A Organização Mundial da Saúde adicionou os telemóveis à sua lista de cancerígenos devido às radiações emitidas. Embora não esteja provado que cause cancro, adotou um princípio de cautela face ao possível risco. Uma cientista israelita tinha identificado uma maior incidência de tumores nas glândulas salivares em usuários intensivos de telefones celulares. Especialistas recomendam limitar o uso de telefones, especialmente por crianças.
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Cancro Telemóveis OMS
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É oficial: Telemóveis podem provocar cancro
31 de Maio, 2011
A Organização Mundial da Saúde adicionou esta terça-
feira o telemóvel à sua lista de cancerígenos, a par do
chumbo e do clorofórmio, devido às radiações emitidas
pelos aparelhos telefónicos móveis.
A decisão reverte todas as posições tomadas pela OMS
até ao momento, que afirmava não haver qualquer relação
directa entre o uso do telemóvel e o desenvolvimento de
doença oncológica. Agora, e apesar de não ter surgido
nenhum dado que estabeleça uma ligação explícita entre
o uso daquela tecnologia e supostos efeitos nocivos para
a saúde, a OMS adopta um princípio de cautela há muito
defendido por alguns especialistas internacionais. Ou seja,
o risco não é certo, mas é possível.
A OMS age após recomendação de um grupo de 31
cientistas de 14 países. Em 2008, o SOL falou com a
cientista israelita Siegal Sadetzki, que alertara para o risco
de desenvolvimento de tumores nas glândulas salivares
após o uso intenso e prolongado do telemóvel. Sadetzki
tinha identificado uma incidência superior deste tipo de
cancro entre utilizadores intensivos de aparelhos móveis,
com a doença a desenvolver-se no lado da cabeça onde
os pacientes habitualmente encostavam o telemóvel.
A radiação emitida pelos telemóveis é comparada pelo
neurologista-chefe do hospital californiano Cedars-Sinai,
Keith Black, à de um microondas de baixa potência.
Segundo os especialistas, há dois momentos em que o
risco pode ser maior: quando se atende uma chamada
(momento em que a radiação é momentaneamente mais
forte) e quando o sinal é fraco (o que leva o aparelho a
realizar um esforço maior para estabelecer ligação com a
antena de telecomunicações mais próxima). Já em relação
ao uso de auriculares e do bluetooth, não existe ainda
acordo sobre se estes acessórios diminuem ou aumentam
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potenciais riscos de saúde.
Em anos recentes, aumentaram as vozes a apelar a uma
maior cautela por parte dos utilizadores de telemóveis,
recomendando que não se encoste totalmente o aparelho
ao ouvido e que não se use o telefone móvel durante
demasiado tempo. É especialmente desaconselhada a
utilização intensa do telemóvel por parte de crianças. A
Agência Europeia do Ambiente e várias universidades
norte-americanas estão entre as organizações que há
vários anos recomendam um uso limitado desta
tecnologia.
SOL
Tags: telemóveis, Cancro, Saúde, Sociedade
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