SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 2
Baixar para ler offline
Página Imprimir Noticiae                                                                                     1 de 2




 CRéDITO & TAXAS DE JURO

 Juros portugueses superam novamente
 os 18% no prazo a dois anos
 25 Novembro 2011 | 12:10
 Diogo Cavaleiro - diogocavaleiro@negocios.pt


 As rendibilidades exigidas pelos investidores para deterem títulos de dívida portugueses
 estão novamente a disparar, à semelhança do que ontem aconteceu depois do corte de
 "rating" da dívida de Portugal para "lixo". Juros a dois anos de Itália já tocaram em
 máximos e aproximam-se dos 8%. Seguros contra incumprimento de França e Bélgica
 nunca foram tão elevados.
                                                                         O retorno que os investidores
                                                                         exigem para comprarem títulos
                                                                         de dívida de Portugal está em
                                                                         forte alta no mercado
                                                                         secundário. Se, no início da
                                                                         sessão, as taxas de juro
                                                                         implícitas da dívida estavam a
                                                                         aliviar das valorizações de
                                                                         ontem, tal já não está a
                                                                         acontecer e a subida voltou a ser
                                                                         a tónica dominante.

                                                                         A “yield” das obrigações
                                                                         nacionais a dois anos estão a
                                                                         avançar 161 pontos base e estão
                                                                         nos 18,3%. Estas rendibilidades
                                                                         já recuperaram de parte das
                                                                         quedas do mês de Novembro,
                                                                         mas ainda estão longe do
 máximo desde a fundação do euro - 21,5%.

 A subida das rendibilidades acontece na generalidade dos prazos, com ganhos quase sempre superiores a
 30 pontos base. No prazo a 10 anos, o avanço é de 9 pontos base para 12,3%. O destaque vai para a
 maturidade a nove anos, com um avanço de 115 pontos base para 14,86%, um recorde.

 As valorizações das taxas de juro implícitas da dívida soberana lusa estão a acontecer no mercado
 secundário depois de ontem a Fitch ter reduzido a notação financeira portuguesa para um nível em que não
 aconselha investidores. Assim, os investidores, ao trocarem dívida entre si, exigem maiores retornos para
 os adquirirem. Isto porque têm uma maior desconfiança, logo pedem à partida uma maior rendibilidade
 para uma eventual perda no futuro.

 Juros a dois anos em Itália e Espanha em máximos

 Mas no mercado de dívida
 secundário da Zona Euro, o
 cenário não é mais animador e
 os investidores privados estão
 também a penalizar os restantes
 países. Hoje, a Itália foi ao
 mercado primário emitir dívida a
 seis meses. Pagou um juro
 nunca antes visto de 6,5% para
 colocar oito mil milhões de
 euros. Há um mês, a taxa foi de
 3,535%.




http://www.jornaldenegocios.pt/imprimirNews_v2.php?id=521973                                       25-11-2011
Página Imprimir Noticiae                                                                                    2 de 2




 Esta pressão reflecte-se no
 mercado secundário e, se as
 “yields” estavam já a subir na
 sessão, depois do leilão
 dispararam. A dois anos, a taxa
 de juro implícita segue nos 7,92%, com um ganho de perto de 60 pontos base. As rendibilidades na
 maturidade a dez anos segue mnos 7,3%.

 Também em Espanha, a “yield” a dois anos está em máximos, acima dos 6% pela primeira vez. Mais uma
 vez, as taxas de Irlanda a dois e três anos ultrapassaram novamente a barreira dos 10%, voltando a
 valores de Agosto.

 CDS em máximos em Espanha, França e Bélgica

 Ao mesmo tempo, pagar para fazer um seguro contra incumprimento da dívida está também em máximos
 desde a fundação do euro. O custo dos “credit default swaps” nunca foi tão elevado em, França e Bélgica.

 Em Itália, Espanha e na própria Alemanha os CDS estão perto dos valores mais elevados de sempre.

 A subida mais expressiva deste instrumento financeiro continua a ser a portuguesa, de acordo com os
 dados da Markit.




http://www.jornaldenegocios.pt/imprimirNews_v2.php?id=521973                                        25-11-2011

Mais conteúdo relacionado

Destaque (14)

Folder bioindoicadores
Folder bioindoicadoresFolder bioindoicadores
Folder bioindoicadores
 
Tema8
Tema8Tema8
Tema8
 
imaxes invernales
imaxes invernalesimaxes invernales
imaxes invernales
 
Cartaz escola cnl 2012
Cartaz escola cnl 2012Cartaz escola cnl 2012
Cartaz escola cnl 2012
 
Ficha de trabalho equações 2ºgrau completas nº3x
Ficha de trabalho equações 2ºgrau completas nº3xFicha de trabalho equações 2ºgrau completas nº3x
Ficha de trabalho equações 2ºgrau completas nº3x
 
images?
images?images?
images?
 
Storyboard QET.pdf
Storyboard QET.pdfStoryboard QET.pdf
Storyboard QET.pdf
 
Conectivismo
ConectivismoConectivismo
Conectivismo
 
2 maiúscula inicial desafio correção
2   maiúscula inicial desafio correção2   maiúscula inicial desafio correção
2 maiúscula inicial desafio correção
 
Acreditación
AcreditaciónAcreditación
Acreditación
 
PM 10-10-04_Phänomen Expressionismus.pdf
PM 10-10-04_Phänomen Expressionismus.pdfPM 10-10-04_Phänomen Expressionismus.pdf
PM 10-10-04_Phänomen Expressionismus.pdf
 
Feira do livro
Feira do livroFeira do livro
Feira do livro
 
Què tornen a dir els números?
Què tornen a dir els números?Què tornen a dir els números?
Què tornen a dir els números?
 
Proyecto de ley lleras
Proyecto de ley llerasProyecto de ley lleras
Proyecto de ley lleras
 

Semelhante a Juros portugueses upa upa

Semelhante a Juros portugueses upa upa (8)

A crise portuguesa em 10 minutos
A crise portuguesa em 10 minutos A crise portuguesa em 10 minutos
A crise portuguesa em 10 minutos
 
Fincor in de 24-07-2012
Fincor in de   24-07-2012Fincor in de   24-07-2012
Fincor in de 24-07-2012
 
I mil be_26_1_2012
I mil be_26_1_2012I mil be_26_1_2012
I mil be_26_1_2012
 
Nubank - 3t22
Nubank - 3t22Nubank - 3t22
Nubank - 3t22
 
Construir moinhos
Construir moinhosConstruir moinhos
Construir moinhos
 
Artigo no Publico
Artigo no Publico Artigo no Publico
Artigo no Publico
 
DH: Moinhos
DH: MoinhosDH: Moinhos
DH: Moinhos
 
Dívida soberana na EU (resumo)
Dívida soberana na EU (resumo)Dívida soberana na EU (resumo)
Dívida soberana na EU (resumo)
 

Mais de pr_afsalbergaria (20)

Cesar e Deus
Cesar e DeusCesar e Deus
Cesar e Deus
 
A Vinha do Senhor
A Vinha do SenhorA Vinha do Senhor
A Vinha do Senhor
 
O Caminho da Cruz
O Caminho da CruzO Caminho da Cruz
O Caminho da Cruz
 
Tu és Pedro
Tu és PedroTu és Pedro
Tu és Pedro
 
Coragem sou Eu
Coragem sou EuCoragem sou Eu
Coragem sou Eu
 
O meu avô
O meu avôO meu avô
O meu avô
 
Joio e Trigo
Joio e TrigoJoio e Trigo
Joio e Trigo
 
O Semeador
O SemeadorO Semeador
O Semeador
 
Sim Pai
Sim PaiSim Pai
Sim Pai
 
Pedro e Paulo
Pedro e PauloPedro e Paulo
Pedro e Paulo
 
O Medo
O MedoO Medo
O Medo
 
A Messe
A MesseA Messe
A Messe
 
Solenidade da Santíssima Trindade
Solenidade da Santíssima TrindadeSolenidade da Santíssima Trindade
Solenidade da Santíssima Trindade
 
Pentecostes
PentecostesPentecostes
Pentecostes
 
Ascensão
AscensãoAscensão
Ascensão
 
Caminho, Verdade e Vida
Caminho, Verdade e VidaCaminho, Verdade e Vida
Caminho, Verdade e Vida
 
Fica conosco
Fica conoscoFica conosco
Fica conosco
 
A Comunidade
A ComunidadeA Comunidade
A Comunidade
 
Ressuscitou
RessuscitouRessuscitou
Ressuscitou
 
Ramos
RamosRamos
Ramos
 

Juros portugueses upa upa

  • 1. Página Imprimir Noticiae 1 de 2 CRéDITO & TAXAS DE JURO Juros portugueses superam novamente os 18% no prazo a dois anos 25 Novembro 2011 | 12:10 Diogo Cavaleiro - diogocavaleiro@negocios.pt As rendibilidades exigidas pelos investidores para deterem títulos de dívida portugueses estão novamente a disparar, à semelhança do que ontem aconteceu depois do corte de "rating" da dívida de Portugal para "lixo". Juros a dois anos de Itália já tocaram em máximos e aproximam-se dos 8%. Seguros contra incumprimento de França e Bélgica nunca foram tão elevados. O retorno que os investidores exigem para comprarem títulos de dívida de Portugal está em forte alta no mercado secundário. Se, no início da sessão, as taxas de juro implícitas da dívida estavam a aliviar das valorizações de ontem, tal já não está a acontecer e a subida voltou a ser a tónica dominante. A “yield” das obrigações nacionais a dois anos estão a avançar 161 pontos base e estão nos 18,3%. Estas rendibilidades já recuperaram de parte das quedas do mês de Novembro, mas ainda estão longe do máximo desde a fundação do euro - 21,5%. A subida das rendibilidades acontece na generalidade dos prazos, com ganhos quase sempre superiores a 30 pontos base. No prazo a 10 anos, o avanço é de 9 pontos base para 12,3%. O destaque vai para a maturidade a nove anos, com um avanço de 115 pontos base para 14,86%, um recorde. As valorizações das taxas de juro implícitas da dívida soberana lusa estão a acontecer no mercado secundário depois de ontem a Fitch ter reduzido a notação financeira portuguesa para um nível em que não aconselha investidores. Assim, os investidores, ao trocarem dívida entre si, exigem maiores retornos para os adquirirem. Isto porque têm uma maior desconfiança, logo pedem à partida uma maior rendibilidade para uma eventual perda no futuro. Juros a dois anos em Itália e Espanha em máximos Mas no mercado de dívida secundário da Zona Euro, o cenário não é mais animador e os investidores privados estão também a penalizar os restantes países. Hoje, a Itália foi ao mercado primário emitir dívida a seis meses. Pagou um juro nunca antes visto de 6,5% para colocar oito mil milhões de euros. Há um mês, a taxa foi de 3,535%. http://www.jornaldenegocios.pt/imprimirNews_v2.php?id=521973 25-11-2011
  • 2. Página Imprimir Noticiae 2 de 2 Esta pressão reflecte-se no mercado secundário e, se as “yields” estavam já a subir na sessão, depois do leilão dispararam. A dois anos, a taxa de juro implícita segue nos 7,92%, com um ganho de perto de 60 pontos base. As rendibilidades na maturidade a dez anos segue mnos 7,3%. Também em Espanha, a “yield” a dois anos está em máximos, acima dos 6% pela primeira vez. Mais uma vez, as taxas de Irlanda a dois e três anos ultrapassaram novamente a barreira dos 10%, voltando a valores de Agosto. CDS em máximos em Espanha, França e Bélgica Ao mesmo tempo, pagar para fazer um seguro contra incumprimento da dívida está também em máximos desde a fundação do euro. O custo dos “credit default swaps” nunca foi tão elevado em, França e Bélgica. Em Itália, Espanha e na própria Alemanha os CDS estão perto dos valores mais elevados de sempre. A subida mais expressiva deste instrumento financeiro continua a ser a portuguesa, de acordo com os dados da Markit. http://www.jornaldenegocios.pt/imprimirNews_v2.php?id=521973 25-11-2011