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ORGANIZAÇÃO DA
ATENÇÃO BÁSICA/ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
E ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA
Deison Alencar Lucietto
Gabriela Bittencourt Gonzalez Mosegui
Niterói/RJ
2020
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA
DEPARTAMENTO DE SAÚDE E SOCIEDADE
André François
Objetivos
• Conceituar atenção básica em saúde (ABS), atenção primária em saúde (APS), Estratégia Saúde da
Família (ESF).
• Compreender o processo histórico da APS e suas características.
• Conhecer conceitos, princípios e objetivos da ESF.
• Compreender o trabalho em equipe multiprofissional.
• Refletir sobre desafios em torno da ESF.
O que são sistemas de saúde?
Quais suas finalidades principais?
• Para otimizar a saúde da população (causas
doenças, manejo enfermidades e maximização da saúde);
• Para minimizar desigualdades entre
subgrupos (em relação ao acesso e alcance de saúde)
STARFIELD, 2002.
Sistemas de saúde
Rede Humaniza SUS
Atenção
terciária
Atenção
secundária
Atenção primária
Níveis de atenção nos sistemas de saúde
MENDES, 2011.
Atenção Primária em Saúde: do que estamos falando?
Atenção Primária em Saúde - Definição OMS
“Atenção essencial à saúde baseada em tecnologia e métodos práticos, cientificamente
comprovados e socialmente aceitáveis, tornados universalmente acessíveis a indivíduos e
famílias na sua comunidade por meios aceitáveis para eles e a um custo que tanto a
comunidade como o país possa arcar em cada estágio de seu desenvolvimento, um espírito de
autoconfiança e autodeterminação. É parte integral do sistema de saúde do país, do qual é
função central, sendo o enfoque principal do desenvolvimento social e econômico global da
comunidade. é o primeiro nível de contato dos indivíduos, da família e da comunidade com o
sistema nacional de saúde o mais próximo possível do local onde as pessoas vivem e
trabalham, constituindo o primeiro elemento de um processo de atenção continuada à saúde”
OMS, 1978.
Um nível de um sistema de serviços de saúde que oferece a
entrada no sistema para todas as novas necessidades e
problemas, fornece atenção para a pessoa (não direcionada
para a enfermidade) no decorrer do tempo, fornece atenção
para todas as condições, exceto as muito incomuns ou raras, e
coordena ou integra a atenção fornecida em algum outro lugar
ou por terceiros. Ela seria a responsável exclusiva por um
conjunto de funções e que compartilharia características com
os outros níveis de atenção, tais como: responsabilidade pelo
acesso, qualidade e custos, atenção à prevenção, tratamento
e reabilitação e trabalho em equipe
STARFIELD, 2002.
Atenção Primária em Saúde
Atenção Primária em Saúde
Conjunto de
atividades
Conjunto de
atividades
Nível de
atenção à
saúde
Nível de
atenção à
saúde
Estratégia
para
organizar a
atenção
Estratégia
para
organizar a
atenção
Filosofia que
permeia a
atenção
Filosofia que
permeia a
atenção
STARFIELD, 2002.
Quais as origens da Atenção Primária em Saúde?
Processo histórico da APS
1920:
Relatório
Dawson
Inglaterra
1974:
Relatório
Lalonde
Canadá
1977: 30ª.
Assembleia
Mundial de
Saúde da
OMS
1978:
Conferência
de Alma
Ata:
1986: Carta
de Ottawa
1986: 8ª
Conferência
Nacional de
Saúde
1988: SUS
Continua...
STARFIELD, 2002.
A parte de imagem com identificação de relação rId18 não foi encontrada no arquivo.
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Relatório Dawson
• Propôs uma reorganização dos sistemas de
saúde na Grã-Bretanha.
• Diferenciando níveis de atenção à saúde.
Relatório Lalonde - Conceito de Campo de Saúde
• Governo canadense (1974).
• Interação entre as pessoas e seu ambiente.
• Esferas biológicas, psicológicas, sociais, políticas,
econômicas, culturais e ambientais.
MOYSÉS, S.T., WATT, R. 2000.
Influência Ambiental
Extensão
e natureza
serviços
de saúde
Influência genética e
biológica
Estilo de
vida
individual
SAÚDE
• Mudanças no estilo de vida e no ambiente como um
todo seriam necessárias para melhorar a condição de
saúde das pessoas.
• Sob nítida influência do Relatório Lalonde (1974), foi
lançado o slogan:
“Saúde para Todos no Ano 2000”.
30ª. Assembleia Mundial de saúde da OMS (1977)
• Eliminação do medo de guerra.
• Oportunidades iguais para todos.
• Satisfação de necessidades básicas:
• Alimento, renda, educação, água
segura, saneamento, moradia.
• Vontade política.
• Apoio público.
MOYSÉS, S.T., WATT, R. 2000.
Declaração de Alma Ata
(ex-URSS, 1978)
Centrada no papel da educação em
saúde e nos cuidados primários
em saúde.
MOYSÉS, S.T., WATT, R. 2000.
• Nível de um sistema de saúde.
• Entrada para necessidades e problemas.
• Atenção ao longo do tempo.
• Sobre a maioria das condições (menos as raras).
• Coordena a atenção noutros níveis.
• Responsabilidade exclusiva por um conjunto de
funções.
• Compartilha características com os outros níveis.
APS
Acesso
Qualidade da
atenção
Redução de custos
Promoção da saúde Prevenção Tratamento
Reabilitação Trabalho em equipe
STARFIELD, 2002.
De uma forma mais palpável, a APS é uma...
“Resposta social dos serviços de saúde que
contém sete atributos e que, em rede, deve
ter três funções”
MENDES, 2011
Primeiro contato Longitudinalidade Abrangência do cuidado
(Integralidade)
Coordenação
Representa a
capacidade de
acesso aos serviços
de saúde.
Relação entre o
usuário e o profissional
de saúde e à
continuidade da oferta
dos serviços.
Capacidade dos
serviços em oferecer o
que está planejado.
Garantir o seguimento
do usuário no
sistema ou a garantia
a outros níveis de
atenção, quando
necessário.
STARFIELD, 2002.
APS - Características próprias
Centralização na família Competência cultural Orientação comunitária
Busca o conhecimento dos
membros da família, através
de seus problemas de
saúde e do reconhecimento
da família enquanto espaço
singular.
Capacidade de reconhecer
características e necessidades
específicas das subpopulações
Diz respeito às suas peculiaridades
culturais, diferenças étnicas, raciais
entre outras.
.
Entendimento que as
necessidades de saúde e outras
necessidades exprimidas pelas
famílias adscritas se relacionam
ao contexto social mais amplo, ao
qual elas pertencem.
STARFIELD, 2002.
APS - Aspectos adicionais
Primeiro contato
Centralização família
Longitudinalidade
Competência cultural
Integralidade
Orientação
comunitária
Coordenação
APS
Atributos
Funções
Resolutividade
Comunicação
Responsabili
zação
APS
Profissionais/equipes são
responsáveis pela saúde
dos indivíduos, mesmo em
outros níveis de atenção.
Ordenar fluxos de
pessoas, informações e
o cuidado na rede de
atenção à saúde.
75-85% dos problemas de
saúde podem ser resolvidos.
MENDES, 2011.
Atenção terciária
Atenção secundária
Atenção primária
Resolutividade da APS
75 e 85% dos problemas de saúde.
MENDES, 2011.
Torno de 15% dos problemas de saúde.
Torno de 5% dos problemas de saúde.
Atenção primária em saúde
e
Atenção básica em saúde
Atenção básica em saúde
AAtenção Básica é o conjunto de ações de saúde individuais,
familiares e coletivas que envolvem promoção, prevenção,
proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos,
cuidados paliativos e vigilância em saúde, desenvolvida por meio
de práticas de cuidado integrado e gestão qualificada, realizada
com equipe multiprofissional e dirigida à população em território
definido, sobre as quais as equipes assumem responsabilidade
sanitária. MS, 2017, p. 19
Parte do SUS Ações individuais Ações familiares Ações coletivas
Promoção da
saúde
Prevenção de
doenças
Tratamento Reabilitação
Redução de danos
Cuidados
paliativos
Vigilância em
saúde
Responsabilidade
sanitária
Trabalho em
equipe
Territorialização
Atenção básica em saúde
PNAB, 2017.
Atenção
terciária
Atenção
secundária
Atenção primária
Atenção primária como nível de atenção à saúde
MENDES, 2011.
APS
Hospital
Labora
tório
Diagnós
tico
Farmá
cia
UPA
CAPS
CEO
Atenção básica em saúde
• Conjunto de ações de saúde individuais
e coletivas.
• Para atenção integral.
• Para a autonomia das pessoas.
• Para atuar nos determinantes de saúde.
• Promoção da saúde.
• Prevenção de agravos.
• Diagnóstico.
• Tratamento.
• Reabilitação.
• Trabalho em equipe.
• Território definido.
• Responsabilidade sanitária.
• Utiliza tecnologias de cuidado complexas e variadas.
• Necessidades de saúde de maior frequência e relevância.
• Critérios de risco, vulnerabilidade, resiliência.
PNAB, 2017.
• Ofertada integralmentee gratuitamente a todas as pessoas, de
acordo com suas necessidadese demandas do território, considerando os
determinantes e condicionantes de saúde MS, 2017, Art. 2º.
Atenção básica em saúde
Atenção básica em saúde
• Não é cesta pobre para pobres!
• É proibida qualquer exclusão baseada em idade, gênero, raça/cor,
etnia, crença, nacionalidade, orientação sexual, identidade de gênero, estado de
saúde, condição socioeconômica, escolaridade, limitação física, intelectual,
funcional e outras MS, 2017, Art. 2º.
Atenção básica em saúde
Relembrando...
Fatores sociais
Fatores
políticos
Fatores
econômicos
Fatores
culturais
Saúde
Não é responsabilidade única
do setor saúde
Não é só uma conquista
individual
Sociedade específica
Integralidade Universalidade
Equidade
Descentralização Regionalização
Hierarquização Participação popular
CF, 1988, LEI 8.080/90, LEI 8.142/90, DECRETO 7508/2011.
Princípios doutrinários Princípios organizativos
Antecedentes Saúde da Família
Anos 1970:
Discussões
sobre APS,
Medicina
Comunitária e
Medicina
Familiar.
1980...
Experiências
internacionais
Canadá,
Cuba e
Inglaterra
1980...
Experiências
brasileiras: Porto
Alegre: Serviço de
Saúde
Comunitária GHC.
Niterói: Programa
do Médico de
Família.
Curitiba: Cuidados
Primários nas
Unidades
Sanitárias
1988:
1991: PACS
pessoas da
comunidade
treinadas,
capacitadas e
supervisionadas
por profissionais
de saúde
1994:
PSF
1998: PSF passa a
ser visto como
estratégia para
reorganização
2001: Inclusão das
Equipes de Saúde
Bucal.
Antecedentes
• Anos 1970: discussões sobre Atenção Primária, Medicina
Comunitária e Medicina Familiar.
• Experiências internacionais: Medicina cubana.
• Experiências brasileiras anteriores:
• Porto Alegre: Serviço de Saúde Comunitária do GHC.
• Niterói: Programa do Médico de Família.
• Curitiba: Programa de Saúde da Família.
• 1991: Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS).
• 1994: Programa de Saúde da Família.
Brasil. Ministério da Saúde. Memórias da saúde da família no Brasil. Basília: Ministério da Saúde, 2010.
AGUIAR, 1998; MS, 2001, 2006, 2016; NARVAI; FRAZÃO, 2008.
Saúde da Família
• Estratégia de reorientação do modelo assistencial.
• Implantação de equipes multiprofissionais.
• Em unidades básicas de saúde.
• Equipes responsáveis pelo acompanhamento de um
número definido de famílias.
• Localizadas em uma área geográfica delimitada.
Atenção centrada na família
A partir de seu ambiente físico e social.
Compreensão ampliada do processo saúde-
doença.
São necessárias intervenções além das
práticas curativas.
MS, 2012
Objetivos
• Reorganizar a atenção básica de acordo com
princípios do SUS.
• Mudar processos de trabalho em saúde.
• Ampliar resolutividade.
• Impactar situações de saúde.
• Propiciar melhor relação custo-efetividade.
MS, 2016
A Saúde da Família melhorou acesso à
saúde, melhora a equidade (atinge mais
fortemente os mais pobres), promove
melhoria das condições de saúde e seus
resultados transcendem o setor saúde.
MENDES, 2012
Organizar ações e serviços Integrar ações e serviços
Sob a perspectiva do território
Equipes de Saúde da Família
Composição mínima:
• Médico.
• Enfermeiro.
• Técnico/Auxiliar de enfermagem.
• Agentes comunitários de saúde.
• Cirurgiões-dentistas.
• Auxiliar em saúde bucal.
• Técnico em saúde bucal.
• Outros profissionais.
• Atividades específicas.
• Atividades comuns para as eSF:
• Conhecer a realidade das famílias.
• Identificar principais problemas de saúde e situações
de risco.
• Elaborar, com a comunidade, um plano para enfrentar
os determinantes do processo saúde/doença.
(MS, 2012)
Competências das equipes
 Atividades específicas;
 Atividades comuns para as eSF:
 Conhecer a realidade das famílias;
 Identificar principais problemas de saúde e situações de risco;
 Elaborar, com a comunidade, um plano para enfrentar os determinantes do
processo saúde/doença;
(MS, 2012)
(MS, 2001).
Unidade de Saúde da Família
Ações de promoção da saúde, prevenção, recuperação e
reabilitação de doenças e agravos mais frequentes.
Estrutura física básica de atendimento aos usuários do SUS
(MS, 2009).
1 UBS para, no máximo, 12 mil
hab. em grandes centros
urbanos.
Local de acolhimento e atenção à saúde de indivíduos e famílias.
O trabalho na Saúde da Família
• A atenção à saúde é prestada pelas eSF tanto na UBS (USF) quanto em domicílio.
riograndedonorte.net
Trata-se de uma visão ativa da intervenção em saúde, com integração com a comunidade e
enfoque ampliado sobre saúde VIANNA; DAL POZ, 1998.
campomourao.pr.gov.br
jacarezinho.pr.gov.br marialeticiafagundes.com
André François
#Quiz:
http://blog.saude.mg.gov.br/2017/11/09/quiz-descubra-quais-sao-as-reformas-
da-pnab-que-vao-impactar-no-sus/
[Grande] desafio: revisão da PNAB
Caminhos a seguir
Bibliografia / Indicações
ALBUQUERQUE, A. B. B. ; BOSI, M. L. M. Visita domiciliar no âmbito da Estratégia Saúde da Família: percepções de usuários no município de Fortaleza, Ceará, Brasil.
Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 25, n. 5, p. 1103-1112, 2009.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, 1988.
BUSS, P.M.; PELLEGRINI FILHO, A. A Saúde e seus Determinantes Sociais. Physis Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 17, n. 1, p. 77-93, 2007.
COMISSÃO NACIONAL SOBRE DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE. As Causas Sociais das Iniqüidades em Saúde no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz,
2008.
FLEURY-TEIXEIRA, P. Uma introdução conceitual à determinação social da saúde. Saúde em Debate, Rio de Janeiro, v. 33, n. 83, p. 380-387, 2009.
MENDES, E. V. AAPS nas redes de atenção à saúde. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=BndTvyKNDvg>. Acesso em: 17 ago 2017.
MENDES, E.V. Redes de atenção á saúde. Brasília: OPAS, 2011.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Política Nacional de Atenção Básica. Brasília, 2017.
STARFIELD, B. Atenção Primária: equilíbrio entre necessidades de saúde, serviços e tecnologia. Brasília: UNESCO, Ministério da Saúde, 2002.

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  • 1. ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA/ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE E ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA Deison Alencar Lucietto Gabriela Bittencourt Gonzalez Mosegui Niterói/RJ 2020 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA DEPARTAMENTO DE SAÚDE E SOCIEDADE
  • 3. Objetivos • Conceituar atenção básica em saúde (ABS), atenção primária em saúde (APS), Estratégia Saúde da Família (ESF). • Compreender o processo histórico da APS e suas características. • Conhecer conceitos, princípios e objetivos da ESF. • Compreender o trabalho em equipe multiprofissional. • Refletir sobre desafios em torno da ESF.
  • 4. O que são sistemas de saúde? Quais suas finalidades principais?
  • 5. • Para otimizar a saúde da população (causas doenças, manejo enfermidades e maximização da saúde); • Para minimizar desigualdades entre subgrupos (em relação ao acesso e alcance de saúde) STARFIELD, 2002. Sistemas de saúde Rede Humaniza SUS
  • 6. Atenção terciária Atenção secundária Atenção primária Níveis de atenção nos sistemas de saúde MENDES, 2011.
  • 7. Atenção Primária em Saúde: do que estamos falando?
  • 8. Atenção Primária em Saúde - Definição OMS “Atenção essencial à saúde baseada em tecnologia e métodos práticos, cientificamente comprovados e socialmente aceitáveis, tornados universalmente acessíveis a indivíduos e famílias na sua comunidade por meios aceitáveis para eles e a um custo que tanto a comunidade como o país possa arcar em cada estágio de seu desenvolvimento, um espírito de autoconfiança e autodeterminação. É parte integral do sistema de saúde do país, do qual é função central, sendo o enfoque principal do desenvolvimento social e econômico global da comunidade. é o primeiro nível de contato dos indivíduos, da família e da comunidade com o sistema nacional de saúde o mais próximo possível do local onde as pessoas vivem e trabalham, constituindo o primeiro elemento de um processo de atenção continuada à saúde” OMS, 1978.
  • 9. Um nível de um sistema de serviços de saúde que oferece a entrada no sistema para todas as novas necessidades e problemas, fornece atenção para a pessoa (não direcionada para a enfermidade) no decorrer do tempo, fornece atenção para todas as condições, exceto as muito incomuns ou raras, e coordena ou integra a atenção fornecida em algum outro lugar ou por terceiros. Ela seria a responsável exclusiva por um conjunto de funções e que compartilharia características com os outros níveis de atenção, tais como: responsabilidade pelo acesso, qualidade e custos, atenção à prevenção, tratamento e reabilitação e trabalho em equipe STARFIELD, 2002. Atenção Primária em Saúde
  • 10. Atenção Primária em Saúde Conjunto de atividades Conjunto de atividades Nível de atenção à saúde Nível de atenção à saúde Estratégia para organizar a atenção Estratégia para organizar a atenção Filosofia que permeia a atenção Filosofia que permeia a atenção STARFIELD, 2002.
  • 11. Quais as origens da Atenção Primária em Saúde?
  • 12. Processo histórico da APS 1920: Relatório Dawson Inglaterra 1974: Relatório Lalonde Canadá 1977: 30ª. Assembleia Mundial de Saúde da OMS 1978: Conferência de Alma Ata: 1986: Carta de Ottawa 1986: 8ª Conferência Nacional de Saúde 1988: SUS Continua... STARFIELD, 2002. A parte de imagem com identificação de relação rId18 não foi encontrada no arquivo. A parte de imagem com identificação de relação rId18 não foi encontrada no arquivo. A parte de imagem com identificação de relação rId18 não foi encontrada no arquivo.
  • 13. Relatório Dawson • Propôs uma reorganização dos sistemas de saúde na Grã-Bretanha. • Diferenciando níveis de atenção à saúde.
  • 14. Relatório Lalonde - Conceito de Campo de Saúde • Governo canadense (1974). • Interação entre as pessoas e seu ambiente. • Esferas biológicas, psicológicas, sociais, políticas, econômicas, culturais e ambientais. MOYSÉS, S.T., WATT, R. 2000. Influência Ambiental Extensão e natureza serviços de saúde Influência genética e biológica Estilo de vida individual SAÚDE • Mudanças no estilo de vida e no ambiente como um todo seriam necessárias para melhorar a condição de saúde das pessoas.
  • 15. • Sob nítida influência do Relatório Lalonde (1974), foi lançado o slogan: “Saúde para Todos no Ano 2000”. 30ª. Assembleia Mundial de saúde da OMS (1977) • Eliminação do medo de guerra. • Oportunidades iguais para todos. • Satisfação de necessidades básicas: • Alimento, renda, educação, água segura, saneamento, moradia. • Vontade política. • Apoio público. MOYSÉS, S.T., WATT, R. 2000.
  • 16. Declaração de Alma Ata (ex-URSS, 1978) Centrada no papel da educação em saúde e nos cuidados primários em saúde. MOYSÉS, S.T., WATT, R. 2000.
  • 17. • Nível de um sistema de saúde. • Entrada para necessidades e problemas. • Atenção ao longo do tempo. • Sobre a maioria das condições (menos as raras). • Coordena a atenção noutros níveis. • Responsabilidade exclusiva por um conjunto de funções. • Compartilha características com os outros níveis. APS Acesso Qualidade da atenção Redução de custos Promoção da saúde Prevenção Tratamento Reabilitação Trabalho em equipe STARFIELD, 2002.
  • 18. De uma forma mais palpável, a APS é uma...
  • 19. “Resposta social dos serviços de saúde que contém sete atributos e que, em rede, deve ter três funções” MENDES, 2011
  • 20. Primeiro contato Longitudinalidade Abrangência do cuidado (Integralidade) Coordenação Representa a capacidade de acesso aos serviços de saúde. Relação entre o usuário e o profissional de saúde e à continuidade da oferta dos serviços. Capacidade dos serviços em oferecer o que está planejado. Garantir o seguimento do usuário no sistema ou a garantia a outros níveis de atenção, quando necessário. STARFIELD, 2002. APS - Características próprias
  • 21. Centralização na família Competência cultural Orientação comunitária Busca o conhecimento dos membros da família, através de seus problemas de saúde e do reconhecimento da família enquanto espaço singular. Capacidade de reconhecer características e necessidades específicas das subpopulações Diz respeito às suas peculiaridades culturais, diferenças étnicas, raciais entre outras. . Entendimento que as necessidades de saúde e outras necessidades exprimidas pelas famílias adscritas se relacionam ao contexto social mais amplo, ao qual elas pertencem. STARFIELD, 2002. APS - Aspectos adicionais
  • 22. Primeiro contato Centralização família Longitudinalidade Competência cultural Integralidade Orientação comunitária Coordenação APS Atributos
  • 23. Funções Resolutividade Comunicação Responsabili zação APS Profissionais/equipes são responsáveis pela saúde dos indivíduos, mesmo em outros níveis de atenção. Ordenar fluxos de pessoas, informações e o cuidado na rede de atenção à saúde. 75-85% dos problemas de saúde podem ser resolvidos. MENDES, 2011.
  • 24. Atenção terciária Atenção secundária Atenção primária Resolutividade da APS 75 e 85% dos problemas de saúde. MENDES, 2011. Torno de 15% dos problemas de saúde. Torno de 5% dos problemas de saúde.
  • 25. Atenção primária em saúde e Atenção básica em saúde
  • 26. Atenção básica em saúde AAtenção Básica é o conjunto de ações de saúde individuais, familiares e coletivas que envolvem promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde, desenvolvida por meio de práticas de cuidado integrado e gestão qualificada, realizada com equipe multiprofissional e dirigida à população em território definido, sobre as quais as equipes assumem responsabilidade sanitária. MS, 2017, p. 19
  • 27. Parte do SUS Ações individuais Ações familiares Ações coletivas Promoção da saúde Prevenção de doenças Tratamento Reabilitação Redução de danos Cuidados paliativos Vigilância em saúde Responsabilidade sanitária Trabalho em equipe Territorialização Atenção básica em saúde PNAB, 2017.
  • 28. Atenção terciária Atenção secundária Atenção primária Atenção primária como nível de atenção à saúde MENDES, 2011. APS Hospital Labora tório Diagnós tico Farmá cia UPA CAPS CEO
  • 29. Atenção básica em saúde • Conjunto de ações de saúde individuais e coletivas. • Para atenção integral. • Para a autonomia das pessoas. • Para atuar nos determinantes de saúde. • Promoção da saúde. • Prevenção de agravos. • Diagnóstico. • Tratamento. • Reabilitação. • Trabalho em equipe. • Território definido. • Responsabilidade sanitária. • Utiliza tecnologias de cuidado complexas e variadas. • Necessidades de saúde de maior frequência e relevância. • Critérios de risco, vulnerabilidade, resiliência. PNAB, 2017.
  • 30. • Ofertada integralmentee gratuitamente a todas as pessoas, de acordo com suas necessidadese demandas do território, considerando os determinantes e condicionantes de saúde MS, 2017, Art. 2º. Atenção básica em saúde
  • 31. Atenção básica em saúde • Não é cesta pobre para pobres!
  • 32. • É proibida qualquer exclusão baseada em idade, gênero, raça/cor, etnia, crença, nacionalidade, orientação sexual, identidade de gênero, estado de saúde, condição socioeconômica, escolaridade, limitação física, intelectual, funcional e outras MS, 2017, Art. 2º. Atenção básica em saúde
  • 34. Fatores sociais Fatores políticos Fatores econômicos Fatores culturais Saúde Não é responsabilidade única do setor saúde Não é só uma conquista individual Sociedade específica
  • 35. Integralidade Universalidade Equidade Descentralização Regionalização Hierarquização Participação popular CF, 1988, LEI 8.080/90, LEI 8.142/90, DECRETO 7508/2011. Princípios doutrinários Princípios organizativos
  • 36.
  • 37. Antecedentes Saúde da Família Anos 1970: Discussões sobre APS, Medicina Comunitária e Medicina Familiar. 1980... Experiências internacionais Canadá, Cuba e Inglaterra 1980... Experiências brasileiras: Porto Alegre: Serviço de Saúde Comunitária GHC. Niterói: Programa do Médico de Família. Curitiba: Cuidados Primários nas Unidades Sanitárias 1988: 1991: PACS pessoas da comunidade treinadas, capacitadas e supervisionadas por profissionais de saúde 1994: PSF 1998: PSF passa a ser visto como estratégia para reorganização 2001: Inclusão das Equipes de Saúde Bucal.
  • 38. Antecedentes • Anos 1970: discussões sobre Atenção Primária, Medicina Comunitária e Medicina Familiar. • Experiências internacionais: Medicina cubana. • Experiências brasileiras anteriores: • Porto Alegre: Serviço de Saúde Comunitária do GHC. • Niterói: Programa do Médico de Família. • Curitiba: Programa de Saúde da Família. • 1991: Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). • 1994: Programa de Saúde da Família. Brasil. Ministério da Saúde. Memórias da saúde da família no Brasil. Basília: Ministério da Saúde, 2010. AGUIAR, 1998; MS, 2001, 2006, 2016; NARVAI; FRAZÃO, 2008.
  • 39. Saúde da Família • Estratégia de reorientação do modelo assistencial. • Implantação de equipes multiprofissionais. • Em unidades básicas de saúde. • Equipes responsáveis pelo acompanhamento de um número definido de famílias. • Localizadas em uma área geográfica delimitada. Atenção centrada na família A partir de seu ambiente físico e social. Compreensão ampliada do processo saúde- doença. São necessárias intervenções além das práticas curativas. MS, 2012
  • 40. Objetivos • Reorganizar a atenção básica de acordo com princípios do SUS. • Mudar processos de trabalho em saúde. • Ampliar resolutividade. • Impactar situações de saúde. • Propiciar melhor relação custo-efetividade. MS, 2016 A Saúde da Família melhorou acesso à saúde, melhora a equidade (atinge mais fortemente os mais pobres), promove melhoria das condições de saúde e seus resultados transcendem o setor saúde. MENDES, 2012 Organizar ações e serviços Integrar ações e serviços Sob a perspectiva do território
  • 41. Equipes de Saúde da Família Composição mínima: • Médico. • Enfermeiro. • Técnico/Auxiliar de enfermagem. • Agentes comunitários de saúde. • Cirurgiões-dentistas. • Auxiliar em saúde bucal. • Técnico em saúde bucal. • Outros profissionais. • Atividades específicas. • Atividades comuns para as eSF: • Conhecer a realidade das famílias. • Identificar principais problemas de saúde e situações de risco. • Elaborar, com a comunidade, um plano para enfrentar os determinantes do processo saúde/doença. (MS, 2012)
  • 42. Competências das equipes  Atividades específicas;  Atividades comuns para as eSF:  Conhecer a realidade das famílias;  Identificar principais problemas de saúde e situações de risco;  Elaborar, com a comunidade, um plano para enfrentar os determinantes do processo saúde/doença; (MS, 2012) (MS, 2001).
  • 43. Unidade de Saúde da Família Ações de promoção da saúde, prevenção, recuperação e reabilitação de doenças e agravos mais frequentes. Estrutura física básica de atendimento aos usuários do SUS (MS, 2009). 1 UBS para, no máximo, 12 mil hab. em grandes centros urbanos. Local de acolhimento e atenção à saúde de indivíduos e famílias.
  • 44. O trabalho na Saúde da Família • A atenção à saúde é prestada pelas eSF tanto na UBS (USF) quanto em domicílio. riograndedonorte.net Trata-se de uma visão ativa da intervenção em saúde, com integração com a comunidade e enfoque ampliado sobre saúde VIANNA; DAL POZ, 1998.
  • 50. Bibliografia / Indicações ALBUQUERQUE, A. B. B. ; BOSI, M. L. M. Visita domiciliar no âmbito da Estratégia Saúde da Família: percepções de usuários no município de Fortaleza, Ceará, Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 25, n. 5, p. 1103-1112, 2009. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, 1988. BUSS, P.M.; PELLEGRINI FILHO, A. A Saúde e seus Determinantes Sociais. Physis Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 17, n. 1, p. 77-93, 2007. COMISSÃO NACIONAL SOBRE DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE. As Causas Sociais das Iniqüidades em Saúde no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2008. FLEURY-TEIXEIRA, P. Uma introdução conceitual à determinação social da saúde. Saúde em Debate, Rio de Janeiro, v. 33, n. 83, p. 380-387, 2009. MENDES, E. V. AAPS nas redes de atenção à saúde. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=BndTvyKNDvg>. Acesso em: 17 ago 2017. MENDES, E.V. Redes de atenção á saúde. Brasília: OPAS, 2011. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Política Nacional de Atenção Básica. Brasília, 2017. STARFIELD, B. Atenção Primária: equilíbrio entre necessidades de saúde, serviços e tecnologia. Brasília: UNESCO, Ministério da Saúde, 2002.