1. Baú de
ideias
Exemplos de actividades para desenvolver a linguagem
JOGO DO SEGREDO:
Dizer uma pequena frase a uma criança e ela diz essa frase ao ouvido da criança que está ao
seu lado e assim sucessivamente até percorrer as crianças todas. A ultima diz a frase em voz
alta para vermos se coincidiu com a frase inicial.
RECORTAR LETRAS
Recortar letras de uma revista ou jornal para escrever o nome de cada criança. Pode-se dar o
modelo previamente escrito ou não. Pode-se pedir que recorte as letras todas de uma cor, ou
do mesmo tamanho. Podem escrever o nome ou outra coisa.
RECONTAR UMA HISTÓRIA
Ao recontar uma história, pode-se pedir que altere alguns elementos da mesma: o fim, os
personagens, o local onde se passa a história, etc. Verificar se ao mudar algum elemento
existem diferenças significativas da história original.
CONTO REDONDO
Pedir que as crianças continuem o inicio de uma história desconhecida e cada uma
acrescenta uma frase ao que foi dito pela criança anterior. Quem, onde, como, quando,
porquê?
FALAR AO TELEFONE
Pode ser um telefone a sério ou não. Fomentar a conversa e estimular as palavras que tem
mais dificuldade em articular.
2. GRAVAR A VOZ
Para além de gravar a voz a cantar, pode-se também gravar entrevistas, recados, mensagens,
etc. Pode utilizar-se um fantoche para facilitar a oralidade.
RITMOS DIFERENTES
Cantar uma canção ou dizer uma lenga-lenga de várias maneiras (rápido, lento, baixo, alto,
com a língua de fora, com a boca fechada, com voz grossa, etc.)
IMITAR
Imitar vozes de animais (vaca, ovelha, abelha, cavalo, porco, cão, gato, etc.)
Imitar sons do quotidiano (sino, apito, carro, telefone, vento, etc.)
SONS IGUAIS
Descobrir palavras que começam da mesma maneira ou com o mesmo som (casa, cama,
cadeira, cabelo, catarina, etc.)
SONS
Descobrir sons que podemos produzir com a boca (assobio, beijo, tossir, rir, chorar, gritar,
ressonar, soprar, fungar, estalar a língua, bater a mão na boca quando se diz a,e,i,o,u,
pssssst, bater os dentes como se estivesse a morder, sorver ou assobiar para dentro, imitar
um carro dizendo brum etc.)
Descobrir sons que podemos produzir com o corpo (estalar os dedos, bater palmas)
EXERCÍCIOS DE SOPRO
Bolas de sabão, soprar velas apagando ou apenas abanando a chama, encher balões, soprar
barquinhos para se movimentarem na água, soprar bolas de ping-pong através de um
labirinto ou de uma linha, soprar papeis dentro de uma garrafa, ventoinha de papel, língua
da sogra, gaitas, apitos,cornetas, etc.
EXERCÍCIOS ORO-FACIAIS
Mover a língua dentro da boca em várias direcções, deitar a língua toda para fora, lamber os
lábios, lamber um chupa-chupa, mascar uma chiclete, fazer caretas, beber por uma
3. palhinha, beber água num prato, etc.
A MESMA LETRA
Descobrir como ficavam os nomes dos meninos se começassem todos pela mesma letra. Ex:
Paula (Faula) Rui (Fui) Tiago (Fiago) Rita (Fita) Mariana (Fariana) etc.
DIVISÃO SILÁBICA
Bater uma palma ou dar um passo por cada sílaba do nome Ex: SA-RA (2 palmas ou 2
passos)
INCENTIVAR A FALA
Para que a criança aprenda a falar é preciso que falem com ela e também que a deixem falar
e a incentivem a fazê-lo conversando sobre o que estão a fazer como por exemplo: vamos
despir o pijama, vamos vestir as calças azuis, levanta a perna direita; preferes as meias às
riscas ou as meias vermelhas com bonequinhos azuis? queres calçar as botas castanhas ou
os sapatos pretos? e agora o que falta? etc.
Lengas-lengas e (des)trava-linguas
Ensinar à criança algumas lengas-lengas e trava-línguas
para estimular a fala:
O rato roeu a rolha da garrafa do rei da Rússia
Lé com lé, cré com cré
Paulino sem pau é lino
O rato rói a serralha,
Paulino sem lino é pau
O raio do rato roía;
Tirando o pau ao Paulino
A Rita Rosa Ramalha
Fica o Paulino sem pau
Do raio do rato se ria.
Num ninho de nafagafos
Fernandinho vai ao vinho
Há sete nafagafinhos
Parte o copo no caminho
Quando a nafagafa sai
Ai do copo, ai do vinho
4. Ficam os nafagafinhos sozinhos
Coitadinho do Fernandinho
A Graça disse à Graça uma graça e a Graça
achou muita graça.
Padre Pedro pinta pregos,
Padre Pedro prega pregos.
A história é uma sucessão sucessiva dos
sucessos que sucedem sucessivamente.
A bomba dos bombeiros voluntários é boa,
bonita e barata e trabalha bem.
Fui à escola politécnica
Enquanto a pega
aprender a politecnicar;
papa a fava
Estava lá o politécnico,
porque não papa
não aprendi a politecnicar.
a fava a pega?
Esta burra torta trota,
O que é que há cá?
trota, trota a burra torta,
É o eco que há cá
trinca a murta, a murta brota,
Há cá eco?
brota a murta ao pé da porta
Há cá eco, há.
Se a liga me ligasse,
Está o céu estrelado?
Eu ligava à liga.
Quem o estrelaria?
Mas como a liga não me liga
O homem que o estrelou,
Eu também não ligo à liga.
Grande estrelador seria.
Na rua das rosas vai um carro à riba
Estes nabos amarujam,
Carregado de folhas, garrafas e rosas.
Eles amarujarão.
Um homem desnarigado quem o desnarigaria? Num prato de trigo tragam três tigres.
Disse você ou não disse
Tu me enganas,
O que eu disse que você disse?
Eu te entendo
Porque se você disse
Mas tu não entendes
O que eu não disse que você disse,
Que eu entendo
Que disse você?
Que me estás a enganar
No comboio descendente
O Fialho foi ao talho
5. Vinha tudo à gargalhada
Procurar trabalho
Uns por verem rir os outros
Pelo atalho
E outros sem ser por nada
Viu um espantalho
No comboio descendente
Do carvalho
Vinham todos à janela
Em vez de um bugalho
Uns calados para os outros
Caiu um alho
E outros a dar-lhes trela
E o Fialho ficou paspalho
Josefa vem
Ó pá, já casaste pá?
Josefa vai
Eu não, pá, e tu pá?
Vem cá, vem ver
Eu já, pá.
O meu balão no ar
Com quem pá?
(Dizer várias vezes seguidas, aumentando a
Com a Maria, pá, filha do Zé pá!
velocidade e acompanhar sempre com mímica)
Oh pá, tanto pá.
Moço, meu moço,
Debaixo daquela pipa
Leva os bois ao lameiro,
Está uma pita.
Os sapatos ao sapateiro
Pinga a pipa,
Que tos sole e sobressole
Pia a pita,
E que tos torne a sobressolar
Pia a pita,
Que ele bom sobressolador será.
Pinga a pipa.
Dou-te um soco, desnarizo-te,
Fui comprar bolas ao senhor bolas,
Tu desnarizaste-me a mim.
E o senhor bolas não tinha bolas.
Qual será o melhor desnarizador?
Ora bolas para o senhor Bolas
Ò compadre, merca pouca cabra parda, que
quem pouca cabra parda merca pouca cabra
parda paga.
Pardal pardo, porque palras? Palro sempre
e palrarei, porque sou o pardal pardo e
palrador del-rei.
Uma gata preta
Eu tenho um cãozinho
6. Prendeu a perna
Chamado Totó
Na porta do prédio.
Varre-me a casa
Veio a prima da praça
Limpa-me o pó
E viu a prima preta
com a perna presa.
A dona da casa
Foi desprendê-la
Chama-se Inês
E ficaram as duas presas
E o número da porta
Na porta do prédio.
É o trinta e três.
Percebeste?
Eu cantarolarei,
Se não percebeste,
Tu cantarolarás,
Faz que percebeste
Ele cantarolará,
Para que eu perceba
Nós cantarolaremos
Que tu percebeste.
Vós cantarolareis
Percebeste?
Eles cantarolarão.
Fui a Belas para ver as velas,
Se o papa papasse papa,
Mas em Belas velas não vi;
Se o papa papasse pão,
Porque as velas que para Belas
O papa tudo papava,
Eram as velas que iam daqui.
Seria o papa papão.
Era uma velha
Ó compadre como passou a tarde de ontem
à tarde?
Que andava a varrer
Com a lata no rabo a bater
Quanto mais a velha varria
Deixe-me lá, meu compadre, que a tarde
de ontem à tarde foi para mim tamanha
tarde que há-de ser tarde e bem tarde que
eu venha cá outra tarde como a tarde de
ontem à tarde
Mais a lata no rabo batia
Copo, copo, jericopo,
O tempo perguntou ao tempo
Jericopo, copo cá;
Quanto tempo o tempo tem.
7. Quem não disser três vezes (sem se enganar)
O tempo respondeu ao tempo
Copo, copo, jericopo,
Que o tempo tem tanto tempo
Jericopo, copo cá,
Quanto tempo o tempo tem.
Por este copo não beberá.
Portas prega Pedro Bravo
Uma cabra carga trapos,
E sermão o padre Prado
outra cabra trapos carga.
Ó pavão, lindo pavão,
Vale mais sê-lo que parecê-lo,
Que lindas penas o pavão tem
mas não parecê-lo e não sê-lo,
vale mais não parecê-lo.
A pia perto do pinto,
Tenho um colarinho
O pinto perto da pia.
Muito bem encolarinhado.
Quanto mais a pia pinga
Foi o colarinhador
Mais o pinto pia.
Que me encolarinhou
A pia pinga,
Este colarinho.
O pinto pia,
Vê se és capaz
Pinga a pia,
De encolarinhar
Pia o pinto,
Tão bem encolarinhado
O pinto perto da pia,
Como o coralinhador
A pia perto do pinto.
Que me encolarinhou
Este colarinho.
Se cá nevasse fazia-se cá ski.
Se o banco que tem três pés é uma tripeça,
não tropeça nos pés a tripeça de três pés?
Mário Mora foi a Mora com intenção de vir
embora mas, como em Mora demora, diz um
amigo de Mora:
Ó menina deste casal, diga-me se mora
aqui o padre Pedro Pires Pisco Pascoal.
Está cá o Mora? Está, está cá o Mora. Então
agora o Mora mora em Mora? Mora, mora.
Não sei qual é esse padre Pedro Pires Pisco
Pascoal
porque aqui nestes casais há três padres
8. Pedros Pires
Piscos Pascoais.
Se o Arcebispo de Constantinopla se quisesse
desarcebispoconstantinoplizar quem o
desarcebispocontantinoplizaria?
Pedro Paulo Pacheco Pereira, pobre pintor
português, pede passagem para passar para
Portugal.
Tenho uma capa bilrada, chilrada,
galripatalhada;
Esta casa está ladrilhada.
Quem a desladrilhará?
Mandei-a ao senhor bilrador, chilrador,
galripatalhador,
O desladrilhador
Que ma bilrrasse, chilrasse, galripatalhasse,
Que desladrilhar
Que eu lhe pagaria bilraduras, chilraduras,
palripatalhaduras.
Bom desladrilhador será.
Um senhor que tinha tinha Pediu a outro que
Porque é que o pisco empisca a pisca e a
não tinha tinha que lhe tirasse a tinha; Dava-lhe pisca não empisca o pisco?
tudo o que tinha
Quando lemos uma história às crianças usamos o livro como instrumento
fundamental do contacto com a escrita podendo criar uma situação de interacção
quando lemos, questionamos e comentamos o livro. Strickland & Morrow (1993)
propõem vários passos a dar quando lemos uma história às crianças:
ANTES DE LER
Mostrar a capa do livro à criança para que ela tente adivinhar o seu conteúdo.
Conversar acerca do autor e ilustrador.
Falar sobre o tipo de texto que vão ouvir (poesia, história, lenda, fábula, etc.)
Haver uma intencionalidade para as crianças ouvirem a história.
Falar sobre a apresentação do texto que acompanha a imagem.
9. DURANTE A LEITURA
Encorajar as crianças para comentarem a história enquanto ouvem.
Ajudar as crianças a perceberem a linguagem escrita da história.
Fazer perguntas ocasionalmente para testar a compreensão da história.
Sublinhar com o dedo as frases do texto enquanto se lê.
Nos momentos chave, perguntar às crianças o que vai acontecer a seguir.
Permitir que a criança dê a sua interpretação pessoal da história.
DEPOIS DA LEITURA
Rever os momentos principais da história .
Ajudar as crianças a estabelecer ligações entre a história e as suas vivências pessoais.
Arranjar situações para pôr a criança a pensar sobre o texto.
Recontar a história alterando elementos da história (personagens, locais, etc.).