Este documento resume um módulo de um curso sobre mercado financeiro, abordando os temas de risco, prevenção à lavagem de dinheiro e matemática financeira. O módulo discute os principais tipos de risco no mercado financeiro, como risco de crédito, mercado e operacional. Também apresenta conceitos sobre análise de risco de crédito para pessoas físicas e jurídicas.
5. Sumário
LIÇÃO 1 - RISCO ................................................................... 5
TEMA 1 - RISCO .................................................................................. 5
TEMA 2 – RISCO DE CRÉDITO .................................................................. 9
TEMA 3 – RISCO DE MERCADO .............................................................. 15
TEMA 4 – RISCO OPERACIONAL ............................................................. 16
TEMA 5 – RISCO DE IMAGEM (REPUTAÇÃO) ............................................... 20
TEMA 6 - RISCO LEGAL ....................................................................... 21
TEMA 7 - RISCO DE LIQUIDEZ ............................................................... 22
TEMA 8 - RELAÇÃO RISCO RETORNO ...................................................... 22
TEMA 9 - PREVENÇÃO DE RISCOS NA CONTRATAÇÃO DE OPERAÇÕES .............. 23
LIÇÃO 2 - PREVENÇÃO E COMBATE A LAVAGEM DE DINHEIRO .......... 25
TEMA 1 – AFINAL, O QUE VEM A SER LAVAGEM DE DINHEIRO? ....................... 25
TEMA 2 – PARAÍSOS FISCAIS E CRIME ....................................................... 27
TEMA 3 – MECANISMOS NO PROCESSO DE LAVAGEM DO DINHEIRO .................. 28
TEMA 4 – OS AGENTES ENVOLVIDOS E AS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS ............. 30
LIÇÃO 3 - MATEMÁTICA FINANCEIRA ......................................... 33
TEMA 1 - COMPONENTES DA FÓRMULA ................................................... 33
TEMA 2 - JUROS SIMPLES .................................................................... 35
TEMA 3 - JUROS COMPOSTOS .............................................................. 37
TEMA 3 - TAXA DE JURO NOMINAL, REAL E EFETIVA ................................... 40
TEMA 4 - TAXA DE JUROS EQUIVALENTES E TAXA DE JUROS PROPORCIONAIS .... 41
TEMA 5 - JUROS PRÉ E PÓS-FIXADOS ..................................................... 42
TEMA 6 - JUROS DE MORA .................................................................. 42
TEMA 7 - CUSTO EFETIVO TOTAL - CET .................................................. 43
TEMA 8 – IMPOSTOS E TAXAS ............................................................... 45
TEMA 9 - SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO .................................................... 46
6.
7. Módulo 2- Mercado Financeiro
7
– Guia do participante
LIÇÃO 1 - RISCO
TEMA 1 - RISCO
Conceito
O conceito de risco é simples: é a incerteza de alcançar o objetivo esperado, em um dado
período de tempo.
Mas existem aspectos que envolvem a análise de risco, que nos leva a criar medidas (parâmetros)
para a qualificação (classificação) e quantificação (mensuração) dos riscos envolvidos nas
atividades do mercado financeiro.
Assim, a existência de um risco é caracterizada pela simples ameaça de um evento ou de uma
ação afetar de forma adversa os objetivos traçados pela organização e prejudicar o retorno
dos investimentos dos clientes e acionistas de uma instituição financeira.
Os riscos decorrem da possibilidade de materialização das ameaças e,
também, do não aproveitamento de oportunidades.
De maneira geral, o risco é representado por possíveis ameaças ao capital, à liquidez e à
rentabilidade esperada.
Podemos dizer então que os bancos somente concederiam créditos, sem efetuar a competente
análise, se não houvesse o risco de inadimplência, o que não ocorre em termos reais. Portanto,
o risco é inerente à atividade bancária e ao crédito, em particular.
Conhecer os riscos e suas causas diminui em muito a inadimplência.
8. Curso Preparatório Correspondentes no País
8
A gestão do risco é o processo de identificação, análise e prevenção de riscos e envolve
eventos presentes em todos os setores da economia sejam comerciais, industriais, financeiros
ou de serviços, sempre baseada no estabelecimento de cenários que, por convenção, são
classificados em: pessimistas, conservadores e otimistas.
A técnica estatística se faz presente mediante a utilização de medidas de probabilidade, com
destaque especial para o desvio padrão 1. Podemos afirmar que, quanto maior o número de
variáveis envolvidas, maior é a complexidade do cálculo do cenário de riscos e quanto maior
o número dos dados utilizados maior será a sua precisão.
As instituições somente
concederiam CRÉDITO se não
houvesse risco de inadimplência, o
que não ocorre em termos reais.
RISCO
É a INCERTEZA
de alcançar certa
rentabilidade
esperada, em um
dado período.
Capital Liquidez Rentabilidade
Possíveis
Ameaças
Qual é o risco de um evento ocorrer?
Para responder esta pergunta temos que ter domínio de um número de variáveis que não
seja tão extenso, que possa dispersar o resultado e que não seja tão escasso que não medirá
adequadamente o risco desejado.
A mensuração (medição) de risco é uma matéria que não segue uma receita pronta e varia
de uma instituição para outra. Por exemplo: um banco especializado na concessão de crédito
imobiliário estará mais suscetível ao risco proporcionado pelo setor da construção civil.
É importante exercitar e aprimorar as técnicas de mensuração de risco e, a cada evento,
realizar a análise dos erros cometidos. Podemos notar que a “Gestão de Risco” não é um
processo estático e, sim, um processo contínuo e dinâmico de atividades integradas, pelas
quais a administração (alta gerência), com o suporte dos responsáveis pelos processos de
negócio, busca reduzir ao mínimo o impacto de potenciais riscos.
1 Desvio padrão é a medida mais comum da dispersão estatística. Ele mostra o quanto de variação ou
“dispersão” existe em relação à média (ou valor esperado).
9. Módulo 2- Mercado Financeiro
9
Apresentamos na imagem abaixo os principais riscos presentes no mercado financeiro:
LEGAL
OPERACIONAL
CRÉDITO
MERCADO
LIQUIDEZ
RISCO
IMAGEM
TEMA 2 – RISCO DE CRÉDITO
O risco de crédito está presente em todas as operações de empréstimos ou de financiamentos.
Neste caso ele é representado pela incerteza de que o tomador de crédito irá efetuar a
liquidação de seus compromissos, assumidos através de um contrato.
O que é um contrato?
Contrato é um acordo onde uma parte assume compromissos com outra.
O risco de crédito é um risco-chave e crítico para os bancos, uma vez que pode gerar impacto
negativo em curto prazo nos resultados operacionais. Portanto, podemos afirmar que é um
risco inerente às operações de crédito.
Sabemos que uma das funções essenciais dos bancos é efetuar empréstimos e financiamentos,
razão pela qual grande parte dos ativos bancários é formada pelas operações de crédito,
consideradas as diversas modalidades existentes.
10. Curso Preparatório Correspondentes no País
10
Qual é o risco de um banco não receber o valor de um empréstimo ou financiamento
concedido na data e condições acordadas?
Sem efetuar qualquer análise das variáveis existentes, poderíamos dizer que o risco seria de
50% para que o tomador não efetuasse o pagamento e 50% para que a liquidação acontecesse.
A situação seria traduzida nos seguintes termos: um determinado tomador me solicita um
empréstimo e sem qualquer análise concedo o recurso, mesmo sem melhor conhecê-lo.
O risco de receber é o mesmo de não receber, ou seja, o devedor, da mesma forma que
solicitou o empréstimo e o recebeu, poderá voltar e efetuar o pagamento. Como, também,
poderá não voltar.
Em função disso, é importante saber que crédito não é somente confiança.
A concessão de crédito envolve um estudo sério de probabilidades, onde são levadas em
consideração, estudadas, avaliadas e ponderadas diversas variáveis do tomador com a
finalidade de medir o risco de não recebermos os recursos emprestados.
Risco de crédito é a possibilidade do não recebimento do total ou de parte
dos recursos a que se tem direito, ou do seu recebimento fora do prazo e/
ou sem observância das condições pactuadas.
Para que possamos antever os riscos, devemos considerar os aspectos subjetivos e objetivos na
análise de crédito, como segue:
Análise de crédito
Aspectos Subjetivos Aspectos Objetivos
Tradição Análise econômico-financeira
Idoneidade Adequação do fator risco/retorno
Histórico de mercado Análise do desempenho e das perspectivas
futuras do setor de atividade
11. Módulo 2- Mercado Financeiro
11
PESSOA FÍSICA – ANÁLISE DO CRÉDITO
Vamos agora aprofundar os aspectos que devem ser considerados por ocasião de uma boa
análise para a concessão de um empréstimo a pessoa física.
Análise do Crédito – Pessoa Física
Informações Subjetivas Informações Objetivas
Ramo de atividade que atua como
empregado e/ou profissional liberal Renda Mensal/Anual (atividade regular).
Profissional liberal: Principais clientes e
tipo de relação (eventual ou contratual
– Se contratual períodos etc.), valor e
Outras rendas (eventuais e regulares).
vencimento dos contratos, tempo de
relação com os Clientes.
Estado Civil e número de Dependentes. Aplicações (Classificadas por tipo e valor).
Referências Bancárias. Bens imóveis (com e sem ônus):
Localização, Avaliação de mercado.
Referências Comerciais. Bens móveis (com e sem ônus): Avaliação de
mercado.
Tempo no emprego ou atividade.
Imóvel locado: valor da locação e tempo de
residência.
Seguro: Tipo e valor da cobertura.
Outros bens (Declaração de Imposto de
Renda).
Cada uma das variáveis analisadas, a partir do seu detalhamento, contribui para gerar um
indicador (um score, ou uma pontuação).
Informação Objetiva
Vamos considerar a variável: “Tempo no emprego ou atividade”:
• Podemos estabelecer uma escala numérica em função do tempo que o
potencial tomador do crédito possui no emprego ou atividade.
• Atribuímos para cada nível da escala uma pontuação.
• Ao final essa pontuação pode ser ponderada pela importância que poderá
ter na composição final do risco.
• Assim de forma sucessiva realizamos a mesma operação em relação a cada
variável objetiva.
Utilizamos essa metodologia também para efetuarmos a ponderação das variáveis
subjetivas.
12. Curso Preparatório Correspondentes no País
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Informação Subjetiva
Vamos considerar a variável: “Ramo de atividade em que atua”:
• Não é possível estabelecer uma escala de pontuação objetiva, atribuir uma
nota e peso para essa variável, no entanto, podemos utilizar informações de
análise de mercado e constatarmos qual a situação atual e as perspectivas
para o ramo de atividade que atua o analisado.
• Caso a situação atual seja boa e as perspectivas positivas se mantenham,
podemos aumentar os pontos para o calculo do risco do analisado.
• Como tratamos de futuro e como, no nosso exemplo, a renda do analisado
depende da situação atual e perspectivas do seu ramo de atividade, talvez
possamos utilizar uma pontuação elevada para ponderação.
• Caso ocorra o inverso, ou seja, o ramo de atividade com situação atual e
perspectiva ruim, por conservadorismo podemos reduzir a pontuação com
maior intensidade.
E assim, sucessivamente, vamos efetuando a analise de cada variável e fazendo
as ponderações cabíveis.
Ao final, trabalhando numa escala de pontuações e pesos, chegamos a uma nota final que
representará o risco de crédito, que representará a probabilidade do tomador pagar ou não o
compromisso a ser assumido.
Cabe ao gestor de crédito determinar qual o nível de risco de crédito que deseja correr, dada
à característica de agressividade ou de conservadorismo da sua Instituição.
Vale lembrar que as duas extremidades podem determinar a quebra de uma
instituição financeira: agressividade demais e conservadorismo demais. Cabe
sempre o equilíbrio.
PESSOA JURÍDICA – ANÁLISE DO CRÉDITO
Para uma empresa ou entidade de personalidade jurídica analisamos as informações:
• Do “Balanço Patrimonial” 2 e da “Demonstração de Resultados” 3 de pelo menos os
últimos três exercícios;
• Do Fluxo de Recursos e do Fluxo de Caixa; e
• Da Ficha Cadastral.
O objetivo é definir o risco de crédito do tomador, seja pessoa física ou jurídica, seja empresa
de pequeno ou grande porte.
Portanto, o risco de crédito caracteriza-se pela perda da parte ou da totalidade do principal
acrescido dos juros contratuais.
2 O balanço patrimonial é uma demonstração contábil que tem por finalidade apresentar a posição
contábil, financeira e econômica de uma organização em determinada data, representando uma posição
estática (posição ou situação do patrimônio em determinada data).
3 A demonstração do resultado do exercício oferece uma síntese financeira dos resultados operacionais e
não operacionais de uma organização em certo período.
13. Módulo 2- Mercado Financeiro
13
Esse tipo de risco é comum nas instituições financeiras.
Cabe salientar que no mercado financeiro, as operações envolvendo os títulos públicos federais
são consideradas “livres de risco”, uma vez que é considerada remota a hipótese de ocorrer
o não pagamento de obrigações por parte do Tesouro Nacional, já que implicaria na falência
do País.
Títulos Públicos Federais = Livres de Risco!
GERENCIANDO RISCO DE CRÉDITO
Como estudamos até aqui, a utilização da boa técnica bancária na concessão do crédito é
fundamental para a redução e administração do risco de crédito.
Algumas medidas preventivas podem ser adotadas, entre as quais destacamos:
• Não concentração dos créditos concedidos em um pequeno número de tomadores ou
setor econômico;
• Observância da capacidade de pagamento dos proponentes; e
• Vinculação de garantias suficientes.
O gestor da carteira de crédito de uma instituição financeira, por exemplo, deve adotar
critérios que apontem para capacidade de pagamento do tomador de crédito.
Esta análise pode ser feita com base em dados obtidos:
• Internamente: conduzida pelo comitê de crédito da instituição financeira; e/ou
• Externamente: utilizando a classificação de risco de agências especializadas.
Outro aspecto a ser considerado pelos gestores de risco está relacionado com a insegurança
jurídica em relação aos contratos de crédito.
Ao colocar em risco o recebimento dos valores pactuados ou prolongar excessivamente sua
cobrança judicial, o referido aspecto pode provocar a retração na oferta de crédito e aumenta
o spread 4, eis que pressiona os custos administrativos dos bancos - área jurídica e de avaliação
de risco de crédito – e reduz a certeza de recebimento do empréstimo, mesmo numa situação
de contratação de garantias, pressionando o prêmio de risco, ou seja, a taxa adicional para
cobertura de não pagamentos embutida no spread.
4 Spread: é a diferença entre o custo de captação dos bancos, representado pela taxa de remuneração dos
investimentos, e a receita obtida pelos bancos, representada pela taxa de juros cobrada nas operações
de empréstimos.
14. Curso Preparatório Correspondentes no País
14
A seguir citamos algumas medidas adotadas pelo poder público para reduzir o risco de
inadimplência, bem como os custos associados à morosidade da cobrança judicial:
Medidas do poder público para redução de inadimplência e custos
1) Aprovação do crédito consignado em folha de pagamento.
2) Aprovação da nova Lei de Falências e de alterações no Código Tributário Nacional.
3) Criação da Cédula de Crédito Bancário.
4) Ampliação da alienação fiduciária em garantia.
5) Estímulo ao microcrédito e às cooperativas de crédito.
6) Reforma do Judiciário.
RISCO DE CRÉDITO: DICAS
1) Tenha uma carteira de cliente diversificada.
2) Analise a ficha cadastral do cliente com critério e objetividade.
3) Analise a performance temporal do cliente nos últimos anos.
4) Solicite garantias reais.
5) Seja racional e impessoal na análise das informações.
6) Na dúvida não conceda o crédito.
Risco de Crédito
Analise a partir
das informações da
Ficha Cadastral para
mensurar o fator de
risco.
É fundamental
utilizar a capacidade
financeira para
avaliação do risco de
crédito, entre outras
variáveis.
Possibilidade de “Calote” por parte do tomador de
empréstimo ou financiamento.
15. Módulo 2- Mercado Financeiro
15
TEMA 3 – RISCO DE MERCADO
O risco de mercado está relacionado à oscilação dos preços dos ativos em seus respectivos
mercados de negociação e pode ser dividido em quatro grandes áreas:
RISCO DE MERCADO
Risco de
preço de
commodities
Risco de Risco de preço
taxa de câmbio
Risco de taxa de
juros
A oscilação nos preços dos ativos pode ser causada por eventos ligados ao mercado como um
todo ou ao segmento econômico no qual a empresa está inserida.
A teoria financeira considera perda a simples constatação de que houve uma queda no valor
de mercado de determinado ativo, apurado pelo procedimento de “Marcação a Mercado” 5 .
Daí a necessidade de se desenvolver metodologias de controle e mensuração para o risco de
mercado, com o objetivo de reduzi-lo.
Portanto, sabemos que o risco de mercado depende de vários fatores, entre eles:
Fatores que podem interferir no risco de mercado
Ocorrências impactantes na economia local e internacional.
Decisões de política econômica do governo, que podem afetar a concessão de créditos.
Decisões de política monetária que podem retirar dinheiro de circulação, resultando em
alta da taxa de juros. Também pode ocorrer o contrário: haver uma grande circulação de
moeda, resultando na baixa da taxa de juros.
Alterações na política cambial, com oscilações na taxa de câmbio.
Mudanças no cenário político e econômico mundial, com riscos geopolíticos específicos de
cada país.
Questões legais, regulatórias e tributárias específicas de um país.
Com tais acontecimentos, a capacidade de pagamento do devedor pode ser influenciada.
Para adaptarmos a análise de riscos de mercado à nossa realidade precisamos elencar todas
as variáveis que estão influenciando a situação do mercado no momento e avaliar quais são os
riscos dessas variáveis influenciarem positivo ou negativamente o futuro.
Uma análise ponderada e qualificada dará o contorno esperado para o mercado, que deverá
influenciar na ponderação do risco global para efeito de efetivação de futuras operações
financeiras.
5 Marcação a Mercado consiste no procedimento de registrar, contabilmente, o valor do ativo pelo efetivo
valor de mercado, atualizado diariamente.
16. Curso Preparatório Correspondentes no País
16
O risco de mercado é conhecido também como risco sistêmico e é resultante de
problemas que uma ou mais instituições passam a enfrentar e que podem afetar
negativamente o seu segmento de atuação, por transmitir dificuldade a outras
empresas, impedindo até mesmo sua operacionalidade no mercado em que atua.
O Banco Central (como agência reguladora) poderá efetuar intervenção para
evitar um colapso.
RISCO DE MERCADO
Possibilidade de variação no preço de ativos capaz de afetar a capacidade
de pagamento do tomador de empréstimos ou financiamentos bancários.
TEMA 4 – RISCO OPERACIONAL
Definição de Risco Operacional
“É o risco de perdas resultantes de processos internos inadequados ou
defeituosos, pessoal, sistema ou como resultado de acompanhamentos
externos.”
É a possibilidade de prejuízo pelo não retorno de um investimento decorrente de problemas
operacionais da instituição financeira. Veja a explicação na tabela a seguir:
TIPO DE PERDA Valor do prejuízo? Exemplo
Perda Econômica
• Tangível;
• Quantificado
contabilmente em moeda
corrente.
Falha em serviço que
propiciou uma transferência
indevida de recursos para
terceiros.
Perda Não Econômica
• Intangível;
• Quantificado de forma
abstrata;
• Reflete uma perda de
confiança no conceito da
instituição financeira.
Instabilidade no sistema de
internet banking provocando
insatisfação perante a
clientela.
17. Módulo 2- Mercado Financeiro
17
Os bancos são obrigados a possuir estrutura de gerenciamento desse tipo de risco, que embasa
sua análise nos seguintes indicadores:
Fraude
• Interna
• Externa
Indicadores
do Risco
Operacional
Irregularidades
• Procedimentos
• Rotinas
• Controle
Falha no
Sistema
• Equipamentos
• Programas
Erro/Falha
Humana
Como podemos notar, o risco operacional está presente em toda a atividade humana e decorre
de falhas e irregularidades, intencionais (dolo ou má-fé) ou não (omissão, negligência e
imprudência), de responsabilidade dos diversos agentes do processo de negócio.
Na condução do trabalho de prevenção do risco operacional devemos considerar os seguintes
aspectos:
Cada Instituição possui
1. Característica própria e atende a um determinado tipo de mercado.
2. Estrutura administrativa e de tecnologia própria (particular).
3. A sua maneira de efetuar seus controles internos.
Na maioria das vezes o risco legal e o risco de imagem são consequências de um risco
operacional.
a inclusão indevida de um CPF no SERASA.
18. Curso Preparatório Correspondentes no País
18
A gestão do risco operacional está diretamente relacionada com a capacidade em detectar,
conhecer, mensurar, controlar e administrar os riscos existentes na organização.
Para sua maior eficiência, o foco da gestão é dividido em três grandes grupos, a saber:
I. Risco Organizacional: decorre de uma organização ineficiente, sem objetivos de curtos
e longos prazos, com fluxo ineficiente de informações internas e externas, criando
ambiente propicio as fraudes e irregularidades.
II. Risco de Equipamentos: refere-se basicamente a problemas de falhas de equipamentos
e sobrecargas de sistemas (computadores, telefones, bancos de dados etc.) motivados,
principalmente, por obsolescência tecnológica da estrutura operacional ou insuficiência
de máquinas.
III. Risco Pessoal: está intimamente ligado às decisões erradas tomadas pelas pessoas no
processo do crédito, geradas pela falta de segregação de atividades, sobrecarga de
trabalho e conflitos de interesse.
A título de ilustração, vamos observar a seguir o risco operacional envolvendo uma empresa do
ramo petrolífero e um estabelecimento bancário:
Caso I
Empresa de Petróleo
Vazamento de petróleo da British Petroleum (BP), com a explosão de uma
plataforma marítima no Golfo do México matando 13 operários e derramando
cerca de 5 bilhões de barris de petróleo no mar.
O risco operacional de uma empresa que explora petróleo é incalculável.
Qualquer erro além do prejuízo financeiro acarreta o prejuízo da imagem,
por passar a ser rotulada como uma empresa que causou danos ao meio
ambiente.
19. Módulo 2- Mercado Financeiro
19
Caso II
Banco
Foi noticiado que um Banco grande teve um problema operacional e seus
sistemas apontaram em todas as contas correntes saldos negativos. O erro
foi corrigido rapidamente, mas imaginem ter 15 milhões de clientes com
saldos desencontrados.
O risco operacional em um Banco é assunto muito sério que está ligado à
própria sobrevivência da instituição.
O risco de um hacker (especialista em computação que comete crimes
entrando ilegalmente no sistema e banco de dados alheios) entrar na
base de clientes de um Banco e transferir recursos causará um prejuízo
financeiro muito grande.
Então, como podemos avaliar e quantificar o risco operacional?
Abaixo elencamos algumas orientações para sua melhor compreensão:
1. Após conhecer a atividade e identificar seus riscos, elenque as variáveis
que podem causar a elevação dos riscos operacionais.
2. Observe como as variáveis elencadas são tratadas nas diversas áreas da
organização.
3. Dada as informações a respeito do tratamento dado pelos gestores da
organização a cada variável, a fim de minimizar os seus riscos, avalie qual
o risco operacional.
Caso o risco operacional seja avaliado como relevante terá um peso maior na composição do
risco global para efeito da efetivação, ou não, de futuras operações de crédito.
20. Curso Preparatório Correspondentes no País
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TEMA 5 – RISCO DE IMAGEM (REPUTAÇÃO)
Uma instituição financeira está sujeita ao risco de reputação (Imagem), nas seguintes situações:
• Quando há veiculação de informações que afetam negativamente sua imagem, colocando
em risco sua idoneidade em relação ao mercado, afetando todos os tipos de transações
(comerciais e financeiras).
• Publicidade negativa em relação às atividades desenvolvidas, gerando o afastamento
da clientela com a consequente redução de receitas.
A reclamação de um cliente por mau atendimento pode colocar em risco a
credibilidade do banco perante a opinião pública.
Além disso, podemos citar o prejuízo que os boatos sobre a má saúde financeira causam a
reputação de um banco.
Este tipo de risco está ligado a eventuais perdas geradas por uma situação de desgaste da
imagem da instituição junto ao mercado ou perante as autoridades, em razão de veiculação
de informações ou boatos na mídia.
Podemos observar que um dos fatores que mais contribui para esta categoria de risco está
diretamente ligado à qualidade do atendimento e à postura ética dos funcionários da instituição.
Convenhamos, tais circunstâncias são particularmente danosas para as instituições financeiras,
já que a natureza de seus negócios requer a manutenção da confiança de depositantes,
credores, concorrentes, órgãos governamentais e do mercado em geral.
A reputação pode restar afetada também pela existência de falhas operacionais e de deficiências
no cumprimento de leis e de regulamentos relevantes.
21. Módulo 2- Mercado Financeiro
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Boatos sobre a saúde financeira de uma instituição, desencadeando uma corrida
para saques dos valores depositados.
Envolvimento da instituição em processos de lavagem de dinheiro.
TEMA 6 - RISCO LEGAL
Os aspectos legais estão sempre presentes nas atividades de uma instituição financeira,
sobretudo em razão da forte regulação exercida sobre este setor da economia.
Os clientes e usuários dos serviços de um banco podem apresentar questionamentos, por meio da
justiça, acerca das bases das transações efetuadas, contrariando muitas vezes as expectativas
das instituições no tocante ao retorno tranquilo dos empréstimos e financiamentos.
Este tipo de Risco é muito comum, pois a grande maioria das pessoas jurídicas no Brasil não
tem uma contabilidade baseada na legislação vigente.
Por definição, o risco legal refere-se à possibilidade de perdas decorrentes da inobservância
de dispositivos legais ou regulamentares, da mudança de legislação ou das alterações na
jurisprudência aplicáveis às transações efetuadas pelos bancos.
A concessão de empréstimos a clientes sem a completa observância dos
instrumentos legais que regem a operação, tais como, documentação incompleta,
ausência de assinaturas ou assinaturas colhidas de pessoas que não sejam os
legítimos representantes da empresa.
As perdas decorrentes das sanções aplicadas por órgãos reguladores e pagamento
de indenizações por danos a terceiros, por violação da legislação vigente são
igualmente classificadas como risco legal.
22. Curso Preparatório Correspondentes no País
22
TEMA 7 - RISCO DE LIQUIDEZ
$
$
$
O risco de liquidez reflete uma dificuldade particular do cliente, em dado momento, para
liquidar seus compromissos, ou seja, há falta de caixa.
Ao analista de crédito é difícil visualizar tal situação, razão pela qual ele deve empreender
esforços com vistas a obter as informações necessárias para subsidiar a tomada de decisão na
concessão de crédito.
O Risco de Liquidez pode estar associado a...
Falta de liquidez no mercado em geral
Decorrente de fatores de ordem política
ou econômica que reduzam o volume de
dinheiro em circulação.
Dificuldade de negociação de ativos
É o caso dos imóveis ou das ações de “segunda
linha”, assim denominadas por serem menos
negociadas.
TEMA 8 - RELAÇÃO RISCO RETORNO
O retorno está diretamente associado ao risco. A racionalidade do mercado financeiro irá
buscar um maior retorno possível a um nível menor de risco possível:
• “Quanto maior o retorno maior o risco”.
• Os tipos de risco devem ser analisados com as informações constantes na
Ficha Cadastral, que servirão para mensurar o fator de risco.
• Dentre as variáveis mais utilizadas devemos considerar a capacidade
financeira como a essencial.
23. Módulo 2- Mercado Financeiro
23
AVALIAÇÃO DO RISCO DE CRÉDITO
Trata-se de uma metodologia que visa quantificar o risco de crédito.
Consiste no levantamento das informações relativas a toda carteira de clientes da instituição,
agrupando-as por tipo de cliente (pessoas físicas separadas das pessoas jurídicas), volume de
crédito, montante, e características específicas.
A seguir, você estudará os dados e as características de cada grupo, elencando as prováveis
causas de inadimplências.
Neste momento são aplicados os conceitos estatísticos para a determinação do fator de risco
desejado e chegamos à etapa de evitar os riscos.
PROCEDIMENTOS ÚTEIS
1. Tenha uma carteira de cliente diversificada.
2. Analise a ficha cadastral do cliente com critério e objetividade.
3. Analise o comportamento e o histórico de pagamento do cliente nos
últimos anos.
4. Agregue garantias reais.
5. Seja racional e impessoal ao analisar as informações e os dados
disponíveis.
6. Na dúvida, não conceda o crédito.
Deixar de analisar as possibilidades da existência do risco é a mesma coisa que “dar de
presente o crédito” e depois ficar reclamando da infelicidade. Conhecer os riscos e evitá-los
é a forma mais racional e objetiva na concessão do crédito e vale em qualquer situação
profissional e pessoal.
Por isso é importante:
• Aplicar as ferramentas corretas para alcançar os objetivos fixados.
• Utilizar instrumentos e modelos de mensuração que possibilitem conhecer e delimitar
os riscos envolvidos.
TEMA 9 - PREVENÇÃO DE RISCOS NA CONTRATAÇÃO DE OPERAÇÕES
(Resoluções CMN 3694/2009 e 4283/2013)
Para prevenir riscos na contratação de operações e na prestação de serviços uma das
exigências é que os produtos e serviços ofertados (ou recomendados) estejam adequados às
reais necessidades, interesses e objetivos dos clientes.
As instituições financeiras devem zelar pela integridade, confiabilidade, segurança e sigilo das
transações realizadas, bem como pela legitimidade de suas operações e serviços.
O foco principal desta norma está na qualidade das informações que devem ser prestadas aos
clientes para possibilitar-lhes uma tomada de decisão segura em um ambiente onde todos os
direitos e deveres sejam devidamente explicitados e conhecidos.
24. Curso Preparatório Correspondentes no País
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Os contratos, recibos, comprovantes e extratos devem ser fornecidos tempestivamente,
contendo redação clara, objetiva e adequada à natureza e complexidade de modo a permitir
o entendimento do conteúdo e a identificação de prazos, valores, encargos, multas, datas,
locais e demais condições.
Deve estar clara ao cliente a possibilidade de tempestivo
cancelamento dos contratos!
O encaminhamento de instrumento de pagamento ao domicílio do cliente e sua habilitação
para uso somente pode acontecer em decorrência de expressa solicitação ou autorização do
próprio cliente.
Os demonstrativos e faturas devem permitir que os usuários finais de pagamento ou transferência
sejam identificados por quem efetua determinado pagamento.
As instituições financeiras devem divulgar, em suas dependências e nas
dependências dos estabelecimentos, onde seus produtos são ofertados (em local
visível e em formato legível), informações relativas a situações que impliquem
recusa:
• À realização de pagamentos, ou
• À recepção de cheques, documentos, inclusive de cobrança.
É vedado recusar ou dificultar o acesso aos canais de atendimento
convencionais, inclusive guichês de caixa, mesmo na hipótese de
oferecer atendimento alternativo ou eletrônico.
A opção pela prestação de serviços por meios alternativos aos convencionais é admitida, desde
que adotadas as medidas necessárias para preservar a integridade, a confiabilidade, a segurança
e o sigilo das transações realizadas, assim como a legitimidade dos serviços prestados, em face
dos direitos dos clientes e dos usuários, cabendo às instituições financeiras a responsabilidade
de dar ciência dos riscos existentes.
25. Módulo 2- Mercado Financeiro
25
LIÇÃO 2 - PREVENÇÃO E COMBATE A LAVAGEM
DE DINHEIRO
TEMA 1 – AFINAL, O QUE VEM A SER LAVAGEM DE DINHEIRO?
$
A lavagem de dinheiro constitui um conjunto de operações comerciais ou financeiras que
buscam a incorporação na economia de cada país dos recursos, bens e serviços que se originam
ou estão ligados a atos ilícitos.
“Lavar dinheiro”
Fazer com que produtos de crime pareçam ter sido adquiridos legalmente.
A dissimulação é a base do processo de lavagem de dinheiro.
Para o sucesso de seu crime, o criminoso oculta suas intenções e dificulta ao máximo o
rastreamento de suas operações. Assim, o dinheiro se afasta de sua origem ilegal e retorna ao
criminoso aparentemente limpo.
No Brasil foi aprovada a Lei 9.613/1998 que tipifica o crime de lavagem de dinheiro. Também
institui medidas que conferem maior responsabilidade a intermediários econômicos e
financeiros e cria, no âmbito do Ministério da Fazenda, o Conselho de Controle de Atividades
Financeiras (COAF).
26. Curso Preparatório Correspondentes no País
26
Recentemente foi editada a lei 12.683/2012, que promove algumas alterações na Lei 9.613/98
para tornar mais eficiente a persecução penal dos crimes de lavagem de dinheiro. Essa nova
Lei visa ampliar o combate à lavagem de dinheiro.
Entre as novas medidas podemos citar a supressão do rol exaustivo de crimes antecedentes
para a caracterização do delito de lavagem de capitais, bem como a ampliação de agentes
privados na colaboração às autoridades estatais na prevenção e repressão deste delito.
A nova Lei visa tornar mais eficiente o combate à lavagem de dinheiro com vista a desarticular
o crime organizado, na medida em que o capital que financia as atividades destes grupos
criminosos é reconhecido como oriundo desta espécie de delito.
O crime de lavagem de dinheiro é objeto de preocupação da comunidade internacional,
tanto que existem inúmeros grupos de especialistas e de autoridades públicas desenvolvendo
instrumentos de prevenção e repressão à prática do crime em tela.
A nova Lei de Lavagem de Dinheiro discorre sobre as formas de ocultação e dissimulação, o uso
de meios para ocultação ou dissimulação, o uso de bens, direitos e valores sujos na atividade
econômica ou financeira e a participação dos criminosos em entidade dirigida à lavagem de
dinheiro.
OCULTAÇÃO
Encobrimento de bens,
valores e direitos, por
qualquer meio, com a
finalidade de convertê-los
futuramente em
ativos lícitos.
DISSIMULAÇÃO
Consiste no movimento de
distanciamento do bem da sua
origem criminosa, dificultando-se
o seu rastreamento. A seu
turno, é posterior à ocultação
e pertence à segunda etapa do
ciclo da lavagem de dinheiro.
Antes da Lei n.º 12.683/2012, a legislação brasileira de combate à lavagem de dinheiro
apresentava uma lista fechada de crimes antecedentes passíveis de lavagem. Com a nova lei,
houve a supressão do rol taxativo de crimes antecedentes, admitindo-se, para fins de lavagem
de capitais, qualquer infração penal.
A ampliação do rol de crimes antecedentes visa suprir a lacuna de punibilidade da lei anterior,
que não admitia, por exemplo, que os produtos de crimes contra a ordem tributária e da
contravenção penal do “jogo do bicho” pudessem ser objeto de lavagem. A referida alteração
legal possibilitou, ainda, abranger toda a cadeia criminosa de lavagem de dinheiro.
Agora, todo e qualquer processo penal que tenha como objeto crime de cunho patrimonial
abrange a discussão sobre a destinação dos bens, valores e direitos de origem criminosa e a sua
possível lavagem, tal como o valor arrecadado em rifas não autorizadas pelo Poder Público.
A alienação antecipada de bens, direitos e valores objeto de apreensão ou de medida
assecuratória decretada pelo juiz constitui a principal inovação da Lei 12.683.
27. Módulo 2- Mercado Financeiro
27
No Brasil
• Aprimoramento dos sistemas e métodos para desestabilizar a ação
dos criminosos, pois tipifica o crime de lavagem de dinheiro.
• Instituição de medidas que conferem maior responsabilidade a
intermediários econômicos e financeiros.
• Criação do Conselho de Atividades Financeiras – COAF, no âmbito
do Ministério da Fazenda.
Lei 9.613/98 Lei 12.683/12
Prevenção
Lavar recursos é
fazer com que produtos de
crime pareçam ter sido adquiridos
legalmente.
Lavagem de Dinheiro
Conjunto de operações comerciais ou financeiras que buscam a
incorporação na economia de cada país dos recursos, bens e serviços que
se originam ou estão ligados a atos ilícitos.
Deverá ser comunicada ao COAF pelas instituições financeiras,
abstendo-se de dar ciência de tal ato a qualquer pessoa, inclusive
àquela à qual se refira a informação, no prazo de 24 (vinte e quatro)
horas, a proposta ou realização de operações suspeitas ou com
indícios de crime de lavagem de dinheiro!
TEMA 2 – PARAÍSOS FISCAIS E CRIME
PARAÍSOS FISCAIS
Os paraísos fiscais são países comumente utilizados pelos criminosos com a finalidade de
ocultar e impedir o rastreamento do dinheiro obtido de forma escusa, dado que, pela natureza
desses países, existe o escudo do sigilo bancário e profissional absoluto.
É importante ressaltar que os chamados paraísos fiscais não podem ser associados exclusivamente
a ações criminosas, existindo vários usos legítimos para sua utilização como, por exemplo, a
proteção de patrimônios.
28. Curso Preparatório Correspondentes no País
28
O CRIME
A Lei nº. 9.613, dispõe sobre os crimes de lavagem de dinheiro ou ocultação de bens, direitos
e valores mobiliários e cria o COAF, órgão disciplinar responsável pela prevenção e combate
da prática de “lavagem de dinheiro”.
A principal tarefa do COAF é promover um esforço conjunto de toda a máquina
governamental que cuida da implementação de políticas nacionais voltadas para o
combate à lavagem de dinheiro, evitando que setores da economia continuem sendo
utilizados nessas operações ilícitas.
A mencionada lei tipifica o crime de lavagem como aquele em que se oculta ou dissimula
a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens,
direitos e valores provenientes, direta ou indiretamente, dos crimes antecedentes -
tráfico ilícito de substâncias entorpecentes ou drogas afins; terrorismo; contrabando;
extorsão mediante sequestro.
O crime de lavagem de dinheiro decorre da tentativa de
ocultar recursos provenientes dos crimes considerados
“antecedentes”.
Penalidades
Esse envolvimento pode se caracterizar por situações nas quais um agente:
• Converte bens obtidos de forma ilícita em ativos lícitos;
• Adquire, recebe, troca, negocia, guarda, movimenta ou transfere bens ilícitos;
• Importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos verdadeiros.
O Consultor Financeiro também pode ser penalizado e o crime é tipificado como “não
afiançável” (o indiciado não pode ser libertado mediante pagamento de fiança).
A pena prevista de reclusão pode variar de três a dez anos, além de multa, aplicável aos
criminosos e a quem ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou valores provenientes
de qualquer dos crimes antecedentes.
Está exposto à mesma penalidade quem:
• Utiliza na atividade econômica ou financeira bens, direitos
ou valores que sabe serem provenientes de qualquer dos
crimes antecedentes;
• Participa de grupo, associação ou escritório tendo
conhecimento de que sua atividade principal ou secundária é
dirigida à prática de crimes previstos na Lei!
Os mecanismos mais utilizados no processo de lavagem de dinheiro envolvem teoricamente
três etapas independentes: Colocação, Ocultação e Integração. Estas etapas ocorrem
simultaneamente, com frequência. É o que estudaremos a seguir.
29. Módulo 2- Mercado Financeiro
29
TEMA 3 – MECANISMOS NO PROCESSO DE LAVAGEM DO DINHEIRO
COLOCAÇÃO – 1ª Etapa
O criminoso procura movimentar o dinheiro
em países com regras mais permissivas e
naqueles que possuem um sistema financeiro
liberal (“paraísos fiscais”).
A colocação se efetua por meio de depósitos,
compra de instrumentos negociáveis ou
compra de bens.
Para dificultar a identificação da procedência
do dinheiro o criminoso:
• Fraciona os valores.
• Utiliza estabelecimentos comerciais
que usualmente trabalham com
dinheiro em espécie.
OCULTAÇÃO – 2ª Etapa
Consiste em dificultar o rastreamento
contábil dos recursos ilícitos.
O objetivo é quebrar a cadeia de evidências
ante a possibilidade da realização de
investigações sobre a origem do dinheiro.
O criminoso busca movimentar os recursos
eletronicamente, transferindo os ativos para
contas anônimas – preferencialmente em
países amparados por lei de sigilo bancário
– ou realizando depósitos em contas
“fantasmas”.
INTEGRAÇÃO - 3ª. Etapa
Nesta última etapa, os ativos são incorporados
formalmente ao sistema econômico.
As organizações criminosas procuram
investir em empreendimentos que facilitem
suas atividades – podendo tais sociedades
prestar serviços entre si.
Uma vez formada a cadeia, torna-se cada
vez mais fácil legitimar o dinheiro ilegal.
30. Curso Preparatório Correspondentes no País
30
TEMA 4 – OS AGENTES ENVOLVIDOS E AS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS
AGENTES ECONÔMICOS SUJEITOS À LEI
Estão sujeitas às obrigações legais as pessoas jurídicas que tenham em caráter permanente ou
eventual como atividade principal ou acessória, cumulativamente ou não:
• A captação, intermediação e aplicação de recursos financeiros de terceiros, em moeda
nacional ou estrangeira;
• A compra e venda de moeda estrangeira ou ouro como ativo financeiro ou instrumento
cambial; e
• A custódia, emissão, distribuição, liquidação, negociação intermediação ou
administração de títulos ou valores mobiliários.
IDENTIFICAÇÃO E MANUTENÇÃO DE REGISTROS DOS CLIENTES
Após 1998, as normas relativas à abertura, manutenção e movimentação de contas de
depósitos das pessoas físicas e jurídicas nas instituições financeiras passaram a incorporar as
determinações da Lei 9.613/98 com a aplicação do princípio “Conheça seu Cliente”.
Conheça seu Cliente
Conhecer o cliente significa conhecer suas atividades e negócios; o mercado
onde atua; as perspectivas desse mercado; e, se possível, quem são seus
clientes e fornecedores.
Assim foi ampliada a quantidade de informações que as pessoas físicas e jurídicas devem
prestar quando da abertura de contas de depósito, além de determinar que as instituições
financeiras e demais pessoas jurídicas mantenham a documentação apresentada em seus
arquivos.
O princípio “Conheça seu Cliente” deve ser aplicado quando da análise da capacidade financeira
do cliente. E neste caso, se as informações em poder da instituição não forem suficientes para
justificar a movimentação financeira do cliente deve ser feita a comunicação de indício de
lavagem de dinheiro.
Abaixo listamos algumas operações que são consideradas suspeitas de indício de crime de
lavagem de dinheiro:
31. Módulo 2- Mercado Financeiro
31
Lavagem de Dinheiro
Operações Suspeitas de Indício de Crime
1. Movimentações ou pagamentos em dinheiro vivo de quantias que ultrapassem a R$ 10
mil ou o equivalente em moeda estrangeira.
2. Aumento substancial no volume de depósitos bancários, sem causa aparente, ou
movimentação de recursos incompatível com a capacidade financeira.
3. Quantidades expressivas de pequenos depósitos que, somados, resultem em grandes
valores.
4. Numerosas contas correntes.
5. Utilização sistemática de cofres de aluguel.
6. Solicitação frequente de elevação do limite de crédito.
7. Aquisição de ações sem patrimônio compatível.
8. Compra ou venda de ativos por preço significativamente superior ao do mercado.
9. Operação realizada por pessoa física ou jurídica domiciliada em paraíso fiscal.
10. Pagamento de imóvel com cheque de agências bancárias fronteiriças ou localizadas
no exterior.
Os Correspondentes no País devem ficar atentos aos preceitos desta regulamentação, pois
poderão, na sua atividade, tomar contato com pessoas suspeitas ou mesmo transações
consideradas ilegais. Imediatamente, tomando o devido o cuidado de não relatar nada aos
envolvidos, nem a terceiros, deve comunicar aos responsáveis pelo seu relacionamento com a
Instituição que representa para cumprir o seu papel dentro das normas. A Instituição avaliará
as informações à luz da norma e tomará as medidas cabíveis.
INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS
O BACEN disciplinou a atuação das instituições financeiras com relação à prevenção e combate
à lavagem de dinheiro por meio da Circular 3.461/2009.
As instituições financeiras, por intermediarem recursos de toda ordem, devem tomar todas as
precauções para evitar a ocorrência de tais ilícitos, como segue:
A política de prevenção deve:
• Especificar, em documento interno, as responsabilidades dos integrantes de cada nível
hierárquico da instituição;
• Contemplar a coleta e registro de informações tempestivas sobre clientes, que permitam
a identificação dos riscos de ocorrência da prática dos mencionados crimes;
• Definir os critérios e procedimentos para seleção, treinamento e acompanhamento da
situação econômico-financeira dos empregados da instituição;
• Incluir a análise prévia de novos produtos e serviços, sob a ótica da prevenção; e
• Ser aprovadas pelo conselho de administração e receber ampla divulgação interna
32. Curso Preparatório Correspondentes no País
32
Além disso, devem confirmar as informações cadastrais dos clientes e identificar os beneficiários
finais das operações. Com especial atenção para:
• Informações cadastrais;
• Informações pessoais regulares;
• Valores e origem da renda mensal e patrimônio da pessoa física;
• Faturamento médio mensal 12 meses da pessoa jurídica;
• Declaração firmada sobre os propósitos e a natureza da relação de negócio com a
instituição;
• Informações relativas às pessoas naturais autorizadas a representar a pessoa jurídica.
As instituições devem realizar testes de verificação, com periodicidade máxima de um ano,
que assegurem a adequação dos dados cadastrais de seus clientes.
No caso de movimentação de recursos pelos clientes, os registros devem conter
informações sobre:
• A compatibilidade entre movimentação de recursos e atividade econômica e capacidade
financeira do cliente;
• A origem dos recursos movimentados;
• Os beneficiários finais das movimentações; e
• A identificação de operações superiores a R$ 10.000,00.
33. Módulo 2- Mercado Financeiro
33
LIÇÃO 3 - MATEMÁTICA FINANCEIRA
Início de Conversa
A matemática financeira teve seu início exatamente quando o homem criou os conceitos de
Capital, Juros, Taxas e Montante. Daí para frente, os cálculos financeiros tornaram-se mais
justos e exatos, mas é preciso conhecê-los e, se possível, muito bem.
Juros representam a remuneração desejada para o capital do agente superavitário.
No mercado financeiro agente superavitário é aquele que tem recursos excedentes, sobra de
caixa, e deseja manter esse volume de capital aplicado durante um determinado período que,
em seu planejamento (orçamento), não irá necessitar.
Do outro lado temos os agentes deficitários, que são aqueles que não possuem sobras de caixa
e, pelo contrário, desejam adquirir bens ou serviços e necessitam tomar recursos emprestados
dos agentes superavitários para tal.
Quem faz essa intermediação é uma instituição financeira.
Então juros representa a remuneração do capital aplicado pelo agente superavitário numa
instituição financeira e que é pago pelo agente deficitário que tomou aquele recurso
emprestado.
TEMA 1 - COMPONENTES DA FÓRMULA
TAXA DE JUROS
É o índice que determina a remuneração do capital, ou seja, o preço do “aluguel” do dinheiro
num determinado período de tempo (dias, meses, ano).
É a porcentagem aplicada ao capital inicial que resulta no montante de juros.
JUROS
Juros é o valor expresso em dinheiro (em reais, por exemplo) referente a determinado capital
e para determinado período. Pode ser definido como a remuneração do capital, ou seja, o
valor pago pelos devedores aos emprestadores em troca do uso do dinheiro.
Ao fazer uma aplicação financeira, o montante final (Cn) resgatado após n períodos deve ser
igual ao capital inicial (C0) aplicado mais os juros (J) ganhos na operação logo, podemos
escrever:
Montante final = Capital inicial + J
Ou seja, Cn = C0 + J
Portanto: J = Cn – C0
34. Curso Preparatório Correspondentes no País
34
CAPITAL (C OU VP)
Valor aplicado por meio de alguma operação financeira.
Também conhecido como principal, valor atual, valor presente ou valor aplicado. Em geral, o
capital costuma ser representado por C0.
NÚMERO DE PERÍODOS
Tempo, prazo determinado em unidade de tempo (dias, meses, anos, etc.) em que o capital é
aplicado. Em geral o número de períodos costuma ser simbolizado por n.
Juro é a remuneração do Capital empregado.
Para o Investidor: é a remuneração do investimento.
Para o Tomador: é o custo do capital obtido por empréstimo.
TAXA (i)
A grandeza do juro é definida por um coeficiente denominado taxa e esta se expressa de duas
formas:
• Unitária - apresenta o juro da unidade de capital num período determinado, tomado
como unidade de tempo. Assim, se o juro de R$ 1.000,00 em um ano é R$ 50,00, diz-se
que a taxa anual de juro é: 0,05. A taxa unitária de juro é representada por i.
• Percentual - representa o juro de 100 unidades de capital no período tomado como
unidade de tempo. Portanto, se R$ 100,00 produzem R$ 5,00 de juros em um ano, diz-se
que a taxa anual de juro é cinco por cento e escreve-se 5% a.a.
Dada uma taxa percentual de 45% a.a. obtemos sua equivalente forma unitária,
fazendo
45% = 45/100.
O resultado dessa divisão expressa a taxa unitária: 0,45 a.a.
35. Módulo 2- Mercado Financeiro
35
MONTANTE
É o capital inicial acrescido dos juros por ele produzidos ao final do prazo estabelecido:
A fórmula para calculá-lo é: M = C (1+i.n)
O montante de um capital de R$10.000,00 em 6 meses, à taxa de 5% a.m. (0,05
a.m.) no regime de juros simples, será:
M = C (1+i.n)
M = R$10.000,00 x (1 + 0,05 x 6)
M = R$10.000,00 x (1 + 0,30)
M = R$10.000,00 x 1,30
M = R$13.000,00
TEMA 2 - JUROS SIMPLES
No regime de juros simples, o fato gerador dos juros sempre é o valor do principal em função
do tempo de aplicação, jamais se incorporando ao capital para efeito de cálculo dos juros
relativos ao período subsequente.
1) Supondo uma aplicação de R$ 100,00 por 30 dias e com juros acordados de 2%
ao mês.
Passado um mês, o aplicador receberá de juros:
Juros = (R$100,00 x 2%) = R$ 2,00
Montante = R$ 100,00 + R$ 2,00
Receberá portando: R$ 102,00.
2) Um cliente tomou emprestado R$100,00 por dois meses a uma taxa de juros
de 3% ao mês.
Ao final do primeiro mês ele deve ao Banco:
R$100,00 + (R$100,00 x 3%) = R$ 103,00
No final do segundo mês ele deve ao Banco:
R$ 103,00 + (R$100,00 x 3%) = R$ 106,00
36. Curso Preparatório Correspondentes no País
36
É elucidativo lembrar que, no cálculo dos juros simples, temos que considerar ainda, a
existência de juros exatos e de juros ordinários, a saber:
Cálculo de juros
Juros exatos No cômputo do tempo consideramos o número de dias reais do
calendário civil (ano = 365 ou 366 dias, mês 28, 29, 30 e 31 dias,
conforme o caso).
Juros ordinários O tempo, por convenção, é mensurado segundo o calendário comercial
(ano = 360 dias; mês = 30 dias).
FÓRMULA PARA CÁLCULO DOS JUROS (SIMPLES)
A fórmula empregadas no cálculo dos fatores envolvidos nos juros simples é representada por:
J = C x i x n
J= juros
C= Capital
i= taxa
n= período
1) Vamos supor agora que você pegue um empréstimo de R$ 4.000,00 e que será
pago em cinco meses com uma taxa de juros de 4% ao mês. Qual será o valor
pago no final?
Primeiro passo: Identificando os elementos da fórmula:
C = R$4.000,00
I = 4% = 0,04
n = 5
Segundo passo: Aplicando a fórmula dos juros temos:
J = R$ 4000,00 x 0,04 x 5
J = R$ 800,00
Terceiro passo: O montante final será formado por Capital + juros (M=C+j):
M = R$ 4.000,00 + R$ 800,00 = R$ 4.800,00
Resposta: No final dos cinco meses você pagará o montante de
R$4.800,00 pelo empréstimo.
37. Módulo 2- Mercado Financeiro
37
2) Uma aplicação de R$ 50.000,00 à taxa de 5% a.a. (0,05 a.a.), ao final de 3
anos, no regime de juros simples, renderá quanto de juros?
Aplicando a tabela abaixo teremos:
Tempo (n) Capital (C) Taxa (i) Juros (j) Juros
acumulados
1 50.000 0,05 2.500 2.500
2 50.000 0,05 2.500 5.000
3 50.000 0,05 2.500 7.500
Resposta: No final do 3º ano, o capital de R$ 50.000 renderá
juros de R$7.500,00.
Podemos também calcular pela fórmula: j = C . i . n
j = R$50.000,00 x 0,05 x 3 = R$7.500,00
TEMA 3 - JUROS COMPOSTOS
Os Juros compostos são calculados sobre o saldo devedor do capital aplicado. A cada período
os juros calculados somam-se ao saldo devedor anterior.
Vamos supor que um tomador de empréstimo se propôs pagar um empréstimo de R$100,00
a 3%a.m., ao final de um mês. Assim, tomou emprestado R$100,00 e ao final de um mês
devolveu R$ 103,00. Vamos supor que o tomador necessitasse desse mesmo empréstimo,
porém por três meses.
• Ao final de um mês a sua dívida atingiu a R$103,00.
O segundo mês do empréstimo já parte de uma dívida de R$103,00.
• O cálculo dos juros do segundo período será: R$103,00 + (R$103,00 x 3%) = R$106,09.
O terceiro período já parte desse saldo devedor e acumula juros por mais um período: R$106,09
+ R$106,09 x 3%) = R$109,27.
Ao final do terceiro mês o saldo do seu empréstimo será de R$109,27.
Para simplificarmos esse exercício de passagem do valor mês a mês, utilizamos a formula
matemática do juro composto:
M = C (1+i) n
1) Identificando os componentes da fórmula:
C=R$100,00
i= 3% a.m.
n= 3m
38. Curso Preparatório Correspondentes no País
38
2) Aplicando a fórmula em nosso exemplo teremos:
M = R$100,00 x (1+0,03)3
M = R$100,00 x (1,03)3
M = R$100,00 x 1,0927
M = R$109,27
Note como o cálculo é facilitado quando utilizamos a fórmula dos juros compostos!
Abaixo estão as fórmulas que utilizamos para os juros compostos:
M = C.(1+i)n
M = C + J
J = M - C
M = Montante
C = Capital Aplicado
i = taxa de juros composto
n = tempo de aplicação
j = juros composto
A unidade de tempo para o período (n) deve ser a mesma da taxa
de juros (i)
Qual o montante produzido por um capital de R$ 300.000,00 aplicado
durante um ano, à taxa de 7,5% a.m., de juros compostos?
M = 300.000(1+,075)12
M = 714.5333,88
CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA
A capitalização composta ocorre quando utilizamos o sistema de juros compostos na apuração
da rentabilidade de um investimento ou do encargo de um empréstimo. Neste sistema, os
juros são adicionados ao principal no fim de cada período, formando o montante que será
tomado como o principal para o período seguinte. Segue o mesmo conceito que utilizamos no
caso dos juros compostos.
39. Módulo 2- Mercado Financeiro
39
O Capital de R$100,00 será aplicado com variações mensais de taxa de juros (1%
no primeiro mês, 2% no segundo mês e 4% no terceiro mês). Qual o saldo devedor
ao final do terceiro período?
• Ao final do primeiro mês capitalizamos o capital emprestado R$ 100,00 em
1% = R$ 101,00.
• No final do segundo mês, capitalizamos o capital em 2% = R$ 103,02.
• E ao final do terceiro, capitalizamos o capital em 4% = R$ 107,14.
Nesta situação, o capital foi capitalizado durante todo o período e o saldo devedor não foi
amortizado ao longo do período.
FATOR DE CAPITALIZAÇÃO
A expressão algébrica (1 + i / 100)n é chamada de fator de capitalização, pois ao multiplicar
seu resultado pelo capital obtém-se o montante.
Exemplo:
Para um capital de R$ 10.000,00 aplicado à taxa de 10% a.a., com juros compostos, por 2 anos:
n Capital JUROS juros
acumulados Montante
0 10.000,00 0 0 10.000,00
1 10.000,00 1.000,00 1.000,00 11.000,00
2 11.000,00 1.100,00 2.100,00 12.100,00
Aplicando a fórmula:
M = 10.000,00 x (1 + 10/100)2 = 12.100,00
Como j = M – C → j = 12.100,00 – 10.000,00 = 2.100,00
Compare, no exemplo a seguir, a rentabilidade de R$ 100,00 investidos hoje, mantida a
aplicação no período de 10 anos ou 120 meses, à taxa de 1,5% ao mês nas modalidades de
juros simples e juros compostos:
Tipo de juros Capital Juros Montante
Simples 100,00 180,00 280,00
Compostos 100,00 496,93 596,93
40. Curso Preparatório Correspondentes no País
40
TEMA 3 - TAXA DE JURO NOMINAL, REAL E EFETIVA
TAXA NOMINAL
É a taxa que encontramos nas operações correntes, ou seja, a taxa visível aos participantes de
uma transação, por exemplo, de um CDB cotado a 13% ao ano.
A inflação está inserida nessa cotação e não reflete, portanto, o ganho real do
investidor no investimento.
TAXA REAL
É a taxa nominal descontada a inflação do período. Ela será positiva quando a taxa nominal for
maior do que a inflação no mesmo período e será negativa quando a taxa nominal for menor
do que a inflação no mesmo período.
TAXA EFETIVA
Pode ser dada de duas maneiras:
1) pela taxa proporcional (juros simples); ou
2) pela equivalente (juros compostos):
CAPITALIZAÇÃO SIMPLES VERSUS CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA
Qual regime de capitalização é mais vantajoso?
Se você é o tomador dos recursos certamente vai querer pagar menos juros.
Mas se você está emprestando, vai querer receber mais juros.
O prazo da operação e o período de capitalização da taxa são muito importantes para
determinar qual regime gera mais juros.
No gráfico abaixo podemos notar que ao contrário do que normalmente se pensa, o regime de
capitalização composta gera juros inferiores aos da capitalização simples.
Isso ocorre porque o período estabelecido para uma determinada operação é inferior ao
período estabelecido para taxa de juros estabelecida para essa mesma operação.
Caso o prazo da operação coincidisse com o período de capitalização da taxa de juros (por
exemplo: operação de um ano com taxa de juros anual), o valor de juros na capitalização
simples seria exatamente igual ao valor de juros gerados no regime de capitalização composta.
41. Módulo 2- Mercado Financeiro
41
juros compostos
Resumindo
Ms=Mc
Prazo da Operação Melhor Regime de Capitalização
Menor que a capitalização da taxa (taxa ao ano e prazo
inferior a um ano)
Tomador: Composto
Doador: Simples
Igual ao da Capitalização da taxa (taxa ao ano e prazo
de um ano) Indiferente
Maior que a capitalização da taxa (taxa ao ano e prazo
superior a um ano)
Tomador: Simples
Doador: Composto
TEMA 4 - TAXA DE JUROS EQUIVALENTES E TAXA DE JUROS
PROPORCIONAIS
Muitas vezes a taxa de juros é expressa ao ano, mas a transação é por um prazo menor e temos
de achar a taxa correspondente ao período da operação.
• Duas taxas são PROPORCIONAIS quando, considerados o mesmo prazo e o
mesmo capital e produzem o mesmo montante, no regime de capitalização
SIMPLES de juros.
• Duas taxas são EQUIVALENTES quando, considerados o mesmo prazo e o
mesmo capital, produzem o mesmo montante, no regime de capitalização
COMPOSTA de juros.
• Capitalização Simples – as taxas são proporcionais.
• Capitalização Composta – as taxas são equivalentes.
Uma aplicação a 1% ao mês resultará em 12% ao ano pela taxa proporcional:
(1% x 12) = 12%
A mesma taxa no cálculo pela taxa equivalente resulta
(1,01)12 = 12,68%
juros simples
c
1 t
M
42. Curso Preparatório Correspondentes no País
42
TEMA 5 - JUROS PRÉ E PÓS-FIXADOS
JUROS PRÉ-FIXADOS
São juros determinados e negociados no fechamento da operação. Credor e devedor sabem no
momento do fechamento da operação o que um vai pagar e o outro vai receber.
JUROS PÓS-FIXADOS
Neste caso já não há definição. No contrato constará uma taxa referencial para poder formalizar
a transação, no entanto ninguém consegue prever o que cada parte poderá ganhar.
Dessa forma, um contrato de empréstimo para pagamento daqui a 3 meses com
cláusula de juros pós-fixados com base na variação mensal do CDI – Certificado
de Depósitos Interbancários (taxa referencial do mercado financeiro para juros)
terá o seguinte calculo:
• Empréstimo de R$100,00.
• Variação da taxa do CDI no primeiro mês = 1%
• Variação da taxa do CDI no segundo mês = 2%
• Variação da taxa do CDI no terceiro mês = 4%.
• Teremos a seguinte composição do saldo devedor:
R$ 100,00 x 1,01 = R$ 101,00 (saldo devedor do 1º mês)
R$ 101,00 x 1,02 = R$ 103,02 (saldo devedor do 2º mês)
R$ 103,02 x 1,04 = R$ 107,14 (saldo devedor no 3º mês)
Neste caso o devedor, comparativamente com empréstimo pré-fixado, fez um mau negócio. No
entanto, poderia ter ocorrido o inverso e o credor receberia então um valor menor.
TEMA 6 - JUROS DE MORA
São juros determinados em contrato e representam os juros que serão aplicados ao saldo
devedor após o tomador se tornar inadimplente, ou seja, deixar de pagar na data do vencimento.
No exemplo acima calculamos que ao final de 3 meses o devedor terá que pagar
R$ 107,14. Suponhamos que tenha ocorrido um atraso no pagamento no final e
que o contrato prevê uma cláusula de juros de mora de 3% ao mês.
Se o empréstimo não for pago em dia o cálculo do saldo devedor será o seguinte:
R$ 107,14 * 1,03= R$ 110,35, em função do juro de mora.
43. Módulo 2- Mercado Financeiro
43
TEMA 7 - CUSTO EFETIVO TOTAL - CET
O CET representa o custo total de uma operação (empréstimo ou financiamento) e deve ser
informado ao cliente pela instituição financeira antes da concretização do negócio e em
qualquer outro momento, caso requerido pelo cliente.
O CET deve constar dos informes publicitários das instituições quando forem veiculadas ofertas
específicas (com divulgação da taxa de juros cobrada, do valor das prestações etc.).
• Representado pela taxa efetiva calculada em função do valor liquido
liberado ao devedor.
• Expresso na forma de taxa percentual anual.
• Inclui a taxa nominal do empréstimo (taxa de juros), as tarifas, o seguro,
os tributos e outras despesas.
Supondo um empréstimo de R$ 1.000,00 e que a soma de todas as tarifas e tributos seja R$
100,00. O valor a ser liberado é de R$ 900,00. A taxa nominal comunicada é de 1% ao mês, a
taxa efetiva será calculada da seguinte forma:
Calculando a prestação de um empréstimo de R$ 1.000,00 a uma taxa nominal de 1% ao mês
teremos 12 parcelas de R$ 88,85. Ocorre que, conforme demonstrado acima, foram liberados
somente R$ 900 e a prestação permanece a mesma.
Utilizando uma planilha de cálculo ou uma calculadora financeira científica iremos observar
que o CET é de 2,71% ao mês e não 1% ao mês.
Abaixo demonstramos com chegar a esse número utilizando uma calculadora
HP 12 C:
Para calcular a prestação:
• 1000 Clicar CHS e clicar PV
• 12 clicar “n” = numero de parcelas
• 1 clicar “i” taxa do financiamento
• PMT = 88,85 = valor da parcela
Para calcular CET: Teremos agora que utilizar a parcela (PMT) de R$ 88,85, só
que para encontramos o CET teremos que utilizar o valor recebido de R$ 900,00.
• 88,85 Clicar ENTER clicar PMT
• 12 clicar “n” 900 clicar CHS clicar PV
• Clicar “i” o resultado apresentado foi de: 2,71%
• CET = 2,71%
Qual a finalidade do CET?
44. Curso Preparatório Correspondentes no País
44
Conhecendo previamente o custo total da operação de crédito fica mais fácil para o cliente
comparar as diferentes ofertas de crédito feitas pelas instituições do mercado, o que gera
maior concorrência entre essas instituições.
O CET deve incluir todos os fluxos financeiros envolvidos na operação como:
taxa de juros, tarifas cobradas, tributos que incidem sobre a operação
e serão arcados pelo Cliente tomador do empréstimo, custos de seguros
incluídos para garantir o bem financiado, despesas de registros cobradas,
bem outras despesas que serão arcadas pelo cliente.
Crédito pessoal de R$ 10.000,00 - Apresentado ao cliente o plano de pagamento
de 12 parcelas de R$ 1.000,00.
• A taxa nominal de um plano deste é de 2,923% ao mês.
No entanto, após apurados todos os custos de tributos, seguros, registros, tarifas,
no valor de R$1.000,00) será liberado ao cliente o valor líquido de R$9.000,00
(R$10.000,00 – R$1.000,00).
• Note que mudou o valor liberado, mas o valor da parcela permaneceu o
mesmo.
Temos então que recalcular os juros, pois o valor liberado diminuiu, mas as
parcelas continuam as mesmas. Logo, a taxa de juros aumentou.
• Neste caso a taxa efetiva foi para 4,73% ao mês.
O que deve ser apresentado como CET ao potencial tomador do empréstimo é a
taxa de 4,73% e não 2,923% ao mês, como inicialmente foi calculado.
Assim, o cliente poderá comparar este custo, nas mesmas bases, com o CET ofertado pela
concorrência e decidir pela melhor oferta.
A Instituição Financeira deve comprovar que deu ciência ao cliente do CET.
45. Módulo 2- Mercado Financeiro
45
Estudo de caso:
Um banco faz um empréstimo pessoal de R$ 1.000,00 que deve ser devolvido em 5 prestações
mensais iguais de R$ 221,48. Sabendo-se que o banco cobra IOF de 0,2% a.m sobre as prestações,
antecipadamente, calcular a taxa de juros real do empréstimo.
Resolução:
Se o banco cobra 0,2% a.m. antecipadamente e sobre as prestações, em 5 meses teremos um
IOF de 1%. Portanto, a quantia líquida recebida no ato é de:
P = 1.000 – (221,48 x 5 x 0,01)
P = 1.000 – 11,07 = 988,93
Temos: 988,93 = 4,465098
221,48
Calculando obtemos: 3,90% a.m.
Sabemos que na composição do Custo Efetivo Total devem ser incluídos os impostos. E quais
são os impostos que afetam a atividade financeira e o custo dos empréstimos e financiamentos?
Veremos a seguir.
TEMA 8 – IMPOSTOS E TAXAS
ISS - IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS EM QUALQUER NATUREZA
Não incide ISS sobre o valor intermediado no mercado de títulos e valores mobiliários, o valor
dos depósitos bancários, o principal, os juros e acréscimos moratórios relativos a operações de
crédito realizadas por instituições financeiras.
A incidência do ISS ocorre sobre os serviços prestados pelas Instituições Financeiras. Listamos
abaixo alguns deles:
Serviços de Instituições Financeiras Tributados pelo ISS
• Administração de fundos quaisquer, de consórcio, de cartão de crédito.
• Abertura de contas em geral, inclusive conta corrente e caderneta de poupança.
• Locação e manutenção de terminais eletrônicos, de terminais de atendimento.
• Cadastro e elaboração de ficha cadastral.
• Acesso, movimentação e consulta a contas em geral.
• Emissão, alteração, cessão, substituição, cancelamento e registro de contrato de
crédito; estudo, análise e avaliação de operações de crédito e serviços relativos à
abertura de crédito, para quaisquer fins;
• Arrendamento mercantil (leasing).
• Serviços relacionados a cobranças, recebimentos ou pagamentos em geral, de títulos
quaisquer.
• Serviços relacionados a crédito imobiliário.
46. Curso Preparatório Correspondentes no País
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IOF – Imposto sobre Operação Financeira
É um tributo com função predominantemente extrafiscal, voltado para o controle da política
monetária, mas com significativo incremento na arrecadação.
Incide, dentre outros, sobre operações de crédito realizadas pelas instituições Financeiras,
quando observado o seguinte:
• Operações de crédito, a sua efetivação pela entrega total ou parcial do montante
ou do valor que constitua o objeto da obrigação, ou sua colocação à disposição do
interessado.
• Operações relativas a títulos e valores mobiliários, a emissão, transmissão, pagamento
ou resgate destes na forma da lei aplicável.
• Base de Cálculo.
• Operações de crédito, o montante da obrigação, compreendendo o principal e os juros.
• Operações relativas a títulos e valores mobiliários:
• Na emissão o valor nominal mais o ágio, se houver.
• Na transmissão, o preço ou o valor nominal ou o valor da cotação em bolsa, conforme
a lei.
• No pagamento ou resgate, o preço.
As alíquotas são administradas de acordo com as estratégias de política monetária.
Podem ser alteradas para maior, caso a autoridade monetária entenda que deva encarecer os
empréstimos e desestimular o avanço das operações de crédito.
Caso deseje estimular a expansão do crédito a alíquota será reduzida.
TEMA 9 - SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO
ANUIDADES E AMORTIZAÇÕES – FLUXO DE CAIXA
Chama-se fluxo de caixa a sucessão de pagamentos e/ou de recebimentos (termos do fluxo)
prevista, período a período, associada a uma anuidade ou amortização.
É importante observar que, neste caso, anuidade é termo técnico não correspondendo,
necessariamente, ao período de um ano.
Quando a série de entradas e saídas de caixa:
• se destinada a constituir um capital, denomina-se anuidade;
• se destinada ao pagamento de uma dívida, toma o nome de amortização.
Exemplo
Quando você adquire um imóvel “na planta”, a quantia que se paga antes
do recebimento das chaves visa formar uma poupança (anuidade) e as
prestações pagas após a obtenção do financiamento tem o objetivo de
liquidar a dívida (amortização).
47. Módulo 2- Mercado Financeiro
47
Em Matemática Financeira, essa sucessão de eventos é objeto de classificação bastante ampla.
Para facilitar a visualização utilizamos a representação gráfica chamada “diagrama de tempo”
ou “diagrama do fluxo de caixa”, no formato a seguir:
Entrada de Caixa
0 1 2 3 4 5 6
(sem escala)
Saídas de Caixa
tempo
PRESTAÇÕES
Uma coisa muito comum na vida de todos nós são as prestações.
Denomina-se prestação a cada termo de uma série de pagamentos ou recebimentos.
Para cálculo das prestações existem várias metodologias. A seguir iremos descrever as principais
metodologias adotadas no mercado financeiro.
PAGAMENTO ÚNICO
O devedor paga o Montante = Capital + Juros compostos da dívida em um único pagamento ao
final de n períodos. O Montante pode ser calculado pela fórmula:
M = C (1+i)n
Uso comum: Letras de câmbio, Títulos descontados em bancos, Certificados a prazo fixo com
renda final.
SISTEMA DE PAGAMENTOS VARIÁVEIS
O devedor paga periodicamente valores variáveis de acordo com a sua condição e de acordo
com a combinação realizada inicialmente, sendo que os juros do saldo devedor são pagos
sempre ao final de cada período.
Uso comum: Cartões de Crédito.
48. Curso Preparatório Correspondentes no País
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SISTEMA AMERICANO
O devedor paga o Principal em um único pagamento no final e no final de cada período realiza
o pagamento dos juros do Saldo devedor do período.
No final dos períodos o devedor paga também os juros do período.
SISTEMA DE AMORTIZAÇÕES CONSTANTES (SAC)
O devedor paga o Principal em n pagamentos sendo que as amortizações são sempre constantes
e iguais.
Uso comum: Sistema Financeiro da Habitação - SFH
SISTEMA DA TABELA PRICE (SISTEMA FRANCÊS)
O sistema da tabela Price é utilizado em financiamentos pagos com prestações constantes.
É o caso dos financiamentos de compra de automóveis, em que o comprador paga o valor do
veículo em um determinado número de prestações iguais.
Todas as prestações (pagamentos) são iguais. A diferença para o sistema de amortizações
constantes é que na Tabela Price a amortização vai aumentando com o passar dos períodos.
Uso comum: Financiamentos em geral de bens de consumo.
SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO MISTO (SAM)
Cada prestação (pagamento) é a média aritmética das prestações respectivas no Sistema Price
e no Sistema de Amortização Constante (SAC).
Uso comum: Financiamentos do Sistema Financeiro da Habitação – SFH
SISTEMA ALEMÃO
O sistema Alemão consiste em liquidar uma dívida onde os juros são pagos antecipadamente
com prestações iguais, exceto o primeiro pagamento que corresponde aos juros cobrados no
momento da operação financeira. É necessário conhecer o valor de cada pagamento (P) e os
valores das amortizações.
49. Módulo 2- Mercado Financeiro
49
Exercícios
Instruções:
1. Este exercício tem o objetivo de consolidar sua aprendizagem.
2. Verifique suas respostas, no Gabarito para concluir sua autoavaliação
da aprendizagem.
3. Retorne ao conteúdo sempre que necessário para reforçar sua
aprendizagem.
QUESTÃO 01
Com relação aos riscos presentes no mercado financeiro associe-os a sua respectiva
caracterísitica:
A. Risco de Crédito ( ) Contrato
B. Risco Operacional ( ) Falha no Sistema
C. Risco de Mercado ( ) Sem clientes ou compradores
D. Risco Legal ( ) “Calote” ou atraso no pagamento
E. Risco de Liquidez ( ) Preço ou dificuldade de vender
QUESTÃO 02
Associe corretamente os mecanismos no processo de lavagem de dinheiro à sua
descrição:
A. Ocultação ( ) Empreendimento de fachada.
B. Integração ( ) Utilização de “paraísos fiscais”.
C. Colocação ( ) Depósitos em “contas fantasmas.
QUESTÃO 03
Por decisão do governo a economia sofreu um ajuste, provocando oscilações
para baixo nos preços de alguns ativos. Nesta situação, qual o tipo de risco mais
caracterizado ao evento para as empresas que investiram nos ativos que sofreram
este impacto?
A. ( ) Risco de Crédito
B. ( ) Risco de Mercado
C. ( ) Risco de Liquidez
D. ( ) Risco de Reputação
50. Curso Preparatório Correspondentes no País
50
QUESTÃO 04
Assinale abaixo a alternativa que melhor contemple uma situação incidente de risco
operacional.
A. ( ) Atraso na liquidação do pagamento de um empréstimo pelo cliente devedor.
B. ( ) Perda financeira por conta de interferência do governo no mercado.
C. ( ) Dificuldade na venda de mercadorias por falta de interesse do mercado.
D. ( ) Não lançamento dos créditos dos salários na conta-corrente dos funcionários
de uma empresa.
QUESTÃO 05
Qual o montante de um capital de R$15.000,00 em 6 meses, rendendo a uma taxa
mensal de 5%, no regime de juros simples?
A. ( ) R$4.500,00
B. ( ) R$45.000,00
C. ( ) R$3.000,00
D. ( ) R$19.500,00
QUESTÃO 06
Associe o tipo de taxa de juro à sua respectiva definição.
A. Taxa Equivalente ( ) Juros simples.
B. Taxa Proporcional ( ) Taxa nominal menos a taxa de inflação.
C. Taxa Real ( ) Juros compostos.
QUESTÃO 07
Associe os tipos de sistemas de amortização às suas características.
A. Sistema americano ( ) Cada prestação é a média aritmética
da prestação do Price e do SAC
B. Sistema de Amortizações Constantes. ( ) Prestações iguais sendo que a
amortização aumenta com o passar
dos períodos.
C. Sistema da Tabela Price ( ) O principal é pago em um único
pagamento no final e os juros do saldo
devedor ao final de cada período.
D. Sistema de Amortização Misto ( ) As amortizações sempre iguais.
51. Módulo 2- Mercado Financeiro
51
QUESTÃO 08
Assinale a alternativa CORRETA sobre o Custo Efetivo Total – CET.
A. ( ) As taxas e despesas de contratação devem ser excluídos do seu cálculo.
B. ( ) Deve ser apresentado na forma de taxa percentual mensal.
C. ( ) Na veiculação de ofertas específicas pela instituição é dispensadao mencionar
o CET nos informes publicitários.
D. ( ) O conhecimento prévio do CET pelo Cliente gera maior concorrência no
mercado.
QUESTÃO 09
Considerando os juros compostos, com relação a um empréstimo concedido a uma
taxa de 3% ao mês é correto afirmar que a taxa de operação será:
A. ( ) Igual a 3% ao mês.
B. ( ) Menor que 18% ao semestre.
C. ( ) Maior que 36% ao ano.
D. ( ) Será igual a 6% ao bimestre.
QUESTÃO 10
Em relação ao sistema de capitalização, é correto afirmar sobre a taxa de juros:
A. ( ) A taxa anual, para efeito de juros compostos, é igual a doze vezes a taxa
mensal.
B. ( ) A taxa anual, para efeito de juros simples, é igual a média simples das doze
taxas mensais.
C. ( ) A taxa semestral, para efeito de juros simples é igual a seis vezes a taxa
mensal.
D. ( ) A taxa semestral, para efeito de juros compostos, é igual a taxa mensal
dividida por seis.
QUESTÃO 11
A instituição financeira pode recusar recebimento de cheques para pagamentos
desde que:
A. ( ) Divulgue esta informação nas suas dependências e onde os produtos são
ofertados.
B. ( ) Obtenha autorização do Banco Central.
C. ( ) Observe o cliente e constate a possibilidade de não quitação do cheque.
D. ( ) A conta ou prestação esteja atrasada para quitação.
52. Curso Preparatório Correspondentes no País
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QUESTÃO 12
O promotor de um Correspondente, ao perceber uma operação suspeita ou ilegal no
interior do seu estabelecimento deve imediatamente:
A. ( ) Contatar a Ouvidoria do Banco Central para efetuar reclamação.
B. ( ) Ligar para a Polícia Federal e registrar a ocorrência.
C. ( ) Comunicar ao COAF.
D. ( ) Relatar ao gerente ou responsável de seu estabelecimento para que este
autorize, ou não, a operação.
53. Módulo 2- Mercado Financeiro
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Gabarito das Respostas das Atividades
de Autoavaliação
Verifique as respostas e comentários sobre as atividades de autoavaliação
apresentadas no final deste módulo.
Para melhor aproveitamento do seu estudo confira suas respostas somente
após sua participação na resposta de todas as atividades propostas.
Sempre que necessário retorne ao conteúdo e faça uma revisão do tema
abordado, esta medida facilitará sua aprendizagem.
Questão Resposta correta
01 D, B, E, A, C
02 B, C, A
03 C
04 D
05 D
06 B, C, A
07 D,C,A,B
08 D
09 C
10 C
11 A
12 C