1. CABPARR.A IMPAR.A
muita inflação.Umadúzia de ovos cus-tava
12 mil cruzeiros, um sutiã custava
37 mil. Não sei o que era mais louco, o
ovo ou o sutiã. Não tínhamos dinheiro
nem para um presente de Natal. Achá-vamos
que o Miguel era rico, mas ele
era duro como a gente. Antes da estreia,
ele fez uma dívida: pegou com o Antô-nio
Bernardo (joalheiro) quatro anéis e
não pagou. Se a peça desse dinheiro, era
pra ficar pra gente. Se fosse um fracas-so,
teríamos de devolver. Investimos
dois mil cruzeiros, compramos 4 mil dó-lares.
No primeiro dia, recuperamos es-se
dinheiro. Ganhei mais dinheiro com
“A Partilha” do que em toda a minha
carreira artística na TV. Fiz a minha in-dependência
financeira. Divido a mi-nha
vida financeira em antes e depois
do Falabella. Foram oito anos, casa-mentos
desfeitos, filhos sem a gente, soli-dão
nos hotéis, sem nossos cachorros,
mas ganhamos muitos prêmios e dinhei-ro.
E isso foi o mais importante. Foi difí-cil,
mas o resultado valeu demais a pe-na.
Ah, eme roubaram o anel (risos).
Vocêvêalgumaatrizquepode
serumaSusanaVieiranofuturo?
Vanessa Giácomo, Paolla Oliveira.Mas
adoro a geração da Claudia Abreu, Gio-vanna
Antonelli, Carolina Dieckmann,
que, ninguém nos ouça, é a minha filha
preferida. Deborah Secco é primorosa. Es-sas
meninas são lindas e poderiam estar
ainda como protagonistas. E acho umpe-cado
que estejam dando lugar para outras
mais jovens. Sou louca pela Adriana Este-ves,
Fernanda Torres. Nossas atrizes dão
um banho. Débora Falabella, Vivianne
Pasmanter, Camila Pitanga, já fui mãede
Rodrigo, que mora em Miami, nos EUA, é o único filho da atriz
muitas delas, as vi começando. E elas me
agradecem, beberam naminha fonte com
gratidão. Não tenho problema de traba-lhar
com jovens e bonitas. Eu quero que
elas sejam boas como eu.
E os atores?
Aprendi muito com o Mateus Solano.
FuimãedoDadoDolabella, quemeagra-deceu
muito, Felipe Camargo, Mauricio
Mattar, Fábio Assunção, que eu amo.
E Murilo Benício? (o ator vi-via
o filho rejeitado pela vilã
Branca Letícia, interpretada
por Susanaem“Por Amor”)
Murilo era fechado, mais na dele.
Ou estava sempre namorando al-guém
nos bastidores (risos).
Atorcombafo.Jáencarou?
(Risos) Já! Há muitos anos, fazendo
teatro com dois atores, que não falo
quem são, aconteceu. Foi na época que
era moda ser hippie. Eles não tomavam
banho. Deixei a peça por não suportar o
cheiro. Outro ator, mais atual, comia ce-bola
antes de gravar. Queria chamar a
atenção. Mas o Wilker sempre escovava
os dentes. Tem atores que se preocupam,
escovam o dente, mascam chiclete.
Beijo técnico existe?
Esses beijos hojeemdia são na conta do
diretor.Tudo elesmandamfazer.Nãosa-bemos
se a mulher do ator é ciumenta.
Vemtudo escrito, beijo de língua ardente-mente,
rolam na cama e simulam que es-tão
fazendo sexo. Não fazemos nada fora
do escrito. Cena de sexo constrange.
Fazercenanua,então,nãorola?
E quem vai me colocar nua em cena?
Só se for esfaqueada e jogada no lim-bo.
Em “Amor à Vida”, fizemos cenas
boas, estava quase nua. Na TV esta-mos
indo longe demais. Em todas as
novelas que entro, me colocam para fa-zer
uma cena mais picante. Enquanto
estiverem me escalando para cenas as-sim,
estou A-DO-RAN-DO. Estou
sempre saudável e malhada para isso.
Me chamem para eu fazer essas cenas
enquanto eu tiver boca pra beijar.
Algum fã tem chance de ter
essa sorte e beijar você?
Tem. Numa boate posso me encan-tar
com alguém e acontecer. E normal-mente,
quem se aproxima de mim é
meu fã. Mas não penso assim. É difí-cil
separar o homem do fã.
Você é muito cantada por ho-mens
mais jovens?
Sim. Chegam em mim, sim. Recebo
vídeos, gracejos pelo celular. Fico feliz
quando recebo galanteios. Isso que mo-ve
o mundo, ué! Faço sucesso com os
mais jovens pela minha descontração.
Temalgumarrependimento?
Tem muita coisa de que me arrepen-do.
Não sou dessas pessoas que falam
que fariam tudo de novo. A coisa que
mais me arrependo é não ter tido mais
filhos (Susana é mãe de Rodrigo, de 49
anos). É uma decepção não ter tido
mais. Adoraria ter tido. Isso é o que não
fiz para me dar prazer. Não porque eu
não pude, mas porque tinha de susten-tar
o meu filho, ou o casamento não era
certo que duraria. Passei da idade. É a
minha maior decepção.
Você já pensouemadotarum
filho? Éumaopção?
Eu já me vi escolhendo bebê em orfa-nato.
Outro dia, quase que me tira-ram
à força de lá. Estava com a coisa
mais linda no meu colo. Acho que se
um dia eu não tiver mais a preocupa-ção
de trabalhar, de me sustentar,
não seria difícil adotar. Mas não ape-nas
um, amo bebê, criança, sou amo-rosa.
Adotaria ou abriria uma cre-che,
trocaria fralda, estou com vonta-de.
No dia que fui a esse orfanato lin-do,
com camas limpas, vi tanto cari-nho
de mulheres fortes... Eram só qua-tro
mulheres para 67 crianças. Eles
não querem carrinho e bola, querem
receber carinho. Peguei no colo. Ado-tar
é amor, afeto, não é dar uma bela
casa. Tirar criança de orfanato e não
dar amor? Não aceito.
Comoreagequandovê crian-ças
perambulando pelas ruas?
Elas não estão mais nas ruas como an-tes.
São mais raras. E quando as vejo,
tão abandonadas... Eu brinco com elas,
dou afeto. Falo: “Não me chama de tia!
Cadê sua mãe? Tem ido ao colégio?
Não minta pra mim!”. Isso pra elas é
muito importante. Lamento muito que
três gerações de crianças tenham sido jo-gadas
fora no nosso país. O Brasil não
se incomoda com os seus filhos!
É impressão minha ou você
seria um sucesso emqualquer
profissão que escolhesse?
Se eu trabalhasse em qualquer em-prego,
seria assim, feliz. Poderia ser
caixa trabalhando numa lojinha e es-taria
fazendo um café com leite deli-cioso.
FOTOS MAÍRA COELHO
Aos 71 anos, atriz esbanja vitalidade ao fazer fotosnumcarrossel
Não faço esforço para ser as-sim.
Sou viva e muito forte, muito dis-ciplinada.
Minha exigência passa por
estrelismo, mau humor, mas sou seve-ra.
Não sou estrela, mas sou uma fun-cionária
exemplar da emissora. Não
tenho de agradar colegas, camareiros,
maquiadora que ficou triste. Faço tra-balho
bem feito e preciso de todo mun-do.
Mas a cobrança é da Globo.
E a vontade de ser colunista
do Meia Hora que você anun-ciou
na coluna de David Brazil
no primeiro número do ‘Se Li-ga!’?
É verdade mesmo?
Eu me ofereci, já tive várias propostas.
Eu adoraria conversar com a mulher
brasileira, que tem afinidade comigo,
que vive o que ela está vivendo. Venci na
carreira. Suellen, querida, você vai ser de-mitida.
Eu quero o lugar dela, vou falar
a verdade, do meu jeito. Quero esse pa-pel.
Ai, como isso é a minha cara. Estou
sendo verdadeira. É tudo que eu quero.
Então você topa trocar de lu-garcom
a Suellen agora?
Claro. E vou fazer tudo com sinceri-dade,
sem brincadeira. Onde estão as
perguntas para eu responder?
Confira abaixo o ‘momento
Suellen’ de Susana Vieira, res-pondendo
a perguntas envia-das
pelos nossos leitores ao
longo da última semana. E
corre lá no Face do ‘Meia’
(www.facebook.com/meiaho-ra)
para ler outros conselhos
da atriz e um pouco mais do
nosso bate-papo com ela!
Susana posa com Ezequias Júnior, faxineiro de shopping na Barra
Susana vira Suellen e dá conselhos aos leitores
P: Tenho 58 anos e adoro ir à
praia com minhas amigas. Meu
marido e meus filhos não gos-tam
e reclamam porque uso bi-quíni.
Dizem que eu estou gor-da.
Já tive até discussão por cau-sa
disso. Como não surtar com
eles? (Vania Alencar, moradora
do Engenho Novo)
R: Susana: Vania, querida, vou te dizer:
adoro biquíni e não posso ir à praia de biquíni
aqui no Brasil. Não pelo meu marido e filho. Os
paparazzi não medeixam em paz. Eles tiram fo-tos
com lentes tão grandes que qualquer incor-reção
na perna aparece. Fico incomodada, infe-liz.
Por isso vou para Miami. Lá pode ser velha,
gorda... Mas se você não é famosa, deixa fala-rem,
vai numa loja e pega vários modelos de
calcinha. Escolhe o menor. Quanto menor, me-nos
gorda a gente fica. Quando estamos gor-da,
quanto mais pano, mais parecemos maio-res.
O que engorda é o tecido. Eu já fiz isso em
casa. Coloquei um fio-dental que só tinha dois
lacinhos. O corpo não ficou grande. Não surte
com eles. Filhos são para a vida toda. Marido
nem sempre, né? Se os filhos estão com ciúme,
estão certos, porque te amam. Se estão com
vergonha, eles precisam fazer análise.
P:Meunamoradoestámecan-sando.
A gente nunca faz nada
legal e só fica em casa. Diz que
está sem dinheiro, mas todo jo-go
do Flamengo no Maracanã
ele vai. Se não tem dinheiro pa-ra
sair comigo, como compra o
ingresso? (Tayana Cesar , de 28
anos,morana Vila Valqueire)
R:Susana: Ih, minha amiga, tem muita
gente assim na Globo. Namorado às vezes
cansa. Quando eu tinha 28 anos, achava is-so
também. Mas hoje, acho que tem de dar li-berdade.
Homem é diferente da gente. Tem
de ser flamenguista mesmo, ou até vascaí-no,
mas se ele tá gastando muito, a culpa
não é dele. Os ingressos é que estão absurda-mente
caros. Se ele quiser ver o jogo em ca-sa,
sai com as amigas, vai ver TV no quarto.
E em vez de sair, fica em casa, está perigo-so.
Dá um beijinho, é mais seguro.
P:Meumaridonuncameelo-gia
e volta e meia fica falan-do
das colegas de trabalho
em casa. Não tenho sangue
de barata e estou prestes a
explodir. O que faço? (Maria
Augusta da Silva, de 48 anos,
moradorade Ramos)
R:Susana:Querida Maria Augusta, quan-tos
anos de casados? Leve issoem conta para ver
queo comportamento dele vai mudando. Marido
não nota que o cabelo mudou, não são príncipes
encantados. Alguns nem no namoro notam, mas
se ele falar das tuas colegas, manda ele casar
comumadelas e não encher o seu saco. Ex-ploda,
sim! Pode até fazer umas vontades,
mas se ele continuar errando, não deixa
TV GLOBO/JOÃO MIGUEL JÚNIOR
ComDieckmann, sua ‘filha preferida’, em‘Senhora do Destino’ nemvoltar para pegar as roupas.
MAÍRA COELHO
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