1) O documento discute a qualidade vocal, especificamente a voz metálica, com foco na descrição e compreensão da ressonância vocal.
2) A voz metálica é caracterizada como estridente, irritante e fina, e está relacionada à constrição faríngea e elevação laríngea que enfatizam as frequências acústicas altas.
3) Vários estudos analisaram a voz metálica por meio de análise acústica, espectrográfica e instrumental do trato vocal para determinar as
Apresentar técnicas de análise econômica e de gerenciamento de riscos em projetos de E&P que subsidiam a tomada de decisão em um ambiente de negócios sob os enfoques determinístico e estocástico.
Pesquisa cientifica i projeto de atuaçãoMara Salvucci
O documento discute as etapas de elaboração de um projeto de pesquisa científica e relatório final, incluindo a definição do problema, objetivos, métodos e apresentação dos resultados.
1) O documento discute os aspectos técnicos do canto, incluindo a anatomia dos órgãos vocais e respiratórios, qualidades da voz, classificação vocal e exercícios.
2) É fornecido um guia detalhado sobre a produção vocal correta, respiração, articulação e registro vocal, com o objetivo de desenvolver uma técnica vocal sólida.
3) O documento também discute mitos sobre o canto e erros de técnica comuns, enfatizando a importância da consciência corporal
El documento presenta un resumen sobre el tema de la eugenesia y los niños a la carta. Explica brevemente la definición de eugenesia, su evolución histórica desde la antigua Grecia hasta la actualidad, las diferentes clasificaciones de eugenesia (negativa y positiva), y cómo se aplica la eugenesia moderna a través de diagnósticos prenatales.
Este documento describe los modelos de aprendizaje blended en educación superior. Comienza explicando la evolución de la educación a distancia y el surgimiento del e-learning. Luego introduce el blended learning como una alternativa que combina lo mejor del aprendizaje presencial y en línea. Finalmente, analiza las características del blended learning, resaltando que integra diversas metodologías y fortalece la comunicación e interacción entre estudiantes tanto de forma presencial como virtual.
O documento discute os aspectos legais de contratos de sociedade no Brasil. Ele define o que é um contrato de sociedade, lista seus elementos essenciais e discute os tipos de sociedades com e sem personalidade jurídica. Também trata dos direitos e obrigações dos sócios, da administração da sociedade e da aquisição de personalidade jurídica após registro.
O documento discute os aspectos legais de contratos de sociedade no Brasil. Ele define o que é um contrato de sociedade, lista seus elementos essenciais e discute os tipos de sociedades com e sem personalidade jurídica. Também trata dos direitos e obrigações dos sócios, da administração da sociedade e da aquisição de personalidade jurídica após registro.
1. El diseño organizacional es el proceso mediante el cual los gerentes toman decisiones sobre cómo organizar el trabajo y coordinar las actividades de una organización para lograr sus objetivos de manera eficaz y eficiente.
2. Los conocimientos sobre diseño organizacional han evolucionado desde un enfoque clásico centrado en la estructura jerárquica hasta considerar factores como la tecnología utilizada y el ambiente externo de la organización.
3. Un buen diseño organizacional busca crear una estructura flexible alineada con la estrategia y
Apresentar técnicas de análise econômica e de gerenciamento de riscos em projetos de E&P que subsidiam a tomada de decisão em um ambiente de negócios sob os enfoques determinístico e estocástico.
Pesquisa cientifica i projeto de atuaçãoMara Salvucci
O documento discute as etapas de elaboração de um projeto de pesquisa científica e relatório final, incluindo a definição do problema, objetivos, métodos e apresentação dos resultados.
1) O documento discute os aspectos técnicos do canto, incluindo a anatomia dos órgãos vocais e respiratórios, qualidades da voz, classificação vocal e exercícios.
2) É fornecido um guia detalhado sobre a produção vocal correta, respiração, articulação e registro vocal, com o objetivo de desenvolver uma técnica vocal sólida.
3) O documento também discute mitos sobre o canto e erros de técnica comuns, enfatizando a importância da consciência corporal
El documento presenta un resumen sobre el tema de la eugenesia y los niños a la carta. Explica brevemente la definición de eugenesia, su evolución histórica desde la antigua Grecia hasta la actualidad, las diferentes clasificaciones de eugenesia (negativa y positiva), y cómo se aplica la eugenesia moderna a través de diagnósticos prenatales.
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1. El diseño organizacional es el proceso mediante el cual los gerentes toman decisiones sobre cómo organizar el trabajo y coordinar las actividades de una organización para lograr sus objetivos de manera eficaz y eficiente.
2. Los conocimientos sobre diseño organizacional han evolucionado desde un enfoque clásico centrado en la estructura jerárquica hasta considerar factores como la tecnología utilizada y el ambiente externo de la organización.
3. Un buen diseño organizacional busca crear una estructura flexible alineada con la estrategia y
Following the Christians Down Through the Centuries . . .
or The History of Baptist Churches From the Time of Christ,
Their Founder, to the Present Day
by J. M. Carroll
O documento discute aspectos do empréstimo compulsório no Brasil, mencionando que: (1) A União pode instituir empréstimos compulsórios em casos de calamidade pública ou investimentos urgentes de interesse nacional; (2) Os empréstimos compulsórios devem ser restituídos com correção monetária e juros; (3) Um exemplo histórico foi o empréstimo compulsório sobre consumo de energia elétrica entre 1964-1994.
Curso de especialização a distancia serviço social - CFESSWalter Albuquerque
O documento discute o trabalho e sua relação com a natureza humana e sociedade. Argumenta que o trabalho é fundamental para a sociabilidade humana pois é através do trabalho que os seres humanos produzem bens sociais e se diferenciam de outros animais. Também analisa como as relações de trabalho são afetadas pelo modo de produção capitalista, onde o trabalho é reduzido a uma mercadoria negociada no mercado.
Este documento descreve uma pesquisa que criou um espaço de conversa entre pais e professores de crianças do 1o e 2o ano do ensino fundamental. O objetivo era aproximar a família e a escola e minimizar conflitos, compreendendo os significados atribuídos ao processo escolar. A pesquisa concluiu que a comunicação entre os sistemas permite a compreensão mútua e a extensão da ação educativa para além da escola.
O documento apresenta informações sobre um curso de Contabilidade Introdutória ministrado pelo professor Luciano dos Santos Nunes em fevereiro de 2002. O documento define conceitos fundamentais da contabilidade como patrimônio, ativo, passivo e escrituração contábil.
O documento apresenta a biografia de um treinador de basquete chamado Kiko e discute sua filosofia de ensinar basquete focando no desenvolvimento completo dos jogadores como pessoas. O autor destaca a importância de Kiko tratar seus alunos com respeito e considerá-los tanto atletas quanto seres humanos.
Andrew Maier discusses and defines affordances, a concept that is rooted in psychology, and first manifested within a practical application in industrial design. Andrew then shows how to bring these concepts to web and interface design. Lastly, Andrew speaks to overdesign in interface design and how to avoid it.
El documento habla sobre la dotación de capital humano. Explica que el capital humano se refiere a las habilidades, conocimientos y aptitudes de los individuos. También discute los objetivos e importancia de la dotación de personal, las fuentes de reclutamiento interno y externo, y los medios y técnicas de reclutamiento como anuncios y recomendaciones.
El documento describe los diferentes tipos de capacitación en recursos humanos y su función. Explica que la capacitación puede clasificarse por su formalidad, naturaleza, nivel ocupacional, uso, tiempo y lugar de aplicación. Además, la capacitación es importante para preparar al personal, cambiar actitudes, permitir desarrollo profesional y lograr objetivos organizacionales.
Este documento enfatiza a importância de se escrever um testamento e planejar adequadamente a transferência dos bens materiais após a morte. Recomenda-se consultar um advogado para garantir a validade legal do testamento e mantê-lo atualizado anualmente. Além disso, orienta manter cópias acessíveis do testamento junto a um advogado ou Assembléia Espiritual para assegurar o cumprimento da última vontade.
Este documento resume uma aula sobre ata notarial ministrada por Ricardo Guimarães Kollet. A aula abordou a evolução, conceituação, objetivos, formalidades e eficácia da ata notarial, diferenciando-a da escritura pública. Também foram apresentadas as principais espécies de ata notarial.
Ok módulo 1 historia y costos relacionados con la calidad iiiproargex2013
Este documento trata sobre sistemas de gestión de la calidad para la exportación de alimentos. Brevemente describe que la calidad está relacionada con los requisitos básicos que deben cumplirse según las leyes y reglamentos para que los alimentos sean inocuos y no estén contaminados o adulterados. También explica que la gestión de la calidad organiza la producción para alcanzar objetivos comunes, disminuir costos y generar confianza entre proveedores y clientes.
La antropología es el estudio holístico del ser humano. Se divide en tres ramas principales: la antropología biológica, la antropología social y la arqueología. La antropología social estudia el comportamiento humano y la cultura a través del tiempo y el espacio, y se subdivide en subdisciplinas como la antropología del parentesco, la lingüística antropológica y la antropología de las religiones.
Introducaoacontabilidade 100802120229-phpapp01Vanderson Mota
O documento discute conceitos introdutórios de contabilidade, incluindo: 1) definições de contabilidade de acordo com congressos e autores; 2) o campo de aplicação da contabilidade, que abrange todas as entidades econômicas; 3) as finalidades da contabilidade de fornecer informações para tomada de decisões e controle patrimonial; 4) a importância da contabilidade para o sucesso dos negócios e tomada de decisões.
Este documento apresenta conceitos fundamentais sobre gestão do varejo. Aborda os principais tipos de varejo, canais de marketing, tendências do setor e organização de varejistas. Discute também o varejo sem loja, incluindo venda direta, marketing direto e venda automática.
O documento discute modelos de negócios inovadores, incluindo o Canvas de Osterwalder que fornece um quadro para analisar os principais elementos de um modelo de negócios como segmentos de clientes, propostas de valor, canais, fontes de receita e estrutura de custos. Também apresenta padrões comuns de modelos de negócios como a "cauda longa", plataformas multilaterais e o modelo "isca e anzol".
Este documento contiene una serie de mensajes de correo electrónico entre varios estudiantes y su facilitadora sobre una tarea grupal. Los estudiantes discuten la asignación de equipos, piden más información sobre las preguntas de autorreflexión, y solicitan una reevaluación de una calificación. La facilitadora responde a sus preguntas, les recuerda fechas límite, y corrige una calificación.
O documento discute tratamento de exceções em Java. Ele explica que o tratamento de exceções permite detectar e lidar com erros durante a execução de um programa. Apresenta exemplos de código que usam blocos try-catch e try-finally para tratar erros como divisão por zero. Discute também as classes que identificam diferentes tipos de erros.
Este documento discute como a segmentação da sentença, através de fronteiras prosódicas visuais ou auditivas, pode afetar o processamento sintático. A autora realizou experimentos manipulando fronteiras prosódicas altas e baixas em sentenças com orações relativas ambíguas, medindo os tempos de leitura e escolhas de interpretação. Os resultados sugerem que as fronteiras prosódicas não influenciaram os tempos de leitura, mas sim as escolhas de interpretação a favor de uma aposição não
Este documento apresenta um estudo comparativo entre análise acústica e perceptiva da voz de pacientes com cistos ou sulcos na prega vocal. Os resultados mostraram que diferentes tipos de fechamento glótico estão associados a características vocais distintas nestas condições, sendo o fechamento anterior-posterior associado à pior qualidade vocal.
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Este documento discute como a segmentação da sentença, através de fronteiras prosódicas visuais ou auditivas, pode afetar o processamento sintático. A autora realizou experimentos manipulando fronteiras prosódicas altas e baixas em sentenças com orações relativas ambíguas, medindo os tempos de leitura e escolhas de interpretação. Os resultados sugerem que as fronteiras prosódicas não influenciaram os tempos de leitura, mas sim as escolhas de interpretação a favor de uma aposição não
Este documento apresenta um estudo comparativo entre análise acústica e perceptiva da voz de pacientes com cistos ou sulcos na prega vocal. Os resultados mostraram que diferentes tipos de fechamento glótico estão associados a características vocais distintas nestas condições, sendo o fechamento anterior-posterior associado à pior qualidade vocal.
O documento discute os conceitos de fonética e fonologia. A fonética descreve a produção e percepção dos sons da fala enquanto a fonologia interpreta esses sons de acordo com os sistemas fonológicos das línguas. O documento também classifica os sons consoantes e vogais do português de acordo com seus modos e locais de articulação.
A Fonética acústica estuda os aspectos físicos dos sons da fala através da análise acústica, permitindo identificar não só o conteúdo da fala mas também características do locutor. A análise é feita por espectrogramas e gráficos que mostram propriedades como amplitude, frequência e conteúdo espectral. A fonética acústica teve grande avanço com a invenção do fonógrafo no século 19.
O documento discute a natureza do som e sua propagação como ondas sonoras através do ar. Explica que o som é produzido pelo movimento das moléculas do ar e se propaga em ondas de compressão e rarefação. Detalha também características do som como frequência, comprimento de onda, altura, intensidade e timbre.
[1] O documento discute o currículo de física e aborda o tema som, suas fontes, características físicas e usos. [2] O autor justifica a escolha do tema por oferecer recursos para transposição didática e interdisciplinaridade com outras áreas. [3] As situações de aprendizagem propostas incluem atividades sobre a diferença entre barulho e música e conceitos ondulatórios relacionados a sons produzidos por instrumentos musicais.
Este documento fornece um resumo dos sons fonéticos do inglês americano. Ele divide as consoantes em categorias de articulação como modo, lugar e voz, e foca no modo de articulação. Também divide as vogais em categorias de articulação como monotongos, ditongos e vogais prolongadas. O documento fornece exemplos de cada tipo de som para ajudar os leitores a aprender a pronúncia do inglês.
Este documento apresenta uma situação de aprendizagem sobre som e música para alunos do 2o ano do ensino médio. Ele discute conceitos básicos de ondas sonoras e música, incluindo classificações de sons, características de instrumentos musicais e propriedades físicas do som.
O documento descreve as principais partes da música e parâmetros do som, incluindo melodia, harmonia, ritmo, altura, intensidade, duração e timbre. Além disso, explica conceitos como densidade sonora.
O documento discute técnicas de respiração e articulação utilizadas no ensino da flauta doce. A respiração influencia diretamente na sonoridade e um sistema respiratório eficiente é essencial para obter uma sonoridade rica. A articulação define os inícios e finais dos sons e possibilita agrupamentos musicais, sendo um recurso expressivo. Consoantes como [t] e [d] proporcionam precisão, enquanto [r] e [l] geram fluidez em passagens legato.
O documento discute os principais conceitos de fonética e fonologia, incluindo: 1) A fonética descreve os sons da fala enquanto a fonologia analisa os sistemas sonoros das línguas; 2) Ambas usam o Alfabeto Fonético Internacional para representar sons; 3) A fonologia reconhece unidades mínimas como fonemas que variam em produção mas não em significado.
00 estrutura tonal - harmonia - maria lúcia pascoal e alexandre pascoal netoNertan Silva
SUMÁRIO: Este documento apresenta os acordes principais da harmonia tonal, incluindo suas funções de tônica, subdominante e dominante. Detalha os acordes maiores e menores, suas inversões e notas ornamentais. Explica o acorde de dominante com sétima e diferentes tipos de cadências.
Algumas considerações sobre a articulação na flauta transversaljairo oliveira
1. O documento discute a relação entre a articulação musical na flauta transversal e a linguagem falada, notando semelhanças e diferenças entre os processos.
2. É destacada a importância da articulação para a expressividade musical e o fraseado.
3. Diferentes tipos de golpes de língua são explicados, incluindo golpes simples, compostos e mistos.
O documento descreve propriedades de ondas sonoras, incluindo que são ondas longitudinais de pressão que se propagam no ar ou outros meios elásticos. Explica que a velocidade do som varia em diferentes meios e temperaturas, e que a percepção do som depende da frequência e intensidade das ondas. Também discute ressonância e formação de ondas estacionárias em cordas e colunas de ar.
O documento discute a fonética articulatória, que estuda a produção dos sons da fala no aparelho fonador. Descreve que o aparelho fonador é constituído pelos sistemas respiratório, fonatório e articulatório. Explica como esses sistemas trabalham juntos para produzir sons e como os fonemas são classificados de acordo com critérios como modo e local de articulação.
1. O documento discute os efeitos do ruído ambiental no organismo humano e suas manifestações auditivas. Aborda conceitos de audiologia e acústica, caracteriza o ruído e sua classificação, e descreve os efeitos auditivos e não-auditivos do ruído.
2. Inclui detalhes sobre a anatomofisiologia da audição, faixa de audição humana, escalas de medição do som, e histórico do estudo dos efeitos do ruído na saúde.
3. Tem o objetivo de oferecer
2. 2
1 INTRODUÇÃO
A Fonoaudiologia vem desenvolvendo pesquisas em diversas áreas
de sua atuação, podendo-se perceber sensível crescimento nos estudos na área da
voz. Ainda há, entretanto, falta de objetividade na forma de descrição e,
conseqüentemente, de avaliação, dos diversos aspectos da qualidade vocal.
Qualidade vocal, ou timbre, refere-se ao aspecto perceptivo da voz
em esfera psicológica, constituída por diversos atributos que se apresentam num
continuum e vieram sendo descritos, em cada um deles, com o uso de termos
baseados na percepção auditiva como: normal/anormal, boa/má, brilhante/escura,
oral/nasal, desde um extremo ao outro (Laver, 1974; Colton, Estill, 1981). Poucas têm
sido as tentativas de se determinar as bases físicas das diferenças entre as várias
vozes conforme Van Dusen (1941).
Para determinar o termo adequado para descrever um som no
canto, foi abordada, com recomendação de uso de análise acústica, a necessidade de
associar o vocabulário normalmente utilizado por cantores e professores a padrões
definidos objetivamente (Van den Berg, Vennard, 1959). O estabelecimento de padrões
para julgamento de performance vocal é importante para a determinação subseqüente
de técnicas vocais eficientes. Talvez seja devido à falta de determinação desses
padrões que poucas pesquisas tenham comparado, diretamente, as diferentes técnicas
entre si (Wapnick, Ekholm, 1997; Ekholm et al, 1998).
Pelo ponto de vista da física acústica, a qualidade vocal é
determinada pela freqüência, amplitude e número de parciais de freqüência presentes,
sendo relacionada à vibração das pregas vocais, ao tamanho e formato do trato vocal e
à textura (tensão e tônus) das paredes faríngeas (Fant, 1970; Kaplan, 1971).
Uma das questões polêmicas que envolvem a qualidade vocal é a
voz metálica, usualmente confundida com brilho ou nasalidade por cantores e pessoas
não acostumadas com análise vocal perceptiva (Pinho, 1998).
Barnes, em sua tese, analisou a qualidade vocal de estudantes da
Universidade de Iowa em 1932, encontrando voz metálica em 27,2% deles (Van
Dusen, 1941).
3. 3
O termo voz metálica veio sendo utilizado para caracterizar a voz
estridente, irritante, penetrante, chorosa e fina (Van Dusen, 1941), voz áspera (Van
den Berg, 1955), voz brilhante, limpa, aguda, picante (Laver, 1974).
Descreveu-se que um ressonador de superfície rígida enfatiza
freqüências acústicas altas. A contração do trato vocal por seus músculos gera voz
tensa, metálica, estridente (Kaplan, 1971).
A metalização foi referida por Boone (1988) como sendo relacionada
a hipertonicidade de constritores faríngeos e com elevação de laringe, os quais
diminuem tanto o comprimento quanto a largura da faringe. A superfície da faringe se
tornaria tensa devido a constrição faríngea forte, o que produziria estrutura ressonantal
ideal para acentuar ressonância de freqüência alta. Pinho (1998) descreveu-a como
fortemente relacionada ao foco ressonantal faríngeo e determinada por constrições
faríngeas, elevação de dorso da língua, lábios em posição de sorriso, elevação
laríngea e constrição ariepiglótica (Pinho, 2002).
Freqüentemente, indivíduos não experientes confundem a qualidade
vocal metálica com hipernasalidade, ou ainda com pitch elevado. A ocorrência da
metalização na voz foi associada à ressonância cul-de-sac nos casos de deficiência
auditiva. Há proximidade entre esses atributos, o que torna comum a ocorrência de
avaliações diagnósticas equivocadas (Wilson, 1987).
Para Laver (1980), a voz metálica pode constituir característica
indesejável ao falante por ser considerada aguda e irritante. Entretanto, pode ser útil
como recurso teatral na caracterização de um personagem, em determinados tipos de
canto como o sertanejo, o country americano, ou algumas modalidades como o canto
nordestino. Além disto, pode constituir eficiente recurso de projeção vocal em oratória
diante de ambientes ruidosos e com acústica deficitária (Pinho, 1998).
Considerando o ponto de vista fisiológico e acústico, a presente
pesquisa estudou a voz em seu atributo de ressonância, especificamente a qualidade
metálica, visando fornecer dados adicionais para sua descrição e compreensão.
5. 5
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Ressonância vocal
2.1.1 Teoria Fonte- filtro
A qualidade da ressonância depende do sinal originado na fonte
glótica e direcionado para o trato vocal, que age como um filtro acústico (Fant, 1970;
Kaplan, 1971; Greene, 1972). A configuração dos órgãos supraglóticos determina as
características ressonantais específicas desse filtro (Fry, 1979).
O efeito de filtro exercido pelo trato vocal é denominado função de
transferência, que é determinada por sua configuração e, conseqüentemente, pelas
posições dos articuladores, originando diferentes fonemas, e também variações na
qualidade vocal (Chasaide, Gobl, 1997).
O trato vocal é propenso a alto grau de absorção de energia, devido
ao predomínio de elementos moles e absorventes (Fry, 1979). Além disto, não
mantendo diâmetro absolutamente constante, determina a formação de várias
freqüências de ressonância (Borden et al, 1994).
As respostas de ressonância são, basicamente, dependentes do
volume do ressonador. Quanto menor seu volume, mais aguda será a freqüência de
resposta de ressonância e vice-versa (Isshiki, 1999; Camargo, 2002).
As ressonâncias irão variar de acordo com a ocorrência de
constrições (Fry, 1979; Kent, Read, 1992; Ladefoged, 1996) que modificam o trato
vocal quanto à forma, textura e tensão (Greene, 1972; Nepomuceno, 1994; Russo,
1999).
2.1.2 Formantes
As freqüências dos formantes, particularmente as duas primeiras
(F1 e F2), dependem do formato do trato vocal entre a glote e os lábios e, esse
formato, é determinado, fundamentalmente, pelo posicionamento do corpo lingual e
lábios. Para efeito da determinação do comportamento acústico, o formato do trato
vocal é especificado pela área seccional em função da distância a partir da glote, e é
denominada área funcional (Fant, 1970; Fry, 1979).
6. 6
Os formantes F1 e F2 são extremamente sensíveis ao
posicionamento lingual (Lindblom, Sundberg, 1971). F3 e F4 são dependentes do
comprimento total do trato vocal e tendem a ser menos sensíveis ao posicionamento
lingual que os dois primeiros (Stevens, 1997).
F1 e F2 têm relação com a formação das diferentes vogais e o
terceiro, quarto e quinto formantes são relacionados com o timbre pessoal da voz
(Sundberg, 1991).
O alongamento do trato vocal tende a abaixar todas as freqüências
dos formantes e a diminuição, a aumentá-las (Stevens, House, 1961; Fant, 1970;
Laver, 1980; Kent, Read, 1992).
A altura lingual interfere em F1. A posição no sentido ântero-
posterior, interfere em F2. Se o trato vocal é estreitado na região do palato duro, a
freqüência de F2 aumenta. O movimento de anteriorização lingual favorece essa
constrição. Com estreitamento faríngeo F2 fica mais grave. Quando o estreitamento
ocorre nos lábios, a freqüência de F2 também diminui e essa diminuição é realçada
pelo concomitante estreitamento da parte posterior da cavidade oral. Esse tipo de
perturbação é obtido por meio do deslocamento do corpo lingual para uma direção
posterior. Posição lingual alta e baixa determinam, respectivamente, F1 baixa e alta.
Posição lingual anterior e posterior determinam, respectivamente, F2 alta e baixa
(Stevens, 1997). Assim, o deslocamento lingual define os volumes das cavidades, que
se relacionam da seguinte forma com os formantes: cavidade posterior maior, F1 mais
grave e cavidade anterior maior, F2 mais agudo (Pinho, Camargo, 2001).
O terceiro formante, F3, está relacionado com a ressonância do
restante do trato vocal com a passagem da constrição, ou seja, à cavidade atrás da
constrição de língua e na frente dela. Se a constrição se posterioriza e a extensão da
cavidade anterior aumenta, F3 tende a diminuir (Fant, 1970, 1973; Ladefoged, 1996).
O arredondamento labial afeta todos os formantes em termos de
diminuição de freqüência. Os três primeiros formantes (F1, F2 e F3) têm suas
freqüências rebaixadas com constrição labial e aumentadas com constrição próxima à
laringe (Lindblom, Sundberg,1971; Kent, Read, 1992; Stevens, 1997).
F4 é altamente relacionado ao timbre vocal, ou seja, ao componente
pessoal do som vocal. Dois fatores são particularmente importantes na freqüência
7. 7
desse formante: o comprimento do trato vocal, e as dimensões do trato vocal dentro e
ao redor do tubo laríngeo (Sundberg, 1987).
Posição de laringe baixa determina diminuição de freqüência de
todos os formantes, com efeito mais acentuado em F2 (Lindblom, Sundberg, 1971).
Existe vinculação entre amplitudes e freqüências dos formantes. Se
a freqüência de F1 baixar, os formantes mais altos sofrerão declínio em amplitude e,
ao contrário, se aumentar, os formantes mais altos sofrerão aumento de amplitude. Se
dois formantes aproximarem-se em freqüência, ambos os picos aumentarão em
amplitude (Kent, Read, 1992).
Essa relação de dependência é uma característica de ressonadores
que estão conectados em série, de forma que o sinal de saída de um ressonador é o
estímulo para o seguinte (Pickett, 1980).
2.1.3 Fonte glótica
A intensidade da voz é regulada, principalmente, por três fatores:
potência glótica, eficiência glótica e função de transferência do trato vocal, cujo efeito
não é tão grande. A potência e a eficiência glóticas são relacionadas ao aumento do
esforço exalatório e, também, ao fechamento mais intenso da glote, que resulta em
maior resistência (Isshiki, 1970).
O papel da fonte glótica na amplitude dos harmônicos é relacionado
à potência vocal dos cantores profissionais. Quando a taxa de fechamento glótico -
mais especificamente a taxa de declínio do fluxo aéreo máximo - é baixa, a amplitude
dos harmônicos encontrada no espectro acústico das vozes de cantores líricos
profissionais, também é baixa, e vice-e-versa (Fant, 1970). Além da taxa de
fechamento glótico, Fant (1970) deu importância ao grau de seu fechamento. Quando
as pregas vocais não aduzem completamente a glote, durante a fase de fechamento, a
amplitude dos harmônicos altos é rebaixada e, conseqüentemente, menos
proeminente. Por outro lado, quando a glote se fecha completamente, os harmônicos
altos são mais proeminentes.
O aumento de loudness é relacionado ao aumento de amplitude dos
formantes (Sundberg, 1991). O aumento no esforço vocal influencia as respostas de
8. 8
ressonância. A qualidade vocal também é, nitidamente, influenciada pelo aumento na
amplitude de F2 e F3, quando comparados ao aumento de amplitude de F1 (Borden et
al, 1994).
A filtragem inversa recupera as características da onda glótica.
Medidas de parâmetros da fonte glótica na voz tensa, descrita por Laver (1980), a partir
de análise de modelos de fonte vocal utilizando este procedimento, mostraram
fechamento glótico instantâneo e fase fechada longa, que estão de acordo com
descrição fisiológica de tensão adutora alta e compressão medial, e compatíveis com o
correlato acústico de aumento de amplitude de formantes (Chasaide, Gobl, 1997).
2.1.4 Análise espectrográfica
A análise espectrográfica da voz reflete apenas um aspecto da
qualidade vocal mas se mostra próxima à impressão do sinal acústico no ouvido
humano (Nawka, 1997).
A espectrografia é a representação tridimensional da voz e da fala
em gráfico de dois eixos. Eixo vertical: freqüência; eixo horizontal: tempo; variação de
tonalidade do gráfico: intensidade (Russo, 1999; Pinho, Camargo, 2001).
O espectrograma que fornece informação sobre os formantes é o
espectrograma de banda larga (Fujimura, Erickson, 1997; Ladefoged, 1997; Camargo,
Pinho, 2001). A representação LPC (linear predictive code) possibilita a análise da
configuração dos formantes e fornece informações para o reconhecimento das várias
qualidades vocais (Colton, Estill, 1981; Kent, Read, 1992).
2.1.5 Análise instrumental do trato vocal
As diferentes configurações das pregas vocais e da supraglote vêm
sendo estudadas por meio da utilização de diversos tipos de equipamentos de registro.
Estudos da configuração do trato vocal durante a produção de vogais podem ser
realizados por meio da xeroradiografia (Pinho, 1986) e da videofluoroscopia (Tanimoto
et al, 1994).
9. 9
A nasofaringolaringofibroscopia é complementar tanto no estudo
funcional da velofaringe (Croft et al, 1981; Siegel-Sadewitz & Shprintzen, 1982;
Hanayama, Kawano, Isshiki, 1989) como também das atividades dos demais setores
do trato vocal durante funções de fala e canto (Isshiki, 1999).
Buscando a relação entre as dimensões das estruturas
supraglóticas e os diferentes tipos de vozes cantadas, Dmitriev, Kiselev (1979)
observaram, em estudo radiográfico, que os cantores líricos profissionais usam um
determinado comprimento do trato vocal que é estritamente fixo para cada tipo de voz
em toda a sua extensão e para todas as vogais. Assim, os movimentos laríngeos, a
partir da posição relaxada para a posição de canto, dependem da necessidade de se
obter determinado comprimento de trato vocal. Tal comprimento é obtido pelas
necessidades acústicas para se definir a característica de timbre do tipo vocal em
questão.
Yanagisawa et al (1989), com o uso da nasofaringolaringo-
fibroscopia e a telelaringoscopia, analisaram o trato vocal em cantores profissionais e
observaram constrição ariepiglótica durante a emissão da voz no twang, no belting e
na ópera.
Lovetri et al (1999) analisaram as habilidades de controle da
musculatura intrínseca do trato vocal de cantores, também por meio de avaliação
telelaringoscópica e nasofaringolaringofibroscópica, durante os diferentes tipos de
emissão vocal, incluindo a voz de cabeça, voz mista e a voz reforçada de peito, o belt.
Confirmaram que as mudanças na qualidade vocal se relacionavam com certas
respostas fisiológicas que apresentaram grande variação individual.
A radiografia também foi usada para a análise dos movimentos das
estruturas faringolaríngeas durante as mudanças de pitch, registro e canto (Sonninen,
Hurme, Laukkanen, 1999).
10. 10
2.2 Ajustes do trato vocal
A qualidade vocal é produto de dois tipos de fatores: os intrínsecos e
os extrínsecos. Os primeiros se relacionam com as características da anatomia própria
ao aparelho fonador de determinado falante. Os fatores extrínsecos derivam dos
ajustes musculares de longo termo do aparelho fonador intrínseco (Laver, 1980). Tais
ajustes extrínsecos de longo termo são conhecidos como settings (Abercrombie, 1967;
Laver, 1978, 1979, 1981).
O uso do aparelho fonador segue padrões neuromusculares de
controle voluntário, como o resultado de hábitos musculares aprendidos, social e
idiossincraticamente, durante a vida do falante (Laver, 1979, 1980; Folkins, Bleile,
1990). O setting seria um traço recorrente na posição do trato vocal conseqüente a um
ajuste muscular de longa duração (Laver, 1980). A qualidade vocal veicula informações
de características físicas, psíquicas e sociais do falante. Nesta concepção, o setting
passa a ser descrito no aspecto suprassegmental, e não seria considerado,
propriamente, uma unidade lingüística (Camargo, 2002).
Os componentes principais dos settings são a extensão do trato
vocal, o formato e o volume das três cavidades que o moldam (oral, faríngea e nasal),
o formato de maxila e mandíbula, o tamanho e o formato dos dentes, o volume da
língua, a constituição estrutural e mecânica da laringe, o volume e a força do sistema
respiratório (Laver, 1979, 1980). Esse modelo se refere tanto à normalidade quanto às
alterações do sistema (Laver, 1980, 1981), constituindo, assim, importante aspecto a
considerar nas questões clínicas (Camargo, 2002).
O ajuste neutro é uma referência a partir da qual todos os ajustes
ocorrem para resultar em determinada qualidade vocal. É a situação do trato vocal sem
sofrer nenhuma ação da musculatura (Laver, 1979, 1980; Laver et al, 1981). Foi
caracterizado da seguinte maneira:
Lábios: não projetados; laringe: nem abaixada, nem elevada; diâmetro do trato
supralaríngeo: constante; articulações orais anteriores: lâmina da língua; base de língua:
nem avançada, nem recuada; trato vocal sem constrições; mandíbula: nem
acentuadamente aberta, nem fechada; nasalidade: presente apenas nos segmentos
característicos; vibração de pregas vocais: periódica, com tensão longitudinal e adutora
moderada, idem para compressão medial; uso da corrente de ar: eficiente, sem ruídos;
tensão muscular no aparelho fonador: nem alta, nem baixa.
11. 11
Laver (1980) descreveu as qualidades vocais, pelo ponto de vista
dos ajustes, a partir do ajuste neutro na região supralaríngea (articulatório) e laríngea
(fonatório). Ao todo, foram descritos 53 tipos de ajustes, agrupados em laríngeos e
supralaríngeos.
2.2.1 Ajustes supralaríngeos
Os ajustes supralaríngeos longitudinais são os mecanismos que
promovem mudanças na extensão total do trato vocal, representando um conjunto de
quatro mobilizações possíveis: elevação e abaixamento laríngeos, protrusão labial e
labiodentalização. Os ajustes supralaríngeos latitudinais (transversais) são as
tendências de manutenção da constrição (ou expansão) no diâmetro de algum ponto
do trato vocal. Tais modificações devem-se à ação de diversos órgãos, definindo vários
grupos: labiais, mandibulares, linguais e faríngeos (Laver, 1980).
2.2.1.1 Ajustes linguais
Laver (1980) descreveu cinco grupos diferentes de ajustes linguais
relacionados a: corpo lingual, ápice e lâmina linguais, assoalho lingual, movimentos
radiais em relação à posição neutra e movimentos de encurvamento no eixo coronal.
Os ajustes linguais que são relacionados à faringealização são divididos em dois tipos
de voz: faringealizada e voz laringofaringealizada.
Um exemplo de ajuste de constrição lingual é a mulher adulta
adotando voz de menininha (Laver, 1980). Essa voz é resultado de uma elevação e
talvez de uma leve anteriorização lingual e, às vezes, elevação laríngea, gerando
palatalização ou palato-alveolarização. F2 se torna bastante alta e próxima a F3
(Stevens, 1997).
Outro ajuste consiste na palatalização, onde o corpo lingual é
elevado em direção ao palato duro e levemente anteriorizado. A freqüência de F2
eleva-se bastante aproximando-se de F3. Nos ajustes que envolvem a anteriorização
lingual a distância entre F1 e F2 são maiores do que no ajuste neutro. F3 se mantém
relativamente alto (Fant, 1970).
12. 12
2.2.1.2 Ajustes de pilares
Os ajustes de pilares determinam constrição do trato vocal no
sentido coronal. A maior função, na fala, é puxar o véu inferiormente aproximando os
dois arcos, levando à constrição do trato vocal na junção boca-faringe.
O efeito acústico descrito como sendo relacionado a esse ajuste é a
elevação da freqüência de F1 e abaixamento de freqüência de F2 (Fant, 1970).
A constrição medial de pilares é também relacionada à qualidade
vocal do deficiente auditivo, que apresenta metalização provavelmente relacionada à
constrição faríngea inferior, tensão glótica e, geralmente, elevação laríngea, sugerindo
um estado geral de tensão muscular (Laver, 1980).
O mais freqüente envolvimento dos pilares na qualidade vocal é
relacionado à voz nasal (Laver, 1980).
2.2.1.3 Ajustes faríngeos
Greene (1972) considerou a importância da faringe maior que a
usualmente dada na maioria dos textos. Faringe ampla tem sido referida como crucial
na produção vocal econômica e saudável, enquanto que faringe estreita tem sido
relacionada à produção vocal anti-econômica e hiperfuncional (Sonninen, 1999).
Pinho (1998) descreveu a ressonância faríngea como sendo
relacionada a constrição de faringe e pilares, e a voz gutural, correlacionada à elevação
laríngea (Pinho, 2001) e, também, conseqüência da constrição faríngea inferior (Laver,
1980). O primeiro caso tem relação com constrição da faringe média e, o segundo, com
constrição da faringe inferior e laringe superior, com a língua se deslocando posterior e
inferiormente.
O aumento da freqüência de F1 e o abaixamento de F2 são os
efeitos acústicos causados pela constrição faríngea que tendem a aproximar ambos os
formantes (Fant, 1970). A expansão faríngea depende, parcialmente, de outras
constrições que ocorrem no trato vocal simultaneamente. De maneira geral, o
abaixamento da freqüência de F1 é o fator preponderante (Laver, 1980).
13. 13
Ajustes relacionados a contrações musculares isométricas que não
alteram o volume faríngeo, mas que influenciam na textura dos tecidos que o recobrem,
foram relacionados por Kaplan (1971). Um ressonador de superfície dura enfatiza os
harmônicos agudos. Esse fenômeno está relacionado com a faringe contraída,
originando tom metálico, estridente e tenso (Kaplan, 1971). Membranas estão aptas a
vibrar de acordo com sua espessura e resiliência, que é o valor característico da
resistência ao choque (Nepomuceno, 1994). A textura do tecido de cobertura do trato
vocal poderia ser comparada a uma membrana de superfície vibrante (Oliveira, Pinho,
2001).
2.2.1.4 Ajustes velofaríngeos
São aqueles que se referem ao acoplamento ou não do trato nasal
ao trato oral, determinando o ajuste nasal e o denasal (Laver, 1980).
Existem vários conceitos vagos e equivocados com relação à função
velofaríngea devido à visão simplista que lhe vem sendo atribuído, como sendo apenas
o de determinar diferentes posicionamentos de véu. Os efeitos dos ajustes
velofaríngeos não se restringem, apenas, à determinação de ressonância nasal. O
abaixamento do véu na voz nasal afeta outros ajustes. O músculo palatofaríngeo, tem
conexão com a cartilagem tireóide. Durante sua contração, influencia o modo de
vibração das pregas vocais. Esse músculo apresenta dupla função: atua tanto como
depressor como, também, como elevador palatino, sinergeticamente a outros
músculos, o que mostra a complexidade do sistema velofaríngeo.
2.2.2 Ajustes laríngeos
São aqueles relacionados à fonação propriamente dita. Laver (1980)
apresentou três parâmetros de tensão muscular no controle laríngeo:
• Tensão adutora: tensão dos músculos aritenóideos que aproximam as cartilagens
aritenóideas, aproximando a cartilagem e as pregas vocais;
• Compressão medial: pressão sobre os processos vocais das cartilagens
aritenóideas, determinada pela contração dos músculos cricoaritenóideos laterais
e reforçada pelas porções laterais dos tireoaritenóideos;
14. 14
• Tensão longitudinal: redução do comprimento da glote determinada pela contração
dos músculos vocais e/ou o músculo cricotireóideo.
Aqui se incluem, também, ajustes supraglóticos que determinam
consideráveis alterações de forma e dimensão.
O ventrículo laríngeo, ou ventrículo de Morgagni, com variações
importantes em sua forma e dimensão, influencia na produção das diferentes
qualidades vocais. Na voz normal, os ventrículos se comportam como filtro, suprimindo
os componentes de freqüência alta da onda glótica. A voz áspera, metálica, é
produzida quando as pregas ventriculares se retraem nos tecidos adjacentes contra a
parede dos ventrículos, pressionando, firmemente, as pregas vocais, não deixando
quase nenhum espaço nos ventrículos e permitindo a filtragem dos harmônicos altos
(Van den Berg, 1955).
Movimentos de anteriorização e posteriorização da epiglote e
contração e relaxamento das pregas ariepiglóticas que se estendem das aritenóides às
laterais da epiglote, alteram a dimensão do ventrículo laríngeo. Constrições na
cavidade supraglótica podem determinar percepção de nasalidade (Greene, 1972).
15. 15
2.3 Qualidade vocal
Para se referir a diferentes qualidades vocais, Colton, Estill (1981)
utilizaram o termo modo vocal. Os modos se referem às diferentes formas nas quais as
vozes são produzidas. Por exemplo: modo nasal, modo brilhante.
Wapnick, Ekholm (1997) referiram a existência de doze critérios de
produção vocal usados na avaliação da voz no canto, dentre os quais estão inclusos:
ressonância, vibrato, cor, intensidade e entonação.
O termo qualidade vocal é, também, classicamente usado no estudo
do canto para denotar os atributos distintivos que descrevem a voz cantada (Ekholm et
al, 1998).
O mesmo termo é usado no sentido avaliativo para denotar o grau
no qual uma produção vocal particular se aproxima dos padrões profissionais de
excelência (Ekholm et al, 1998).
A seguir são abordados apenas os aspectos relacionados ao
presente estudo.
2.3.1 Modo nasal (voz nasal)
A nasalidade é um dos aspectos mais estudados da qualidade vocal
e é descrita em estudos de Fonética desde o século XVII. O conceito de nasalidade é
usado para denotar um número de qualidades vocais perceptivamente distintas, que
podem ser agrupadas como variações de uma categoria maior única, denominada voz
nasal, e é muito mais um conceito auditivo do que articulatório que possa ser apenas
especificado em termos de posição de véu durante a fala. A nasalidade é resultante de
uma condição ressonantal especial (Laver, 1980).
Existem diversas simplificações nas tentativas de explicar esse
fenômeno. Classicamente, afirma-se que, quando o véu se fecha, a fala não é nasal e,
por outro lado, que quando a fala não é nasal, o véu é fechado. Outra simplificação é a
afirmação de que o escape nasal sempre causa aumento da nasalidade e, por outro
lado, que a nasalidade requer fluxo aéreo nasal. Laver (1980) lembra que a nasalidade
é, essencialmente, uma condição de ressonância. Para o autor, o fator mais importante
16. 16
na produção da nasalidade parece ser a relação entre as dimensões das aberturas
posteriores orais e nasais.
Uma terceira simplificação é a afirmação de que a ressonância da
cavidade nasal é a única ressonância responsável pela produção da nasalidade e, por
outro lado, que a nasalidade sempre requer ressonância da cavidade nasal (Laver,
1980). Segundo Greene (1972), a percepção de nasalidade pode ser determinada por
contração muscular na região laríngea, nas posições relativas assumidas pelas pregas
ventriculares, pregas ariepiglóticas e epiglote, além da elevação laríngea pelos
músculos hióideos.
Considerando a nasalidade relacionada à velofaringe, com o
abaixamento contínuo do véu palatino, ocorre o acréscimo do subsistema de
ressonância, relativo a cavidade nasal, que se acopla ao tubo principal. Com isso
ocorrem modificações na função de transferência do trato vocal e também no espectro
vocal. É formado, assim, o anti-formante, que causa a absorção seletiva da energia
acústica. O efeito no espectro acústico é a atenuação de alguns formantes, ou seja,
oposto ao efeito dos formantes (Fujimura, Erickson, 1999).
À medida que existem diferenças individuais substanciais na
morfologia da cavidade nasal, os efeitos do acoplamento nasal no espectro vocal
podem ser muito variáveis, particularmente na faixa de freqüências médias e altas.
Entretanto, nas freqüências baixas, existem diversas conseqüências da nasalização
que são mais consistentes entre os diferentes falantes. Uma delas é o alargamento da
faixa de freqüências de F1 que ocorre devido às perdas acústicas maiores na cavidade
nasal. Todas as conseqüências acústicas da abertura velofaríngea durante a emissão
vocal contribuem para a ocorrência de uma única propriedade acústica: o achatamento
do espectro da faixa de freqüências que se estende até cerca de 1,5 kHz (Stevens,
1999).
A dificuldade de percepção e compreensão do mecanismo da
ressonância vocal foi observada quando, em 1940, Paget, desenvolveu experimento
com tubo ressonador moldado para produzir a vogal /a/. Quando o tubo foi apertado
logo em sua abertura, obteve-se a qualidade nasal do twang americano, qualidade
essa associada às pessoas da Nova Inglaterra, representando, claramente, o canto da
música country ocidental. Isso confirmou suas observações anteriores de que a
17. 17
qualidade perceptivamente nasal do twang não é devido a ressonância nasal e, sim,
devido a constrição na faringe (Yanagizawa et al, 1989).
A percepção de nasalidade durante a produção em outros estilos de
canto como o canto sertanejo e o country com padrão metálico foi relacionada a
constrição de pilares (Pinho, Tsuji, 1996) e considerada pelos autores como sendo
percepção equivocada de ressonância nasal por indivíduos sem treino auditivo.
2.3.2 Modo brilhante (voz brilhante)
Existe uma forma de se obter voz com maior brilho e potência no
canto. Os cantores profissionais apresentam reforço de determinadas faixas
freqüenciais que é chamado de formante do cantor (Sundberg, 1974; Cleveland, 1994;
Pillot, Quattrocchi, 1996).
Profissionais não cantam com nível sonoro maior que os não
cantores. A diferença está na característica espectral da emissão vocal. Há um pico no
envelope espectral, em torno de 3 kHz, em todo o espectro vocálico emitido por
cantores do sexo masculino e também contraltos, determinado pela aglutinação de F3,
F4 e F5. Esse reforço no espectro tem a vantagem marcante de auxiliar o cantor a ser
ouvido, perfeitamente, mesmo com o acompanhamento de uma orquestra sinfônica
(Sundberg, 1974).
O nível do pico depende da classificação vocal. É um pouco mais
baixo para a classificação de baixo e mais alto para o de tenor (Cleveland, 1977).
Sopranos, por outro lado, apresentam um nível espectral mais baixo nesse pico que
nos outros naipes, apresentando picos próximos ao normal, com F3 e F4 não
aglutinados (Bloothooft, Plomp, 1986; Sundberg, 1991).
Independentemente da classificação da voz, o nível de amplitude do
formante do cantor também varia com o loudness da fonação. Aumento de 10 dB no
nível de pressão sonora (NPS) é acompanhado de aumento de 12 a 15 dB no formante
do cantor. Esse efeito é derivado da fonte glótica (Sundberg, 1991).
Análise acústica da voz cantada confirmou a origem do formante do
cantor no ajuste dos ressonadores, mostrando que é adquirido por meio de qualidade
técnica e experiência (Morsomme et al, 1993).
18. 18
O canto no estilo belting é usado no teatro musical americano e
apresenta aspectos similares à metalização (Pinho, 2002). Yanagisawa et al (1989)
realizaram análise espectrográfica de vozes cantadas no estilo belting, no twang e na
ópera e observaram a presença do formante do cantor.
Em estudo teórico, Titze, Story (1997) analisaram a função de
transferência do trato vocal e verificaram que o estreitamento supraglótico favorece a
oscilação das pregas vocais. Esse ajuste confirmou dados de Sundberg (1974) de que
o tubo supraglótico agrupa F3, F4 e F5 para gerar o formante do cantor.
Leve pico entre 3 e 4 KHz aparece em análise de vozes
consideradas normais, mas não em vozes disfônicas. Esse pico parece ser um
ingrediente típico de características espectrais de boas vozes de fala em geral. Parece
ser, tipicamente, proeminente em vozes boas como as de atores e locutores, mas não
em vozes pobres (Nawka, 1997).
O brilho e o esplendor vocais são observados, usualmente, em
cantores. Foi também descrito por muitos outros termos tais como: voz rica, cheia,
redonda, escura, coberta. Quando o timbre vocal é pobre nesse aspecto, a voz é
descrita como branca, clara, fraca. A voz brilhante parece estar significativamente
relacionada a espectro de energia mais alto na faixa do formante do cantor (Ekholm et
al, 1998).
Em comparação entre voz falada e voz cantada, cantores country
apresentaram similaridade no espectro de formantes, não apresentando o formante do
cantor durante o canto (Stone et al, 1999, Cleveland et al, 2001). Em seu estudo, Stone
et al (1999) não observaram tendência constante de mudança de freqüência de
formantes entre a fala e o canto, apesar de terem observado uma tendência a que F2
no canto fosse mais alta que na fala em 9 de 20 sujeitos.
Oliveira-Barrichelo et al (2001) analisando amostras de fala e canto
por meio do espectro LTA (long-term average) encontraram diferenças entre cantores e
não cantores na região do formante do cantor ou speaker’s ring. Tanto na emissão
falada quanto na emissão cantada de vogais, os cantores apresentaram maior
concentração de energia na região do formante do cantor do que os indivíduos que não
eram cantores e sugeriram que futuras pesquisas poderiam demonstrar a efetividade
do treino de canto no desenvolvimento de melhor ressonância na voz falada.
19. 19
2.3.3 Modo metal (voz metálica)
A voz metálica apresenta qualidade estridente, por vezes
desagradável (Van Dusen, 1941; Van den Berg, 1955; Laver, 1980).
Estudo laboratorial de quatro sujeitos apresentando voz classificada
como fortemente metálica, comparando-os com quatro sujeitos apresentando voz
classificada como normal, observou quantidades diferentes de energia nos harmônicos
superiores (Van Dusen, 1941). A voz metálica apresentou harmônicos agudos mais
fortes.
Wilson (1987) descreveu sua ocorrência associada à ressonância
cul-de-sac nos casos de deficiência auditiva sendo, também, encontrada em
associação ao foco hiponasal, tipicamente encontrado nestes casos.
Boone (1988) relacionou a voz metálica à hipertonicidade de
constritores faríngeos e elevação laríngea, causando diminuição tanto do comprimento
quanto da largura da faringe. Sua superfície se torna tensa devido à forte constrição,
produzindo estrutura ressonantal ideal para acentuar ressonância de alta freqüência.
A voz metálica foi relacionada, também, com contração de pilares
faríngeos (músculo palatoglosso e palatofaríngeo), constritores faríngeos, elevação de
dorso de língua e constrição ariepiglótica, além de tendência a estiramento labial em
sorriso (Pinho, 1998).
Essa qualidade vocal pode se desenvolver deliberadamente e ser
eficiente, como no caso do vendedor para chamar atenção, um orador ao fazer seu
discurso, o ator numa peça de teatro, o cantor, dependendo do estilo de canto, ou pode
surgir quando o indivíduo se torna muito tenso e faz constrição da faringe como parte
de uma tensão global (Boone, 1988; Pinho, 1998). Além disso, esse padrão vocal é
encontrado, com freqüência, em algumas regiões da cidade de São Paulo, onde há
indivíduos descendentes de espanhóis e italianos (Pinho, 1998).
2.3.4 Vogais
Pode-se considerar que as vogais são mudanças da qualidade vocal
(Colton, Estill, 1981).
20. 20
Quando se comparam falantes diversos, particularmente entre
homens, mulheres e crianças, observam-se diferenças consideráveis na faixa de
freqüência fundamental e também nas dimensões do trato vocal. Entretanto, o padrão
de formantes obtido entre os sujeitos possibilita a identificação das mesmas vogais. A
descrição clássica das vogais estabelece sua classificação de acordo com a posição
lingual. Em relação à altura: alta, neutra e baixa. Em relação à profundidade: anterior e
posterior (Kent, Read, 1992). Fant (1973) destacou que as freqüências de F1, F2 e F3
são os principais determinantes da qualidade fonética da vogal. As variações das áreas
funcionais do trato vocal determinam os formantes distintivos das mesmas (Fry, 1979;
Kent, Read, 1992).
Em geral, vogais baixas têm F1 com freqüência alta e, as vogais
altas, F1 com freqüência baixa. Vogais posteriores têm F2 baixa e, tipicamente,
pequena diferença entre F2 e F1, enquanto as vogais anteriores têm F2 relativamente
alto e diferença entre F2 e F1 grande (Kent, Read, 1992).
A língua é o articulador do trato vocal mais proeminente em termos
de complexidade anatômica e influência na área funcional, e exerce papel fundamental
na formação das vogais e consoantes. O arranjo anatômico da musculatura extrínseca
e intrínseca da língua e sua particular situação no trato vocal são responsáveis pela
larga faixa de sons de fala possíveis, o que é específico dos seres humanos. As ações
da musculatura lingual extrínseca são extensamente responsáveis pelo
posicionamento do corpo lingual dentro do trato vocal (Perkell, 1997).
Há, também, uma especificidade na altura velar de acordo com a
altura das vogais. O véu se posiciona mais alto para as vogais altas, por exemplo: /i/ do
que para as baixas, por exemplo: /a/ (Bell-Berti et al, 1979). O propósito dessa variação
na tensão do fechamento velofaríngeo, que se reflete na variação da altura velar, é
para evitar a nasalização da vogal. Devido às diferenças na impedância acústica da
cavidade oral entre as vogais altas e baixas, uma mesma área do pórtico velofaríngeo
causa mais nasalização nas vogais altas do que nas vogais baixas (Chen, 1996).
22. 22
3 MÉTODOS
3.1 Sujeitos
Foram examinados 24 cantores profissionais considerando critérios
de Folkins, Bleile (1990), com idades variando entre 18 a 50 anos de idade, saudáveis
e sem queixa vocal, independentemente de conhecimento prévio de existência de
patologia. Nove cantores foram do sexo masculino (5 tenores e 4 barítonos) e 15 do
sexo feminino (5 sopranos, 9 mezzo-sopranos e 1 contralto), com experiência
profissional de 2 a 36 anos (anexo 1).
Todos os sujeitos assinaram o termo de consentimento livre e
esclarecido devidamente aprovado pela comissão de ética da Faculdade de Medicina
da Universidade de São Paulo (anexo 2).
Os sujeitos foram solicitados a emitirem a vogal /e/ em dois modos,
seguindo metodologia utilizada por Colton, Estill (1981). A vogal foi emitida no modo
oral e, em seguida, no modo metal, ou seja, com ressonância de foco faríngeo, no tom
Dó3 para as cantoras, e Sol2 para os cantores. Foi solicitada emissão alternada dos
dois padrões vocais, em seqüência. Solicitou-se aos sujeitos que mantivessem a
mandíbula em posição fixa, e intensidade de emissão constante nas duas situações.
Durante as emissões, as imagens do trato vocal foram colhidas por
meio de nasofaringolaringofibroscopia. Foram utilizados: fibroscópio flexível da marca
Machida, câmera de vídeo da marca Sony, fonte de luz estroboscópica da marca Bruel
& Kjaer, vídeo da marca Sony modelo Super VHS Adaptative picture control. Todas as
emissões foram registradas em gravador analógico profissional (marca Sony modelo
TC-D5M), fita de cromo, simultaneamente à realização da fibroscopia, com o microfone
(marca Sony modelo ECM-260F) posicionado a 5 cm da boca do sujeito seguindo
procedimento de Ladefoged (1997a).
23. 23
3.2 Critérios de inclusão e exclusão
Todas as amostras vocais coletadas foram analisadas
perceptivamente por três fonoaudiólogos com experiência na avaliação da qualidade
vocal. As amostras foram gravadas em ordem aleatória para serem classificadas
quanto à diferença perceptiva entre os dois modos (pequena, média ou grande).
Somente foram inclusos para o estudo, os sujeitos considerados,
por todos os três analisadores, como sendo eficientes na produção da voz no modo
metal segundo descrição de Pinho (1998), com diferença perceptiva média ou grande
entre o modo oral e o metal.
Três sujeitos (4, 6 e 8) foram excluídos por terem apresentado modo
metal com diferença perceptiva considerada pequena por pelo menos um dos
analisadores, em relação à emissão no modo oral. Dessa forma, para a análise
fisiológica e acústica, foram inclusos: 7 sujeitos do sexo masculino e 14 do sexo
feminino.
Na emissão de 12 sujeitos, a diferença perceptiva em relação a
ambos os modos vocais foi grande e, para os demais 10, média. Observou-se aumento
natural de loudness durante a emissão do modo metal (quadro 1).
QUADRO 1 – ANÁLISE PERCEPTIVA DO MODO METAL
1 2 3 5 7 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Diferença entre oral/metal g m m g g g m g g g g g m m g g m m m m g
Legenda
g= diferença perceptiva grande; m= diferença perceptiva média
24. 24
3.3 Procedimentos
3.3.1 Treinamento vocal
Para definição dos padrões vocais solicitados, foram gravadas
amostras vocais de sujeito treinado na produção vocal dos modos oral e modo metal. A
pesquisadora foi treinada a discriminar tais modos e, também, a emiti-los para efeito de
treino dos sujeitos.
Os sujeitos foram submetidos a breve histórico e a treinamento
prévio da emissão da voz no modo metal, inicialmente sem fornecimento do padrão.
Observou-se que a maioria dos sujeitos tinha conhecimento referente a esse modo de
emissão vocal. Quando o sujeito referiu não conhecer este modo de emissão, foi
apresentado o modelo, seguindo o padrão previamente definido, sem sugestão de
formas de ajuste do trato vocal.
3.3.2 Avaliação nasofaringolaringoscópica
Após anestesia tópica intranasal, os exames
nasofaringolaringofibroscópicos para a obtenção das imagens do trato vocal foram
executados por um médico otorrinolaringologista especializado na avaliação e
diagnóstico de distúrbios vocais e laríngeos.
Foram registradas três seqüências em níveis diferentes do trato
vocal: a primeira na velofaringe, depois na faringolaringe e, por último, na laringe
(Lovetri et al, 1999).
Na primeira seqüência, depois de adequada visibilização do véu
palatino e da parede posterior faríngea, os sujeitos foram solicitados a efetuar as
emissões vocais, no modo oral e no modo metal.
Para a segunda seqüência, o fibroscópio foi posicionado na borda
do véu palatino de forma a visibilizar a faringe e a laringe. Isto permitiu a observação
dos ajustes de paredes faríngeas, ajustes de altura da laringe e outras configurações
laríngeas a partir de posição estável da estrutura (Lovetri et al, 1999). Repetiram-se,
então, as mesmas emissões, no modo oral e no modo metal, fornecendo-se a mesma
orientação observada anteriormente.
25. 25
Para a terceira seqüência, o fibroscópio foi posicionado na região
laríngea, permitindo visibilização das estruturas glóticas e supraglóticas durante a
repetição das emissões. Nessa mesma posição, foi realizada a laringoestroboscopia
para a análise da vibração das pregas vocais.
Em cada seqüência solicitou-se mais de uma emissão de cada
modo vocal até se obter imagem estável.
3.3.3 Registro fotográfico
Para cada seqüência, tanto na emissão no modo oral quanto na
emissão do modo metal, foram selecionadas e congeladas as imagens apresentando o
maior grau de constrição de todas as estruturas do trato vocal envolvidas naquele
segmento, para as três posições registradas: velofaringe, faringolaringe e laringe.
Todas as imagens selecionadas foram impressas em filme pela impressora de imagens
de vídeo da marca Sony modelo UP2300 seguindo metodologia utilizada por Murry,
Xu, Woodson (1998) e traçadas em transparências, para análise comparativa dos
deslocamentos das estruturas.
Para essa análise, foram denominadas duas situações: a postura
inicial, observada durante a emissão no modo oral, e postura para análise, observada
durante a emissão no modo metal, conforme utilizado por Lovetri et al (1999) em
diversas modalidades de emissão. As diferentes posturas relativas assumidas pelas
estruturas do trato vocal foram analisadas qualitativamente.
3.4 Análise das amostras
3.4.1 Análise acústica das amostras vocais gravadas
Utilizou-se o laboratório de voz CSL para Windows (Computer
Speech Laboratory) da marca Kay Elemetrics Corporation, modelo 4300B, instalados
no Laboratório de Voz e Fala do Centro de Especialização em Fonoaudiologia Clínica
(CEFAC).
A digitalização das amostras vocais foi feita com freqüência de
amostragem de 44100 Hz.
26. 26
Para a análise das amostras, foi utilizado o espectrograma de banda
larga e espectros LPC. Estes foram utilizados para avaliar, respectivamente, os
padrões de representação da energia espectral e o padrão de formantes, graças à
possibilidade de representação dos picos de amplitude ao longo das faixas de
freqüência de representação espectral, ampliada para freqüências agudas.
Os espectrogramas de banda larga foram gerados a partir do
processamento das emissões com seleção de 75 pontos para análise, pré-ênfase de
0,098, janelamento Hanning, definindo-se a extensão de limite superior de freqüência
para 5 kHz.
Para a obtenção dos traçados dos envelopes espectrais, limitou-se a
freqüência superior em 5 kHz, duração da janela 10ms, autocorrelação, pré-ênfase
0,098, amplitude entre –20 a 80 dB, ordem do filtro LPC em 24, duração da janela em
10ms, avanço de janela igualmente em 10 ms, janelamento Hanning com ordem do
filtro LPC 24, freqüência de amostragem de 22050 Hz. Quando o envelope espectral
obtido foi atípico, abaixou-se a freqüência de amostragem para 11025 Hz e foi-se
modificando a ordem de filtro até se obter um envelope espectral típico (anexo 3).
Os valores dos picos de formantes compreendidos entre 0 e 5 kHz
foram registrados manualmente, pelo fato do relatório gerado pelo software não
contemplar todas as freqüências analisadas.
Esses valores em decibéis foram convertidos em valores
proporcionais com o intuito de eliminar variação de loudness devido a variação na
coleta das amostras e na análise:
Valor convertido: Valor observado – Valor mínimo x 100,
Valor máximo – Valor mínimo
onde os valores máximo e mínimo se referem aos valores extremos de amplitude das
faixas de freqüência de cada amostra analisada. Dessa forma, os valores referentes a
F1 foram convertidos para o valor 100 e, os demais, fração de 100, o que permitiu a
análise da variação relativa dos valores de amplitude dos demais formantes.
Foram analisadas:
• as seqüências de emissão no modo oral;
27. 27
• as seqüências no modo metal;
• as seqüências gravadas pela orientadora, que produziu as amostras em modo: oral
e metal, para referência ilustrativa (apêndice).
3.4.2 Análise das imagens nasofaringolaringofibroscópicas
Os ajustes das estruturas do trato vocal foram analisados a partir da
comparação dos traçados dos registros fotográficos. Os ajustes analisados foram os
mesmos analisados por Lovetri et al (1999) com algumas inclusões: véu palatino
quanto a presença ou não de retesamento discreto, a presença ou não de retesamento
moderado, presença ou não de abaixamento, medialização de paredes faríngeas,
compressão laríngea medial, constrição ariepiglótica e mudanças na altura laríngea
durante as emissões no modo oral e metal.
Quando as estruturas anatômicas não estiveram visíveis, a imagem
foi classificada como “não visível” (NV).
3.5 Análise estatística
Para a comparação dos dados de freqüência e amplitude dos
formantes do modo oral e modo metal, e comparação por gênero, utilizou-se o teste t
de Student para dados pareados, o teste de Mann-Whitney e o teste exato de Fisher.
Para a verificação da correlação entre os dados referentes aos formantes e os ajustes
do trato vocal, utilizou-se a análise de correlação de Spearman. O nível de significância
considerado foi de 5%.
O tratamento estatístico dos valores convertidos de amplitude de
formantes e dos dados de observação dos ajustes do trato vocal foram submetidos a
análise com auxílio do programa SPSS 10.0 para Windows.
30. 30
TABELA 1 - PRESENÇA DE AJUSTES DO TRATO VOCAL
Ajuste do trato vocal Qt %
Velofaringe
Sem alteração 3 14
Retesamento discreto 5 24
Retesamento moderado 3 14
Abaixamento 10 48
Faringolaringe
Faringe: medialização 10 48
Laringe: elevação 15 71
Laringe: abaixamento 2 9
Laringe
Constrição ariepiglótica 17 81
Constrição lateral 8 38
Os anexos 4, 5, 6 e 7 mostram exemplos dos ajustes.
O sujeito 7 (soprano) apresentou apenas um discreto retesamento
do véu palatino e contração da parede posterior faríngea, não tendo apresentado
ajustes laríngeos perceptíveis.
Dois sujeitos do sexo masculino apresentaram abaixamento
laríngeo.
Foram observados nódulos vocais em 7 sujeitos.
As imagens laringoestroboscópicas sugeriram aumento no tempo de
fechamento glótico. Entretanto, não foi possível realizar avaliação objetiva desse
comportamento glótico somente por meio da análise dessas imagens.
31. 31
4.3 Análise acústica e correlações
4.3.1 Comparação dos formantes para modo oral e metal:
A amplitude dos formantes F2, F3, e F4 apresentou aumento
significativo no modo metal em relação ao oral. F1 não apresentou amplitude
significativamente diferente na comparação entre ambos os modos (tabela 2). Os
anexos 8, 9 e 10 mostram a variação de amplitude para F2, F3 e F4.
TABELA 2 – COMPARAÇÃO DE AMPLITUDE DOS FORMANTES NO MODO ORAL E
METAL
Amplitude (dB) Oral Metal (p)
F1 14 + 5 16 + 5 0,126
F2 71 + 10 85 + 11 < 0,001
F3 63 + 11 80 + 10 < 0,001
F4 46 + 12 63 + 17 < 0,001
Quanto à freqüência, F2 apresentou-se significativamente maior no
modo metal. Tanto F3 quanto F4 não apresentaram mudança significativa nas
freqüências correspondentes. F1 apresentou valores praticamente inalterados. Em
decorrência disso, pode-se afirmar que as distâncias relativas entre F3 e F4 também
são semelhantes entre o modo vocal e o modo metal (tabela 3).
TABELA 3 – COMPARAÇÃO DE FREQÜÊNCIA NO MODO ORAL E METAL
Freqüência (Hz) Oral Metal (p)
F1 443 + 84 443 + 68 > 0,999
F2 2038 + 245 2186 + 250 < 0,001
F3 2708 + 217 2840 + 341 0,052
F4 3872 + 425 3973 + 510 0,158
32. 32
No anexo 11 observam-se, como exemplos, as curvas do envelope
espectral referente às amostras do sujeito 7 onde se podem visualizar as mudanças
referidas.
4.3.2 Relação entre modos vocais, ajustes do trato vocal e formantes:
O modo metal percebido com diferença grande em relação ao modo
oral apresentou correlação significativa com valores altos de amplitude de F3 e F4 (p =
0,043 e p = 0,023, respectivamente).
Dentre as correlações possíveis entre os ajustes observados no trato
vocal, analisou-se a relação entre ajustes velares e a medialização faríngea. Há
evidências de que haja uma correlação entre a ocorrência de abaixamento velar e a
medialização faríngea (p=0,624). Não se conseguiu determinar uma correlação
significativa, talvez devido ao n reduzido para essa variável, já que não foi possível a
visibilização desse comportamento faríngeo em 9 casos.
O sujeito 10, cantora clássica soprano, apresentou, no modo metal,
grande aproximação de F3 e F4, este último praticamente não definível e com ganho
de energia nesta faixa (anexo 12).
4.3.3 Comparação entre gêneros
Para analisar diferenças entre sujeitos do sexo masculino e do sexo
feminino, foram comparadas as diferenças dos valores de freqüência e amplitude
correspondentes às emissões no modo oral e modo metal. Não se observou diferença
significativa entre esses grupos.
Com relação aos ajustes do trato vocal, o Teste de Mann-Whitney
apontou uma diferença entre o sexo masculino e o sexo feminino para a variável de
abaixamento laríngeo (p = 0,040). Entretanto, aplicando-se o Teste Exato de Fisher, foi
observado ser essa diferença não significante (p = 0,100).
34. 34
5 DISCUSSÃO
A voz humana pode apresentar inúmeras qualidades, classificáveis
segundo o ponto de vista de diversas dimensões, dispostas num continuum (Laver,
1974; Colton, Estill, 1981; Wapnick, Ekholm,1997; Ekholm et al, 1998). Muitas dessas
qualidades são similares entre si o que, por vezes, torna o processo de discriminação
perceptiva bastante complexo.
A definição das características essenciais de determinada qualidade
vocal em específico é tarefa, também, complexa. Colton, Estill (1981) descreveram
quatro abordagens possíveis para responder a essa questão. Primeira: da experiência
comum de uma grande população sai o reconhecimento, a distinção e a inclusão da
definição da qualidade vocal. Segunda: a qualidade vocal pode ser definida
arbitrariamente mas, nesse caso, representa a opinião de um grupo pequeno de
indivíduos e, assim, pode não ser aceita universalmente. Terceira: a qualidade vocal
pode ser definida por consenso no qual se pode depositar a confiança num grupo
grande de pessoas. Finalmente, a qualidade vocal poderia ser definida
estatisticamente, quando se usa algum tipo de medida objetiva.
A presente pesquisa estudou a qualidade vocal metálica sob o ponto
de vista fisiológico e acústico, partindo-se de um pressuposto consensual perceptivo.
A voz metálica veio sendo caracterizada com diversos termos
descritivos (Van Dusen, 1941; Van den Berg, 1955; Laver, 1974; Boone, 1988) e é,
usualmente, confundida com brilho e nasalidade e, freqüentemente, associada à
ressonância cul-de-sac (Wilson, 1987; Pinho, 1998). Considerou-se, para o presente
estudo, a análise da voz com foco de ressonância faríngeo e de qualidade estridente,
segundo descrição de Pinho (1998).
Os ajustes do trato vocal têm sido abordados pelo ponto de vista da
Fonética que cita fatores intrínsecos, relacionados à anatomia própria de determinado
falante, e os extrínsecos, relacionados a ajustes musculares de longo termo
(Abercrombie, 1967; Laver, 1978, 1979, 1981) sendo que os ajustes podem estar
presentes tanto na normalidade quanto nas alterações do sistema (Laver, 1980, 1981),
constituindo importante aspecto a considerar nas questões clínicas (Camargo, 2002).
35. 35
Tais ajustes foram analisados no presente estudo por meio da observação direta das
estruturas envolvidas e da análise acústica.
Para observação das estruturas do trato vocal, diversos métodos,
tais como xeroradiografia (Pinho, 1986), videofluoroscopia (Tanimoto et al, 1994),
nasofaringolaringofibroscopia (Croft et al, 1981; Siegel-Sadewitz & Shprintzen, 1982;
Hanayama, Kawano, Isshiki, 1989; Yanagisawa et al, 1989; Isshiki, 1999) e radiografia
(Dmitriev, Kiselev, 1979; Sonninen, Hurme, Laukkanen, 1999) têm sido utilizados.
Estudo de Lovetri et al (1999) validou a possibilidade de cantores emitirem diversas
qualidades vocais de canto durante observação do trato vocal com a utilização de
exame nasofaringolaringoscópico, método escolhido por permitir a análise dinâmica do
comportamento do trato vocal.
Após estabilização das estruturas realizou-se a tomada das imagens
em seqüência. A primeira análise foi na velofaringe, depois na faringolaringe e,
finalmente, na laringe. A captura simultânea das imagens de velofaringe, faringe e
laringe seria a mais indicada para garantir a obtenção das imagens nas várias posições
durante uma mesma emissão, entretanto isso não foi possível devido a limitações
técnicas.
Além da análise por meio da observação das imagens dinâmicas
gravadas em vídeo, foi feita a comparação de registros fotográficos seguindo
metodologia de Murry, Xu, Woodson (1998) com o intuito de auxiliar na definição dos
ajustes observados dinamicamente e confirmar as observações.
Os sujeitos dessa pesquisa, cantores profissionais, mostraram, em
sua maioria, conhecimento sobre essa qualidade vocal quando solicitados a emitirem a
voz metal. Respondendo a ordem verbal, emitiram-na com a qualidade solicitada.
Quando o modo metal não se apresentou suficientemente forte, novas emissões foram
solicitadas, tendo-se obtido, na maioria dos casos, o padrão vocal desejado. Por vezes,
foi necessário que o examinador apresentasse um modelo do modo vocal metal para
que fosse seguido. Quando necessário foi feito um treinamento vocal baseado em
fornecimento de pista auditiva e imitação.
Maior flexibilidade e plasticidade para conseguir emitir determinado
tipo de voz são esperadas entre os cantores (Folkins, Bleile, 1990), daí a escolha
desses profissionais para esta pesquisa. Mesmo assim, nem todos foram bem
36. 36
sucedidos na produção vocal metálica. Alguns apresentaram metalização percebida
como fraca, sendo que 3 dos 24 sujeitos analisados foram excluídos por essa razão.
Sete sujeitos apresentaram nódulos vocais mas foram inclusos na
pesquisa à similaridade do que foi considerado no estudo de Lovetri et al (1999) já que
a presença de nódulos não interferiu na produção vocal.
A vogal /e/ foi escolhida para esta pesquisa por ser produzida com
posicionamento alto e anterior de língua (Fry, 1979; Kent, Read, 1992) o que facilita a
visibilização da laringe, sem apresentar posicionamento lingual extremo tanto no
sentido ântero-posterior como no sentido superior-inferior, facilitando a percepção
acústica de ajustes linguais nesses eixos. O posicionamento do véu também é
relativamente alto nessa vogal (Bell-Berti et al, 1979), mas não extremo, permitindo
percepção visual de ajustes. A postura de lábios e a abertura de mandíbula também
são intermediárias em relação às demais vogais (Pinho, 1998).
Do ponto de vista acústico, a qualidade vocal é descrita por variáveis
distintas: freqüência, amplitude e número de harmônicos, definidas de acordo com
ajustes do trato vocal que incluem vibração das pregas vocais, tamanho e formato da
cavidade ressonantal e textura das paredes (Fant, 1970; Kaplan, 1971; Russo, 1999;
Pinho, Camargo, 2001).
A análise espectrográfica, apesar de refletir apenas um aspecto da
qualidade vocal, mostra-se próxima à impressão do sinal acústico no ouvido humano
(Nawka, 1997). Optou-se pela utilização da espectrografia de banda larga (Fujimura,
Erickson, 1997; Ladefoged, 1997; Camargo, Pinho, 2001) com representação LPC
(linear predictive code) por possibilitar a análise dos formantes, necessária para o
reconhecimento das várias qualidades vocais (Colton, Estill, 1981; Kent, Read, 1992).
Os ajustes laríngeos apresentaram ocorrência relevante nesse
estudo. Constrição ariepiglótica foi observada em 17 sujeitos (81%). A constrição
ariepiglótica foi estudada por Yanagisawa et al (1989) que observaram sua ocorrência
durante o canto no estilo twang, no belting e na ópera onde foi verificada a presença do
formante do cantor. Constrição lateral foi observada em 8 (38%). Os ventrículos de
Morgagni, quando pressionados, tendo seu volume reduzido pelas pregas ventriculares
foram relacionados à falta de supressão de harmônicos agudos, que resultaria em voz
áspera e metálica. Esse fenômeno estaria relacionado à potência vocal em cantores
37. 37
que apresentam ventrículos pequenos (Van den Berg, 1955). No presente estudo,
observou-se, para o modo metal, aumento de amplitude significativo de F3 e F4, em
relação a F1, que provavelmente sofre interferência desses ajustes laríngeos. Essa
característica acústica deve conferir à voz metálica a eficiência, quando a potência é
necessária em determinados ambientes e situações. Vale ressaltar, quanto à voz
áspera, que, além de rigidez do trato vocal, considera-se rigidez de mucosa de pregas
vocais como determinantes dessa qualidade vocal (Pinho, 1998), não devendo ser
confundida com a voz metálica propriamente dita.
A medialização de paredes laterais faríngeas foi um ajuste não
visível em 9 dos 21 sujeitos mas que foi observado em 10 dos 12 sujeitos onde esse
ajuste foi possível ser visualizado (48% do total de sujeitos). Dentre esses 10 sujeitos
que apresentaram medialização faríngea, 7 apresentaram abaixamento velar
mostrando evidências de que há correlação entre a ocorrência desses ajustes, mas
não significativa, talvez devido ao n reduzido para essa variável.
Os achados como constrição faríngea isométrica e modificações em
posição velar, foram discretamente perceptíveis no presente estudo. Alguns sujeitos
apresentaram retesamento das paredes faríngeas que mantém inalterado o volume da
faringe. O sujeito 7 (soprano) apresentou nitidamente essa contração isométrica na
região da faringe e não apresentou nenhum outro ajuste no trato vocal. As paredes do
trato vocal são comparáveis a membrana de superfície vibrante (Oliveira, Pinho, 2001)
e, portanto, esse tipo de contração promove a ênfase de harmônicos agudos (Kaplan,
1971; Boone, 1988; Nepomuceno, 1994). Isso deve explicar o fato de o sujeito ter
apresentado modo metal percebido como forte e curva espectral nitidamente
característica desse modo, mesmo não tendo apresentado demais ajustes no trato.
Vale ressaltar a importância atribuída por Greene (1972) à participação da faringe na
qualidade vocal e a questão da produção vocal anti-econômica e hiperfuncional
mencionada por Sonninen (1999) que deve ser considerada ao se abordar a voz
metálica.
Conjuntamente à constrição faríngea, quase sempre ocorrem outros
fenômenos, tais como, mudança de altura laríngea e tendência a abaixamento do véu,
que podem causar certa sensação de nasalização (Greene, 1972; Laver, 1980). Isso
está relacionado à freqüente confusão de avaliação perceptiva da qualidade metálica
com a nasalidade. A qualidade metálica, por vezes confundida com nasalização, pode
38. 38
ser percebida no canto country ocidental e no canto sertanejo (Yanagisawa et al, 1989;
Pinho, Tsuji, 1996).
Abaixamento velar foi observado em 10 sujeitos (48%). Esse ajuste
é relacionado a contração de pilares faríngeos (Laver, 1980) e determina efeitos
perceptivos diferenciados de acordo com a altura das vogais (Chen, 1996). O efeito
acústico é a elevação da freqüência de F1 e o abaixamento de F2 (Fant, 1970), que
não ocorreu no presente estudo. Desses 10 sujeitos que apresentaram o abaixamento
velar, apenas um não apresentou elevação laríngea, o que pode estar relacionado a
interligação fisiológica entre esses dois ajustes, determinados, parcialmente, por um
mesmo músculo, o palatofaríngeo (Laver, 1980). Vale ressaltar que o abaixamento
velar não implicou em déficit do fechamento velofaríngeo, como se pode confirmar por
não se ter sido observada a atenuação de formantes na análise acústica (Fujimura,
Erickson, 1999; Stevens, 1999).
O controle de intensidade foi subjetivo. Solicitou-se a manutenção da
intensidade nos dois modos de emissão, entretanto, isso não foi observado pois houve
aumento natural do loudness no modo metal. O aumento do loudness é relacionado ao
aumento de amplitude de formantes (Sundberg, 1991). A comparação da análise
acústica das emissões nos modos oral e metal da presente pesquisa mostrou aumento
relativo significativamente maior na amplitude de todos os formantes em relação a F1
durante a emissão no modo metal.
Durante a emissão no modo metal parece haver uma atividade
muscular maior. Fant (1970) deu importância ao grau de fechamento das pregas vocais
relacionado ao aumento de amplitude vocal. Isshiki (1999) relacionou a intensidade,
principalmente, ao aumento do esforço exalatório e também ao fechamento mais
intenso da glote, que resulta em maior resistência glótica. A fonte vocal durante a
emissão da voz de qualidade tensa descrita por Laver (1980) e similar à voz metálica,
foi analisada por Chasaide, Gobl, (1997) utilizando método laboratorial de filtragem
inversa que observou fechamento glótico instantâneo e fase fechada longa. As
imagens laringoestroboscópicas dessa pesquisa sugeriram aumento no tempo de
fechamento glótico que poderia estar relacionado com o aumento observado de
loudness. Entretanto, dados objetivos com relação a tal aumento não puderam ser
obtidos somente por meio desse procedimento que é limitado para a verificação desse
achado. É provável que o aumento estatisticamente significativo de amplitude de F2,
39. 39
F3 e F4, em relação a F1, esteja relacionado a ajustes glóticos. Vale ressaltar que não
houve mudança estatisticamente significativa de valores de freqüência nem de
amplitude para F1.
Ainda com relação à amplitude de formantes, detectou-se que as
emissões no modo metal percebidas como apresentando diferença grande em relação
ao modo oral, apresentaram correlação significativa com as amplitudes aumentadas de
F3 e F4. A qualidade vocal é, nitidamente, influenciada pelo aumento na amplitude de
F2 e F3, quando comparados ao aumento de amplitude de F1 (Borden et al, 1994).
Vozes de cantores clássicos e fala de muitos indivíduos que devem
conter brilho caracterizam-se por aumento de amplitude de F3 e F4 (Sundberg, 1991;
Oliveira-Barrichelo, 2001). O fato de a amostra do presente estudo ter apresentado
aumento significativo nesses dois formantes pode indicar que o componente brilho
acompanha a voz metálica. O aumento de amplitude de F2 não mostrou, no presente
estudo, correlação significativa com a percepção de modo metal com diferença grande
em relação ao modo oral. Outro fenômeno relacionado ao brilho é a potência
observada no canto lírico. Cantores profissionais apresentam reforço de determinadas
faixas freqüenciais, em torno de 3 kHz, o formante do cantor, que possibilita que ele
seja ouvido, perfeitamente, mesmo com o acompanhamento de orquestra sinfônica
(Sundberg, 1974; Cleveland, 1994; Pillot, Quattrocchi, 1996) e é adquirido por meio de
técnica e experiência (Morsomme et al, 1993). Os níveis de amplitude dos formantes,
nesses casos, variam de acordo com a classificação vocal, mas sempre se apresentam
mais aumentados na região do formante do cantor do que no nível de pressão sonora
da voz (Bloothooft, Plomp, 1986; Sundberg, 1991). Experiência laboratorial de Titze,
Story (1997) relacionou esse fenômeno ao estreitamento glótico antero-posterior
também presente neste estudo.
Em análise acústica, vozes consideradas eficientes para uso
profissional, foram relacionadas à presença de picos entre a região freqüencial de 3 e 4
kHz (Nawka, 1997). Já no estilo country, onde se utiliza voz com característica similar a
voz falada, os cantores não apresentam o formante do cantor (Stone et al, 1999,
Cleveland et al, 2001) apesar de apresentarem tendência ao aumento de freqüência de
F2.
Quanto ao comportamento das freqüências dos formantes no modo
metal, houve deslocamento significativo de freqüência de F2 para região mais aguda.
40. 40
Os formantes F1, F3 e F4 não apresentaram mudança significativa na freqüência.
Sabe-se que F2 é extremamente sensível ao posicionamento ântero-posterior lingual.
O movimento de anteriorização lingual que estreita a região do palato duro e aumenta
a cavidade faríngea causa a elevação desse formante (Fant, 1970; Lindblom,
Sundberg, 1971; Stevens, 1997). No exemplo de ajuste de constrição lingual, citado
por Laver (1980), onde a mulher adulta adota a voz de menininha menciona-se a
elevação e talvez leve anteriorização lingual e, às vezes, elevação laríngea. Nesta
situação F2 torna-se bastante alto e próximo a F3 (Stevens, 1997), comportamento
esse que foi observado nesse estudo. É provável que a elevação de freqüência de F2
observada significativamente no modo metal esteja relacionada a esse tipo de ajuste
lingual. Esse ajuste não foi avaliado no presente estudo, entretanto é possível que
esteja ocorrendo. O deslocamento lingual é relacionado a movimentos musculares
sinergéticos extremamente complexos (Perkell, 1997). Achados de exames
videofluoroscópicos e ultrassonográficos aliados a filmagem do comportamento labial
auxiliariam muito a compreensão do comportamento de F2, ficando, assim, uma lacuna
a ser, ainda, esclarecida por futuras pesquisas.
Lindblom, Sundberg (1971) relataram efeitos de diminuição da
freqüência de todos os formantes para a posição de laringe baixa, com efeito mais
acentuado em F2. Teoricamente, a situação oposta, ou seja, de elevação de laringe,
poderia ser relacionada com aumento em F2 porém, a elevação laríngea observada no
presente estudo não apresentou correlação significativa com a elevação de F2.
É comum a atribuição da voz metálica à ocorrência de elevação da
freqüência fundamental habitual por leigos. Erro diagnóstico nesse aspecto conduz ao
procedimento terapêutico incorreto de abaixamento da freqüência habitual, o que
causaria sobrecarga vocal e fadiga (Pinho, 1998). Os fatores que, de fato, determinam
o pitch agudo percebido pelo ouvinte devem estar relacionados à ênfase de amplitude
na região espectral aguda de F2, F3 e F4.
Outro achado interessante é a aproximação entre os picos de F3 e
F4 em um sujeito (soprano). Existe vinculação de dependência entre amplitudes e
freqüências dos formantes. Quando dois formantes se aproximam em freqüência, os
picos de ambos aumentam em amplitude (Kent, Read, 1992).
Não foram detectadas diferenças significativas nos dados
observados quando se compararam sujeitos do sexo masculino e feminino. A única
41. 41
variável que apresentou diferença significativa num teste, mas que não foi confirmada
por outro, foi o abaixamento de laringe, que foi observada em 2 dos 7 sujeitos do sexo
masculino e não foi observada em nenhum sujeito do sexo feminino. Futuras pesquisas
deverão avaliar a diferença na incidência desse tipo de ajuste entre homens e
mulheres.
O diagnóstico funcional deve, assim, considerar a análise perceptiva
identificando a voz metálica, relacionando-a à constrição faríngea e à redução funcional
das cavidades do trato vocal por tensão de estruturas (Pinho, 2002) e também dos
demais ajustes observados neste estudo. Futuramente, os ajustes linguais e labiais,
que não foram analisados neste estudo, deverão ser considerados.
43. 43
6 CONCLUSÕES
Da voz metálica em relação à voz oral:
1. Estatisticamente, não houve mudança significativa de F1, tanto em relação
à freqüência quanto em relação à amplitude;
2. Estatisticamente, houve mudança significativa de amplitude de F2, F3 e F4;
3. Estatisticamente, houve deslocamento significativo de F2 em direção às
freqüências agudas;
4. Maior intensidade foi correlacionada, significativamente, com elevação de
amplitude de F3 e F4;
5. Observou-se incidência relevante de ajustes do trato vocal tais como
abaixamento velar, medialização de paredes faríngeas, elevação laríngea,
constrição ariepiglótica e lateral.
45. 45
ANEXO 1 – CARACTERIZAÇÃO DOS SUJEITOS
Sujeito # Idade Sexo Experiência. Tipo Naipe
1 27 f 7 c s
2 32 f 19 c s
3 44 m 36 p b
4 29 m 12 c t
5 33 f 7 c m
6 38 f 12 c s
7 33 f 12 p m
8 35 m 18 p b
9 37 f 25 p m
10 50 f 12 c s
11 32 m 13 c t
12 31 m 9 c t
13 24 f 10 p m
14 23 f 7 p m
15 18 f 14 p m
16 19 m 7 p t
17 20 f 6 p m
18 37 f 16 p m
19 23 f 8 p m
20 33 m 7 p b
21 28 m 14 p t
22 22 f 5 p c
23 28 f 8 p s
24 24 m 2 p b
Legenda:
Idade: anos
Sexo:; m= masculino; f= feminino
Experiência: anos
Tipo: p= popular; c= clássico;
Naipe: b= barítono; t= tenor; c= contralto; m= mezzo-soprano; s= soprano
46. 46
ANEXO 2
HOSPITAL DAS CLÍNICAS
DA
FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
(Instruções para preenchimento no verso)
___________________________________________________________________
I - DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO DA PESQUISA OU RESPONSÁVEL LEGAL
1. NOME DO PACIENTE ............................................................................. .................................................
DOCUMENTO DE IDENTIDADE Nº : ........................................ SEXO : .M ( ) F ( )
DATA NASCIMENTO: ......../......../......
ENDEREÇO ........................................................................Nº............... APTO: .............
BAIRRO: ........................................................CIDADE ...................................................
CEP:.........................TELEFONE: DDD (............) .........................................................
2.RESPONSÁVEL LEGAL .............................................................................................
NATUREZA (grau de parentesco, tutor, curador etc.) .....................................................
DOCUMENTO DE IDENTIDADE :....................................SEXO: M( ) F( )
DATA NASCIMENTO.: ....../......./......
ENDEREÇO: ............................................................................................. Nº ................... APTO: .............
BAIRRO: ................................................................................ CIDADE: .......................................................
CEP: .............................................. TELEFONE: DDD (............).................................................................
____________________________________________________________________________________
II - DADOS SOBRE A PESQUISA CIENTÍFICA
1. TÍTULO DO PROTOCOLO DE PESQUISA:
Ressonância vocal oral e metálica: estudo comparativo
PESQUISADOR: Eliana Midori Hanayama
CARGO/FUNÇÃO: Fonoaudióloga Pós graduanda (nível Mestrado) na FMUSP
INSCRIÇÃO CONSELHO REGIONAL Nº 3822/SP
UNIDADE DO HCFMUSP: Fisiopatologia Experimental
3. AVALIAÇÃO DO RISCO DA PESQUISA:
SEM RISCO x RISCO MÍNIMO RISCO MÉDIO
RISCO BAIXO RISCO MAIOR
(probabilidade de que o indivíduo sofra algum dano como consequência imediata ou tardia do estudo)
4.DURAÇÃO DA PESQUISA : 3 anos
47. 47
III - REGISTRO DAS EXPLICAÇÕES DO PESQUISADOR AO PACIENTE OU SEU
REPRESENTANTE LEGAL SOBRE A PESQUISA, CONSIGNANDO:
1. Esta pesquisa faz parte de um projeto de Mestrado na área de Fonoaudiologia, que tem como
objetivo compreender o que ocorre na faringe e na laringe (garganta) durante a produção da voz
metálica;
2. Um médico otorrinolaringologista fará um exame de nasofibroscopia que examina a faringe e a
laringe de cantores líricos profissionais. Um fibroscópio será colocado por uma das narinas, e
então serão solicitadas a emissão da vogal “e” com voz normal e da mesma vogal, com voz
metálica;
3. Este exame não traz nenhum risco imediato ou tardio à saúde. Pode ser que haja um certo
desconforto devido a presença de pólipos nanais ou de desvio de septo nasal, ou reflexo
nauseoso (ânsia de vômito) quando o fibroscópio chegar na laringe ou reações alérgicas à
anestesia local;
4. Este estudo nos permitirá compreender melhor a produção da voz humana.
____________________________________________________________________________________
IV - ESCLARECIMENTOS DADOS PELO PESQUISADOR SOBRE GARANTIAS DO SUJEITO DA
PESQUISA:
1. acesso, a qualquer tempo, às informações sobre procedimentos, riscos e benefícios relacionados à
pesquisa, inclusive para dirimir eventuais dúvidas.
2. liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento e de deixar de participar do estudo, sem
que isto traga prejuízo à continuidade da assistência.
3. salvaguarda da confidencialidade, sigilo e privacidade.
4. disponibilidade de assistência no HCFMUSP, por eventuais danos à saúde, decorrentes da pesquisa.
5. viabilidade de indenização por eventuais danos à saúde decorrentes da pesquisa.
_________________________________________________________________________________
V. INFORMAÇÕES DE NOMES, ENDEREÇOS E TELEFONES DOS RESPONSÁVEIS PELO
ACOMPANHAMENTO DA PESQUISA, PARA CONTATO EM CASO DE INTERCORRÊNCIAS
CLÍNICAS E REAÇÕES ADVERSAS.
Dr Domingos Hiroshi Tsuji, médico otorrinolaringologista
R Peixoto Gomide, 515 cj 145 tel 11-251-5504
Fga Eliana Midori Hanayama, fonoaudióloga
R Peixoto Gomide, 515 cj 145 tel 11-251-5504
____________________________________________________________________________________
VI. OBSERVAÇÕES COMPLEMENTARES: -----
___________________________________________________________________________________
VII - CONSENTIMENTO PÓS-ESCLARECIDO
Declaro que, após convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter entendido o que me foi
explicado, consinto em participar do presente Protocolo de Pesquisa
São Paulo, de de 2002.
__________________________________________ _____________________________
assinatura do sujeito da pesquisa ou responsável legal assinatura do pesquisador
(carimbo ou nome Legível)
48. 48
ANEXO 3 - ESPECTROGRAFIA – GRÁFICO LTC: APRESENTANDO OS PICOS DE
F1, F2, F3 E F4
49. 49
ANEXO 4 - SUJEITO 18 - SEQÜÊNCIA VELOFARINGE
Figura superior: emissão no modo oral
Figura inferior: emissão no modo metal onde se observa abaixamento velar
50. 50
ANEXO 5 - SUJEITO 18 - SEQÜÊNCIA FARINGOLARINGE
Figura superior: emissão no modo oral
Figura inferior: emissão no modo metal onde se observa elevação laríngea
51. 51
ANEXO 6 - SUJEITO 19 - SEQÜÊNCIA FARINGO-LARINGE
Figura superior: emissão no modo oral
Figura inferior: emissão no modo metal onde se observa medialização de paredes
faríngeas
52. 52
ANEXO 7 - SUJEITO 20 - SEQÜÊNCIA LARINGE
Figura superior: emissão no modo oral
Figura inferior: emissão no modo metal onde se observa constrição ariepiglótica
53. 53
ANEXO 8 - VARIAÇÃO DE AMPLITUDE DE F2
0
20
40
60
80
100
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
Sujeitos
Amplitudeconvertida
Modo oral
Modo metal
54. 54
ANEXO 9 - VARIAÇÃO DE AMPLITUDE DE F3
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10111213141516171819202122232425
Sujeitos
Amplitudeconvertida
Modo oral
Modo metal
55. 55
ANEXO 10 - VARIAÇÃO DE AMPLITUDE DE F4
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1011121314151617181920 212223 2425
Sujeitos
Amplitudeconvertida
Modo oral
Modo metal
59. 59
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