SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 44
Baixar para ler offline
UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO 
Variação da frequência cardíaca, percepção subjectiva do 
esforço e do perfil de acções técnicas em jogos reduzidos de 
Futebol. Efeito do número de jogadores e da fase do jogo. 
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM: 
CIÊNCIAS DO DESPORTO COM ESPECIALIZAÇÃO 
EM JOGOS DESPORTIVOS COLECTIVOS 
Marta das Dores Serrano Nunes 
Vila Real, Janeiro de 2010
Este trabalho foi expressamente elaborado com 
vista à conclusão do 2º Ciclo de estudos de 
Ciências do Desporto e à obtenção do grau de 
Mestre em Desporto: especialização em Jogos 
Desportivos Colectivos.
Agradecimentos 
Mais uma etapa cumprida… e mais um sonho alcançado… nunca 
desistir é o lema, a ambição traça o caminho e o sucesso é a meta! 
Ao meu orientador, Professor Doutor Jaime Sampaio, por todo o 
conhecimento que me transmitiu, pela ajuda incansável, pela disponibilidade 
constante, pela paciência inesgotável, estas palavras são pouco para 
agradecer. 
Ao Sporting Clube de Portugal, Prof. Jean-Paul Castro, treinador Nuno 
Lourenço e equipa técnica, Prof. Carlos Bruno, Dr. Pedro Luz e jogadores da 
equipa de sub 16 (época 2008/2009) que participaram na amostra deste 
estudo. Agradeço a autorização da participação dos jogadores neste estudo, as 
infra-estruturas e material disponibilizado, toda a atenção e ajuda prestadas e 
todo o esforço colocado em campo! Assim se vê de que é feito um grande 
clube! 
Ao Estêvão Cordovil e à Sónia Brás pela “mãozinha” que me deram 
durante o processo de recolha. 
Ao Luís Laranjo e Hugo Folgado pela paciência e ajuda preciosa no 
descarregamento dos dados. 
Ao Mário Correia pela imediata disponibilidade na recta final deste 
trabalho.
À minha sorella, pela amizade infindável e GB dispensados. 
E como o melhor fica sempre para o fim, às pessoas mais importantes 
na minha vida… os meus pais… são o meu mundo e a razão de eu ser quem 
sou!
Resumo 
O objectivo deste estudo foi analisar a resposta da Frequência Cardíaca (FC), 
Percepção Subjectiva do Esforço (PSE) e o Perfil de Acções Técnicas em 
jogos reduzidos no futebol (3x3 e 4x4) em situação sempre a atacar (AA), 
sempre a defender (DD) e o jogo normal com fase de ataque e fase de defesa 
(AD). Foram analisados 16 jogadores de futebol do género masculino, com 
uma idade média±DP de 15,75±0,45 anos; estatura 172,4±4,83 cm; peso 
64,5±6,44 Kg; FC máx. 199,1±9,08 bpm e 8,06±1,98 anos de prática de 
Futebol. Cada situação de jogo reduzido teve a duração de 4 períodos de 4 
minutos com 2 minutos de recuperação activa. Em cada jogo foi registada a FC 
e a PSE de cada jogador e efectuada uma filmagem para posterior avaliação 
das acções técnicas. Verificou-se que a intensidade do exercício, assim como a 
sua percepção,, aumentou com a diminuição do número de jogadores. Durante 
os jogos reduzidos, a FC dos jogadores situou-se durante a maior parte do 
tempo entre os 75 e os 84,9% da FC máx. e a situação de jogo mais intensa foi 
a de AD. Apesar das diferenças no número de gestos técnicos realizados, a 
sua eficácia foi igual em todos os formatos e situações de jogo, à excepção das 
mudanças de direcção e das perdas de bola. Estes resultados sugerem a 
utilização do formato 3x3, especialmente em situação de AD, para uma maior 
intensidade no treino. 
Palavras-chave: Futebol, Jogos Reduzidos, Frequência Cardíaca, Percepção 
Subjectiva do Esforço, Perfil de Acções Técnicas.
ÍNDICE GERAL 
Agradecimentos ............................................................................................. III 
Resumo .......................................................................................................... V 
ÍNDICE GERAL ............................................................................................. VI 
Índice de Quadros ........................................................................................ VII 
Índice de Figuras ......................................................................................... VIII 
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 1 
METODOLOGIA ................................................................................................. 5 
Amostra .......................................................................................................... 5 
Instrumentos e procedimentos ........................................................................ 5 
Análise dos dados ........................................................................................ 10 
RESULTADOS ................................................................................................. 11 
DISCUSSÃO .................................................................................................... 20 
CONCLUSÃO ................................................................................................... 29 
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................ 31 
ANEXOS .......................................................................................................... 34 
Anexo A – Declaração de consentimento ..................................................... 35 
Anexo B – Escala de percepção subjectiva do esforço ................................ 36
Índice de Quadros 
Quadro 1 Resultados dos efeitos simples e interacções entre número de 
jogadores e tipo de jogo para valores da PSE e do tempo despendido em cada 
zona de intensidade de FC. ............................................................................. 13 
Quadro 2 Resultados dos efeitos simples e interacções entre o número de 
jogadores e o tipo de jogo para os valores de eficácia do perfil de acções 
técnicas. ........................................................................................................... 14
Índice de Figuras 
Figura 1 Interacção entre o tipo de jogo e o número de jogadores, para os 
valores da PSE. ................................................................................................ 16 
Figura 2 Interacção entre o tipo de jogo e as zonas de intensidade, para os 
valores da FC. .................................................................................................. 17 
Figura 3 Interacção entre o número de jogadores e o tipo de jogo, para os 
valores de eficácia do passe. ........................................................................... 18 
Figura 4 Interacção entre o número de jogadores e o tipo de jogo, para os 
valores de execução da mudança de direcção. ............................................... 19
VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL 
INTRODUÇÃO 
Os jogos reduzidos são habitualmente utilizados pelos treinadores 
durante as suas sessões de treino, pois estes requerem simultaneamente 
aspectos técnicos, tácticos e físicos, nomeadamente ao nível da capacidade 
aeróbia (Hill-Haas et al., 2008a; Dellal et al., 2008). Estes exercícios tornam-se 
muito semelhantes ao próprio jogo de futebol, expondo os jogadores a 
situações que irão encontrar durante a competição (Dellal et al., 2008; Owen, 
2004). Os jogos reduzidos permitem a simulação de movimentos padrão das 
modalidades desportivas colectivas, enquanto mantêm uma atmosfera 
competitiva na qual os atletas devem agir sob pressão e fadiga (Gabbett & 
Mulvey, 2008). 
Para que haja um uso correcto dos jogos reduzidos, é necessário um 
melhor conhecimento acerca das respostas fisiológicas, perceptuais e técnico-tácticas 
(Hill-Haas et al., 2008b). 
Segundo Dellal et al. (2008) e Hill-Haas et al. (2008b), vários estudos 
referem que a alteração das características do jogo, tais como a área de jogo, o 
número de jogadores, as regras, o número e duração das séries, a duração 
total da sessão e a presença de guarda-redes implica uma mudança no 
impacto fisiológico, como é o caso da FC, concentração de lactato e PSE, 
influenciando directamente a actividade dos jogadores. Monitorizar a frequência 
cardíaca dos jogadores durante o treino é um método útil para regular a 
intensidade do exercício (para refs. ver Hill-Haas et al., 2008b). É bastante 
comum hoje em dia a monitorização da FC, utilizando instrumentos específicos 
INTRODUÇÃO 1
VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL 
para o efeito. Esses instrumentos fornecem informação útil acerca da carga de 
treino externa e interna a que os jogadores estão sujeitos (Coutts et al., 2007). 
Segundo um estudo citado por Gabbett & Mulvey (2008), foi encontrada uma 
frequência cardíaca semelhante em competição e em sessões de treino 
compostas apenas por jogos reduzidos. 
Vários estudos referem também que o aumento do número de jogadores 
em campo reduz a média da resposta cardíaca, (para refs. ver Hill-Haas et al., 
2008b) da mesma forma que o maior número de jogadores em campo, 
aumenta o número de acções técnicas da equipa, no entanto diminui o número 
de acções por jogador (Owen, 2004). 
A Percepção Subjectiva de Esforço (PSE), constitui um bom indicador 
para avaliar a intensidade do exercício, porém, segundo Hill-Haas et al. 
(2008b), o aumento do número de jogadores, sem alteração das dimensões do 
campo, reduz a percepção de esforço dos jogadores numa sessão de jogos 
reduzidos. 
Segundo vários autores citados por Coutts et al. (2007), a PSE tem-se 
mostrado um método simples e válido para quantificar a intensidade da sessão 
de treino, estando também correlacionada com vários factores fisiológicos 
como a FC. Os resultados obtidos no estudo de Coutts et al. (2007) validaram o 
uso da PSE como marcador da intensidade do treino durante exercício 
intermitente de alta intensidade e apoiam o uso da PSE para quantificar a 
intensidade do treino durante os jogos reduzidos no futebol. Porém sugerem 
ainda que o treino de jogos reduzidos seja monitorizado através da combinação 
do registo da FC e da utilização da PSE para uma maior fiabilidade (Coutts et 
al., 2007). 
INTRODUÇÃO 2
VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL 
Este tipo de jogos foi idealizado para desenvolver as habilidades 
técnicas, a leitura táctica e capacidade de decisão e são frequentemente 
jogados com várias bolas em torno do campo para assegurar a continuidade do 
jogo (Gabbett & Mulvey, 2008; Owen, 2004). A presença da bola durante os 
jogos reduzidos permite uma melhoria técnico-táctica significativa, aliada a uma 
maior motivação dos jogadores (Dellal et al., 2008). 
Dado o tempo limitado para o treino da condição física nas modalidades 
desportivas colectivas como o futebol, os jogos reduzidos constituem um 
importante estímulo no condicionamento físico, oferecendo um seguro, efectivo 
e específico método de condicionamento para futebolistas, necessitando de 
serem optimizados (Hill-Haas et al., 2008b; Gabbett & Mulvey, 2008). 
Os jogos reduzidos solicitam respostas ao nível da frequência cardíaca 
em torno dos 90-95% da FC máxima quando utilizados como ferramenta de 
condicionamento físico. Estas intensidades de treino levam um atleta a 
melhorar a sua condição aeróbia e a sua performance física durante o jogo, 
sendo isto similar em magnitude ao mais tradicional treino intervalado. Estas 
poderão ser considerações importantes, quando é reconhecido que o estímulo 
para adaptação ao treino é a carga de treino interna associada à sessão de 
treino (Kelly & Drust, 2008). 
A investigação disponível não tem estudado com frequência o perfil de 
acções técnicas nestas situações de jogo nem tem procurado perceber se a 
fase do jogo influi na intensidade da situação de jogo. Por outro lado, todos os 
dados que estão disponíveis referem-se às respostas de jogadores seniores de 
níveis de competição elevados, sendo omissas as respostas dos jovens 
jogadores, com menor domínio técnico-táctico do jogo. Neste sentido, o 
INTRODUÇÃO 3
VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL 
objectivo deste trabalho será comparar a resposta da frequência cardíaca, a 
percepção subjectiva do esforço e o perfil de realização de acções técnicas, 
quando em situação de jogos reduzidos no futebol (3x3 e 4x4) e em função da 
fase do jogo (ataque vs. defesa vs. ataque/defesa). 
Este estudo será efectuado para determinar qual a influência da fase do 
jogo (ataque, defesa ou ataque/defesa) na sua intensidade psico-fisiológica (FC 
e PSE) e qual o perfil de realização das acções técnicas, como o passe, a 
recepção, a mudança de direcção, o drible, o remate, o desarme, a perda de 
bola e a intercepção. Para além disso, pretendemos verificar se estes factores 
são influenciados pelo número de jogadores em campo (3x3 e 4x4). 
INTRODUÇÃO 4
VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL 
METODOLOGIA 
Amostra 
A amostra foi constituída por 16 jogadores de futebol do género 
masculino, com uma média ± DP de idades de 15,75 ± 0,45 anos; altura 172,4 
± 4,83 cm; peso 64,5 ± 6,44; FC máx. 199,1 ± 9,08 bpm e 8,06 ± 1,98 anos de 
prática da modalidade. Todos os sujeitos pertenciam à mesma equipa de 
sub16 (Sporting Clube de Portugal), encontrando-se a disputar o Campeonato 
Distrital de Lisboa – Divisão de Honra. No momento da recolha, os sujeitos 
encontravam-se no final da época, com uma carga competitiva de 2 jogos 
semanais (disputa de torneios particulares) e uma carga de treino de 4 sessões 
semanais com uma duração média de 90 minutos. 
Previamente, foi entregue ao clube um consentimento informado, onde 
constavam as informações sobre os procedimentos, exigências, benefícios e 
riscos envolvidos na sua participação. Foi referido que os sujeitos poderiam 
desistir da sua participação no estudo a qualquer momento. 
Instrumentos e procedimentos 
A FC foi monitorizada continuamente durante cada jogo reduzido e 
registada a cada 5 segundos utilizando cardiofrequencímetros individuais Polar 
Team System (Polar, FI). A FC foi igualmente monitorizada de forma contínua, 
com os mesmos instrumentos, durante a realização do Yo-yo Intermittent 
Endurance Test, o qual visou determinar a FC máxima dos sujeitos. A FC 
METODOLOGIA 5
VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL 
máxima atingida durante a realização deste teste foi utilizada como valor de 
referência para enquadrar os valores em quatro zonas de intensidade (Hill- 
Haas et al., 2008b). A intensidade do exercício durante cada jogo reduzido foi 
registada através da FC, expressa em percentagem de FC máxima e 
classificada em quatro zonas de intensidade pré-definidas: zona 1 (<75% FC 
máx.), zona 2 (75-84,9% FC máx.), zona 3 (85-89,9% FC máx.) e zona 4 
(≥90% FC máx.) (Gore, 2000). 
Após cada sessão de recolha de dados, estes foram descarregados para 
um computador portátil HP Pavilion dv5, utilizando o software Polar Precision 
Performance SW – Version 4.01.029, sendo posteriormente exportados 
utilizando o programa Excel XP (Microsoft Corporation, EUA) e tratados com o 
software Statistica versão 8 (StatSoft, Tulsa USA). 
Para registo da Percepção Subjectiva de Esforço, foi utilizada a Escala 
de Percepção Subjectiva de Esforço (PSE) de Borg modificada (6-20). 
Para registo do Perfil de Acções Técnicas, os jogos foram filmados com 
uma câmara de filmar Sony Handycam DCR-SX30. 
Com o objectivo de obter o valor de referência da FC máxima de cada 
indivíduo em intervalos regulares durante o período de estudo, os sujeitos 
completaram um Yo-yo Intermittent Endurance Test. 
Os sujeitos chegaram ao local da recolha com 30 minutos de 
antecedência, tendo sido informados acerca dos detalhes do protocolo, mas 
não sobre o objectivo do estudo. 
METODOLOGIA 6
VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL 
Em seguida realizaram o aquecimento habitual de 15 minutos, incluindo 
corrida de baixa intensidade e alongamentos dinâmicos. Antes do início da 
sessão foi colocado em cada sujeito, um cardiofrequencímetro para registo da 
FC. A primeira sessão foi constituída pela realização do Yo-yo Intermittent 
Endurance Test. Os jogadores já estavam familiarizados com a realização de 
jogos reduzidos e com a utilização da escala de Borg, pelo que não houve 
necessidade de uma realização prévia. Antes de dar início às sessões de 
recolha, o treinador constituiu 2 grupos de 6 jogadores, divididos em 4 equipas 
de 3 jogadores para o 3x3, juntando mais 4 jogadores, 1 para cada equipa para 
o 4x4. Na segunda sessão, correspondente ao primeiro dia de recolha, a 
sessão teve início com um jogo reduzido de 3x3 com guarda-redes activo, em 
que uma das equipas apenas realizou acções ofensivas e a outra apenas 
realizou acções defensivas (AA vs DD), seguido de um jogo 3x3 nos mesmos 
moldes com outro grupo de 6 jogadores. Na segunda sessão de recolha, foram 
realizados dois jogos 3x3 AD recorrendo aos mesmos grupos da sessão 
anterior. Na terceira e quarta sessão de recolha, os procedimentos foram 
repetidos para o 4x4. Todos os jogos foram realizados em relva natural, num 
campo com as dimensões de 20mx30m para o 3x3 e 20mx40m para o 4x4, 
tendo sido utilizadas balizas normais. Foi tido em conta a manutenção de um 
rácio de 100m2 por jogador. Cada jogo teve a duração de 24 minutos num 
formato de treino intervalado, consistindo em quatro séries de 4 minutos de 
duração, separados por 2 minutos de recuperação activa através de corrida 
lenta, entre as séries de exercício (Kelly & Drust, 2008). Não foram introduzidas 
regras de jogo específicas para influenciar a intensidade dos jogos (Kelly & 
Drust, 2008). Foram colocadas várias bolas em torno da área de jogo para que 
METODOLOGIA 7
VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL 
esta fosse imediatamente reposta quando saísse pelas linhas delimitadoras do 
campo (Hill-Haas et al, 2008b; Dellal et al., 2008; Kelly & Drust, 2008), evitando 
assim interrupções no exercício e consequentemente quebras na intensidade 
do jogo. 
Durante o jogo, foi permitido ao treinador encorajar verbalmente os 
sujeitos. 
Foi permitido aos atletas ingerir bebidas isotónicas comerciais ad libitum 
durante os períodos de recuperação (Kelly & Drust, 2008). 
No final de cada jogo, foi solicitado a cada sujeito que registasse 
manualmente o seu valor da PSE, para certificar de que essa mesma 
percepção se referia apenas ao jogo reduzido. Foi utilizada a escala de Borg 
(6-20) impressa em papel para ajudar os sujeitos na sua decisão (Coutts et al., 
2007). 
Todas as sessões foram realizadas em semanas diferentes e seguiram 
os mesmos procedimentos. As sessões de recolha foram incluídas na sessão 
de treino diária e foram realizadas sempre à mesma hora do dia (18h). 
A FC de cada atleta foi monitorizada de forma contínua ao longo de todo 
o jogo, através da colocação de um cardiofrequencímetro Polar Team System 
que transmitiu posteriormente todas as informações para um Computador 
Portátil HP Pavilion dv5, com o software Polar Precision Performance SW – 
Version 4.01.029, permitindo analisar todos os dados registados. 
A Percepção Subjectiva do Esforço foi registada imediatamente após 
cada jogo reduzido utilizando a escala de Percepção Subjectiva de Esforço de 
METODOLOGIA 8
VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL 
Borg (6-20) (Hill-Haas et al, 2008b). À data da recolha dos dados, os sujeitos 
apresentavam já uma adaptação prévia à escala de Borg. 
Para recolha dos dados referentes ao perfil de realização de acções 
técnico-tácticas, foi colocada uma câmara de filmar Sony Handycam DCR-SX30, 
a 106cm do solo, posicionada na direcção da linha de meio-campo em 
todos os jogos à excepção do 3x3 AD, no qual a câmara foi colocada num 
vértice do campo, de forma a cobrir toda a área de jogo. As filmagens 
efectuadas durante a realização dos jogos foram posteriormente observadas e 
foi feita a contagem dos erros técnicos realizados por cada jogador em cada 
período de 4 minutos de jogo, para cada gesto técnico a analisar. As variáveis 
técnicas analisadas foram as seguintes: passe, recepção, mudança de 
direcção, drible, remate, desarme, perda de bola, intercepção. Para o sucesso 
de cada uma das acções, foram considerados os seguintes conceitos (Owen, 
2004): 
Passe: jogador em posse envia a bola para um colega de equipa, 
utilizando o pé ou peito e utilizando várias técnicas, curtas ou longas distâncias. 
Recepção: Jogador ganha ou tenta ganhar controlo da bola de forma a 
ficar na sua posse. 
Mudança de direcção: Jogador em posse, com a bola nos pés, muda de 
direcção de forma a jogar noutras áreas do campo. 
Drible: Jogador em posse, com a bola nos pés, corre com a bola, supera 
ou tenta superar um oponente. 
Remate: Jogador em posse, envia a bola de forma intencional para a 
baliza, com o objectivo de marcar golo. 
METODOLOGIA 9
VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL 
Desarme: Uma acção com o objectivo de retirar a posse de bola ao 
oponente que se encontra na posse desta. 
Perda de bola: Jogador que perde a posse de bola por acção de um 
oponente. 
Intercepção: Jogador contacta a bola permitindo-lhe ficar na posse 
desta, evitando que o passe do oponente atinja o destino pretendido. 
Análise dos dados 
Os dados recolhidos foram comparados em função de dois factores de 
medidas repetidas: número de jogadores (3x3 ou 4x4) e fase do jogo (ataque, 
defesa ou ataque/defesa). Os dados obtidos foram expressos em média ± DP. 
A análise inferencial às variáveis técnicas e à PSE foi realizada através 
de um modelo de análise de variância factorial para medidas repetidas 2x3, 
visando testar diferenças entre as médias do número de jogadores e tipo de 
jogo. Contudo para os valores da FC foi adicionado o factor zonas de 
intensidade resultando num modelo 2x3x4. Sempre que apropriado, foi utilizado 
o teste de Tukey para encontrar quais os níveis dos factores que apresentavam 
diferenças entre si. O tamanho do efeito foi utilizado para normalizar o 
tratamento realizado, baseado nos seguintes critérios: ‹0.20 = trivial; 0.20 –0.59 
=pequena; 0,60-1.19 = moderado; 1.20 – 2.0 = grande; ›2.0 = muito grande 
(Hopkins, 2002). Esta análise foi realizada utilizando o software Statistica 
versão 8 (Statsoft, Tulsa USA) e o nível de significância foi mantido em p<0.05. 
METODOLOGIA 10
VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL 
RESULTADOS 
O quadro 1 apresenta os valores da PSE e da FC divididos pelas quatro 
zonas de intensidade. Relativamente aos valores da PSE, foram identificadas 
diferenças entre o número de jogadores, com valores superiores no 3x3 e 
foram identificadas diferenças entre o tipo de jogo AD e AA, com valores 
superiores para a situação AD (ver Quadro 1). A interacção número × tipo foi 
significativa, a PSE diminuiu com o aumento do número de jogadores nas 
situações de AA e DD, mas aumentou nas situações da AD (ver Figura 1). 
No que diz respeito aos valores da FC, foram registadas diferenças entre 
os valores médios das zonas de intensidade 1, 3 e 4 em relação à zona 2 (ver 
Quadro 1). A interacção número x zonas foi significativa, tendo sido registada 
uma subida nos valores do 3x3 na zona de intensidade 4, enquanto que os 
valores do 4x4, registaram uma descida nesta mesma zona. Porém, o 3x3 
apresentou uma variabilidade de valores bastante maior do que o 4x4, no que 
refere à zona 4 (ver Figura 2). A interacção tipo x zona apresentou um 
decréscimo acentuado do tempo do exercício na zona 4 na situação de DD 
com uma pequena variabilidade de valores, enquanto nas situações de AD e 
AA se verificou um aumento do tempo na zona 4 comparativamente com as 
restantes zonas, com uma grande variabilidade de valores. De realçar que a 
zona 2 foi onde os jogadores despenderam mais tempo durante o exercício, em 
todas as situações de jogo (ver Figura 2). 
O quadro 2 apresenta os valores da percentagem de eficácia da 
realização de alguns gestos técnicos (Passe, Recepção, Drible, Remate, 
RESULTADOS 11
VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL 
Desarme e Intercepção) e dos valores absolutos da mudança de direcção e 
perda de bola. 
Foram encontradas diferenças na mudança de direcção entre o número 
de jogadores, com o 3x3 a registar valores mais elevados (ver Quadro 2). A 
interacção número x tipo foi significativa, diminuindo com o aumento de 
jogadores nas situações de AA, mas aumentando nas situações da AD (ver 
Figura 3). 
A perda de bola apresentou diferenças entre o número de jogadores, 
com valores superiores para o 3x3 e foram identificadas diferenças entre o tipo 
de jogo, com valores bastante superiores para as situações de AA (ver Quadro 
2). 
A interacção número x tipo foi significativa no passe, tendo a eficácia do 
gesto aumentado com o aumento do número de jogadores nas situações AD e 
diminuído nas situações de AA (ver Figura 4). 
Nos restantes gestos técnicos, apesar da acentuada diferença de 
valores na execução dos gestos, os jogadores foram igualmente eficazes 
quando analisamos a percentagem de eficácia nas diferentes situações 
(número e tipo de jogo). 
O aumento do número de jogadores e os diferentes tipos de jogo não 
influenciaram a eficácia na recepção dos passes, o que se pode constatar pelo 
pequeno tamanho do efeito (ver Quadro 2). 
O remate apresentou maior eficácia no 3x3 quando em situações de AD 
e uma diferença no que diz respeito a situações de AA, não apresentando 
diferenças significativas. 
RESULTADOS 12
VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL 
Quadro 1 Resultados dos efeitos simples e interacções entre número de jogadores e tipo de jogo para valores da PSE e 
do tempo despendido em cada zona de intensidade de FC. 
Nº jogadores Tipo de Jogo Nº Jogadores x Tipo de Jogo 
3x3 4x4 AD AA DD 
3x3 
AD 
3x3 
AA 
3x3 
DD 
4x4 
AD 
4x4 
AA 
4x4 
DD 
PSE 
16,6±0,3 16,0±0,5 17,0±0,5 15,9±0,5 16,0±0,3 16,7±0,5 16,8±0,5 16,3±0,3 17,3±0,5 15,0±0,6 15,7±0,5 
F=6,4 p=0,028 
ES=1,42 
F=4,5 p=0,023 
Tukey HSDAD, AA=0,03 
ESAD,AA=2,14 ESAD,DD=2,36 ESAA,DD=-0,24 
F=6,9 p=0,005 
FC F=3,3 p=0,098 F=2,1 p=0,151 F=1,4 p=0,267 
Interacção com 
Zonas FC 
F=4,3 p=0,011 F=5,4 p=0,000 F=1,5 p=0,206 
Z1 
‹75% 
0,7±0,1 1,1±0,2 0,7±0,3 0,7±0,2 1,3±0,2 0,5±0,2 0,6±0,2 1,0±0,2 0,8±0,3 0,9±0,3 1,5±0,3 
Z2 
75- 85% 
1,4±0,2 1,6±0,1 1,2±0,1 1,4±0,2 2,0±0,1 1,0±0,2 1,3±0,3 2,0±0,2 1,4±0,2 1,6±0,2 1,9±0,2 
Z3 
85-90% 
0,7±0,1 0,8±0,1 0,9±0,1 0,8±0,2 0,6±0,2 0,9±0,1 0,6±0,1 0,7±0,2 0,9±0,2 1,0±0,2 0,4±0,2 
Z4 
≥90%. 
1,1±0,2 0,6±0,2 1,3±0,2 1,1±0,3 0,2±0,1 1,6±0,3 1,6±0,4 0,3±0,2 1,0±0,3 0,6±0,3 0,1±0,1 
RESULTADOS 13
VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL 
Quadro 2 Resultados dos efeitos simples e interacções entre o número de jogadores e o tipo de jogo para os valores de 
eficácia do Perfil de Acções Técnicas. 
Nº jogadores Tipo de Jogo Nº Jogadores x Tipo de Jogo 
3x3 4x4 AD AA DD 3x3AD 3x3AA 3x3DD 4x4AD 4x4AA 4x4DD 
Passe 
84,2±1,9 86,4±1,7 86,7±2,1 83,9±1,3 - 83,0±2,8 85,3±1,5 - 90,4±3,1 82,4±1,5 - 
F=1,031 p=0,33 F=2,036 p=0,179 F=5,465 p=0,038 
Recepção 
94,1±1,0 96,3±0,7 95,3±1,3 95,1±0,9 - 94,9±1,3 93,2±1,9 - 95,6±1,5 97,0±0,9 - 
F=4,29 p=0,06 
F=0,0 p=0,95 F=1,08 p=0,319 
Mud. Direcção 
0,3±0,1 0,2±0,0 0,2±0,1 0,3±0,1 - 0,1±0,1 0,5±0,1 - 0,2±0,1 0,1±0,0 - 
F=4,84 p=0,050 
ES=1,38 
F=2,07 p=0,18 F=21,83 p=0,001 
Drible 
70,1±4,8 70,0±5,0 73,9±4,4 66,2±2,8 - 74,6±5,1 65,7±6,7 - 73,2±8,9 66,7±2,7 - 
F=0,0 p=0,98 F=2,47 p=0,14 F=0,031 p=0,863 
Remate 
33,2±2,5 31,1±6,1 37,1±3,4 27,2±4,6 - 40,8±4,2 25,7±2,3 - 33,5±6,5 28,7±9,3 - 
F=0,09 p=0,77 F=3,29 p=0,10 F=0,775 p=0,396 
Perda Bola 
1,5±0,1 1,1±0,1 0,8±0,1 1,8±0,1 - 1,1±0,1 1,9±0,1 - 0,5±0,1 1,6±0,1 - 
F=28,37 p=0,0 
ES=3,90 
F=118,15 p=0,0 
ESAD,AA=-9,75 
F=1,091 p=0,317 
Desarme 
42,9±5,1 45,5±6,8 44,2±8,0 - 44,1±3,3 41,9±9,1 - 43,8±2,9 46,5±11,0 - 44,4±6,1 
F=0,10 p=0,76 F=0,0 p=0,99 F=0,137 p=0,718 
Intercepção 
68,5±5,8 55,4±6,2 62,7±7,3 - 61,2±3,4 70,4±6,8 - 66,7±6,5 55,0±11,9 - 55,8±7,9 
F=1,89 p=0,19 F=0,03 p=0,87 F=0,07 p=0,796 
RESULTADOS 14
VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL 
A Anova Factorial apresentou ainda valores da interacção número de 
jogadores x zonas de intensidade e número de jogadores x tipo de jogo x zonas 
de intensidade, para a FC. No que diz respeito à primeira interacção, os valores 
mais elevados de tempo foram registados na zona 2 durante o 4x4 e o 3x3 
(1,61±0,10 e 1,42±0,15, respectivamente). O valor mais baixo foi registado na 
zona 4 durante o 4x4 (0,56±0,16). Relativamente à interacção número de 
jogadores x tipo de jogo x zonas de intensidade, os valores mais elevados 
registaram-se na zona 2 do 3x3 e 4x4 em situação de DD (1,97±0,24 e 
1,93±0,22, respectivamente). O valor mais baixo foi registado na zona 4 do 4x4 
em situação de DD (0,14±0,06). 
RESULTADOS 15
VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL 
3x3 4x4 
Número de jogadores 
19,5 
19,0 
18,5 
18,0 
17,5 
17,0 
16,5 
16,0 
15,5 
15,0 
14,5 
14,0 
13,5 
13,0 
Percepção subjectiva do esforço (Borg 6-20) 
AD 
AA 
DD 
Figura 1 Interacção entre o tipo de jogo e o número de jogadores, para os 
valores da PSE. 
RESULTADOS 16
VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL 
1 2 3 4 
Zonas de Intensidade 
3,0 
2,5 
2,0 
1,5 
1,0 
0,5 
0,0 
-0,5 
Tempo de jogo dispendido (minutos) 
AD 
AA 
DD 
Figura 2 Interacção entre o tipo de jogo e as zonas de intensidade, para 
os valores da FC. 
RESULTADOS 17
VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL 
3x3 4x4 
Número de jogadores 
100 
95 
90 
85 
80 
75 
70 
Eficácia do gesto (%) 
AD 
AA 
Figura 3 Interacção entre o número de jogadores e o tipo de jogo, para os 
valores de eficácia do passe. 
RESULTADOS 18
VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL 
3x3 4x4 
Número de jogadores 
0,8 
0,7 
0,6 
0,5 
0,4 
0,3 
0,2 
0,1 
0,0 
-0,1 
Nº de gestos realizados 
AD 
AA 
Figura 4 Interacção entre o número de jogadores e o tipo de jogo, para os 
valores de execução da mudança de direcção. 
RESULTADOS 19
VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL 
DISCUSSÃO 
O objectivo do presente estudo foi analisar as respostas da PSE e da FC 
e perfil de acções técnicas em função do número de jogadores (3x3 e 4x4) e da 
situação de jogo (AA, DD e AD) em jovens jogadores de Futebol. Procurámos 
verificar se o aumento ou diminuição do número de jogadores e o tipo de jogo 
(situação ofensiva AA, defensiva DD ou ofensiva/defensiva AD) altera 
significativamente os valores da PSE, FC e da eficácia dos gestos técnicos 
mais utilizados. Na generalidade, os resultados permitiram verificar que a maior 
parte do tempo dispendido nos jogos reduzidos situou-se entre os 75 e os 
84,9% da FC máx. dos jogadores. Em situação de DD, os jogadores passaram 
pouco tempo de exercício acima dos 90% da FC máx., ao contrário das 
restantes situações. 
Quanto maior o número de jogadores em campo, menor foi a percepção 
do esforço despendido durante a realização dos jogos reduzidos, 
principalmente em situação de ataque (excepção feita às situações de AD onde 
a PSE se tornou significativamente mais elevada com o aumento do número de 
jogadores). 
Apesar das diferenças existentes nos valores absolutos na realização da 
maior parte dos gestos técnicos analisados, como foi o caso do passe, 
recepção, drible, remate, desarme e intercepção, os jogadores apresentaram 
iguais níveis de eficácia. 
Os resultados deste estudo e de outros como os de Hill-Haas et al. 
(2008b; 2009) e Owen (2004) identificaram respostas da PSE e da FC, 
sugerindo que a alteração do número de jogadores e do tipo de jogo pode 
DISCUSSÃO 20
VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL 
modificar a solicitação fisiológica dos jogadores. Os dados aqui apresentados 
aproximam-se bastante daqueles obtidos por diversos autores. 
A literatura disponível refere que nos jogos deste formato (3x3 e 4x4), a 
PSE associada às equipas de 3 jogadores foi mais elevada (16±2 vs. 15±2, 
respectivamente, segundo Hill-Haas et al. (2009)), o que veio confirmar os 
resultados obtidos, podendo constatar que quanto menor o número de 
jogadores em campo, maior é a percepção do esforço dispendido durante a 
realização dos jogos reduzidos, principalmente em situação de ataque. 
Excepção feita às situações de AD, onde a PSE se tornou significativamente 
mais elevada com o aumento do número de jogadores. Estes dados foram 
suportados por Mallo & Navarro (2008) ao referirem no seu estudo que o 
aumento do número de jogadores provoca geralmente uma diminuição na 
intensidade global do jogo, o que veio confirmar que poderão existir excepções 
como a que foi encontrada no nosso estudo. A diminuição do número de 
jogadores, aumentou a percepção da intensidade do exercício e apresentou 
simultaneamente maior tempo de exercício em zonas de intensidade mais 
elevadas. Estes dados poderão ser explicados pela necessidade de uma maior 
movimentação dos jogadores para criar linhas de passe, uma vez que a 
redução do número de jogadores em campo, diminuiu o número de possíveis 
soluções e uma menor posse de bola por parte da equipa, segundo Owen 
(2004), porém verificou-se uma maior interacção de cada jogador com a bola 
e/ou oponentes. 
Owen (2004) veio confirmar através do seu estudo que a resposta da FC 
diminuiu com o aumento do número de jogadores. Segundo este autor, os 
DISCUSSÃO 21
VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL 
jogos reduzidos 3x3 produzem uma FC média semelhante aquela encontrada 
nos jogos 11x11, enquanto o 4x4 gera uma FC média geralmente inferior. 
As situações AD foram percepcionadas como mais intensas e 
provocaram um maior tempo de exercício acima dos 90% da FC máx., quando 
comparadas com as situações AA e DD. A situação AD é extremamente 
motivante do ponto de vista competitivo e este factor é válido por si só. O 
pouco tempo despendido acima dos 90% da FC máx. durante as situações de 
DD é justificado pela desmotivação que esta situação reflecte nos jogadores. A 
falta do objectivo de jogo e o não ter como alvo a baliza e a obtenção do golo, 
baixam os índices de motivação e reduzem a intensidade de jogo. As situações 
de AD, provocam uma constante preocupação com o ataque e defesa, com o 
drible e o desarme, com o remate e a intercepção, o que obriga os jogadores a 
procurarem o objectivo do jogo, mas ao mesmo tempo focarem a sua atenção 
no processo defensivo, evitando sofrer golo, aumentando assim a intensidade 
de jogo e proporcionando um maior treino das capacidades físicas e técnico-tácticas. 
A proximidade destas situações à realidade competitiva cria a 
necessidade constante de criação de soluções, quer ofensivas, quer 
defensivas, provocando consequentemente um aumento cada vez maior na 
percepção do esforço e intensidade de jogo por parte dos atletas. Tal como 
Hill-Haas et al. (2009) afirmou, alterações técnicas nas regras que estejam 
relacionadas com as oportunidades da equipa marcar podem aumentar a 
motivação do jogador e ainda aumentar a intensidade do exercício durante os 
jogos reduzidos. 
A intermitência dos jogos reduzidos faz com que o esforço seja mantido 
em patamares médios, com variações da FCmáx. Daí que a zona de 
DISCUSSÃO 22
VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL 
intensidade 2, situada entre os 75 e os 84,9% da FC máx. dos jogadores, tenha 
sido aquela em que estes permaneceram mais tempo. As restantes zonas de 
intensidade apresentaram valores médios semelhantes, o que nos indica que 
foi estabelecido um patamar na zona 2, com passagem pelas restantes 
intensidades durante o jogo. Talvez esta seja uma justificação de como os 
jogos reduzidos podem substituir, de forma mais específica, o treino intervalado 
e constituir uma boa base do treino da capacidade aeróbia dos atletas. 
Sugere-se que para aumentar a intensidade do treino, com o objectivo 
de melhorar a capacidade aeróbia dos atletas, o treinador opte por um número 
reduzido de jogadores em campo (ex.3x3) e por situações de jogo que 
provoquem uma elevada motivação como é o caso da situação de AD, 
privilegiando situações em que os jogadores tenham como objectivo a 
progressão no terreno e a obtenção de golo, evitando situações inversas como 
a de DD. 
Nenhum dos estudos encontrados analisou directamente a eficácia dos 
gestos realizados durante os jogos reduzidos. Porém, alguns dos dados 
obtidos no nosso estudo vieram a ser confirmados por outros autores, 
principalmente por Kelly & Drust (2008) e Owen (2004), os quais focaram 
directamente a questão da análise do perfil técnico-táctico dos jogadores 
durante os jogos reduzidos. 
À semelhança do estudo publicado por Kelly & Drust (2008), no qual é 
referido que a dimensão do campo nos jogos reduzidos não foi um factor 
determinante para o número de acções técnicas realizadas, os nossos 
resultados demonstram que apesar da diferença do número de gestos 
exectuados, o número de jogadores e o tipo de jogo não teve influência na 
DISCUSSÃO 23
VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL 
eficácia de realização destes gestos. Segundo os dados revelados por Owen 
(2004), quando pesquisamos a frequência dos gestos específicos dos jogos 
reduzidos, existem várias descobertas chave que são extremamente úteis 
numa perspectiva do desenvolvimento do treino. O aumento dos jogadores 
sem ter em conta as dimensões do campo, conduziu a um aumento do número 
total de acções técnicas realizadas pela equipa, devendo-se este aumento ao 
maior número de passes e recepções efectuados. Segundo este autor, no 3x3 
em comparação com o 4x4 observou-se um menor número de passes, 
recepções e mudanças de direcção realizados, registando-se apenas um maior 
número de acções no drible. Porém, através do nosso estudo, apesar da 
diferença do número de gestos realizados nos dois formatos dos jogos 
reduzidos, o aumento ou diminuição do número de jogadores em campo não 
alterou a eficácia dos gestos. Excepção feita à mudança de direcção e perda 
de bola que tendo sido analisados em valores absolutos, apresentaram uma 
diminuição significativa da sua frequência com o aumento do número de 
jogadores, o que contraria alguns resultados do estudo apresentado 
anteriormente. 
Tal como no nosso estudo, os jogadores realizaram maior número de 
mudanças de direcção no 3x3 quando comparados com o 4x4, Owen (2004) 
concluiu que os jogadores realizaram mais mudanças de direcção no 1x1 e 
maior número de dribles durante o 1x1 e 2x2 quando comparados com o resto 
dos jogos reduzidos. Isso indica que o 1x1 e 2x2 ou seja, um menor número de 
jogadores em campo, expôs os jogadores a situações onde eles devem realizar 
gestos específicos para criar uma abertura para um passe, a oportunidade para 
ultrapassar um oponente (ex. situações de 1x1) ou mudança de direcção e 
DISCUSSÃO 24
VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL 
assim assegurar a posse de bola. Estes tipos de jogos reduzidos são 
excelentes devido à sua especificidade e em permitir aos jogadores a 
oportunidade de desenvolver as suas qualidades de tomada de decisão em 
situações competitivas. Pode-se concluir que os jogos reduzidos específicos 
permitem ao jogador não só a oportunidade de desenvolver as suas qualidades 
técnicas específicas, mas também lhe dá a oportunidade de desenvolver 
atributos mentais, tais como a tomada de decisão através de um ambiente de 
aprendizagem positiva oferecido por estes jogos. 
Os jogadores perderam mais a bola no formato 3x3 e em situação de 
AA, podendo isto indicar que a elevada percepção do esforço e intensidade à 
qual os jogadores estão sujeitos no 3x3, poderá levar à perda de bola devido a 
maiores índices de fadiga. Ao mesmo tempo, a maior perda de bola em 
situações de AA poderá estar relacionada com os menores índices 
motivacionais dos jogadores nesta situação, quando comparada com a 
situação AD. Owen (2004) completa ainda que isto pode também sugerir que 
obviamente um maior número de jogadores permite mais opções quando estes 
estão em posse de bola, logo permite que a posse de bola seja mais elevada. 
Mallo & Navarro (2008) concluíram que a introdução de jogadores numa 
das equipas, criou um desequilíbrio em situações de posse de bola e reduziu o 
número de erros nos passes de curta distância, o que veio confirmar os 
resultados por nós obtidos, uma vez que o aumento do número de jogadores 
aumentou o número de passes realizados com êxito, ainda que isto seja mais 
notório no 4x4 em situações de AD em contraste directo com os jogos com o 
mesmo número de jogadores em campo, mas em situação de AA. O maior 
número de jogadores em campo permitiu a obtenção de um maior número de 
DISCUSSÃO 25
VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL 
opções e linhas de passe e possivelmente mais próximas ao portador da bola, 
ao mesmo tempo que facilita a escolha na tomada de decisão, fazendo com 
que a sua eficácia aumente. A motivação poderá ser também um factor 
limitativo do sucesso na realização destes gestos, uma vez que tudo indica que 
os níveis de motivação dos jogadores numa situação de AD sejam superiores 
àqueles que se encontram numa situação de AA. 
A alteração do número de jogadores e as diferentes situações de jogo 
não provocam alterações práticas na concepção do treino e realização de jogos 
reduzidos, no entanto sugere-se que para garantir uma maior eficácia de 
alguns gestos técnicos base, como o passe, os jogos sejam realizados com um 
maior número de jogadores (4x4) possibilitando assim um maior leque de 
possíveis soluções, ao passo que se o objectivo for colocar o jogador perante 
tomadas de decisão, estes deverão ser confrontados em situações com poucos 
jogadores. As situações de jogo não influenciam a melhoria do perfil de acções 
técnicas, no entanto recomendam-se sempre as situações que provoquem uma 
maior motivação, como a de AD, possibilitando assim o aumento simultâneo da 
intensidade de jogo. 
A utilização das situações de jogo AA e DD, quando comparadas com a 
situação de AD, registaram uma menor percepção de esforço por parte dos 
jogadores, porém o valor médio da PSE obtido foi ligeiramente superior na 
situação de DD em relação a AA. A FC nas situações de DD situou-se 
predominantemente nas zonas de menor intensidade, ao passo que nas 
situações de AA, estas registaram um maior tempo de exercício em zonas de 
intensidade mais elevada. Com isto, podemos demonstrar que os menores 
índices de motivação implícitos nas situações de DD implicam uma percepção 
DISCUSSÃO 26
VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL 
de esforço mais elevada por parte dos jogadores, ainda que isto não 
corresponda na realidade ao esforço dispendido por estes. A situação de AA 
permite treinar apenas situações de ataque, permitindo um maior contacto com 
a bola durante o tempo de jogo, com uma menor percepção do esforço e 
menor resposta da FC. 
A eficácia dos gestos realizados foi sempre menor nas situações de AA 
e DD quando comparados com AD, à excepção da mudança de direcção e da 
perda de bola que registaram valores absolutos superiores a AD. De realçar 
que na situação de AA, existiram muito mais perdas de bola do que em AD, 
situação que pode ser explorada pelos treinadores, ao realizar jogos reduzidos 
com estas condicionantes, no sentido de desenvolver um ataque mais 
consistente e eficaz, preocupando-se apenas com as situações ofensivas. 
Estas condicionantes poderão ser também utilizadas para criar situações de 
superioridade ou inferioridade numérica, quer na defesa, quer no ataque, 
modificando o número de jogadores numa das equipas e criando assim 
desequilíbrios. 
Futuramente seria interessante poder completar este estudo com a 
análise da distância percorrida pelos jogadores durante a realização destes 
formatos de jogos reduzidos e nas situações de jogo aqui analisadas, de forma 
a poder ser realizada uma correlação com a intensidade do jogo e distância 
percorrida em campo. 
Os nossos resultados, suportado por vários estudos já realizados, 
indicam que a PSE e a FC aumentaram com a diminuição do número de 
jogadores nos jogos reduzidos. Durante os jogos reduzidos, os jogadores 
situaram-se em média entre os 75% e os 84,9% da FC máx. A situação que 
DISCUSSÃO 27
VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL 
criou uma maior intensidade de jogo foi a de AD, sendo a que mais motivação 
transmitiu aos jogadores, devido ao seu carácter extremamente objectivo e 
competitivo. Apesar da diferença nos valores de realização dos gestos 
técnicos, estes apresentaram níveis de eficácia iguais. Sugerimos assim aos 
treinadores a utilização dos jogos reduzidos como instrumento de trabalho 
específico da capacidade aeróbia e técnico-táctica, envolvendo 
simultaneamente diversas componentes do jogo e privilegiando a realização de 
jogos 3x3 (menor número de jogadores) em situação de AD. 
DISCUSSÃO 28
VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL 
CONCLUSÃO 
O presente estudo permitiu-nos verificar qual a influência do número de 
jogadores em campo e das diferentes fases do jogo, na resposta da FC, PSE e 
Perfil de Acções Técnicas realizadas. Os dados obtidos, suportados por outros 
estudos anteriormente realizados, permitiram-nos concluir que o número de 
jogadores em campo influenciou significativamente a intensidade de jogo, quer 
a nível da resposta da FC, quer a nível da PSE dos jogadores. Verificou-se que 
a diminuição do número de jogadores em campo, aumentou a intensidade do 
esforço durante o jogo (maioritariamente situada entre os 75 e os 84,9% da FC 
máx.) e a percepção do esforço por parte dos jogadores. As situações de AD 
foram aquelas que registaram uma maior intensidade de jogo, ao passo que as 
situações de DD demonstraram uma baixa intensidade no que toca ao tempo 
despendido em zonas de FC acima dos 90% da FC máx., provocando estas 
também uma maior desmotivação nos jogadores. Os gestos técnicos 
realizados durante os jogos reduzidos apresentaram o mesmo nível de eficácia, 
ainda que os valores absolutos registados tenham sido diferentes, à excepção 
da mudança de direcção e da perda de bola que foram analisados em valores 
absolutos e verificaram uma diminuição da sua frequência com o aumento do 
número de jogadores. 
Sugere-se assim aos treinadores que, com o objectivo de melhorar a 
capacidade aeróbia dos atletas, incidam as suas sessões de treino, no 
aumento da intensidade de jogo através da realização de jogos reduzidos com 
um menor número de jogadores (ex. 3x3), preferencialmente em situação de 
CONCLUSÃO 29
VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL 
AD, transmitindo assim aos atletas uma maior motivação e competitividade. 
Desta forma, os jogos reduzidos são uma forma eficaz de trabalhar a 
capacidade aeróbia dos atletas em simultâneo com o treino específico das 
capacidades técnico-tácticas dos jogadores e objectivos de jogo reais, que 
aumentam a disponibilidade dos atletas para este tipo de trabalho. 
CONCLUSÃO 30
VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL 
BIBLIOGRAFIA 
Borg, G. (1985). Borg’s RPE – its value for sports testing. 1st edition. 
Movements Publications, New York. 
Coutts, A.J., Rampinini, E., Marcora, S.M., Castagna, C., & Impellizzeri, 
F.M. (2007). Heart rate and blood lactate correlates of perceived exertion during 
small-sided soccer games. Journal of Science and Medicine in Sport 2009 
Jan;12(1):79-84. 
Dellal, A., Chamari, K., Pintus, A., Girard, O., Cotte, T., & Keller, D. 
(2008). Heart rate responses during small-sided games and short intermittent 
running training in elite soccer players: a comparative study. Journal of Strength 
and Conditioning Research 2008 Sept;22(5):449-1457. 
Gabbett, T.J., & Mulvey, M.J. (2008). Time-motion analysis of small-sided 
training games and competition in elite women soccer players. Journal of 
Strength and Conditioning Research 2008 Mar;22(2):543-552. 
Gore, C. (Ed) (2000). Physiological tests for elite athletes. Champaign, 
IL: Human Kinetics. 
BIBLIOGRAFIA 31
VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL 
Hill-Haas, S., Coutts, A., Rowsell, G., & Dawson, B. (2008a). Variability 
of acute physiological responses and performance profiles of youth soccer 
players in small-sided games. Journal of Science and Medicine in Sport 
2008,11:487-490. 
Hill-Haas, S.V., Dawson, B.T., Coutts, A.J., & Rowsell, G.J. (2008b) 
Physiological responses and time-motion characteristics of various small-sided 
soccer games in youth players. Journal of Sport Sciences 2008:1-8. 
Hill-Haas, S.V., Coutts, A.J., Dawson, B.T. & Rowsell, G.J. (2009) Time- 
Motion characteristics and physiological responses of small-sided games in elite 
youth players: The influence of player number and rule changes. Journal of 
Strength and Conditioning Research 2009, 0(0), 1-8. 
Hopkins, W. (2002). A new view of Statistics. Retrieved April 26, 2008, 
from http://www.sportsci.org/resource/stats/effectmag.html 
Kelly, D.M. & Drust, B. (2008) The effect of pitch dimensions on heart 
rate responses and technical demands of small-sided soccer games in elite 
players. Journal of Science and Medicine in Sport 2008,318. 
Mallo, J. & Navarro, E. (2008) Physical load imposed on soccer players 
during small-sided training games. The Journal of Sports Medicine and Physical 
Fitness 2008 Jun;48(2):166-171. 
BIBLIOGRAFIA 32
VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL 
Owen, A., Twist, C., & Ford, P. (2004). Small-sided games: The 
physiological and technical effect of altering pitch size and player numbers. 
Insight, 7, 50-53. 
BIBLIOGRAFIA 33
ANEXOS
VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL 
Anexo A – Declaração de consentimento 
DECLARAÇÃO DE CONSENTIMENTO 
Considerando a “Declaração de Helsínquia” da Associação Médica Mundial 
(Helsínquia 1964; Tóquio 1975; Veneza 1983; Hong Kong 1989; Somerset West 1996 e 
Edimburgo 2000) 
Designação do Estudo: 
16 Jogadores do Sporting Clube de Portugal irão fazer parte da amostra de um estudo no 
âmbito de uma Dissertação do Curso de Mestrado em Jogos Desportivos Colectivos da 
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. 
A recolha irá ser realizada em 4 sessões e uma prévia que consiste na realização de um teste. 
Na sessão de familiarização será realizado o Yo-yo Intermittent Endurance Test, consistindo em 
5 a 20 segundos de intervalos de corrida, separados por períodos regulares de 5 segundos. 
Durante esta sessão irão ser registados alguns indicadores: (i) FC, (ii) PSE, através da Escala de 
Borg (6-20) e (iii) filmagem dos jogos. 
Na 1ª sessão de recolha irão ser realizados dois jogos 3x3 AADD, na 2ª sessão de recolha dois 
jogos 3x3 AD, na 3ª sessão de recolha dois jogos 4x4 AADD e na 4ª sessão de recolha dois jogos 
4x4 AD. Durante todas as sessões de recolha irão ser registados alguns indicadores: (i) FC, (ii) 
PSE através da Escala de Borg (6-20), (iii) filmagem dos jogos para posterior análise do perfil 
técnico-táctico. 
A explicação que foi fornecida acerca da investigação a realizar foi compreendida e foi dada a 
oportunidade de esclarecimento de todas as dúvidas que se julgaram necessárias e de todas 
foi obtida resposta satisfatória. 
Foi tomado conhecimento que, de acordo com a Declaração de Helsínquia, a informação ou 
explicação prestada versou os objectivos, os métodos, os benefícios previstos, os riscos 
potenciais e o eventual desconforto. Além disso, foi afirmado que todos os participantes no 
estudo têm o direito de recusar a todo o momento a sua participação neste, sem qualquer 
prejuízo próprio. 
Por isso, é consentido que seja aplicado o protocolo proposto pelo investigador. 
Data: _____/_____________/ 2009 
Assinatura do voluntário: ____________________________________________________ 
O investigador responsável: 
Nome: Marta das Dores Serrano Nunes 
Assinatura: ______________________________________________________________ 
ANEXOS 35
VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL 
Anexo B – Escala de percepção subjectiva do esforço 
6 Nenhum esforço 
7 Extremamente leve 
8 
9 Muito leve 
10 
11 Leve 
12 
13 Moderado/ Um pouco intenso 
14 
15 Forte/ Intenso 
16 
17 Muito forte/ Muito intenso 
18 
19 Extremamente forte 
20 Esforço máximo 
Escala RPE de Borg 
Gunnar Borg, 1985 
“Durante o exercício vai tentar avaliar a sua percepção de esforço. Tente avaliar a 
sensação do esforço o mais honestamente possível. Não a substime nem lhe atribua 
valores exagerados. 
Observe a escala e a respectiva legenda, decida o que descreve melhor o seu nível de 
esforço e corresponda essa descrição ao valor da escala. 
9 Corresponde a um esforço “muito leve”. Para um indivíduo saudável, é idêntico a 
andar lentamente no seu ritmo durante alguns minutos. 
13 “Moderado”/ “Um pouco intenso” mas sente-se bem para continuar. 
17 “Muito intenso” exercício de muito esforço, pode continuar o exercício mas já exige 
muito esforço. 
19 Esforço extremamente desgastante. Para alguns indivíduos este poderá ser o 
exercício mais vigoroso alguma vez vivenciado. 
O valor deve expressar uma combinação do esforço e da fadiga total.” 
ANEXOS 36

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Trabalho de Treino das Capacidades Motora e Técnico Tácticas - Passe na manut...
Trabalho de Treino das Capacidades Motora e Técnico Tácticas - Passe na manut...Trabalho de Treino das Capacidades Motora e Técnico Tácticas - Passe na manut...
Trabalho de Treino das Capacidades Motora e Técnico Tácticas - Passe na manut...Rui Horta
 
ESTATURA DOS JOGADORES QUE DISPUTARAM A COPA DO MUNDO CONFORME POSIÇÃO EM C...
ESTATURA DOS JOGADORES QUE DISPUTARAM A COPA DO MUNDO   CONFORME POSIÇÃO EM C...ESTATURA DOS JOGADORES QUE DISPUTARAM A COPA DO MUNDO   CONFORME POSIÇÃO EM C...
ESTATURA DOS JOGADORES QUE DISPUTARAM A COPA DO MUNDO CONFORME POSIÇÃO EM C...Fernando Farias
 
Futebol total - técnio, tático, físico e admistrativo
Futebol total - técnio, tático, físico e admistrativoFutebol total - técnio, tático, físico e admistrativo
Futebol total - técnio, tático, físico e admistrativoRenato Schmitt
 
Caracterização da demanda física de pequenos jogos no futebol
Caracterização da demanda física de pequenos  jogos no futebolCaracterização da demanda física de pequenos  jogos no futebol
Caracterização da demanda física de pequenos jogos no futebolFernando Farias
 
Pliometria y periodización táctica
Pliometria y periodización tácticaPliometria y periodización táctica
Pliometria y periodización tácticaWILLY FDEZ
 
O exercicio no processo de treino
O exercicio no processo de treinoO exercicio no processo de treino
O exercicio no processo de treinoRaúl Oliveira
 
Sistematizaçao do exercicio
Sistematizaçao do exercicioSistematizaçao do exercicio
Sistematizaçao do exercicioMarcelo Fernandes
 
Dissertação - Conceptualização do modelo de jogo - Operacionalização de um mo...
Dissertação - Conceptualização do modelo de jogo - Operacionalização de um mo...Dissertação - Conceptualização do modelo de jogo - Operacionalização de um mo...
Dissertação - Conceptualização do modelo de jogo - Operacionalização de um mo...Rui Horta
 
Variáveis do treino
Variáveis do treinoVariáveis do treino
Variáveis do treinoPedro Santos
 
Treino com elástico x Força
Treino com elástico x ForçaTreino com elástico x Força
Treino com elástico x ForçaFernando Farias
 
A Intervenção do Treinador no Futebol de Formação. (JMS, 2009)
A Intervenção do Treinador no Futebol de Formação. (JMS, 2009)A Intervenção do Treinador no Futebol de Formação. (JMS, 2009)
A Intervenção do Treinador no Futebol de Formação. (JMS, 2009)J Mauro Santos
 
Treinadores de futebol de alto nivel
Treinadores de futebol de alto nivelTreinadores de futebol de alto nivel
Treinadores de futebol de alto nivelWallace Trajano
 

Mais procurados (15)

Trabalho de Treino das Capacidades Motora e Técnico Tácticas - Passe na manut...
Trabalho de Treino das Capacidades Motora e Técnico Tácticas - Passe na manut...Trabalho de Treino das Capacidades Motora e Técnico Tácticas - Passe na manut...
Trabalho de Treino das Capacidades Motora e Técnico Tácticas - Passe na manut...
 
ESTATURA DOS JOGADORES QUE DISPUTARAM A COPA DO MUNDO CONFORME POSIÇÃO EM C...
ESTATURA DOS JOGADORES QUE DISPUTARAM A COPA DO MUNDO   CONFORME POSIÇÃO EM C...ESTATURA DOS JOGADORES QUE DISPUTARAM A COPA DO MUNDO   CONFORME POSIÇÃO EM C...
ESTATURA DOS JOGADORES QUE DISPUTARAM A COPA DO MUNDO CONFORME POSIÇÃO EM C...
 
Futebol total - técnio, tático, físico e admistrativo
Futebol total - técnio, tático, físico e admistrativoFutebol total - técnio, tático, físico e admistrativo
Futebol total - técnio, tático, físico e admistrativo
 
Caracterização da demanda física de pequenos jogos no futebol
Caracterização da demanda física de pequenos  jogos no futebolCaracterização da demanda física de pequenos  jogos no futebol
Caracterização da demanda física de pequenos jogos no futebol
 
Pliometria y periodización táctica
Pliometria y periodización tácticaPliometria y periodización táctica
Pliometria y periodización táctica
 
O exercicio no processo de treino
O exercicio no processo de treinoO exercicio no processo de treino
O exercicio no processo de treino
 
Sistematizaçao do exercicio
Sistematizaçao do exercicioSistematizaçao do exercicio
Sistematizaçao do exercicio
 
Modelo de Jogo
Modelo de Jogo  Modelo de Jogo
Modelo de Jogo
 
Analise 2 jogo
Analise 2 jogoAnalise 2 jogo
Analise 2 jogo
 
Dissertação - Conceptualização do modelo de jogo - Operacionalização de um mo...
Dissertação - Conceptualização do modelo de jogo - Operacionalização de um mo...Dissertação - Conceptualização do modelo de jogo - Operacionalização de um mo...
Dissertação - Conceptualização do modelo de jogo - Operacionalização de um mo...
 
Clipping 80
Clipping 80Clipping 80
Clipping 80
 
Variáveis do treino
Variáveis do treinoVariáveis do treino
Variáveis do treino
 
Treino com elástico x Força
Treino com elástico x ForçaTreino com elástico x Força
Treino com elástico x Força
 
A Intervenção do Treinador no Futebol de Formação. (JMS, 2009)
A Intervenção do Treinador no Futebol de Formação. (JMS, 2009)A Intervenção do Treinador no Futebol de Formação. (JMS, 2009)
A Intervenção do Treinador no Futebol de Formação. (JMS, 2009)
 
Treinadores de futebol de alto nivel
Treinadores de futebol de alto nivelTreinadores de futebol de alto nivel
Treinadores de futebol de alto nivel
 

Destaque

metodos de treino da forca reactiva (especific
metodos de treino da forca reactiva (especificmetodos de treino da forca reactiva (especific
metodos de treino da forca reactiva (especificSilas Paixao
 
Estudo comparatvo de desempenho tatico em atletas sub11 e sub13
Estudo comparatvo de desempenho tatico em atletas sub11 e sub13Estudo comparatvo de desempenho tatico em atletas sub11 e sub13
Estudo comparatvo de desempenho tatico em atletas sub11 e sub13Silas Paixao
 
Accion combinada para el trabajo del pase
Accion combinada para el trabajo del paseAccion combinada para el trabajo del pase
Accion combinada para el trabajo del pases003am1
 
Analise do Jogo de Futebol
Analise do Jogo de FutebolAnalise do Jogo de Futebol
Analise do Jogo de FutebolSilas Paixao
 
Epoc e recuperacao
Epoc e recuperacaoEpoc e recuperacao
Epoc e recuperacaoSilas Paixao
 
Fundamentos de la flexibilidad
Fundamentos de la flexibilidadFundamentos de la flexibilidad
Fundamentos de la flexibilidadelmaestrosv
 
F.C. Sevilla Proyecto de trabajo integrado deportivo - formativo
F.C. Sevilla Proyecto de trabajo integrado  deportivo - formativoF.C. Sevilla Proyecto de trabajo integrado  deportivo - formativo
F.C. Sevilla Proyecto de trabajo integrado deportivo - formativoCulturatactica
 
Entrenamiento julio
Entrenamiento julioEntrenamiento julio
Entrenamiento julioLuichipelaez
 
Medidas de efectividad en el juego ofensivo en fútbol profesional, por David ...
Medidas de efectividad en el juego ofensivo en fútbol profesional, por David ...Medidas de efectividad en el juego ofensivo en fútbol profesional, por David ...
Medidas de efectividad en el juego ofensivo en fútbol profesional, por David ...Entrenamiento Chico Almogia España
 
131210059 sesiones-van-gaal
131210059 sesiones-van-gaal131210059 sesiones-van-gaal
131210059 sesiones-van-gaalLuis Mendonça
 
Preparação Física no Futebol - Em Busca da Excelência
Preparação Física no Futebol - Em Busca da ExcelênciaPreparação Física no Futebol - Em Busca da Excelência
Preparação Física no Futebol - Em Busca da ExcelênciaRodrigo Saffi Mello
 
A receita da bola no futebol
A receita da bola no futebolA receita da bola no futebol
A receita da bola no futebolRenato Schmitt
 
Sesiones UD Levante 2005/06
Sesiones UD Levante 2005/06Sesiones UD Levante 2005/06
Sesiones UD Levante 2005/06elmaestrosv
 
Sesiones Barcelona Juvenil A 2005 2006
Sesiones Barcelona Juvenil A 2005 2006Sesiones Barcelona Juvenil A 2005 2006
Sesiones Barcelona Juvenil A 2005 2006gaston_diego
 

Destaque (20)

Hoja de registro de partidos
Hoja de registro de partidosHoja de registro de partidos
Hoja de registro de partidos
 
metodos de treino da forca reactiva (especific
metodos de treino da forca reactiva (especificmetodos de treino da forca reactiva (especific
metodos de treino da forca reactiva (especific
 
A importância-do-desporto-na-vida-dos-jovens - tocof
A importância-do-desporto-na-vida-dos-jovens - tocofA importância-do-desporto-na-vida-dos-jovens - tocof
A importância-do-desporto-na-vida-dos-jovens - tocof
 
Estudo comparatvo de desempenho tatico em atletas sub11 e sub13
Estudo comparatvo de desempenho tatico em atletas sub11 e sub13Estudo comparatvo de desempenho tatico em atletas sub11 e sub13
Estudo comparatvo de desempenho tatico em atletas sub11 e sub13
 
Accion combinada para el trabajo del pase
Accion combinada para el trabajo del paseAccion combinada para el trabajo del pase
Accion combinada para el trabajo del pase
 
Analise do Jogo de Futebol
Analise do Jogo de FutebolAnalise do Jogo de Futebol
Analise do Jogo de Futebol
 
Epoc e recuperacao
Epoc e recuperacaoEpoc e recuperacao
Epoc e recuperacao
 
Fundamentos de la flexibilidad
Fundamentos de la flexibilidadFundamentos de la flexibilidad
Fundamentos de la flexibilidad
 
F.C. Sevilla Proyecto de trabajo integrado deportivo - formativo
F.C. Sevilla Proyecto de trabajo integrado  deportivo - formativoF.C. Sevilla Proyecto de trabajo integrado  deportivo - formativo
F.C. Sevilla Proyecto de trabajo integrado deportivo - formativo
 
Maximo seleccion malagueña
Maximo seleccion malagueñaMaximo seleccion malagueña
Maximo seleccion malagueña
 
Almogia Atletic, fotos del ayer
Almogia Atletic, fotos del ayerAlmogia Atletic, fotos del ayer
Almogia Atletic, fotos del ayer
 
Entrenamiento julio
Entrenamiento julioEntrenamiento julio
Entrenamiento julio
 
Medidas de efectividad en el juego ofensivo en fútbol profesional, por David ...
Medidas de efectividad en el juego ofensivo en fútbol profesional, por David ...Medidas de efectividad en el juego ofensivo en fútbol profesional, por David ...
Medidas de efectividad en el juego ofensivo en fútbol profesional, por David ...
 
Trabajar el ataque organizado
Trabajar el ataque organizadoTrabajar el ataque organizado
Trabajar el ataque organizado
 
131210059 sesiones-van-gaal
131210059 sesiones-van-gaal131210059 sesiones-van-gaal
131210059 sesiones-van-gaal
 
Preparação Física no Futebol - Em Busca da Excelência
Preparação Física no Futebol - Em Busca da ExcelênciaPreparação Física no Futebol - Em Busca da Excelência
Preparação Física no Futebol - Em Busca da Excelência
 
A receita da bola no futebol
A receita da bola no futebolA receita da bola no futebol
A receita da bola no futebol
 
Sesiones UD Levante 2005/06
Sesiones UD Levante 2005/06Sesiones UD Levante 2005/06
Sesiones UD Levante 2005/06
 
Sesiones Barcelona Juvenil A 2005 2006
Sesiones Barcelona Juvenil A 2005 2006Sesiones Barcelona Juvenil A 2005 2006
Sesiones Barcelona Juvenil A 2005 2006
 
Microciclos4y5
Microciclos4y5Microciclos4y5
Microciclos4y5
 

Semelhante a Variação da FC, PSE e perfil de ações técnicas em jogos reduzidos de futebol

Variacao da FC, PSE, e variaveis tecnicas em jogos reduzidos no futebol. Efei...
Variacao da FC, PSE, e variaveis tecnicas em jogos reduzidos no futebol. Efei...Variacao da FC, PSE, e variaveis tecnicas em jogos reduzidos no futebol. Efei...
Variacao da FC, PSE, e variaveis tecnicas em jogos reduzidos no futebol. Efei...Fernando Farias
 
Jogos_Com_Campo_Reduzido_Pasquarelli_et.pdf
Jogos_Com_Campo_Reduzido_Pasquarelli_et.pdfJogos_Com_Campo_Reduzido_Pasquarelli_et.pdf
Jogos_Com_Campo_Reduzido_Pasquarelli_et.pdfLEONESSANTOS
 
Quantificação e correlação entre incidência de gols e potência muscular (acbf...
Quantificação e correlação entre incidência de gols e potência muscular (acbf...Quantificação e correlação entre incidência de gols e potência muscular (acbf...
Quantificação e correlação entre incidência de gols e potência muscular (acbf...Jose Augusto Leal
 
Avaliação da intensidade e dos aspetos tático-técnicos do treino de futebol: ...
Avaliação da intensidade e dos aspetos tático-técnicos do treino de futebol: ...Avaliação da intensidade e dos aspetos tático-técnicos do treino de futebol: ...
Avaliação da intensidade e dos aspetos tático-técnicos do treino de futebol: ...Ricardo Henriques
 
Velocidade: Um conceito complexo e multidimensional
Velocidade: Um conceito complexo e multidimensionalVelocidade: Um conceito complexo e multidimensional
Velocidade: Um conceito complexo e multidimensionalFernando Farias
 
Os desequilíbrios musculares no aparecimento de lesões
Os desequilíbrios musculares no aparecimento de lesõesOs desequilíbrios musculares no aparecimento de lesões
Os desequilíbrios musculares no aparecimento de lesõesFernando Farias
 
Monitorando e conhecendo melhor os trabalhos em campo reduzido
Monitorando e conhecendo melhor os trabalhos em campo reduzidoMonitorando e conhecendo melhor os trabalhos em campo reduzido
Monitorando e conhecendo melhor os trabalhos em campo reduzidoFernando Farias
 
Numerodejogadoresemcamporeduzido 141107161228-conversion-gate02
Numerodejogadoresemcamporeduzido 141107161228-conversion-gate02Numerodejogadoresemcamporeduzido 141107161228-conversion-gate02
Numerodejogadoresemcamporeduzido 141107161228-conversion-gate02Tadashi Hara
 
Pliometria y periodización táctica
Pliometria y periodización tácticaPliometria y periodización táctica
Pliometria y periodización tácticaWILLY FDEZ
 
Pliometria y periodización táctica
Pliometria y periodización tácticaPliometria y periodización táctica
Pliometria y periodización tácticaWILLY FDEZ
 
Sbpc jovem
Sbpc jovemSbpc jovem
Sbpc jovemsimpla
 
A especificidade na aplicao do treino para futebolistas a quebrade paradigmas...
A especificidade na aplicao do treino para futebolistas a quebrade paradigmas...A especificidade na aplicao do treino para futebolistas a quebrade paradigmas...
A especificidade na aplicao do treino para futebolistas a quebrade paradigmas...Tadashi Hara
 
TREINAMENTO EM CAMPO REDUZIDO PODE COMPROMETER O DESEMPENHO? ENTENDA ESTE PON...
TREINAMENTO EM CAMPO REDUZIDO PODE COMPROMETER O DESEMPENHO? ENTENDA ESTE PON...TREINAMENTO EM CAMPO REDUZIDO PODE COMPROMETER O DESEMPENHO? ENTENDA ESTE PON...
TREINAMENTO EM CAMPO REDUZIDO PODE COMPROMETER O DESEMPENHO? ENTENDA ESTE PON...Fernando Farias
 
A especificidade na aplicação do treino para futebolistas
A especificidade na aplicação do treino para futebolistasA especificidade na aplicação do treino para futebolistas
A especificidade na aplicação do treino para futebolistasFernando Farias
 
Visao periferica_futebolmonografia
 Visao periferica_futebolmonografia Visao periferica_futebolmonografia
Visao periferica_futebolmonografiaCassio Vieira
 
Intensidade de sessões de treinamento e jogos oficiais de futebol
Intensidade de sessões de treinamento e jogos oficiais de futebolIntensidade de sessões de treinamento e jogos oficiais de futebol
Intensidade de sessões de treinamento e jogos oficiais de futebolFernando Farias
 
Artigo completoveloc.aceler
Artigo completoveloc.acelerArtigo completoveloc.aceler
Artigo completoveloc.acelerRodrigo Monteiro
 
Resistência no futebol
Resistência no futebolResistência no futebol
Resistência no futebolMarcelo Pinto
 
A Comparação do VO2Max. e Antropometria no Futebol.Revista Cientifica de Ciên...
A Comparação do VO2Max. e Antropometria no Futebol.Revista Cientifica de Ciên...A Comparação do VO2Max. e Antropometria no Futebol.Revista Cientifica de Ciên...
A Comparação do VO2Max. e Antropometria no Futebol.Revista Cientifica de Ciên...LUCIANO SOUSA FISIOLOGISTA
 

Semelhante a Variação da FC, PSE e perfil de ações técnicas em jogos reduzidos de futebol (20)

Variacao da FC, PSE, e variaveis tecnicas em jogos reduzidos no futebol. Efei...
Variacao da FC, PSE, e variaveis tecnicas em jogos reduzidos no futebol. Efei...Variacao da FC, PSE, e variaveis tecnicas em jogos reduzidos no futebol. Efei...
Variacao da FC, PSE, e variaveis tecnicas em jogos reduzidos no futebol. Efei...
 
Jogos_Com_Campo_Reduzido_Pasquarelli_et.pdf
Jogos_Com_Campo_Reduzido_Pasquarelli_et.pdfJogos_Com_Campo_Reduzido_Pasquarelli_et.pdf
Jogos_Com_Campo_Reduzido_Pasquarelli_et.pdf
 
Quantificação e correlação entre incidência de gols e potência muscular (acbf...
Quantificação e correlação entre incidência de gols e potência muscular (acbf...Quantificação e correlação entre incidência de gols e potência muscular (acbf...
Quantificação e correlação entre incidência de gols e potência muscular (acbf...
 
Avaliação da intensidade e dos aspetos tático-técnicos do treino de futebol: ...
Avaliação da intensidade e dos aspetos tático-técnicos do treino de futebol: ...Avaliação da intensidade e dos aspetos tático-técnicos do treino de futebol: ...
Avaliação da intensidade e dos aspetos tático-técnicos do treino de futebol: ...
 
Velocidade: Um conceito complexo e multidimensional
Velocidade: Um conceito complexo e multidimensionalVelocidade: Um conceito complexo e multidimensional
Velocidade: Um conceito complexo e multidimensional
 
Os desequilíbrios musculares no aparecimento de lesões
Os desequilíbrios musculares no aparecimento de lesõesOs desequilíbrios musculares no aparecimento de lesões
Os desequilíbrios musculares no aparecimento de lesões
 
Monitorando e conhecendo melhor os trabalhos em campo reduzido
Monitorando e conhecendo melhor os trabalhos em campo reduzidoMonitorando e conhecendo melhor os trabalhos em campo reduzido
Monitorando e conhecendo melhor os trabalhos em campo reduzido
 
Numerodejogadoresemcamporeduzido 141107161228-conversion-gate02
Numerodejogadoresemcamporeduzido 141107161228-conversion-gate02Numerodejogadoresemcamporeduzido 141107161228-conversion-gate02
Numerodejogadoresemcamporeduzido 141107161228-conversion-gate02
 
Pliometria y periodización táctica
Pliometria y periodización tácticaPliometria y periodización táctica
Pliometria y periodización táctica
 
Pliometria y periodización táctica
Pliometria y periodización tácticaPliometria y periodización táctica
Pliometria y periodización táctica
 
Sbpc jovem
Sbpc jovemSbpc jovem
Sbpc jovem
 
A especificidade na aplicao do treino para futebolistas a quebrade paradigmas...
A especificidade na aplicao do treino para futebolistas a quebrade paradigmas...A especificidade na aplicao do treino para futebolistas a quebrade paradigmas...
A especificidade na aplicao do treino para futebolistas a quebrade paradigmas...
 
CAMPO REDUZIDO NO FUTEBOL
CAMPO REDUZIDO NO FUTEBOLCAMPO REDUZIDO NO FUTEBOL
CAMPO REDUZIDO NO FUTEBOL
 
TREINAMENTO EM CAMPO REDUZIDO PODE COMPROMETER O DESEMPENHO? ENTENDA ESTE PON...
TREINAMENTO EM CAMPO REDUZIDO PODE COMPROMETER O DESEMPENHO? ENTENDA ESTE PON...TREINAMENTO EM CAMPO REDUZIDO PODE COMPROMETER O DESEMPENHO? ENTENDA ESTE PON...
TREINAMENTO EM CAMPO REDUZIDO PODE COMPROMETER O DESEMPENHO? ENTENDA ESTE PON...
 
A especificidade na aplicação do treino para futebolistas
A especificidade na aplicação do treino para futebolistasA especificidade na aplicação do treino para futebolistas
A especificidade na aplicação do treino para futebolistas
 
Visao periferica_futebolmonografia
 Visao periferica_futebolmonografia Visao periferica_futebolmonografia
Visao periferica_futebolmonografia
 
Intensidade de sessões de treinamento e jogos oficiais de futebol
Intensidade de sessões de treinamento e jogos oficiais de futebolIntensidade de sessões de treinamento e jogos oficiais de futebol
Intensidade de sessões de treinamento e jogos oficiais de futebol
 
Artigo completoveloc.aceler
Artigo completoveloc.acelerArtigo completoveloc.aceler
Artigo completoveloc.aceler
 
Resistência no futebol
Resistência no futebolResistência no futebol
Resistência no futebol
 
A Comparação do VO2Max. e Antropometria no Futebol.Revista Cientifica de Ciên...
A Comparação do VO2Max. e Antropometria no Futebol.Revista Cientifica de Ciên...A Comparação do VO2Max. e Antropometria no Futebol.Revista Cientifica de Ciên...
A Comparação do VO2Max. e Antropometria no Futebol.Revista Cientifica de Ciên...
 

Variação da FC, PSE e perfil de ações técnicas em jogos reduzidos de futebol

  • 1. UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO Variação da frequência cardíaca, percepção subjectiva do esforço e do perfil de acções técnicas em jogos reduzidos de Futebol. Efeito do número de jogadores e da fase do jogo. DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM: CIÊNCIAS DO DESPORTO COM ESPECIALIZAÇÃO EM JOGOS DESPORTIVOS COLECTIVOS Marta das Dores Serrano Nunes Vila Real, Janeiro de 2010
  • 2. Este trabalho foi expressamente elaborado com vista à conclusão do 2º Ciclo de estudos de Ciências do Desporto e à obtenção do grau de Mestre em Desporto: especialização em Jogos Desportivos Colectivos.
  • 3. Agradecimentos Mais uma etapa cumprida… e mais um sonho alcançado… nunca desistir é o lema, a ambição traça o caminho e o sucesso é a meta! Ao meu orientador, Professor Doutor Jaime Sampaio, por todo o conhecimento que me transmitiu, pela ajuda incansável, pela disponibilidade constante, pela paciência inesgotável, estas palavras são pouco para agradecer. Ao Sporting Clube de Portugal, Prof. Jean-Paul Castro, treinador Nuno Lourenço e equipa técnica, Prof. Carlos Bruno, Dr. Pedro Luz e jogadores da equipa de sub 16 (época 2008/2009) que participaram na amostra deste estudo. Agradeço a autorização da participação dos jogadores neste estudo, as infra-estruturas e material disponibilizado, toda a atenção e ajuda prestadas e todo o esforço colocado em campo! Assim se vê de que é feito um grande clube! Ao Estêvão Cordovil e à Sónia Brás pela “mãozinha” que me deram durante o processo de recolha. Ao Luís Laranjo e Hugo Folgado pela paciência e ajuda preciosa no descarregamento dos dados. Ao Mário Correia pela imediata disponibilidade na recta final deste trabalho.
  • 4. À minha sorella, pela amizade infindável e GB dispensados. E como o melhor fica sempre para o fim, às pessoas mais importantes na minha vida… os meus pais… são o meu mundo e a razão de eu ser quem sou!
  • 5. Resumo O objectivo deste estudo foi analisar a resposta da Frequência Cardíaca (FC), Percepção Subjectiva do Esforço (PSE) e o Perfil de Acções Técnicas em jogos reduzidos no futebol (3x3 e 4x4) em situação sempre a atacar (AA), sempre a defender (DD) e o jogo normal com fase de ataque e fase de defesa (AD). Foram analisados 16 jogadores de futebol do género masculino, com uma idade média±DP de 15,75±0,45 anos; estatura 172,4±4,83 cm; peso 64,5±6,44 Kg; FC máx. 199,1±9,08 bpm e 8,06±1,98 anos de prática de Futebol. Cada situação de jogo reduzido teve a duração de 4 períodos de 4 minutos com 2 minutos de recuperação activa. Em cada jogo foi registada a FC e a PSE de cada jogador e efectuada uma filmagem para posterior avaliação das acções técnicas. Verificou-se que a intensidade do exercício, assim como a sua percepção,, aumentou com a diminuição do número de jogadores. Durante os jogos reduzidos, a FC dos jogadores situou-se durante a maior parte do tempo entre os 75 e os 84,9% da FC máx. e a situação de jogo mais intensa foi a de AD. Apesar das diferenças no número de gestos técnicos realizados, a sua eficácia foi igual em todos os formatos e situações de jogo, à excepção das mudanças de direcção e das perdas de bola. Estes resultados sugerem a utilização do formato 3x3, especialmente em situação de AD, para uma maior intensidade no treino. Palavras-chave: Futebol, Jogos Reduzidos, Frequência Cardíaca, Percepção Subjectiva do Esforço, Perfil de Acções Técnicas.
  • 6. ÍNDICE GERAL Agradecimentos ............................................................................................. III Resumo .......................................................................................................... V ÍNDICE GERAL ............................................................................................. VI Índice de Quadros ........................................................................................ VII Índice de Figuras ......................................................................................... VIII INTRODUÇÃO ................................................................................................... 1 METODOLOGIA ................................................................................................. 5 Amostra .......................................................................................................... 5 Instrumentos e procedimentos ........................................................................ 5 Análise dos dados ........................................................................................ 10 RESULTADOS ................................................................................................. 11 DISCUSSÃO .................................................................................................... 20 CONCLUSÃO ................................................................................................... 29 BIBLIOGRAFIA ................................................................................................ 31 ANEXOS .......................................................................................................... 34 Anexo A – Declaração de consentimento ..................................................... 35 Anexo B – Escala de percepção subjectiva do esforço ................................ 36
  • 7. Índice de Quadros Quadro 1 Resultados dos efeitos simples e interacções entre número de jogadores e tipo de jogo para valores da PSE e do tempo despendido em cada zona de intensidade de FC. ............................................................................. 13 Quadro 2 Resultados dos efeitos simples e interacções entre o número de jogadores e o tipo de jogo para os valores de eficácia do perfil de acções técnicas. ........................................................................................................... 14
  • 8. Índice de Figuras Figura 1 Interacção entre o tipo de jogo e o número de jogadores, para os valores da PSE. ................................................................................................ 16 Figura 2 Interacção entre o tipo de jogo e as zonas de intensidade, para os valores da FC. .................................................................................................. 17 Figura 3 Interacção entre o número de jogadores e o tipo de jogo, para os valores de eficácia do passe. ........................................................................... 18 Figura 4 Interacção entre o número de jogadores e o tipo de jogo, para os valores de execução da mudança de direcção. ............................................... 19
  • 9. VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL INTRODUÇÃO Os jogos reduzidos são habitualmente utilizados pelos treinadores durante as suas sessões de treino, pois estes requerem simultaneamente aspectos técnicos, tácticos e físicos, nomeadamente ao nível da capacidade aeróbia (Hill-Haas et al., 2008a; Dellal et al., 2008). Estes exercícios tornam-se muito semelhantes ao próprio jogo de futebol, expondo os jogadores a situações que irão encontrar durante a competição (Dellal et al., 2008; Owen, 2004). Os jogos reduzidos permitem a simulação de movimentos padrão das modalidades desportivas colectivas, enquanto mantêm uma atmosfera competitiva na qual os atletas devem agir sob pressão e fadiga (Gabbett & Mulvey, 2008). Para que haja um uso correcto dos jogos reduzidos, é necessário um melhor conhecimento acerca das respostas fisiológicas, perceptuais e técnico-tácticas (Hill-Haas et al., 2008b). Segundo Dellal et al. (2008) e Hill-Haas et al. (2008b), vários estudos referem que a alteração das características do jogo, tais como a área de jogo, o número de jogadores, as regras, o número e duração das séries, a duração total da sessão e a presença de guarda-redes implica uma mudança no impacto fisiológico, como é o caso da FC, concentração de lactato e PSE, influenciando directamente a actividade dos jogadores. Monitorizar a frequência cardíaca dos jogadores durante o treino é um método útil para regular a intensidade do exercício (para refs. ver Hill-Haas et al., 2008b). É bastante comum hoje em dia a monitorização da FC, utilizando instrumentos específicos INTRODUÇÃO 1
  • 10. VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL para o efeito. Esses instrumentos fornecem informação útil acerca da carga de treino externa e interna a que os jogadores estão sujeitos (Coutts et al., 2007). Segundo um estudo citado por Gabbett & Mulvey (2008), foi encontrada uma frequência cardíaca semelhante em competição e em sessões de treino compostas apenas por jogos reduzidos. Vários estudos referem também que o aumento do número de jogadores em campo reduz a média da resposta cardíaca, (para refs. ver Hill-Haas et al., 2008b) da mesma forma que o maior número de jogadores em campo, aumenta o número de acções técnicas da equipa, no entanto diminui o número de acções por jogador (Owen, 2004). A Percepção Subjectiva de Esforço (PSE), constitui um bom indicador para avaliar a intensidade do exercício, porém, segundo Hill-Haas et al. (2008b), o aumento do número de jogadores, sem alteração das dimensões do campo, reduz a percepção de esforço dos jogadores numa sessão de jogos reduzidos. Segundo vários autores citados por Coutts et al. (2007), a PSE tem-se mostrado um método simples e válido para quantificar a intensidade da sessão de treino, estando também correlacionada com vários factores fisiológicos como a FC. Os resultados obtidos no estudo de Coutts et al. (2007) validaram o uso da PSE como marcador da intensidade do treino durante exercício intermitente de alta intensidade e apoiam o uso da PSE para quantificar a intensidade do treino durante os jogos reduzidos no futebol. Porém sugerem ainda que o treino de jogos reduzidos seja monitorizado através da combinação do registo da FC e da utilização da PSE para uma maior fiabilidade (Coutts et al., 2007). INTRODUÇÃO 2
  • 11. VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL Este tipo de jogos foi idealizado para desenvolver as habilidades técnicas, a leitura táctica e capacidade de decisão e são frequentemente jogados com várias bolas em torno do campo para assegurar a continuidade do jogo (Gabbett & Mulvey, 2008; Owen, 2004). A presença da bola durante os jogos reduzidos permite uma melhoria técnico-táctica significativa, aliada a uma maior motivação dos jogadores (Dellal et al., 2008). Dado o tempo limitado para o treino da condição física nas modalidades desportivas colectivas como o futebol, os jogos reduzidos constituem um importante estímulo no condicionamento físico, oferecendo um seguro, efectivo e específico método de condicionamento para futebolistas, necessitando de serem optimizados (Hill-Haas et al., 2008b; Gabbett & Mulvey, 2008). Os jogos reduzidos solicitam respostas ao nível da frequência cardíaca em torno dos 90-95% da FC máxima quando utilizados como ferramenta de condicionamento físico. Estas intensidades de treino levam um atleta a melhorar a sua condição aeróbia e a sua performance física durante o jogo, sendo isto similar em magnitude ao mais tradicional treino intervalado. Estas poderão ser considerações importantes, quando é reconhecido que o estímulo para adaptação ao treino é a carga de treino interna associada à sessão de treino (Kelly & Drust, 2008). A investigação disponível não tem estudado com frequência o perfil de acções técnicas nestas situações de jogo nem tem procurado perceber se a fase do jogo influi na intensidade da situação de jogo. Por outro lado, todos os dados que estão disponíveis referem-se às respostas de jogadores seniores de níveis de competição elevados, sendo omissas as respostas dos jovens jogadores, com menor domínio técnico-táctico do jogo. Neste sentido, o INTRODUÇÃO 3
  • 12. VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL objectivo deste trabalho será comparar a resposta da frequência cardíaca, a percepção subjectiva do esforço e o perfil de realização de acções técnicas, quando em situação de jogos reduzidos no futebol (3x3 e 4x4) e em função da fase do jogo (ataque vs. defesa vs. ataque/defesa). Este estudo será efectuado para determinar qual a influência da fase do jogo (ataque, defesa ou ataque/defesa) na sua intensidade psico-fisiológica (FC e PSE) e qual o perfil de realização das acções técnicas, como o passe, a recepção, a mudança de direcção, o drible, o remate, o desarme, a perda de bola e a intercepção. Para além disso, pretendemos verificar se estes factores são influenciados pelo número de jogadores em campo (3x3 e 4x4). INTRODUÇÃO 4
  • 13. VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL METODOLOGIA Amostra A amostra foi constituída por 16 jogadores de futebol do género masculino, com uma média ± DP de idades de 15,75 ± 0,45 anos; altura 172,4 ± 4,83 cm; peso 64,5 ± 6,44; FC máx. 199,1 ± 9,08 bpm e 8,06 ± 1,98 anos de prática da modalidade. Todos os sujeitos pertenciam à mesma equipa de sub16 (Sporting Clube de Portugal), encontrando-se a disputar o Campeonato Distrital de Lisboa – Divisão de Honra. No momento da recolha, os sujeitos encontravam-se no final da época, com uma carga competitiva de 2 jogos semanais (disputa de torneios particulares) e uma carga de treino de 4 sessões semanais com uma duração média de 90 minutos. Previamente, foi entregue ao clube um consentimento informado, onde constavam as informações sobre os procedimentos, exigências, benefícios e riscos envolvidos na sua participação. Foi referido que os sujeitos poderiam desistir da sua participação no estudo a qualquer momento. Instrumentos e procedimentos A FC foi monitorizada continuamente durante cada jogo reduzido e registada a cada 5 segundos utilizando cardiofrequencímetros individuais Polar Team System (Polar, FI). A FC foi igualmente monitorizada de forma contínua, com os mesmos instrumentos, durante a realização do Yo-yo Intermittent Endurance Test, o qual visou determinar a FC máxima dos sujeitos. A FC METODOLOGIA 5
  • 14. VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL máxima atingida durante a realização deste teste foi utilizada como valor de referência para enquadrar os valores em quatro zonas de intensidade (Hill- Haas et al., 2008b). A intensidade do exercício durante cada jogo reduzido foi registada através da FC, expressa em percentagem de FC máxima e classificada em quatro zonas de intensidade pré-definidas: zona 1 (<75% FC máx.), zona 2 (75-84,9% FC máx.), zona 3 (85-89,9% FC máx.) e zona 4 (≥90% FC máx.) (Gore, 2000). Após cada sessão de recolha de dados, estes foram descarregados para um computador portátil HP Pavilion dv5, utilizando o software Polar Precision Performance SW – Version 4.01.029, sendo posteriormente exportados utilizando o programa Excel XP (Microsoft Corporation, EUA) e tratados com o software Statistica versão 8 (StatSoft, Tulsa USA). Para registo da Percepção Subjectiva de Esforço, foi utilizada a Escala de Percepção Subjectiva de Esforço (PSE) de Borg modificada (6-20). Para registo do Perfil de Acções Técnicas, os jogos foram filmados com uma câmara de filmar Sony Handycam DCR-SX30. Com o objectivo de obter o valor de referência da FC máxima de cada indivíduo em intervalos regulares durante o período de estudo, os sujeitos completaram um Yo-yo Intermittent Endurance Test. Os sujeitos chegaram ao local da recolha com 30 minutos de antecedência, tendo sido informados acerca dos detalhes do protocolo, mas não sobre o objectivo do estudo. METODOLOGIA 6
  • 15. VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL Em seguida realizaram o aquecimento habitual de 15 minutos, incluindo corrida de baixa intensidade e alongamentos dinâmicos. Antes do início da sessão foi colocado em cada sujeito, um cardiofrequencímetro para registo da FC. A primeira sessão foi constituída pela realização do Yo-yo Intermittent Endurance Test. Os jogadores já estavam familiarizados com a realização de jogos reduzidos e com a utilização da escala de Borg, pelo que não houve necessidade de uma realização prévia. Antes de dar início às sessões de recolha, o treinador constituiu 2 grupos de 6 jogadores, divididos em 4 equipas de 3 jogadores para o 3x3, juntando mais 4 jogadores, 1 para cada equipa para o 4x4. Na segunda sessão, correspondente ao primeiro dia de recolha, a sessão teve início com um jogo reduzido de 3x3 com guarda-redes activo, em que uma das equipas apenas realizou acções ofensivas e a outra apenas realizou acções defensivas (AA vs DD), seguido de um jogo 3x3 nos mesmos moldes com outro grupo de 6 jogadores. Na segunda sessão de recolha, foram realizados dois jogos 3x3 AD recorrendo aos mesmos grupos da sessão anterior. Na terceira e quarta sessão de recolha, os procedimentos foram repetidos para o 4x4. Todos os jogos foram realizados em relva natural, num campo com as dimensões de 20mx30m para o 3x3 e 20mx40m para o 4x4, tendo sido utilizadas balizas normais. Foi tido em conta a manutenção de um rácio de 100m2 por jogador. Cada jogo teve a duração de 24 minutos num formato de treino intervalado, consistindo em quatro séries de 4 minutos de duração, separados por 2 minutos de recuperação activa através de corrida lenta, entre as séries de exercício (Kelly & Drust, 2008). Não foram introduzidas regras de jogo específicas para influenciar a intensidade dos jogos (Kelly & Drust, 2008). Foram colocadas várias bolas em torno da área de jogo para que METODOLOGIA 7
  • 16. VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL esta fosse imediatamente reposta quando saísse pelas linhas delimitadoras do campo (Hill-Haas et al, 2008b; Dellal et al., 2008; Kelly & Drust, 2008), evitando assim interrupções no exercício e consequentemente quebras na intensidade do jogo. Durante o jogo, foi permitido ao treinador encorajar verbalmente os sujeitos. Foi permitido aos atletas ingerir bebidas isotónicas comerciais ad libitum durante os períodos de recuperação (Kelly & Drust, 2008). No final de cada jogo, foi solicitado a cada sujeito que registasse manualmente o seu valor da PSE, para certificar de que essa mesma percepção se referia apenas ao jogo reduzido. Foi utilizada a escala de Borg (6-20) impressa em papel para ajudar os sujeitos na sua decisão (Coutts et al., 2007). Todas as sessões foram realizadas em semanas diferentes e seguiram os mesmos procedimentos. As sessões de recolha foram incluídas na sessão de treino diária e foram realizadas sempre à mesma hora do dia (18h). A FC de cada atleta foi monitorizada de forma contínua ao longo de todo o jogo, através da colocação de um cardiofrequencímetro Polar Team System que transmitiu posteriormente todas as informações para um Computador Portátil HP Pavilion dv5, com o software Polar Precision Performance SW – Version 4.01.029, permitindo analisar todos os dados registados. A Percepção Subjectiva do Esforço foi registada imediatamente após cada jogo reduzido utilizando a escala de Percepção Subjectiva de Esforço de METODOLOGIA 8
  • 17. VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL Borg (6-20) (Hill-Haas et al, 2008b). À data da recolha dos dados, os sujeitos apresentavam já uma adaptação prévia à escala de Borg. Para recolha dos dados referentes ao perfil de realização de acções técnico-tácticas, foi colocada uma câmara de filmar Sony Handycam DCR-SX30, a 106cm do solo, posicionada na direcção da linha de meio-campo em todos os jogos à excepção do 3x3 AD, no qual a câmara foi colocada num vértice do campo, de forma a cobrir toda a área de jogo. As filmagens efectuadas durante a realização dos jogos foram posteriormente observadas e foi feita a contagem dos erros técnicos realizados por cada jogador em cada período de 4 minutos de jogo, para cada gesto técnico a analisar. As variáveis técnicas analisadas foram as seguintes: passe, recepção, mudança de direcção, drible, remate, desarme, perda de bola, intercepção. Para o sucesso de cada uma das acções, foram considerados os seguintes conceitos (Owen, 2004): Passe: jogador em posse envia a bola para um colega de equipa, utilizando o pé ou peito e utilizando várias técnicas, curtas ou longas distâncias. Recepção: Jogador ganha ou tenta ganhar controlo da bola de forma a ficar na sua posse. Mudança de direcção: Jogador em posse, com a bola nos pés, muda de direcção de forma a jogar noutras áreas do campo. Drible: Jogador em posse, com a bola nos pés, corre com a bola, supera ou tenta superar um oponente. Remate: Jogador em posse, envia a bola de forma intencional para a baliza, com o objectivo de marcar golo. METODOLOGIA 9
  • 18. VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL Desarme: Uma acção com o objectivo de retirar a posse de bola ao oponente que se encontra na posse desta. Perda de bola: Jogador que perde a posse de bola por acção de um oponente. Intercepção: Jogador contacta a bola permitindo-lhe ficar na posse desta, evitando que o passe do oponente atinja o destino pretendido. Análise dos dados Os dados recolhidos foram comparados em função de dois factores de medidas repetidas: número de jogadores (3x3 ou 4x4) e fase do jogo (ataque, defesa ou ataque/defesa). Os dados obtidos foram expressos em média ± DP. A análise inferencial às variáveis técnicas e à PSE foi realizada através de um modelo de análise de variância factorial para medidas repetidas 2x3, visando testar diferenças entre as médias do número de jogadores e tipo de jogo. Contudo para os valores da FC foi adicionado o factor zonas de intensidade resultando num modelo 2x3x4. Sempre que apropriado, foi utilizado o teste de Tukey para encontrar quais os níveis dos factores que apresentavam diferenças entre si. O tamanho do efeito foi utilizado para normalizar o tratamento realizado, baseado nos seguintes critérios: ‹0.20 = trivial; 0.20 –0.59 =pequena; 0,60-1.19 = moderado; 1.20 – 2.0 = grande; ›2.0 = muito grande (Hopkins, 2002). Esta análise foi realizada utilizando o software Statistica versão 8 (Statsoft, Tulsa USA) e o nível de significância foi mantido em p<0.05. METODOLOGIA 10
  • 19. VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL RESULTADOS O quadro 1 apresenta os valores da PSE e da FC divididos pelas quatro zonas de intensidade. Relativamente aos valores da PSE, foram identificadas diferenças entre o número de jogadores, com valores superiores no 3x3 e foram identificadas diferenças entre o tipo de jogo AD e AA, com valores superiores para a situação AD (ver Quadro 1). A interacção número × tipo foi significativa, a PSE diminuiu com o aumento do número de jogadores nas situações de AA e DD, mas aumentou nas situações da AD (ver Figura 1). No que diz respeito aos valores da FC, foram registadas diferenças entre os valores médios das zonas de intensidade 1, 3 e 4 em relação à zona 2 (ver Quadro 1). A interacção número x zonas foi significativa, tendo sido registada uma subida nos valores do 3x3 na zona de intensidade 4, enquanto que os valores do 4x4, registaram uma descida nesta mesma zona. Porém, o 3x3 apresentou uma variabilidade de valores bastante maior do que o 4x4, no que refere à zona 4 (ver Figura 2). A interacção tipo x zona apresentou um decréscimo acentuado do tempo do exercício na zona 4 na situação de DD com uma pequena variabilidade de valores, enquanto nas situações de AD e AA se verificou um aumento do tempo na zona 4 comparativamente com as restantes zonas, com uma grande variabilidade de valores. De realçar que a zona 2 foi onde os jogadores despenderam mais tempo durante o exercício, em todas as situações de jogo (ver Figura 2). O quadro 2 apresenta os valores da percentagem de eficácia da realização de alguns gestos técnicos (Passe, Recepção, Drible, Remate, RESULTADOS 11
  • 20. VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL Desarme e Intercepção) e dos valores absolutos da mudança de direcção e perda de bola. Foram encontradas diferenças na mudança de direcção entre o número de jogadores, com o 3x3 a registar valores mais elevados (ver Quadro 2). A interacção número x tipo foi significativa, diminuindo com o aumento de jogadores nas situações de AA, mas aumentando nas situações da AD (ver Figura 3). A perda de bola apresentou diferenças entre o número de jogadores, com valores superiores para o 3x3 e foram identificadas diferenças entre o tipo de jogo, com valores bastante superiores para as situações de AA (ver Quadro 2). A interacção número x tipo foi significativa no passe, tendo a eficácia do gesto aumentado com o aumento do número de jogadores nas situações AD e diminuído nas situações de AA (ver Figura 4). Nos restantes gestos técnicos, apesar da acentuada diferença de valores na execução dos gestos, os jogadores foram igualmente eficazes quando analisamos a percentagem de eficácia nas diferentes situações (número e tipo de jogo). O aumento do número de jogadores e os diferentes tipos de jogo não influenciaram a eficácia na recepção dos passes, o que se pode constatar pelo pequeno tamanho do efeito (ver Quadro 2). O remate apresentou maior eficácia no 3x3 quando em situações de AD e uma diferença no que diz respeito a situações de AA, não apresentando diferenças significativas. RESULTADOS 12
  • 21. VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL Quadro 1 Resultados dos efeitos simples e interacções entre número de jogadores e tipo de jogo para valores da PSE e do tempo despendido em cada zona de intensidade de FC. Nº jogadores Tipo de Jogo Nº Jogadores x Tipo de Jogo 3x3 4x4 AD AA DD 3x3 AD 3x3 AA 3x3 DD 4x4 AD 4x4 AA 4x4 DD PSE 16,6±0,3 16,0±0,5 17,0±0,5 15,9±0,5 16,0±0,3 16,7±0,5 16,8±0,5 16,3±0,3 17,3±0,5 15,0±0,6 15,7±0,5 F=6,4 p=0,028 ES=1,42 F=4,5 p=0,023 Tukey HSDAD, AA=0,03 ESAD,AA=2,14 ESAD,DD=2,36 ESAA,DD=-0,24 F=6,9 p=0,005 FC F=3,3 p=0,098 F=2,1 p=0,151 F=1,4 p=0,267 Interacção com Zonas FC F=4,3 p=0,011 F=5,4 p=0,000 F=1,5 p=0,206 Z1 ‹75% 0,7±0,1 1,1±0,2 0,7±0,3 0,7±0,2 1,3±0,2 0,5±0,2 0,6±0,2 1,0±0,2 0,8±0,3 0,9±0,3 1,5±0,3 Z2 75- 85% 1,4±0,2 1,6±0,1 1,2±0,1 1,4±0,2 2,0±0,1 1,0±0,2 1,3±0,3 2,0±0,2 1,4±0,2 1,6±0,2 1,9±0,2 Z3 85-90% 0,7±0,1 0,8±0,1 0,9±0,1 0,8±0,2 0,6±0,2 0,9±0,1 0,6±0,1 0,7±0,2 0,9±0,2 1,0±0,2 0,4±0,2 Z4 ≥90%. 1,1±0,2 0,6±0,2 1,3±0,2 1,1±0,3 0,2±0,1 1,6±0,3 1,6±0,4 0,3±0,2 1,0±0,3 0,6±0,3 0,1±0,1 RESULTADOS 13
  • 22. VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL Quadro 2 Resultados dos efeitos simples e interacções entre o número de jogadores e o tipo de jogo para os valores de eficácia do Perfil de Acções Técnicas. Nº jogadores Tipo de Jogo Nº Jogadores x Tipo de Jogo 3x3 4x4 AD AA DD 3x3AD 3x3AA 3x3DD 4x4AD 4x4AA 4x4DD Passe 84,2±1,9 86,4±1,7 86,7±2,1 83,9±1,3 - 83,0±2,8 85,3±1,5 - 90,4±3,1 82,4±1,5 - F=1,031 p=0,33 F=2,036 p=0,179 F=5,465 p=0,038 Recepção 94,1±1,0 96,3±0,7 95,3±1,3 95,1±0,9 - 94,9±1,3 93,2±1,9 - 95,6±1,5 97,0±0,9 - F=4,29 p=0,06 F=0,0 p=0,95 F=1,08 p=0,319 Mud. Direcção 0,3±0,1 0,2±0,0 0,2±0,1 0,3±0,1 - 0,1±0,1 0,5±0,1 - 0,2±0,1 0,1±0,0 - F=4,84 p=0,050 ES=1,38 F=2,07 p=0,18 F=21,83 p=0,001 Drible 70,1±4,8 70,0±5,0 73,9±4,4 66,2±2,8 - 74,6±5,1 65,7±6,7 - 73,2±8,9 66,7±2,7 - F=0,0 p=0,98 F=2,47 p=0,14 F=0,031 p=0,863 Remate 33,2±2,5 31,1±6,1 37,1±3,4 27,2±4,6 - 40,8±4,2 25,7±2,3 - 33,5±6,5 28,7±9,3 - F=0,09 p=0,77 F=3,29 p=0,10 F=0,775 p=0,396 Perda Bola 1,5±0,1 1,1±0,1 0,8±0,1 1,8±0,1 - 1,1±0,1 1,9±0,1 - 0,5±0,1 1,6±0,1 - F=28,37 p=0,0 ES=3,90 F=118,15 p=0,0 ESAD,AA=-9,75 F=1,091 p=0,317 Desarme 42,9±5,1 45,5±6,8 44,2±8,0 - 44,1±3,3 41,9±9,1 - 43,8±2,9 46,5±11,0 - 44,4±6,1 F=0,10 p=0,76 F=0,0 p=0,99 F=0,137 p=0,718 Intercepção 68,5±5,8 55,4±6,2 62,7±7,3 - 61,2±3,4 70,4±6,8 - 66,7±6,5 55,0±11,9 - 55,8±7,9 F=1,89 p=0,19 F=0,03 p=0,87 F=0,07 p=0,796 RESULTADOS 14
  • 23. VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL A Anova Factorial apresentou ainda valores da interacção número de jogadores x zonas de intensidade e número de jogadores x tipo de jogo x zonas de intensidade, para a FC. No que diz respeito à primeira interacção, os valores mais elevados de tempo foram registados na zona 2 durante o 4x4 e o 3x3 (1,61±0,10 e 1,42±0,15, respectivamente). O valor mais baixo foi registado na zona 4 durante o 4x4 (0,56±0,16). Relativamente à interacção número de jogadores x tipo de jogo x zonas de intensidade, os valores mais elevados registaram-se na zona 2 do 3x3 e 4x4 em situação de DD (1,97±0,24 e 1,93±0,22, respectivamente). O valor mais baixo foi registado na zona 4 do 4x4 em situação de DD (0,14±0,06). RESULTADOS 15
  • 24. VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL 3x3 4x4 Número de jogadores 19,5 19,0 18,5 18,0 17,5 17,0 16,5 16,0 15,5 15,0 14,5 14,0 13,5 13,0 Percepção subjectiva do esforço (Borg 6-20) AD AA DD Figura 1 Interacção entre o tipo de jogo e o número de jogadores, para os valores da PSE. RESULTADOS 16
  • 25. VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL 1 2 3 4 Zonas de Intensidade 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 0,0 -0,5 Tempo de jogo dispendido (minutos) AD AA DD Figura 2 Interacção entre o tipo de jogo e as zonas de intensidade, para os valores da FC. RESULTADOS 17
  • 26. VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL 3x3 4x4 Número de jogadores 100 95 90 85 80 75 70 Eficácia do gesto (%) AD AA Figura 3 Interacção entre o número de jogadores e o tipo de jogo, para os valores de eficácia do passe. RESULTADOS 18
  • 27. VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL 3x3 4x4 Número de jogadores 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0,0 -0,1 Nº de gestos realizados AD AA Figura 4 Interacção entre o número de jogadores e o tipo de jogo, para os valores de execução da mudança de direcção. RESULTADOS 19
  • 28. VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL DISCUSSÃO O objectivo do presente estudo foi analisar as respostas da PSE e da FC e perfil de acções técnicas em função do número de jogadores (3x3 e 4x4) e da situação de jogo (AA, DD e AD) em jovens jogadores de Futebol. Procurámos verificar se o aumento ou diminuição do número de jogadores e o tipo de jogo (situação ofensiva AA, defensiva DD ou ofensiva/defensiva AD) altera significativamente os valores da PSE, FC e da eficácia dos gestos técnicos mais utilizados. Na generalidade, os resultados permitiram verificar que a maior parte do tempo dispendido nos jogos reduzidos situou-se entre os 75 e os 84,9% da FC máx. dos jogadores. Em situação de DD, os jogadores passaram pouco tempo de exercício acima dos 90% da FC máx., ao contrário das restantes situações. Quanto maior o número de jogadores em campo, menor foi a percepção do esforço despendido durante a realização dos jogos reduzidos, principalmente em situação de ataque (excepção feita às situações de AD onde a PSE se tornou significativamente mais elevada com o aumento do número de jogadores). Apesar das diferenças existentes nos valores absolutos na realização da maior parte dos gestos técnicos analisados, como foi o caso do passe, recepção, drible, remate, desarme e intercepção, os jogadores apresentaram iguais níveis de eficácia. Os resultados deste estudo e de outros como os de Hill-Haas et al. (2008b; 2009) e Owen (2004) identificaram respostas da PSE e da FC, sugerindo que a alteração do número de jogadores e do tipo de jogo pode DISCUSSÃO 20
  • 29. VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL modificar a solicitação fisiológica dos jogadores. Os dados aqui apresentados aproximam-se bastante daqueles obtidos por diversos autores. A literatura disponível refere que nos jogos deste formato (3x3 e 4x4), a PSE associada às equipas de 3 jogadores foi mais elevada (16±2 vs. 15±2, respectivamente, segundo Hill-Haas et al. (2009)), o que veio confirmar os resultados obtidos, podendo constatar que quanto menor o número de jogadores em campo, maior é a percepção do esforço dispendido durante a realização dos jogos reduzidos, principalmente em situação de ataque. Excepção feita às situações de AD, onde a PSE se tornou significativamente mais elevada com o aumento do número de jogadores. Estes dados foram suportados por Mallo & Navarro (2008) ao referirem no seu estudo que o aumento do número de jogadores provoca geralmente uma diminuição na intensidade global do jogo, o que veio confirmar que poderão existir excepções como a que foi encontrada no nosso estudo. A diminuição do número de jogadores, aumentou a percepção da intensidade do exercício e apresentou simultaneamente maior tempo de exercício em zonas de intensidade mais elevadas. Estes dados poderão ser explicados pela necessidade de uma maior movimentação dos jogadores para criar linhas de passe, uma vez que a redução do número de jogadores em campo, diminuiu o número de possíveis soluções e uma menor posse de bola por parte da equipa, segundo Owen (2004), porém verificou-se uma maior interacção de cada jogador com a bola e/ou oponentes. Owen (2004) veio confirmar através do seu estudo que a resposta da FC diminuiu com o aumento do número de jogadores. Segundo este autor, os DISCUSSÃO 21
  • 30. VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL jogos reduzidos 3x3 produzem uma FC média semelhante aquela encontrada nos jogos 11x11, enquanto o 4x4 gera uma FC média geralmente inferior. As situações AD foram percepcionadas como mais intensas e provocaram um maior tempo de exercício acima dos 90% da FC máx., quando comparadas com as situações AA e DD. A situação AD é extremamente motivante do ponto de vista competitivo e este factor é válido por si só. O pouco tempo despendido acima dos 90% da FC máx. durante as situações de DD é justificado pela desmotivação que esta situação reflecte nos jogadores. A falta do objectivo de jogo e o não ter como alvo a baliza e a obtenção do golo, baixam os índices de motivação e reduzem a intensidade de jogo. As situações de AD, provocam uma constante preocupação com o ataque e defesa, com o drible e o desarme, com o remate e a intercepção, o que obriga os jogadores a procurarem o objectivo do jogo, mas ao mesmo tempo focarem a sua atenção no processo defensivo, evitando sofrer golo, aumentando assim a intensidade de jogo e proporcionando um maior treino das capacidades físicas e técnico-tácticas. A proximidade destas situações à realidade competitiva cria a necessidade constante de criação de soluções, quer ofensivas, quer defensivas, provocando consequentemente um aumento cada vez maior na percepção do esforço e intensidade de jogo por parte dos atletas. Tal como Hill-Haas et al. (2009) afirmou, alterações técnicas nas regras que estejam relacionadas com as oportunidades da equipa marcar podem aumentar a motivação do jogador e ainda aumentar a intensidade do exercício durante os jogos reduzidos. A intermitência dos jogos reduzidos faz com que o esforço seja mantido em patamares médios, com variações da FCmáx. Daí que a zona de DISCUSSÃO 22
  • 31. VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL intensidade 2, situada entre os 75 e os 84,9% da FC máx. dos jogadores, tenha sido aquela em que estes permaneceram mais tempo. As restantes zonas de intensidade apresentaram valores médios semelhantes, o que nos indica que foi estabelecido um patamar na zona 2, com passagem pelas restantes intensidades durante o jogo. Talvez esta seja uma justificação de como os jogos reduzidos podem substituir, de forma mais específica, o treino intervalado e constituir uma boa base do treino da capacidade aeróbia dos atletas. Sugere-se que para aumentar a intensidade do treino, com o objectivo de melhorar a capacidade aeróbia dos atletas, o treinador opte por um número reduzido de jogadores em campo (ex.3x3) e por situações de jogo que provoquem uma elevada motivação como é o caso da situação de AD, privilegiando situações em que os jogadores tenham como objectivo a progressão no terreno e a obtenção de golo, evitando situações inversas como a de DD. Nenhum dos estudos encontrados analisou directamente a eficácia dos gestos realizados durante os jogos reduzidos. Porém, alguns dos dados obtidos no nosso estudo vieram a ser confirmados por outros autores, principalmente por Kelly & Drust (2008) e Owen (2004), os quais focaram directamente a questão da análise do perfil técnico-táctico dos jogadores durante os jogos reduzidos. À semelhança do estudo publicado por Kelly & Drust (2008), no qual é referido que a dimensão do campo nos jogos reduzidos não foi um factor determinante para o número de acções técnicas realizadas, os nossos resultados demonstram que apesar da diferença do número de gestos exectuados, o número de jogadores e o tipo de jogo não teve influência na DISCUSSÃO 23
  • 32. VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL eficácia de realização destes gestos. Segundo os dados revelados por Owen (2004), quando pesquisamos a frequência dos gestos específicos dos jogos reduzidos, existem várias descobertas chave que são extremamente úteis numa perspectiva do desenvolvimento do treino. O aumento dos jogadores sem ter em conta as dimensões do campo, conduziu a um aumento do número total de acções técnicas realizadas pela equipa, devendo-se este aumento ao maior número de passes e recepções efectuados. Segundo este autor, no 3x3 em comparação com o 4x4 observou-se um menor número de passes, recepções e mudanças de direcção realizados, registando-se apenas um maior número de acções no drible. Porém, através do nosso estudo, apesar da diferença do número de gestos realizados nos dois formatos dos jogos reduzidos, o aumento ou diminuição do número de jogadores em campo não alterou a eficácia dos gestos. Excepção feita à mudança de direcção e perda de bola que tendo sido analisados em valores absolutos, apresentaram uma diminuição significativa da sua frequência com o aumento do número de jogadores, o que contraria alguns resultados do estudo apresentado anteriormente. Tal como no nosso estudo, os jogadores realizaram maior número de mudanças de direcção no 3x3 quando comparados com o 4x4, Owen (2004) concluiu que os jogadores realizaram mais mudanças de direcção no 1x1 e maior número de dribles durante o 1x1 e 2x2 quando comparados com o resto dos jogos reduzidos. Isso indica que o 1x1 e 2x2 ou seja, um menor número de jogadores em campo, expôs os jogadores a situações onde eles devem realizar gestos específicos para criar uma abertura para um passe, a oportunidade para ultrapassar um oponente (ex. situações de 1x1) ou mudança de direcção e DISCUSSÃO 24
  • 33. VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL assim assegurar a posse de bola. Estes tipos de jogos reduzidos são excelentes devido à sua especificidade e em permitir aos jogadores a oportunidade de desenvolver as suas qualidades de tomada de decisão em situações competitivas. Pode-se concluir que os jogos reduzidos específicos permitem ao jogador não só a oportunidade de desenvolver as suas qualidades técnicas específicas, mas também lhe dá a oportunidade de desenvolver atributos mentais, tais como a tomada de decisão através de um ambiente de aprendizagem positiva oferecido por estes jogos. Os jogadores perderam mais a bola no formato 3x3 e em situação de AA, podendo isto indicar que a elevada percepção do esforço e intensidade à qual os jogadores estão sujeitos no 3x3, poderá levar à perda de bola devido a maiores índices de fadiga. Ao mesmo tempo, a maior perda de bola em situações de AA poderá estar relacionada com os menores índices motivacionais dos jogadores nesta situação, quando comparada com a situação AD. Owen (2004) completa ainda que isto pode também sugerir que obviamente um maior número de jogadores permite mais opções quando estes estão em posse de bola, logo permite que a posse de bola seja mais elevada. Mallo & Navarro (2008) concluíram que a introdução de jogadores numa das equipas, criou um desequilíbrio em situações de posse de bola e reduziu o número de erros nos passes de curta distância, o que veio confirmar os resultados por nós obtidos, uma vez que o aumento do número de jogadores aumentou o número de passes realizados com êxito, ainda que isto seja mais notório no 4x4 em situações de AD em contraste directo com os jogos com o mesmo número de jogadores em campo, mas em situação de AA. O maior número de jogadores em campo permitiu a obtenção de um maior número de DISCUSSÃO 25
  • 34. VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL opções e linhas de passe e possivelmente mais próximas ao portador da bola, ao mesmo tempo que facilita a escolha na tomada de decisão, fazendo com que a sua eficácia aumente. A motivação poderá ser também um factor limitativo do sucesso na realização destes gestos, uma vez que tudo indica que os níveis de motivação dos jogadores numa situação de AD sejam superiores àqueles que se encontram numa situação de AA. A alteração do número de jogadores e as diferentes situações de jogo não provocam alterações práticas na concepção do treino e realização de jogos reduzidos, no entanto sugere-se que para garantir uma maior eficácia de alguns gestos técnicos base, como o passe, os jogos sejam realizados com um maior número de jogadores (4x4) possibilitando assim um maior leque de possíveis soluções, ao passo que se o objectivo for colocar o jogador perante tomadas de decisão, estes deverão ser confrontados em situações com poucos jogadores. As situações de jogo não influenciam a melhoria do perfil de acções técnicas, no entanto recomendam-se sempre as situações que provoquem uma maior motivação, como a de AD, possibilitando assim o aumento simultâneo da intensidade de jogo. A utilização das situações de jogo AA e DD, quando comparadas com a situação de AD, registaram uma menor percepção de esforço por parte dos jogadores, porém o valor médio da PSE obtido foi ligeiramente superior na situação de DD em relação a AA. A FC nas situações de DD situou-se predominantemente nas zonas de menor intensidade, ao passo que nas situações de AA, estas registaram um maior tempo de exercício em zonas de intensidade mais elevada. Com isto, podemos demonstrar que os menores índices de motivação implícitos nas situações de DD implicam uma percepção DISCUSSÃO 26
  • 35. VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL de esforço mais elevada por parte dos jogadores, ainda que isto não corresponda na realidade ao esforço dispendido por estes. A situação de AA permite treinar apenas situações de ataque, permitindo um maior contacto com a bola durante o tempo de jogo, com uma menor percepção do esforço e menor resposta da FC. A eficácia dos gestos realizados foi sempre menor nas situações de AA e DD quando comparados com AD, à excepção da mudança de direcção e da perda de bola que registaram valores absolutos superiores a AD. De realçar que na situação de AA, existiram muito mais perdas de bola do que em AD, situação que pode ser explorada pelos treinadores, ao realizar jogos reduzidos com estas condicionantes, no sentido de desenvolver um ataque mais consistente e eficaz, preocupando-se apenas com as situações ofensivas. Estas condicionantes poderão ser também utilizadas para criar situações de superioridade ou inferioridade numérica, quer na defesa, quer no ataque, modificando o número de jogadores numa das equipas e criando assim desequilíbrios. Futuramente seria interessante poder completar este estudo com a análise da distância percorrida pelos jogadores durante a realização destes formatos de jogos reduzidos e nas situações de jogo aqui analisadas, de forma a poder ser realizada uma correlação com a intensidade do jogo e distância percorrida em campo. Os nossos resultados, suportado por vários estudos já realizados, indicam que a PSE e a FC aumentaram com a diminuição do número de jogadores nos jogos reduzidos. Durante os jogos reduzidos, os jogadores situaram-se em média entre os 75% e os 84,9% da FC máx. A situação que DISCUSSÃO 27
  • 36. VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL criou uma maior intensidade de jogo foi a de AD, sendo a que mais motivação transmitiu aos jogadores, devido ao seu carácter extremamente objectivo e competitivo. Apesar da diferença nos valores de realização dos gestos técnicos, estes apresentaram níveis de eficácia iguais. Sugerimos assim aos treinadores a utilização dos jogos reduzidos como instrumento de trabalho específico da capacidade aeróbia e técnico-táctica, envolvendo simultaneamente diversas componentes do jogo e privilegiando a realização de jogos 3x3 (menor número de jogadores) em situação de AD. DISCUSSÃO 28
  • 37. VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL CONCLUSÃO O presente estudo permitiu-nos verificar qual a influência do número de jogadores em campo e das diferentes fases do jogo, na resposta da FC, PSE e Perfil de Acções Técnicas realizadas. Os dados obtidos, suportados por outros estudos anteriormente realizados, permitiram-nos concluir que o número de jogadores em campo influenciou significativamente a intensidade de jogo, quer a nível da resposta da FC, quer a nível da PSE dos jogadores. Verificou-se que a diminuição do número de jogadores em campo, aumentou a intensidade do esforço durante o jogo (maioritariamente situada entre os 75 e os 84,9% da FC máx.) e a percepção do esforço por parte dos jogadores. As situações de AD foram aquelas que registaram uma maior intensidade de jogo, ao passo que as situações de DD demonstraram uma baixa intensidade no que toca ao tempo despendido em zonas de FC acima dos 90% da FC máx., provocando estas também uma maior desmotivação nos jogadores. Os gestos técnicos realizados durante os jogos reduzidos apresentaram o mesmo nível de eficácia, ainda que os valores absolutos registados tenham sido diferentes, à excepção da mudança de direcção e da perda de bola que foram analisados em valores absolutos e verificaram uma diminuição da sua frequência com o aumento do número de jogadores. Sugere-se assim aos treinadores que, com o objectivo de melhorar a capacidade aeróbia dos atletas, incidam as suas sessões de treino, no aumento da intensidade de jogo através da realização de jogos reduzidos com um menor número de jogadores (ex. 3x3), preferencialmente em situação de CONCLUSÃO 29
  • 38. VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL AD, transmitindo assim aos atletas uma maior motivação e competitividade. Desta forma, os jogos reduzidos são uma forma eficaz de trabalhar a capacidade aeróbia dos atletas em simultâneo com o treino específico das capacidades técnico-tácticas dos jogadores e objectivos de jogo reais, que aumentam a disponibilidade dos atletas para este tipo de trabalho. CONCLUSÃO 30
  • 39. VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL BIBLIOGRAFIA Borg, G. (1985). Borg’s RPE – its value for sports testing. 1st edition. Movements Publications, New York. Coutts, A.J., Rampinini, E., Marcora, S.M., Castagna, C., & Impellizzeri, F.M. (2007). Heart rate and blood lactate correlates of perceived exertion during small-sided soccer games. Journal of Science and Medicine in Sport 2009 Jan;12(1):79-84. Dellal, A., Chamari, K., Pintus, A., Girard, O., Cotte, T., & Keller, D. (2008). Heart rate responses during small-sided games and short intermittent running training in elite soccer players: a comparative study. Journal of Strength and Conditioning Research 2008 Sept;22(5):449-1457. Gabbett, T.J., & Mulvey, M.J. (2008). Time-motion analysis of small-sided training games and competition in elite women soccer players. Journal of Strength and Conditioning Research 2008 Mar;22(2):543-552. Gore, C. (Ed) (2000). Physiological tests for elite athletes. Champaign, IL: Human Kinetics. BIBLIOGRAFIA 31
  • 40. VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL Hill-Haas, S., Coutts, A., Rowsell, G., & Dawson, B. (2008a). Variability of acute physiological responses and performance profiles of youth soccer players in small-sided games. Journal of Science and Medicine in Sport 2008,11:487-490. Hill-Haas, S.V., Dawson, B.T., Coutts, A.J., & Rowsell, G.J. (2008b) Physiological responses and time-motion characteristics of various small-sided soccer games in youth players. Journal of Sport Sciences 2008:1-8. Hill-Haas, S.V., Coutts, A.J., Dawson, B.T. & Rowsell, G.J. (2009) Time- Motion characteristics and physiological responses of small-sided games in elite youth players: The influence of player number and rule changes. Journal of Strength and Conditioning Research 2009, 0(0), 1-8. Hopkins, W. (2002). A new view of Statistics. Retrieved April 26, 2008, from http://www.sportsci.org/resource/stats/effectmag.html Kelly, D.M. & Drust, B. (2008) The effect of pitch dimensions on heart rate responses and technical demands of small-sided soccer games in elite players. Journal of Science and Medicine in Sport 2008,318. Mallo, J. & Navarro, E. (2008) Physical load imposed on soccer players during small-sided training games. The Journal of Sports Medicine and Physical Fitness 2008 Jun;48(2):166-171. BIBLIOGRAFIA 32
  • 41. VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL Owen, A., Twist, C., & Ford, P. (2004). Small-sided games: The physiological and technical effect of altering pitch size and player numbers. Insight, 7, 50-53. BIBLIOGRAFIA 33
  • 43. VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL Anexo A – Declaração de consentimento DECLARAÇÃO DE CONSENTIMENTO Considerando a “Declaração de Helsínquia” da Associação Médica Mundial (Helsínquia 1964; Tóquio 1975; Veneza 1983; Hong Kong 1989; Somerset West 1996 e Edimburgo 2000) Designação do Estudo: 16 Jogadores do Sporting Clube de Portugal irão fazer parte da amostra de um estudo no âmbito de uma Dissertação do Curso de Mestrado em Jogos Desportivos Colectivos da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. A recolha irá ser realizada em 4 sessões e uma prévia que consiste na realização de um teste. Na sessão de familiarização será realizado o Yo-yo Intermittent Endurance Test, consistindo em 5 a 20 segundos de intervalos de corrida, separados por períodos regulares de 5 segundos. Durante esta sessão irão ser registados alguns indicadores: (i) FC, (ii) PSE, através da Escala de Borg (6-20) e (iii) filmagem dos jogos. Na 1ª sessão de recolha irão ser realizados dois jogos 3x3 AADD, na 2ª sessão de recolha dois jogos 3x3 AD, na 3ª sessão de recolha dois jogos 4x4 AADD e na 4ª sessão de recolha dois jogos 4x4 AD. Durante todas as sessões de recolha irão ser registados alguns indicadores: (i) FC, (ii) PSE através da Escala de Borg (6-20), (iii) filmagem dos jogos para posterior análise do perfil técnico-táctico. A explicação que foi fornecida acerca da investigação a realizar foi compreendida e foi dada a oportunidade de esclarecimento de todas as dúvidas que se julgaram necessárias e de todas foi obtida resposta satisfatória. Foi tomado conhecimento que, de acordo com a Declaração de Helsínquia, a informação ou explicação prestada versou os objectivos, os métodos, os benefícios previstos, os riscos potenciais e o eventual desconforto. Além disso, foi afirmado que todos os participantes no estudo têm o direito de recusar a todo o momento a sua participação neste, sem qualquer prejuízo próprio. Por isso, é consentido que seja aplicado o protocolo proposto pelo investigador. Data: _____/_____________/ 2009 Assinatura do voluntário: ____________________________________________________ O investigador responsável: Nome: Marta das Dores Serrano Nunes Assinatura: ______________________________________________________________ ANEXOS 35
  • 44. VARIAÇÃO DA FC, PSE E PERFIL ACÇÕES TÉCNICAS EM JOGOS REDUZIDOS DE FUTEBOL Anexo B – Escala de percepção subjectiva do esforço 6 Nenhum esforço 7 Extremamente leve 8 9 Muito leve 10 11 Leve 12 13 Moderado/ Um pouco intenso 14 15 Forte/ Intenso 16 17 Muito forte/ Muito intenso 18 19 Extremamente forte 20 Esforço máximo Escala RPE de Borg Gunnar Borg, 1985 “Durante o exercício vai tentar avaliar a sua percepção de esforço. Tente avaliar a sensação do esforço o mais honestamente possível. Não a substime nem lhe atribua valores exagerados. Observe a escala e a respectiva legenda, decida o que descreve melhor o seu nível de esforço e corresponda essa descrição ao valor da escala. 9 Corresponde a um esforço “muito leve”. Para um indivíduo saudável, é idêntico a andar lentamente no seu ritmo durante alguns minutos. 13 “Moderado”/ “Um pouco intenso” mas sente-se bem para continuar. 17 “Muito intenso” exercício de muito esforço, pode continuar o exercício mas já exige muito esforço. 19 Esforço extremamente desgastante. Para alguns indivíduos este poderá ser o exercício mais vigoroso alguma vez vivenciado. O valor deve expressar uma combinação do esforço e da fadiga total.” ANEXOS 36