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“ Esta vida é uma estranha hospedaria, De onde se parte quase sempre às tontas, Pois nunca as nossas malas estão prontas, E a nossa conta nunca está em dia." (Mario Quintana)
● Apresentar a vida  de Mario de Miranda Quintana e sua importância no cenário literário brasileiro; ● Promover a interação do grupo à vida do poeta através da leitura de depoimentos e entrevista; ● Apresentar 15 motivos para ler sempre elaborados pela atriz e escritora Bruna Lombardi; ● Ler os poema:s “As Bruxas de Pano” e “ Lili  inventa o mundo”  e “Dedicatória” de Mario Quintana, promovendo reflexão e debate.
" Nasci em Alegrete, em 30 de julho de 1906. Creio que foi a principal coisa que me aconteceu. E agora pedem-me que fale sobre mim mesmo. Bem! Eu sempre achei que toda confissão não transfigurada pela arte é indecente. Minha vida está nos meus poemas, meus poemas são eu mesmo, nunca escrevi uma vírgula que não fosse uma confissão. Ah! mas o que querem são detalhes, cruezas, fofocas... Aí vai! Estou com 78 anos, mas sem idade. Idades só há duas: ou se está vivo ou morto. Neste último caso é idade demais, pois foi-nos prometida a Eternidade.  Quintana por ele mesmo...  http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me003236.pdf
Nasci no rigor do inverno, temperatura: 1 grau; e ainda por cima prematuramente, o que me deixava meio complexado, pois achava que não estava pronto. Até que um dia descobri que alguém tão completo como Winston Churchill nascera prematuro - o mesmo tendo acontecido a sir Isaac Newton! Excusez du peu...  Prefiro citar a opinião dos outros sobre mim. Dizem que sou modesto. Pelo contrário, sou tão orgulhoso que acho que nunca escrevi algo à minha altura. Porque poesia é insatisfação, um anseio de auto-superação. Um poeta satisfeito não satisfaz. Dizem que sou tímido. Nada disso! Sou é caladão, introspectivo. Não sei porque sujeitam os introvertidos a tratamentos. Só por não poderem ser chatos como os outros?
Exatamente por execrar a chatice, a longuidão, é que eu adoro a síntese. Outro elemento da poesia é a busca da forma (não da fôrma), a dosagem das palavras. Talvez concorra para esse meu cuidado o fato de ter sido prático de farmácia durante cinco anos. Note-se que é o mesmo caso de Carlos Drummond de Andrade, de Alberto de Oliveira, de Érico Veríssimo - que bem sabem (ou souberam) o que é a luta amorosa com as palavras".   Texto escrito pelo poeta para a revista  Isto É , de 14-11-1984 . Fonte:  http://www.estado.rs.gov.br/marioquintana
AUTO-RETRATO: Eu sou Mario Quintana.   Carlos André Moreira Jornal Zero Hora, Porto Alegre/RS - Caderno Donna, em 30-07-2006.  Fonte: Jornal Zero Hora, Porto Alegre/RS - Caderno Donna, em 30-07-2006.  Qual a sua lembrança de infância mais remota?  * Fui um menino por trás de uma vidraça – um menino de aquário. Via o mundo passar, como numa tela cinematográfica, mas que repetia sempre as mesmas cenas, as mesmas personagens.
Onde você passou as suas férias inesquecíveis?  * O que estraga as viagens, agora, é o seu rápido destino: de repente já estás em Pequim... Benditos, mil vezes benditos aqueles carrosséis que ensinaram aos meninos de meu tempo a pura alegria de viajar! Qual a sua ideia de um domingo perfeito?  * No céu é sempre domingo. E a gente não tem outra coisa a fazer senão ouvir os chatos. O que você faz para espantar a tristeza?  * O único problema da solidão consiste em como conservá-la.
Que som acalma você?  * Quando os sapatos ringem...  Qual a palavra mais bonita da língua portuguesa?  * Clair de lune, chiaro de luna, claro de luna... jamais os franceses, os italianos e os espanhóis saberão mesmo o que seja o luar, que nós bebemos de um trago numa palavra só.  Que livro você mais cita?  * Livro bom é aquele de que às vezes interrompemos a leitura pra seguir – até onde? – uma entrelinha... Leitura interrompida? Não. Esta é a verdadeira leitura continuada. Que filme você sempre quer rever?  * ...devia ser proibido fazer desenhos animados depois de Walt Disney.
Um gosto inusitado.  * O que eu mais adoro, depois da precisão, são os expletivos.  Um hábito de que você não abre mão.  * Alarmar senhoras gordas é um dos maiores encantos desta e da outra vida.  Um hábito de que você quer se livrar.  * O que eles chamam de nossos defeitos é o que temos de diferente deles. Cultivemo-los, pois, com o maior dos carinhos – esses nossos benditos defeitos.
Um elogio inesquecível.  * Poeta de amplo espectro, como se diz nas bulas farmacêuticas. Assim se expressou um dia a respeito deste escriba o seu cúmplice em poesia e colendo crítico Guilhermino César. O que bastou para que alguém me interpelasse: “Como é? Ele está te chamando de fantasma?”  Em que situação você perde a elegância?  * O mais irritante de nos transformarem um dia em estátua é que a gente não pode coçar-se. Em que outra profissão consegue se imaginar?  * ...eu queria ser um pajem medieval... Mas isso não é nada. Pois hoje eu queria ser uma coisa mais louca: eu queria ser eu mesmo!
 
Carta aberta a  Quintana :  "...Alguns dos teus poemas e muitos dos teus versos não precisam estar impressos em tinta e papel: eu os carrego de cores, às vezes, brotam espontaneamente de mim como se fossem meus. De certo modo, são meus, e hás de convir que a glória maior do poeta é conceder essas parcerias anônimas pelo mundo... ".  Paulo Mendes Campos. (Carta publicada no dia 30 de julho, em sua coluna na revista Manchete, nos 60 anos de Quintana).
 
 
http://tede.ucs.br/tde_arquivos/1/TDE-2010-11-23T132511Z-397/Publico
 
Espelho Mágico   A Rua dos Cataventos , Canções Sapato Florido O Aprendiz de Feiticeiro Inéditos e Esparsos Poesias Antologia Poética Na Volta da Esquina ,
 
Do livro: Poesia Completa, org., preparação de texto, prefácio e notas de Tania Franco Carvalhal, Ed. Nova Aguilar, 2006, RJ  http://cantinhoencantado.blogs.sapo AS BRUXAS DE PANO  As bruxas de pano tão maternalmente embaladas pelas menininhas pobres são muito mais belas do que as bonecas suntuosoas como princesas — orgulho das vitrinas... Essas humildes bruxas de pano com seus olhinhos de conta suas bocas tão mal desenhadas a tinta são muito mais belas porque mais amadas!
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me003236.pdf Lili vive no mundo do faz-de-conta. Faz de conta que isto é um avião, zum... Depois aterrizou em pique e virou trem Tuc, tuc, tuc, tuc... Entrou pelo túnel chispando. Mas debaixo da mesa havia bandidos. Pum! pum! pum! pum! O trem descarrilhou. E o mocinho? Meu Deus! No auge da confusão, levaram Lili para a cama à força. E o trem ficou tristemente derribado no chão, fazendo de conta que era mesmo uma lata de sardinha. Lili inventa o mundo  Mario Quintana
 
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Dedicatória Quem foi que disse que eu escrevo para as elites? Quem foi que disse que eu escrevo para o  bas-fond ? Eu escrevo para a Maria de Todo o Dia. Eu escrevo para o João Cara de Pão. Para você, que está com este jornal na mão... E de súbito descobre que a única novidade é a poesia, O resto não passa de crônica policial – social – política. E os jornais sempre proclamam que “a situação é crítica”! Mas eu escrevo é para o João e a Maria. Que quase sempre estão em situação crítica! E por isso as minhas palavras são quotidianas como o pão nosso de cada dia. E a minha poesia é natural e simples como a água bebida na concha da mão. http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/ensifund9anobasefinal.pdf
 
<http://assisbrasil.org/joao/quintana.htm >acessado  dia 28/04/2011 < http://www.estado.rs.gov.br/marioquintana > acessado dia  01/05/2011 <www.educarparacrescer.com.br >acessado dia 30/04/2011  <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me003236.pdf >acessado dia 17/04/2011 SITES CONSULTADOS <http://tede.ucs.br/tde_arquivos/1/TDE-2010-11-23T132511Z-397/Publico/Dissertacao%20Daiane%20Pedroti%20Venturin.pdf > acessado dia 13/05/2011 <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me003236.pdf > acessado dia  1 3/05/2011

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2ª segundo momento

  • 1.  
  • 2. “ Esta vida é uma estranha hospedaria, De onde se parte quase sempre às tontas, Pois nunca as nossas malas estão prontas, E a nossa conta nunca está em dia.&quot; (Mario Quintana)
  • 3. ● Apresentar a vida de Mario de Miranda Quintana e sua importância no cenário literário brasileiro; ● Promover a interação do grupo à vida do poeta através da leitura de depoimentos e entrevista; ● Apresentar 15 motivos para ler sempre elaborados pela atriz e escritora Bruna Lombardi; ● Ler os poema:s “As Bruxas de Pano” e “ Lili inventa o mundo” e “Dedicatória” de Mario Quintana, promovendo reflexão e debate.
  • 4. &quot; Nasci em Alegrete, em 30 de julho de 1906. Creio que foi a principal coisa que me aconteceu. E agora pedem-me que fale sobre mim mesmo. Bem! Eu sempre achei que toda confissão não transfigurada pela arte é indecente. Minha vida está nos meus poemas, meus poemas são eu mesmo, nunca escrevi uma vírgula que não fosse uma confissão. Ah! mas o que querem são detalhes, cruezas, fofocas... Aí vai! Estou com 78 anos, mas sem idade. Idades só há duas: ou se está vivo ou morto. Neste último caso é idade demais, pois foi-nos prometida a Eternidade. Quintana por ele mesmo... http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me003236.pdf
  • 5. Nasci no rigor do inverno, temperatura: 1 grau; e ainda por cima prematuramente, o que me deixava meio complexado, pois achava que não estava pronto. Até que um dia descobri que alguém tão completo como Winston Churchill nascera prematuro - o mesmo tendo acontecido a sir Isaac Newton! Excusez du peu... Prefiro citar a opinião dos outros sobre mim. Dizem que sou modesto. Pelo contrário, sou tão orgulhoso que acho que nunca escrevi algo à minha altura. Porque poesia é insatisfação, um anseio de auto-superação. Um poeta satisfeito não satisfaz. Dizem que sou tímido. Nada disso! Sou é caladão, introspectivo. Não sei porque sujeitam os introvertidos a tratamentos. Só por não poderem ser chatos como os outros?
  • 6. Exatamente por execrar a chatice, a longuidão, é que eu adoro a síntese. Outro elemento da poesia é a busca da forma (não da fôrma), a dosagem das palavras. Talvez concorra para esse meu cuidado o fato de ter sido prático de farmácia durante cinco anos. Note-se que é o mesmo caso de Carlos Drummond de Andrade, de Alberto de Oliveira, de Érico Veríssimo - que bem sabem (ou souberam) o que é a luta amorosa com as palavras&quot;. Texto escrito pelo poeta para a revista Isto É , de 14-11-1984 . Fonte: http://www.estado.rs.gov.br/marioquintana
  • 7. AUTO-RETRATO: Eu sou Mario Quintana. Carlos André Moreira Jornal Zero Hora, Porto Alegre/RS - Caderno Donna, em 30-07-2006. Fonte: Jornal Zero Hora, Porto Alegre/RS - Caderno Donna, em 30-07-2006. Qual a sua lembrança de infância mais remota? * Fui um menino por trás de uma vidraça – um menino de aquário. Via o mundo passar, como numa tela cinematográfica, mas que repetia sempre as mesmas cenas, as mesmas personagens.
  • 8. Onde você passou as suas férias inesquecíveis? * O que estraga as viagens, agora, é o seu rápido destino: de repente já estás em Pequim... Benditos, mil vezes benditos aqueles carrosséis que ensinaram aos meninos de meu tempo a pura alegria de viajar! Qual a sua ideia de um domingo perfeito? * No céu é sempre domingo. E a gente não tem outra coisa a fazer senão ouvir os chatos. O que você faz para espantar a tristeza? * O único problema da solidão consiste em como conservá-la.
  • 9. Que som acalma você? * Quando os sapatos ringem... Qual a palavra mais bonita da língua portuguesa? * Clair de lune, chiaro de luna, claro de luna... jamais os franceses, os italianos e os espanhóis saberão mesmo o que seja o luar, que nós bebemos de um trago numa palavra só. Que livro você mais cita? * Livro bom é aquele de que às vezes interrompemos a leitura pra seguir – até onde? – uma entrelinha... Leitura interrompida? Não. Esta é a verdadeira leitura continuada. Que filme você sempre quer rever? * ...devia ser proibido fazer desenhos animados depois de Walt Disney.
  • 10. Um gosto inusitado. * O que eu mais adoro, depois da precisão, são os expletivos. Um hábito de que você não abre mão. * Alarmar senhoras gordas é um dos maiores encantos desta e da outra vida. Um hábito de que você quer se livrar. * O que eles chamam de nossos defeitos é o que temos de diferente deles. Cultivemo-los, pois, com o maior dos carinhos – esses nossos benditos defeitos.
  • 11. Um elogio inesquecível. * Poeta de amplo espectro, como se diz nas bulas farmacêuticas. Assim se expressou um dia a respeito deste escriba o seu cúmplice em poesia e colendo crítico Guilhermino César. O que bastou para que alguém me interpelasse: “Como é? Ele está te chamando de fantasma?” Em que situação você perde a elegância? * O mais irritante de nos transformarem um dia em estátua é que a gente não pode coçar-se. Em que outra profissão consegue se imaginar? * ...eu queria ser um pajem medieval... Mas isso não é nada. Pois hoje eu queria ser uma coisa mais louca: eu queria ser eu mesmo!
  • 12.  
  • 13. Carta aberta a Quintana : &quot;...Alguns dos teus poemas e muitos dos teus versos não precisam estar impressos em tinta e papel: eu os carrego de cores, às vezes, brotam espontaneamente de mim como se fossem meus. De certo modo, são meus, e hás de convir que a glória maior do poeta é conceder essas parcerias anônimas pelo mundo... &quot;. Paulo Mendes Campos. (Carta publicada no dia 30 de julho, em sua coluna na revista Manchete, nos 60 anos de Quintana).
  • 14.  
  • 15.  
  • 17.  
  • 18. Espelho Mágico A Rua dos Cataventos , Canções Sapato Florido O Aprendiz de Feiticeiro Inéditos e Esparsos Poesias Antologia Poética Na Volta da Esquina ,
  • 19.  
  • 20. Do livro: Poesia Completa, org., preparação de texto, prefácio e notas de Tania Franco Carvalhal, Ed. Nova Aguilar, 2006, RJ http://cantinhoencantado.blogs.sapo AS BRUXAS DE PANO As bruxas de pano tão maternalmente embaladas pelas menininhas pobres são muito mais belas do que as bonecas suntuosoas como princesas — orgulho das vitrinas... Essas humildes bruxas de pano com seus olhinhos de conta suas bocas tão mal desenhadas a tinta são muito mais belas porque mais amadas!
  • 21.  
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  • 23.  
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  • 25.  
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  • 28.  
  • 29. http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me003236.pdf Lili vive no mundo do faz-de-conta. Faz de conta que isto é um avião, zum... Depois aterrizou em pique e virou trem Tuc, tuc, tuc, tuc... Entrou pelo túnel chispando. Mas debaixo da mesa havia bandidos. Pum! pum! pum! pum! O trem descarrilhou. E o mocinho? Meu Deus! No auge da confusão, levaram Lili para a cama à força. E o trem ficou tristemente derribado no chão, fazendo de conta que era mesmo uma lata de sardinha. Lili inventa o mundo Mario Quintana
  • 30.  
  • 31. *
  • 32. * *
  • 33.  
  • 34.  
  • 35.  
  • 36. Dedicatória Quem foi que disse que eu escrevo para as elites? Quem foi que disse que eu escrevo para o bas-fond ? Eu escrevo para a Maria de Todo o Dia. Eu escrevo para o João Cara de Pão. Para você, que está com este jornal na mão... E de súbito descobre que a única novidade é a poesia, O resto não passa de crônica policial – social – política. E os jornais sempre proclamam que “a situação é crítica”! Mas eu escrevo é para o João e a Maria. Que quase sempre estão em situação crítica! E por isso as minhas palavras são quotidianas como o pão nosso de cada dia. E a minha poesia é natural e simples como a água bebida na concha da mão. http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/ensifund9anobasefinal.pdf
  • 37.  
  • 38. <http://assisbrasil.org/joao/quintana.htm >acessado dia 28/04/2011 < http://www.estado.rs.gov.br/marioquintana > acessado dia 01/05/2011 <www.educarparacrescer.com.br >acessado dia 30/04/2011 <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me003236.pdf >acessado dia 17/04/2011 SITES CONSULTADOS <http://tede.ucs.br/tde_arquivos/1/TDE-2010-11-23T132511Z-397/Publico/Dissertacao%20Daiane%20Pedroti%20Venturin.pdf > acessado dia 13/05/2011 <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me003236.pdf > acessado dia 1 3/05/2011