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PoeSiaS em uberlândia

POESIAS
EM

UBERLÂNDIA
Esta foto é da Casa da Cultura de Uberlândia, palacete
construido na década de 20; Verifica-se na fotografia o
contraste do prédio antigo e moderno à esquerda, que é
o mais alto da cidade com 35 andares. A Casa da Cultura
foi restaurada no ano de 2006, pelo Prefeito Municipal
de Uberlândia Odelmo Leão Carneiro, com orientação e
administração de Mônica Debs, Secretária Municipal de
Cultura.

Siomar Rodrigues de Sousa
gráfica roma
2009

1
Siomar Rodrigues de Sousa
Copyright 2009 - Siomar Rodrigues de Sousa
FICHA TÉCNICA
FOTO DA CAPA
Daniel Nunes
Secretaria de Gestão Estratégica e Comunicação
(Prefeitura Municipal de Uberlândia)
REVISÃO ORTOGRÁFICA
Prof. Tasso de Abreu
(Autor do livro Gramática Explicativa da Língua Portuguesa)
PROJETO GRÁFICO
Gráfica Roma
EDITORAÇÃO GRÁFICA
Cristiane Oliveira
Tiragem -1.000 exemplares

SOUSA, Siomar Rodrigues de.
POESIAS EM UBERLÂNDIA / Siomar Rodrigues de Sousa Uberlândia, 2009
346 p.
1. Literatura Brasileira - Poesia. I. Título
ISBN: 978-85-99474-22-8

Contato com o autor:
Rua Cel. Antônio Alves Pereira, 544 - Centro
CEP 38400-104 - Uberlândia - MG - Brasil - América do Sul
Tel. (34) 9126-0318

Todos os direitos em língua portuguesa, no Brasil, reservados de acordo com a lei.
Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou transmitida de qualquer forma ou
por qualquer meio, inclundo fotocópia, gravação ou informação computadorizada, sem
permissão por escrito.
Composto e impresso no Brasil
Printed in Brazil

2
Poesias em Uberlândia

O AUTOR DEDICA ESTE LIVRO A TRÊS GRANDES PERSONAGENS
DA HISTÓRIA DE UBERLÂNDIA:

RONDON PACHECO
DEPUTADO ESTADUAL E FEDERAL, MINISTRO DA CASA CIVIL
(GOVERNO COSTA E SILVA), GOVERNADOR DE MINAS GERAIS
(DÉCADA DE 60), E RESPONSÁVEL PELA VINDA DA FIAT AUTOMÓVEIS, PARA O ESTADO DE MINAS GERAIS.

VIRGÍLIO GALASSI (IN MEMORIAM)
VEREADOR,
DEPUTADO
FEDERAL,
PRESIDENTE
DO
INCRA, RURALISTA E QUATRO VEZES PREFEITO MUNICIPAL DE
UBERLÂNDIA. ENTROU PARA A HISTÓRIA DO MUNICÍPIO,
PELA CONSTRUÇÃO DO CONJUNTO DO PARQUE DO SABIÁ E
PELA PRESERVAÇÃO DE IMENSA ÁREA DE 1.800.000 METROS
QUADRADOS, INCLUINDO O ESTÁDIO JOÃO HAVELANGE, PARA
CERCA DE 65.000 PESSOAS, SENDO UM DOS MAIS BELOS E
MODERNOS DO BRASIL.

ALFA VELLASCO DE ANDRADE (IN MEMORIAM)
Mulher inigualável, exemplo de ternura, meiguice,
cultura, fidelidade e princípios éticos tão difíceis de
encontrá-los no mundo contemporâneo. Alfa foi tia do
autor no mundo terrestre e continua como anjo protetor
do outro lado da existência; ela em vida foi na infância do
poeta, a responsável única pela sua introdução no amor
pela literatura, música e cinema; ela foi a suprema fonte
de inspiração do belo E de tudo aquilo, que perdura após a
morte; ela foi e será a luz, que ilumina todos os caminhos
nesta vida e em outras vidas no universo estelar de Deus;
ela foi sem dúvida uma das dez mulheres mais importantes
na existência do autor. Este livro, é fruto de sua ternura
e amor.

3
Siomar Rodrigues de Sousa

4
Poesias em Uberlândia

O POETA E HISTORIADOR SIOMAR RODRIGUES DE SOUSA,
PRESTA JUSTA HOMENAGEM AOS TRÊS PODERES MUNICIPAIS;
EXECUTIVO, JUDICIÁRIO E LEGISLATIVO NA SEGUINTE
FORMA:
EXECUTIVO
ODELMO LEÃO CARNEIRO – PREFEITO MUNICIPAL DE
UBERLÂNDIA.
JUDICIÁRIO
JOEMILSON DONIZETTI LOPES – DIRETOR DO FORO.
LEGISLATIVO
CÂMARA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA
HÉLIO FERRAZ – PRESIDENTE.

ADICIONALDO CARDOSO

MÁRCIO NOBRE

ADRIANO ZAGO

MISAC LACERDA

CARLITO CORDEIRO

MURILO FERREIRA

CÉLIO MOREIRA

NORBERTO NUNES

DELFINO RODRIGUES

PASTOR LEANDRO

DOCA MASTROIANO

PROFESSOR NEIVALDO

ESTEVÃO BITTAR

RONALDO ALVES

GILMAR PRADO

VILMAR REZENDE

HÉLIO FERRAZ

WILLIAN ALVORADA

JERÔNIMA CARLESSO

WILSON PINHEIRO

LIZA PRADO

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Siomar Rodrigues de Sousa

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Poesias em Uberlândia

O AUTOR POETA E HISTORIADOR SIOMAR RODRIGUES DE
SOUSA, PRESTA JUSTÍSSIMA HOMENAGEM AOS NOTÁVEIS VULTOS
DA HISTÓRIA DE UBERLÂNDIA, QUE ATRAVÉS DE SEUS IDEAIS
CONTRIBUÍRAM, PARA O DESENVOLVIMENTO DA MAJESTOSA
UBERLÂNDIA, QUE INICIOU O TERCEIRO MILÊNIO COM 700.000
HABITANTES, SENDO UMA DAS MAIS BELAS CIDADES DO BRASIL E
DA AMÉRICA LATINA.

VULTOS NOTÁVEIS DA HISTÓRIA (IN MEMORIAM)
ÂNGELO NAGHETTINI 	
OLÍMPIO DE FREITAS COSTA 	
CLARIMUNDO CARNEIRO
	
MESSIAS PEDREIRO
	
ELIAS SIMÃO
	
ADIB CHUERI
	
SEME SIMÃO
	
FERNANDO VILELA
	
TITO TEIXEIRA
	
OSWALDO DE OLIVEIRA
	
NICOMEDES ALVES DOS SANTOS 	
HOMERO SANTOS
	
SIDNEY RODRIGUES DE SOUSA 	
NELSON CUBERTINO
	
EDSON GARCIA NUNES
	
ALEXANDRINO GARCIA
	
PRIMO CROSARA
	
CIPRIANO DEL FÁVERO
	
NELSON VELLASCO DE ANDRADE	
JÚLIO ZANATTA
	

JOÃO NAVES DE ÁVILA
JERÔNIMO ARANTES
JACY DE ASSIS
JOÃO EDSON DE MELLO
SÉRGIO DE OLIVEIRA MARQUEZ
MARIO PORTO
MILTOM PORTO
GRANDE OTELO
MARÇAL COSTA
TUBAL VILELA DA SILVA
AFRÂNIO RODRIGUES DA CUNHA
JOSÉ FONSECA E SILVA
AUGUSTO CÉSAR
GERALDO LADEIRA
JUCA RIBEIRO
WALTERCIDES BORGES DE SÁ
TONINHO REZENDE
JOSÉ GONZAGA DE FREITAS
FAUSTO GONZAGA DE FREITAS
SIMENE VELLASCO DE ANDRADE

PERSONALIDADES ATUANTES NA HISTÓRIA
CONTEMPORÂNEA
DILSON PEREIRA	
TUBAL SIQUEIRA
ALAIR MARTINS
	
LUIZ ALEXANDRE GARCIA
LUIZ ALBERTO GARCIA
	
DORIVALDO ALVES DO NACIMENTO
ALDORANDO DIAS DE SOUSA 	
ALFREDO REZENDE
SÉRGIO RIBEIRO CUNHA
	JOÃO PEDRO GUSTIM
DR. MARCO AURÉLIO MASINI 	 DR. ALEXANDRE MAGNO NAGHETTTNI
MÔNICA DEBS
	
FÁBIO ANTÔNIO POZZI
OSMAR A. M. RODRIGUES	
PAULO FEROLLA DA SILVA	

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Siomar Rodrigues de Sousa

8
Poesias em Uberlândia

PREFÁCIO
	
“Verba volant, scripta manent”, é um antigo provérbio latino que
significa: “as palavras voam, os escritos permanecem”.
Quando concordei em prefaciar a obra de Siomar Rodrigues de Sousa,
fi-lo com satisfação, porque percebi tratar-se de um trabalho maduro,
envolvente, colocando-o na condição de figurar entre a plêiade de poetas,
do passado e do presente, que enriqueceram e enriquecem até hoje a nossa
fértil e bela literatura.
Sóbrio em meus encômios, rígido em minhas decisões, severo em minhas
conclusões, jamais concordaria em apor minha assinatura em uma obra
na qual não vislumbrasse valor, elegância de estilo e conteúdo poético de
primeira categoria. Plagiando Armon de Melo eu diria: “Não sou homem
que apenas aponha sua assinatura em papéis e olhe as cousas por alto”.
Nada disso. Sou cioso de minhas afirmações e decisões. Por isso aquiesci
em prefaciar o livro de Siomar.
E, de mais a mais, consciente da veracidade do provérbio que enceta a
presente confirmação de aplauso e solidariedade a meu dileto amigo e
destacado poeta de nossa literatura, meu nome, também, estava em jogo.
Li e analisei, minuciosamente a obra de Siomar Rodrigues de Sousa e
cheguei à conclusão que era o trabalho de um poeta de alto nível, de
profunda sensibilidade, impregnado de emoções que porejam a cada verso
de cada um de seus inúmeros poemas.
Como o poeta é livre para criar, não se sujeitando a regras, leis ou princípios,
Siomar, utilizando-se dessa prerrogativa, deu asas à sua imaginação e

9
Siomar Rodrigues de Sousa

abordou – com graça, riqueza de detalhes, euforia e amor – temas ufanistas,
históricos, críticos, sociais, saudosistas e passionais, criando uma obra
digna de figurar entre as mais destacadas de nossa literatura.
Admiro Siomar. Sempre preocupado com a cultura e a evolução
intelectual do Brasil, a par de suas inúmeras contribuições no campo do
desenvolvimento cultural, como a fundação da Academia de Letras do
Brasil Central, a fundação da Academia de Letras de Uberlândia e de
muitas e muitas outras entidades nesse campo, deixou extravasar seu
engenho poético, brindando-nos com inúmeras obras, coroadas, agora,
com a publicação desse magnífico compêndio de poemas: “É um novo
poeta que surge para integrar a constelação dos grandes escritores atuais
e de antanho”.
E, utilizando a metonímia, uma das muitas figuras de palavras que
enriquecem nossa gramática, reafirmo com convicção, com conhecimento
de causa e com muita satisfação: “Vale a pena ler SIOMAR”.

Prof. Tasso de Abreu

•	
	

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Prof. Tasso de Abreu, é autor do livro
(GRAMÁTICA EXPLICATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA)
Poesias em Uberlândia

DEPOIMENTO
	
Siomar Rodrigues de Sousa é o poeta com o maior número de
obras literárias publicadas no Brasil Central. Sua produção, é diversificada:
livros, vídeos, long-play’s, cd’s, posters e dvd’s. Criou estilo único na
composição de poemas na América do Sul. Foi líder no Brasil Central na
confecção de poemas em discos, vídeos e dvd’s. Pioneiro na formação de
grupos literários no Triângulo Mineiro e região.
	
A partir de 1960, com apenas vinte e cinco anos, formou vários
partidos políticos em Uberlândia-MG, e com coragem de guerreiro,
enfrentou a ditadura militar do General Humberto Castelo Branco. (Foi
líder da oposição no Triângulo Mineiro - PMDB).
	
Foi candidato a Deputado Estadual mais novo do Brasil em 1966, e
lançou o candidato a Prefeito de Uberlândia Lourival Rodrigues de Sousa,
com apenas 21 anos de idade, sendo o mais jovem na história política do
Triângulo Mineiro.
	
Em 1998 foi candidato a Prefeito Municipal de UberlândiaMG. O poeta teve múltiplas atividades; Escritor, empresário, historiador,
funcionário público no Governo Federal, Estadual e Municipal; Político,
cineasta na produção de vídeos e dvd’s com poemas, som e imagem.
	
Sua poesia é romântica, repleta de ternura, amor e respeito ao ser
humano. Nela combate os crápulas, os corruptos, que levaram a falência à
sociedade brasileira.
	
O escritor pertence a uma família de desbravadores. Seu pai, Sidney
Rodrigues de Sousa, na década de 50, ajudou a construir caminhos, vilas,
cidades, transportando mercadorias para Goiás e Mato Grosso. Em 1958 o
poeta viajou para Mato Grosso, testemunhou o fato histórico; E verificou
que os simples e antigos lugarejos, se transformaram em grandes cidades
na região.
	
Seu primo pelo lado paterno, LAURENTINO MARTINS
RODRIGUES, em 1943, deu início ao povoado, que em 1953, seria

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Siomar Rodrigues de Sousa

emancipado, transformando-se na cidade goiana de GOIANÉSIA, sendo
o fundador do Município.
	
O poeta pelo lado materno, descende da família Vellasco, que
contribuiu na transformação de Goiás, antiga capital do Estado.
	
Siomar Rodrigues de Sousa, jamais foi conservador. Sempre
buscou mudanças a procura de novos valores, para o desenvolvimento do
Brasil. Foi como Bartolomeu Bueno da Silva, (o Anhanguera), e Fernão
Dias Paes Lemes, um Bandeirante, a procura de novos rumos na construção
de um mundo novo.
	
Combatido, amado, perseguido, sempre seguiu avante na
conquista de tudo aquilo, que acreditava. Foi derrotado várias vezes na luta
desproporcional, mas se erguia e seguia seu objetivo, que seria a conquista
do ideal na complementação de seus sonhos. Entre vitórias e derrotas,
conseguiu na somatória de tudo, um saldo positivo no desempenho cultural
da nação, contribuindo de forma expressiva, para a formação cultural e
cívica do povo Brasileiro.
	
Siomar Rodrigues de Sousa nunca foi omisso nas questões
sociais do Brasil. É um ser humano que jamais passou despercebido. Foi
amado ou odiado, nunca esquecido. É um poeta, que certamente ficará na
história literária do Brasil, pela sua poesia, pela sua liderança na construção
de novos rumos, para a literatura na região Central do Brasil.
	
Siomar Rodrigues de Sousa, nunca se esquivou nas questões
sociais do Brasil, e considera a omissão um crime contra a sociedade,
favorecendo sua decomposição. Sempre foi combativo, intransigente
na defesa dos menos favorecidos e espoliados. Seu estilo relembra as
sábios palavras de Theodoro Roosevelt, filósofo e Ex-Presidente dos
Estados Unidos da América do Norte: “È muito melhor arriscar coisas
grandiosas, alcançar triunfos e glorias, mesmo expondo-se à derrota,
do que formar fila com os pobres de espírito, que nem gozam muito,
nem sofrem muito, porque vivem nessa penumbra cinzenta, que não
conhece vitória e nem derrota”.

12
Poesias em Uberlândia

	
O poeta fundou várias entidades culturais e a Academia de Letras,
Artes e Música da América do Sul no ano de 2000 (Alamas), ainda sem
atividade. Visa a fermentação cultural e política da América do Sul. Seu
estatuto previa a formação da Confederação de Nações da América do Sul,
com moeda única, Parlamento, semelhante à União de Estados da Europa,
já com 25 países; Finalmente no ano de 2008 foi criada a UNASUL
sonhada pelo autor.
	
O poeta Siomar Rodrigues de Sousa tem um sonho, que seria a
criação do Governo Mundial (A união dos Estados Confederados). Povos
unidos, sem guerras, exércitos, onde todos recursos seriam aplicados para
a paz e felicidade do ser humano na terra.
	
Sua devoção por Brasília é notável, sendo que a maioria de seus
títulos literários, leva o nome da nova Capital do Brasil e de seu fundador
Juscelino Kubitschek de Oliveira, que em vida, nutria pelo poeta uma
enorme admiração, tendo inclusive afirmado: Siomar, em sua poesia
encontrei versos de profunda beleza.
	
Siomar Rodrigues de Sousa, é um poeta de mão cheia como
disse o escritor Gustavo Dourado, Presidente do Sindicato dos Escritores
do Distrito Federal.
	
Ronaldo Cagiano afirmou: Siomar Rodrigues de Sousa é um autor
vocacionado, para o oficio, integrando aquela parcela de altruístas, que
defendem a poesia com todas as suas armas, como um Quixote a mover o
mundo, para defender a poesia.
	
Tasso de Abreu, autor do livro “Gramática Explicativa da Língua
Portuguesa” assim se expressou: A obra de Siomar vislumbra valor,
elegância de estilo e conteúdo poético de primeira categoria.
	
Bernardo Elis Fleury Curado, da Academia Brasileira de Letras
assim se referiu: Siomar, velho amigo de Goiânia e Brasília, poeta e
homem realizador, a estima e minha eterna admiração.
	
O poeta e historiador Siomar Rodrigues de Sousa, foi o autor da
minuta e da ação no projeto de lei que deu origem ao primeiro tombamento

13
Siomar Rodrigues de Sousa

histórico de Uberlândia (Prédio da antiga Câmara Municipal e
da Prefeitura Municipal). Projeto de lei apresentado pelo vereador
Ângelo Cunha Neto e sancionado pelo Prefeito e líder Virgílio Galassi,
que inicialmente destinou o imóvel, PARA O MUSEU HISTÓRICO,
CULTURAL E POLÍTICO DE UBERLÂNDIA) fundado pelo cientista
social Siomar Rodrigues de Sousa em 1978, e oito anos após por motivos
não éticos e de ciumeira, tal doação foi cancelada, através de mudança
da lei e o imóvel foi destinado, para o município e recebeu o nome de
MUSEU HISTÓRICO MUNICIPAL.
	
Siomar é incomum, guerreiro, honesto, valente, transparente e
sobretudo gente de bem. Ele é o poeta da nova geração de Brasileiros. A
história irá conferir, é só esperar. Sua poesia é como vinho; Quanto mais
velha melhor.

TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA
Historiador – Poeta

14
Poesias em Uberlândia

PENSAMENTOS
“É melhor arriscar coisas grandiosas, alcançar triunfos e glórias, mesmo
expondo-se à derrota, do que formar fila com os pobres de espírito que não
gozam muito, nem sofrem muito, porque vivem nessa penumbra cinzenta,
que não conhece vitória nem derrota”
Theodore F. D. Roosevelt
(Ex-Presidente dos Estados Unidos da América do Norte)

O poeta ou o artista, que pratica a cultura no interior do Brasil, sem objetivo
econômico, e é movido pelo supremo ideal na transformação do homem e
do mundo, pode e deve ser considerado um arcanjo, principalmente pelo
fato de que nosso planeta terra, está perdido entre o bem e o mal.
Siomar Rodrigues de Sousa
(Fundador da Academia de Letras do Brasil Central)
UBERLÂNDIA - MG

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE PARA OS LEITORES
Os poemas deste livro estão em ordem alfabética como está demonstrado
no índice; Eles foram feitos nos últimos cinquenta e cinco anos, iniciados
na década de 50 e nem sempre os primeiros são os melhores, devido à
ordem alfabética.
O autor

15
45 Obras Literárias
01 – 10 Poetas no Brasil Central
02 – Poemas (compacto)
03 – Poemas (compacto)
04 – Poemas (acetato)
05 – Poemas (acetato)
06 – Poemas para amar em Brasília
07 – Antologia dos poetas de Brasília
08 – Romance em Brasília
09 – Siomar e Brasília
10 – Primavera em Brasília
11 – Poemas em poster azul
12 – Poemas em poster verde
13 – Poemas em poster vermelho
14 – Poemas em poster preto
15 – Poesias de Uberlândia – partic.
16 – Poetas do Brasil (Coletânea M. Editora))
17 – Poemas para o coração
18 – Poemas para amar
19 – Poemas para sonhar
20 – Poemas em êxtase
21 – Poetas de Uberlândia
22 – Siomar Rodrigues de Sousa
23 – Poetas do Brasil
24 – 3 poetas em família
25 – Poemas para os namorados
26 – Poetas de Brasília
27 – Siomar e Caldas Novas
28 – CTC e Caldas Novas
29 – Poetas de Uberlândia
30 – Poemas reunidos (na internet)
31 – Poemas selecionados
32 – Siomar e Brasília
33 – Poemas para o coração
34 – Poemas para amar
35 – Poemas para sonhar
36 – Poemas em êxtase
37 – Poetas de Uberlândia
38 – Siomar Rodrigues de Sousa
39 – Poetas do Brasil
40 – 3 Poetas em família
41 – Poemas para os namorados
42 – Poemas para amar a mulher brasileira
43 – Poemas reunidos (60 anos de poesia)
44 – Minha luta (História Política e Cultural)
45 – Poesias em Uberlândia

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livro
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disco
disco
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quadro
quadro
quadro
quadro
livro
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CD-Rom
livro
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DVD
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1965
1967
1967
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1972
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1972
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1978
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1978
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1986
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2001
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2001
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2002
inédito
2002
2004
2004
2004
2004
2004
2004
2004
2004
2004
2008
inédito
inédito
2009
Poesias em Uberlândia

A COMÉDIA DA VIDA
Viver
é se embriagar com o canto fúnebre
da araponga em tarde fria.
Viver
é sentir no espírito a sinfonia
do universo, desintegrada em ondas de música...
Viver
é beber nos lábios vermelhos de uma donzela,
o néctar do amor.
Viver
é chorar em pranto junto à mãe,
ao contemplar o filho morto.
Viver
é sofrer junto à noiva ao vê-la se despedir
do grande amor, na partida para a guerra.
Viver
é ajudar toda a humanidade a carregar
sua cruz rumo ao futuro promissor.
Viver
é chorar a morte de Jesus e acima de tudo
compreendê-lo nos seus mistérios.

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Siomar Rodrigues de Sousa

Viver
é compadecer-se de uma noiva deixada de véu
e grinalda ao pé do altar.
Viver
é ter a magistral ventura de ser pai
e acima de tudo a suprema graça dada por Deus
à mulher de reproduzir o homem à semelhança
do pai que está no céu.
Viver
é ser perseguido injustamente por alguém
e com um sorriso nos lábios saber compreendê-lo
na sua ignorância e mesmo assim perdoá-lo.
Viver
é ter a humildade de reconhecer que todos os seres
terão o mesmo fim nos planos da eternidade.
Viver
é admirar os movimentos dos animais
e amá-los como seres destinados a consciência
maior.
Viver
é ver a doçura de um velho a contemplar seu neto,
continuação de sua vida.
Viver
é compreender que, após a cova de um cemitério
há um mundo maior a nos esperar.

18
Poesias em Uberlândia

Viver
é amar Jesus com pureza d’alma.
Viver
é estudar, buscando na cultura a luz do espírito.
Viver
é sentir o espírito bêbado de amor
com a poesia esparsa das estrelas.
Viver
é saber amar os pais, mesmos que por eles
não sejamos compreendidos.
Viver
é sofrer, é perdoar, é ser triste, é ser feliz,
é ser infeliz, é sentir no íntimo da consciência
algo de belo, que vive dentro de nós.
Viver
é ser solidário, mesmo quando o defensor do direito
seja o prejudicado.
Viver
é ter o segredo de ser feliz como criança
e ter a coragem de morrer como homem
de bem.
Viver
é olhar, para estrelas em noite azul
e saber o quanto somos pequenos diante de Deus.

19
Siomar Rodrigues de Sousa

Viver
é ter o coração cheio de amor
e comungá-lo com a fêmea na hóstia da fraternidade.

20
Poesias em Uberlândia

A CONQUISTA DA LUA
De repente,
tudo se tornou secundário no turbulento
mundo da notícia... Vietnam... Oriente Médio...
Europa... Ásia.
De repente,
como sonho profético a rotina da inversão
dos valores cai como castelo de cartas no jogo
da sobrevivência da vida, e o macho faz a reversão
dos valores; Qual luta medieval, o espírito vence a matéria,
a consciência vence a inconsciência, a razão vence
a injustiça, a lógica vence a adversidade.
O
homem luta.
O
ser venceu... o espírito venceu...
a justiça venceu... a humanidade venceu...
a história venceu, o presente venceu o passado,
libertando-o
da prisão da terra, para a consciência maior na
conquista do espaço-tempo.
A
comunidade vibra com turbilhões de manchetes jornalísticas
na sensacional notícia... o homem se libertou
e desce noutra esfera pela vez primeira, desde o primata
da caverna até Cristian Barnard... ele venceu obstáculos.

21
Siomar Rodrigues de Sousa

E,
após milênios de luta, se desprendeu da prisão terrestre,
se elevou qual pássaro no espaço, transpondo a barreira
da gravitação, a inteligência venceu, se projetando para o desconhecido
das brancas estrelas do universo...
luta, sangue na história, o homem luta, o homem mata,
o homem vence, o homem cura, o homem sobrevive.
É
Cristóvão Colombo,
descobrindo a América como argonauta herói,
se projetando na história, qual meteoro perdido no vazio
espaço tempo, libertando consciências, para o ideal maior,
para sua integração com Deus universal,
ajudando-o como diplomata Embaixador, dirigindo outros continentes,
filiais minguantes de um modo maior... o universo.
Neil Amstrong,
novo Cristóvão Colombo do século XX,
novo Fernão de Magalhães navegando noutros mares
desconhecidos, liberando novos horizontes, conquistando novas terras
no espaço sideral, onde o varão plantará uma nova ordem
universal...
é a libertação, é a batalha pela sobrevivência,
é o futuro, que convoca para a luta, para o desenvolvimento,
é Sócrates gritando do túmulo, avante... avante... avante...
humanidade aflita... é Hipocrates avante... avante... avante...
na escalada da luta e do trabalho edificante;
É a libertação. É a sociedade, procurando Deus nos braços
da eternidade, é Deus, procurando o homem no infinito.
É Buda, é Jesus, é Allan Kardek, é Maomé, é Diderot, é Lavoisier,

22
Poesias em Uberlândia

é Roberto Fleming, é Galileu Galilei, é Luiz Pasteur,
é Giordano Bruno, é Albert Einstein, é Santos Dumont,
pulando no túmulo, avante... avante... avante, humanidade conturbada.
É a vida, que brada do túmulo, são vozes do além, são mortos,
que voltam, ressuscitam na conquista, são espíritos redivivos
na História, é a libertação, é a libertação, são defuntos
a gritarem no sepulcro... avante... avante... vai homem, integrar
no fundo do espaço tua consciência com Deus, que te espera
na libertação da terra para, juntos, viajarem para o eterno
do cosmo em lua de mel de esperança.

23
Siomar Rodrigues de Sousa

A CONQUISTA DO AMOR
Querida,
quis um dia, no entardecer da existência em festa consumida,
amar-te no amor primeiro... quis ofertar-te o melhor
de meu coração e, em bandeja de prata inox, ofertar-te
um buquê de rosas vermelhas, temperadas com o DNA
de minhas moléculas milenares, com lágrimas salgadas
de meus olhos cansados nos trilheiros deste mundo louco.
Quero
no caminhar de meus sonhos, de meus ideais,
no iniciar de um novo milênio, dizer-te, que a discórdia,
a impessoalidade, a competição,
que destroem devem ser demolidas e não a solidariedade
das almas sacrossantas, porque o ódio, a obsessão,
que ferem, matam e não a ternura dos ideais puros,
usada na construção de um mundo novo,
onde o homem não seja o bicho destruidor do próprio homem.
Querida,
por que pugnar pelo nada, que não constrói,
por que minha destruição, se meu único desejo é amar-te
no amor primeiro e dar-te minha experiência, meus sonhos
curtidos no êxtase em noite enluarada... quis dar-te minh´alma
embriagada pela quietude da noite, pela sinfonia magistral
das estrelas, onde antevejo Deus no DNA e na magnitude
do Universo composto de tudo aquilo
que existe no microcosmo de meu corpo formado de átomos,
elétrons, e da poeira cósmica, que existe na vastidão estelar

24
Poesias em Uberlândia

do infinito, no silêncio do cosmo, na força gravitacional,
que rege a organização fantástica do desconhecido.
Querida,
queres minha submissão, eu recuso a escravidão
do pensamento, deploro trevas da Idade Média,
porque penso que cidadania passa, em primeira instância,
pela dignidade do ser, pelos princípios do coletivo Direito;
Por isso luto e, na luta justa, sou guerreiro, sou gigante;
Meu combustível, meu moto contínuo de energia
é a lembrança de meu irmão mendigo, maltrapilho,
faminto, que come na lata do lixo e que dorme sob viadutos
na noite fria; Por tudo isso luto e minha voz é a voz
e o grito daqueles que não têm o direito sequer
de protestar pela exclusão social.
Minha
voz simboliza a luta de milhares de guerreiros,
que sucumbiram na história da humanidade, em prol
de um orbe solidário, onde o homem não seja o bicho
do próprio homem.
Querida,
por que tu queres minha destruição, por que o ódio,
se venho ajoelhado à teus pés, entregar-te um buquê de rosas
vermelhas, e dar-te a bandeira branca da paz,
do amor, da poesia, oriunda das brancas estrelas do infinito,
que, qual criança travessa vaga
pela relatividade do espaço tempo de Albert Einstein.

25
Siomar Rodrigues de Sousa

Quero
pedir-te perdão por tudo e por nada!...
Pedir-te perdão pelo meu amor não correspondido,
pelo meu ideal solidário na construção de uma Brasília cultural,
fecundada pela determinação incontida de um JK...
e quero perdoar-te, também, pelos seus erros infantis,
porque tu foste contaminada, pelos vírus da discórdia
condicionada, embutida na roda da história,
onde o homem destruiu o próprio homem
na luta satânica, maquiavélica do viver diário,
igualando-se ao animal irracional, só para sobreviver
e sobreviver para quê, se tudo termina na laje fria,
na solidão dos campanários, na decomposição dos corpos,
na morte das vaidades, das ilusões, nas profundezas da terra.
Querida,
tu queres minha morte simbólica, minha cabeça, minha punição
pelo pecado não cometido e por isso lutarei qual guerreiro
da história, em legítima defesa da honra, da dignidade
de terceiros, de velhos, mendigos, crianças sem teto,
cujo último almoço foi ontem na lata de lixo,
e, depois de tudo terminado, seguirei pelas vielas do mundo,
pelos trilheiros coloridos ou não, pelas encruzilhadas dos caminhos
pelos desertos secos no coração da humanidade.
Cansado,
duas lágrimas de ternura sulcam minha face envelhecida
pelos anos, pelas lutas, meus olhos contemplam verdes campinas
em festa, onde o bem-te-vi reflete Deus, os pássaros gorjeiam
a sinfonia da natureza e os namorados se beijam
à sombra fresca dos laranjais e aí eu pergunto,
para que e por que entre tapas e beijos no amor sepultado.

26
Poesias em Uberlândia

A DONZELA
Mércia, são vinte e quatro horas da noite festiva, sombria
E aí te procuro na minh’alma, repleta de alegria;
R-ecordo tua face rósea, floreada com néctar e meiguice
C-om a qual sonho desde os primeiros tempos da meninice
I-nda mesmo até os cálidos dias da atualidade.
A-mém, amém, glória, virgem santíssima, pela felicidade.
A-lma meiga, santa, gentil, evoluída e bondosa,
R-ecordo-me de teu belo sorriso, de tua imagem formosa,
A-té mesmo neste momento em que baila no céu a hora tardia,
U-m hino de louvor, hosanas de alegria,
J-ustos cânticos repletos de mil penhores,
O-nde os dedico à angélica princesa dos meus sonhos.
A-gora sim quero, extasiado, dizer-te ao ouvido baixinho,
M-archemos unidos, lutemos no recíproco carinho
A-nte Deus e a vida, comungando noss’alma em harmonia...
R-ecordando-te sempre, querida, daquele que te fez
A-lguns poemas de supremo êxtase;
L-indos versos de amor na noite fria.

27
Siomar Rodrigues de Sousa

A DOR E A POESIA
Coisa estranha a vida!...
quando estou feliz, vibrando com tudo, sou vazio,
sem poesia, para cantar belezas do mundo em que vivo,
na lógica de todas coisas do meio ambiente.
Por que,
ó Deus, que o verão não traz música, somente
dor, esmagando o peito em sons multiformes?...
Por que não música para meu coração, antena do espírito
sensível à luz da natureza... por que só a amargura possui melodia
na minha sinfonia matinal?...
Ó
Jesus, creio que o martírio é filtro purificador
na ascensão, para o céu, para tudo aquilo que é superior.
Ó tristeza do planeta adverso, se tu és sonho,
se tu és beleza no canto do universo, vem reviver em mim,
no corpo e n’alma, para juntos cantarmos na forma do poema
as contradições do existir.

28
Poesias em Uberlândia

A FORMIGA E O HOMEM
Bendita
sejas tu, formiga, que no teatro homérico
do universo planetário representas a orgânica
interpretação da vida de tua espécie na evolução biológica.
Pequeno
organismo celular na mecânica do viver,
na luta gigante pela sobrevivência física
de teu corpo, tu lutas, tu edificas o futuro de tua organização.
Bendita
sejas tu, minha irmã formiga, na luta no picadeiro
da existência.
Amo
tua humildade, amo teus movimentos,
amo teu trabalho edificante, amo tua sociedade
comunitária, amo tua fraternidade.
Tu,
minha bem amada formiga, irmã dos átomos
de meu corpo.
Amo-te;
Tu és superior ao homem em sentidos diversos,
tu és superior no equilíbrio social, tu és fraterna
com teus irmãos de espécie, tu não constróis armas
para destruir teus irmãos; Tu não constróis bombas
atômicas, para destruir teu próximo; Teu sistema social
é comunitário e tu trabalhas para o bem comum.

29
Siomar Rodrigues de Sousa

A HERANÇA DO HOMEM
Ó
louca humanidade que sobreviveu a séculos
e séculos continuando com o espírito na fossa,
no lamaçal da ignorância, da imperfeição.
Tu,
ó pobre, ó louca humanidade, tu na noite
dos milênios despertaste no instinto do primata
a chama da consciência no principiar de novas
eras do passado.
Tu
que venceste a articulação da palavra, instituindo
a comunicação entre tua sociedade de primatas
e estabelecendo a lógica social das leis comunitárias
do homem.
Tu,
ó pobre humanidade, que no despertar da humana
consciência, luz de todos os caminhos do futuro, força
criadora da mecânica da história; Tu, ó louca sociedade,
tu que criaste a roda, para servir a comunidade
e descobriste a pólvora, para destruir a mesma
sociedade do macho em perpétua evolução.
Ó
louca humanidade, tu que fizeste a imprensa,
para divulgar tua obra e tu que inventaste a inquisição,
para queimar grandes sábios, estrutura de tudo,
que é forte na base da tua civilização.

30
Poesias em Uberlândia

A LUTA DO HOMEM
Senhor,
como é belo o trabalho do varão, na luta
da
sobrevivência do existir!...
Como
são contraditórias humanas leis de causa e efeito,
regendo
a orquestra da vida!...
Senhor,
como é filosófico sofrer na caminhada da existência,
com
um sorriso nos lábios na compreensão superior,
sabendo
que Deus na alta expressão de sabedoria, colocou
o
homem na lei da natureza, para, na suprema luta do viver,
se
encontrar evoluindo!...

31
Siomar Rodrigues de Sousa

A NATUREZA DE DEUS
Eu
sou a humanidade que habita choupanas de barro
e pau-a-pique.
Eu
sou a caridade vestida de branco, que ronda hospitais,
confortando, curando sofredores, aflitos.
Eu
sou o amor que desce sobre penitenciárias,
levando fraternidade para todos aqueles
que vivem na contravenção penal.
Eu
sou o perdão que paira sobre campos de batalhas,
levando amor para soldados impenitentes.
Eu
sou a brandura de coração, para os que retornam
do pecado.
Eu
sou o alimento que habita o estômago do pobre na fome
secular.
Eu
sou o sol que surge na manhã sonora,
levando calor para homens, na construção do porvir.

32
Poesias em Uberlândia

Eu
sou a lua que, ao anoitecer, traz ternura aos namorados
e poetas, na melodia do belo e perfeito.
Eu
sou a bondade que assiste pequenos infantes,
nascendo no mundo-escola, jardim da infância,
para espíritos em contínua evolução.

Eu
sou as estrelas, que brilham no espaço azul de milhões
de corpos desconhecidos.
Eu
sou ternura, amor, caridade, fraternidade,
renúncia, perdão, meu nome é Deus.

33
Siomar Rodrigues de Sousa

A NOIVA E O POETA
A igreja
quieta, úmida e fria,ornamentada de “rosas vermelhas”,
ao fundo, aos pés do altar de CRISTO o poeta chora
a soluçar.
Cabisbaixo
e ajoelhado, reza e no rosto duas lágrimas
de sangue a brilhar.
Lábios trêmulos,
exclama: Senhor, ó Jesus, ó cordeiro da Galiléia, venho
entregar-te os versos meus, porque a doce amada,
música de minha alma, partirá para sempre
com outro homem, um desconhecido nos sacrossantos
laços da união matrimonial.
Adeus,
Senhor, aqui estão meus poemas,
carbonos de meu ser hiper-sensível, lírios, flores,
perfumes de meu espírito, porque, partirei para a eternidade
do tempo pelo caminho curto do portal do suicídio.
Louco,
desvairado, o poeta caminha, para o altar da Virgem Maria
e de joelhos cai aos seus pés.
Nisso
os sinos tocam, ouve-se a marcha nupcial.

34
Poesias em Uberlândia

De repente...
Ei-la, que surge de véu e grinalda, toda vestida de branco,
altiva e bela.
Garbosa
e sorridente, de passos compassados,
ao som da marcha nupcial, sob os olhares dos convivas,
a noiva entra na igreja ao lado de outro, seu noivo.
No fundo,
ajoelhado, o poeta chora lágrimas de tortura vertidas
pelas armadilhas da vida e no seu canto perene de morte,
se dirige à Virgem Maria, mãe de Jesus.
Ó Virgem, não permitas, que ela parta com outro
e que se vá para tão longe dos lábios meus,
que, outrora, foram a ilusão de meus beijos.
Perdoa-me
ó santa, errei ao abandoná-la ao léu do desprezo
e da amargura e hoje, arrependido,
venho suplicar a ajuda tua
e prometo ser o melhor dos homens
e encher os dias de meu anjo de crianças, lírios, flores,
perfumes, de amor, de carinho, de felicidade
e juro criar os filhos nossos, para a tua divina glória imortal.
Nisso
o padre já velho e grisalho pergunta ao noivo
RICARDO CASTELO BRANCO,
aceitas como legítima esposa tua
a senhorita CRISTINA PINHEIRO?...

35
Siomar Rodrigues de Sousa

o noivo, serenamente, disse: S I M !...
e o padre pergunta afinal: CRISTINA PINHEIRO?...
aceitas como legítimo esposo teu,
RICARDO CASTELO BRANCO?...
Ouve-se
um breve silêncio na igreja!
CRISTINA VACILA, CRISTINA HESITA,
trêmula e branca a desmaiar, volta os verdes olhos seus,
para o altar da Virgem-Maria e contempla o poeta de joelhos
a chorar tranqüilamente aos pés da mãe do Nazareno.
A noiva,
de véu e grinalda, comovida com duas pérolas verdes,
cheias de lágrimas, abandona o noivo ao pé do altar
e corre pela igreja, cheia de flores
ao encontro do verdadeiro amor, príncipe de suas ilusões
e rei supremo da catedral de seu coração de moça.
O
padre e os convivas em pânico, aturdidos com o inesperado
abandonam o recinto.
A igreja,
quieta, úmida e fria, ornamentada de “rosas vermelhas”...
ao fundo, ajoelhados aos pés da Virgem choram
e beijam comovidos, A NOIVA E O POETA.

36
Poesias em Uberlândia

A ROSA E O POETA
Cristina,
rosa vermelha no trilheiro de meu destino.
Venho
nos trágicos segundos, na vida conturbada de moço idealista,
ofertar-te um poema de sangue, que brotou no oceano
de meus sentimentos e na floresta do incompreendido coração,
que palpita em meu peito.
Leva-o, minha santa, pela vida afora,
como símbolo do sentimento encontrado no curso
da existência.
Cristina, meu amor, estes versos são um buquê
de rosas vermelhas colhidas entre os espinhos da alma,
onde outrora habitou a flor da paixão,
martirizada pela dor da ingratidão.
Cristina,
rosa vermelha no trilheiro de meu destino.
Fui
buscar este poema nas cavernas do ser,
onde outrora existiu a chama do ideal
e, no presente, a moradia da renúncia.
Sofro,
mas sou feliz, porque na minha consciência

37
Siomar Rodrigues de Sousa

existe uma compreensão ilimitada das cousas,
do mundo e porque, também, a dor,
o sofrimento são causas e efeitos,
que funcionam em torno da evolução do espírito,
caminho de Deus.
Cristina,
rosa vermelha no trilheiro de meu destino.
Estes versos são flores, orquídeas, lírios,
para os verdes olhos teus, em troca das lágrimas de dor,
que estas pérolas verteram pelo sofrimento de teu humilde
poeta.
Adeus, rosa vermelha de meu destino.
Partirei para sempre de tua imagem, irei correr continentes,
ver outros povos, amar outras paisagens e terras diferentes,
mas saibas, que no futuro tua figura será a rosa vermelha,
que habitará entre os espinhos de meu coração solitário.

38
Poesias em Uberlândia

ACRÓSTICO À TEUS OLHOS
Â-ngela, antes, porém, gostaria d’ofertar
N-os pequenos versos feitos por Siomar,
G-entis, que sempre levarão os amores
E-que te farão desabrochar, como flores
L-indos sorrisos recheados de saudades
A-os dias de infinitas felicidades.
M-aria! Oh Maria! Cessai todo o universo
A-ntes, para que eu deseje no meu verso
R-ios de felicidades à cândida alma
I-nda mesmo, que todo o mundo me aplauda
A-s versificações, que dos céus me veio.
P-ereira é o sobrenome d’estudante
E-que nos versos do poeta cantante
R-imarei tuas qualidades no verso
E-as proclamarei aos ventos e ao universo
I-nda que tenha no meu nome e sobrenome
R-ios de letras, que compõem o teu nome
A-gora desejo-te eternas felicidades.

39
Siomar Rodrigues de Sousa

ADEUS À INFÂNCIA
Estou triste,
porque não mais existe
aquele amor, cheio de ardor,
que tive por você.
Estou deprimido,
porque findou o sonho de minha
meninice, repleta de meiguice,
de contos,
ternuras,
travessuras,
que apreciava
e tanto amava.
Adeus infância minha,
tinha
por sua imagem
um afeto,
que levarei pela vida
sempre
em minha mente,
sua recordação querida.

40
Poesias em Uberlândia

ALBC E JK
Uberlândia...
Capital da cultura, sede da Academia de Letras
do
Brasil Central, escola de civismo, de amor,
ao
Brasil.
Uberlândia,
Capital regional, sede da Academia
de
Letras do Brasil Central, segunda do Brasil
em
área geográfica, líder no Triângulo Mineiro,
Distrito
Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul;
Patrono
o imortal criador de Brasília...
Juscelino Kubitschek de Oliveira.

41
Siomar Rodrigues de Sousa

AMOR E BEIJOS
Meu
lindo amor, como é bom, sublime e melodioso pensar
em
tua figura em ondas de amor, dispersas no espaço,
sintonizando
meu espírito, que só pensa em tua imagem, vivendo,
dia
e noite, em recordação melódica de ternura e carinho.
Amo
tua voz, teus olhos, tua boca vermelha em flor,
onde
meu ser, disfarçado em andorinha, retorna a teus doces
lábios,
para roubar beijos quentes.

42
Poesias em Uberlândia

AMOR E RENÚNCIA
Cristina,
se tu soubesses o carinho supremo que tenho
por teus olhos do tamanho do universo estrelado,
tu irias melhor compreender a força potente que reina
na catedral de meu ser, que tu não compreendes
e nada fazes para compreender; Se tu, amor,
pudesses n’um relance mágico no tempo e espaço
assimilar a grandeza de meus sentimentos
e a profundidade de meu ser, que só Deus sabe entender
na luz da lógica e da razão, então tu irias certamente notar
que, no jardim de meu coração errante, teria um lugar,
para que tu pudesses repousar tua cabeça linda, onde um dia,
quem sabe, a luz da humanidade possa habitar; Se tu soubesses,
que na catedral florida de meu ser, um desejo supremo
de amar-te, de encaminhar-te rumo à florida mansão do futuro,
onde habita a ventura e felicidade dos gênios e eleitos.
Cristina,
sei que teu espírito não pode ainda compreender
a essência luminosa de tudo aquilo que existe dentro de mim
mesmo, porque se um dia, ao cair de uma tarde morena,
o gênio do universo viesse de mansinho a teus ouvidos
num sussurro te dizer, Cristina, ele será o universo de teu mundo,
a luz, o farol guia de teus passos na terra, creio então,
que tu poderias saber tudo aquilo que no meu peito encerra,
na santa devoção da renúncia, do perdão.

43
Siomar Rodrigues de Sousa

Cristina,
no supremo momento do clarão da felicidade, tu só tu
com duas lágrimas, apenas duas lágrimas em tua face linda,
poderias dizer, querido eu te amo tanto, eu te adoro tanto
e tu, para todo o sempre, serás o farol, a luz brilhante
no caminho florido de minha existência, querida.

44
Poesias em Uberlândia

AMOR, SOMENTE O AMOR
Amor,
só tu, amor, tens o direito supremo de penetrar
no jardim florido de meu peito, em loucos delírios,
e viver, para sempre, no reino encantado da poesia.
Só
tu, amor, que desces em longas espirais das brancas estrelas
do infinito em ondas de energia, luz e paz,
és capaz de estraçalhar fibras e moléculas de meu coração,
em preces de devoção e renúncia, em cântico dos cânticos
na sinfônica natureza em noite enluarada.
Só
tu, amor, jorrando dos olhos verdes da mulher amada,
tens o poder real e sacrossanto de levar lágrimas virgens
a meus olhos tristes, fiel escravo da mãe natureza,
no seu mais puro êxtase.
Só
tu, amor, só tu e ninguém mais, na comédia do mundo,
és capaz de transformar meu espírito de mendigo a Rei
e de Rei a mendigo, de transformar em meu peito
o triste no belo e o belo no triste, na lógica reação
da mais sublime e terna emoção, o amor.
Só
tu, amor, só tu conseguiste a unificação do homem na terra azul,
só tu foste capaz de mover a roda da história
de encontro ao futuro, só tu foste o fecundador
do espírito de Deus, antena de luz e paz, ternura d’alma.

45
Siomar Rodrigues de Sousa

Só
tu, amor, foste o dínamo propulsor do gênio de meu viver;
Se vivo é só na louca esperança de um dia poder encontrar-te,
em êxtase, na fascinação que produz os lábios vermelhos
da loura virgem de olhos azul-atlântico.
Só
tu, amor, unificaste o universo e na tua forçagravitacional
giram todas as brancas estrelas do infinito.
Tu
foste para mim, amor, a beleza, o ideal perfeito,
o anjo bom de brancas asas que, descendo do céu azul
foste capaz de arrebentar fibras de meu peito solitário
em loucos suspiros de renúncia e perdão.
Só
tu, amor, só tu nascerás pela manhã numa canção
de luz e paz, sob o gorjeio sinfônico da passarada em festa
e renascerás triunfante na solidão da madrugada.
Só
tu, amor, só tu e ninguém mais foste tanto para mim,
quando procurando te encontrei no gorjear do sabiá,
em tardes douradas, embriagando-me na tua doce sinfonia;
foste o tudo e o nada, quando buscando-te não te encontrei
na solidão das noites frias e sem luar.
Eu
te amo, amor, tu que és ondas de energia e luz,
porque eu e tu somos gêmeos, somos unidade em espírito
e carne, na luz infinita e imortal do universo,

46
Poesias em Uberlândia

que borda em mil sonhos a força potente e dinâmica
de minh’alma pioneira... foste tu, amor, só tu, amor,
que habitas o sorriso infantil das rosadas crianças
infantes do futuro, que amo acima de todos os altares,
na catedral florida de meus sonhos,
perdidos na amplidão do firmamento eterno.
Foste
tu, amor, que germinaste o galopar do vento errante,
que corre qual louco corcel pelas verdes campinas em festa.
Foste
tu, amor, que ao cair das tardes morenas, sob o gorjear
da triste araponga, vai levar de mansinho o teu doce beijo
às flores silvestres nos jardins coloridos da serra.
Foste
tu, amor, só tu, amor, que fecundaste a natureza, criando vida,
multiplicando existência, gerando o presente,
o passado e o futuro; Só tu, amor,
só tu que nas louras primaveras foste capaz de fecundar
verdes campos em flor com teu hálito divino;
Só tu borda em mil contrastes a sublimidade dos verdes bosques
e tornas o chão salpicado de mil cores, folhas mortas,
vermelhas e amarelas, que caem das árvores frondosas
no jardim da existência, fonte de todo amor da vida,
germe de tudo e do nada; Só tu, amor,
no calor de tua humildade levas o fogo da felicidade
a todos aqueles que, em tardes musicadas,
sob o gorjear da passarada, se querem, se abraçam, se beijam,
incendiando o espírito, à sombra fresca dos laranjais.

47
Siomar Rodrigues de Sousa

Só
tu, amor, só tu irás acompanhar-me ao derradeiro abrigo
em túmulo frio, onde eu e tu, na unidade da essência universal,
fecundaremos com o germe de nosso ser estrelas solitárias
na eternidade do infinito, gerando mil sóis a iluminarem
o universo de Deus.

48
Poesias em Uberlândia

BOM DIA MEU IRMÃO SOL
Bom dia, meu irmão sol,
entra a casa é tua, vem trazer teus raios,
para aquecer o peito aturdido pelas intempéries da existência,
neste planeta giratório preso na gravitação das leis da mecânica celeste,
de outros astros no concerto sinfônico,
na infinidade das galáxias perdidas no céu azul de meu Brasil brasileiro.
Bom dia, amigo sol,
obrigado por despertar-me o coração de pai,
preocupado com o destino do filho, do poeta, do garotão,
que vende o sacrifício, o suor do próprio rosto,
para levar a bandeira de Hipócrates, da medicina,
na cura, para o corpo e espírito.
Bom dia, amigo sol,
entra a casa é tua, vem trazer tua energia,
tuas vibrações na desintegração de todos os átomos;
Vem lembrar-me do filho Marco Aurélio,
elétrons de meus elétrons, química de minha química, biologia,
e genética de minha genética.
Bom dia, meu irmão sol,
entra a casa é tua, vem dizer-me ao pé do ouvido
e às cavernas do cérebro, o quão somos pequenos,
infelizes nesta terra de vales e campinas verdes no gorjear
de todos os pássaros, no murmurar dos prados
e das verdes campinas em festa.

49
Siomar Rodrigues de Sousa

Bom dia, amigo sol, entra a casa é tua,
vá vibrar tua força no íntimo do filho Marco Aurélio;
Que a mística de Hipócrates o convoque,
para a cura de todos leprosos da alma, infectos do corpo,
carro transitório na locomoção do espírito,
rumo a outras pátrias perdidas na vastidão de outros sóis,
nebulosas, galáxias, buracos negros, sistemas solares,
na engenharia mecânica, na força gravitacional,
deste mundão de Deus, com trilhões de astros,
querendo, invadir a catedral de meu íntimo,
para dizer-me: tranqüilize-se, poeta, médium de Deus,
teu filho, Marco Aurélio, terá em Hipócrates a bandeira da cura,
a missão de extirpar a doença imbecil dos consumistas da matéria
perecível, que iludem corações incautos na floresta da existência.
Bom dia, amigo sol,
entra a casa é tua, vem fazer-me companhia,
neste domingo tranqüilo, onde a poesia entra bêbada,
e espontânea pela porta da sala trazendo bálsamo,
para cicatrizar feridas deste mundo louco.

50
Poesias em Uberlândia

BRASÍLIA, SONHO E REALIDADE
Brasília, passado sonho dos nacionais,
paraíso, embora nunca dantes imaginado,
desperta agora em concreto inaugurado,
através da audácia e coragem finais.
Sonho do passado, embora não edificado
em sua época, mas no momento realizaram
sublime obra, que tanto sublimaram,
agora pronta e inaugurada.
Em pleno coração do gigante fizeram,
grande capital moderna, planejada
com tanta beleza e técnica edificada.
Brasília!... glorioso será teu futuro,
que após tanto desejo, luta e sangue,
tu nasceste bela no centro do Brasil.

51
Siomar Rodrigues de Sousa

CAMINHANDO NA CHUVA
Como
fantasma de mim mesmo, caminho pela chuva,
levando dentro d’alma moça a descrença de um orbe de guerra,
onde a sociedade procura sua sobrevivência a custa
dos mais tenebrosos crimes, camuflados sob a capa do poder,
força política protetora dos cruentos delitos contra a lógica,
o espírito, e sobretudo contra heróis, bravos guerreiros
construtores do futuro promissor.
Caminhando
como fantasma de mim mesmo, sob a chuva,
que molha meus cabelos revoltos, testemunhas de que passei pelo viver
entre lágrimas, sorrisos, prantos.
Caminhando
sob a chuva, com a enxurrada rolando pela calçada molhada,
com pés cansados de percorrer veredas intermináveis
da vida, que nasce, cresce, morre pois tudo se decompõe,
nesta paragem onde impera hipocrisia de almas em vias de cósmico resgate.
Ó orbe onde a lei maior é força do dinheiro, onde beleza,
é privilégio de poucos que, embora sendo minoria,
levam na arrancada homérica, bilhões de seres,
para evolução cósmica em direção a Deus e a um mundo melhor.
Caminhando,
contemplando o céu sem estrelas, em tempo de bomba e guerra;
Caminhando sempre sob a água, molhando os cabelos,
volto o pensamento para os animais, primos da solidão,
que, embora gigantes em seu trabalho são esmagados pelo líquido,

52
Poesias em Uberlândia

que traz felicidade a uns e desgraça a outros, como tu, minha formiga amada;
Irmã querida de infortúnio no espaço grande, complicado demais,
para nossa insignificância perante o desconhecido.
Caminhando
na chuva com a cabeça baixa, contemplando a terra palco
da humana fauna, onde o varão evolui tal qual bichos
na selva da existência, lutando sempre na campanha do existir.
Ó Redentor, que tremenda regra, que dá origem a todas misérias
e desgraças que existem na terra azul... mas, ó Deus,
que estás n’outros hemisférios distantes de nós, sabemos,
que esta lei na qual gravitamos em órbita,
sem podermos sair, por enquanto é a mesma que rege nossos movimentos
perante caminhadas do resgate; Não foi por isso, Senhor,
que teu rebento disse na Galiléia, que todos teriam que pecar,
mas ai daquele que peca; Deus, ó pai, tu és sábio demais;
Até parece que tua inteligência existe há trilhões de anos
acima de nós e que tu conheces perfeitamente a história de outros
planetas, que são similares em todas as galáxias em que haja atividade
e que giram gravitacionalmente como perdidas na escuridão do sobrenatural...
tu, meu pai, tu és perito demais para seres pequenos como nós,
que ainda vivem na pré-infância da razão de tudo.
Tu
és erudito, humilde, para esta pobre humanidade,
que ainda está no jardim da infância do juízo, dos movimentos,
diretrizes de tudo que foi criado; Tu és tão lúcido
que colocaste ação em tudo e existe até quem diz que matéria é energia
condensada, é ser pré-pensante, que micro-cosmo é fotografia pequena
do macro-cosmo onde tu vives e onde tu governas todos nós.

53
Siomar Rodrigues de Sousa

Ó
como é grande tudo isso, Altíssimo;
como somos formigas diante da criação; Tu, meu pai,
és tão poderoso que tudo obedece regras semelhantes,
tanto na física, como na química
onde princípios e fins da evolução do macho são idênticos em tudo
e por isso é que Cristo já dizia como testemunho de acontecimentos
em outros hemisférios!... Tudo terá, que acontecer mas ai daquele
por quem acontecer; Ó Deus, que sabedoria infinita,
que longo caminho teus descendentes, perante o destino, terão que palmilhar,
passo a passo, entre lágrimas, sorrisos, caindo em quedas sucessivas,
com a cruz nos ombros, levantando, tornando a cair com o peso do pecado,
mas levando sempre tua cruz em direção do amanhã,
para um dia poderes redimi-los do pecado contra teu próprio sentimento.
Tu
és tão vivo, Redentor, que colocaste em tudo e em todos os cérebros
o castigo para atos que são impróprios a normas sacrossantas
da fraternidade, onde todos aqueles que infringem teus
ensinamentos, são, automaticamente, punidos pelo próprio eu; Ó pai,
como tu pensaste em tudo e bolaste tão bem as coisas,
que, na somatória de tudo dá tão certinho,
acontecendo como tu planejaste;
Só mesmo um espírito evoluído em milênios de anos luz
seria capaz de tanta perfeição.

54
Poesias em Uberlândia

CANÇÃO À UM HERÓI
Meu
querido pai, tu morreste para sempre,
para todo o sempre, deixando na terra teus restos mortais,
como símbolo de tudo aquilo que tu foste no mundo dos vivos.
Pai,
lembro-me quando infante, no palco iluminado da vida,
tu sorrindo para mim, sempre no teu otimismo de gigante,
dizia-me: avante filho, fé no futuro redentor dos grandes sábios;
Tu, pai, ao lembrar-me de ti, meus olhos se enchem de lágrimas,
que escorrem pela minha face, que é tua face; Tu te lembras, pai
como todos diziam que eu parecia com tua imagem real de homem,
firme nos propósitos, de decisões firmes;
Ó
pai, tu te lembras quando pequenino ainda, no desejo de ter exemplo
em tua imagem, eu te dizia: minha barba já está nascendo,
ela já está ficando do tamanho do ilimitado que é macro,
e que é micro na vida de todos nós;
Pai,
tu foste humilde, é bem verdade, todos sabem disto,
mas todos sabem, também, que tu foste um Napoleão Bonaparte
iletrado, mas grande como o herói da história universal;
Tu foste um misto de Sócrates, de César, de Marco Aurélio,
de Alexandre Magno;
Tua
inteligência lúcida, como o próprio infinito,
era, foi e será para todo o sempre a estrela guia para teus filhos,
que vivem neste planeta de loucos incompreendidos na selva feroz
da vida.

55
Siomar Rodrigues de Sousa

Tu,
na tua grandeza de ser verdadeiro, ofuscaste com tua luz
a fraca luz de teus filhos; Tuas virtudes, do tamanho do universo,
serão para todos teus filhos um exemplo vivo de amor e carinho
nos caminhos da vida; O mundo passa, pai, os dias, os meses passarão,
mas tu não passarás; Tu serás sempre o exemplo real solidário
no orbe... oh! porque amamos muito mais, quando perdemos o objeto
do amor, que mistérios é a vida, digo isto, pai, porque hoje todos
nós, símbolos de teu DNA, sentimos tua falta protetora;
Às vezes, pai, penso ser um gigante como tu, mas ó insensatez,
ó doce vaidade de parecer-me com o impossível,
de ter as virtudes do sacrossanto dentro de mim mesmo.
Tu, meu querido pai, morreste para todo o sempre no circo
louco dos vivos, deixando na terra restos mortais,
como símbolo de tudo aquilo que tu foste e que tu
amaste acima de todos os altares;
Tu, morreste no físico, é bem verdade, mas tu continuarás
vivendo no íntimo de teus filhos... os átomos,
as moléculas de teu corpo continuarão a existir no carro
de nossa alma, até o dia fatal de nossa existência;
Tu, na realidade, não morreste, porque tu e nós somos
uma única imagem, somos vários, mas somos unos na gravitação
contínua de nossos espíritos.
Tu, morreste, pai, e um dia também partirei para o outro lado do viver,
como a árvore que, após dar seus frutos, morre
e deixa de existir; Tu morreste e eu também morrerei
e então nós dois do outro lado da vida,
de mãos dadas correremos o universo estrelado de Deus,
cantando glórias da reencarnação.

56
Poesias em Uberlândia

CÂNTICO DA MORTE
Deus,
ó divino mestre incompreendido, venho após longa caminhada
pelas estradas da vida, entregar-te o espírito,
o corpo de carne, feitos a tua imagem perfeita,
que saíram de tuas mãos imaculadas.
Senhor,
há milhares de anos, que meu ser vaga nas trevas da amargura,
da ignorância, onde viveu, amou, sofreu,
padeceu nas duras jornadas, pisando espinhos na humilhação,
no sofrimento e hoje, após séculos de desespero, venho entregar-te meu espírito,
que consegue fazer poesia, enquanto homens se matam no Vietnã
como feras loucas, famintas.
Ó
Onipotente, vaguei pelos milênios em todos caminhos;
Sofri, fiz com que outros sofressem, fui realista, pessimista,
otimista, mas agora volto aos braços teus perfeitos e sensatos;
Retorno como na antiga parábola à casa paterna,
para suplicar de joelhos perdão ao pai da terra e do céu,
pela loucura que, outrora, habitou meu íntimo.
Senhor,
em pranto no choro convulsivo, entrego-te meu íntimo às tuas mãos
sagradas.

57
Siomar Rodrigues de Sousa

Deus,
aqui está meu ser no pensamento unificado, este diamante impuro,
que será lapidado no filtro das provações, mas que um dia,
após a purificação, cintilará junto às brancas estrelas do céu.

58
Poesias em Uberlândia

CANTO À FORMIGA
Eu
te amo, minha irmã pequena formiga,
que
andas entre verdes folhagens
do
jardim; Humilde no teu tamanho,
tão vigorosa no teu trabalho,
que
desempenhas em gestos arquitetônicos.
Eu
te amo, minha pequena formiga,
que
entre outras formigas vivem em paz
na
verdadeira comunidade de trabalho,
edificando
o bem comum.

59
Siomar Rodrigues de Sousa

CANTO À INFÂNCIA
Eu
amo você, minha querida infância,
como a criança ama seu primeiro brinquedo.
Tenho,
ó minha infância saudosa, um amor pelos dias
que você viveu em minh’alma, uma suprema adoração,
que fascina até as lágrimas, que banham, em mil cores,
meu espírito de moço que outrora foi idealista.
Eu
amo você, minha querida infância,
como a criança ama seu primeiro brinquedo.
Amo
esta infância onde vivi momentos alegres,
que não voltam jamais no entardecer da existência.
Amo
esta idade em que entreguei à namorada primeira
a primeira rosa vermelha; Amo esta infância onde roubei últimas mangas
no quintal do vizinho; Amo esta infância, os dias tão saudáveis,
que só ao relembrá-los, meus olhos se enchem de lágrimas incolores.
Amo
a mim mesmo, na infância refletida
nos dias remotos em que eu era o garoto louro

60
Poesias em Uberlândia

nas brincadeiras infantis, da antiga igrejinha,
altar de minhas saudáveis recordações.
Amo
esta infância, estes dias, quando garotinho
descalço, era o diabinho da molecada,
cujo apelido era o brigão... o gênio dos moleques de meu grupo.
Amo
os momentos tristes da infância, onde tinha um ideal,
uma meta a cumprir, um desejo santo pela vida
e, na sociedade, uma descrença, uma incompreensão,
que torturava meu peito em mil fatias de desespero e morte.
Amo
esta linda infância, que me mata o peito
numa saudade voraz.
Amo
tudo naquela época, que não mais voltará
e que permanecerá nas cinzas do passado,
como miragem de uma recordação que amei, amo e amarei.
Amo
os moleques que surrei e que perdoei
e amo também os moleques que me surraram;
Amo o tempo em que tinha cinco anos
e que pelas duas horas da manhã ia buscar leite,
para os bebês, que um dia iriam tornar-se moleques como fui
e homem como sou.

61
Siomar Rodrigues de Sousa

Amo
a tristeza de minha vida errante.
Amo
a chama de fogo e o entusiasmo que existiram
em mim, no menino que fui e no macho que sou,
de longas barbas simbólicas.
Amo
os tempos relativos de minha infância,
onde brincava despreocupado sem bandidos de TV,
sem Vietnam, sem tanta maldade, onde os varões eram pacíficos,
caridosos, honestos, sadios de alma e corpo.
Amo
os dias passados de meu viver,
onde havia nos céus papagaios a voar e espaço
para brincar em vez da contradição de hoje
em que ao invés da amplidão dos céus,
soldados brigam pela sua ocupação na luta de engenhos atômicos.
Amo
o espaço de minhas noites estreladas,
onde no planeta havia uma esperança de fraternidade
e hoje uma ameaça de guerra.

62
Poesias em Uberlândia

CANTO AO PASSADO
Infância,
ó linda infância, que não volta mais
no entardecer da vida.
Ó
doce e pura inocência, que um dia foi hóspede
no coração da criança, que fui e que hoje
já não mais habita o peito do homem que sou.
Ó
sublime saudade do primeiro beijo,
que dei nos lábios da namorada primeira.
Ó
dias felizes da infância adormecida,
tu foste a sadia estrutura do adolescente,
que sou e do idoso que um dia serei.
Tu
foste geradora da inspiração, que um dia seria o rouxinol
que cantaria em meu espírito na forma da poesia.
Ó
que recordação tenho das tardes inesquecíveis,
vividas junto ao leito do córrego de águas tranqüilas,
chupando jabuticabas.

63
Siomar Rodrigues de Sousa

CANTO DA ALMA SOLITÁRIA
Chora,
louco coração que vive em meu solitário peito,
chora como criança, na primavera da vida,
desta vida, que compreendo na essência de tudo,
que sinto e respiro pelas tardes serenas
em que meu corpo de carne desfila pelo carnaval tenebroso,
como comediante, no teatro cômico do infinito, onde vive a razão
de tudo e do nada, como esperança de fé nesta pobre humanidade.
Chora
coração de poeta; Podes chorar tranqüilo e manso
e não procures mistérios do mundo, que são múltiplos,
oriundos de todos séculos e séculos; Segue teu caminho
na trilha da esperança , segue avante no seio da multidão de mil faces,
onde cada rosto, cada imagem humana, é um espectro da ilusão
e da futura e funérea morte.
Ó
vida, ó universo de mil contradições, ó amores,
ó mistérios; Ó desgraças de espíritos inferiores, ó carnaval da existência,
ó teatro humano onde o homem representa um cômico papel
de um drama eterno.
Chora,
coração, chora tranqüilo e manso, segue teu destino de encontro a Deus,
nas paragens relativas do cosmo, onde tu um dia gozarás as delícias de tudo
que é perfeito na organização suprema da natureza.

64
Poesias em Uberlândia

CEGO DE ESPÍRITO
Senhor,
perdão para o poeta, que neste canto de palavras sinfônicas,
vem, arrependido e ajoelhado, rogar perdão ao pai universal
do amor e das estrelas, bordando em colorido contraste
as noites de luar do Brasil.
Perdão!...
Sou pecador no lamaçal da vida, não vendo o belo
que criaste para pobre humanidade sem rumo.
Perdão,
ó pai; Suplica-te em lágrimas de sangue o filho que viveu
na contravenção de tuas sábias leis, porque a maldade dos homens
tornou-me cego no íntimo. Meu ser tornou-se mal
pela perversidade da sociedade, que fez de meu coração
a pedra de gelo.
Enxergo
com olhos da carne, mas na verdade sou mutilado.
Quero,
Senhor, voltar para minha antiga crença no amor renúncia;
Por isso suplico teu perdão, para penetrar na organização perfeita do cosmo,
que criaste como redentora escola, para homens sofredores.
Ó
Onipotente, sou filho pródigo, voltando para casa paterna.

65
Siomar Rodrigues de Sousa

CHUVA, AMOR E SOLIDÃO
Querida:
a chuva lá fora cai mansamente, tornando o dia triste
e
uma solidão louca, qual vulcão em chamas domina o íntimo
de
mim mesmo n’uma obsessão sem proporções.
A
tarde está calma, a melancolia me faz sofrer amargamente,
meu
desejo é estar a teu lado, sentir calor de tua carne,
desfrutar
néctar de teus lábios, contemplar teus olhos, beijar
tua
boca. Minha única vontade é estar nos braços teus n’um
delírio
de sexo febril.
Como
é belo e santo o amor; como é funesto estar longe
daquela
a quem amamos, que é luz, farol, guia de nosso passos.
É
bela a natureza, a vida, mas a separação, a distância dos corpos
tortura,
mata nossa alma em farrapos de dor e desespero.
Querida:
lá fora a chuva cai mansamente e dentro de meu peito tu vives
eternamente.

66
Poesias em Uberlândia

COMO POSSO SER FELIZ
Como
posso ser feliz, se meus irmãos morrem de fome na África
e em todos os recantos do planeta!...
Como
posso ser feliz, se os fariseus trocaram Cristo
pelo criminoso Barrabás!...
Como
posso ser feliz, curtindo água quente
de Caldas Novas no sertão imenso de Goiás,
enquanto a CPI apura a roubalheira de PC
e a lentidão do Impeachement do Presidente Fernando Collor!...
Como
posso ser feliz, enquanto uns vivem em palácios aquecidos
e o trabalhador, na enxada, de sol a sol, com salário de fome,
para pagar o que comeu ontem.
Enquanto
o bicho homem come o próprio homem,
escalo a serra verde de Caldas Novas;
na cabeça, a filosofia do porquê do homem,
da existência; Lá em baixo, o paraíso terrestre
em forma de água quente radioativa; Na cabeça, a psicologia no sentido
das contradições, a indagação, a nítida imagem do homem negro,
meu irmão distante, na Somália, morrendo de fome,
desta miserável fome, que destrói a forma do corpo de osso
recoberto de pele, e no céu azul, o urubu esperando sua queda eminente.

67
Siomar Rodrigues de Sousa

Lá
embaixo, na serra verde de Caldas Novas,
o paraíso de água caliente.
Como
posso ser feliz, curtindo a água quente,
e meus irmãos de raça, de luta, no palco deste mundo louco,
que será deles, qual seu destino nas longas caminhadas deste planeta
contraditório?...
Lá
embaixo a água quente, o prazer, o êxtase,
na África, a morte pela fome...
Como
posso ser feliz com tanta contradição!...
No momento o delírio, o prazer da água quente;
No presente, a fome; No passado, a história...Alexandre Magno,
Napoleão Bonaparte, Stalim, Hitler, Jesus Cristo,
São Francisco de Assis, o bem e o mal; Na História, luta incessante;
No presente, tecnologia massacrando o homem no consumo da imagem...
que contradição... que ilusão, se a felicidade está tão próxima na água quente.

68
Poesias em Uberlândia

COMUNHÃO DE AMOR
Noite
alta; A lua vaga pelo espaço, deixando atrás de si
a
penumbra, convidando almas santas ao sublime amor.
Duas
vozes meigas, como sinfonia da araponga, em tarde
de
setembro, cortam o vazio sonoro do tempo na lentidão
dos
segundos; Duas vozes, dois murmúrios em comunhão e delírio,
na
hóstia do ideal supremo; Te amo querido, te amo virgem
de
meus sonhos, beija-me, homem luz de minh’alma, beija-me,
mulher,
melodia de meu coração; Traz tua boca vermelha diante
de
meus lábios, deixa-os embriagando-se na fonte pura
da
carne, que só vive para teu ser e exprimem
uma
única palavra... te amo.

69
Siomar Rodrigues de Sousa

CONSELHOS DO ALÉM
Não
fiques tão triste com desventuras...
quem não as tem?... Fé em Deus, tranqüilidade,
que tudo terá solução. Parece que tudo tem que acontecer não é?...
Observa
que nossas dores não são insuportáveis,
e não são maiores que de outros seres semelhantes.
Tua mãe tinha razão... olha para trás; Sempre há pessoas
em situações piores. Quantos estão mutilados!
Os cegos trabalham para sobreviverem; Os deficientes,
os aidéticos, os prisioneiros, quanto sofrimento não, filho?...
Amor em Jesus seria solução, para quase todos os problemas.
Filho
não te preocupes tanto com dificuldades financeiras;
Quem não as tem? Os milionários, os banqueiros,
os industriais possuem atribulações semelhantes, mas tudo tem solução;
Paciência, amor, calma, tranqüilidade, oração, para não piorar ainda mais.
Volta a caminhar, andar de bicicleta, se divertir, que tudo vai melhorar;
Faz poesias, ama a natureza, anda de moto pelas vilas nos fins de semana.
Não
te preocupes tanto, não sejas tão responsável ao extremo,
vive e deixes viver; Preocupar só não adianta nada;
Viver e deixar viver dá descontração, quanto ao dinheiro,
filho, ninguém é dono de nada, todo império fica velho,
e se acaba um dia.

70
Poesias em Uberlândia

Vê
os milionário do mundo; Irão morrer, tudo ficará na terra azul,
ninguém é dono de nada, somos apenas gerentes, nada mais;
Quanto sofrimento, quanta dor o homem paga,
para acumular riquezas! Tudo ficará aqui,
tudo se encerra no túmulo, na laje fria;
Ninguém quer saber de nossas dores.
Os homens estão preocupados com suas aflições, seu egoísmo;
Tudo morre, tudo acaba no túmulo do esquecimento;
Só o espírito é eterno e irá continuar até as estrelas do céu azul;
Imagina um homem de 80 anos, o tanto que sofreu na existência,
nos caminhos da vida. Lutou, chorou, sorriu, fez milhares de coisas.
Ficando velho, tudo perde o sentido, as ilusões se foram,
só a morte está ali verdadeira, esperando-o, os amigos se foram,
os queridos partiram, os ingratos o traíram,
os jovens não mais se lembram, nem conheceram seu sofrimento,
seu trabalho, sua luta, seu ideal; Aí vem a solidão,
o abandono; Perdem-se sonhos, delírios da alma
louca, tudo se resume no túmulo, no esquecimento;
O resto, é ilusão. Quantos sonhos na adolescência, para depois, na velhice,
virar poeira, esquecimento, solidão, abandono; Quanta luta, para quê? por quê?
Ah! sim a evolução da alma, os frutos virão no outro mundo,
paciência filho meu, velho companheiro de lutas em séculos e séculos;
Meu irmão, meu filho, meu amigo, acompanho sua luta,
paciência dias felizes virão e do lado de cá sinta a música,
que beleza; Beba tudo isto, para tua alma; Se acordar a noite escute isto,
que Jesus abençoe sua luta, dias melhores virão, tenha fé, meu irmão,
meu amigo, meu camarada na luta dos milênios,
rumo à estrada luminosa de nosso pai, que está reinando
entre bilhões de galáxias no céu azul repleto de amor, poesia, arte,
equilíbrio; Ninguém quer saber de nossas dores.

71
Siomar Rodrigues de Sousa

Os homens estão preocupados com suas aflições, seu egoísmo...
tudo morre, tudo acaba no túmulo do esquecimento.
Só o espírito é eterno e irá continuar até as estrelas do céu azul.

72
Poesias em Uberlândia

CRIANÇA,
LUZ DE UM NOVO AMANHECER
Dorme,
criança brasileira teu sono tranqüilo, reparador
e vislumbra o novo Brasil, gigante entre gigantes,
na construção de uma humanidade fraterna.
Dorme,
criança brasileira, o sono renovador de energias
e imagina a pátria feliz, onde possa haver sempre
oportunidade de progresso material, para infantes de hoje,
homens do amanhã!...
Dorme,
criança brasileira, feliz, tranqüila e sonha
com o grande Brasil, pede a Deus forças,
para quando tu cresceres, poderes ajudar gerações velhas
na construção da terra prometida.
Dorme,
infante brasileiro, para reparar energias no sono profundo,
porque a pátria necessitará de tua inteligência fecunda,
de teus braços, para arquitetar novas cidades como Brasília,
novas transamazônicas, novas indústrias, novas zonas de produção,
para implantar no solo amazônico a majestosa civilização
do terceiro milênio, onde a espécie humana sentirá o amor
e será base estrutural do mundo fraterno.

73
Siomar Rodrigues de Sousa

Dorme,
criança brasileira, infante de hoje, gigante do amanhã,
porque o rei sol surgirá no horizonte da nação querida,
dissipando trevas, para que o dia seja bonito, cheio de flores,
para que tu possas estudar e praticar, no convívio de teu grupo,
a forma social unida dos espíritos superiores do terceiro milênio.
Acorda,
pioneiro do futuro; O astro de luz brinca lá fora,
no terreiro, a espera de tua santidade, para brincar de ciranda
e festejar na virgindade de tua alma a alegria da vida.
Acorda,
pequeno brasileiro, o sol é convite supremo
para a festa da existência, onde no esporte tu irás desenvolver
teu corpo em energia pura, para ajudar na liderança do novo Brasil,
onde tu, criança brasileira, serás símbolo do novo homem no planeta,
concretizando palavras de Jesus... “vinde a mim os pequeninos,
porque deles será o reino dos céus”.

74
Poesias em Uberlândia

CRISTINA
Te
amo, Cristina, e enlouqueço ao pensar em tua celeste
figura.
Te
amo no espírito, na carne que morre e a terra
consome,
em cinzas perdidas.
Te
amo, Cristina; Peço-te perdão por ter sido infiel
a
tua confiança, ao trair-te com outra companheira;
Olha
para meu rosto molhado pelas lágrimas de descrença,
colorido
pelas luzes, que se refletem no asfalto; Contempla
a
tristeza envolvendo os olhos meus, que te amam e te adoram
tanto.
Te
amo, virgem imaculada, que empolga os verdes anos
e
te suplico que venhas para o altar do ser onde serás
a
jardineira, que regará rosas vermelhas no jardim
florido
de meu coração de vidro.

75
Siomar Rodrigues de Sousa

CRÍTICA OBJETIVA
Soneto!... mal de ti falem com impureza,
que eu te canto, sempre, com orgulho e beleza,
porque nos sonhos de poeta carinhoso,
revolto-me, sempre, contra o boçal furioso.
Inspiro-me, hoje, nas fontes da pureza,
triunfante cantarei a divina natureza,
com calor, rima num canto luxurioso,
porque desfruto o suave néctar perfumoso.
Das rosas, jasmins e a beleza brasileira;
Creio que, doravante, cantarei as alvoradas,
no caminho da meiga vida hospitaleira.
Puríssima, serena vida dos prazeres,
agora que descrevo paisagens amadas,
satisfeito, embora tenha alguns desprazeres.

76
Poesias em Uberlândia

DE VOLTA À PÁTRIA SIDERAL
Que
louco desejo de morrer, de abandonar
a
terra perdida, na amplidão do cosmo.
Que
louco desejo de morrer, de abandonar
este
tipo de mundo, que não é pátria de origem de minh’alma
na
moradia do cosmo errante.
Que
louca vontade de morrer, de ver o espírito
livre
da matéria, alçando vôo supremo rumo à casa
paterna.
Ah!...
que instante de delírio no corpo apodrecido,
onde
o ser prisioneiro sente libertação final,
para
poder beber em vôos a outros planetas
a
angelical poesia perdida, que vaga pelo universo.

77
Siomar Rodrigues de Sousa

Ah!...
que louca vontade de morrer, de retornar à casa
paterna
e poder beber na fonte pura do amor enlouquecido,
todos
os êxtases, que empolgam fibras do íntimo.

78
Poesias em Uberlândia

DESAGREGAÇÃO SOCIAL
(A INGRATIDÃO DOS FILHOS)

Dizia Augusto dos Anjos, o irmão poeta
noutras remotas plagas.
Vez ninguém assistiu o formidável enterro
de sua última quimera, somente a ingratidão,
esta pantera, foi sua companheira inseparável,
vamos ascenda seu cigarro, a mão, que afaga,
é a mesma, que apedreja!...
Eu, pobre poeta contemporâneo, no vermelho sertão
da carne, lastimo, pergunto por que a desagregação
social? Por que a frigidez do íntimo, da sociedade,
da família, dos filhos, que mil vezes apunhalam,
dilacerando corações, estraçalhando-os em mil pedaços,
na dor, que fere, tortura, na provação cruel, insana.
Por que a ingratidão dos filhos? Por que a dor covarde
contra pais, de grisalhos cabelos, que após a guerra
da criação fantástica, do sacrifício, da renúncia,
pugnando contra intempéries do dia-a-dia da existência
atribulada, e hoje no entardecer dos anos a facada,
que tortura, fere, mata.
Dizia o poeta n’outros natais,
vez ninguém assistiu o formidável enterro
de sua última quimera, somente a ingratidão
esta pantera, foi sua companheira inseparável.

79
Siomar Rodrigues de Sousa

Por que o desencontro das almas no resgate
das provações? Por que o desamor e não o amor,
por que a indiferença e não o encontro de afeto,
de ideais, por que a desavença e não a melodia
de gêmeas almas na comunhão da ternura,
que entorpece espíritos repletos de êxtase
de encontro a Deus.
Filhos do mundo curti vossos pais,
enquanto é tempo e estão vivos, próximos de vós,
enquanto seus corpos estão quentes,
sob vossos olhares; Aproximai-vos deles, beijando-os
na face sofrida, cansada pelos atropelos do viver;
Dizei a eles... pai, eu te amo tanto,
perdoe-me pelos erros do passado, do presente,
do futuro.
Filhos do mundo, curti vossos pais;
Se forem da idade terceira, curti-os o triplo,
porque já sofreram por vós, já rezaram,
já suplicaram a Deus, para proteger-vos nos tropeços
da eterna caminhada estelar.
Filhos do mundo, o poeta contemporâneo,
não o de ontem, suplica amai vossos pais,
enquanto estão pertos de vós,
porque depois na laje fria do cemitério
será tarde demais, para pedir perdão pelo desprezo.
Filhos do mundo amai vossos pais, hoje, agora, sempre,
e dizei a eles quão grande é vosso amor.

80
Poesias em Uberlândia

Filhos do mundo não vos esqueçais de que amanhã
sereis pais, avós e podereis também,
ser abandonados, nos asilos, na indiferença,
que tortura, fere, mata.
Filhos do mundo dizei a vossos pais,
hoje, agora, sempre, quão grande é vosso amor,
antes, que seja tarde demais,
só restando beijá-los na fria rampa dos campanários.

81
Siomar Rodrigues de Sousa

DEUS, MORTE E UNIVERSO
Deus,
Senhor, é nos momentos de tristeza, que venho humilde,
ajoelhado, trazer meu ser cansado nas querelas do globo,
para buscar, no exemplo vivo da tua imagem santa,
a luz a iluminar a consciência conturbada na cegueira
de minha razão impura, no lamaçal do orbe descolorido,
sem lógica para o nada.
Jesus,
é a dor do coração em mil pedaços, em mil fatias
no desespero d’alma, que grande contradição é o nascer.
Jesus,
nascemos na terra azul em múltiplas encarnações,
para redimir o espírito, vindo não sei de que parte,
perdido na amplidão do cosmo; Crescemos, ó Onipotente,
em dificuldades diversas, atingindo a maturidade
e, à medida que envelhecemos, os problemas se triplicam em tudo,
será qual nosso débito no passado de outras eras?...
Para sermos obrigados a suportar um planeta tão adverso,
onde a humanidade desintegrada na sua base,
sem destino certo nas caminhadas aflitas,
onde o homem tornou-se na necessidade de sobreviver,
o mais feroz dos animais; Por que viver neste mundo, Senhor?...
Onde a alegria? A paz? A felicidade? Que não tem mais sentido algum!...
É o combate pela vida imperando em todas coisas, por que,
ó pai, nesta guerra a espécie humana emprega tão baixos instintos?...

82
Poesias em Uberlândia

Amor?...
onde tu andas, em que hemisfério tu te encontras?...
Tu estás perdido no deserto feroz da existência?...
Amor tu perdeste a luta para a hostilidade?...
Por que procurando-te em tudo, não consigo ver-te em lugar nenhum?...
Vasculhei a multidão e vejo-te desfigurado no sofrimento, na amargura!...
Jesus, neste momento que sofro, venho trazer meu íntimo,
buscando bálsamo em tua inteligência; Tu disseste um dia: vinde a mim,
que sou manso, puro de afeto; E hoje venho, humilde,
buscar carinho para o ser febril, enfermo.

83
Siomar Rodrigues de Sousa

DINÂMICA DA EVOLUÇÃO
Ah!...
sonhei tanto na vida; Dos sonhos, fiz campo de guerra,
onde
lutei, qual leão, na selva onde mil funções ocupavam
o
espírito, à procura do gênio criativo, transformando
o
viver em luta, na construção de tudo aquilo que é incomum
ao
macho na terra.
Oh!...
quanto sangue e sofrimento o homem paga de tributo,
em busca
daquilo que ama e deseja acima de todos altares.
Ah!...
quantas lágrimas o varão perde por ser sobrenatural,
diferente
no palco do existir.
Oh!...
quanta inveja, ciúme e calúnia o homem genial sofre pugnando
pela
existência, na construção de algo melhor, para o padrão cultural
da
civilização humana, no palco da história.

84
Poesias em Uberlândia

Ah!...
quantas lágrimas vertidas na solidão dos séculos, para o homem
gênio
deixar sua evolução em todos os tempos.

85
Siomar Rodrigues de Sousa

ENCONTRO COM DEUS
Deus,
ó Deus, que hoje encontro no entardecer da vida.
Perdoa-me
a cegueira de que fui vítima,
na
profundidade do espaço tempo, dificultando-me encontrá-lo
e
localizá-lo dentro de mim mesmo.
Ó
meus Deus, retorno a teus braços
como
filho pródigo, voltando à casa paterna,
após
palmilhar as miseráveis estradas do mundo terreno.
Eu
volto puro de coração, Senhor, e tu viverás dentro de mim
mesmo,
para todo o sempre.

86
Poesias em Uberlândia

EPOPÉIA REVOLUCIONÁRIA
(Transamazônica)
Meu querido Brasil,
Tu és supremo gigante das Américas, herói de todas epopéias,
na história do Continente Americano. Meu amado Brasil,
o México deu ao mundo os majestosos Astecas. O Peru, os Incas,
sábios homens do passado e tu, Brasil, tu deste aos povos
de toda a terra azul a suprema paz, símbolo puro de nossa democracia.
Meu
Brasil verde, amarelo, azul, tu gigante das Américas,
soberano, bravo, altivo, forte, tu, nação de heróico passado,
tu pátria querida de futuro, que deixou de ser futuro,
para ser presente nas sagradas páginas imortais
da humanidade democrática universal; Por que tu pátria amada
não mais futuro e sim presente?... Transamazônica, obra do século,
odisséia de bravos guerreiros; Tu, transamazônica,
que levanta o Brasil da letargia secular para o salto gigante da riqueza,
da prosperidade, da felicidade eterna, divina.
Tu,
transamazônica, não és apenas estrada entre mil estradas revolucionárias,
tu és muito mais, és vida, és calor, és progresso,
és desenvolvimento e acima de tudo integração nacional e Sul-Americana.
Outrora,
no berço esplêndido da terra mãe, o irmão Índio filho da terra,
testemunho do passado, precursor da transamazônica;
Ó índios heróis do passado, vós que cortastes o território de Santa Cruz,

87
Siomar Rodrigues de Sousa

de norte a sul, de leste a oeste, que na continuação na roda da história
seria o Brasil, símbolo da paz, da solidariedade.
Explode na Europa berço das modernas civilizações o ciclo das navegações;
Povos deslocam-se dos lares sacrossantos na suprema-aventura;
A conquista de outro mares...
és a própria luta pela sobrevivência do homem na terra,
és a luta pela vida, és a vida, lutando por existir.
Portugal,
ó querido Portugal, pai de nossos filhos, avô de nosso progresso,
de nossa paz; Tu vieste de mansinho, conquistando nosso índio,
na precursora democracia, sangue de nosso povo, conquistaste nosso solo,
levando explosão do progresso a todos recantos; Tu, Portugal querido,
enviaste o homem branco, para cortar selvas, rios, florestas, conquistando,
catequizando, alargando fronteiras na luta, na paz, no amor .
Transamazônica,
tu és continuação do bandeirante na penetração,
na unificação do vasto Brasil; Tu, transamazônica, criação de homens sábios,
valentes heróis de gerações do futuro; Tu, transamazônica, obra do século,
de gerações na luta da sobrevivência, tu trarás progresso,
riqueza, unificação a este Brasil gigante de todas epopéias do passado,
que se tornou presente na organização universal, teu destino é profético,
tuas linhas, teus contornos foram traçados pelo alto, pelo pai que está nos céus;
Por Deus, arquiteto supremo do destino dos povos,
engenheiro sideral da epopéia nos astros,
que bordam o sublime azul das noites brasileiras cheias de amor, luz e paz.

88
Poesias em Uberlândia

ESPERANDO-TE NA TARDE
Mariana,
como te amo na tua mansidão serena, pura
e por que, minha querida, fizeste-me sofrer tanto?
Esperei muito tempo por tua missiva e ela não veio;
Todos os dias, durante a matina, ia olhar no térreo do edifício
se tu chegaste refletida em tua epístola e, qual nada!...
Tu não vieste e a melancolia, hóspeda de minh’alma solitária,
vinha até meu leito no atroz martírio, na saudade de teus doces beijos;
Na seqüência da tarde, voltava novamente à portaria,
para ver se tua imagem chegara em um envelope cheio de amor,
só para mim e para ninguém mais; Mas, tu não apareceste nem pela noite,
nem na tarde sonora no gorjeio da passarada.
Ó
Deus, venho, Senhor, neste instante de plena tristeza
perante vós, porque ela é para mim como canto de humildade
e renúncia no som da natureza, onde meu espírito febril
veio buscar, na dor funérea, luz para caminhos do futuro
em direção ao Onipotente; N’outro dia retornava ao correio,
para ver se tu chegaste na tua cartinha falando de paz,
de ternura; Mas, qual nada; Tu não vieste trazer a santa alegria,
para meu coração errante, bêbado de ternura por teus lábios,
somente por teus lábios.

89
Siomar Rodrigues de Sousa

EU E O MUNDO
Eu
vim ao mundo beber a poesia, que murmura solta ao vento
e que corre pelas verdes campinas, como criança travessa.
Eu
vim à vida dos loucos, para buscar para minh’alma errante
a dor do sofrimento, ferramenta a burilar o orgulho,
que vive dentro de meu peito e para buscar remédio na cura
de todos os males oriundos de outras eras do passado.
Eu
vim ao mundo, eu vim à vida dos humanos,
para sofrer no meio ambiente na contradição da terra,
onde meu espírito se evoluirá, para as glórias excelsas do Senhor,
nas profundezas do infinito.
Eu
sou a vida, eu vim ao orbe, para trazer aos pobres do íntimo
a lógica da imortalidade de tudo e do nada.
Eu
vim à vida, para chorar em pranto mudo, buscando na dor,
no desespero a luz do futuro; Eu vim ao orbe como emissário
do infinito, para ver todas as coisas, para sentir todos os males.

90
Poesias em Uberlândia

Eu
vim ao planeta, para combater injustiça,
para amar fracos e oprimidos na dor pura de seu canto funéreo.
Eu
vim à terra para beijar os lábios de todas as mulheres
e para dizer a elas, que eu sou o amor, néctar sublime,
para seus corações à procura do louco delírio, que inflame seus espíritos.
Eu
sou a natureza, que se manifesta em tudo e que dá harmonia
à existência e às coisas.
Eu
sou a música, que leva doce bálsamo aos corações aflitos.
Eu
sou os pássaros, que gorjeiam no despontar da lua no céu em festa.
Eu
sou energia, eu sou amor, que desceu à terra,
para fecundar todas as fêmeas num doce canto de luz e paz.

91
Siomar Rodrigues de Sousa

FILOSOFIA E SEXO
Quando
meus olhos contemplaram teu corpo divinamente belo,
mil
desejos de puro sexo absorveram frágeis fibras,
constituição,
conjuntura daquilo que sou, mantendo o espírito
embriagado, cativo.
Quando
meus olhos contemplaram teu corpo divinamente belo,
mil
desejos absorveram no poeta a poesia abundante, jorrando
da
cachoeira de mil quedas, que há em cada molécula de meu
sangue,
formando o todo do gênio superior, que habita o miserável
planeta
terra, escola pré-primária dos homens involuídos do século
XX,
na longa escalada d’alma em direção aos turbilhões de esféricas
estrelas,
existentes na profundidade das galáxias, que bordam noites
azuis
deste Brasil gigante, futuro centro da República Universal
do
terceiro milênio, que amo acima de todos altares.

92
Poesias em Uberlândia

FLORESTA
Floresta virginal, secular e esverdeada,
tranqüila, sombria, singela, perfumada,
com a vitória régia, suave em beleza
encantando na tua formosa natureza.
Sublime, brilhante despertar da alvorada,
onde voam pássaros em revoada
em teus cânticos sinfônicos de beleza,
sob luz repleta de incomparável pureza.
Canta sabiá da minha terra brasileira,
no lirismo harmonioso do gorjeio,
no seio desta imensa pátria hospitaleira.
Grandiosa floresta, criadora da florida
e sinfônica fauna variada do teu seio,
de espécies douradas, és rainha desta vida.

93
Siomar Rodrigues de Sousa

GATINHA VIRGEM
Mulher de carne e leite,
dá-me tua boca vermelha e dar-te-ei minha alma
virgem, que te espera, ansiosa, no êxtase supremo.
Minha donzela:
Áureo de Mello, o amigo poeta oriundo do amazonas,
já dizia... Meu amor! meu amor! Teus olhos peregrinos,
meigos, ternos, ideais, translúcidos, divinos,
na lembrança os terei, como uma confissão.
Dorme a noite... o silêncio espreita o meu lucubro...
e bela, a fulgurar na treva, só descubro,
a lua... o teu olhar dentro de meu coração.
Diz ainda o poeta maior da amazônia,
ó tu, que amas em vão e queres ser amada!
Tu vês a tua amada, a adamantina e angélica,
e termina afirmando:
os áureos sonhos meus como o condor andino.
Tu
és tão bela, que embora sendo poeta
dos anjos, nas verdes campinas em festa,
mesmo assim, fui buscar n’outro poeta inspiração
caliente, para dizer-te: te amo, meu inesquecível amor.

94
Poesias em Uberlândia

GUERRA TOTAL
Aviões cruzam o espaço na escalada
da imbecilidade humana... destruição,
morte de crianças, soldados, velhos; Decomposição da razão,
da consciência, da sabedoria, da paz, da própria humanidade.
Segunda Guerra Mundial;
O General agita continentes, aviões cortam o espaço,
navios, submarinos sulcam oceanos azuis, morte, loucura,
sofrimento, dor, miséria e onde o beijo dos namorados à sombra fresca
dos laranjais? Por quê a guerra e não o amor? Por quê o demônio e não Jesus?
Porquê ódio e não solidariedade?...
Segunda Guerra Mundial;
Milhões de mortos, órfãos, desagregação da estrutura social
em todo o planeta, pais mortos, crianças abandonadas,
fim de um ciclo, vitória do egoísmo sobre o amor;
Nações querendo poder na sobrevivência, esmagando, destruindo;
É competição do homem, do capitalismo selvagem,
é tecnologia aplicada, não no progresso, mas no aniquilamento da raça humana.
Dois
mil anos de história, de evolução material e o antropóide na luta,
na pré-história do social, da felicidade, pobre homem, pobre sociedade.

95
Siomar Rodrigues de Sousa

HERANÇA DE UM AMOR QUE MORREU
Cristina,
amor do passado, que um dia, no entardecer da vida,
nasceu como flor na primavera florida do coração
em festa, mas que um dia morreu como tudo nasce e morre.
Cristina,
linda flor vermelha, que surgiu na terra de sangue
e que, numa tarde morena, morreu para todo o sempre
no inverno da indiferença, da apatia.
Cristina,
linda flor, que, ao nascer perfumosa no jardim
do ser em festa, trazia uma mensagem de fé
e esperança, mas que, ao morrer, levou consigo
espinhos e restos mortais de um afeto que nasceu
e morreu como tudo morre neste mundo aflito.
Cristina,
bela virgem, que nasceu e morreu, lindo anjo
de brancas asas, que trazia na imagem promessa
de renovação, na construção de uma existência melhor.
Cristina,
tu foste na minha vida de gigante incompreendido uma réstea
de luz; Tu foste no meu viver de Napoleão, de Marco Aurélio,
de Júlio César, tudo e o nada, mas levando dentro d’alma
moça um mundo de história e uma triste história
do mundo.

96
Poesias em Uberlândia

Tu
foste, Cristina, um momento no meu viver,
apenas um momento nos braços gélidos da eternidade
em negra noite escura.
Tu
no passado, tiveste por algum tempo o Deus
da poesia em teus braços, tão incompreendidos como os meus.
Tu
tiveste um gigante humilde, com o coração do tamanho do universo,
sem saber valorizá-lo, acreditando que o anjo bom, que um dia existiu
na tua vida fosse um bárbaro, sem sentimento, sem humanidade.
Oh!
como é triste ter Jesus dentro do peito errante
e ser incompreendido atrozmente como Pôncio Pilatos.
Ó
Deus, como é funesto plantar flor e colher espinhos,
na espera da primavera nos verdes campos.
Ó
Deus, como é sombrio querer dar ternura,
não sendo compreendido; Como é funesto vir ao mundo,
para dar êxtase e ser crucificado por uma multidão de cegos,
que não enxergam o futuro
de todas as cousas importantes neste planeta aflito.
Cristina,
segue tua vida; Quis um dia dar-te humildade e tu,
altiva, prepotente, dizias-me: jamais serei humilde,
jamais, jamais.

97
Siomar Rodrigues de Sousa

Cristina,
sabes tu que humildade não é covardia, que ser humilde é ser
superior, é ser grande; Olha para a história do mundo, vê Jesus,
Buda, Gandhi, Reis do existir, cuja única arma foi a renúncia;
Sente também do outro lado na margem da História, Hitler,
o orgulho, a prepotência, que nada edificou, apenas destruiu.
Que
belo contraste não, Cristina? O orgulho e a humildade.
Segue tua vida e seguirei a minha, segue teu caminho
com tua altivez, soberana e seguirei meu destino de poeta
no mundo áspero da vida, tendo como meta a perfeição e o futuro.
Adeus,
nossos destinos são paralelos e jamais se cruzarão
na eternidade das brancas estrelas do infinito.

98
Poesias em Uberlândia

HUMILDADE E BELEZA
Como
é bela a humildade, brotando na consciência
pura
do homem, após evolução dos milênios nas múltiplas
reencarnações.
Ó
virtude, tu és luz descendo do universo de Deus em flocos
de
êxtase, integrando energia, que surge no interior do homem.
Como
é belo sentir dentro do ser o surgimento d’uma emoção
diferente
de outras emoções, num sentimento com outras proporções
de
vida, no desejo sincero de melhorar internas estruturas,
transformando
o orgulho, através do amor ao próximo, seguindo bem de perto
nas
pegadas da caridade perfeita.
Como
é belo e sublime o amor d’alma pura.
Ó
que doce êxtase, sentir no calor da fraternidade
a
integração com o próprio espírito de Jesus Cristo.

99
Siomar Rodrigues de Sousa

HUMILDADE E POBREZA
Meu irmão,
mendigo de pão, como sou mendigo
de
tua poesia.
Tua
vida, meu companheiro
esfarrapado... é um poema de amor,
de
dor, amargura, renúncia.
Levanta
os olhos tristes,
meu
irmão mendigo, contempla os olhos
castanhos
de poeta, que te canta
com
bravura, sem temor nos verdes campos
da
pátria amada.
Meu
nobre irmão, dono da renúncia do mundo
e
latifundiário da humi1dade,
que
Jesus deixou, para os homens

100
Poesias em Uberlândia

e
que somente tu foste capaz de senti-la
e
de amá-la com carinho ilimitado.

101
Siomar Rodrigues de Sousa

ILUSÃO E VIDA
O
que é a vida?..
Por que
nascemos neste mundo aflito?...
Por que
viver entre sorrisos e lágrimas?..
Por que
viver e depois falecer?...
Por que
amar e sofrer o abandono após mil beijos?...
Por que
existem trilhões de estrelas perdidas no tempo espaço?...
Por que
existe Deus?...
Por que
a ambição, se o preço de tudo é decomposição?...
Por que
amar e sentir a morte cruel do amor?...
Por que
a saudade a ferir em mil golpes mortais o peito
ofegante?...

102
Poesias em Uberlândia

Por que
a morte na laje fria?...
Por que
a mulher bonita e a balzaquiana horrível?...
Por que
existir? O que é a vida?... Por que viver como palhaço,
que
o homem é na comédia do universo?...

103
Siomar Rodrigues de Sousa

INFÂNCIA
Ah!...
se eu pudesse, num relance do tempo,
retornar
àqueles dias tão felizes da infância,
que
não voltam mais, no entardecer da vida...
Ó
como é triste e melancólico jamais poder
beber
na taça da existência aquele êxtase tão puro,
que
um dia viveu dentro do meu peito.
Ah!...
como é belo, como é sublime voltar os olhos,
para
o passado e ver-me infante no jardim
da
existência, onde tudo é inocência, amor,
carinho,
meiguice, fraternidade.
Ó
se eu pudesse, num relance de tempo, renascer
num
novo corpo de carne e ser criança eternamente...

104
Poesias em Uberlândia

INSPIRAÇÃO
Senhor,
mil cores, mil espectros, mil alucinações
invadem meu espírito, aprisionando meus pensamentos,
numa gravitação que não compreendo e não quero compreender...
Senhor o que será isso?...
O
que é Senhor?... essa força magnética, filha do cosmo,
bisneta das estrelas, que tenta possuir meu ser?...
Ah!...
Senhor, creio na inspiração momentânea,
que é poesia, amor, divindade dos santos
a iluminar meus passos na estrada da vida.
Inspiração
é luz, música do espaço, é cheiro agreste das floresta,
é canto de meus irmãos pássaros, gaivotas, colibris perdidos,
ignorados no turbilhão do planeta aflito, mortuário, decomposto.
Senhor,
eu te louvo, agradeço pela contradição do mundo refletida
em meu peito de moço, fazendo com que eu cante,
no poema a música que os pássaros gorjeiam nos arvoredos do jardim
em que passo pelas sonoras manhãs após café matinal.

105
Siomar Rodrigues de Sousa

Senhor,
amo esse gorjeio Senhor, essa cor, luz, sensação estranha,
que servirá na apuração do íntimo de teu filho, como guia onde
encontrarei
o destino de mim mesmo, de minh’alma conturbada.

106
Poesias em Uberlândia

INVEJA E BELEZA
Oh!
que inveja tenho do beija-flor preto
avermelhado
que, no supremo vôo gracioso, colhe o perfume
das
flores estendidas nos verdes campos.
Oh!
que inveja tenho da borboleta preta
avermelhada
que, em múltiplas cores enche o mundo de graça
e
felicidade; Oh que inveja tenho do canário
que,
no canto sinfônico de seu ser, traz poesia
das
verdes paisagens dos campos e das campinas
em flor.
Oh!
que inveja tenho da gaivota que, livre
nos
ares, singra a amplidão dos mares na harmonia
do
magistral vôo perfeito.

107
Siomar Rodrigues de Sousa

Oh!
que inveja tenho de Deus, latifundiário
das
terras universais, perdidas na poeira
estelar.

108
Poesias em Uberlândia

LÁBIOS E BEIJOS
Ah!...
quantas mulheres belas passaram em meus braços
quentes, em delírios, em volúpias de carinho e felicidade.
Ah!...
quantos lábios beijei, uns vermelhos, outros róseos,
outros sem cores, mas foram lábios e foram quentes e hoje,
entre mil lábios, que beijei, os meus lábios estão sós.
Ah!...
quantos corpos belos passaram em minhas mãos
e hoje, ao cair da tarde, meu corpo está só,
num louco desejo de amar e ser amado.
Ah!...
que ilusão é a vida, depois de termos milhões
de prazeres, se no fim da existência estamos sós.
Ah!...
quantas almas vinham à minh’alma
beber a poesia que ela continha em onda de suspiro
e melodia e hoje minh’alma está seca, sem poesia,
sem música, sem amor... ela está só.

109
Siomar Rodrigues de Sousa

LOUCOS DESEJOS
Loucos desejos,
suprema inspiração de se embriagar no puro
aroma
das verdes campinas em festa, reclinada
no
sonoro som da ventania desvairada.
Ah!...
gostaria de ser gaivota, para voar na amplidão dos ares...
que
vontade de beber perfumes nas verdes campinas!...
Que
sublime desejo de ser borboleta,
para,
no voar harmonioso, beijar ardentemente
a
pureza de uma rosa vermelha!...
Oh!
que vontade de ser éter do universo
e,
na amplidão dos espaços, transformar-me em poema
universal.

110
Poesias em Uberlândia

LUZ DO CORAÇÃO
Cristina,
eu te amo, eu te amo muito; Amo teu sorriso,
a expressão de teu olhar, amo esta boca linda, perfeita;
Amo estes cabelos negros, caindo nos teus ombros, refletindo
ar de graça magistral na tarde fria.
Cristina,
minha querida, tu partiste para longe, fiquei triste,
pensando na luz que teu ser deixou dentro do coração,
despertando-me para a vida, para o amor sagrado.
Cristina,
eu te amo, eu te amo muito. Tu serás sempre meu único amor.

111
Siomar Rodrigues de Sousa

LUZ E TREVAS
Espírito,
irmão de meu espírito nas jornadas incansáveis deste mundo,
que não conseguimos compreender na simplicidade
de tudo aquilo que somos e que representamos
no teatro cômico da humanidade.
Espírito,
irmão de meu espírito, somos atores de um drama cruel,
de uma comédia, onde a pobre humanidade é peça teatral
da qual somos meros instrumentos na dor do infinito,
da fecundação do universo, campo de luta e paz,
onde terá que desenvolver sua história de romance e sofrimento,
nos planos infinitos da eternidade de Deus.
Espírito,
irmão de meu espírito na odisséia das estrelas errantes,
tu qual deusa da vida, rainha do mundo, surgiste um dia
como meteoro brilhante nas profundidades de meu viver inquieto,
trazendo mil ilusões, mil presentes para o natal do menino pobre,
que reside dentro da catedral de meu ser,
ornamentado de lírios e rosas vermelhas.
Alma de minh’alma,
tu chegaste um dia na primavera da existência em festa,
prometendo felicidade, qual anjo do Senhor e tu partiste,
também, levando consigo o fogo da felicidade,
que ainda existia dentro de mim mesmo; Como chegaste,
partiste; Como nasceste, morreste, ó vida, ó universo,

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Poesias em Uberlândia - Siomar Rodrigues de Sousa

  • 1. PoeSiaS em uberlândia POESIAS EM UBERLÂNDIA Esta foto é da Casa da Cultura de Uberlândia, palacete construido na década de 20; Verifica-se na fotografia o contraste do prédio antigo e moderno à esquerda, que é o mais alto da cidade com 35 andares. A Casa da Cultura foi restaurada no ano de 2006, pelo Prefeito Municipal de Uberlândia Odelmo Leão Carneiro, com orientação e administração de Mônica Debs, Secretária Municipal de Cultura. Siomar Rodrigues de Sousa gráfica roma 2009 1
  • 2. Siomar Rodrigues de Sousa Copyright 2009 - Siomar Rodrigues de Sousa FICHA TÉCNICA FOTO DA CAPA Daniel Nunes Secretaria de Gestão Estratégica e Comunicação (Prefeitura Municipal de Uberlândia) REVISÃO ORTOGRÁFICA Prof. Tasso de Abreu (Autor do livro Gramática Explicativa da Língua Portuguesa) PROJETO GRÁFICO Gráfica Roma EDITORAÇÃO GRÁFICA Cristiane Oliveira Tiragem -1.000 exemplares SOUSA, Siomar Rodrigues de. POESIAS EM UBERLÂNDIA / Siomar Rodrigues de Sousa Uberlândia, 2009 346 p. 1. Literatura Brasileira - Poesia. I. Título ISBN: 978-85-99474-22-8 Contato com o autor: Rua Cel. Antônio Alves Pereira, 544 - Centro CEP 38400-104 - Uberlândia - MG - Brasil - América do Sul Tel. (34) 9126-0318 Todos os direitos em língua portuguesa, no Brasil, reservados de acordo com a lei. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou transmitida de qualquer forma ou por qualquer meio, inclundo fotocópia, gravação ou informação computadorizada, sem permissão por escrito. Composto e impresso no Brasil Printed in Brazil 2
  • 3. Poesias em Uberlândia O AUTOR DEDICA ESTE LIVRO A TRÊS GRANDES PERSONAGENS DA HISTÓRIA DE UBERLÂNDIA: RONDON PACHECO DEPUTADO ESTADUAL E FEDERAL, MINISTRO DA CASA CIVIL (GOVERNO COSTA E SILVA), GOVERNADOR DE MINAS GERAIS (DÉCADA DE 60), E RESPONSÁVEL PELA VINDA DA FIAT AUTOMÓVEIS, PARA O ESTADO DE MINAS GERAIS. VIRGÍLIO GALASSI (IN MEMORIAM) VEREADOR, DEPUTADO FEDERAL, PRESIDENTE DO INCRA, RURALISTA E QUATRO VEZES PREFEITO MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA. ENTROU PARA A HISTÓRIA DO MUNICÍPIO, PELA CONSTRUÇÃO DO CONJUNTO DO PARQUE DO SABIÁ E PELA PRESERVAÇÃO DE IMENSA ÁREA DE 1.800.000 METROS QUADRADOS, INCLUINDO O ESTÁDIO JOÃO HAVELANGE, PARA CERCA DE 65.000 PESSOAS, SENDO UM DOS MAIS BELOS E MODERNOS DO BRASIL. ALFA VELLASCO DE ANDRADE (IN MEMORIAM) Mulher inigualável, exemplo de ternura, meiguice, cultura, fidelidade e princípios éticos tão difíceis de encontrá-los no mundo contemporâneo. Alfa foi tia do autor no mundo terrestre e continua como anjo protetor do outro lado da existência; ela em vida foi na infância do poeta, a responsável única pela sua introdução no amor pela literatura, música e cinema; ela foi a suprema fonte de inspiração do belo E de tudo aquilo, que perdura após a morte; ela foi e será a luz, que ilumina todos os caminhos nesta vida e em outras vidas no universo estelar de Deus; ela foi sem dúvida uma das dez mulheres mais importantes na existência do autor. Este livro, é fruto de sua ternura e amor. 3
  • 5. Poesias em Uberlândia O POETA E HISTORIADOR SIOMAR RODRIGUES DE SOUSA, PRESTA JUSTA HOMENAGEM AOS TRÊS PODERES MUNICIPAIS; EXECUTIVO, JUDICIÁRIO E LEGISLATIVO NA SEGUINTE FORMA: EXECUTIVO ODELMO LEÃO CARNEIRO – PREFEITO MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA. JUDICIÁRIO JOEMILSON DONIZETTI LOPES – DIRETOR DO FORO. LEGISLATIVO CÂMARA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA HÉLIO FERRAZ – PRESIDENTE. ADICIONALDO CARDOSO MÁRCIO NOBRE ADRIANO ZAGO MISAC LACERDA CARLITO CORDEIRO MURILO FERREIRA CÉLIO MOREIRA NORBERTO NUNES DELFINO RODRIGUES PASTOR LEANDRO DOCA MASTROIANO PROFESSOR NEIVALDO ESTEVÃO BITTAR RONALDO ALVES GILMAR PRADO VILMAR REZENDE HÉLIO FERRAZ WILLIAN ALVORADA JERÔNIMA CARLESSO WILSON PINHEIRO LIZA PRADO 5
  • 7. Poesias em Uberlândia O AUTOR POETA E HISTORIADOR SIOMAR RODRIGUES DE SOUSA, PRESTA JUSTÍSSIMA HOMENAGEM AOS NOTÁVEIS VULTOS DA HISTÓRIA DE UBERLÂNDIA, QUE ATRAVÉS DE SEUS IDEAIS CONTRIBUÍRAM, PARA O DESENVOLVIMENTO DA MAJESTOSA UBERLÂNDIA, QUE INICIOU O TERCEIRO MILÊNIO COM 700.000 HABITANTES, SENDO UMA DAS MAIS BELAS CIDADES DO BRASIL E DA AMÉRICA LATINA. VULTOS NOTÁVEIS DA HISTÓRIA (IN MEMORIAM) ÂNGELO NAGHETTINI OLÍMPIO DE FREITAS COSTA CLARIMUNDO CARNEIRO MESSIAS PEDREIRO ELIAS SIMÃO ADIB CHUERI SEME SIMÃO FERNANDO VILELA TITO TEIXEIRA OSWALDO DE OLIVEIRA NICOMEDES ALVES DOS SANTOS HOMERO SANTOS SIDNEY RODRIGUES DE SOUSA NELSON CUBERTINO EDSON GARCIA NUNES ALEXANDRINO GARCIA PRIMO CROSARA CIPRIANO DEL FÁVERO NELSON VELLASCO DE ANDRADE JÚLIO ZANATTA JOÃO NAVES DE ÁVILA JERÔNIMO ARANTES JACY DE ASSIS JOÃO EDSON DE MELLO SÉRGIO DE OLIVEIRA MARQUEZ MARIO PORTO MILTOM PORTO GRANDE OTELO MARÇAL COSTA TUBAL VILELA DA SILVA AFRÂNIO RODRIGUES DA CUNHA JOSÉ FONSECA E SILVA AUGUSTO CÉSAR GERALDO LADEIRA JUCA RIBEIRO WALTERCIDES BORGES DE SÁ TONINHO REZENDE JOSÉ GONZAGA DE FREITAS FAUSTO GONZAGA DE FREITAS SIMENE VELLASCO DE ANDRADE PERSONALIDADES ATUANTES NA HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA DILSON PEREIRA TUBAL SIQUEIRA ALAIR MARTINS LUIZ ALEXANDRE GARCIA LUIZ ALBERTO GARCIA DORIVALDO ALVES DO NACIMENTO ALDORANDO DIAS DE SOUSA ALFREDO REZENDE SÉRGIO RIBEIRO CUNHA JOÃO PEDRO GUSTIM DR. MARCO AURÉLIO MASINI DR. ALEXANDRE MAGNO NAGHETTTNI MÔNICA DEBS FÁBIO ANTÔNIO POZZI OSMAR A. M. RODRIGUES PAULO FEROLLA DA SILVA 7
  • 9. Poesias em Uberlândia PREFÁCIO “Verba volant, scripta manent”, é um antigo provérbio latino que significa: “as palavras voam, os escritos permanecem”. Quando concordei em prefaciar a obra de Siomar Rodrigues de Sousa, fi-lo com satisfação, porque percebi tratar-se de um trabalho maduro, envolvente, colocando-o na condição de figurar entre a plêiade de poetas, do passado e do presente, que enriqueceram e enriquecem até hoje a nossa fértil e bela literatura. Sóbrio em meus encômios, rígido em minhas decisões, severo em minhas conclusões, jamais concordaria em apor minha assinatura em uma obra na qual não vislumbrasse valor, elegância de estilo e conteúdo poético de primeira categoria. Plagiando Armon de Melo eu diria: “Não sou homem que apenas aponha sua assinatura em papéis e olhe as cousas por alto”. Nada disso. Sou cioso de minhas afirmações e decisões. Por isso aquiesci em prefaciar o livro de Siomar. E, de mais a mais, consciente da veracidade do provérbio que enceta a presente confirmação de aplauso e solidariedade a meu dileto amigo e destacado poeta de nossa literatura, meu nome, também, estava em jogo. Li e analisei, minuciosamente a obra de Siomar Rodrigues de Sousa e cheguei à conclusão que era o trabalho de um poeta de alto nível, de profunda sensibilidade, impregnado de emoções que porejam a cada verso de cada um de seus inúmeros poemas. Como o poeta é livre para criar, não se sujeitando a regras, leis ou princípios, Siomar, utilizando-se dessa prerrogativa, deu asas à sua imaginação e 9
  • 10. Siomar Rodrigues de Sousa abordou – com graça, riqueza de detalhes, euforia e amor – temas ufanistas, históricos, críticos, sociais, saudosistas e passionais, criando uma obra digna de figurar entre as mais destacadas de nossa literatura. Admiro Siomar. Sempre preocupado com a cultura e a evolução intelectual do Brasil, a par de suas inúmeras contribuições no campo do desenvolvimento cultural, como a fundação da Academia de Letras do Brasil Central, a fundação da Academia de Letras de Uberlândia e de muitas e muitas outras entidades nesse campo, deixou extravasar seu engenho poético, brindando-nos com inúmeras obras, coroadas, agora, com a publicação desse magnífico compêndio de poemas: “É um novo poeta que surge para integrar a constelação dos grandes escritores atuais e de antanho”. E, utilizando a metonímia, uma das muitas figuras de palavras que enriquecem nossa gramática, reafirmo com convicção, com conhecimento de causa e com muita satisfação: “Vale a pena ler SIOMAR”. Prof. Tasso de Abreu • 10 Prof. Tasso de Abreu, é autor do livro (GRAMÁTICA EXPLICATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA)
  • 11. Poesias em Uberlândia DEPOIMENTO Siomar Rodrigues de Sousa é o poeta com o maior número de obras literárias publicadas no Brasil Central. Sua produção, é diversificada: livros, vídeos, long-play’s, cd’s, posters e dvd’s. Criou estilo único na composição de poemas na América do Sul. Foi líder no Brasil Central na confecção de poemas em discos, vídeos e dvd’s. Pioneiro na formação de grupos literários no Triângulo Mineiro e região. A partir de 1960, com apenas vinte e cinco anos, formou vários partidos políticos em Uberlândia-MG, e com coragem de guerreiro, enfrentou a ditadura militar do General Humberto Castelo Branco. (Foi líder da oposição no Triângulo Mineiro - PMDB). Foi candidato a Deputado Estadual mais novo do Brasil em 1966, e lançou o candidato a Prefeito de Uberlândia Lourival Rodrigues de Sousa, com apenas 21 anos de idade, sendo o mais jovem na história política do Triângulo Mineiro. Em 1998 foi candidato a Prefeito Municipal de UberlândiaMG. O poeta teve múltiplas atividades; Escritor, empresário, historiador, funcionário público no Governo Federal, Estadual e Municipal; Político, cineasta na produção de vídeos e dvd’s com poemas, som e imagem. Sua poesia é romântica, repleta de ternura, amor e respeito ao ser humano. Nela combate os crápulas, os corruptos, que levaram a falência à sociedade brasileira. O escritor pertence a uma família de desbravadores. Seu pai, Sidney Rodrigues de Sousa, na década de 50, ajudou a construir caminhos, vilas, cidades, transportando mercadorias para Goiás e Mato Grosso. Em 1958 o poeta viajou para Mato Grosso, testemunhou o fato histórico; E verificou que os simples e antigos lugarejos, se transformaram em grandes cidades na região. Seu primo pelo lado paterno, LAURENTINO MARTINS RODRIGUES, em 1943, deu início ao povoado, que em 1953, seria 11
  • 12. Siomar Rodrigues de Sousa emancipado, transformando-se na cidade goiana de GOIANÉSIA, sendo o fundador do Município. O poeta pelo lado materno, descende da família Vellasco, que contribuiu na transformação de Goiás, antiga capital do Estado. Siomar Rodrigues de Sousa, jamais foi conservador. Sempre buscou mudanças a procura de novos valores, para o desenvolvimento do Brasil. Foi como Bartolomeu Bueno da Silva, (o Anhanguera), e Fernão Dias Paes Lemes, um Bandeirante, a procura de novos rumos na construção de um mundo novo. Combatido, amado, perseguido, sempre seguiu avante na conquista de tudo aquilo, que acreditava. Foi derrotado várias vezes na luta desproporcional, mas se erguia e seguia seu objetivo, que seria a conquista do ideal na complementação de seus sonhos. Entre vitórias e derrotas, conseguiu na somatória de tudo, um saldo positivo no desempenho cultural da nação, contribuindo de forma expressiva, para a formação cultural e cívica do povo Brasileiro. Siomar Rodrigues de Sousa nunca foi omisso nas questões sociais do Brasil. É um ser humano que jamais passou despercebido. Foi amado ou odiado, nunca esquecido. É um poeta, que certamente ficará na história literária do Brasil, pela sua poesia, pela sua liderança na construção de novos rumos, para a literatura na região Central do Brasil. Siomar Rodrigues de Sousa, nunca se esquivou nas questões sociais do Brasil, e considera a omissão um crime contra a sociedade, favorecendo sua decomposição. Sempre foi combativo, intransigente na defesa dos menos favorecidos e espoliados. Seu estilo relembra as sábios palavras de Theodoro Roosevelt, filósofo e Ex-Presidente dos Estados Unidos da América do Norte: “È muito melhor arriscar coisas grandiosas, alcançar triunfos e glorias, mesmo expondo-se à derrota, do que formar fila com os pobres de espírito, que nem gozam muito, nem sofrem muito, porque vivem nessa penumbra cinzenta, que não conhece vitória e nem derrota”. 12
  • 13. Poesias em Uberlândia O poeta fundou várias entidades culturais e a Academia de Letras, Artes e Música da América do Sul no ano de 2000 (Alamas), ainda sem atividade. Visa a fermentação cultural e política da América do Sul. Seu estatuto previa a formação da Confederação de Nações da América do Sul, com moeda única, Parlamento, semelhante à União de Estados da Europa, já com 25 países; Finalmente no ano de 2008 foi criada a UNASUL sonhada pelo autor. O poeta Siomar Rodrigues de Sousa tem um sonho, que seria a criação do Governo Mundial (A união dos Estados Confederados). Povos unidos, sem guerras, exércitos, onde todos recursos seriam aplicados para a paz e felicidade do ser humano na terra. Sua devoção por Brasília é notável, sendo que a maioria de seus títulos literários, leva o nome da nova Capital do Brasil e de seu fundador Juscelino Kubitschek de Oliveira, que em vida, nutria pelo poeta uma enorme admiração, tendo inclusive afirmado: Siomar, em sua poesia encontrei versos de profunda beleza. Siomar Rodrigues de Sousa, é um poeta de mão cheia como disse o escritor Gustavo Dourado, Presidente do Sindicato dos Escritores do Distrito Federal. Ronaldo Cagiano afirmou: Siomar Rodrigues de Sousa é um autor vocacionado, para o oficio, integrando aquela parcela de altruístas, que defendem a poesia com todas as suas armas, como um Quixote a mover o mundo, para defender a poesia. Tasso de Abreu, autor do livro “Gramática Explicativa da Língua Portuguesa” assim se expressou: A obra de Siomar vislumbra valor, elegância de estilo e conteúdo poético de primeira categoria. Bernardo Elis Fleury Curado, da Academia Brasileira de Letras assim se referiu: Siomar, velho amigo de Goiânia e Brasília, poeta e homem realizador, a estima e minha eterna admiração. O poeta e historiador Siomar Rodrigues de Sousa, foi o autor da minuta e da ação no projeto de lei que deu origem ao primeiro tombamento 13
  • 14. Siomar Rodrigues de Sousa histórico de Uberlândia (Prédio da antiga Câmara Municipal e da Prefeitura Municipal). Projeto de lei apresentado pelo vereador Ângelo Cunha Neto e sancionado pelo Prefeito e líder Virgílio Galassi, que inicialmente destinou o imóvel, PARA O MUSEU HISTÓRICO, CULTURAL E POLÍTICO DE UBERLÂNDIA) fundado pelo cientista social Siomar Rodrigues de Sousa em 1978, e oito anos após por motivos não éticos e de ciumeira, tal doação foi cancelada, através de mudança da lei e o imóvel foi destinado, para o município e recebeu o nome de MUSEU HISTÓRICO MUNICIPAL. Siomar é incomum, guerreiro, honesto, valente, transparente e sobretudo gente de bem. Ele é o poeta da nova geração de Brasileiros. A história irá conferir, é só esperar. Sua poesia é como vinho; Quanto mais velha melhor. TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA Historiador – Poeta 14
  • 15. Poesias em Uberlândia PENSAMENTOS “É melhor arriscar coisas grandiosas, alcançar triunfos e glórias, mesmo expondo-se à derrota, do que formar fila com os pobres de espírito que não gozam muito, nem sofrem muito, porque vivem nessa penumbra cinzenta, que não conhece vitória nem derrota” Theodore F. D. Roosevelt (Ex-Presidente dos Estados Unidos da América do Norte) O poeta ou o artista, que pratica a cultura no interior do Brasil, sem objetivo econômico, e é movido pelo supremo ideal na transformação do homem e do mundo, pode e deve ser considerado um arcanjo, principalmente pelo fato de que nosso planeta terra, está perdido entre o bem e o mal. Siomar Rodrigues de Sousa (Fundador da Academia de Letras do Brasil Central) UBERLÂNDIA - MG OBSERVAÇÃO IMPORTANTE PARA OS LEITORES Os poemas deste livro estão em ordem alfabética como está demonstrado no índice; Eles foram feitos nos últimos cinquenta e cinco anos, iniciados na década de 50 e nem sempre os primeiros são os melhores, devido à ordem alfabética. O autor 15
  • 16. 45 Obras Literárias 01 – 10 Poetas no Brasil Central 02 – Poemas (compacto) 03 – Poemas (compacto) 04 – Poemas (acetato) 05 – Poemas (acetato) 06 – Poemas para amar em Brasília 07 – Antologia dos poetas de Brasília 08 – Romance em Brasília 09 – Siomar e Brasília 10 – Primavera em Brasília 11 – Poemas em poster azul 12 – Poemas em poster verde 13 – Poemas em poster vermelho 14 – Poemas em poster preto 15 – Poesias de Uberlândia – partic. 16 – Poetas do Brasil (Coletânea M. Editora)) 17 – Poemas para o coração 18 – Poemas para amar 19 – Poemas para sonhar 20 – Poemas em êxtase 21 – Poetas de Uberlândia 22 – Siomar Rodrigues de Sousa 23 – Poetas do Brasil 24 – 3 poetas em família 25 – Poemas para os namorados 26 – Poetas de Brasília 27 – Siomar e Caldas Novas 28 – CTC e Caldas Novas 29 – Poetas de Uberlândia 30 – Poemas reunidos (na internet) 31 – Poemas selecionados 32 – Siomar e Brasília 33 – Poemas para o coração 34 – Poemas para amar 35 – Poemas para sonhar 36 – Poemas em êxtase 37 – Poetas de Uberlândia 38 – Siomar Rodrigues de Sousa 39 – Poetas do Brasil 40 – 3 Poetas em família 41 – Poemas para os namorados 42 – Poemas para amar a mulher brasileira 43 – Poemas reunidos (60 anos de poesia) 44 – Minha luta (História Política e Cultural) 45 – Poesias em Uberlândia 16 livro disco disco disco disco livro LP LP LP LP quadro quadro quadro quadro livro livro vídeo vídeo vídeo vídeo vídeo vídeo vídeo vídeo vídeo CD CD CD CD CD-Rom livro livro DVD DVD DVD DVD DVD DVD DVD DVD DVD livro livro livro livro 1965 1967 1967 1967 1967 1972 1972 1972 1972 1972 1978 1978 1978 1978 1986 1990 1996 1997 1997 1997 1998 1998 1998 1998 1998 2001 2001 2001 2002 2002 inédito 2002 2004 2004 2004 2004 2004 2004 2004 2004 2004 2008 inédito inédito 2009
  • 17. Poesias em Uberlândia A COMÉDIA DA VIDA Viver é se embriagar com o canto fúnebre da araponga em tarde fria. Viver é sentir no espírito a sinfonia do universo, desintegrada em ondas de música... Viver é beber nos lábios vermelhos de uma donzela, o néctar do amor. Viver é chorar em pranto junto à mãe, ao contemplar o filho morto. Viver é sofrer junto à noiva ao vê-la se despedir do grande amor, na partida para a guerra. Viver é ajudar toda a humanidade a carregar sua cruz rumo ao futuro promissor. Viver é chorar a morte de Jesus e acima de tudo compreendê-lo nos seus mistérios. 17
  • 18. Siomar Rodrigues de Sousa Viver é compadecer-se de uma noiva deixada de véu e grinalda ao pé do altar. Viver é ter a magistral ventura de ser pai e acima de tudo a suprema graça dada por Deus à mulher de reproduzir o homem à semelhança do pai que está no céu. Viver é ser perseguido injustamente por alguém e com um sorriso nos lábios saber compreendê-lo na sua ignorância e mesmo assim perdoá-lo. Viver é ter a humildade de reconhecer que todos os seres terão o mesmo fim nos planos da eternidade. Viver é admirar os movimentos dos animais e amá-los como seres destinados a consciência maior. Viver é ver a doçura de um velho a contemplar seu neto, continuação de sua vida. Viver é compreender que, após a cova de um cemitério há um mundo maior a nos esperar. 18
  • 19. Poesias em Uberlândia Viver é amar Jesus com pureza d’alma. Viver é estudar, buscando na cultura a luz do espírito. Viver é sentir o espírito bêbado de amor com a poesia esparsa das estrelas. Viver é saber amar os pais, mesmos que por eles não sejamos compreendidos. Viver é sofrer, é perdoar, é ser triste, é ser feliz, é ser infeliz, é sentir no íntimo da consciência algo de belo, que vive dentro de nós. Viver é ser solidário, mesmo quando o defensor do direito seja o prejudicado. Viver é ter o segredo de ser feliz como criança e ter a coragem de morrer como homem de bem. Viver é olhar, para estrelas em noite azul e saber o quanto somos pequenos diante de Deus. 19
  • 20. Siomar Rodrigues de Sousa Viver é ter o coração cheio de amor e comungá-lo com a fêmea na hóstia da fraternidade. 20
  • 21. Poesias em Uberlândia A CONQUISTA DA LUA De repente, tudo se tornou secundário no turbulento mundo da notícia... Vietnam... Oriente Médio... Europa... Ásia. De repente, como sonho profético a rotina da inversão dos valores cai como castelo de cartas no jogo da sobrevivência da vida, e o macho faz a reversão dos valores; Qual luta medieval, o espírito vence a matéria, a consciência vence a inconsciência, a razão vence a injustiça, a lógica vence a adversidade. O homem luta. O ser venceu... o espírito venceu... a justiça venceu... a humanidade venceu... a história venceu, o presente venceu o passado, libertando-o da prisão da terra, para a consciência maior na conquista do espaço-tempo. A comunidade vibra com turbilhões de manchetes jornalísticas na sensacional notícia... o homem se libertou e desce noutra esfera pela vez primeira, desde o primata da caverna até Cristian Barnard... ele venceu obstáculos. 21
  • 22. Siomar Rodrigues de Sousa E, após milênios de luta, se desprendeu da prisão terrestre, se elevou qual pássaro no espaço, transpondo a barreira da gravitação, a inteligência venceu, se projetando para o desconhecido das brancas estrelas do universo... luta, sangue na história, o homem luta, o homem mata, o homem vence, o homem cura, o homem sobrevive. É Cristóvão Colombo, descobrindo a América como argonauta herói, se projetando na história, qual meteoro perdido no vazio espaço tempo, libertando consciências, para o ideal maior, para sua integração com Deus universal, ajudando-o como diplomata Embaixador, dirigindo outros continentes, filiais minguantes de um modo maior... o universo. Neil Amstrong, novo Cristóvão Colombo do século XX, novo Fernão de Magalhães navegando noutros mares desconhecidos, liberando novos horizontes, conquistando novas terras no espaço sideral, onde o varão plantará uma nova ordem universal... é a libertação, é a batalha pela sobrevivência, é o futuro, que convoca para a luta, para o desenvolvimento, é Sócrates gritando do túmulo, avante... avante... avante... humanidade aflita... é Hipocrates avante... avante... avante... na escalada da luta e do trabalho edificante; É a libertação. É a sociedade, procurando Deus nos braços da eternidade, é Deus, procurando o homem no infinito. É Buda, é Jesus, é Allan Kardek, é Maomé, é Diderot, é Lavoisier, 22
  • 23. Poesias em Uberlândia é Roberto Fleming, é Galileu Galilei, é Luiz Pasteur, é Giordano Bruno, é Albert Einstein, é Santos Dumont, pulando no túmulo, avante... avante... avante, humanidade conturbada. É a vida, que brada do túmulo, são vozes do além, são mortos, que voltam, ressuscitam na conquista, são espíritos redivivos na História, é a libertação, é a libertação, são defuntos a gritarem no sepulcro... avante... avante... vai homem, integrar no fundo do espaço tua consciência com Deus, que te espera na libertação da terra para, juntos, viajarem para o eterno do cosmo em lua de mel de esperança. 23
  • 24. Siomar Rodrigues de Sousa A CONQUISTA DO AMOR Querida, quis um dia, no entardecer da existência em festa consumida, amar-te no amor primeiro... quis ofertar-te o melhor de meu coração e, em bandeja de prata inox, ofertar-te um buquê de rosas vermelhas, temperadas com o DNA de minhas moléculas milenares, com lágrimas salgadas de meus olhos cansados nos trilheiros deste mundo louco. Quero no caminhar de meus sonhos, de meus ideais, no iniciar de um novo milênio, dizer-te, que a discórdia, a impessoalidade, a competição, que destroem devem ser demolidas e não a solidariedade das almas sacrossantas, porque o ódio, a obsessão, que ferem, matam e não a ternura dos ideais puros, usada na construção de um mundo novo, onde o homem não seja o bicho destruidor do próprio homem. Querida, por que pugnar pelo nada, que não constrói, por que minha destruição, se meu único desejo é amar-te no amor primeiro e dar-te minha experiência, meus sonhos curtidos no êxtase em noite enluarada... quis dar-te minh´alma embriagada pela quietude da noite, pela sinfonia magistral das estrelas, onde antevejo Deus no DNA e na magnitude do Universo composto de tudo aquilo que existe no microcosmo de meu corpo formado de átomos, elétrons, e da poeira cósmica, que existe na vastidão estelar 24
  • 25. Poesias em Uberlândia do infinito, no silêncio do cosmo, na força gravitacional, que rege a organização fantástica do desconhecido. Querida, queres minha submissão, eu recuso a escravidão do pensamento, deploro trevas da Idade Média, porque penso que cidadania passa, em primeira instância, pela dignidade do ser, pelos princípios do coletivo Direito; Por isso luto e, na luta justa, sou guerreiro, sou gigante; Meu combustível, meu moto contínuo de energia é a lembrança de meu irmão mendigo, maltrapilho, faminto, que come na lata do lixo e que dorme sob viadutos na noite fria; Por tudo isso luto e minha voz é a voz e o grito daqueles que não têm o direito sequer de protestar pela exclusão social. Minha voz simboliza a luta de milhares de guerreiros, que sucumbiram na história da humanidade, em prol de um orbe solidário, onde o homem não seja o bicho do próprio homem. Querida, por que tu queres minha destruição, por que o ódio, se venho ajoelhado à teus pés, entregar-te um buquê de rosas vermelhas, e dar-te a bandeira branca da paz, do amor, da poesia, oriunda das brancas estrelas do infinito, que, qual criança travessa vaga pela relatividade do espaço tempo de Albert Einstein. 25
  • 26. Siomar Rodrigues de Sousa Quero pedir-te perdão por tudo e por nada!... Pedir-te perdão pelo meu amor não correspondido, pelo meu ideal solidário na construção de uma Brasília cultural, fecundada pela determinação incontida de um JK... e quero perdoar-te, também, pelos seus erros infantis, porque tu foste contaminada, pelos vírus da discórdia condicionada, embutida na roda da história, onde o homem destruiu o próprio homem na luta satânica, maquiavélica do viver diário, igualando-se ao animal irracional, só para sobreviver e sobreviver para quê, se tudo termina na laje fria, na solidão dos campanários, na decomposição dos corpos, na morte das vaidades, das ilusões, nas profundezas da terra. Querida, tu queres minha morte simbólica, minha cabeça, minha punição pelo pecado não cometido e por isso lutarei qual guerreiro da história, em legítima defesa da honra, da dignidade de terceiros, de velhos, mendigos, crianças sem teto, cujo último almoço foi ontem na lata de lixo, e, depois de tudo terminado, seguirei pelas vielas do mundo, pelos trilheiros coloridos ou não, pelas encruzilhadas dos caminhos pelos desertos secos no coração da humanidade. Cansado, duas lágrimas de ternura sulcam minha face envelhecida pelos anos, pelas lutas, meus olhos contemplam verdes campinas em festa, onde o bem-te-vi reflete Deus, os pássaros gorjeiam a sinfonia da natureza e os namorados se beijam à sombra fresca dos laranjais e aí eu pergunto, para que e por que entre tapas e beijos no amor sepultado. 26
  • 27. Poesias em Uberlândia A DONZELA Mércia, são vinte e quatro horas da noite festiva, sombria E aí te procuro na minh’alma, repleta de alegria; R-ecordo tua face rósea, floreada com néctar e meiguice C-om a qual sonho desde os primeiros tempos da meninice I-nda mesmo até os cálidos dias da atualidade. A-mém, amém, glória, virgem santíssima, pela felicidade. A-lma meiga, santa, gentil, evoluída e bondosa, R-ecordo-me de teu belo sorriso, de tua imagem formosa, A-té mesmo neste momento em que baila no céu a hora tardia, U-m hino de louvor, hosanas de alegria, J-ustos cânticos repletos de mil penhores, O-nde os dedico à angélica princesa dos meus sonhos. A-gora sim quero, extasiado, dizer-te ao ouvido baixinho, M-archemos unidos, lutemos no recíproco carinho A-nte Deus e a vida, comungando noss’alma em harmonia... R-ecordando-te sempre, querida, daquele que te fez A-lguns poemas de supremo êxtase; L-indos versos de amor na noite fria. 27
  • 28. Siomar Rodrigues de Sousa A DOR E A POESIA Coisa estranha a vida!... quando estou feliz, vibrando com tudo, sou vazio, sem poesia, para cantar belezas do mundo em que vivo, na lógica de todas coisas do meio ambiente. Por que, ó Deus, que o verão não traz música, somente dor, esmagando o peito em sons multiformes?... Por que não música para meu coração, antena do espírito sensível à luz da natureza... por que só a amargura possui melodia na minha sinfonia matinal?... Ó Jesus, creio que o martírio é filtro purificador na ascensão, para o céu, para tudo aquilo que é superior. Ó tristeza do planeta adverso, se tu és sonho, se tu és beleza no canto do universo, vem reviver em mim, no corpo e n’alma, para juntos cantarmos na forma do poema as contradições do existir. 28
  • 29. Poesias em Uberlândia A FORMIGA E O HOMEM Bendita sejas tu, formiga, que no teatro homérico do universo planetário representas a orgânica interpretação da vida de tua espécie na evolução biológica. Pequeno organismo celular na mecânica do viver, na luta gigante pela sobrevivência física de teu corpo, tu lutas, tu edificas o futuro de tua organização. Bendita sejas tu, minha irmã formiga, na luta no picadeiro da existência. Amo tua humildade, amo teus movimentos, amo teu trabalho edificante, amo tua sociedade comunitária, amo tua fraternidade. Tu, minha bem amada formiga, irmã dos átomos de meu corpo. Amo-te; Tu és superior ao homem em sentidos diversos, tu és superior no equilíbrio social, tu és fraterna com teus irmãos de espécie, tu não constróis armas para destruir teus irmãos; Tu não constróis bombas atômicas, para destruir teu próximo; Teu sistema social é comunitário e tu trabalhas para o bem comum. 29
  • 30. Siomar Rodrigues de Sousa A HERANÇA DO HOMEM Ó louca humanidade que sobreviveu a séculos e séculos continuando com o espírito na fossa, no lamaçal da ignorância, da imperfeição. Tu, ó pobre, ó louca humanidade, tu na noite dos milênios despertaste no instinto do primata a chama da consciência no principiar de novas eras do passado. Tu que venceste a articulação da palavra, instituindo a comunicação entre tua sociedade de primatas e estabelecendo a lógica social das leis comunitárias do homem. Tu, ó pobre humanidade, que no despertar da humana consciência, luz de todos os caminhos do futuro, força criadora da mecânica da história; Tu, ó louca sociedade, tu que criaste a roda, para servir a comunidade e descobriste a pólvora, para destruir a mesma sociedade do macho em perpétua evolução. Ó louca humanidade, tu que fizeste a imprensa, para divulgar tua obra e tu que inventaste a inquisição, para queimar grandes sábios, estrutura de tudo, que é forte na base da tua civilização. 30
  • 31. Poesias em Uberlândia A LUTA DO HOMEM Senhor, como é belo o trabalho do varão, na luta da sobrevivência do existir!... Como são contraditórias humanas leis de causa e efeito, regendo a orquestra da vida!... Senhor, como é filosófico sofrer na caminhada da existência, com um sorriso nos lábios na compreensão superior, sabendo que Deus na alta expressão de sabedoria, colocou o homem na lei da natureza, para, na suprema luta do viver, se encontrar evoluindo!... 31
  • 32. Siomar Rodrigues de Sousa A NATUREZA DE DEUS Eu sou a humanidade que habita choupanas de barro e pau-a-pique. Eu sou a caridade vestida de branco, que ronda hospitais, confortando, curando sofredores, aflitos. Eu sou o amor que desce sobre penitenciárias, levando fraternidade para todos aqueles que vivem na contravenção penal. Eu sou o perdão que paira sobre campos de batalhas, levando amor para soldados impenitentes. Eu sou a brandura de coração, para os que retornam do pecado. Eu sou o alimento que habita o estômago do pobre na fome secular. Eu sou o sol que surge na manhã sonora, levando calor para homens, na construção do porvir. 32
  • 33. Poesias em Uberlândia Eu sou a lua que, ao anoitecer, traz ternura aos namorados e poetas, na melodia do belo e perfeito. Eu sou a bondade que assiste pequenos infantes, nascendo no mundo-escola, jardim da infância, para espíritos em contínua evolução. Eu sou as estrelas, que brilham no espaço azul de milhões de corpos desconhecidos. Eu sou ternura, amor, caridade, fraternidade, renúncia, perdão, meu nome é Deus. 33
  • 34. Siomar Rodrigues de Sousa A NOIVA E O POETA A igreja quieta, úmida e fria,ornamentada de “rosas vermelhas”, ao fundo, aos pés do altar de CRISTO o poeta chora a soluçar. Cabisbaixo e ajoelhado, reza e no rosto duas lágrimas de sangue a brilhar. Lábios trêmulos, exclama: Senhor, ó Jesus, ó cordeiro da Galiléia, venho entregar-te os versos meus, porque a doce amada, música de minha alma, partirá para sempre com outro homem, um desconhecido nos sacrossantos laços da união matrimonial. Adeus, Senhor, aqui estão meus poemas, carbonos de meu ser hiper-sensível, lírios, flores, perfumes de meu espírito, porque, partirei para a eternidade do tempo pelo caminho curto do portal do suicídio. Louco, desvairado, o poeta caminha, para o altar da Virgem Maria e de joelhos cai aos seus pés. Nisso os sinos tocam, ouve-se a marcha nupcial. 34
  • 35. Poesias em Uberlândia De repente... Ei-la, que surge de véu e grinalda, toda vestida de branco, altiva e bela. Garbosa e sorridente, de passos compassados, ao som da marcha nupcial, sob os olhares dos convivas, a noiva entra na igreja ao lado de outro, seu noivo. No fundo, ajoelhado, o poeta chora lágrimas de tortura vertidas pelas armadilhas da vida e no seu canto perene de morte, se dirige à Virgem Maria, mãe de Jesus. Ó Virgem, não permitas, que ela parta com outro e que se vá para tão longe dos lábios meus, que, outrora, foram a ilusão de meus beijos. Perdoa-me ó santa, errei ao abandoná-la ao léu do desprezo e da amargura e hoje, arrependido, venho suplicar a ajuda tua e prometo ser o melhor dos homens e encher os dias de meu anjo de crianças, lírios, flores, perfumes, de amor, de carinho, de felicidade e juro criar os filhos nossos, para a tua divina glória imortal. Nisso o padre já velho e grisalho pergunta ao noivo RICARDO CASTELO BRANCO, aceitas como legítima esposa tua a senhorita CRISTINA PINHEIRO?... 35
  • 36. Siomar Rodrigues de Sousa o noivo, serenamente, disse: S I M !... e o padre pergunta afinal: CRISTINA PINHEIRO?... aceitas como legítimo esposo teu, RICARDO CASTELO BRANCO?... Ouve-se um breve silêncio na igreja! CRISTINA VACILA, CRISTINA HESITA, trêmula e branca a desmaiar, volta os verdes olhos seus, para o altar da Virgem-Maria e contempla o poeta de joelhos a chorar tranqüilamente aos pés da mãe do Nazareno. A noiva, de véu e grinalda, comovida com duas pérolas verdes, cheias de lágrimas, abandona o noivo ao pé do altar e corre pela igreja, cheia de flores ao encontro do verdadeiro amor, príncipe de suas ilusões e rei supremo da catedral de seu coração de moça. O padre e os convivas em pânico, aturdidos com o inesperado abandonam o recinto. A igreja, quieta, úmida e fria, ornamentada de “rosas vermelhas”... ao fundo, ajoelhados aos pés da Virgem choram e beijam comovidos, A NOIVA E O POETA. 36
  • 37. Poesias em Uberlândia A ROSA E O POETA Cristina, rosa vermelha no trilheiro de meu destino. Venho nos trágicos segundos, na vida conturbada de moço idealista, ofertar-te um poema de sangue, que brotou no oceano de meus sentimentos e na floresta do incompreendido coração, que palpita em meu peito. Leva-o, minha santa, pela vida afora, como símbolo do sentimento encontrado no curso da existência. Cristina, meu amor, estes versos são um buquê de rosas vermelhas colhidas entre os espinhos da alma, onde outrora habitou a flor da paixão, martirizada pela dor da ingratidão. Cristina, rosa vermelha no trilheiro de meu destino. Fui buscar este poema nas cavernas do ser, onde outrora existiu a chama do ideal e, no presente, a moradia da renúncia. Sofro, mas sou feliz, porque na minha consciência 37
  • 38. Siomar Rodrigues de Sousa existe uma compreensão ilimitada das cousas, do mundo e porque, também, a dor, o sofrimento são causas e efeitos, que funcionam em torno da evolução do espírito, caminho de Deus. Cristina, rosa vermelha no trilheiro de meu destino. Estes versos são flores, orquídeas, lírios, para os verdes olhos teus, em troca das lágrimas de dor, que estas pérolas verteram pelo sofrimento de teu humilde poeta. Adeus, rosa vermelha de meu destino. Partirei para sempre de tua imagem, irei correr continentes, ver outros povos, amar outras paisagens e terras diferentes, mas saibas, que no futuro tua figura será a rosa vermelha, que habitará entre os espinhos de meu coração solitário. 38
  • 39. Poesias em Uberlândia ACRÓSTICO À TEUS OLHOS Â-ngela, antes, porém, gostaria d’ofertar N-os pequenos versos feitos por Siomar, G-entis, que sempre levarão os amores E-que te farão desabrochar, como flores L-indos sorrisos recheados de saudades A-os dias de infinitas felicidades. M-aria! Oh Maria! Cessai todo o universo A-ntes, para que eu deseje no meu verso R-ios de felicidades à cândida alma I-nda mesmo, que todo o mundo me aplauda A-s versificações, que dos céus me veio. P-ereira é o sobrenome d’estudante E-que nos versos do poeta cantante R-imarei tuas qualidades no verso E-as proclamarei aos ventos e ao universo I-nda que tenha no meu nome e sobrenome R-ios de letras, que compõem o teu nome A-gora desejo-te eternas felicidades. 39
  • 40. Siomar Rodrigues de Sousa ADEUS À INFÂNCIA Estou triste, porque não mais existe aquele amor, cheio de ardor, que tive por você. Estou deprimido, porque findou o sonho de minha meninice, repleta de meiguice, de contos, ternuras, travessuras, que apreciava e tanto amava. Adeus infância minha, tinha por sua imagem um afeto, que levarei pela vida sempre em minha mente, sua recordação querida. 40
  • 41. Poesias em Uberlândia ALBC E JK Uberlândia... Capital da cultura, sede da Academia de Letras do Brasil Central, escola de civismo, de amor, ao Brasil. Uberlândia, Capital regional, sede da Academia de Letras do Brasil Central, segunda do Brasil em área geográfica, líder no Triângulo Mineiro, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul; Patrono o imortal criador de Brasília... Juscelino Kubitschek de Oliveira. 41
  • 42. Siomar Rodrigues de Sousa AMOR E BEIJOS Meu lindo amor, como é bom, sublime e melodioso pensar em tua figura em ondas de amor, dispersas no espaço, sintonizando meu espírito, que só pensa em tua imagem, vivendo, dia e noite, em recordação melódica de ternura e carinho. Amo tua voz, teus olhos, tua boca vermelha em flor, onde meu ser, disfarçado em andorinha, retorna a teus doces lábios, para roubar beijos quentes. 42
  • 43. Poesias em Uberlândia AMOR E RENÚNCIA Cristina, se tu soubesses o carinho supremo que tenho por teus olhos do tamanho do universo estrelado, tu irias melhor compreender a força potente que reina na catedral de meu ser, que tu não compreendes e nada fazes para compreender; Se tu, amor, pudesses n’um relance mágico no tempo e espaço assimilar a grandeza de meus sentimentos e a profundidade de meu ser, que só Deus sabe entender na luz da lógica e da razão, então tu irias certamente notar que, no jardim de meu coração errante, teria um lugar, para que tu pudesses repousar tua cabeça linda, onde um dia, quem sabe, a luz da humanidade possa habitar; Se tu soubesses, que na catedral florida de meu ser, um desejo supremo de amar-te, de encaminhar-te rumo à florida mansão do futuro, onde habita a ventura e felicidade dos gênios e eleitos. Cristina, sei que teu espírito não pode ainda compreender a essência luminosa de tudo aquilo que existe dentro de mim mesmo, porque se um dia, ao cair de uma tarde morena, o gênio do universo viesse de mansinho a teus ouvidos num sussurro te dizer, Cristina, ele será o universo de teu mundo, a luz, o farol guia de teus passos na terra, creio então, que tu poderias saber tudo aquilo que no meu peito encerra, na santa devoção da renúncia, do perdão. 43
  • 44. Siomar Rodrigues de Sousa Cristina, no supremo momento do clarão da felicidade, tu só tu com duas lágrimas, apenas duas lágrimas em tua face linda, poderias dizer, querido eu te amo tanto, eu te adoro tanto e tu, para todo o sempre, serás o farol, a luz brilhante no caminho florido de minha existência, querida. 44
  • 45. Poesias em Uberlândia AMOR, SOMENTE O AMOR Amor, só tu, amor, tens o direito supremo de penetrar no jardim florido de meu peito, em loucos delírios, e viver, para sempre, no reino encantado da poesia. Só tu, amor, que desces em longas espirais das brancas estrelas do infinito em ondas de energia, luz e paz, és capaz de estraçalhar fibras e moléculas de meu coração, em preces de devoção e renúncia, em cântico dos cânticos na sinfônica natureza em noite enluarada. Só tu, amor, jorrando dos olhos verdes da mulher amada, tens o poder real e sacrossanto de levar lágrimas virgens a meus olhos tristes, fiel escravo da mãe natureza, no seu mais puro êxtase. Só tu, amor, só tu e ninguém mais, na comédia do mundo, és capaz de transformar meu espírito de mendigo a Rei e de Rei a mendigo, de transformar em meu peito o triste no belo e o belo no triste, na lógica reação da mais sublime e terna emoção, o amor. Só tu, amor, só tu conseguiste a unificação do homem na terra azul, só tu foste capaz de mover a roda da história de encontro ao futuro, só tu foste o fecundador do espírito de Deus, antena de luz e paz, ternura d’alma. 45
  • 46. Siomar Rodrigues de Sousa Só tu, amor, foste o dínamo propulsor do gênio de meu viver; Se vivo é só na louca esperança de um dia poder encontrar-te, em êxtase, na fascinação que produz os lábios vermelhos da loura virgem de olhos azul-atlântico. Só tu, amor, unificaste o universo e na tua forçagravitacional giram todas as brancas estrelas do infinito. Tu foste para mim, amor, a beleza, o ideal perfeito, o anjo bom de brancas asas que, descendo do céu azul foste capaz de arrebentar fibras de meu peito solitário em loucos suspiros de renúncia e perdão. Só tu, amor, só tu nascerás pela manhã numa canção de luz e paz, sob o gorjeio sinfônico da passarada em festa e renascerás triunfante na solidão da madrugada. Só tu, amor, só tu e ninguém mais foste tanto para mim, quando procurando te encontrei no gorjear do sabiá, em tardes douradas, embriagando-me na tua doce sinfonia; foste o tudo e o nada, quando buscando-te não te encontrei na solidão das noites frias e sem luar. Eu te amo, amor, tu que és ondas de energia e luz, porque eu e tu somos gêmeos, somos unidade em espírito e carne, na luz infinita e imortal do universo, 46
  • 47. Poesias em Uberlândia que borda em mil sonhos a força potente e dinâmica de minh’alma pioneira... foste tu, amor, só tu, amor, que habitas o sorriso infantil das rosadas crianças infantes do futuro, que amo acima de todos os altares, na catedral florida de meus sonhos, perdidos na amplidão do firmamento eterno. Foste tu, amor, que germinaste o galopar do vento errante, que corre qual louco corcel pelas verdes campinas em festa. Foste tu, amor, que ao cair das tardes morenas, sob o gorjear da triste araponga, vai levar de mansinho o teu doce beijo às flores silvestres nos jardins coloridos da serra. Foste tu, amor, só tu, amor, que fecundaste a natureza, criando vida, multiplicando existência, gerando o presente, o passado e o futuro; Só tu, amor, só tu que nas louras primaveras foste capaz de fecundar verdes campos em flor com teu hálito divino; Só tu borda em mil contrastes a sublimidade dos verdes bosques e tornas o chão salpicado de mil cores, folhas mortas, vermelhas e amarelas, que caem das árvores frondosas no jardim da existência, fonte de todo amor da vida, germe de tudo e do nada; Só tu, amor, no calor de tua humildade levas o fogo da felicidade a todos aqueles que, em tardes musicadas, sob o gorjear da passarada, se querem, se abraçam, se beijam, incendiando o espírito, à sombra fresca dos laranjais. 47
  • 48. Siomar Rodrigues de Sousa Só tu, amor, só tu irás acompanhar-me ao derradeiro abrigo em túmulo frio, onde eu e tu, na unidade da essência universal, fecundaremos com o germe de nosso ser estrelas solitárias na eternidade do infinito, gerando mil sóis a iluminarem o universo de Deus. 48
  • 49. Poesias em Uberlândia BOM DIA MEU IRMÃO SOL Bom dia, meu irmão sol, entra a casa é tua, vem trazer teus raios, para aquecer o peito aturdido pelas intempéries da existência, neste planeta giratório preso na gravitação das leis da mecânica celeste, de outros astros no concerto sinfônico, na infinidade das galáxias perdidas no céu azul de meu Brasil brasileiro. Bom dia, amigo sol, obrigado por despertar-me o coração de pai, preocupado com o destino do filho, do poeta, do garotão, que vende o sacrifício, o suor do próprio rosto, para levar a bandeira de Hipócrates, da medicina, na cura, para o corpo e espírito. Bom dia, amigo sol, entra a casa é tua, vem trazer tua energia, tuas vibrações na desintegração de todos os átomos; Vem lembrar-me do filho Marco Aurélio, elétrons de meus elétrons, química de minha química, biologia, e genética de minha genética. Bom dia, meu irmão sol, entra a casa é tua, vem dizer-me ao pé do ouvido e às cavernas do cérebro, o quão somos pequenos, infelizes nesta terra de vales e campinas verdes no gorjear de todos os pássaros, no murmurar dos prados e das verdes campinas em festa. 49
  • 50. Siomar Rodrigues de Sousa Bom dia, amigo sol, entra a casa é tua, vá vibrar tua força no íntimo do filho Marco Aurélio; Que a mística de Hipócrates o convoque, para a cura de todos leprosos da alma, infectos do corpo, carro transitório na locomoção do espírito, rumo a outras pátrias perdidas na vastidão de outros sóis, nebulosas, galáxias, buracos negros, sistemas solares, na engenharia mecânica, na força gravitacional, deste mundão de Deus, com trilhões de astros, querendo, invadir a catedral de meu íntimo, para dizer-me: tranqüilize-se, poeta, médium de Deus, teu filho, Marco Aurélio, terá em Hipócrates a bandeira da cura, a missão de extirpar a doença imbecil dos consumistas da matéria perecível, que iludem corações incautos na floresta da existência. Bom dia, amigo sol, entra a casa é tua, vem fazer-me companhia, neste domingo tranqüilo, onde a poesia entra bêbada, e espontânea pela porta da sala trazendo bálsamo, para cicatrizar feridas deste mundo louco. 50
  • 51. Poesias em Uberlândia BRASÍLIA, SONHO E REALIDADE Brasília, passado sonho dos nacionais, paraíso, embora nunca dantes imaginado, desperta agora em concreto inaugurado, através da audácia e coragem finais. Sonho do passado, embora não edificado em sua época, mas no momento realizaram sublime obra, que tanto sublimaram, agora pronta e inaugurada. Em pleno coração do gigante fizeram, grande capital moderna, planejada com tanta beleza e técnica edificada. Brasília!... glorioso será teu futuro, que após tanto desejo, luta e sangue, tu nasceste bela no centro do Brasil. 51
  • 52. Siomar Rodrigues de Sousa CAMINHANDO NA CHUVA Como fantasma de mim mesmo, caminho pela chuva, levando dentro d’alma moça a descrença de um orbe de guerra, onde a sociedade procura sua sobrevivência a custa dos mais tenebrosos crimes, camuflados sob a capa do poder, força política protetora dos cruentos delitos contra a lógica, o espírito, e sobretudo contra heróis, bravos guerreiros construtores do futuro promissor. Caminhando como fantasma de mim mesmo, sob a chuva, que molha meus cabelos revoltos, testemunhas de que passei pelo viver entre lágrimas, sorrisos, prantos. Caminhando sob a chuva, com a enxurrada rolando pela calçada molhada, com pés cansados de percorrer veredas intermináveis da vida, que nasce, cresce, morre pois tudo se decompõe, nesta paragem onde impera hipocrisia de almas em vias de cósmico resgate. Ó orbe onde a lei maior é força do dinheiro, onde beleza, é privilégio de poucos que, embora sendo minoria, levam na arrancada homérica, bilhões de seres, para evolução cósmica em direção a Deus e a um mundo melhor. Caminhando, contemplando o céu sem estrelas, em tempo de bomba e guerra; Caminhando sempre sob a água, molhando os cabelos, volto o pensamento para os animais, primos da solidão, que, embora gigantes em seu trabalho são esmagados pelo líquido, 52
  • 53. Poesias em Uberlândia que traz felicidade a uns e desgraça a outros, como tu, minha formiga amada; Irmã querida de infortúnio no espaço grande, complicado demais, para nossa insignificância perante o desconhecido. Caminhando na chuva com a cabeça baixa, contemplando a terra palco da humana fauna, onde o varão evolui tal qual bichos na selva da existência, lutando sempre na campanha do existir. Ó Redentor, que tremenda regra, que dá origem a todas misérias e desgraças que existem na terra azul... mas, ó Deus, que estás n’outros hemisférios distantes de nós, sabemos, que esta lei na qual gravitamos em órbita, sem podermos sair, por enquanto é a mesma que rege nossos movimentos perante caminhadas do resgate; Não foi por isso, Senhor, que teu rebento disse na Galiléia, que todos teriam que pecar, mas ai daquele que peca; Deus, ó pai, tu és sábio demais; Até parece que tua inteligência existe há trilhões de anos acima de nós e que tu conheces perfeitamente a história de outros planetas, que são similares em todas as galáxias em que haja atividade e que giram gravitacionalmente como perdidas na escuridão do sobrenatural... tu, meu pai, tu és perito demais para seres pequenos como nós, que ainda vivem na pré-infância da razão de tudo. Tu és erudito, humilde, para esta pobre humanidade, que ainda está no jardim da infância do juízo, dos movimentos, diretrizes de tudo que foi criado; Tu és tão lúcido que colocaste ação em tudo e existe até quem diz que matéria é energia condensada, é ser pré-pensante, que micro-cosmo é fotografia pequena do macro-cosmo onde tu vives e onde tu governas todos nós. 53
  • 54. Siomar Rodrigues de Sousa Ó como é grande tudo isso, Altíssimo; como somos formigas diante da criação; Tu, meu pai, és tão poderoso que tudo obedece regras semelhantes, tanto na física, como na química onde princípios e fins da evolução do macho são idênticos em tudo e por isso é que Cristo já dizia como testemunho de acontecimentos em outros hemisférios!... Tudo terá, que acontecer mas ai daquele por quem acontecer; Ó Deus, que sabedoria infinita, que longo caminho teus descendentes, perante o destino, terão que palmilhar, passo a passo, entre lágrimas, sorrisos, caindo em quedas sucessivas, com a cruz nos ombros, levantando, tornando a cair com o peso do pecado, mas levando sempre tua cruz em direção do amanhã, para um dia poderes redimi-los do pecado contra teu próprio sentimento. Tu és tão vivo, Redentor, que colocaste em tudo e em todos os cérebros o castigo para atos que são impróprios a normas sacrossantas da fraternidade, onde todos aqueles que infringem teus ensinamentos, são, automaticamente, punidos pelo próprio eu; Ó pai, como tu pensaste em tudo e bolaste tão bem as coisas, que, na somatória de tudo dá tão certinho, acontecendo como tu planejaste; Só mesmo um espírito evoluído em milênios de anos luz seria capaz de tanta perfeição. 54
  • 55. Poesias em Uberlândia CANÇÃO À UM HERÓI Meu querido pai, tu morreste para sempre, para todo o sempre, deixando na terra teus restos mortais, como símbolo de tudo aquilo que tu foste no mundo dos vivos. Pai, lembro-me quando infante, no palco iluminado da vida, tu sorrindo para mim, sempre no teu otimismo de gigante, dizia-me: avante filho, fé no futuro redentor dos grandes sábios; Tu, pai, ao lembrar-me de ti, meus olhos se enchem de lágrimas, que escorrem pela minha face, que é tua face; Tu te lembras, pai como todos diziam que eu parecia com tua imagem real de homem, firme nos propósitos, de decisões firmes; Ó pai, tu te lembras quando pequenino ainda, no desejo de ter exemplo em tua imagem, eu te dizia: minha barba já está nascendo, ela já está ficando do tamanho do ilimitado que é macro, e que é micro na vida de todos nós; Pai, tu foste humilde, é bem verdade, todos sabem disto, mas todos sabem, também, que tu foste um Napoleão Bonaparte iletrado, mas grande como o herói da história universal; Tu foste um misto de Sócrates, de César, de Marco Aurélio, de Alexandre Magno; Tua inteligência lúcida, como o próprio infinito, era, foi e será para todo o sempre a estrela guia para teus filhos, que vivem neste planeta de loucos incompreendidos na selva feroz da vida. 55
  • 56. Siomar Rodrigues de Sousa Tu, na tua grandeza de ser verdadeiro, ofuscaste com tua luz a fraca luz de teus filhos; Tuas virtudes, do tamanho do universo, serão para todos teus filhos um exemplo vivo de amor e carinho nos caminhos da vida; O mundo passa, pai, os dias, os meses passarão, mas tu não passarás; Tu serás sempre o exemplo real solidário no orbe... oh! porque amamos muito mais, quando perdemos o objeto do amor, que mistérios é a vida, digo isto, pai, porque hoje todos nós, símbolos de teu DNA, sentimos tua falta protetora; Às vezes, pai, penso ser um gigante como tu, mas ó insensatez, ó doce vaidade de parecer-me com o impossível, de ter as virtudes do sacrossanto dentro de mim mesmo. Tu, meu querido pai, morreste para todo o sempre no circo louco dos vivos, deixando na terra restos mortais, como símbolo de tudo aquilo que tu foste e que tu amaste acima de todos os altares; Tu, morreste no físico, é bem verdade, mas tu continuarás vivendo no íntimo de teus filhos... os átomos, as moléculas de teu corpo continuarão a existir no carro de nossa alma, até o dia fatal de nossa existência; Tu, na realidade, não morreste, porque tu e nós somos uma única imagem, somos vários, mas somos unos na gravitação contínua de nossos espíritos. Tu, morreste, pai, e um dia também partirei para o outro lado do viver, como a árvore que, após dar seus frutos, morre e deixa de existir; Tu morreste e eu também morrerei e então nós dois do outro lado da vida, de mãos dadas correremos o universo estrelado de Deus, cantando glórias da reencarnação. 56
  • 57. Poesias em Uberlândia CÂNTICO DA MORTE Deus, ó divino mestre incompreendido, venho após longa caminhada pelas estradas da vida, entregar-te o espírito, o corpo de carne, feitos a tua imagem perfeita, que saíram de tuas mãos imaculadas. Senhor, há milhares de anos, que meu ser vaga nas trevas da amargura, da ignorância, onde viveu, amou, sofreu, padeceu nas duras jornadas, pisando espinhos na humilhação, no sofrimento e hoje, após séculos de desespero, venho entregar-te meu espírito, que consegue fazer poesia, enquanto homens se matam no Vietnã como feras loucas, famintas. Ó Onipotente, vaguei pelos milênios em todos caminhos; Sofri, fiz com que outros sofressem, fui realista, pessimista, otimista, mas agora volto aos braços teus perfeitos e sensatos; Retorno como na antiga parábola à casa paterna, para suplicar de joelhos perdão ao pai da terra e do céu, pela loucura que, outrora, habitou meu íntimo. Senhor, em pranto no choro convulsivo, entrego-te meu íntimo às tuas mãos sagradas. 57
  • 58. Siomar Rodrigues de Sousa Deus, aqui está meu ser no pensamento unificado, este diamante impuro, que será lapidado no filtro das provações, mas que um dia, após a purificação, cintilará junto às brancas estrelas do céu. 58
  • 59. Poesias em Uberlândia CANTO À FORMIGA Eu te amo, minha irmã pequena formiga, que andas entre verdes folhagens do jardim; Humilde no teu tamanho, tão vigorosa no teu trabalho, que desempenhas em gestos arquitetônicos. Eu te amo, minha pequena formiga, que entre outras formigas vivem em paz na verdadeira comunidade de trabalho, edificando o bem comum. 59
  • 60. Siomar Rodrigues de Sousa CANTO À INFÂNCIA Eu amo você, minha querida infância, como a criança ama seu primeiro brinquedo. Tenho, ó minha infância saudosa, um amor pelos dias que você viveu em minh’alma, uma suprema adoração, que fascina até as lágrimas, que banham, em mil cores, meu espírito de moço que outrora foi idealista. Eu amo você, minha querida infância, como a criança ama seu primeiro brinquedo. Amo esta infância onde vivi momentos alegres, que não voltam jamais no entardecer da existência. Amo esta idade em que entreguei à namorada primeira a primeira rosa vermelha; Amo esta infância onde roubei últimas mangas no quintal do vizinho; Amo esta infância, os dias tão saudáveis, que só ao relembrá-los, meus olhos se enchem de lágrimas incolores. Amo a mim mesmo, na infância refletida nos dias remotos em que eu era o garoto louro 60
  • 61. Poesias em Uberlândia nas brincadeiras infantis, da antiga igrejinha, altar de minhas saudáveis recordações. Amo esta infância, estes dias, quando garotinho descalço, era o diabinho da molecada, cujo apelido era o brigão... o gênio dos moleques de meu grupo. Amo os momentos tristes da infância, onde tinha um ideal, uma meta a cumprir, um desejo santo pela vida e, na sociedade, uma descrença, uma incompreensão, que torturava meu peito em mil fatias de desespero e morte. Amo esta linda infância, que me mata o peito numa saudade voraz. Amo tudo naquela época, que não mais voltará e que permanecerá nas cinzas do passado, como miragem de uma recordação que amei, amo e amarei. Amo os moleques que surrei e que perdoei e amo também os moleques que me surraram; Amo o tempo em que tinha cinco anos e que pelas duas horas da manhã ia buscar leite, para os bebês, que um dia iriam tornar-se moleques como fui e homem como sou. 61
  • 62. Siomar Rodrigues de Sousa Amo a tristeza de minha vida errante. Amo a chama de fogo e o entusiasmo que existiram em mim, no menino que fui e no macho que sou, de longas barbas simbólicas. Amo os tempos relativos de minha infância, onde brincava despreocupado sem bandidos de TV, sem Vietnam, sem tanta maldade, onde os varões eram pacíficos, caridosos, honestos, sadios de alma e corpo. Amo os dias passados de meu viver, onde havia nos céus papagaios a voar e espaço para brincar em vez da contradição de hoje em que ao invés da amplidão dos céus, soldados brigam pela sua ocupação na luta de engenhos atômicos. Amo o espaço de minhas noites estreladas, onde no planeta havia uma esperança de fraternidade e hoje uma ameaça de guerra. 62
  • 63. Poesias em Uberlândia CANTO AO PASSADO Infância, ó linda infância, que não volta mais no entardecer da vida. Ó doce e pura inocência, que um dia foi hóspede no coração da criança, que fui e que hoje já não mais habita o peito do homem que sou. Ó sublime saudade do primeiro beijo, que dei nos lábios da namorada primeira. Ó dias felizes da infância adormecida, tu foste a sadia estrutura do adolescente, que sou e do idoso que um dia serei. Tu foste geradora da inspiração, que um dia seria o rouxinol que cantaria em meu espírito na forma da poesia. Ó que recordação tenho das tardes inesquecíveis, vividas junto ao leito do córrego de águas tranqüilas, chupando jabuticabas. 63
  • 64. Siomar Rodrigues de Sousa CANTO DA ALMA SOLITÁRIA Chora, louco coração que vive em meu solitário peito, chora como criança, na primavera da vida, desta vida, que compreendo na essência de tudo, que sinto e respiro pelas tardes serenas em que meu corpo de carne desfila pelo carnaval tenebroso, como comediante, no teatro cômico do infinito, onde vive a razão de tudo e do nada, como esperança de fé nesta pobre humanidade. Chora coração de poeta; Podes chorar tranqüilo e manso e não procures mistérios do mundo, que são múltiplos, oriundos de todos séculos e séculos; Segue teu caminho na trilha da esperança , segue avante no seio da multidão de mil faces, onde cada rosto, cada imagem humana, é um espectro da ilusão e da futura e funérea morte. Ó vida, ó universo de mil contradições, ó amores, ó mistérios; Ó desgraças de espíritos inferiores, ó carnaval da existência, ó teatro humano onde o homem representa um cômico papel de um drama eterno. Chora, coração, chora tranqüilo e manso, segue teu destino de encontro a Deus, nas paragens relativas do cosmo, onde tu um dia gozarás as delícias de tudo que é perfeito na organização suprema da natureza. 64
  • 65. Poesias em Uberlândia CEGO DE ESPÍRITO Senhor, perdão para o poeta, que neste canto de palavras sinfônicas, vem, arrependido e ajoelhado, rogar perdão ao pai universal do amor e das estrelas, bordando em colorido contraste as noites de luar do Brasil. Perdão!... Sou pecador no lamaçal da vida, não vendo o belo que criaste para pobre humanidade sem rumo. Perdão, ó pai; Suplica-te em lágrimas de sangue o filho que viveu na contravenção de tuas sábias leis, porque a maldade dos homens tornou-me cego no íntimo. Meu ser tornou-se mal pela perversidade da sociedade, que fez de meu coração a pedra de gelo. Enxergo com olhos da carne, mas na verdade sou mutilado. Quero, Senhor, voltar para minha antiga crença no amor renúncia; Por isso suplico teu perdão, para penetrar na organização perfeita do cosmo, que criaste como redentora escola, para homens sofredores. Ó Onipotente, sou filho pródigo, voltando para casa paterna. 65
  • 66. Siomar Rodrigues de Sousa CHUVA, AMOR E SOLIDÃO Querida: a chuva lá fora cai mansamente, tornando o dia triste e uma solidão louca, qual vulcão em chamas domina o íntimo de mim mesmo n’uma obsessão sem proporções. A tarde está calma, a melancolia me faz sofrer amargamente, meu desejo é estar a teu lado, sentir calor de tua carne, desfrutar néctar de teus lábios, contemplar teus olhos, beijar tua boca. Minha única vontade é estar nos braços teus n’um delírio de sexo febril. Como é belo e santo o amor; como é funesto estar longe daquela a quem amamos, que é luz, farol, guia de nosso passos. É bela a natureza, a vida, mas a separação, a distância dos corpos tortura, mata nossa alma em farrapos de dor e desespero. Querida: lá fora a chuva cai mansamente e dentro de meu peito tu vives eternamente. 66
  • 67. Poesias em Uberlândia COMO POSSO SER FELIZ Como posso ser feliz, se meus irmãos morrem de fome na África e em todos os recantos do planeta!... Como posso ser feliz, se os fariseus trocaram Cristo pelo criminoso Barrabás!... Como posso ser feliz, curtindo água quente de Caldas Novas no sertão imenso de Goiás, enquanto a CPI apura a roubalheira de PC e a lentidão do Impeachement do Presidente Fernando Collor!... Como posso ser feliz, enquanto uns vivem em palácios aquecidos e o trabalhador, na enxada, de sol a sol, com salário de fome, para pagar o que comeu ontem. Enquanto o bicho homem come o próprio homem, escalo a serra verde de Caldas Novas; na cabeça, a filosofia do porquê do homem, da existência; Lá em baixo, o paraíso terrestre em forma de água quente radioativa; Na cabeça, a psicologia no sentido das contradições, a indagação, a nítida imagem do homem negro, meu irmão distante, na Somália, morrendo de fome, desta miserável fome, que destrói a forma do corpo de osso recoberto de pele, e no céu azul, o urubu esperando sua queda eminente. 67
  • 68. Siomar Rodrigues de Sousa Lá embaixo, na serra verde de Caldas Novas, o paraíso de água caliente. Como posso ser feliz, curtindo a água quente, e meus irmãos de raça, de luta, no palco deste mundo louco, que será deles, qual seu destino nas longas caminhadas deste planeta contraditório?... Lá embaixo a água quente, o prazer, o êxtase, na África, a morte pela fome... Como posso ser feliz com tanta contradição!... No momento o delírio, o prazer da água quente; No presente, a fome; No passado, a história...Alexandre Magno, Napoleão Bonaparte, Stalim, Hitler, Jesus Cristo, São Francisco de Assis, o bem e o mal; Na História, luta incessante; No presente, tecnologia massacrando o homem no consumo da imagem... que contradição... que ilusão, se a felicidade está tão próxima na água quente. 68
  • 69. Poesias em Uberlândia COMUNHÃO DE AMOR Noite alta; A lua vaga pelo espaço, deixando atrás de si a penumbra, convidando almas santas ao sublime amor. Duas vozes meigas, como sinfonia da araponga, em tarde de setembro, cortam o vazio sonoro do tempo na lentidão dos segundos; Duas vozes, dois murmúrios em comunhão e delírio, na hóstia do ideal supremo; Te amo querido, te amo virgem de meus sonhos, beija-me, homem luz de minh’alma, beija-me, mulher, melodia de meu coração; Traz tua boca vermelha diante de meus lábios, deixa-os embriagando-se na fonte pura da carne, que só vive para teu ser e exprimem uma única palavra... te amo. 69
  • 70. Siomar Rodrigues de Sousa CONSELHOS DO ALÉM Não fiques tão triste com desventuras... quem não as tem?... Fé em Deus, tranqüilidade, que tudo terá solução. Parece que tudo tem que acontecer não é?... Observa que nossas dores não são insuportáveis, e não são maiores que de outros seres semelhantes. Tua mãe tinha razão... olha para trás; Sempre há pessoas em situações piores. Quantos estão mutilados! Os cegos trabalham para sobreviverem; Os deficientes, os aidéticos, os prisioneiros, quanto sofrimento não, filho?... Amor em Jesus seria solução, para quase todos os problemas. Filho não te preocupes tanto com dificuldades financeiras; Quem não as tem? Os milionários, os banqueiros, os industriais possuem atribulações semelhantes, mas tudo tem solução; Paciência, amor, calma, tranqüilidade, oração, para não piorar ainda mais. Volta a caminhar, andar de bicicleta, se divertir, que tudo vai melhorar; Faz poesias, ama a natureza, anda de moto pelas vilas nos fins de semana. Não te preocupes tanto, não sejas tão responsável ao extremo, vive e deixes viver; Preocupar só não adianta nada; Viver e deixar viver dá descontração, quanto ao dinheiro, filho, ninguém é dono de nada, todo império fica velho, e se acaba um dia. 70
  • 71. Poesias em Uberlândia Vê os milionário do mundo; Irão morrer, tudo ficará na terra azul, ninguém é dono de nada, somos apenas gerentes, nada mais; Quanto sofrimento, quanta dor o homem paga, para acumular riquezas! Tudo ficará aqui, tudo se encerra no túmulo, na laje fria; Ninguém quer saber de nossas dores. Os homens estão preocupados com suas aflições, seu egoísmo; Tudo morre, tudo acaba no túmulo do esquecimento; Só o espírito é eterno e irá continuar até as estrelas do céu azul; Imagina um homem de 80 anos, o tanto que sofreu na existência, nos caminhos da vida. Lutou, chorou, sorriu, fez milhares de coisas. Ficando velho, tudo perde o sentido, as ilusões se foram, só a morte está ali verdadeira, esperando-o, os amigos se foram, os queridos partiram, os ingratos o traíram, os jovens não mais se lembram, nem conheceram seu sofrimento, seu trabalho, sua luta, seu ideal; Aí vem a solidão, o abandono; Perdem-se sonhos, delírios da alma louca, tudo se resume no túmulo, no esquecimento; O resto, é ilusão. Quantos sonhos na adolescência, para depois, na velhice, virar poeira, esquecimento, solidão, abandono; Quanta luta, para quê? por quê? Ah! sim a evolução da alma, os frutos virão no outro mundo, paciência filho meu, velho companheiro de lutas em séculos e séculos; Meu irmão, meu filho, meu amigo, acompanho sua luta, paciência dias felizes virão e do lado de cá sinta a música, que beleza; Beba tudo isto, para tua alma; Se acordar a noite escute isto, que Jesus abençoe sua luta, dias melhores virão, tenha fé, meu irmão, meu amigo, meu camarada na luta dos milênios, rumo à estrada luminosa de nosso pai, que está reinando entre bilhões de galáxias no céu azul repleto de amor, poesia, arte, equilíbrio; Ninguém quer saber de nossas dores. 71
  • 72. Siomar Rodrigues de Sousa Os homens estão preocupados com suas aflições, seu egoísmo... tudo morre, tudo acaba no túmulo do esquecimento. Só o espírito é eterno e irá continuar até as estrelas do céu azul. 72
  • 73. Poesias em Uberlândia CRIANÇA, LUZ DE UM NOVO AMANHECER Dorme, criança brasileira teu sono tranqüilo, reparador e vislumbra o novo Brasil, gigante entre gigantes, na construção de uma humanidade fraterna. Dorme, criança brasileira, o sono renovador de energias e imagina a pátria feliz, onde possa haver sempre oportunidade de progresso material, para infantes de hoje, homens do amanhã!... Dorme, criança brasileira, feliz, tranqüila e sonha com o grande Brasil, pede a Deus forças, para quando tu cresceres, poderes ajudar gerações velhas na construção da terra prometida. Dorme, infante brasileiro, para reparar energias no sono profundo, porque a pátria necessitará de tua inteligência fecunda, de teus braços, para arquitetar novas cidades como Brasília, novas transamazônicas, novas indústrias, novas zonas de produção, para implantar no solo amazônico a majestosa civilização do terceiro milênio, onde a espécie humana sentirá o amor e será base estrutural do mundo fraterno. 73
  • 74. Siomar Rodrigues de Sousa Dorme, criança brasileira, infante de hoje, gigante do amanhã, porque o rei sol surgirá no horizonte da nação querida, dissipando trevas, para que o dia seja bonito, cheio de flores, para que tu possas estudar e praticar, no convívio de teu grupo, a forma social unida dos espíritos superiores do terceiro milênio. Acorda, pioneiro do futuro; O astro de luz brinca lá fora, no terreiro, a espera de tua santidade, para brincar de ciranda e festejar na virgindade de tua alma a alegria da vida. Acorda, pequeno brasileiro, o sol é convite supremo para a festa da existência, onde no esporte tu irás desenvolver teu corpo em energia pura, para ajudar na liderança do novo Brasil, onde tu, criança brasileira, serás símbolo do novo homem no planeta, concretizando palavras de Jesus... “vinde a mim os pequeninos, porque deles será o reino dos céus”. 74
  • 75. Poesias em Uberlândia CRISTINA Te amo, Cristina, e enlouqueço ao pensar em tua celeste figura. Te amo no espírito, na carne que morre e a terra consome, em cinzas perdidas. Te amo, Cristina; Peço-te perdão por ter sido infiel a tua confiança, ao trair-te com outra companheira; Olha para meu rosto molhado pelas lágrimas de descrença, colorido pelas luzes, que se refletem no asfalto; Contempla a tristeza envolvendo os olhos meus, que te amam e te adoram tanto. Te amo, virgem imaculada, que empolga os verdes anos e te suplico que venhas para o altar do ser onde serás a jardineira, que regará rosas vermelhas no jardim florido de meu coração de vidro. 75
  • 76. Siomar Rodrigues de Sousa CRÍTICA OBJETIVA Soneto!... mal de ti falem com impureza, que eu te canto, sempre, com orgulho e beleza, porque nos sonhos de poeta carinhoso, revolto-me, sempre, contra o boçal furioso. Inspiro-me, hoje, nas fontes da pureza, triunfante cantarei a divina natureza, com calor, rima num canto luxurioso, porque desfruto o suave néctar perfumoso. Das rosas, jasmins e a beleza brasileira; Creio que, doravante, cantarei as alvoradas, no caminho da meiga vida hospitaleira. Puríssima, serena vida dos prazeres, agora que descrevo paisagens amadas, satisfeito, embora tenha alguns desprazeres. 76
  • 77. Poesias em Uberlândia DE VOLTA À PÁTRIA SIDERAL Que louco desejo de morrer, de abandonar a terra perdida, na amplidão do cosmo. Que louco desejo de morrer, de abandonar este tipo de mundo, que não é pátria de origem de minh’alma na moradia do cosmo errante. Que louca vontade de morrer, de ver o espírito livre da matéria, alçando vôo supremo rumo à casa paterna. Ah!... que instante de delírio no corpo apodrecido, onde o ser prisioneiro sente libertação final, para poder beber em vôos a outros planetas a angelical poesia perdida, que vaga pelo universo. 77
  • 78. Siomar Rodrigues de Sousa Ah!... que louca vontade de morrer, de retornar à casa paterna e poder beber na fonte pura do amor enlouquecido, todos os êxtases, que empolgam fibras do íntimo. 78
  • 79. Poesias em Uberlândia DESAGREGAÇÃO SOCIAL (A INGRATIDÃO DOS FILHOS) Dizia Augusto dos Anjos, o irmão poeta noutras remotas plagas. Vez ninguém assistiu o formidável enterro de sua última quimera, somente a ingratidão, esta pantera, foi sua companheira inseparável, vamos ascenda seu cigarro, a mão, que afaga, é a mesma, que apedreja!... Eu, pobre poeta contemporâneo, no vermelho sertão da carne, lastimo, pergunto por que a desagregação social? Por que a frigidez do íntimo, da sociedade, da família, dos filhos, que mil vezes apunhalam, dilacerando corações, estraçalhando-os em mil pedaços, na dor, que fere, tortura, na provação cruel, insana. Por que a ingratidão dos filhos? Por que a dor covarde contra pais, de grisalhos cabelos, que após a guerra da criação fantástica, do sacrifício, da renúncia, pugnando contra intempéries do dia-a-dia da existência atribulada, e hoje no entardecer dos anos a facada, que tortura, fere, mata. Dizia o poeta n’outros natais, vez ninguém assistiu o formidável enterro de sua última quimera, somente a ingratidão esta pantera, foi sua companheira inseparável. 79
  • 80. Siomar Rodrigues de Sousa Por que o desencontro das almas no resgate das provações? Por que o desamor e não o amor, por que a indiferença e não o encontro de afeto, de ideais, por que a desavença e não a melodia de gêmeas almas na comunhão da ternura, que entorpece espíritos repletos de êxtase de encontro a Deus. Filhos do mundo curti vossos pais, enquanto é tempo e estão vivos, próximos de vós, enquanto seus corpos estão quentes, sob vossos olhares; Aproximai-vos deles, beijando-os na face sofrida, cansada pelos atropelos do viver; Dizei a eles... pai, eu te amo tanto, perdoe-me pelos erros do passado, do presente, do futuro. Filhos do mundo, curti vossos pais; Se forem da idade terceira, curti-os o triplo, porque já sofreram por vós, já rezaram, já suplicaram a Deus, para proteger-vos nos tropeços da eterna caminhada estelar. Filhos do mundo, o poeta contemporâneo, não o de ontem, suplica amai vossos pais, enquanto estão pertos de vós, porque depois na laje fria do cemitério será tarde demais, para pedir perdão pelo desprezo. Filhos do mundo amai vossos pais, hoje, agora, sempre, e dizei a eles quão grande é vosso amor. 80
  • 81. Poesias em Uberlândia Filhos do mundo não vos esqueçais de que amanhã sereis pais, avós e podereis também, ser abandonados, nos asilos, na indiferença, que tortura, fere, mata. Filhos do mundo dizei a vossos pais, hoje, agora, sempre, quão grande é vosso amor, antes, que seja tarde demais, só restando beijá-los na fria rampa dos campanários. 81
  • 82. Siomar Rodrigues de Sousa DEUS, MORTE E UNIVERSO Deus, Senhor, é nos momentos de tristeza, que venho humilde, ajoelhado, trazer meu ser cansado nas querelas do globo, para buscar, no exemplo vivo da tua imagem santa, a luz a iluminar a consciência conturbada na cegueira de minha razão impura, no lamaçal do orbe descolorido, sem lógica para o nada. Jesus, é a dor do coração em mil pedaços, em mil fatias no desespero d’alma, que grande contradição é o nascer. Jesus, nascemos na terra azul em múltiplas encarnações, para redimir o espírito, vindo não sei de que parte, perdido na amplidão do cosmo; Crescemos, ó Onipotente, em dificuldades diversas, atingindo a maturidade e, à medida que envelhecemos, os problemas se triplicam em tudo, será qual nosso débito no passado de outras eras?... Para sermos obrigados a suportar um planeta tão adverso, onde a humanidade desintegrada na sua base, sem destino certo nas caminhadas aflitas, onde o homem tornou-se na necessidade de sobreviver, o mais feroz dos animais; Por que viver neste mundo, Senhor?... Onde a alegria? A paz? A felicidade? Que não tem mais sentido algum!... É o combate pela vida imperando em todas coisas, por que, ó pai, nesta guerra a espécie humana emprega tão baixos instintos?... 82
  • 83. Poesias em Uberlândia Amor?... onde tu andas, em que hemisfério tu te encontras?... Tu estás perdido no deserto feroz da existência?... Amor tu perdeste a luta para a hostilidade?... Por que procurando-te em tudo, não consigo ver-te em lugar nenhum?... Vasculhei a multidão e vejo-te desfigurado no sofrimento, na amargura!... Jesus, neste momento que sofro, venho trazer meu íntimo, buscando bálsamo em tua inteligência; Tu disseste um dia: vinde a mim, que sou manso, puro de afeto; E hoje venho, humilde, buscar carinho para o ser febril, enfermo. 83
  • 84. Siomar Rodrigues de Sousa DINÂMICA DA EVOLUÇÃO Ah!... sonhei tanto na vida; Dos sonhos, fiz campo de guerra, onde lutei, qual leão, na selva onde mil funções ocupavam o espírito, à procura do gênio criativo, transformando o viver em luta, na construção de tudo aquilo que é incomum ao macho na terra. Oh!... quanto sangue e sofrimento o homem paga de tributo, em busca daquilo que ama e deseja acima de todos altares. Ah!... quantas lágrimas o varão perde por ser sobrenatural, diferente no palco do existir. Oh!... quanta inveja, ciúme e calúnia o homem genial sofre pugnando pela existência, na construção de algo melhor, para o padrão cultural da civilização humana, no palco da história. 84
  • 85. Poesias em Uberlândia Ah!... quantas lágrimas vertidas na solidão dos séculos, para o homem gênio deixar sua evolução em todos os tempos. 85
  • 86. Siomar Rodrigues de Sousa ENCONTRO COM DEUS Deus, ó Deus, que hoje encontro no entardecer da vida. Perdoa-me a cegueira de que fui vítima, na profundidade do espaço tempo, dificultando-me encontrá-lo e localizá-lo dentro de mim mesmo. Ó meus Deus, retorno a teus braços como filho pródigo, voltando à casa paterna, após palmilhar as miseráveis estradas do mundo terreno. Eu volto puro de coração, Senhor, e tu viverás dentro de mim mesmo, para todo o sempre. 86
  • 87. Poesias em Uberlândia EPOPÉIA REVOLUCIONÁRIA (Transamazônica) Meu querido Brasil, Tu és supremo gigante das Américas, herói de todas epopéias, na história do Continente Americano. Meu amado Brasil, o México deu ao mundo os majestosos Astecas. O Peru, os Incas, sábios homens do passado e tu, Brasil, tu deste aos povos de toda a terra azul a suprema paz, símbolo puro de nossa democracia. Meu Brasil verde, amarelo, azul, tu gigante das Américas, soberano, bravo, altivo, forte, tu, nação de heróico passado, tu pátria querida de futuro, que deixou de ser futuro, para ser presente nas sagradas páginas imortais da humanidade democrática universal; Por que tu pátria amada não mais futuro e sim presente?... Transamazônica, obra do século, odisséia de bravos guerreiros; Tu, transamazônica, que levanta o Brasil da letargia secular para o salto gigante da riqueza, da prosperidade, da felicidade eterna, divina. Tu, transamazônica, não és apenas estrada entre mil estradas revolucionárias, tu és muito mais, és vida, és calor, és progresso, és desenvolvimento e acima de tudo integração nacional e Sul-Americana. Outrora, no berço esplêndido da terra mãe, o irmão Índio filho da terra, testemunho do passado, precursor da transamazônica; Ó índios heróis do passado, vós que cortastes o território de Santa Cruz, 87
  • 88. Siomar Rodrigues de Sousa de norte a sul, de leste a oeste, que na continuação na roda da história seria o Brasil, símbolo da paz, da solidariedade. Explode na Europa berço das modernas civilizações o ciclo das navegações; Povos deslocam-se dos lares sacrossantos na suprema-aventura; A conquista de outro mares... és a própria luta pela sobrevivência do homem na terra, és a luta pela vida, és a vida, lutando por existir. Portugal, ó querido Portugal, pai de nossos filhos, avô de nosso progresso, de nossa paz; Tu vieste de mansinho, conquistando nosso índio, na precursora democracia, sangue de nosso povo, conquistaste nosso solo, levando explosão do progresso a todos recantos; Tu, Portugal querido, enviaste o homem branco, para cortar selvas, rios, florestas, conquistando, catequizando, alargando fronteiras na luta, na paz, no amor . Transamazônica, tu és continuação do bandeirante na penetração, na unificação do vasto Brasil; Tu, transamazônica, criação de homens sábios, valentes heróis de gerações do futuro; Tu, transamazônica, obra do século, de gerações na luta da sobrevivência, tu trarás progresso, riqueza, unificação a este Brasil gigante de todas epopéias do passado, que se tornou presente na organização universal, teu destino é profético, tuas linhas, teus contornos foram traçados pelo alto, pelo pai que está nos céus; Por Deus, arquiteto supremo do destino dos povos, engenheiro sideral da epopéia nos astros, que bordam o sublime azul das noites brasileiras cheias de amor, luz e paz. 88
  • 89. Poesias em Uberlândia ESPERANDO-TE NA TARDE Mariana, como te amo na tua mansidão serena, pura e por que, minha querida, fizeste-me sofrer tanto? Esperei muito tempo por tua missiva e ela não veio; Todos os dias, durante a matina, ia olhar no térreo do edifício se tu chegaste refletida em tua epístola e, qual nada!... Tu não vieste e a melancolia, hóspeda de minh’alma solitária, vinha até meu leito no atroz martírio, na saudade de teus doces beijos; Na seqüência da tarde, voltava novamente à portaria, para ver se tua imagem chegara em um envelope cheio de amor, só para mim e para ninguém mais; Mas, tu não apareceste nem pela noite, nem na tarde sonora no gorjeio da passarada. Ó Deus, venho, Senhor, neste instante de plena tristeza perante vós, porque ela é para mim como canto de humildade e renúncia no som da natureza, onde meu espírito febril veio buscar, na dor funérea, luz para caminhos do futuro em direção ao Onipotente; N’outro dia retornava ao correio, para ver se tu chegaste na tua cartinha falando de paz, de ternura; Mas, qual nada; Tu não vieste trazer a santa alegria, para meu coração errante, bêbado de ternura por teus lábios, somente por teus lábios. 89
  • 90. Siomar Rodrigues de Sousa EU E O MUNDO Eu vim ao mundo beber a poesia, que murmura solta ao vento e que corre pelas verdes campinas, como criança travessa. Eu vim à vida dos loucos, para buscar para minh’alma errante a dor do sofrimento, ferramenta a burilar o orgulho, que vive dentro de meu peito e para buscar remédio na cura de todos os males oriundos de outras eras do passado. Eu vim ao mundo, eu vim à vida dos humanos, para sofrer no meio ambiente na contradição da terra, onde meu espírito se evoluirá, para as glórias excelsas do Senhor, nas profundezas do infinito. Eu sou a vida, eu vim ao orbe, para trazer aos pobres do íntimo a lógica da imortalidade de tudo e do nada. Eu vim à vida, para chorar em pranto mudo, buscando na dor, no desespero a luz do futuro; Eu vim ao orbe como emissário do infinito, para ver todas as coisas, para sentir todos os males. 90
  • 91. Poesias em Uberlândia Eu vim ao planeta, para combater injustiça, para amar fracos e oprimidos na dor pura de seu canto funéreo. Eu vim à terra para beijar os lábios de todas as mulheres e para dizer a elas, que eu sou o amor, néctar sublime, para seus corações à procura do louco delírio, que inflame seus espíritos. Eu sou a natureza, que se manifesta em tudo e que dá harmonia à existência e às coisas. Eu sou a música, que leva doce bálsamo aos corações aflitos. Eu sou os pássaros, que gorjeiam no despontar da lua no céu em festa. Eu sou energia, eu sou amor, que desceu à terra, para fecundar todas as fêmeas num doce canto de luz e paz. 91
  • 92. Siomar Rodrigues de Sousa FILOSOFIA E SEXO Quando meus olhos contemplaram teu corpo divinamente belo, mil desejos de puro sexo absorveram frágeis fibras, constituição, conjuntura daquilo que sou, mantendo o espírito embriagado, cativo. Quando meus olhos contemplaram teu corpo divinamente belo, mil desejos absorveram no poeta a poesia abundante, jorrando da cachoeira de mil quedas, que há em cada molécula de meu sangue, formando o todo do gênio superior, que habita o miserável planeta terra, escola pré-primária dos homens involuídos do século XX, na longa escalada d’alma em direção aos turbilhões de esféricas estrelas, existentes na profundidade das galáxias, que bordam noites azuis deste Brasil gigante, futuro centro da República Universal do terceiro milênio, que amo acima de todos altares. 92
  • 93. Poesias em Uberlândia FLORESTA Floresta virginal, secular e esverdeada, tranqüila, sombria, singela, perfumada, com a vitória régia, suave em beleza encantando na tua formosa natureza. Sublime, brilhante despertar da alvorada, onde voam pássaros em revoada em teus cânticos sinfônicos de beleza, sob luz repleta de incomparável pureza. Canta sabiá da minha terra brasileira, no lirismo harmonioso do gorjeio, no seio desta imensa pátria hospitaleira. Grandiosa floresta, criadora da florida e sinfônica fauna variada do teu seio, de espécies douradas, és rainha desta vida. 93
  • 94. Siomar Rodrigues de Sousa GATINHA VIRGEM Mulher de carne e leite, dá-me tua boca vermelha e dar-te-ei minha alma virgem, que te espera, ansiosa, no êxtase supremo. Minha donzela: Áureo de Mello, o amigo poeta oriundo do amazonas, já dizia... Meu amor! meu amor! Teus olhos peregrinos, meigos, ternos, ideais, translúcidos, divinos, na lembrança os terei, como uma confissão. Dorme a noite... o silêncio espreita o meu lucubro... e bela, a fulgurar na treva, só descubro, a lua... o teu olhar dentro de meu coração. Diz ainda o poeta maior da amazônia, ó tu, que amas em vão e queres ser amada! Tu vês a tua amada, a adamantina e angélica, e termina afirmando: os áureos sonhos meus como o condor andino. Tu és tão bela, que embora sendo poeta dos anjos, nas verdes campinas em festa, mesmo assim, fui buscar n’outro poeta inspiração caliente, para dizer-te: te amo, meu inesquecível amor. 94
  • 95. Poesias em Uberlândia GUERRA TOTAL Aviões cruzam o espaço na escalada da imbecilidade humana... destruição, morte de crianças, soldados, velhos; Decomposição da razão, da consciência, da sabedoria, da paz, da própria humanidade. Segunda Guerra Mundial; O General agita continentes, aviões cortam o espaço, navios, submarinos sulcam oceanos azuis, morte, loucura, sofrimento, dor, miséria e onde o beijo dos namorados à sombra fresca dos laranjais? Por quê a guerra e não o amor? Por quê o demônio e não Jesus? Porquê ódio e não solidariedade?... Segunda Guerra Mundial; Milhões de mortos, órfãos, desagregação da estrutura social em todo o planeta, pais mortos, crianças abandonadas, fim de um ciclo, vitória do egoísmo sobre o amor; Nações querendo poder na sobrevivência, esmagando, destruindo; É competição do homem, do capitalismo selvagem, é tecnologia aplicada, não no progresso, mas no aniquilamento da raça humana. Dois mil anos de história, de evolução material e o antropóide na luta, na pré-história do social, da felicidade, pobre homem, pobre sociedade. 95
  • 96. Siomar Rodrigues de Sousa HERANÇA DE UM AMOR QUE MORREU Cristina, amor do passado, que um dia, no entardecer da vida, nasceu como flor na primavera florida do coração em festa, mas que um dia morreu como tudo nasce e morre. Cristina, linda flor vermelha, que surgiu na terra de sangue e que, numa tarde morena, morreu para todo o sempre no inverno da indiferença, da apatia. Cristina, linda flor, que, ao nascer perfumosa no jardim do ser em festa, trazia uma mensagem de fé e esperança, mas que, ao morrer, levou consigo espinhos e restos mortais de um afeto que nasceu e morreu como tudo morre neste mundo aflito. Cristina, bela virgem, que nasceu e morreu, lindo anjo de brancas asas, que trazia na imagem promessa de renovação, na construção de uma existência melhor. Cristina, tu foste na minha vida de gigante incompreendido uma réstea de luz; Tu foste no meu viver de Napoleão, de Marco Aurélio, de Júlio César, tudo e o nada, mas levando dentro d’alma moça um mundo de história e uma triste história do mundo. 96
  • 97. Poesias em Uberlândia Tu foste, Cristina, um momento no meu viver, apenas um momento nos braços gélidos da eternidade em negra noite escura. Tu no passado, tiveste por algum tempo o Deus da poesia em teus braços, tão incompreendidos como os meus. Tu tiveste um gigante humilde, com o coração do tamanho do universo, sem saber valorizá-lo, acreditando que o anjo bom, que um dia existiu na tua vida fosse um bárbaro, sem sentimento, sem humanidade. Oh! como é triste ter Jesus dentro do peito errante e ser incompreendido atrozmente como Pôncio Pilatos. Ó Deus, como é funesto plantar flor e colher espinhos, na espera da primavera nos verdes campos. Ó Deus, como é sombrio querer dar ternura, não sendo compreendido; Como é funesto vir ao mundo, para dar êxtase e ser crucificado por uma multidão de cegos, que não enxergam o futuro de todas as cousas importantes neste planeta aflito. Cristina, segue tua vida; Quis um dia dar-te humildade e tu, altiva, prepotente, dizias-me: jamais serei humilde, jamais, jamais. 97
  • 98. Siomar Rodrigues de Sousa Cristina, sabes tu que humildade não é covardia, que ser humilde é ser superior, é ser grande; Olha para a história do mundo, vê Jesus, Buda, Gandhi, Reis do existir, cuja única arma foi a renúncia; Sente também do outro lado na margem da História, Hitler, o orgulho, a prepotência, que nada edificou, apenas destruiu. Que belo contraste não, Cristina? O orgulho e a humildade. Segue tua vida e seguirei a minha, segue teu caminho com tua altivez, soberana e seguirei meu destino de poeta no mundo áspero da vida, tendo como meta a perfeição e o futuro. Adeus, nossos destinos são paralelos e jamais se cruzarão na eternidade das brancas estrelas do infinito. 98
  • 99. Poesias em Uberlândia HUMILDADE E BELEZA Como é bela a humildade, brotando na consciência pura do homem, após evolução dos milênios nas múltiplas reencarnações. Ó virtude, tu és luz descendo do universo de Deus em flocos de êxtase, integrando energia, que surge no interior do homem. Como é belo sentir dentro do ser o surgimento d’uma emoção diferente de outras emoções, num sentimento com outras proporções de vida, no desejo sincero de melhorar internas estruturas, transformando o orgulho, através do amor ao próximo, seguindo bem de perto nas pegadas da caridade perfeita. Como é belo e sublime o amor d’alma pura. Ó que doce êxtase, sentir no calor da fraternidade a integração com o próprio espírito de Jesus Cristo. 99
  • 100. Siomar Rodrigues de Sousa HUMILDADE E POBREZA Meu irmão, mendigo de pão, como sou mendigo de tua poesia. Tua vida, meu companheiro esfarrapado... é um poema de amor, de dor, amargura, renúncia. Levanta os olhos tristes, meu irmão mendigo, contempla os olhos castanhos de poeta, que te canta com bravura, sem temor nos verdes campos da pátria amada. Meu nobre irmão, dono da renúncia do mundo e latifundiário da humi1dade, que Jesus deixou, para os homens 100
  • 101. Poesias em Uberlândia e que somente tu foste capaz de senti-la e de amá-la com carinho ilimitado. 101
  • 102. Siomar Rodrigues de Sousa ILUSÃO E VIDA O que é a vida?.. Por que nascemos neste mundo aflito?... Por que viver entre sorrisos e lágrimas?.. Por que viver e depois falecer?... Por que amar e sofrer o abandono após mil beijos?... Por que existem trilhões de estrelas perdidas no tempo espaço?... Por que existe Deus?... Por que a ambição, se o preço de tudo é decomposição?... Por que amar e sentir a morte cruel do amor?... Por que a saudade a ferir em mil golpes mortais o peito ofegante?... 102
  • 103. Poesias em Uberlândia Por que a morte na laje fria?... Por que a mulher bonita e a balzaquiana horrível?... Por que existir? O que é a vida?... Por que viver como palhaço, que o homem é na comédia do universo?... 103
  • 104. Siomar Rodrigues de Sousa INFÂNCIA Ah!... se eu pudesse, num relance do tempo, retornar àqueles dias tão felizes da infância, que não voltam mais, no entardecer da vida... Ó como é triste e melancólico jamais poder beber na taça da existência aquele êxtase tão puro, que um dia viveu dentro do meu peito. Ah!... como é belo, como é sublime voltar os olhos, para o passado e ver-me infante no jardim da existência, onde tudo é inocência, amor, carinho, meiguice, fraternidade. Ó se eu pudesse, num relance de tempo, renascer num novo corpo de carne e ser criança eternamente... 104
  • 105. Poesias em Uberlândia INSPIRAÇÃO Senhor, mil cores, mil espectros, mil alucinações invadem meu espírito, aprisionando meus pensamentos, numa gravitação que não compreendo e não quero compreender... Senhor o que será isso?... O que é Senhor?... essa força magnética, filha do cosmo, bisneta das estrelas, que tenta possuir meu ser?... Ah!... Senhor, creio na inspiração momentânea, que é poesia, amor, divindade dos santos a iluminar meus passos na estrada da vida. Inspiração é luz, música do espaço, é cheiro agreste das floresta, é canto de meus irmãos pássaros, gaivotas, colibris perdidos, ignorados no turbilhão do planeta aflito, mortuário, decomposto. Senhor, eu te louvo, agradeço pela contradição do mundo refletida em meu peito de moço, fazendo com que eu cante, no poema a música que os pássaros gorjeiam nos arvoredos do jardim em que passo pelas sonoras manhãs após café matinal. 105
  • 106. Siomar Rodrigues de Sousa Senhor, amo esse gorjeio Senhor, essa cor, luz, sensação estranha, que servirá na apuração do íntimo de teu filho, como guia onde encontrarei o destino de mim mesmo, de minh’alma conturbada. 106
  • 107. Poesias em Uberlândia INVEJA E BELEZA Oh! que inveja tenho do beija-flor preto avermelhado que, no supremo vôo gracioso, colhe o perfume das flores estendidas nos verdes campos. Oh! que inveja tenho da borboleta preta avermelhada que, em múltiplas cores enche o mundo de graça e felicidade; Oh que inveja tenho do canário que, no canto sinfônico de seu ser, traz poesia das verdes paisagens dos campos e das campinas em flor. Oh! que inveja tenho da gaivota que, livre nos ares, singra a amplidão dos mares na harmonia do magistral vôo perfeito. 107
  • 108. Siomar Rodrigues de Sousa Oh! que inveja tenho de Deus, latifundiário das terras universais, perdidas na poeira estelar. 108
  • 109. Poesias em Uberlândia LÁBIOS E BEIJOS Ah!... quantas mulheres belas passaram em meus braços quentes, em delírios, em volúpias de carinho e felicidade. Ah!... quantos lábios beijei, uns vermelhos, outros róseos, outros sem cores, mas foram lábios e foram quentes e hoje, entre mil lábios, que beijei, os meus lábios estão sós. Ah!... quantos corpos belos passaram em minhas mãos e hoje, ao cair da tarde, meu corpo está só, num louco desejo de amar e ser amado. Ah!... que ilusão é a vida, depois de termos milhões de prazeres, se no fim da existência estamos sós. Ah!... quantas almas vinham à minh’alma beber a poesia que ela continha em onda de suspiro e melodia e hoje minh’alma está seca, sem poesia, sem música, sem amor... ela está só. 109
  • 110. Siomar Rodrigues de Sousa LOUCOS DESEJOS Loucos desejos, suprema inspiração de se embriagar no puro aroma das verdes campinas em festa, reclinada no sonoro som da ventania desvairada. Ah!... gostaria de ser gaivota, para voar na amplidão dos ares... que vontade de beber perfumes nas verdes campinas!... Que sublime desejo de ser borboleta, para, no voar harmonioso, beijar ardentemente a pureza de uma rosa vermelha!... Oh! que vontade de ser éter do universo e, na amplidão dos espaços, transformar-me em poema universal. 110
  • 111. Poesias em Uberlândia LUZ DO CORAÇÃO Cristina, eu te amo, eu te amo muito; Amo teu sorriso, a expressão de teu olhar, amo esta boca linda, perfeita; Amo estes cabelos negros, caindo nos teus ombros, refletindo ar de graça magistral na tarde fria. Cristina, minha querida, tu partiste para longe, fiquei triste, pensando na luz que teu ser deixou dentro do coração, despertando-me para a vida, para o amor sagrado. Cristina, eu te amo, eu te amo muito. Tu serás sempre meu único amor. 111
  • 112. Siomar Rodrigues de Sousa LUZ E TREVAS Espírito, irmão de meu espírito nas jornadas incansáveis deste mundo, que não conseguimos compreender na simplicidade de tudo aquilo que somos e que representamos no teatro cômico da humanidade. Espírito, irmão de meu espírito, somos atores de um drama cruel, de uma comédia, onde a pobre humanidade é peça teatral da qual somos meros instrumentos na dor do infinito, da fecundação do universo, campo de luta e paz, onde terá que desenvolver sua história de romance e sofrimento, nos planos infinitos da eternidade de Deus. Espírito, irmão de meu espírito na odisséia das estrelas errantes, tu qual deusa da vida, rainha do mundo, surgiste um dia como meteoro brilhante nas profundidades de meu viver inquieto, trazendo mil ilusões, mil presentes para o natal do menino pobre, que reside dentro da catedral de meu ser, ornamentado de lírios e rosas vermelhas. Alma de minh’alma, tu chegaste um dia na primavera da existência em festa, prometendo felicidade, qual anjo do Senhor e tu partiste, também, levando consigo o fogo da felicidade, que ainda existia dentro de mim mesmo; Como chegaste, partiste; Como nasceste, morreste, ó vida, ó universo, 112