1. Capa
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Em 1986, três anos após a morte de Hergé, ‘Tintim e A
COLEÇÃO Alfa Arte’ encerra mais de cinco décadas de publicações
COMPLETA – com algumas aventuras cercadas por polêmicas
Hergé foi acusado de racismo e neocolonialismo, principalmente pela forma co-
mo retratou a população do Congo em Tintim no Congo. Em 1946, 16 anos após
o lançamento do livro, o autor reeditou a obra com alterações na trama. O próprio
Hergé admitiu ter produzido um retrato preconceituoso do país africano.
Os 24 álbuns com as aventuras de Tintim foram publicados no Brasil pela Compa-
nhia das Letras e estão disponíveis para compra em livrarias e na internet, por pre-
ços a partir de R$ 38. Cada edição tem cerca de 60 páginas. Recentemente, também
foi lançada uma coletânea com os principais livros usados como referência no filme.
Outra acusação feita ao autor sugere uma possível simpatia pelo nazismo durante
a 2ª Guerra Mundial. A insinuação está relacionada ao fato de o autor ter publica-
do parte de Tintim e o Carangueijo das Pinças de Ouro em uma das poucas
revistas autorizadas a circular na Bélgica ocupada pela Alemanha na 2ª Guerra.
O preço sugerido pela editora para a edição dupla de O Segredo do Licorne e O
Tesouro de Rackham, o Terrível é de R$ 43. Apesar do enredo do filme ser ba-
seado nesses dois álbuns, a produção também faz referência a outros títulos, como
O Caranguejo das Pinças de Ouro e As Joias de Castafiore.
Polêmicas à parte, Hergé é o pai daquele que muitos consideram o elemento mais
característico dos quadrinhos europeus, a chamada ‘linha clara’. A esse estilo são
atribuídos conceitos típicos de publicações europeias (como as histórias do gau-
lês ‘Asterix’): contornos e cores fortes, poucas sombras e cenários realistas.
Lançados entre 1930 (Tintim no País dos Soivietes) e 1986 (Tintim e a Alfa
Arte), os livros retratam alguns dos momentos mais marcantes e controversos
da vida política e social do século 20. O jovem jornalista cobriu do autoritaris-
mo do regime socialista soviético à corrida espacial.
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