O documento discute resíduos eletroeletrônicos e de mineração. Ele fornece definições de resíduos eletroeletrônicos e explica porque eles precisam ser descartados corretamente devido aos riscos ambientais e à presença de metais valiosos. Também descreve o processo de reciclagem destes resíduos e os materiais que podem ser recuperados. No caso dos resíduos de mineração, explica os tipos gerados e os riscos associados a sua disposição, além do potencial para uso em
1. IFMG - Campus Santa Luzia
Disciplina: Gerenciamento de Resíduos Sólidos
Santa Luzia, 2022.
Professor: Ezequiel B. Rodrigues Reis
Gerenciamento de Resíduos
Sólidos
4. O que é?
Resíduo Eletrônico (ou Lixo Eletrônico ou ainda Resíduo de
Equipamentos Eletrônicos) é um termo utilizado para
denominar equipamentos ou componentes eletroeletrônicos
descartados por apresentarem defeito ou por estarem
obsoletos.
6. Porque tomar cuidado com o
descarte?
- Metais mais nobres como ouro, prata e
cobre possuem alto valor comercial e podem
ser encontrados em grande quantidade no lixo
eletrônico, sendo na maioria dos casos mais
barato a sua reciclagem do que a extração e o
processamento do minério bruto.
7. Porque tomar cuidado com o
descarte?
- Em 1 ton de PCs existe mais ouro que em 1
ton de minério bruto do metal!
8. Porque tomar cuidado com o
descarte?
Existem riscos graves problemas ambientais
devido a toxicidade de alguns componentes e a
demora na decomposição dos principais
componentes como plástico, vidro e metais.
9. Resíduos eletroeletrônicos
• No Brasil os EEE são divididos em três linhas:
• Linha Branca: refrigeradores; freezers verticais; congeladores
e conservadores horizontais; lavadoras automáticas; lava-
louças automáticas; secadoras de roupa; fogões.
• Imagem e Som (linha marrom): rádios-gravadores; sistemas
de som; televisores em cores; vídeo - cassetes; Digital Vídeo
Disco (DVD); filmadoras; produtos das áreas de
telecomunicações.
• Portáteis: aspiradores de pó; batedeiras de bolo; cafeteiras –
filtro; espremedores de frutas; ferros de passar roupa;
liquidificadores; secadores e modeladores de cabelo.
11. Resíduos eletroeletrônicos
• Motivos que levam um EEE a se tornar um REEE:
• Não funciona mais e não pode ser reparado;
• É reparável, mas o reparo é inviável economicamente;
• Faz parte de um outro equipamento que não funciona mais;
• Funciona mas é tecnologicamente obsoleto;
• Saiu da “moda”.
12. Resíduos eletroeletrônicos-
composição
• Ferro e aço, usados para gabinetes e molduras;
• Metais não-ferrosos, especialmente cobres usados nos
cabos e alumínio;
• Vidros usados nas telas e mostradores;
• Plásticos usados nos gabinetes, em revestimentos de cabos e
para circuito impresso;
• Dispositivos eletrônicos montados em circuito impresso;
• Outros (borracha, madeira, cerâmica etc.).
13. Resíduos eletroeletrônicos-
composição
Metais e não-metais presentes nos REEE domésticos de
pequeno porte
• Metais valiosos como ouro, paládio, platina e prata são
encontrados nas placas de circuito presentes nos
computadores pessoais (PCs) e telefones celulares;
• O vidro está presente, em maior quantidade, nos tubos de
raio catódicos (CRT) presentes nos monitores de computador
e nos televisores. Contem elementos como chumbo, cádmio,
európio, selênio, zinco e ítrio em sua composição,
dificultando assim, sua reciclagem.
Elemento Aℓ Sb Pb Cd Cr Fe Cu Ni Hg Zn Sn Cℓ P
Quant. (mg/kg) 49.000 1700 2900 180 9900 360.000 41.000 10.300 0,68 5100 2400 9600 360
17. Composição -substânciastóxicas
Baterias e lâmpadas fluorescentes
• Baterias:
• Algumas substâncias que fazem parte da composição
química das baterias são potencialmente perigosas e
podem afetar a saúde. Especificamente, o chumbo, o
cádmio e o mercúrio;
• Metais como o chumbo podem provocar doenças
neurológicas; o cádmio afeta condição motora, assim
como o mercúrio. É evidente que este assunto está
em permanente pesquisa e a presença destes
produtos está sendo reduzida.
32. Seguindo
Neutralização de substâncias tóxicas
– arsênico, bário, berílio, compostos bromados, cádmio,
cromo, chumbo, mercúrio, selênio e etc.
Recuperação dos metais de maior valor,
ouro, prata, paládio, alumínio e cobre.
33. Por fim
Envio do material reciclável que serve como matéria prima
para reciclagem (plástico, vidro, metal)
Restante para aterro industrial, se tratado adequadamente
não oferece maiores riscos ao ambiente.
39. A Mineração
A mineração é a atividade destinada a pesquisar,
descobrir, extrair e transformar os recursos
minerais em benefícios econômicos e sociais. O
regime de aproveitamento dos recursos minerais,
inclusive os do subsolo, por sua relevância, sempre
mereceu tratamento diferenciado pela legislação
brasileira
O Brasil produz cerca de 80 substâncias minerais
não energéticas, destacando-se, dentre outras, as
produções de nióbio, minério de ferro, bauxita e
manganês
41. Os rejeitos na
Mineração
A geração de resíduos é parte inerente de qualquer
processo produtivo.
A indústria mineral se diferencia de outros setores:
dimensionamento de sua geração;
diferenciação dos resíduos sólidos gerados nos
outros segmentos;
pela existência dos resíduos sólidos de extração
(estéril) e do beneficiamento (rejeitos);
também na disposição final adequada destes
resíduos.
42. Barragens de Rejeitos
A disposição de rejeitos em reservatórios criados por
diques ou barragens é o método mais comumente
usado como sistemas de disposição de rejeitos.
Podem ser de solo natural ou podem ser construídos
com os próprios rejeitos, sendo classificadas, neste
caso, como barragens de contenção alteadas com
rejeitos e as de solo natural como barragens
convencionais.
44. Disposição de estéreis
Depósitos de estéreis
Pilhas de estéreis
Preenchimento de cavas exauridas
Recuperação de voçorocas
O estéril consiste no material descartado
diretamente na operação de lavra, sem ser
processado na usina de beneficiamento.
Já o rejeito corresponde à porção
associada ao minério descartada durante
e/ou após o processo de beneficiamento.
45. Contexto do PL 3940:
- utilização de resíduos de mineração na construção
civil
Não há empresário no mundo que não queira adicionar
valor os seus produtos;
Resíduos de mineração representam passivos para o
minerador, com custos permanentes, que demandam
investimentos, alocação de recursos e de mão de obra
constantes;
Barragens de rejeitos são estruturas complexas,
demandam gestão constante de riscos. Os custos de
operação e manutenção são elevados;
Busca atual da mineração mundial: minerar com mais
eficiência, reduzir a geração de rejeitos, reduzir riscos na
disposição, agregar valor econômico, etc.
46. A diversidade física/química/mineralógica dos rejeitos
provenientes das + 8.000 concessões de lavra no país aliado
grandes volumes envolvidos, demonstra dificuldade no
estabelecimento de modelos pré-estabelecidos de seu
beneficiamento e reutilização;
É importante destacar a distinção que há nas tipologias
minérios metálicos e não metálicos, onde a geração de estéreis
e rejeitos não são equivalentes;
A agregação de valor econômico a rejeitos não é matéria fácil,
demanda a articulação de um conjunto de políticas públicas e
privadas, econômicas, fiscais, ambientais. Demanda ainda
evoluções na engenharia e nas rotas tecnológicas de produção;
Escala, transporte, processamento ainda estão longe da
viabilidade econômica.
Principais problemas no
caminho
47. Potencialidades atuais para o uso de
rejeitos de mineração
Preenchimento de cavas exauridas
Finalidades agrícolas: remineralizadores, fertilizantes, etc
Estabilização de solos modificados por associação
polimérica
Novas rotas e subprodutos para o rochas ornamentais
Insumos para a construção civil (argamassa, blocos de
pavimentação e de alvenaria, ladrilhos hidráulicos)
Uso de rejeitos granulares (Fe)
como alternativa de construção
de pavimentos rodoviários
48. Potencialidades atuais para o uso de
rejeitos de mineração
Pigmentos para tintas e outras aplicações
Rejeitos de minério de ferro em blocos de concretos e
pisos para a construção civil.
Finos de ferro: Para siderúrgicas e para a construção civil;
Resíduos finos de rochas ornamentais: Como argamassas,
cerâmicas vermelhas (tijolos e telhas), vidro, tintas, manilhas,
corretivos de solo e outros;
Resíduos grossos de rochas ornamentais: Para fábricas de
cimento, brita e areia artificial, artesanato, seixos
ornamentais, bijuterias, muros de contenção de talude,
pavimentação, filetes para muros e outros.
49. Quais são os
caminhos?
Tomada de consciência coletiva da importância do
problema
Envolvimento de atores do Governo, Academia, Indústria,
Sociedade Civil
Financiamento de novas pesquisas científicas aplicadas
para o uso de rejeitos (integração academia e indústria)
Políticas Públicas de incentivo à valoração econômica de
rejeitos e de seus usos alternativos
Intensificação da pesquisa geológica básica, pois o
subsolo brasileiro ainda é pouco conhecido.