ciência e as exigências - da própria ciência. "F A ciência distingue-se do senso comum por- que este é uma opinião baseada em hábitos, preconceitos, tradições cristalizadas, enquan- to a primeira baseia-se em pesquisas, investi- gações metódicas e sistemáticas e na exigên- cia de "6u. as teorias sejarn internamente coe- rentes e digam a verdade sobre a realidade. A ciência é conhecimento que resulta de urn tra- balho racional. ;,ã-qkjfu1.ï'l () que é urna teori ,.,ie'rrt;l ica? Í,' ( íi um sistema ordenaciü r i:ç-;erente de pro- posições ou enunciaclos baselldos em um pe- queno núnrero de princípios, cuja finaliclacle é rlescrever, explicar e prever do modo mais cr:mpleto possível um conjunto rJe fenômenos, oferecendo slras leis necessárias. A teoria ci- e ntífica permite que uíïìÍì multiplicidad* ernpírica de fatos aparenternente muito dif-e- rentes sejarn compreendidos como semelhan- tes e submetidos às mesmas leis; e vice-ver- sa, perffiite cornpreender por que fatos apa- lenfelnente seme]hantes são diferentes e sub- meticlos a leis rliferentes. )od firavura do pintcr Bill Sanderson, mcstrando Nsaac Neurton folheando seu livro Os princípías matemiátíços da Fílosçfia natural, unìa das obras científicas mals irnportantes de todos os tempos. .,1. I ,'; :, I ,it,i:ilì;' . j,,ili;:ri '.':.i:ii;::i, ïÏ$. .::Yic :,: l:l,t , :È, i;r'i r.l.l ll ,. i.ì ,r,,t:-'' .', ,iiilri, ,l,il,;'i, iillil' rl t ' .tiì:i i i:ì'lil '*i.il ,;tll '. ìj..'., . .,.;,..:. i!;':.,' ir:Ji tj:!t-ll ' ji:.ìi;i:: :..ii l::, t,l,liiirji rìj-1:r{}1.: ".iii ' , '!ai;:;. .iiir:".-'; : .'sí...,