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2h 
1h/d 
2014 
Curso Preparatório 
Correspondente no País 
Módulo 2 - Mercado Financeiro
2h 
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2014 
Curso Preparatório 
Correspondente no País 
Módulo 2 - Mercado Financeiro
Copyright © UniCorreios 2014 – Direitos cedidos por C.A.M. Bergo Agente Autônomo de Investimento EPP 
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B499c 
Bergo, César Augusto Moreira. 
Curso Preparatório Certificação Profissional Correspondentes no País / César Augusto Moreira Bergo. -1.ed. – Brasília 
: UniCorreios, 2014. 
56p.: il. 
Módulo 2 – Mercado Financeiro 
Inclui bibliografia somente no Módulo 4 
1. Mercado financeiro. 2. Riscos. 3.Combate à lavagem de dinheiro. 4. Matemática financeira. 
CDU: 336.71 
Ficha catalográfica elaborada pela biblioteca da UniCorreios. 
UniCorreios - Universidade dos Correios 
Gerência de Educação a Distância 
Projeto de Certificação de Correspondente no País 
Design educacional: 
Gilson Borges Espíndola 
Apoio ao Design educacional: 
Michelle Maria de Souza Lopes 
Sergio Ferreira Louredo dos Reis 
Diagramação/Ilustração: 
Alexsandro de Brito Almeida 
Ana Carolina de Freitas Alves 
Isis Florencio de Albuquerque Cavalcante 
Mila Guimarães Costa 
Revisão final: 
C.A.M. Bergo Agente Autônomo de Investimento EPP © 
Edição de julho/2014
Sumário 
LIÇÃO 1 - RISCO ................................................................... 5 
TEMA 1 - RISCO .................................................................................. 5 
TEMA 2 – RISCO DE CRÉDITO .................................................................. 9 
TEMA 3 – RISCO DE MERCADO .............................................................. 15 
TEMA 4 – RISCO OPERACIONAL ............................................................. 16 
TEMA 5 – RISCO DE IMAGEM (REPUTAÇÃO) ............................................... 20 
TEMA 6 - RISCO LEGAL ....................................................................... 21 
TEMA 7 - RISCO DE LIQUIDEZ ............................................................... 22 
TEMA 8 - RELAÇÃO RISCO RETORNO ...................................................... 22 
TEMA 9 - PREVENÇÃO DE RISCOS NA CONTRATAÇÃO DE OPERAÇÕES .............. 23 
LIÇÃO 2 - PREVENÇÃO E COMBATE A LAVAGEM DE DINHEIRO .......... 25 
TEMA 1 – AFINAL, O QUE VEM A SER LAVAGEM DE DINHEIRO? ....................... 25 
TEMA 2 – PARAÍSOS FISCAIS E CRIME ....................................................... 27 
TEMA 3 – MECANISMOS NO PROCESSO DE LAVAGEM DO DINHEIRO .................. 28 
TEMA 4 – OS AGENTES ENVOLVIDOS E AS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS ............. 30 
LIÇÃO 3 - MATEMÁTICA FINANCEIRA ......................................... 33 
TEMA 1 - COMPONENTES DA FÓRMULA ................................................... 33 
TEMA 2 - JUROS SIMPLES .................................................................... 35 
TEMA 3 - JUROS COMPOSTOS .............................................................. 37 
TEMA 3 - TAXA DE JURO NOMINAL, REAL E EFETIVA ................................... 40 
TEMA 4 - TAXA DE JUROS EQUIVALENTES E TAXA DE JUROS PROPORCIONAIS .... 41 
TEMA 5 - JUROS PRÉ E PÓS-FIXADOS ..................................................... 42 
TEMA 6 - JUROS DE MORA .................................................................. 42 
TEMA 7 - CUSTO EFETIVO TOTAL - CET .................................................. 43 
TEMA 8 – IMPOSTOS E TAXAS ............................................................... 45 
TEMA 9 - SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO .................................................... 46
Módulo 2- Mercado Financeiro 
7 
– Guia do participante 
LIÇÃO 1 - RISCO 
TEMA 1 - RISCO 
Conceito 
O conceito de risco é simples: é a incerteza de alcançar o objetivo esperado, em um dado 
período de tempo. 
Mas existem aspectos que envolvem a análise de risco, que nos leva a criar medidas (parâmetros) 
para a qualificação (classificação) e quantificação (mensuração) dos riscos envolvidos nas 
atividades do mercado financeiro. 
Assim, a existência de um risco é caracterizada pela simples ameaça de um evento ou de uma 
ação afetar de forma adversa os objetivos traçados pela organização e prejudicar o retorno 
dos investimentos dos clientes e acionistas de uma instituição financeira. 
Os riscos decorrem da possibilidade de materialização das ameaças e, 
também, do não aproveitamento de oportunidades. 
De maneira geral, o risco é representado por possíveis ameaças ao capital, à liquidez e à 
rentabilidade esperada. 
Podemos dizer então que os bancos somente concederiam créditos, sem efetuar a competente 
análise, se não houvesse o risco de inadimplência, o que não ocorre em termos reais. Portanto, 
o risco é inerente à atividade bancária e ao crédito, em particular. 
Conhecer os riscos e suas causas diminui em muito a inadimplência.
Curso Preparatório Correspondentes no País 
8 
A gestão do risco é o processo de identificação, análise e prevenção de riscos e envolve 
eventos presentes em todos os setores da economia sejam comerciais, industriais, financeiros 
ou de serviços, sempre baseada no estabelecimento de cenários que, por convenção, são 
classificados em: pessimistas, conservadores e otimistas. 
A técnica estatística se faz presente mediante a utilização de medidas de probabilidade, com 
destaque especial para o desvio padrão 1. Podemos afirmar que, quanto maior o número de 
variáveis envolvidas, maior é a complexidade do cálculo do cenário de riscos e quanto maior 
o número dos dados utilizados maior será a sua precisão. 
As instituições somente 
concederiam CRÉDITO se não 
houvesse risco de inadimplência, o 
que não ocorre em termos reais. 
RISCO 
É a INCERTEZA 
de alcançar certa 
rentabilidade 
esperada, em um 
dado período. 
Capital Liquidez Rentabilidade 
Possíveis 
Ameaças 
Qual é o risco de um evento ocorrer? 
Para responder esta pergunta temos que ter domínio de um número de variáveis que não 
seja tão extenso, que possa dispersar o resultado e que não seja tão escasso que não medirá 
adequadamente o risco desejado. 
A mensuração (medição) de risco é uma matéria que não segue uma receita pronta e varia 
de uma instituição para outra. Por exemplo: um banco especializado na concessão de crédito 
imobiliário estará mais suscetível ao risco proporcionado pelo setor da construção civil. 
É importante exercitar e aprimorar as técnicas de mensuração de risco e, a cada evento, 
realizar a análise dos erros cometidos. Podemos notar que a “Gestão de Risco” não é um 
processo estático e, sim, um processo contínuo e dinâmico de atividades integradas, pelas 
quais a administração (alta gerência), com o suporte dos responsáveis pelos processos de 
negócio, busca reduzir ao mínimo o impacto de potenciais riscos. 
1 Desvio padrão é a medida mais comum da dispersão estatística. Ele mostra o quanto de variação ou 
“dispersão” existe em relação à média (ou valor esperado).
Módulo 2- Mercado Financeiro 
9 
Apresentamos na imagem abaixo os principais riscos presentes no mercado financeiro: 
LEGAL 
OPERACIONAL 
CRÉDITO 
MERCADO 
LIQUIDEZ 
RISCO 
IMAGEM 
TEMA 2 – RISCO DE CRÉDITO 
O risco de crédito está presente em todas as operações de empréstimos ou de financiamentos. 
Neste caso ele é representado pela incerteza de que o tomador de crédito irá efetuar a 
liquidação de seus compromissos, assumidos através de um contrato. 
O que é um contrato? 
Contrato é um acordo onde uma parte assume compromissos com outra. 
O risco de crédito é um risco-chave e crítico para os bancos, uma vez que pode gerar impacto 
negativo em curto prazo nos resultados operacionais. Portanto, podemos afirmar que é um 
risco inerente às operações de crédito. 
Sabemos que uma das funções essenciais dos bancos é efetuar empréstimos e financiamentos, 
razão pela qual grande parte dos ativos bancários é formada pelas operações de crédito, 
consideradas as diversas modalidades existentes.
Curso Preparatório Correspondentes no País 
10 
Qual é o risco de um banco não receber o valor de um empréstimo ou financiamento 
concedido na data e condições acordadas? 
Sem efetuar qualquer análise das variáveis existentes, poderíamos dizer que o risco seria de 
50% para que o tomador não efetuasse o pagamento e 50% para que a liquidação acontecesse. 
A situação seria traduzida nos seguintes termos: um determinado tomador me solicita um 
empréstimo e sem qualquer análise concedo o recurso, mesmo sem melhor conhecê-lo. 
O risco de receber é o mesmo de não receber, ou seja, o devedor, da mesma forma que 
solicitou o empréstimo e o recebeu, poderá voltar e efetuar o pagamento. Como, também, 
poderá não voltar. 
Em função disso, é importante saber que crédito não é somente confiança. 
A concessão de crédito envolve um estudo sério de probabilidades, onde são levadas em 
consideração, estudadas, avaliadas e ponderadas diversas variáveis do tomador com a 
finalidade de medir o risco de não recebermos os recursos emprestados. 
Risco de crédito é a possibilidade do não recebimento do total ou de parte 
dos recursos a que se tem direito, ou do seu recebimento fora do prazo e/ 
ou sem observância das condições pactuadas. 
Para que possamos antever os riscos, devemos considerar os aspectos subjetivos e objetivos na 
análise de crédito, como segue: 
Análise de crédito 
Aspectos Subjetivos Aspectos Objetivos 
Tradição Análise econômico-financeira 
Idoneidade Adequação do fator risco/retorno 
Histórico de mercado Análise do desempenho e das perspectivas 
futuras do setor de atividade
Módulo 2- Mercado Financeiro 
11 
PESSOA FÍSICA – ANÁLISE DO CRÉDITO 
Vamos agora aprofundar os aspectos que devem ser considerados por ocasião de uma boa 
análise para a concessão de um empréstimo a pessoa física. 
Análise do Crédito – Pessoa Física 
Informações Subjetivas Informações Objetivas 
Ramo de atividade que atua como 
empregado e/ou profissional liberal Renda Mensal/Anual (atividade regular). 
Profissional liberal: Principais clientes e 
tipo de relação (eventual ou contratual 
– Se contratual períodos etc.), valor e 
Outras rendas (eventuais e regulares). 
vencimento dos contratos, tempo de 
relação com os Clientes. 
Estado Civil e número de Dependentes. Aplicações (Classificadas por tipo e valor). 
Referências Bancárias. Bens imóveis (com e sem ônus): 
Localização, Avaliação de mercado. 
Referências Comerciais. Bens móveis (com e sem ônus): Avaliação de 
mercado. 
Tempo no emprego ou atividade. 
Imóvel locado: valor da locação e tempo de 
residência. 
Seguro: Tipo e valor da cobertura. 
Outros bens (Declaração de Imposto de 
Renda). 
Cada uma das variáveis analisadas, a partir do seu detalhamento, contribui para gerar um 
indicador (um score, ou uma pontuação). 
Informação Objetiva 
Vamos considerar a variável: “Tempo no emprego ou atividade”: 
• Podemos estabelecer uma escala numérica em função do tempo que o 
potencial tomador do crédito possui no emprego ou atividade. 
• Atribuímos para cada nível da escala uma pontuação. 
• Ao final essa pontuação pode ser ponderada pela importância que poderá 
ter na composição final do risco. 
• Assim de forma sucessiva realizamos a mesma operação em relação a cada 
variável objetiva. 
Utilizamos essa metodologia também para efetuarmos a ponderação das variáveis 
subjetivas.
Curso Preparatório Correspondentes no País 
12 
Informação Subjetiva 
Vamos considerar a variável: “Ramo de atividade em que atua”: 
• Não é possível estabelecer uma escala de pontuação objetiva, atribuir uma 
nota e peso para essa variável, no entanto, podemos utilizar informações de 
análise de mercado e constatarmos qual a situação atual e as perspectivas 
para o ramo de atividade que atua o analisado. 
• Caso a situação atual seja boa e as perspectivas positivas se mantenham, 
podemos aumentar os pontos para o calculo do risco do analisado. 
• Como tratamos de futuro e como, no nosso exemplo, a renda do analisado 
depende da situação atual e perspectivas do seu ramo de atividade, talvez 
possamos utilizar uma pontuação elevada para ponderação. 
• Caso ocorra o inverso, ou seja, o ramo de atividade com situação atual e 
perspectiva ruim, por conservadorismo podemos reduzir a pontuação com 
maior intensidade. 
E assim, sucessivamente, vamos efetuando a analise de cada variável e fazendo 
as ponderações cabíveis. 
Ao final, trabalhando numa escala de pontuações e pesos, chegamos a uma nota final que 
representará o risco de crédito, que representará a probabilidade do tomador pagar ou não o 
compromisso a ser assumido. 
Cabe ao gestor de crédito determinar qual o nível de risco de crédito que deseja correr, dada 
à característica de agressividade ou de conservadorismo da sua Instituição. 
Vale lembrar que as duas extremidades podem determinar a quebra de uma 
instituição financeira: agressividade demais e conservadorismo demais. Cabe 
sempre o equilíbrio. 
PESSOA JURÍDICA – ANÁLISE DO CRÉDITO 
Para uma empresa ou entidade de personalidade jurídica analisamos as informações: 
• Do “Balanço Patrimonial” 2 e da “Demonstração de Resultados” 3 de pelo menos os 
últimos três exercícios; 
• Do Fluxo de Recursos e do Fluxo de Caixa; e 
• Da Ficha Cadastral. 
O objetivo é definir o risco de crédito do tomador, seja pessoa física ou jurídica, seja empresa 
de pequeno ou grande porte. 
Portanto, o risco de crédito caracteriza-se pela perda da parte ou da totalidade do principal 
acrescido dos juros contratuais. 
2 O balanço patrimonial é uma demonstração contábil que tem por finalidade apresentar a posição 
contábil, financeira e econômica de uma organização em determinada data, representando uma posição 
estática (posição ou situação do patrimônio em determinada data). 
3 A demonstração do resultado do exercício oferece uma síntese financeira dos resultados operacionais e 
não operacionais de uma organização em certo período.
Módulo 2- Mercado Financeiro 
13 
Esse tipo de risco é comum nas instituições financeiras. 
Cabe salientar que no mercado financeiro, as operações envolvendo os títulos públicos federais 
são consideradas “livres de risco”, uma vez que é considerada remota a hipótese de ocorrer 
o não pagamento de obrigações por parte do Tesouro Nacional, já que implicaria na falência 
do País. 
Títulos Públicos Federais = Livres de Risco! 
GERENCIANDO RISCO DE CRÉDITO 
Como estudamos até aqui, a utilização da boa técnica bancária na concessão do crédito é 
fundamental para a redução e administração do risco de crédito. 
Algumas medidas preventivas podem ser adotadas, entre as quais destacamos: 
• Não concentração dos créditos concedidos em um pequeno número de tomadores ou 
setor econômico; 
• Observância da capacidade de pagamento dos proponentes; e 
• Vinculação de garantias suficientes. 
O gestor da carteira de crédito de uma instituição financeira, por exemplo, deve adotar 
critérios que apontem para capacidade de pagamento do tomador de crédito. 
Esta análise pode ser feita com base em dados obtidos: 
• Internamente: conduzida pelo comitê de crédito da instituição financeira; e/ou 
• Externamente: utilizando a classificação de risco de agências especializadas. 
Outro aspecto a ser considerado pelos gestores de risco está relacionado com a insegurança 
jurídica em relação aos contratos de crédito. 
Ao colocar em risco o recebimento dos valores pactuados ou prolongar excessivamente sua 
cobrança judicial, o referido aspecto pode provocar a retração na oferta de crédito e aumenta 
o spread 4, eis que pressiona os custos administrativos dos bancos - área jurídica e de avaliação 
de risco de crédito – e reduz a certeza de recebimento do empréstimo, mesmo numa situação 
de contratação de garantias, pressionando o prêmio de risco, ou seja, a taxa adicional para 
cobertura de não pagamentos embutida no spread. 
4 Spread: é a diferença entre o custo de captação dos bancos, representado pela taxa de remuneração dos 
investimentos, e a receita obtida pelos bancos, representada pela taxa de juros cobrada nas operações 
de empréstimos.
Curso Preparatório Correspondentes no País 
14 
A seguir citamos algumas medidas adotadas pelo poder público para reduzir o risco de 
inadimplência, bem como os custos associados à morosidade da cobrança judicial: 
Medidas do poder público para redução de inadimplência e custos 
1) Aprovação do crédito consignado em folha de pagamento. 
2) Aprovação da nova Lei de Falências e de alterações no Código Tributário Nacional. 
3) Criação da Cédula de Crédito Bancário. 
4) Ampliação da alienação fiduciária em garantia. 
5) Estímulo ao microcrédito e às cooperativas de crédito. 
6) Reforma do Judiciário. 
RISCO DE CRÉDITO: DICAS 
1) Tenha uma carteira de cliente diversificada. 
2) Analise a ficha cadastral do cliente com critério e objetividade. 
3) Analise a performance temporal do cliente nos últimos anos. 
4) Solicite garantias reais. 
5) Seja racional e impessoal na análise das informações. 
6) Na dúvida não conceda o crédito. 
Risco de Crédito 
Analise a partir 
das informações da 
Ficha Cadastral para 
mensurar o fator de 
risco. 
É fundamental 
utilizar a capacidade 
financeira para 
avaliação do risco de 
crédito, entre outras 
variáveis. 
Possibilidade de “Calote” por parte do tomador de 
empréstimo ou financiamento.
Módulo 2- Mercado Financeiro 
15 
TEMA 3 – RISCO DE MERCADO 
O risco de mercado está relacionado à oscilação dos preços dos ativos em seus respectivos 
mercados de negociação e pode ser dividido em quatro grandes áreas: 
RISCO DE MERCADO 
Risco de 
preço de 
commodities 
Risco de Risco de preço 
taxa de câmbio 
Risco de taxa de 
juros 
A oscilação nos preços dos ativos pode ser causada por eventos ligados ao mercado como um 
todo ou ao segmento econômico no qual a empresa está inserida. 
A teoria financeira considera perda a simples constatação de que houve uma queda no valor 
de mercado de determinado ativo, apurado pelo procedimento de “Marcação a Mercado” 5 . 
Daí a necessidade de se desenvolver metodologias de controle e mensuração para o risco de 
mercado, com o objetivo de reduzi-lo. 
Portanto, sabemos que o risco de mercado depende de vários fatores, entre eles: 
Fatores que podem interferir no risco de mercado 
Ocorrências impactantes na economia local e internacional. 
Decisões de política econômica do governo, que podem afetar a concessão de créditos. 
Decisões de política monetária que podem retirar dinheiro de circulação, resultando em 
alta da taxa de juros. Também pode ocorrer o contrário: haver uma grande circulação de 
moeda, resultando na baixa da taxa de juros. 
Alterações na política cambial, com oscilações na taxa de câmbio. 
Mudanças no cenário político e econômico mundial, com riscos geopolíticos específicos de 
cada país. 
Questões legais, regulatórias e tributárias específicas de um país. 
Com tais acontecimentos, a capacidade de pagamento do devedor pode ser influenciada. 
Para adaptarmos a análise de riscos de mercado à nossa realidade precisamos elencar todas 
as variáveis que estão influenciando a situação do mercado no momento e avaliar quais são os 
riscos dessas variáveis influenciarem positivo ou negativamente o futuro. 
Uma análise ponderada e qualificada dará o contorno esperado para o mercado, que deverá 
influenciar na ponderação do risco global para efeito de efetivação de futuras operações 
financeiras. 
5 Marcação a Mercado consiste no procedimento de registrar, contabilmente, o valor do ativo pelo efetivo 
valor de mercado, atualizado diariamente.
Curso Preparatório Correspondentes no País 
16 
O risco de mercado é conhecido também como risco sistêmico e é resultante de 
problemas que uma ou mais instituições passam a enfrentar e que podem afetar 
negativamente o seu segmento de atuação, por transmitir dificuldade a outras 
empresas, impedindo até mesmo sua operacionalidade no mercado em que atua. 
O Banco Central (como agência reguladora) poderá efetuar intervenção para 
evitar um colapso. 
RISCO DE MERCADO 
Possibilidade de variação no preço de ativos capaz de afetar a capacidade 
de pagamento do tomador de empréstimos ou financiamentos bancários. 
TEMA 4 – RISCO OPERACIONAL 
Definição de Risco Operacional 
“É o risco de perdas resultantes de processos internos inadequados ou 
defeituosos, pessoal, sistema ou como resultado de acompanhamentos 
externos.” 
É a possibilidade de prejuízo pelo não retorno de um investimento decorrente de problemas 
operacionais da instituição financeira. Veja a explicação na tabela a seguir: 
TIPO DE PERDA Valor do prejuízo? Exemplo 
Perda Econômica 
• Tangível; 
• Quantificado 
contabilmente em moeda 
corrente. 
Falha em serviço que 
propiciou uma transferência 
indevida de recursos para 
terceiros. 
Perda Não Econômica 
• Intangível; 
• Quantificado de forma 
abstrata; 
• Reflete uma perda de 
confiança no conceito da 
instituição financeira. 
Instabilidade no sistema de 
internet banking provocando 
insatisfação perante a 
clientela.
Módulo 2- Mercado Financeiro 
17 
Os bancos são obrigados a possuir estrutura de gerenciamento desse tipo de risco, que embasa 
sua análise nos seguintes indicadores: 
Fraude 
• Interna 
• Externa 
Indicadores 
do Risco 
Operacional 
Irregularidades 
• Procedimentos 
• Rotinas 
• Controle 
Falha no 
Sistema 
• Equipamentos 
• Programas 
Erro/Falha 
Humana 
Como podemos notar, o risco operacional está presente em toda a atividade humana e decorre 
de falhas e irregularidades, intencionais (dolo ou má-fé) ou não (omissão, negligência e 
imprudência), de responsabilidade dos diversos agentes do processo de negócio. 
Na condução do trabalho de prevenção do risco operacional devemos considerar os seguintes 
aspectos: 
Cada Instituição possui 
1. Característica própria e atende a um determinado tipo de mercado. 
2. Estrutura administrativa e de tecnologia própria (particular). 
3. A sua maneira de efetuar seus controles internos. 
Na maioria das vezes o risco legal e o risco de imagem são consequências de um risco 
operacional. 
a inclusão indevida de um CPF no SERASA.
Curso Preparatório Correspondentes no País 
18 
A gestão do risco operacional está diretamente relacionada com a capacidade em detectar, 
conhecer, mensurar, controlar e administrar os riscos existentes na organização. 
Para sua maior eficiência, o foco da gestão é dividido em três grandes grupos, a saber: 
I. Risco Organizacional: decorre de uma organização ineficiente, sem objetivos de curtos 
e longos prazos, com fluxo ineficiente de informações internas e externas, criando 
ambiente propicio as fraudes e irregularidades. 
II. Risco de Equipamentos: refere-se basicamente a problemas de falhas de equipamentos 
e sobrecargas de sistemas (computadores, telefones, bancos de dados etc.) motivados, 
principalmente, por obsolescência tecnológica da estrutura operacional ou insuficiência 
de máquinas. 
III. Risco Pessoal: está intimamente ligado às decisões erradas tomadas pelas pessoas no 
processo do crédito, geradas pela falta de segregação de atividades, sobrecarga de 
trabalho e conflitos de interesse. 
A título de ilustração, vamos observar a seguir o risco operacional envolvendo uma empresa do 
ramo petrolífero e um estabelecimento bancário: 
Caso I 
Empresa de Petróleo 
Vazamento de petróleo da British Petroleum (BP), com a explosão de uma 
plataforma marítima no Golfo do México matando 13 operários e derramando 
cerca de 5 bilhões de barris de petróleo no mar. 
O risco operacional de uma empresa que explora petróleo é incalculável. 
Qualquer erro além do prejuízo financeiro acarreta o prejuízo da imagem, 
por passar a ser rotulada como uma empresa que causou danos ao meio 
ambiente.
Módulo 2- Mercado Financeiro 
19 
Caso II 
Banco 
Foi noticiado que um Banco grande teve um problema operacional e seus 
sistemas apontaram em todas as contas correntes saldos negativos. O erro 
foi corrigido rapidamente, mas imaginem ter 15 milhões de clientes com 
saldos desencontrados. 
O risco operacional em um Banco é assunto muito sério que está ligado à 
própria sobrevivência da instituição. 
O risco de um hacker (especialista em computação que comete crimes 
entrando ilegalmente no sistema e banco de dados alheios) entrar na 
base de clientes de um Banco e transferir recursos causará um prejuízo 
financeiro muito grande. 
Então, como podemos avaliar e quantificar o risco operacional? 
Abaixo elencamos algumas orientações para sua melhor compreensão: 
1. Após conhecer a atividade e identificar seus riscos, elenque as variáveis 
que podem causar a elevação dos riscos operacionais. 
2. Observe como as variáveis elencadas são tratadas nas diversas áreas da 
organização. 
3. Dada as informações a respeito do tratamento dado pelos gestores da 
organização a cada variável, a fim de minimizar os seus riscos, avalie qual 
o risco operacional. 
Caso o risco operacional seja avaliado como relevante terá um peso maior na composição do 
risco global para efeito da efetivação, ou não, de futuras operações de crédito.
Curso Preparatório Correspondentes no País 
20 
TEMA 5 – RISCO DE IMAGEM (REPUTAÇÃO) 
Uma instituição financeira está sujeita ao risco de reputação (Imagem), nas seguintes situações: 
• Quando há veiculação de informações que afetam negativamente sua imagem, colocando 
em risco sua idoneidade em relação ao mercado, afetando todos os tipos de transações 
(comerciais e financeiras). 
• Publicidade negativa em relação às atividades desenvolvidas, gerando o afastamento 
da clientela com a consequente redução de receitas. 
A reclamação de um cliente por mau atendimento pode colocar em risco a 
credibilidade do banco perante a opinião pública. 
Além disso, podemos citar o prejuízo que os boatos sobre a má saúde financeira causam a 
reputação de um banco. 
Este tipo de risco está ligado a eventuais perdas geradas por uma situação de desgaste da 
imagem da instituição junto ao mercado ou perante as autoridades, em razão de veiculação 
de informações ou boatos na mídia. 
Podemos observar que um dos fatores que mais contribui para esta categoria de risco está 
diretamente ligado à qualidade do atendimento e à postura ética dos funcionários da instituição. 
Convenhamos, tais circunstâncias são particularmente danosas para as instituições financeiras, 
já que a natureza de seus negócios requer a manutenção da confiança de depositantes, 
credores, concorrentes, órgãos governamentais e do mercado em geral. 
A reputação pode restar afetada também pela existência de falhas operacionais e de deficiências 
no cumprimento de leis e de regulamentos relevantes.
Módulo 2- Mercado Financeiro 
21 
Boatos sobre a saúde financeira de uma instituição, desencadeando uma corrida 
para saques dos valores depositados. 
Envolvimento da instituição em processos de lavagem de dinheiro. 
TEMA 6 - RISCO LEGAL 
Os aspectos legais estão sempre presentes nas atividades de uma instituição financeira, 
sobretudo em razão da forte regulação exercida sobre este setor da economia. 
Os clientes e usuários dos serviços de um banco podem apresentar questionamentos, por meio da 
justiça, acerca das bases das transações efetuadas, contrariando muitas vezes as expectativas 
das instituições no tocante ao retorno tranquilo dos empréstimos e financiamentos. 
Este tipo de Risco é muito comum, pois a grande maioria das pessoas jurídicas no Brasil não 
tem uma contabilidade baseada na legislação vigente. 
Por definição, o risco legal refere-se à possibilidade de perdas decorrentes da inobservância 
de dispositivos legais ou regulamentares, da mudança de legislação ou das alterações na 
jurisprudência aplicáveis às transações efetuadas pelos bancos. 
A concessão de empréstimos a clientes sem a completa observância dos 
instrumentos legais que regem a operação, tais como, documentação incompleta, 
ausência de assinaturas ou assinaturas colhidas de pessoas que não sejam os 
legítimos representantes da empresa. 
As perdas decorrentes das sanções aplicadas por órgãos reguladores e pagamento 
de indenizações por danos a terceiros, por violação da legislação vigente são 
igualmente classificadas como risco legal.
Curso Preparatório Correspondentes no País 
22 
TEMA 7 - RISCO DE LIQUIDEZ 
$ 
$ 
$ 
O risco de liquidez reflete uma dificuldade particular do cliente, em dado momento, para 
liquidar seus compromissos, ou seja, há falta de caixa. 
Ao analista de crédito é difícil visualizar tal situação, razão pela qual ele deve empreender 
esforços com vistas a obter as informações necessárias para subsidiar a tomada de decisão na 
concessão de crédito. 
O Risco de Liquidez pode estar associado a... 
Falta de liquidez no mercado em geral 
Decorrente de fatores de ordem política 
ou econômica que reduzam o volume de 
dinheiro em circulação. 
Dificuldade de negociação de ativos 
É o caso dos imóveis ou das ações de “segunda 
linha”, assim denominadas por serem menos 
negociadas. 
TEMA 8 - RELAÇÃO RISCO RETORNO 
O retorno está diretamente associado ao risco. A racionalidade do mercado financeiro irá 
buscar um maior retorno possível a um nível menor de risco possível: 
• “Quanto maior o retorno maior o risco”. 
• Os tipos de risco devem ser analisados com as informações constantes na 
Ficha Cadastral, que servirão para mensurar o fator de risco. 
• Dentre as variáveis mais utilizadas devemos considerar a capacidade 
financeira como a essencial.
Módulo 2- Mercado Financeiro 
23 
AVALIAÇÃO DO RISCO DE CRÉDITO 
Trata-se de uma metodologia que visa quantificar o risco de crédito. 
Consiste no levantamento das informações relativas a toda carteira de clientes da instituição, 
agrupando-as por tipo de cliente (pessoas físicas separadas das pessoas jurídicas), volume de 
crédito, montante, e características específicas. 
A seguir, você estudará os dados e as características de cada grupo, elencando as prováveis 
causas de inadimplências. 
Neste momento são aplicados os conceitos estatísticos para a determinação do fator de risco 
desejado e chegamos à etapa de evitar os riscos. 
PROCEDIMENTOS ÚTEIS 
1. Tenha uma carteira de cliente diversificada. 
2. Analise a ficha cadastral do cliente com critério e objetividade. 
3. Analise o comportamento e o histórico de pagamento do cliente nos 
últimos anos. 
4. Agregue garantias reais. 
5. Seja racional e impessoal ao analisar as informações e os dados 
disponíveis. 
6. Na dúvida, não conceda o crédito. 
Deixar de analisar as possibilidades da existência do risco é a mesma coisa que “dar de 
presente o crédito” e depois ficar reclamando da infelicidade. Conhecer os riscos e evitá-los 
é a forma mais racional e objetiva na concessão do crédito e vale em qualquer situação 
profissional e pessoal. 
Por isso é importante: 
• Aplicar as ferramentas corretas para alcançar os objetivos fixados. 
• Utilizar instrumentos e modelos de mensuração que possibilitem conhecer e delimitar 
os riscos envolvidos. 
TEMA 9 - PREVENÇÃO DE RISCOS NA CONTRATAÇÃO DE OPERAÇÕES 
(Resoluções CMN 3694/2009 e 4283/2013) 
Para prevenir riscos na contratação de operações e na prestação de serviços uma das 
exigências é que os produtos e serviços ofertados (ou recomendados) estejam adequados às 
reais necessidades, interesses e objetivos dos clientes. 
As instituições financeiras devem zelar pela integridade, confiabilidade, segurança e sigilo das 
transações realizadas, bem como pela legitimidade de suas operações e serviços. 
O foco principal desta norma está na qualidade das informações que devem ser prestadas aos 
clientes para possibilitar-lhes uma tomada de decisão segura em um ambiente onde todos os 
direitos e deveres sejam devidamente explicitados e conhecidos.
Curso Preparatório Correspondentes no País 
24 
Os contratos, recibos, comprovantes e extratos devem ser fornecidos tempestivamente, 
contendo redação clara, objetiva e adequada à natureza e complexidade de modo a permitir 
o entendimento do conteúdo e a identificação de prazos, valores, encargos, multas, datas, 
locais e demais condições. 
Deve estar clara ao cliente a possibilidade de tempestivo 
cancelamento dos contratos! 
O encaminhamento de instrumento de pagamento ao domicílio do cliente e sua habilitação 
para uso somente pode acontecer em decorrência de expressa solicitação ou autorização do 
próprio cliente. 
Os demonstrativos e faturas devem permitir que os usuários finais de pagamento ou transferência 
sejam identificados por quem efetua determinado pagamento. 
As instituições financeiras devem divulgar, em suas dependências e nas 
dependências dos estabelecimentos, onde seus produtos são ofertados (em local 
visível e em formato legível), informações relativas a situações que impliquem 
recusa: 
• À realização de pagamentos, ou 
• À recepção de cheques, documentos, inclusive de cobrança. 
É vedado recusar ou dificultar o acesso aos canais de atendimento 
convencionais, inclusive guichês de caixa, mesmo na hipótese de 
oferecer atendimento alternativo ou eletrônico. 
A opção pela prestação de serviços por meios alternativos aos convencionais é admitida, desde 
que adotadas as medidas necessárias para preservar a integridade, a confiabilidade, a segurança 
e o sigilo das transações realizadas, assim como a legitimidade dos serviços prestados, em face 
dos direitos dos clientes e dos usuários, cabendo às instituições financeiras a responsabilidade 
de dar ciência dos riscos existentes.
Módulo 2- Mercado Financeiro 
25 
LIÇÃO 2 - PREVENÇÃO E COMBATE A LAVAGEM 
DE DINHEIRO 
TEMA 1 – AFINAL, O QUE VEM A SER LAVAGEM DE DINHEIRO? 
$ 
A lavagem de dinheiro constitui um conjunto de operações comerciais ou financeiras que 
buscam a incorporação na economia de cada país dos recursos, bens e serviços que se originam 
ou estão ligados a atos ilícitos. 
“Lavar dinheiro” 
Fazer com que produtos de crime pareçam ter sido adquiridos legalmente. 
A dissimulação é a base do processo de lavagem de dinheiro. 
Para o sucesso de seu crime, o criminoso oculta suas intenções e dificulta ao máximo o 
rastreamento de suas operações. Assim, o dinheiro se afasta de sua origem ilegal e retorna ao 
criminoso aparentemente limpo. 
No Brasil foi aprovada a Lei 9.613/1998 que tipifica o crime de lavagem de dinheiro. Também 
institui medidas que conferem maior responsabilidade a intermediários econômicos e 
financeiros e cria, no âmbito do Ministério da Fazenda, o Conselho de Controle de Atividades 
Financeiras (COAF).
Curso Preparatório Correspondentes no País 
26 
Recentemente foi editada a lei 12.683/2012, que promove algumas alterações na Lei 9.613/98 
para tornar mais eficiente a persecução penal dos crimes de lavagem de dinheiro. Essa nova 
Lei visa ampliar o combate à lavagem de dinheiro. 
Entre as novas medidas podemos citar a supressão do rol exaustivo de crimes antecedentes 
para a caracterização do delito de lavagem de capitais, bem como a ampliação de agentes 
privados na colaboração às autoridades estatais na prevenção e repressão deste delito. 
A nova Lei visa tornar mais eficiente o combate à lavagem de dinheiro com vista a desarticular 
o crime organizado, na medida em que o capital que financia as atividades destes grupos 
criminosos é reconhecido como oriundo desta espécie de delito. 
O crime de lavagem de dinheiro é objeto de preocupação da comunidade internacional, 
tanto que existem inúmeros grupos de especialistas e de autoridades públicas desenvolvendo 
instrumentos de prevenção e repressão à prática do crime em tela. 
A nova Lei de Lavagem de Dinheiro discorre sobre as formas de ocultação e dissimulação, o uso 
de meios para ocultação ou dissimulação, o uso de bens, direitos e valores sujos na atividade 
econômica ou financeira e a participação dos criminosos em entidade dirigida à lavagem de 
dinheiro. 
OCULTAÇÃO 
Encobrimento de bens, 
valores e direitos, por 
qualquer meio, com a 
finalidade de convertê-los 
futuramente em 
ativos lícitos. 
DISSIMULAÇÃO 
Consiste no movimento de 
distanciamento do bem da sua 
origem criminosa, dificultando-se 
o seu rastreamento. A seu 
turno, é posterior à ocultação 
e pertence à segunda etapa do 
ciclo da lavagem de dinheiro. 
Antes da Lei n.º 12.683/2012, a legislação brasileira de combate à lavagem de dinheiro 
apresentava uma lista fechada de crimes antecedentes passíveis de lavagem. Com a nova lei, 
houve a supressão do rol taxativo de crimes antecedentes, admitindo-se, para fins de lavagem 
de capitais, qualquer infração penal. 
A ampliação do rol de crimes antecedentes visa suprir a lacuna de punibilidade da lei anterior, 
que não admitia, por exemplo, que os produtos de crimes contra a ordem tributária e da 
contravenção penal do “jogo do bicho” pudessem ser objeto de lavagem. A referida alteração 
legal possibilitou, ainda, abranger toda a cadeia criminosa de lavagem de dinheiro. 
Agora, todo e qualquer processo penal que tenha como objeto crime de cunho patrimonial 
abrange a discussão sobre a destinação dos bens, valores e direitos de origem criminosa e a sua 
possível lavagem, tal como o valor arrecadado em rifas não autorizadas pelo Poder Público. 
A alienação antecipada de bens, direitos e valores objeto de apreensão ou de medida 
assecuratória decretada pelo juiz constitui a principal inovação da Lei 12.683.
Módulo 2- Mercado Financeiro 
27 
No Brasil 
• Aprimoramento dos sistemas e métodos para desestabilizar a ação 
dos criminosos, pois tipifica o crime de lavagem de dinheiro. 
• Instituição de medidas que conferem maior responsabilidade a 
intermediários econômicos e financeiros. 
• Criação do Conselho de Atividades Financeiras – COAF, no âmbito 
do Ministério da Fazenda. 
Lei 9.613/98 Lei 12.683/12 
Prevenção 
Lavar recursos é 
fazer com que produtos de 
crime pareçam ter sido adquiridos 
legalmente. 
Lavagem de Dinheiro 
Conjunto de operações comerciais ou financeiras que buscam a 
incorporação na economia de cada país dos recursos, bens e serviços que 
se originam ou estão ligados a atos ilícitos. 
Deverá ser comunicada ao COAF pelas instituições financeiras, 
abstendo-se de dar ciência de tal ato a qualquer pessoa, inclusive 
àquela à qual se refira a informação, no prazo de 24 (vinte e quatro) 
horas, a proposta ou realização de operações suspeitas ou com 
indícios de crime de lavagem de dinheiro! 
TEMA 2 – PARAÍSOS FISCAIS E CRIME 
PARAÍSOS FISCAIS 
Os paraísos fiscais são países comumente utilizados pelos criminosos com a finalidade de 
ocultar e impedir o rastreamento do dinheiro obtido de forma escusa, dado que, pela natureza 
desses países, existe o escudo do sigilo bancário e profissional absoluto. 
É importante ressaltar que os chamados paraísos fiscais não podem ser associados exclusivamente 
a ações criminosas, existindo vários usos legítimos para sua utilização como, por exemplo, a 
proteção de patrimônios.
Curso Preparatório Correspondentes no País 
28 
O CRIME 
A Lei nº. 9.613, dispõe sobre os crimes de lavagem de dinheiro ou ocultação de bens, direitos 
e valores mobiliários e cria o COAF, órgão disciplinar responsável pela prevenção e combate 
da prática de “lavagem de dinheiro”. 
A principal tarefa do COAF é promover um esforço conjunto de toda a máquina 
governamental que cuida da implementação de políticas nacionais voltadas para o 
combate à lavagem de dinheiro, evitando que setores da economia continuem sendo 
utilizados nessas operações ilícitas. 
A mencionada lei tipifica o crime de lavagem como aquele em que se oculta ou dissimula 
a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, 
direitos e valores provenientes, direta ou indiretamente, dos crimes antecedentes - 
tráfico ilícito de substâncias entorpecentes ou drogas afins; terrorismo; contrabando; 
extorsão mediante sequestro. 
O crime de lavagem de dinheiro decorre da tentativa de 
ocultar recursos provenientes dos crimes considerados 
“antecedentes”. 
Penalidades 
Esse envolvimento pode se caracterizar por situações nas quais um agente: 
• Converte bens obtidos de forma ilícita em ativos lícitos; 
• Adquire, recebe, troca, negocia, guarda, movimenta ou transfere bens ilícitos; 
• Importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos verdadeiros. 
O Consultor Financeiro também pode ser penalizado e o crime é tipificado como “não 
afiançável” (o indiciado não pode ser libertado mediante pagamento de fiança). 
A pena prevista de reclusão pode variar de três a dez anos, além de multa, aplicável aos 
criminosos e a quem ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou valores provenientes 
de qualquer dos crimes antecedentes. 
Está exposto à mesma penalidade quem: 
• Utiliza na atividade econômica ou financeira bens, direitos 
ou valores que sabe serem provenientes de qualquer dos 
crimes antecedentes; 
• Participa de grupo, associação ou escritório tendo 
conhecimento de que sua atividade principal ou secundária é 
dirigida à prática de crimes previstos na Lei! 
Os mecanismos mais utilizados no processo de lavagem de dinheiro envolvem teoricamente 
três etapas independentes: Colocação, Ocultação e Integração. Estas etapas ocorrem 
simultaneamente, com frequência. É o que estudaremos a seguir.
Módulo 2- Mercado Financeiro 
29 
TEMA 3 – MECANISMOS NO PROCESSO DE LAVAGEM DO DINHEIRO 
COLOCAÇÃO – 1ª Etapa 
O criminoso procura movimentar o dinheiro 
em países com regras mais permissivas e 
naqueles que possuem um sistema financeiro 
liberal (“paraísos fiscais”). 
A colocação se efetua por meio de depósitos, 
compra de instrumentos negociáveis ou 
compra de bens. 
Para dificultar a identificação da procedência 
do dinheiro o criminoso: 
• Fraciona os valores. 
• Utiliza estabelecimentos comerciais 
que usualmente trabalham com 
dinheiro em espécie. 
OCULTAÇÃO – 2ª Etapa 
Consiste em dificultar o rastreamento 
contábil dos recursos ilícitos. 
O objetivo é quebrar a cadeia de evidências 
ante a possibilidade da realização de 
investigações sobre a origem do dinheiro. 
O criminoso busca movimentar os recursos 
eletronicamente, transferindo os ativos para 
contas anônimas – preferencialmente em 
países amparados por lei de sigilo bancário 
– ou realizando depósitos em contas 
“fantasmas”. 
INTEGRAÇÃO - 3ª. Etapa 
Nesta última etapa, os ativos são incorporados 
formalmente ao sistema econômico. 
As organizações criminosas procuram 
investir em empreendimentos que facilitem 
suas atividades – podendo tais sociedades 
prestar serviços entre si. 
Uma vez formada a cadeia, torna-se cada 
vez mais fácil legitimar o dinheiro ilegal.
Curso Preparatório Correspondentes no País 
30 
TEMA 4 – OS AGENTES ENVOLVIDOS E AS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS 
AGENTES ECONÔMICOS SUJEITOS À LEI 
Estão sujeitas às obrigações legais as pessoas jurídicas que tenham em caráter permanente ou 
eventual como atividade principal ou acessória, cumulativamente ou não: 
• A captação, intermediação e aplicação de recursos financeiros de terceiros, em moeda 
nacional ou estrangeira; 
• A compra e venda de moeda estrangeira ou ouro como ativo financeiro ou instrumento 
cambial; e 
• A custódia, emissão, distribuição, liquidação, negociação intermediação ou 
administração de títulos ou valores mobiliários. 
IDENTIFICAÇÃO E MANUTENÇÃO DE REGISTROS DOS CLIENTES 
Após 1998, as normas relativas à abertura, manutenção e movimentação de contas de 
depósitos das pessoas físicas e jurídicas nas instituições financeiras passaram a incorporar as 
determinações da Lei 9.613/98 com a aplicação do princípio “Conheça seu Cliente”. 
Conheça seu Cliente 
Conhecer o cliente significa conhecer suas atividades e negócios; o mercado 
onde atua; as perspectivas desse mercado; e, se possível, quem são seus 
clientes e fornecedores. 
Assim foi ampliada a quantidade de informações que as pessoas físicas e jurídicas devem 
prestar quando da abertura de contas de depósito, além de determinar que as instituições 
financeiras e demais pessoas jurídicas mantenham a documentação apresentada em seus 
arquivos. 
O princípio “Conheça seu Cliente” deve ser aplicado quando da análise da capacidade financeira 
do cliente. E neste caso, se as informações em poder da instituição não forem suficientes para 
justificar a movimentação financeira do cliente deve ser feita a comunicação de indício de 
lavagem de dinheiro. 
Abaixo listamos algumas operações que são consideradas suspeitas de indício de crime de 
lavagem de dinheiro:
Módulo 2- Mercado Financeiro 
31 
Lavagem de Dinheiro 
Operações Suspeitas de Indício de Crime 
1. Movimentações ou pagamentos em dinheiro vivo de quantias que ultrapassem a R$ 10 
mil ou o equivalente em moeda estrangeira. 
2. Aumento substancial no volume de depósitos bancários, sem causa aparente, ou 
movimentação de recursos incompatível com a capacidade financeira. 
3. Quantidades expressivas de pequenos depósitos que, somados, resultem em grandes 
valores. 
4. Numerosas contas correntes. 
5. Utilização sistemática de cofres de aluguel. 
6. Solicitação frequente de elevação do limite de crédito. 
7. Aquisição de ações sem patrimônio compatível. 
8. Compra ou venda de ativos por preço significativamente superior ao do mercado. 
9. Operação realizada por pessoa física ou jurídica domiciliada em paraíso fiscal. 
10. Pagamento de imóvel com cheque de agências bancárias fronteiriças ou localizadas 
no exterior. 
Os Correspondentes no País devem ficar atentos aos preceitos desta regulamentação, pois 
poderão, na sua atividade, tomar contato com pessoas suspeitas ou mesmo transações 
consideradas ilegais. Imediatamente, tomando o devido o cuidado de não relatar nada aos 
envolvidos, nem a terceiros, deve comunicar aos responsáveis pelo seu relacionamento com a 
Instituição que representa para cumprir o seu papel dentro das normas. A Instituição avaliará 
as informações à luz da norma e tomará as medidas cabíveis. 
INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS 
O BACEN disciplinou a atuação das instituições financeiras com relação à prevenção e combate 
à lavagem de dinheiro por meio da Circular 3.461/2009. 
As instituições financeiras, por intermediarem recursos de toda ordem, devem tomar todas as 
precauções para evitar a ocorrência de tais ilícitos, como segue: 
A política de prevenção deve: 
• Especificar, em documento interno, as responsabilidades dos integrantes de cada nível 
hierárquico da instituição; 
• Contemplar a coleta e registro de informações tempestivas sobre clientes, que permitam 
a identificação dos riscos de ocorrência da prática dos mencionados crimes; 
• Definir os critérios e procedimentos para seleção, treinamento e acompanhamento da 
situação econômico-financeira dos empregados da instituição; 
• Incluir a análise prévia de novos produtos e serviços, sob a ótica da prevenção; e 
• Ser aprovadas pelo conselho de administração e receber ampla divulgação interna
Curso Preparatório Correspondentes no País 
32 
Além disso, devem confirmar as informações cadastrais dos clientes e identificar os beneficiários 
finais das operações. Com especial atenção para: 
• Informações cadastrais; 
• Informações pessoais regulares; 
• Valores e origem da renda mensal e patrimônio da pessoa física; 
• Faturamento médio mensal 12 meses da pessoa jurídica; 
• Declaração firmada sobre os propósitos e a natureza da relação de negócio com a 
instituição; 
• Informações relativas às pessoas naturais autorizadas a representar a pessoa jurídica. 
As instituições devem realizar testes de verificação, com periodicidade máxima de um ano, 
que assegurem a adequação dos dados cadastrais de seus clientes. 
No caso de movimentação de recursos pelos clientes, os registros devem conter 
informações sobre: 
• A compatibilidade entre movimentação de recursos e atividade econômica e capacidade 
financeira do cliente; 
• A origem dos recursos movimentados; 
• Os beneficiários finais das movimentações; e 
• A identificação de operações superiores a R$ 10.000,00.
Módulo 2- Mercado Financeiro 
33 
LIÇÃO 3 - MATEMÁTICA FINANCEIRA 
Início de Conversa 
A matemática financeira teve seu início exatamente quando o homem criou os conceitos de 
Capital, Juros, Taxas e Montante. Daí para frente, os cálculos financeiros tornaram-se mais 
justos e exatos, mas é preciso conhecê-los e, se possível, muito bem. 
Juros representam a remuneração desejada para o capital do agente superavitário. 
No mercado financeiro agente superavitário é aquele que tem recursos excedentes, sobra de 
caixa, e deseja manter esse volume de capital aplicado durante um determinado período que, 
em seu planejamento (orçamento), não irá necessitar. 
Do outro lado temos os agentes deficitários, que são aqueles que não possuem sobras de caixa 
e, pelo contrário, desejam adquirir bens ou serviços e necessitam tomar recursos emprestados 
dos agentes superavitários para tal. 
Quem faz essa intermediação é uma instituição financeira. 
Então juros representa a remuneração do capital aplicado pelo agente superavitário numa 
instituição financeira e que é pago pelo agente deficitário que tomou aquele recurso 
emprestado. 
TEMA 1 - COMPONENTES DA FÓRMULA 
TAXA DE JUROS 
É o índice que determina a remuneração do capital, ou seja, o preço do “aluguel” do dinheiro 
num determinado período de tempo (dias, meses, ano). 
É a porcentagem aplicada ao capital inicial que resulta no montante de juros. 
JUROS 
Juros é o valor expresso em dinheiro (em reais, por exemplo) referente a determinado capital 
e para determinado período. Pode ser definido como a remuneração do capital, ou seja, o 
valor pago pelos devedores aos emprestadores em troca do uso do dinheiro. 
Ao fazer uma aplicação financeira, o montante final (Cn) resgatado após n períodos deve ser 
igual ao capital inicial (C0) aplicado mais os juros (J) ganhos na operação logo, podemos 
escrever: 
Montante final = Capital inicial + J 
Ou seja, Cn = C0 + J 
Portanto: J = Cn – C0
Curso Preparatório Correspondentes no País 
34 
CAPITAL (C OU VP) 
Valor aplicado por meio de alguma operação financeira. 
Também conhecido como principal, valor atual, valor presente ou valor aplicado. Em geral, o 
capital costuma ser representado por C0. 
NÚMERO DE PERÍODOS 
Tempo, prazo determinado em unidade de tempo (dias, meses, anos, etc.) em que o capital é 
aplicado. Em geral o número de períodos costuma ser simbolizado por n. 
Juro é a remuneração do Capital empregado. 
Para o Investidor: é a remuneração do investimento. 
Para o Tomador: é o custo do capital obtido por empréstimo. 
TAXA (i) 
A grandeza do juro é definida por um coeficiente denominado taxa e esta se expressa de duas 
formas: 
• Unitária - apresenta o juro da unidade de capital num período determinado, tomado 
como unidade de tempo. Assim, se o juro de R$ 1.000,00 em um ano é R$ 50,00, diz-se 
que a taxa anual de juro é: 0,05. A taxa unitária de juro é representada por i. 
• Percentual - representa o juro de 100 unidades de capital no período tomado como 
unidade de tempo. Portanto, se R$ 100,00 produzem R$ 5,00 de juros em um ano, diz-se 
que a taxa anual de juro é cinco por cento e escreve-se 5% a.a. 
Dada uma taxa percentual de 45% a.a. obtemos sua equivalente forma unitária, 
fazendo 
45% = 45/100. 
O resultado dessa divisão expressa a taxa unitária: 0,45 a.a.
Módulo 2- Mercado Financeiro 
35 
MONTANTE 
É o capital inicial acrescido dos juros por ele produzidos ao final do prazo estabelecido: 
A fórmula para calculá-lo é: M = C (1+i.n) 
O montante de um capital de R$10.000,00 em 6 meses, à taxa de 5% a.m. (0,05 
a.m.) no regime de juros simples, será: 
M = C (1+i.n) 
M = R$10.000,00 x (1 + 0,05 x 6) 
M = R$10.000,00 x (1 + 0,30) 
M = R$10.000,00 x 1,30 
M = R$13.000,00 
TEMA 2 - JUROS SIMPLES 
No regime de juros simples, o fato gerador dos juros sempre é o valor do principal em função 
do tempo de aplicação, jamais se incorporando ao capital para efeito de cálculo dos juros 
relativos ao período subsequente. 
1) Supondo uma aplicação de R$ 100,00 por 30 dias e com juros acordados de 2% 
ao mês. 
Passado um mês, o aplicador receberá de juros: 
Juros = (R$100,00 x 2%) = R$ 2,00 
Montante = R$ 100,00 + R$ 2,00 
Receberá portando: R$ 102,00. 
2) Um cliente tomou emprestado R$100,00 por dois meses a uma taxa de juros 
de 3% ao mês. 
Ao final do primeiro mês ele deve ao Banco: 
R$100,00 + (R$100,00 x 3%) = R$ 103,00 
No final do segundo mês ele deve ao Banco: 
R$ 103,00 + (R$100,00 x 3%) = R$ 106,00
Curso Preparatório Correspondentes no País 
36 
É elucidativo lembrar que, no cálculo dos juros simples, temos que considerar ainda, a 
existência de juros exatos e de juros ordinários, a saber: 
Cálculo de juros 
Juros exatos No cômputo do tempo consideramos o número de dias reais do 
calendário civil (ano = 365 ou 366 dias, mês 28, 29, 30 e 31 dias, 
conforme o caso). 
Juros ordinários O tempo, por convenção, é mensurado segundo o calendário comercial 
(ano = 360 dias; mês = 30 dias). 
FÓRMULA PARA CÁLCULO DOS JUROS (SIMPLES) 
A fórmula empregadas no cálculo dos fatores envolvidos nos juros simples é representada por: 
J = C x i x n 
J= juros 
C= Capital 
i= taxa 
n= período 
1) Vamos supor agora que você pegue um empréstimo de R$ 4.000,00 e que será 
pago em cinco meses com uma taxa de juros de 4% ao mês. Qual será o valor 
pago no final? 
Primeiro passo: Identificando os elementos da fórmula: 
C = R$4.000,00 
I = 4% = 0,04 
n = 5 
Segundo passo: Aplicando a fórmula dos juros temos: 
J = R$ 4000,00 x 0,04 x 5 
J = R$ 800,00 
Terceiro passo: O montante final será formado por Capital + juros (M=C+j): 
M = R$ 4.000,00 + R$ 800,00 = R$ 4.800,00 
Resposta: No final dos cinco meses você pagará o montante de 
R$4.800,00 pelo empréstimo.
Módulo 2- Mercado Financeiro 
37 
2) Uma aplicação de R$ 50.000,00 à taxa de 5% a.a. (0,05 a.a.), ao final de 3 
anos, no regime de juros simples, renderá quanto de juros? 
Aplicando a tabela abaixo teremos: 
Tempo (n) Capital (C) Taxa (i) Juros (j) Juros 
acumulados 
1 50.000 0,05 2.500 2.500 
2 50.000 0,05 2.500 5.000 
3 50.000 0,05 2.500 7.500 
Resposta: No final do 3º ano, o capital de R$ 50.000 renderá 
juros de R$7.500,00. 
Podemos também calcular pela fórmula: j = C . i . n 
j = R$50.000,00 x 0,05 x 3 = R$7.500,00 
TEMA 3 - JUROS COMPOSTOS 
Os Juros compostos são calculados sobre o saldo devedor do capital aplicado. A cada período 
os juros calculados somam-se ao saldo devedor anterior. 
Vamos supor que um tomador de empréstimo se propôs pagar um empréstimo de R$100,00 
a 3%a.m., ao final de um mês. Assim, tomou emprestado R$100,00 e ao final de um mês 
devolveu R$ 103,00. Vamos supor que o tomador necessitasse desse mesmo empréstimo, 
porém por três meses. 
• Ao final de um mês a sua dívida atingiu a R$103,00. 
O segundo mês do empréstimo já parte de uma dívida de R$103,00. 
• O cálculo dos juros do segundo período será: R$103,00 + (R$103,00 x 3%) = R$106,09. 
O terceiro período já parte desse saldo devedor e acumula juros por mais um período: R$106,09 
+ R$106,09 x 3%) = R$109,27. 
Ao final do terceiro mês o saldo do seu empréstimo será de R$109,27. 
Para simplificarmos esse exercício de passagem do valor mês a mês, utilizamos a formula 
matemática do juro composto: 
M = C (1+i) n 
1) Identificando os componentes da fórmula: 
C=R$100,00 
i= 3% a.m. 
n= 3m
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38 
2) Aplicando a fórmula em nosso exemplo teremos: 
M = R$100,00 x (1+0,03)3 
M = R$100,00 x (1,03)3 
M = R$100,00 x 1,0927 
M = R$109,27 
Note como o cálculo é facilitado quando utilizamos a fórmula dos juros compostos! 
Abaixo estão as fórmulas que utilizamos para os juros compostos: 
M = C.(1+i)n 
M = C + J 
J = M - C 
M = Montante 
C = Capital Aplicado 
i = taxa de juros composto 
n = tempo de aplicação 
j = juros composto 
A unidade de tempo para o período (n) deve ser a mesma da taxa 
de juros (i) 
Qual o montante produzido por um capital de R$ 300.000,00 aplicado 
durante um ano, à taxa de 7,5% a.m., de juros compostos? 
M = 300.000(1+,075)12 
M = 714.5333,88 
CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA 
A capitalização composta ocorre quando utilizamos o sistema de juros compostos na apuração 
da rentabilidade de um investimento ou do encargo de um empréstimo. Neste sistema, os 
juros são adicionados ao principal no fim de cada período, formando o montante que será 
tomado como o principal para o período seguinte. Segue o mesmo conceito que utilizamos no 
caso dos juros compostos.
Módulo 2- Mercado Financeiro 
39 
O Capital de R$100,00 será aplicado com variações mensais de taxa de juros (1% 
no primeiro mês, 2% no segundo mês e 4% no terceiro mês). Qual o saldo devedor 
ao final do terceiro período? 
• Ao final do primeiro mês capitalizamos o capital emprestado R$ 100,00 em 
1% = R$ 101,00. 
• No final do segundo mês, capitalizamos o capital em 2% = R$ 103,02. 
• E ao final do terceiro, capitalizamos o capital em 4% = R$ 107,14. 
Nesta situação, o capital foi capitalizado durante todo o período e o saldo devedor não foi 
amortizado ao longo do período. 
FATOR DE CAPITALIZAÇÃO 
A expressão algébrica (1 + i / 100)n é chamada de fator de capitalização, pois ao multiplicar 
seu resultado pelo capital obtém-se o montante. 
Exemplo: 
Para um capital de R$ 10.000,00 aplicado à taxa de 10% a.a., com juros compostos, por 2 anos: 
n Capital JUROS juros 
acumulados Montante 
0 10.000,00 0 0 10.000,00 
1 10.000,00 1.000,00 1.000,00 11.000,00 
2 11.000,00 1.100,00 2.100,00 12.100,00 
Aplicando a fórmula: 
M = 10.000,00 x (1 + 10/100)2 = 12.100,00 
Como j = M – C → j = 12.100,00 – 10.000,00 = 2.100,00 
Compare, no exemplo a seguir, a rentabilidade de R$ 100,00 investidos hoje, mantida a 
aplicação no período de 10 anos ou 120 meses, à taxa de 1,5% ao mês nas modalidades de 
juros simples e juros compostos: 
Tipo de juros Capital Juros Montante 
Simples 100,00 180,00 280,00 
Compostos 100,00 496,93 596,93
Curso Preparatório Correspondentes no País 
40 
TEMA 3 - TAXA DE JURO NOMINAL, REAL E EFETIVA 
TAXA NOMINAL 
É a taxa que encontramos nas operações correntes, ou seja, a taxa visível aos participantes de 
uma transação, por exemplo, de um CDB cotado a 13% ao ano. 
A inflação está inserida nessa cotação e não reflete, portanto, o ganho real do 
investidor no investimento. 
TAXA REAL 
É a taxa nominal descontada a inflação do período. Ela será positiva quando a taxa nominal for 
maior do que a inflação no mesmo período e será negativa quando a taxa nominal for menor 
do que a inflação no mesmo período. 
TAXA EFETIVA 
Pode ser dada de duas maneiras: 
1) pela taxa proporcional (juros simples); ou 
2) pela equivalente (juros compostos): 
CAPITALIZAÇÃO SIMPLES VERSUS CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA 
Qual regime de capitalização é mais vantajoso? 
Se você é o tomador dos recursos certamente vai querer pagar menos juros. 
Mas se você está emprestando, vai querer receber mais juros. 
O prazo da operação e o período de capitalização da taxa são muito importantes para 
determinar qual regime gera mais juros. 
No gráfico abaixo podemos notar que ao contrário do que normalmente se pensa, o regime de 
capitalização composta gera juros inferiores aos da capitalização simples. 
Isso ocorre porque o período estabelecido para uma determinada operação é inferior ao 
período estabelecido para taxa de juros estabelecida para essa mesma operação. 
Caso o prazo da operação coincidisse com o período de capitalização da taxa de juros (por 
exemplo: operação de um ano com taxa de juros anual), o valor de juros na capitalização 
simples seria exatamente igual ao valor de juros gerados no regime de capitalização composta.
Módulo 2- Mercado Financeiro 
41 
juros compostos 
Resumindo 
Ms=Mc 
Prazo da Operação Melhor Regime de Capitalização 
Menor que a capitalização da taxa (taxa ao ano e prazo 
inferior a um ano) 
Tomador: Composto 
Doador: Simples 
Igual ao da Capitalização da taxa (taxa ao ano e prazo 
de um ano) Indiferente 
Maior que a capitalização da taxa (taxa ao ano e prazo 
superior a um ano) 
Tomador: Simples 
Doador: Composto 
TEMA 4 - TAXA DE JUROS EQUIVALENTES E TAXA DE JUROS 
PROPORCIONAIS 
Muitas vezes a taxa de juros é expressa ao ano, mas a transação é por um prazo menor e temos 
de achar a taxa correspondente ao período da operação. 
• Duas taxas são PROPORCIONAIS quando, considerados o mesmo prazo e o 
mesmo capital e produzem o mesmo montante, no regime de capitalização 
SIMPLES de juros. 
• Duas taxas são EQUIVALENTES quando, considerados o mesmo prazo e o 
mesmo capital, produzem o mesmo montante, no regime de capitalização 
COMPOSTA de juros. 
• Capitalização Simples – as taxas são proporcionais. 
• Capitalização Composta – as taxas são equivalentes. 
Uma aplicação a 1% ao mês resultará em 12% ao ano pela taxa proporcional: 
(1% x 12) = 12% 
A mesma taxa no cálculo pela taxa equivalente resulta 
(1,01)12 = 12,68% 
juros simples 
c 
1 t 
M
Curso Preparatório Correspondentes no País 
42 
TEMA 5 - JUROS PRÉ E PÓS-FIXADOS 
JUROS PRÉ-FIXADOS 
São juros determinados e negociados no fechamento da operação. Credor e devedor sabem no 
momento do fechamento da operação o que um vai pagar e o outro vai receber. 
JUROS PÓS-FIXADOS 
Neste caso já não há definição. No contrato constará uma taxa referencial para poder formalizar 
a transação, no entanto ninguém consegue prever o que cada parte poderá ganhar. 
Dessa forma, um contrato de empréstimo para pagamento daqui a 3 meses com 
cláusula de juros pós-fixados com base na variação mensal do CDI – Certificado 
de Depósitos Interbancários (taxa referencial do mercado financeiro para juros) 
terá o seguinte calculo: 
• Empréstimo de R$100,00. 
• Variação da taxa do CDI no primeiro mês = 1% 
• Variação da taxa do CDI no segundo mês = 2% 
• Variação da taxa do CDI no terceiro mês = 4%. 
• Teremos a seguinte composição do saldo devedor: 
R$ 100,00 x 1,01 = R$ 101,00 (saldo devedor do 1º mês) 
R$ 101,00 x 1,02 = R$ 103,02 (saldo devedor do 2º mês) 
R$ 103,02 x 1,04 = R$ 107,14 (saldo devedor no 3º mês) 
Neste caso o devedor, comparativamente com empréstimo pré-fixado, fez um mau negócio. No 
entanto, poderia ter ocorrido o inverso e o credor receberia então um valor menor. 
TEMA 6 - JUROS DE MORA 
São juros determinados em contrato e representam os juros que serão aplicados ao saldo 
devedor após o tomador se tornar inadimplente, ou seja, deixar de pagar na data do vencimento. 
No exemplo acima calculamos que ao final de 3 meses o devedor terá que pagar 
R$ 107,14. Suponhamos que tenha ocorrido um atraso no pagamento no final e 
que o contrato prevê uma cláusula de juros de mora de 3% ao mês. 
Se o empréstimo não for pago em dia o cálculo do saldo devedor será o seguinte: 
R$ 107,14 * 1,03= R$ 110,35, em função do juro de mora.
Módulo 2- Mercado Financeiro 
43 
TEMA 7 - CUSTO EFETIVO TOTAL - CET 
O CET representa o custo total de uma operação (empréstimo ou financiamento) e deve ser 
informado ao cliente pela instituição financeira antes da concretização do negócio e em 
qualquer outro momento, caso requerido pelo cliente. 
O CET deve constar dos informes publicitários das instituições quando forem veiculadas ofertas 
específicas (com divulgação da taxa de juros cobrada, do valor das prestações etc.). 
• Representado pela taxa efetiva calculada em função do valor liquido 
liberado ao devedor. 
• Expresso na forma de taxa percentual anual. 
• Inclui a taxa nominal do empréstimo (taxa de juros), as tarifas, o seguro, 
os tributos e outras despesas. 
Supondo um empréstimo de R$ 1.000,00 e que a soma de todas as tarifas e tributos seja R$ 
100,00. O valor a ser liberado é de R$ 900,00. A taxa nominal comunicada é de 1% ao mês, a 
taxa efetiva será calculada da seguinte forma: 
Calculando a prestação de um empréstimo de R$ 1.000,00 a uma taxa nominal de 1% ao mês 
teremos 12 parcelas de R$ 88,85. Ocorre que, conforme demonstrado acima, foram liberados 
somente R$ 900 e a prestação permanece a mesma. 
Utilizando uma planilha de cálculo ou uma calculadora financeira científica iremos observar 
que o CET é de 2,71% ao mês e não 1% ao mês. 
Abaixo demonstramos com chegar a esse número utilizando uma calculadora 
HP 12 C: 
Para calcular a prestação: 
• 1000 Clicar CHS e clicar PV 
• 12 clicar “n” = numero de parcelas 
• 1 clicar “i” taxa do financiamento 
• PMT = 88,85 = valor da parcela 
Para calcular CET: Teremos agora que utilizar a parcela (PMT) de R$ 88,85, só 
que para encontramos o CET teremos que utilizar o valor recebido de R$ 900,00. 
• 88,85 Clicar ENTER clicar PMT 
• 12 clicar “n” 900 clicar CHS clicar PV 
• Clicar “i” o resultado apresentado foi de: 2,71% 
• CET = 2,71% 
Qual a finalidade do CET?
Curso Preparatório Correspondentes no País 
44 
Conhecendo previamente o custo total da operação de crédito fica mais fácil para o cliente 
comparar as diferentes ofertas de crédito feitas pelas instituições do mercado, o que gera 
maior concorrência entre essas instituições. 
O CET deve incluir todos os fluxos financeiros envolvidos na operação como: 
taxa de juros, tarifas cobradas, tributos que incidem sobre a operação 
e serão arcados pelo Cliente tomador do empréstimo, custos de seguros 
incluídos para garantir o bem financiado, despesas de registros cobradas, 
bem outras despesas que serão arcadas pelo cliente. 
Crédito pessoal de R$ 10.000,00 - Apresentado ao cliente o plano de pagamento 
de 12 parcelas de R$ 1.000,00. 
• A taxa nominal de um plano deste é de 2,923% ao mês. 
No entanto, após apurados todos os custos de tributos, seguros, registros, tarifas, 
no valor de R$1.000,00) será liberado ao cliente o valor líquido de R$9.000,00 
(R$10.000,00 – R$1.000,00). 
• Note que mudou o valor liberado, mas o valor da parcela permaneceu o 
mesmo. 
Temos então que recalcular os juros, pois o valor liberado diminuiu, mas as 
parcelas continuam as mesmas. Logo, a taxa de juros aumentou. 
• Neste caso a taxa efetiva foi para 4,73% ao mês. 
O que deve ser apresentado como CET ao potencial tomador do empréstimo é a 
taxa de 4,73% e não 2,923% ao mês, como inicialmente foi calculado. 
Assim, o cliente poderá comparar este custo, nas mesmas bases, com o CET ofertado pela 
concorrência e decidir pela melhor oferta. 
A Instituição Financeira deve comprovar que deu ciência ao cliente do CET.
Módulo 2- Mercado Financeiro 
45 
Estudo de caso: 
Um banco faz um empréstimo pessoal de R$ 1.000,00 que deve ser devolvido em 5 prestações 
mensais iguais de R$ 221,48. Sabendo-se que o banco cobra IOF de 0,2% a.m sobre as prestações, 
antecipadamente, calcular a taxa de juros real do empréstimo. 
Resolução: 
Se o banco cobra 0,2% a.m. antecipadamente e sobre as prestações, em 5 meses teremos um 
IOF de 1%. Portanto, a quantia líquida recebida no ato é de: 
P = 1.000 – (221,48 x 5 x 0,01) 
P = 1.000 – 11,07 = 988,93 
Temos: 988,93 = 4,465098 
221,48 
Calculando obtemos: 3,90% a.m. 
Sabemos que na composição do Custo Efetivo Total devem ser incluídos os impostos. E quais 
são os impostos que afetam a atividade financeira e o custo dos empréstimos e financiamentos? 
Veremos a seguir. 
TEMA 8 – IMPOSTOS E TAXAS 
ISS - IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS EM QUALQUER NATUREZA 
Não incide ISS sobre o valor intermediado no mercado de títulos e valores mobiliários, o valor 
dos depósitos bancários, o principal, os juros e acréscimos moratórios relativos a operações de 
crédito realizadas por instituições financeiras. 
A incidência do ISS ocorre sobre os serviços prestados pelas Instituições Financeiras. Listamos 
abaixo alguns deles: 
Serviços de Instituições Financeiras Tributados pelo ISS 
• Administração de fundos quaisquer, de consórcio, de cartão de crédito. 
• Abertura de contas em geral, inclusive conta corrente e caderneta de poupança. 
• Locação e manutenção de terminais eletrônicos, de terminais de atendimento. 
• Cadastro e elaboração de ficha cadastral. 
• Acesso, movimentação e consulta a contas em geral. 
• Emissão, alteração, cessão, substituição, cancelamento e registro de contrato de 
crédito; estudo, análise e avaliação de operações de crédito e serviços relativos à 
abertura de crédito, para quaisquer fins; 
• Arrendamento mercantil (leasing). 
• Serviços relacionados a cobranças, recebimentos ou pagamentos em geral, de títulos 
quaisquer. 
• Serviços relacionados a crédito imobiliário.
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46 
IOF – Imposto sobre Operação Financeira 
É um tributo com função predominantemente extrafiscal, voltado para o controle da política 
monetária, mas com significativo incremento na arrecadação. 
Incide, dentre outros, sobre operações de crédito realizadas pelas instituições Financeiras, 
quando observado o seguinte: 
• Operações de crédito, a sua efetivação pela entrega total ou parcial do montante 
ou do valor que constitua o objeto da obrigação, ou sua colocação à disposição do 
interessado. 
• Operações relativas a títulos e valores mobiliários, a emissão, transmissão, pagamento 
ou resgate destes na forma da lei aplicável. 
• Base de Cálculo. 
• Operações de crédito, o montante da obrigação, compreendendo o principal e os juros. 
• Operações relativas a títulos e valores mobiliários: 
• Na emissão o valor nominal mais o ágio, se houver. 
• Na transmissão, o preço ou o valor nominal ou o valor da cotação em bolsa, conforme 
a lei. 
• No pagamento ou resgate, o preço. 
As alíquotas são administradas de acordo com as estratégias de política monetária. 
Podem ser alteradas para maior, caso a autoridade monetária entenda que deva encarecer os 
empréstimos e desestimular o avanço das operações de crédito. 
Caso deseje estimular a expansão do crédito a alíquota será reduzida. 
TEMA 9 - SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO 
ANUIDADES E AMORTIZAÇÕES – FLUXO DE CAIXA 
Chama-se fluxo de caixa a sucessão de pagamentos e/ou de recebimentos (termos do fluxo) 
prevista, período a período, associada a uma anuidade ou amortização. 
É importante observar que, neste caso, anuidade é termo técnico não correspondendo, 
necessariamente, ao período de um ano. 
Quando a série de entradas e saídas de caixa: 
• se destinada a constituir um capital, denomina-se anuidade; 
• se destinada ao pagamento de uma dívida, toma o nome de amortização. 
Exemplo 
Quando você adquire um imóvel “na planta”, a quantia que se paga antes 
do recebimento das chaves visa formar uma poupança (anuidade) e as 
prestações pagas após a obtenção do financiamento tem o objetivo de 
liquidar a dívida (amortização).
Módulo 2- Mercado Financeiro 
47 
Em Matemática Financeira, essa sucessão de eventos é objeto de classificação bastante ampla. 
Para facilitar a visualização utilizamos a representação gráfica chamada “diagrama de tempo” 
ou “diagrama do fluxo de caixa”, no formato a seguir: 
Entrada de Caixa 
0 1 2 3 4 5 6 
(sem escala) 
Saídas de Caixa 
tempo 
PRESTAÇÕES 
Uma coisa muito comum na vida de todos nós são as prestações. 
Denomina-se prestação a cada termo de uma série de pagamentos ou recebimentos. 
Para cálculo das prestações existem várias metodologias. A seguir iremos descrever as principais 
metodologias adotadas no mercado financeiro. 
PAGAMENTO ÚNICO 
O devedor paga o Montante = Capital + Juros compostos da dívida em um único pagamento ao 
final de n períodos. O Montante pode ser calculado pela fórmula: 
M = C (1+i)n 
Uso comum: Letras de câmbio, Títulos descontados em bancos, Certificados a prazo fixo com 
renda final. 
SISTEMA DE PAGAMENTOS VARIÁVEIS 
O devedor paga periodicamente valores variáveis de acordo com a sua condição e de acordo 
com a combinação realizada inicialmente, sendo que os juros do saldo devedor são pagos 
sempre ao final de cada período. 
Uso comum: Cartões de Crédito.
Curso Preparatório Correspondentes no País 
48 
SISTEMA AMERICANO 
O devedor paga o Principal em um único pagamento no final e no final de cada período realiza 
o pagamento dos juros do Saldo devedor do período. 
No final dos períodos o devedor paga também os juros do período. 
SISTEMA DE AMORTIZAÇÕES CONSTANTES (SAC) 
O devedor paga o Principal em n pagamentos sendo que as amortizações são sempre constantes 
e iguais. 
Uso comum: Sistema Financeiro da Habitação - SFH 
SISTEMA DA TABELA PRICE (SISTEMA FRANCÊS) 
O sistema da tabela Price é utilizado em financiamentos pagos com prestações constantes. 
É o caso dos financiamentos de compra de automóveis, em que o comprador paga o valor do 
veículo em um determinado número de prestações iguais. 
Todas as prestações (pagamentos) são iguais. A diferença para o sistema de amortizações 
constantes é que na Tabela Price a amortização vai aumentando com o passar dos períodos. 
Uso comum: Financiamentos em geral de bens de consumo. 
SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO MISTO (SAM) 
Cada prestação (pagamento) é a média aritmética das prestações respectivas no Sistema Price 
e no Sistema de Amortização Constante (SAC). 
Uso comum: Financiamentos do Sistema Financeiro da Habitação – SFH 
SISTEMA ALEMÃO 
O sistema Alemão consiste em liquidar uma dívida onde os juros são pagos antecipadamente 
com prestações iguais, exceto o primeiro pagamento que corresponde aos juros cobrados no 
momento da operação financeira. É necessário conhecer o valor de cada pagamento (P) e os 
valores das amortizações.
Módulo 2- Mercado Financeiro 
49 
Exercícios 
Instruções: 
1. Este exercício tem o objetivo de consolidar sua aprendizagem. 
2. Verifique suas respostas, no Gabarito para concluir sua autoavaliação 
da aprendizagem. 
3. Retorne ao conteúdo sempre que necessário para reforçar sua 
aprendizagem. 
QUESTÃO 01 
Com relação aos riscos presentes no mercado financeiro associe-os a sua respectiva 
caracterísitica: 
A. Risco de Crédito ( ) Contrato 
B. Risco Operacional ( ) Falha no Sistema 
C. Risco de Mercado ( ) Sem clientes ou compradores 
D. Risco Legal ( ) “Calote” ou atraso no pagamento 
E. Risco de Liquidez ( ) Preço ou dificuldade de vender 
QUESTÃO 02 
Associe corretamente os mecanismos no processo de lavagem de dinheiro à sua 
descrição: 
A. Ocultação ( ) Empreendimento de fachada. 
B. Integração ( ) Utilização de “paraísos fiscais”. 
C. Colocação ( ) Depósitos em “contas fantasmas. 
QUESTÃO 03 
Por decisão do governo a economia sofreu um ajuste, provocando oscilações 
para baixo nos preços de alguns ativos. Nesta situação, qual o tipo de risco mais 
caracterizado ao evento para as empresas que investiram nos ativos que sofreram 
este impacto? 
A. ( ) Risco de Crédito 
B. ( ) Risco de Mercado 
C. ( ) Risco de Liquidez 
D. ( ) Risco de Reputação
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50 
QUESTÃO 04 
Assinale abaixo a alternativa que melhor contemple uma situação incidente de risco 
operacional. 
A. ( ) Atraso na liquidação do pagamento de um empréstimo pelo cliente devedor. 
B. ( ) Perda financeira por conta de interferência do governo no mercado. 
C. ( ) Dificuldade na venda de mercadorias por falta de interesse do mercado. 
D. ( ) Não lançamento dos créditos dos salários na conta-corrente dos funcionários 
de uma empresa. 
QUESTÃO 05 
Qual o montante de um capital de R$15.000,00 em 6 meses, rendendo a uma taxa 
mensal de 5%, no regime de juros simples? 
A. ( ) R$4.500,00 
B. ( ) R$45.000,00 
C. ( ) R$3.000,00 
D. ( ) R$19.500,00 
QUESTÃO 06 
Associe o tipo de taxa de juro à sua respectiva definição. 
A. Taxa Equivalente ( ) Juros simples. 
B. Taxa Proporcional ( ) Taxa nominal menos a taxa de inflação. 
C. Taxa Real ( ) Juros compostos. 
QUESTÃO 07 
Associe os tipos de sistemas de amortização às suas características. 
A. Sistema americano ( ) Cada prestação é a média aritmética 
da prestação do Price e do SAC 
B. Sistema de Amortizações Constantes. ( ) Prestações iguais sendo que a 
amortização aumenta com o passar 
dos períodos. 
C. Sistema da Tabela Price ( ) O principal é pago em um único 
pagamento no final e os juros do saldo 
devedor ao final de cada período. 
D. Sistema de Amortização Misto ( ) As amortizações sempre iguais.
Módulo 2- Mercado Financeiro 
51 
QUESTÃO 08 
Assinale a alternativa CORRETA sobre o Custo Efetivo Total – CET. 
A. ( ) As taxas e despesas de contratação devem ser excluídos do seu cálculo. 
B. ( ) Deve ser apresentado na forma de taxa percentual mensal. 
C. ( ) Na veiculação de ofertas específicas pela instituição é dispensadao mencionar 
o CET nos informes publicitários. 
D. ( ) O conhecimento prévio do CET pelo Cliente gera maior concorrência no 
mercado. 
QUESTÃO 09 
Considerando os juros compostos, com relação a um empréstimo concedido a uma 
taxa de 3% ao mês é correto afirmar que a taxa de operação será: 
A. ( ) Igual a 3% ao mês. 
B. ( ) Menor que 18% ao semestre. 
C. ( ) Maior que 36% ao ano. 
D. ( ) Será igual a 6% ao bimestre. 
QUESTÃO 10 
Em relação ao sistema de capitalização, é correto afirmar sobre a taxa de juros: 
A. ( ) A taxa anual, para efeito de juros compostos, é igual a doze vezes a taxa 
mensal. 
B. ( ) A taxa anual, para efeito de juros simples, é igual a média simples das doze 
taxas mensais. 
C. ( ) A taxa semestral, para efeito de juros simples é igual a seis vezes a taxa 
mensal. 
D. ( ) A taxa semestral, para efeito de juros compostos, é igual a taxa mensal 
dividida por seis. 
QUESTÃO 11 
A instituição financeira pode recusar recebimento de cheques para pagamentos 
desde que: 
A. ( ) Divulgue esta informação nas suas dependências e onde os produtos são 
ofertados. 
B. ( ) Obtenha autorização do Banco Central. 
C. ( ) Observe o cliente e constate a possibilidade de não quitação do cheque. 
D. ( ) A conta ou prestação esteja atrasada para quitação.
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52 
QUESTÃO 12 
O promotor de um Correspondente, ao perceber uma operação suspeita ou ilegal no 
interior do seu estabelecimento deve imediatamente: 
A. ( ) Contatar a Ouvidoria do Banco Central para efetuar reclamação. 
B. ( ) Ligar para a Polícia Federal e registrar a ocorrência. 
C. ( ) Comunicar ao COAF. 
D. ( ) Relatar ao gerente ou responsável de seu estabelecimento para que este 
autorize, ou não, a operação.
Módulo 2- Mercado Financeiro 
53 
Gabarito das Respostas das Atividades 
de Autoavaliação 
Verifique as respostas e comentários sobre as atividades de autoavaliação 
apresentadas no final deste módulo. 
Para melhor aproveitamento do seu estudo confira suas respostas somente 
após sua participação na resposta de todas as atividades propostas. 
Sempre que necessário retorne ao conteúdo e faça uma revisão do tema 
abordado, esta medida facilitará sua aprendizagem. 
Questão Resposta correta 
01 D, B, E, A, C 
02 B, C, A 
03 C 
04 D 
05 D 
06 B, C, A 
07 D,C,A,B 
08 D 
09 C 
10 C 
11 A 
12 C
PARABÉNS! 
VOCÊ CHEGOU AO FINAL DO MÓDULO2
Módulo sobre riscos e mercado financeiro

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Módulo sobre riscos e mercado financeiro

  • 1. 2h 1h/d 2014 Curso Preparatório Correspondente no País Módulo 2 - Mercado Financeiro
  • 2.
  • 3. 2h 1h/d 2014 Curso Preparatório Correspondente no País Módulo 2 - Mercado Financeiro
  • 4. Copyright © UniCorreios 2014 – Direitos cedidos por C.A.M. Bergo Agente Autônomo de Investimento EPP Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem prévia autorização da UniCorreios. Uso exclusivamente interno para os empregados. B499c Bergo, César Augusto Moreira. Curso Preparatório Certificação Profissional Correspondentes no País / César Augusto Moreira Bergo. -1.ed. – Brasília : UniCorreios, 2014. 56p.: il. Módulo 2 – Mercado Financeiro Inclui bibliografia somente no Módulo 4 1. Mercado financeiro. 2. Riscos. 3.Combate à lavagem de dinheiro. 4. Matemática financeira. CDU: 336.71 Ficha catalográfica elaborada pela biblioteca da UniCorreios. UniCorreios - Universidade dos Correios Gerência de Educação a Distância Projeto de Certificação de Correspondente no País Design educacional: Gilson Borges Espíndola Apoio ao Design educacional: Michelle Maria de Souza Lopes Sergio Ferreira Louredo dos Reis Diagramação/Ilustração: Alexsandro de Brito Almeida Ana Carolina de Freitas Alves Isis Florencio de Albuquerque Cavalcante Mila Guimarães Costa Revisão final: C.A.M. Bergo Agente Autônomo de Investimento EPP © Edição de julho/2014
  • 5. Sumário LIÇÃO 1 - RISCO ................................................................... 5 TEMA 1 - RISCO .................................................................................. 5 TEMA 2 – RISCO DE CRÉDITO .................................................................. 9 TEMA 3 – RISCO DE MERCADO .............................................................. 15 TEMA 4 – RISCO OPERACIONAL ............................................................. 16 TEMA 5 – RISCO DE IMAGEM (REPUTAÇÃO) ............................................... 20 TEMA 6 - RISCO LEGAL ....................................................................... 21 TEMA 7 - RISCO DE LIQUIDEZ ............................................................... 22 TEMA 8 - RELAÇÃO RISCO RETORNO ...................................................... 22 TEMA 9 - PREVENÇÃO DE RISCOS NA CONTRATAÇÃO DE OPERAÇÕES .............. 23 LIÇÃO 2 - PREVENÇÃO E COMBATE A LAVAGEM DE DINHEIRO .......... 25 TEMA 1 – AFINAL, O QUE VEM A SER LAVAGEM DE DINHEIRO? ....................... 25 TEMA 2 – PARAÍSOS FISCAIS E CRIME ....................................................... 27 TEMA 3 – MECANISMOS NO PROCESSO DE LAVAGEM DO DINHEIRO .................. 28 TEMA 4 – OS AGENTES ENVOLVIDOS E AS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS ............. 30 LIÇÃO 3 - MATEMÁTICA FINANCEIRA ......................................... 33 TEMA 1 - COMPONENTES DA FÓRMULA ................................................... 33 TEMA 2 - JUROS SIMPLES .................................................................... 35 TEMA 3 - JUROS COMPOSTOS .............................................................. 37 TEMA 3 - TAXA DE JURO NOMINAL, REAL E EFETIVA ................................... 40 TEMA 4 - TAXA DE JUROS EQUIVALENTES E TAXA DE JUROS PROPORCIONAIS .... 41 TEMA 5 - JUROS PRÉ E PÓS-FIXADOS ..................................................... 42 TEMA 6 - JUROS DE MORA .................................................................. 42 TEMA 7 - CUSTO EFETIVO TOTAL - CET .................................................. 43 TEMA 8 – IMPOSTOS E TAXAS ............................................................... 45 TEMA 9 - SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO .................................................... 46
  • 6.
  • 7. Módulo 2- Mercado Financeiro 7 – Guia do participante LIÇÃO 1 - RISCO TEMA 1 - RISCO Conceito O conceito de risco é simples: é a incerteza de alcançar o objetivo esperado, em um dado período de tempo. Mas existem aspectos que envolvem a análise de risco, que nos leva a criar medidas (parâmetros) para a qualificação (classificação) e quantificação (mensuração) dos riscos envolvidos nas atividades do mercado financeiro. Assim, a existência de um risco é caracterizada pela simples ameaça de um evento ou de uma ação afetar de forma adversa os objetivos traçados pela organização e prejudicar o retorno dos investimentos dos clientes e acionistas de uma instituição financeira. Os riscos decorrem da possibilidade de materialização das ameaças e, também, do não aproveitamento de oportunidades. De maneira geral, o risco é representado por possíveis ameaças ao capital, à liquidez e à rentabilidade esperada. Podemos dizer então que os bancos somente concederiam créditos, sem efetuar a competente análise, se não houvesse o risco de inadimplência, o que não ocorre em termos reais. Portanto, o risco é inerente à atividade bancária e ao crédito, em particular. Conhecer os riscos e suas causas diminui em muito a inadimplência.
  • 8. Curso Preparatório Correspondentes no País 8 A gestão do risco é o processo de identificação, análise e prevenção de riscos e envolve eventos presentes em todos os setores da economia sejam comerciais, industriais, financeiros ou de serviços, sempre baseada no estabelecimento de cenários que, por convenção, são classificados em: pessimistas, conservadores e otimistas. A técnica estatística se faz presente mediante a utilização de medidas de probabilidade, com destaque especial para o desvio padrão 1. Podemos afirmar que, quanto maior o número de variáveis envolvidas, maior é a complexidade do cálculo do cenário de riscos e quanto maior o número dos dados utilizados maior será a sua precisão. As instituições somente concederiam CRÉDITO se não houvesse risco de inadimplência, o que não ocorre em termos reais. RISCO É a INCERTEZA de alcançar certa rentabilidade esperada, em um dado período. Capital Liquidez Rentabilidade Possíveis Ameaças Qual é o risco de um evento ocorrer? Para responder esta pergunta temos que ter domínio de um número de variáveis que não seja tão extenso, que possa dispersar o resultado e que não seja tão escasso que não medirá adequadamente o risco desejado. A mensuração (medição) de risco é uma matéria que não segue uma receita pronta e varia de uma instituição para outra. Por exemplo: um banco especializado na concessão de crédito imobiliário estará mais suscetível ao risco proporcionado pelo setor da construção civil. É importante exercitar e aprimorar as técnicas de mensuração de risco e, a cada evento, realizar a análise dos erros cometidos. Podemos notar que a “Gestão de Risco” não é um processo estático e, sim, um processo contínuo e dinâmico de atividades integradas, pelas quais a administração (alta gerência), com o suporte dos responsáveis pelos processos de negócio, busca reduzir ao mínimo o impacto de potenciais riscos. 1 Desvio padrão é a medida mais comum da dispersão estatística. Ele mostra o quanto de variação ou “dispersão” existe em relação à média (ou valor esperado).
  • 9. Módulo 2- Mercado Financeiro 9 Apresentamos na imagem abaixo os principais riscos presentes no mercado financeiro: LEGAL OPERACIONAL CRÉDITO MERCADO LIQUIDEZ RISCO IMAGEM TEMA 2 – RISCO DE CRÉDITO O risco de crédito está presente em todas as operações de empréstimos ou de financiamentos. Neste caso ele é representado pela incerteza de que o tomador de crédito irá efetuar a liquidação de seus compromissos, assumidos através de um contrato. O que é um contrato? Contrato é um acordo onde uma parte assume compromissos com outra. O risco de crédito é um risco-chave e crítico para os bancos, uma vez que pode gerar impacto negativo em curto prazo nos resultados operacionais. Portanto, podemos afirmar que é um risco inerente às operações de crédito. Sabemos que uma das funções essenciais dos bancos é efetuar empréstimos e financiamentos, razão pela qual grande parte dos ativos bancários é formada pelas operações de crédito, consideradas as diversas modalidades existentes.
  • 10. Curso Preparatório Correspondentes no País 10 Qual é o risco de um banco não receber o valor de um empréstimo ou financiamento concedido na data e condições acordadas? Sem efetuar qualquer análise das variáveis existentes, poderíamos dizer que o risco seria de 50% para que o tomador não efetuasse o pagamento e 50% para que a liquidação acontecesse. A situação seria traduzida nos seguintes termos: um determinado tomador me solicita um empréstimo e sem qualquer análise concedo o recurso, mesmo sem melhor conhecê-lo. O risco de receber é o mesmo de não receber, ou seja, o devedor, da mesma forma que solicitou o empréstimo e o recebeu, poderá voltar e efetuar o pagamento. Como, também, poderá não voltar. Em função disso, é importante saber que crédito não é somente confiança. A concessão de crédito envolve um estudo sério de probabilidades, onde são levadas em consideração, estudadas, avaliadas e ponderadas diversas variáveis do tomador com a finalidade de medir o risco de não recebermos os recursos emprestados. Risco de crédito é a possibilidade do não recebimento do total ou de parte dos recursos a que se tem direito, ou do seu recebimento fora do prazo e/ ou sem observância das condições pactuadas. Para que possamos antever os riscos, devemos considerar os aspectos subjetivos e objetivos na análise de crédito, como segue: Análise de crédito Aspectos Subjetivos Aspectos Objetivos Tradição Análise econômico-financeira Idoneidade Adequação do fator risco/retorno Histórico de mercado Análise do desempenho e das perspectivas futuras do setor de atividade
  • 11. Módulo 2- Mercado Financeiro 11 PESSOA FÍSICA – ANÁLISE DO CRÉDITO Vamos agora aprofundar os aspectos que devem ser considerados por ocasião de uma boa análise para a concessão de um empréstimo a pessoa física. Análise do Crédito – Pessoa Física Informações Subjetivas Informações Objetivas Ramo de atividade que atua como empregado e/ou profissional liberal Renda Mensal/Anual (atividade regular). Profissional liberal: Principais clientes e tipo de relação (eventual ou contratual – Se contratual períodos etc.), valor e Outras rendas (eventuais e regulares). vencimento dos contratos, tempo de relação com os Clientes. Estado Civil e número de Dependentes. Aplicações (Classificadas por tipo e valor). Referências Bancárias. Bens imóveis (com e sem ônus): Localização, Avaliação de mercado. Referências Comerciais. Bens móveis (com e sem ônus): Avaliação de mercado. Tempo no emprego ou atividade. Imóvel locado: valor da locação e tempo de residência. Seguro: Tipo e valor da cobertura. Outros bens (Declaração de Imposto de Renda). Cada uma das variáveis analisadas, a partir do seu detalhamento, contribui para gerar um indicador (um score, ou uma pontuação). Informação Objetiva Vamos considerar a variável: “Tempo no emprego ou atividade”: • Podemos estabelecer uma escala numérica em função do tempo que o potencial tomador do crédito possui no emprego ou atividade. • Atribuímos para cada nível da escala uma pontuação. • Ao final essa pontuação pode ser ponderada pela importância que poderá ter na composição final do risco. • Assim de forma sucessiva realizamos a mesma operação em relação a cada variável objetiva. Utilizamos essa metodologia também para efetuarmos a ponderação das variáveis subjetivas.
  • 12. Curso Preparatório Correspondentes no País 12 Informação Subjetiva Vamos considerar a variável: “Ramo de atividade em que atua”: • Não é possível estabelecer uma escala de pontuação objetiva, atribuir uma nota e peso para essa variável, no entanto, podemos utilizar informações de análise de mercado e constatarmos qual a situação atual e as perspectivas para o ramo de atividade que atua o analisado. • Caso a situação atual seja boa e as perspectivas positivas se mantenham, podemos aumentar os pontos para o calculo do risco do analisado. • Como tratamos de futuro e como, no nosso exemplo, a renda do analisado depende da situação atual e perspectivas do seu ramo de atividade, talvez possamos utilizar uma pontuação elevada para ponderação. • Caso ocorra o inverso, ou seja, o ramo de atividade com situação atual e perspectiva ruim, por conservadorismo podemos reduzir a pontuação com maior intensidade. E assim, sucessivamente, vamos efetuando a analise de cada variável e fazendo as ponderações cabíveis. Ao final, trabalhando numa escala de pontuações e pesos, chegamos a uma nota final que representará o risco de crédito, que representará a probabilidade do tomador pagar ou não o compromisso a ser assumido. Cabe ao gestor de crédito determinar qual o nível de risco de crédito que deseja correr, dada à característica de agressividade ou de conservadorismo da sua Instituição. Vale lembrar que as duas extremidades podem determinar a quebra de uma instituição financeira: agressividade demais e conservadorismo demais. Cabe sempre o equilíbrio. PESSOA JURÍDICA – ANÁLISE DO CRÉDITO Para uma empresa ou entidade de personalidade jurídica analisamos as informações: • Do “Balanço Patrimonial” 2 e da “Demonstração de Resultados” 3 de pelo menos os últimos três exercícios; • Do Fluxo de Recursos e do Fluxo de Caixa; e • Da Ficha Cadastral. O objetivo é definir o risco de crédito do tomador, seja pessoa física ou jurídica, seja empresa de pequeno ou grande porte. Portanto, o risco de crédito caracteriza-se pela perda da parte ou da totalidade do principal acrescido dos juros contratuais. 2 O balanço patrimonial é uma demonstração contábil que tem por finalidade apresentar a posição contábil, financeira e econômica de uma organização em determinada data, representando uma posição estática (posição ou situação do patrimônio em determinada data). 3 A demonstração do resultado do exercício oferece uma síntese financeira dos resultados operacionais e não operacionais de uma organização em certo período.
  • 13. Módulo 2- Mercado Financeiro 13 Esse tipo de risco é comum nas instituições financeiras. Cabe salientar que no mercado financeiro, as operações envolvendo os títulos públicos federais são consideradas “livres de risco”, uma vez que é considerada remota a hipótese de ocorrer o não pagamento de obrigações por parte do Tesouro Nacional, já que implicaria na falência do País. Títulos Públicos Federais = Livres de Risco! GERENCIANDO RISCO DE CRÉDITO Como estudamos até aqui, a utilização da boa técnica bancária na concessão do crédito é fundamental para a redução e administração do risco de crédito. Algumas medidas preventivas podem ser adotadas, entre as quais destacamos: • Não concentração dos créditos concedidos em um pequeno número de tomadores ou setor econômico; • Observância da capacidade de pagamento dos proponentes; e • Vinculação de garantias suficientes. O gestor da carteira de crédito de uma instituição financeira, por exemplo, deve adotar critérios que apontem para capacidade de pagamento do tomador de crédito. Esta análise pode ser feita com base em dados obtidos: • Internamente: conduzida pelo comitê de crédito da instituição financeira; e/ou • Externamente: utilizando a classificação de risco de agências especializadas. Outro aspecto a ser considerado pelos gestores de risco está relacionado com a insegurança jurídica em relação aos contratos de crédito. Ao colocar em risco o recebimento dos valores pactuados ou prolongar excessivamente sua cobrança judicial, o referido aspecto pode provocar a retração na oferta de crédito e aumenta o spread 4, eis que pressiona os custos administrativos dos bancos - área jurídica e de avaliação de risco de crédito – e reduz a certeza de recebimento do empréstimo, mesmo numa situação de contratação de garantias, pressionando o prêmio de risco, ou seja, a taxa adicional para cobertura de não pagamentos embutida no spread. 4 Spread: é a diferença entre o custo de captação dos bancos, representado pela taxa de remuneração dos investimentos, e a receita obtida pelos bancos, representada pela taxa de juros cobrada nas operações de empréstimos.
  • 14. Curso Preparatório Correspondentes no País 14 A seguir citamos algumas medidas adotadas pelo poder público para reduzir o risco de inadimplência, bem como os custos associados à morosidade da cobrança judicial: Medidas do poder público para redução de inadimplência e custos 1) Aprovação do crédito consignado em folha de pagamento. 2) Aprovação da nova Lei de Falências e de alterações no Código Tributário Nacional. 3) Criação da Cédula de Crédito Bancário. 4) Ampliação da alienação fiduciária em garantia. 5) Estímulo ao microcrédito e às cooperativas de crédito. 6) Reforma do Judiciário. RISCO DE CRÉDITO: DICAS 1) Tenha uma carteira de cliente diversificada. 2) Analise a ficha cadastral do cliente com critério e objetividade. 3) Analise a performance temporal do cliente nos últimos anos. 4) Solicite garantias reais. 5) Seja racional e impessoal na análise das informações. 6) Na dúvida não conceda o crédito. Risco de Crédito Analise a partir das informações da Ficha Cadastral para mensurar o fator de risco. É fundamental utilizar a capacidade financeira para avaliação do risco de crédito, entre outras variáveis. Possibilidade de “Calote” por parte do tomador de empréstimo ou financiamento.
  • 15. Módulo 2- Mercado Financeiro 15 TEMA 3 – RISCO DE MERCADO O risco de mercado está relacionado à oscilação dos preços dos ativos em seus respectivos mercados de negociação e pode ser dividido em quatro grandes áreas: RISCO DE MERCADO Risco de preço de commodities Risco de Risco de preço taxa de câmbio Risco de taxa de juros A oscilação nos preços dos ativos pode ser causada por eventos ligados ao mercado como um todo ou ao segmento econômico no qual a empresa está inserida. A teoria financeira considera perda a simples constatação de que houve uma queda no valor de mercado de determinado ativo, apurado pelo procedimento de “Marcação a Mercado” 5 . Daí a necessidade de se desenvolver metodologias de controle e mensuração para o risco de mercado, com o objetivo de reduzi-lo. Portanto, sabemos que o risco de mercado depende de vários fatores, entre eles: Fatores que podem interferir no risco de mercado Ocorrências impactantes na economia local e internacional. Decisões de política econômica do governo, que podem afetar a concessão de créditos. Decisões de política monetária que podem retirar dinheiro de circulação, resultando em alta da taxa de juros. Também pode ocorrer o contrário: haver uma grande circulação de moeda, resultando na baixa da taxa de juros. Alterações na política cambial, com oscilações na taxa de câmbio. Mudanças no cenário político e econômico mundial, com riscos geopolíticos específicos de cada país. Questões legais, regulatórias e tributárias específicas de um país. Com tais acontecimentos, a capacidade de pagamento do devedor pode ser influenciada. Para adaptarmos a análise de riscos de mercado à nossa realidade precisamos elencar todas as variáveis que estão influenciando a situação do mercado no momento e avaliar quais são os riscos dessas variáveis influenciarem positivo ou negativamente o futuro. Uma análise ponderada e qualificada dará o contorno esperado para o mercado, que deverá influenciar na ponderação do risco global para efeito de efetivação de futuras operações financeiras. 5 Marcação a Mercado consiste no procedimento de registrar, contabilmente, o valor do ativo pelo efetivo valor de mercado, atualizado diariamente.
  • 16. Curso Preparatório Correspondentes no País 16 O risco de mercado é conhecido também como risco sistêmico e é resultante de problemas que uma ou mais instituições passam a enfrentar e que podem afetar negativamente o seu segmento de atuação, por transmitir dificuldade a outras empresas, impedindo até mesmo sua operacionalidade no mercado em que atua. O Banco Central (como agência reguladora) poderá efetuar intervenção para evitar um colapso. RISCO DE MERCADO Possibilidade de variação no preço de ativos capaz de afetar a capacidade de pagamento do tomador de empréstimos ou financiamentos bancários. TEMA 4 – RISCO OPERACIONAL Definição de Risco Operacional “É o risco de perdas resultantes de processos internos inadequados ou defeituosos, pessoal, sistema ou como resultado de acompanhamentos externos.” É a possibilidade de prejuízo pelo não retorno de um investimento decorrente de problemas operacionais da instituição financeira. Veja a explicação na tabela a seguir: TIPO DE PERDA Valor do prejuízo? Exemplo Perda Econômica • Tangível; • Quantificado contabilmente em moeda corrente. Falha em serviço que propiciou uma transferência indevida de recursos para terceiros. Perda Não Econômica • Intangível; • Quantificado de forma abstrata; • Reflete uma perda de confiança no conceito da instituição financeira. Instabilidade no sistema de internet banking provocando insatisfação perante a clientela.
  • 17. Módulo 2- Mercado Financeiro 17 Os bancos são obrigados a possuir estrutura de gerenciamento desse tipo de risco, que embasa sua análise nos seguintes indicadores: Fraude • Interna • Externa Indicadores do Risco Operacional Irregularidades • Procedimentos • Rotinas • Controle Falha no Sistema • Equipamentos • Programas Erro/Falha Humana Como podemos notar, o risco operacional está presente em toda a atividade humana e decorre de falhas e irregularidades, intencionais (dolo ou má-fé) ou não (omissão, negligência e imprudência), de responsabilidade dos diversos agentes do processo de negócio. Na condução do trabalho de prevenção do risco operacional devemos considerar os seguintes aspectos: Cada Instituição possui 1. Característica própria e atende a um determinado tipo de mercado. 2. Estrutura administrativa e de tecnologia própria (particular). 3. A sua maneira de efetuar seus controles internos. Na maioria das vezes o risco legal e o risco de imagem são consequências de um risco operacional. a inclusão indevida de um CPF no SERASA.
  • 18. Curso Preparatório Correspondentes no País 18 A gestão do risco operacional está diretamente relacionada com a capacidade em detectar, conhecer, mensurar, controlar e administrar os riscos existentes na organização. Para sua maior eficiência, o foco da gestão é dividido em três grandes grupos, a saber: I. Risco Organizacional: decorre de uma organização ineficiente, sem objetivos de curtos e longos prazos, com fluxo ineficiente de informações internas e externas, criando ambiente propicio as fraudes e irregularidades. II. Risco de Equipamentos: refere-se basicamente a problemas de falhas de equipamentos e sobrecargas de sistemas (computadores, telefones, bancos de dados etc.) motivados, principalmente, por obsolescência tecnológica da estrutura operacional ou insuficiência de máquinas. III. Risco Pessoal: está intimamente ligado às decisões erradas tomadas pelas pessoas no processo do crédito, geradas pela falta de segregação de atividades, sobrecarga de trabalho e conflitos de interesse. A título de ilustração, vamos observar a seguir o risco operacional envolvendo uma empresa do ramo petrolífero e um estabelecimento bancário: Caso I Empresa de Petróleo Vazamento de petróleo da British Petroleum (BP), com a explosão de uma plataforma marítima no Golfo do México matando 13 operários e derramando cerca de 5 bilhões de barris de petróleo no mar. O risco operacional de uma empresa que explora petróleo é incalculável. Qualquer erro além do prejuízo financeiro acarreta o prejuízo da imagem, por passar a ser rotulada como uma empresa que causou danos ao meio ambiente.
  • 19. Módulo 2- Mercado Financeiro 19 Caso II Banco Foi noticiado que um Banco grande teve um problema operacional e seus sistemas apontaram em todas as contas correntes saldos negativos. O erro foi corrigido rapidamente, mas imaginem ter 15 milhões de clientes com saldos desencontrados. O risco operacional em um Banco é assunto muito sério que está ligado à própria sobrevivência da instituição. O risco de um hacker (especialista em computação que comete crimes entrando ilegalmente no sistema e banco de dados alheios) entrar na base de clientes de um Banco e transferir recursos causará um prejuízo financeiro muito grande. Então, como podemos avaliar e quantificar o risco operacional? Abaixo elencamos algumas orientações para sua melhor compreensão: 1. Após conhecer a atividade e identificar seus riscos, elenque as variáveis que podem causar a elevação dos riscos operacionais. 2. Observe como as variáveis elencadas são tratadas nas diversas áreas da organização. 3. Dada as informações a respeito do tratamento dado pelos gestores da organização a cada variável, a fim de minimizar os seus riscos, avalie qual o risco operacional. Caso o risco operacional seja avaliado como relevante terá um peso maior na composição do risco global para efeito da efetivação, ou não, de futuras operações de crédito.
  • 20. Curso Preparatório Correspondentes no País 20 TEMA 5 – RISCO DE IMAGEM (REPUTAÇÃO) Uma instituição financeira está sujeita ao risco de reputação (Imagem), nas seguintes situações: • Quando há veiculação de informações que afetam negativamente sua imagem, colocando em risco sua idoneidade em relação ao mercado, afetando todos os tipos de transações (comerciais e financeiras). • Publicidade negativa em relação às atividades desenvolvidas, gerando o afastamento da clientela com a consequente redução de receitas. A reclamação de um cliente por mau atendimento pode colocar em risco a credibilidade do banco perante a opinião pública. Além disso, podemos citar o prejuízo que os boatos sobre a má saúde financeira causam a reputação de um banco. Este tipo de risco está ligado a eventuais perdas geradas por uma situação de desgaste da imagem da instituição junto ao mercado ou perante as autoridades, em razão de veiculação de informações ou boatos na mídia. Podemos observar que um dos fatores que mais contribui para esta categoria de risco está diretamente ligado à qualidade do atendimento e à postura ética dos funcionários da instituição. Convenhamos, tais circunstâncias são particularmente danosas para as instituições financeiras, já que a natureza de seus negócios requer a manutenção da confiança de depositantes, credores, concorrentes, órgãos governamentais e do mercado em geral. A reputação pode restar afetada também pela existência de falhas operacionais e de deficiências no cumprimento de leis e de regulamentos relevantes.
  • 21. Módulo 2- Mercado Financeiro 21 Boatos sobre a saúde financeira de uma instituição, desencadeando uma corrida para saques dos valores depositados. Envolvimento da instituição em processos de lavagem de dinheiro. TEMA 6 - RISCO LEGAL Os aspectos legais estão sempre presentes nas atividades de uma instituição financeira, sobretudo em razão da forte regulação exercida sobre este setor da economia. Os clientes e usuários dos serviços de um banco podem apresentar questionamentos, por meio da justiça, acerca das bases das transações efetuadas, contrariando muitas vezes as expectativas das instituições no tocante ao retorno tranquilo dos empréstimos e financiamentos. Este tipo de Risco é muito comum, pois a grande maioria das pessoas jurídicas no Brasil não tem uma contabilidade baseada na legislação vigente. Por definição, o risco legal refere-se à possibilidade de perdas decorrentes da inobservância de dispositivos legais ou regulamentares, da mudança de legislação ou das alterações na jurisprudência aplicáveis às transações efetuadas pelos bancos. A concessão de empréstimos a clientes sem a completa observância dos instrumentos legais que regem a operação, tais como, documentação incompleta, ausência de assinaturas ou assinaturas colhidas de pessoas que não sejam os legítimos representantes da empresa. As perdas decorrentes das sanções aplicadas por órgãos reguladores e pagamento de indenizações por danos a terceiros, por violação da legislação vigente são igualmente classificadas como risco legal.
  • 22. Curso Preparatório Correspondentes no País 22 TEMA 7 - RISCO DE LIQUIDEZ $ $ $ O risco de liquidez reflete uma dificuldade particular do cliente, em dado momento, para liquidar seus compromissos, ou seja, há falta de caixa. Ao analista de crédito é difícil visualizar tal situação, razão pela qual ele deve empreender esforços com vistas a obter as informações necessárias para subsidiar a tomada de decisão na concessão de crédito. O Risco de Liquidez pode estar associado a... Falta de liquidez no mercado em geral Decorrente de fatores de ordem política ou econômica que reduzam o volume de dinheiro em circulação. Dificuldade de negociação de ativos É o caso dos imóveis ou das ações de “segunda linha”, assim denominadas por serem menos negociadas. TEMA 8 - RELAÇÃO RISCO RETORNO O retorno está diretamente associado ao risco. A racionalidade do mercado financeiro irá buscar um maior retorno possível a um nível menor de risco possível: • “Quanto maior o retorno maior o risco”. • Os tipos de risco devem ser analisados com as informações constantes na Ficha Cadastral, que servirão para mensurar o fator de risco. • Dentre as variáveis mais utilizadas devemos considerar a capacidade financeira como a essencial.
  • 23. Módulo 2- Mercado Financeiro 23 AVALIAÇÃO DO RISCO DE CRÉDITO Trata-se de uma metodologia que visa quantificar o risco de crédito. Consiste no levantamento das informações relativas a toda carteira de clientes da instituição, agrupando-as por tipo de cliente (pessoas físicas separadas das pessoas jurídicas), volume de crédito, montante, e características específicas. A seguir, você estudará os dados e as características de cada grupo, elencando as prováveis causas de inadimplências. Neste momento são aplicados os conceitos estatísticos para a determinação do fator de risco desejado e chegamos à etapa de evitar os riscos. PROCEDIMENTOS ÚTEIS 1. Tenha uma carteira de cliente diversificada. 2. Analise a ficha cadastral do cliente com critério e objetividade. 3. Analise o comportamento e o histórico de pagamento do cliente nos últimos anos. 4. Agregue garantias reais. 5. Seja racional e impessoal ao analisar as informações e os dados disponíveis. 6. Na dúvida, não conceda o crédito. Deixar de analisar as possibilidades da existência do risco é a mesma coisa que “dar de presente o crédito” e depois ficar reclamando da infelicidade. Conhecer os riscos e evitá-los é a forma mais racional e objetiva na concessão do crédito e vale em qualquer situação profissional e pessoal. Por isso é importante: • Aplicar as ferramentas corretas para alcançar os objetivos fixados. • Utilizar instrumentos e modelos de mensuração que possibilitem conhecer e delimitar os riscos envolvidos. TEMA 9 - PREVENÇÃO DE RISCOS NA CONTRATAÇÃO DE OPERAÇÕES (Resoluções CMN 3694/2009 e 4283/2013) Para prevenir riscos na contratação de operações e na prestação de serviços uma das exigências é que os produtos e serviços ofertados (ou recomendados) estejam adequados às reais necessidades, interesses e objetivos dos clientes. As instituições financeiras devem zelar pela integridade, confiabilidade, segurança e sigilo das transações realizadas, bem como pela legitimidade de suas operações e serviços. O foco principal desta norma está na qualidade das informações que devem ser prestadas aos clientes para possibilitar-lhes uma tomada de decisão segura em um ambiente onde todos os direitos e deveres sejam devidamente explicitados e conhecidos.
  • 24. Curso Preparatório Correspondentes no País 24 Os contratos, recibos, comprovantes e extratos devem ser fornecidos tempestivamente, contendo redação clara, objetiva e adequada à natureza e complexidade de modo a permitir o entendimento do conteúdo e a identificação de prazos, valores, encargos, multas, datas, locais e demais condições. Deve estar clara ao cliente a possibilidade de tempestivo cancelamento dos contratos! O encaminhamento de instrumento de pagamento ao domicílio do cliente e sua habilitação para uso somente pode acontecer em decorrência de expressa solicitação ou autorização do próprio cliente. Os demonstrativos e faturas devem permitir que os usuários finais de pagamento ou transferência sejam identificados por quem efetua determinado pagamento. As instituições financeiras devem divulgar, em suas dependências e nas dependências dos estabelecimentos, onde seus produtos são ofertados (em local visível e em formato legível), informações relativas a situações que impliquem recusa: • À realização de pagamentos, ou • À recepção de cheques, documentos, inclusive de cobrança. É vedado recusar ou dificultar o acesso aos canais de atendimento convencionais, inclusive guichês de caixa, mesmo na hipótese de oferecer atendimento alternativo ou eletrônico. A opção pela prestação de serviços por meios alternativos aos convencionais é admitida, desde que adotadas as medidas necessárias para preservar a integridade, a confiabilidade, a segurança e o sigilo das transações realizadas, assim como a legitimidade dos serviços prestados, em face dos direitos dos clientes e dos usuários, cabendo às instituições financeiras a responsabilidade de dar ciência dos riscos existentes.
  • 25. Módulo 2- Mercado Financeiro 25 LIÇÃO 2 - PREVENÇÃO E COMBATE A LAVAGEM DE DINHEIRO TEMA 1 – AFINAL, O QUE VEM A SER LAVAGEM DE DINHEIRO? $ A lavagem de dinheiro constitui um conjunto de operações comerciais ou financeiras que buscam a incorporação na economia de cada país dos recursos, bens e serviços que se originam ou estão ligados a atos ilícitos. “Lavar dinheiro” Fazer com que produtos de crime pareçam ter sido adquiridos legalmente. A dissimulação é a base do processo de lavagem de dinheiro. Para o sucesso de seu crime, o criminoso oculta suas intenções e dificulta ao máximo o rastreamento de suas operações. Assim, o dinheiro se afasta de sua origem ilegal e retorna ao criminoso aparentemente limpo. No Brasil foi aprovada a Lei 9.613/1998 que tipifica o crime de lavagem de dinheiro. Também institui medidas que conferem maior responsabilidade a intermediários econômicos e financeiros e cria, no âmbito do Ministério da Fazenda, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF).
  • 26. Curso Preparatório Correspondentes no País 26 Recentemente foi editada a lei 12.683/2012, que promove algumas alterações na Lei 9.613/98 para tornar mais eficiente a persecução penal dos crimes de lavagem de dinheiro. Essa nova Lei visa ampliar o combate à lavagem de dinheiro. Entre as novas medidas podemos citar a supressão do rol exaustivo de crimes antecedentes para a caracterização do delito de lavagem de capitais, bem como a ampliação de agentes privados na colaboração às autoridades estatais na prevenção e repressão deste delito. A nova Lei visa tornar mais eficiente o combate à lavagem de dinheiro com vista a desarticular o crime organizado, na medida em que o capital que financia as atividades destes grupos criminosos é reconhecido como oriundo desta espécie de delito. O crime de lavagem de dinheiro é objeto de preocupação da comunidade internacional, tanto que existem inúmeros grupos de especialistas e de autoridades públicas desenvolvendo instrumentos de prevenção e repressão à prática do crime em tela. A nova Lei de Lavagem de Dinheiro discorre sobre as formas de ocultação e dissimulação, o uso de meios para ocultação ou dissimulação, o uso de bens, direitos e valores sujos na atividade econômica ou financeira e a participação dos criminosos em entidade dirigida à lavagem de dinheiro. OCULTAÇÃO Encobrimento de bens, valores e direitos, por qualquer meio, com a finalidade de convertê-los futuramente em ativos lícitos. DISSIMULAÇÃO Consiste no movimento de distanciamento do bem da sua origem criminosa, dificultando-se o seu rastreamento. A seu turno, é posterior à ocultação e pertence à segunda etapa do ciclo da lavagem de dinheiro. Antes da Lei n.º 12.683/2012, a legislação brasileira de combate à lavagem de dinheiro apresentava uma lista fechada de crimes antecedentes passíveis de lavagem. Com a nova lei, houve a supressão do rol taxativo de crimes antecedentes, admitindo-se, para fins de lavagem de capitais, qualquer infração penal. A ampliação do rol de crimes antecedentes visa suprir a lacuna de punibilidade da lei anterior, que não admitia, por exemplo, que os produtos de crimes contra a ordem tributária e da contravenção penal do “jogo do bicho” pudessem ser objeto de lavagem. A referida alteração legal possibilitou, ainda, abranger toda a cadeia criminosa de lavagem de dinheiro. Agora, todo e qualquer processo penal que tenha como objeto crime de cunho patrimonial abrange a discussão sobre a destinação dos bens, valores e direitos de origem criminosa e a sua possível lavagem, tal como o valor arrecadado em rifas não autorizadas pelo Poder Público. A alienação antecipada de bens, direitos e valores objeto de apreensão ou de medida assecuratória decretada pelo juiz constitui a principal inovação da Lei 12.683.
  • 27. Módulo 2- Mercado Financeiro 27 No Brasil • Aprimoramento dos sistemas e métodos para desestabilizar a ação dos criminosos, pois tipifica o crime de lavagem de dinheiro. • Instituição de medidas que conferem maior responsabilidade a intermediários econômicos e financeiros. • Criação do Conselho de Atividades Financeiras – COAF, no âmbito do Ministério da Fazenda. Lei 9.613/98 Lei 12.683/12 Prevenção Lavar recursos é fazer com que produtos de crime pareçam ter sido adquiridos legalmente. Lavagem de Dinheiro Conjunto de operações comerciais ou financeiras que buscam a incorporação na economia de cada país dos recursos, bens e serviços que se originam ou estão ligados a atos ilícitos. Deverá ser comunicada ao COAF pelas instituições financeiras, abstendo-se de dar ciência de tal ato a qualquer pessoa, inclusive àquela à qual se refira a informação, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, a proposta ou realização de operações suspeitas ou com indícios de crime de lavagem de dinheiro! TEMA 2 – PARAÍSOS FISCAIS E CRIME PARAÍSOS FISCAIS Os paraísos fiscais são países comumente utilizados pelos criminosos com a finalidade de ocultar e impedir o rastreamento do dinheiro obtido de forma escusa, dado que, pela natureza desses países, existe o escudo do sigilo bancário e profissional absoluto. É importante ressaltar que os chamados paraísos fiscais não podem ser associados exclusivamente a ações criminosas, existindo vários usos legítimos para sua utilização como, por exemplo, a proteção de patrimônios.
  • 28. Curso Preparatório Correspondentes no País 28 O CRIME A Lei nº. 9.613, dispõe sobre os crimes de lavagem de dinheiro ou ocultação de bens, direitos e valores mobiliários e cria o COAF, órgão disciplinar responsável pela prevenção e combate da prática de “lavagem de dinheiro”. A principal tarefa do COAF é promover um esforço conjunto de toda a máquina governamental que cuida da implementação de políticas nacionais voltadas para o combate à lavagem de dinheiro, evitando que setores da economia continuem sendo utilizados nessas operações ilícitas. A mencionada lei tipifica o crime de lavagem como aquele em que se oculta ou dissimula a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos e valores provenientes, direta ou indiretamente, dos crimes antecedentes - tráfico ilícito de substâncias entorpecentes ou drogas afins; terrorismo; contrabando; extorsão mediante sequestro. O crime de lavagem de dinheiro decorre da tentativa de ocultar recursos provenientes dos crimes considerados “antecedentes”. Penalidades Esse envolvimento pode se caracterizar por situações nas quais um agente: • Converte bens obtidos de forma ilícita em ativos lícitos; • Adquire, recebe, troca, negocia, guarda, movimenta ou transfere bens ilícitos; • Importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos verdadeiros. O Consultor Financeiro também pode ser penalizado e o crime é tipificado como “não afiançável” (o indiciado não pode ser libertado mediante pagamento de fiança). A pena prevista de reclusão pode variar de três a dez anos, além de multa, aplicável aos criminosos e a quem ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou valores provenientes de qualquer dos crimes antecedentes. Está exposto à mesma penalidade quem: • Utiliza na atividade econômica ou financeira bens, direitos ou valores que sabe serem provenientes de qualquer dos crimes antecedentes; • Participa de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento de que sua atividade principal ou secundária é dirigida à prática de crimes previstos na Lei! Os mecanismos mais utilizados no processo de lavagem de dinheiro envolvem teoricamente três etapas independentes: Colocação, Ocultação e Integração. Estas etapas ocorrem simultaneamente, com frequência. É o que estudaremos a seguir.
  • 29. Módulo 2- Mercado Financeiro 29 TEMA 3 – MECANISMOS NO PROCESSO DE LAVAGEM DO DINHEIRO COLOCAÇÃO – 1ª Etapa O criminoso procura movimentar o dinheiro em países com regras mais permissivas e naqueles que possuem um sistema financeiro liberal (“paraísos fiscais”). A colocação se efetua por meio de depósitos, compra de instrumentos negociáveis ou compra de bens. Para dificultar a identificação da procedência do dinheiro o criminoso: • Fraciona os valores. • Utiliza estabelecimentos comerciais que usualmente trabalham com dinheiro em espécie. OCULTAÇÃO – 2ª Etapa Consiste em dificultar o rastreamento contábil dos recursos ilícitos. O objetivo é quebrar a cadeia de evidências ante a possibilidade da realização de investigações sobre a origem do dinheiro. O criminoso busca movimentar os recursos eletronicamente, transferindo os ativos para contas anônimas – preferencialmente em países amparados por lei de sigilo bancário – ou realizando depósitos em contas “fantasmas”. INTEGRAÇÃO - 3ª. Etapa Nesta última etapa, os ativos são incorporados formalmente ao sistema econômico. As organizações criminosas procuram investir em empreendimentos que facilitem suas atividades – podendo tais sociedades prestar serviços entre si. Uma vez formada a cadeia, torna-se cada vez mais fácil legitimar o dinheiro ilegal.
  • 30. Curso Preparatório Correspondentes no País 30 TEMA 4 – OS AGENTES ENVOLVIDOS E AS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS AGENTES ECONÔMICOS SUJEITOS À LEI Estão sujeitas às obrigações legais as pessoas jurídicas que tenham em caráter permanente ou eventual como atividade principal ou acessória, cumulativamente ou não: • A captação, intermediação e aplicação de recursos financeiros de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira; • A compra e venda de moeda estrangeira ou ouro como ativo financeiro ou instrumento cambial; e • A custódia, emissão, distribuição, liquidação, negociação intermediação ou administração de títulos ou valores mobiliários. IDENTIFICAÇÃO E MANUTENÇÃO DE REGISTROS DOS CLIENTES Após 1998, as normas relativas à abertura, manutenção e movimentação de contas de depósitos das pessoas físicas e jurídicas nas instituições financeiras passaram a incorporar as determinações da Lei 9.613/98 com a aplicação do princípio “Conheça seu Cliente”. Conheça seu Cliente Conhecer o cliente significa conhecer suas atividades e negócios; o mercado onde atua; as perspectivas desse mercado; e, se possível, quem são seus clientes e fornecedores. Assim foi ampliada a quantidade de informações que as pessoas físicas e jurídicas devem prestar quando da abertura de contas de depósito, além de determinar que as instituições financeiras e demais pessoas jurídicas mantenham a documentação apresentada em seus arquivos. O princípio “Conheça seu Cliente” deve ser aplicado quando da análise da capacidade financeira do cliente. E neste caso, se as informações em poder da instituição não forem suficientes para justificar a movimentação financeira do cliente deve ser feita a comunicação de indício de lavagem de dinheiro. Abaixo listamos algumas operações que são consideradas suspeitas de indício de crime de lavagem de dinheiro:
  • 31. Módulo 2- Mercado Financeiro 31 Lavagem de Dinheiro Operações Suspeitas de Indício de Crime 1. Movimentações ou pagamentos em dinheiro vivo de quantias que ultrapassem a R$ 10 mil ou o equivalente em moeda estrangeira. 2. Aumento substancial no volume de depósitos bancários, sem causa aparente, ou movimentação de recursos incompatível com a capacidade financeira. 3. Quantidades expressivas de pequenos depósitos que, somados, resultem em grandes valores. 4. Numerosas contas correntes. 5. Utilização sistemática de cofres de aluguel. 6. Solicitação frequente de elevação do limite de crédito. 7. Aquisição de ações sem patrimônio compatível. 8. Compra ou venda de ativos por preço significativamente superior ao do mercado. 9. Operação realizada por pessoa física ou jurídica domiciliada em paraíso fiscal. 10. Pagamento de imóvel com cheque de agências bancárias fronteiriças ou localizadas no exterior. Os Correspondentes no País devem ficar atentos aos preceitos desta regulamentação, pois poderão, na sua atividade, tomar contato com pessoas suspeitas ou mesmo transações consideradas ilegais. Imediatamente, tomando o devido o cuidado de não relatar nada aos envolvidos, nem a terceiros, deve comunicar aos responsáveis pelo seu relacionamento com a Instituição que representa para cumprir o seu papel dentro das normas. A Instituição avaliará as informações à luz da norma e tomará as medidas cabíveis. INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS O BACEN disciplinou a atuação das instituições financeiras com relação à prevenção e combate à lavagem de dinheiro por meio da Circular 3.461/2009. As instituições financeiras, por intermediarem recursos de toda ordem, devem tomar todas as precauções para evitar a ocorrência de tais ilícitos, como segue: A política de prevenção deve: • Especificar, em documento interno, as responsabilidades dos integrantes de cada nível hierárquico da instituição; • Contemplar a coleta e registro de informações tempestivas sobre clientes, que permitam a identificação dos riscos de ocorrência da prática dos mencionados crimes; • Definir os critérios e procedimentos para seleção, treinamento e acompanhamento da situação econômico-financeira dos empregados da instituição; • Incluir a análise prévia de novos produtos e serviços, sob a ótica da prevenção; e • Ser aprovadas pelo conselho de administração e receber ampla divulgação interna
  • 32. Curso Preparatório Correspondentes no País 32 Além disso, devem confirmar as informações cadastrais dos clientes e identificar os beneficiários finais das operações. Com especial atenção para: • Informações cadastrais; • Informações pessoais regulares; • Valores e origem da renda mensal e patrimônio da pessoa física; • Faturamento médio mensal 12 meses da pessoa jurídica; • Declaração firmada sobre os propósitos e a natureza da relação de negócio com a instituição; • Informações relativas às pessoas naturais autorizadas a representar a pessoa jurídica. As instituições devem realizar testes de verificação, com periodicidade máxima de um ano, que assegurem a adequação dos dados cadastrais de seus clientes. No caso de movimentação de recursos pelos clientes, os registros devem conter informações sobre: • A compatibilidade entre movimentação de recursos e atividade econômica e capacidade financeira do cliente; • A origem dos recursos movimentados; • Os beneficiários finais das movimentações; e • A identificação de operações superiores a R$ 10.000,00.
  • 33. Módulo 2- Mercado Financeiro 33 LIÇÃO 3 - MATEMÁTICA FINANCEIRA Início de Conversa A matemática financeira teve seu início exatamente quando o homem criou os conceitos de Capital, Juros, Taxas e Montante. Daí para frente, os cálculos financeiros tornaram-se mais justos e exatos, mas é preciso conhecê-los e, se possível, muito bem. Juros representam a remuneração desejada para o capital do agente superavitário. No mercado financeiro agente superavitário é aquele que tem recursos excedentes, sobra de caixa, e deseja manter esse volume de capital aplicado durante um determinado período que, em seu planejamento (orçamento), não irá necessitar. Do outro lado temos os agentes deficitários, que são aqueles que não possuem sobras de caixa e, pelo contrário, desejam adquirir bens ou serviços e necessitam tomar recursos emprestados dos agentes superavitários para tal. Quem faz essa intermediação é uma instituição financeira. Então juros representa a remuneração do capital aplicado pelo agente superavitário numa instituição financeira e que é pago pelo agente deficitário que tomou aquele recurso emprestado. TEMA 1 - COMPONENTES DA FÓRMULA TAXA DE JUROS É o índice que determina a remuneração do capital, ou seja, o preço do “aluguel” do dinheiro num determinado período de tempo (dias, meses, ano). É a porcentagem aplicada ao capital inicial que resulta no montante de juros. JUROS Juros é o valor expresso em dinheiro (em reais, por exemplo) referente a determinado capital e para determinado período. Pode ser definido como a remuneração do capital, ou seja, o valor pago pelos devedores aos emprestadores em troca do uso do dinheiro. Ao fazer uma aplicação financeira, o montante final (Cn) resgatado após n períodos deve ser igual ao capital inicial (C0) aplicado mais os juros (J) ganhos na operação logo, podemos escrever: Montante final = Capital inicial + J Ou seja, Cn = C0 + J Portanto: J = Cn – C0
  • 34. Curso Preparatório Correspondentes no País 34 CAPITAL (C OU VP) Valor aplicado por meio de alguma operação financeira. Também conhecido como principal, valor atual, valor presente ou valor aplicado. Em geral, o capital costuma ser representado por C0. NÚMERO DE PERÍODOS Tempo, prazo determinado em unidade de tempo (dias, meses, anos, etc.) em que o capital é aplicado. Em geral o número de períodos costuma ser simbolizado por n. Juro é a remuneração do Capital empregado. Para o Investidor: é a remuneração do investimento. Para o Tomador: é o custo do capital obtido por empréstimo. TAXA (i) A grandeza do juro é definida por um coeficiente denominado taxa e esta se expressa de duas formas: • Unitária - apresenta o juro da unidade de capital num período determinado, tomado como unidade de tempo. Assim, se o juro de R$ 1.000,00 em um ano é R$ 50,00, diz-se que a taxa anual de juro é: 0,05. A taxa unitária de juro é representada por i. • Percentual - representa o juro de 100 unidades de capital no período tomado como unidade de tempo. Portanto, se R$ 100,00 produzem R$ 5,00 de juros em um ano, diz-se que a taxa anual de juro é cinco por cento e escreve-se 5% a.a. Dada uma taxa percentual de 45% a.a. obtemos sua equivalente forma unitária, fazendo 45% = 45/100. O resultado dessa divisão expressa a taxa unitária: 0,45 a.a.
  • 35. Módulo 2- Mercado Financeiro 35 MONTANTE É o capital inicial acrescido dos juros por ele produzidos ao final do prazo estabelecido: A fórmula para calculá-lo é: M = C (1+i.n) O montante de um capital de R$10.000,00 em 6 meses, à taxa de 5% a.m. (0,05 a.m.) no regime de juros simples, será: M = C (1+i.n) M = R$10.000,00 x (1 + 0,05 x 6) M = R$10.000,00 x (1 + 0,30) M = R$10.000,00 x 1,30 M = R$13.000,00 TEMA 2 - JUROS SIMPLES No regime de juros simples, o fato gerador dos juros sempre é o valor do principal em função do tempo de aplicação, jamais se incorporando ao capital para efeito de cálculo dos juros relativos ao período subsequente. 1) Supondo uma aplicação de R$ 100,00 por 30 dias e com juros acordados de 2% ao mês. Passado um mês, o aplicador receberá de juros: Juros = (R$100,00 x 2%) = R$ 2,00 Montante = R$ 100,00 + R$ 2,00 Receberá portando: R$ 102,00. 2) Um cliente tomou emprestado R$100,00 por dois meses a uma taxa de juros de 3% ao mês. Ao final do primeiro mês ele deve ao Banco: R$100,00 + (R$100,00 x 3%) = R$ 103,00 No final do segundo mês ele deve ao Banco: R$ 103,00 + (R$100,00 x 3%) = R$ 106,00
  • 36. Curso Preparatório Correspondentes no País 36 É elucidativo lembrar que, no cálculo dos juros simples, temos que considerar ainda, a existência de juros exatos e de juros ordinários, a saber: Cálculo de juros Juros exatos No cômputo do tempo consideramos o número de dias reais do calendário civil (ano = 365 ou 366 dias, mês 28, 29, 30 e 31 dias, conforme o caso). Juros ordinários O tempo, por convenção, é mensurado segundo o calendário comercial (ano = 360 dias; mês = 30 dias). FÓRMULA PARA CÁLCULO DOS JUROS (SIMPLES) A fórmula empregadas no cálculo dos fatores envolvidos nos juros simples é representada por: J = C x i x n J= juros C= Capital i= taxa n= período 1) Vamos supor agora que você pegue um empréstimo de R$ 4.000,00 e que será pago em cinco meses com uma taxa de juros de 4% ao mês. Qual será o valor pago no final? Primeiro passo: Identificando os elementos da fórmula: C = R$4.000,00 I = 4% = 0,04 n = 5 Segundo passo: Aplicando a fórmula dos juros temos: J = R$ 4000,00 x 0,04 x 5 J = R$ 800,00 Terceiro passo: O montante final será formado por Capital + juros (M=C+j): M = R$ 4.000,00 + R$ 800,00 = R$ 4.800,00 Resposta: No final dos cinco meses você pagará o montante de R$4.800,00 pelo empréstimo.
  • 37. Módulo 2- Mercado Financeiro 37 2) Uma aplicação de R$ 50.000,00 à taxa de 5% a.a. (0,05 a.a.), ao final de 3 anos, no regime de juros simples, renderá quanto de juros? Aplicando a tabela abaixo teremos: Tempo (n) Capital (C) Taxa (i) Juros (j) Juros acumulados 1 50.000 0,05 2.500 2.500 2 50.000 0,05 2.500 5.000 3 50.000 0,05 2.500 7.500 Resposta: No final do 3º ano, o capital de R$ 50.000 renderá juros de R$7.500,00. Podemos também calcular pela fórmula: j = C . i . n j = R$50.000,00 x 0,05 x 3 = R$7.500,00 TEMA 3 - JUROS COMPOSTOS Os Juros compostos são calculados sobre o saldo devedor do capital aplicado. A cada período os juros calculados somam-se ao saldo devedor anterior. Vamos supor que um tomador de empréstimo se propôs pagar um empréstimo de R$100,00 a 3%a.m., ao final de um mês. Assim, tomou emprestado R$100,00 e ao final de um mês devolveu R$ 103,00. Vamos supor que o tomador necessitasse desse mesmo empréstimo, porém por três meses. • Ao final de um mês a sua dívida atingiu a R$103,00. O segundo mês do empréstimo já parte de uma dívida de R$103,00. • O cálculo dos juros do segundo período será: R$103,00 + (R$103,00 x 3%) = R$106,09. O terceiro período já parte desse saldo devedor e acumula juros por mais um período: R$106,09 + R$106,09 x 3%) = R$109,27. Ao final do terceiro mês o saldo do seu empréstimo será de R$109,27. Para simplificarmos esse exercício de passagem do valor mês a mês, utilizamos a formula matemática do juro composto: M = C (1+i) n 1) Identificando os componentes da fórmula: C=R$100,00 i= 3% a.m. n= 3m
  • 38. Curso Preparatório Correspondentes no País 38 2) Aplicando a fórmula em nosso exemplo teremos: M = R$100,00 x (1+0,03)3 M = R$100,00 x (1,03)3 M = R$100,00 x 1,0927 M = R$109,27 Note como o cálculo é facilitado quando utilizamos a fórmula dos juros compostos! Abaixo estão as fórmulas que utilizamos para os juros compostos: M = C.(1+i)n M = C + J J = M - C M = Montante C = Capital Aplicado i = taxa de juros composto n = tempo de aplicação j = juros composto A unidade de tempo para o período (n) deve ser a mesma da taxa de juros (i) Qual o montante produzido por um capital de R$ 300.000,00 aplicado durante um ano, à taxa de 7,5% a.m., de juros compostos? M = 300.000(1+,075)12 M = 714.5333,88 CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA A capitalização composta ocorre quando utilizamos o sistema de juros compostos na apuração da rentabilidade de um investimento ou do encargo de um empréstimo. Neste sistema, os juros são adicionados ao principal no fim de cada período, formando o montante que será tomado como o principal para o período seguinte. Segue o mesmo conceito que utilizamos no caso dos juros compostos.
  • 39. Módulo 2- Mercado Financeiro 39 O Capital de R$100,00 será aplicado com variações mensais de taxa de juros (1% no primeiro mês, 2% no segundo mês e 4% no terceiro mês). Qual o saldo devedor ao final do terceiro período? • Ao final do primeiro mês capitalizamos o capital emprestado R$ 100,00 em 1% = R$ 101,00. • No final do segundo mês, capitalizamos o capital em 2% = R$ 103,02. • E ao final do terceiro, capitalizamos o capital em 4% = R$ 107,14. Nesta situação, o capital foi capitalizado durante todo o período e o saldo devedor não foi amortizado ao longo do período. FATOR DE CAPITALIZAÇÃO A expressão algébrica (1 + i / 100)n é chamada de fator de capitalização, pois ao multiplicar seu resultado pelo capital obtém-se o montante. Exemplo: Para um capital de R$ 10.000,00 aplicado à taxa de 10% a.a., com juros compostos, por 2 anos: n Capital JUROS juros acumulados Montante 0 10.000,00 0 0 10.000,00 1 10.000,00 1.000,00 1.000,00 11.000,00 2 11.000,00 1.100,00 2.100,00 12.100,00 Aplicando a fórmula: M = 10.000,00 x (1 + 10/100)2 = 12.100,00 Como j = M – C → j = 12.100,00 – 10.000,00 = 2.100,00 Compare, no exemplo a seguir, a rentabilidade de R$ 100,00 investidos hoje, mantida a aplicação no período de 10 anos ou 120 meses, à taxa de 1,5% ao mês nas modalidades de juros simples e juros compostos: Tipo de juros Capital Juros Montante Simples 100,00 180,00 280,00 Compostos 100,00 496,93 596,93
  • 40. Curso Preparatório Correspondentes no País 40 TEMA 3 - TAXA DE JURO NOMINAL, REAL E EFETIVA TAXA NOMINAL É a taxa que encontramos nas operações correntes, ou seja, a taxa visível aos participantes de uma transação, por exemplo, de um CDB cotado a 13% ao ano. A inflação está inserida nessa cotação e não reflete, portanto, o ganho real do investidor no investimento. TAXA REAL É a taxa nominal descontada a inflação do período. Ela será positiva quando a taxa nominal for maior do que a inflação no mesmo período e será negativa quando a taxa nominal for menor do que a inflação no mesmo período. TAXA EFETIVA Pode ser dada de duas maneiras: 1) pela taxa proporcional (juros simples); ou 2) pela equivalente (juros compostos): CAPITALIZAÇÃO SIMPLES VERSUS CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA Qual regime de capitalização é mais vantajoso? Se você é o tomador dos recursos certamente vai querer pagar menos juros. Mas se você está emprestando, vai querer receber mais juros. O prazo da operação e o período de capitalização da taxa são muito importantes para determinar qual regime gera mais juros. No gráfico abaixo podemos notar que ao contrário do que normalmente se pensa, o regime de capitalização composta gera juros inferiores aos da capitalização simples. Isso ocorre porque o período estabelecido para uma determinada operação é inferior ao período estabelecido para taxa de juros estabelecida para essa mesma operação. Caso o prazo da operação coincidisse com o período de capitalização da taxa de juros (por exemplo: operação de um ano com taxa de juros anual), o valor de juros na capitalização simples seria exatamente igual ao valor de juros gerados no regime de capitalização composta.
  • 41. Módulo 2- Mercado Financeiro 41 juros compostos Resumindo Ms=Mc Prazo da Operação Melhor Regime de Capitalização Menor que a capitalização da taxa (taxa ao ano e prazo inferior a um ano) Tomador: Composto Doador: Simples Igual ao da Capitalização da taxa (taxa ao ano e prazo de um ano) Indiferente Maior que a capitalização da taxa (taxa ao ano e prazo superior a um ano) Tomador: Simples Doador: Composto TEMA 4 - TAXA DE JUROS EQUIVALENTES E TAXA DE JUROS PROPORCIONAIS Muitas vezes a taxa de juros é expressa ao ano, mas a transação é por um prazo menor e temos de achar a taxa correspondente ao período da operação. • Duas taxas são PROPORCIONAIS quando, considerados o mesmo prazo e o mesmo capital e produzem o mesmo montante, no regime de capitalização SIMPLES de juros. • Duas taxas são EQUIVALENTES quando, considerados o mesmo prazo e o mesmo capital, produzem o mesmo montante, no regime de capitalização COMPOSTA de juros. • Capitalização Simples – as taxas são proporcionais. • Capitalização Composta – as taxas são equivalentes. Uma aplicação a 1% ao mês resultará em 12% ao ano pela taxa proporcional: (1% x 12) = 12% A mesma taxa no cálculo pela taxa equivalente resulta (1,01)12 = 12,68% juros simples c 1 t M
  • 42. Curso Preparatório Correspondentes no País 42 TEMA 5 - JUROS PRÉ E PÓS-FIXADOS JUROS PRÉ-FIXADOS São juros determinados e negociados no fechamento da operação. Credor e devedor sabem no momento do fechamento da operação o que um vai pagar e o outro vai receber. JUROS PÓS-FIXADOS Neste caso já não há definição. No contrato constará uma taxa referencial para poder formalizar a transação, no entanto ninguém consegue prever o que cada parte poderá ganhar. Dessa forma, um contrato de empréstimo para pagamento daqui a 3 meses com cláusula de juros pós-fixados com base na variação mensal do CDI – Certificado de Depósitos Interbancários (taxa referencial do mercado financeiro para juros) terá o seguinte calculo: • Empréstimo de R$100,00. • Variação da taxa do CDI no primeiro mês = 1% • Variação da taxa do CDI no segundo mês = 2% • Variação da taxa do CDI no terceiro mês = 4%. • Teremos a seguinte composição do saldo devedor: R$ 100,00 x 1,01 = R$ 101,00 (saldo devedor do 1º mês) R$ 101,00 x 1,02 = R$ 103,02 (saldo devedor do 2º mês) R$ 103,02 x 1,04 = R$ 107,14 (saldo devedor no 3º mês) Neste caso o devedor, comparativamente com empréstimo pré-fixado, fez um mau negócio. No entanto, poderia ter ocorrido o inverso e o credor receberia então um valor menor. TEMA 6 - JUROS DE MORA São juros determinados em contrato e representam os juros que serão aplicados ao saldo devedor após o tomador se tornar inadimplente, ou seja, deixar de pagar na data do vencimento. No exemplo acima calculamos que ao final de 3 meses o devedor terá que pagar R$ 107,14. Suponhamos que tenha ocorrido um atraso no pagamento no final e que o contrato prevê uma cláusula de juros de mora de 3% ao mês. Se o empréstimo não for pago em dia o cálculo do saldo devedor será o seguinte: R$ 107,14 * 1,03= R$ 110,35, em função do juro de mora.
  • 43. Módulo 2- Mercado Financeiro 43 TEMA 7 - CUSTO EFETIVO TOTAL - CET O CET representa o custo total de uma operação (empréstimo ou financiamento) e deve ser informado ao cliente pela instituição financeira antes da concretização do negócio e em qualquer outro momento, caso requerido pelo cliente. O CET deve constar dos informes publicitários das instituições quando forem veiculadas ofertas específicas (com divulgação da taxa de juros cobrada, do valor das prestações etc.). • Representado pela taxa efetiva calculada em função do valor liquido liberado ao devedor. • Expresso na forma de taxa percentual anual. • Inclui a taxa nominal do empréstimo (taxa de juros), as tarifas, o seguro, os tributos e outras despesas. Supondo um empréstimo de R$ 1.000,00 e que a soma de todas as tarifas e tributos seja R$ 100,00. O valor a ser liberado é de R$ 900,00. A taxa nominal comunicada é de 1% ao mês, a taxa efetiva será calculada da seguinte forma: Calculando a prestação de um empréstimo de R$ 1.000,00 a uma taxa nominal de 1% ao mês teremos 12 parcelas de R$ 88,85. Ocorre que, conforme demonstrado acima, foram liberados somente R$ 900 e a prestação permanece a mesma. Utilizando uma planilha de cálculo ou uma calculadora financeira científica iremos observar que o CET é de 2,71% ao mês e não 1% ao mês. Abaixo demonstramos com chegar a esse número utilizando uma calculadora HP 12 C: Para calcular a prestação: • 1000 Clicar CHS e clicar PV • 12 clicar “n” = numero de parcelas • 1 clicar “i” taxa do financiamento • PMT = 88,85 = valor da parcela Para calcular CET: Teremos agora que utilizar a parcela (PMT) de R$ 88,85, só que para encontramos o CET teremos que utilizar o valor recebido de R$ 900,00. • 88,85 Clicar ENTER clicar PMT • 12 clicar “n” 900 clicar CHS clicar PV • Clicar “i” o resultado apresentado foi de: 2,71% • CET = 2,71% Qual a finalidade do CET?
  • 44. Curso Preparatório Correspondentes no País 44 Conhecendo previamente o custo total da operação de crédito fica mais fácil para o cliente comparar as diferentes ofertas de crédito feitas pelas instituições do mercado, o que gera maior concorrência entre essas instituições. O CET deve incluir todos os fluxos financeiros envolvidos na operação como: taxa de juros, tarifas cobradas, tributos que incidem sobre a operação e serão arcados pelo Cliente tomador do empréstimo, custos de seguros incluídos para garantir o bem financiado, despesas de registros cobradas, bem outras despesas que serão arcadas pelo cliente. Crédito pessoal de R$ 10.000,00 - Apresentado ao cliente o plano de pagamento de 12 parcelas de R$ 1.000,00. • A taxa nominal de um plano deste é de 2,923% ao mês. No entanto, após apurados todos os custos de tributos, seguros, registros, tarifas, no valor de R$1.000,00) será liberado ao cliente o valor líquido de R$9.000,00 (R$10.000,00 – R$1.000,00). • Note que mudou o valor liberado, mas o valor da parcela permaneceu o mesmo. Temos então que recalcular os juros, pois o valor liberado diminuiu, mas as parcelas continuam as mesmas. Logo, a taxa de juros aumentou. • Neste caso a taxa efetiva foi para 4,73% ao mês. O que deve ser apresentado como CET ao potencial tomador do empréstimo é a taxa de 4,73% e não 2,923% ao mês, como inicialmente foi calculado. Assim, o cliente poderá comparar este custo, nas mesmas bases, com o CET ofertado pela concorrência e decidir pela melhor oferta. A Instituição Financeira deve comprovar que deu ciência ao cliente do CET.
  • 45. Módulo 2- Mercado Financeiro 45 Estudo de caso: Um banco faz um empréstimo pessoal de R$ 1.000,00 que deve ser devolvido em 5 prestações mensais iguais de R$ 221,48. Sabendo-se que o banco cobra IOF de 0,2% a.m sobre as prestações, antecipadamente, calcular a taxa de juros real do empréstimo. Resolução: Se o banco cobra 0,2% a.m. antecipadamente e sobre as prestações, em 5 meses teremos um IOF de 1%. Portanto, a quantia líquida recebida no ato é de: P = 1.000 – (221,48 x 5 x 0,01) P = 1.000 – 11,07 = 988,93 Temos: 988,93 = 4,465098 221,48 Calculando obtemos: 3,90% a.m. Sabemos que na composição do Custo Efetivo Total devem ser incluídos os impostos. E quais são os impostos que afetam a atividade financeira e o custo dos empréstimos e financiamentos? Veremos a seguir. TEMA 8 – IMPOSTOS E TAXAS ISS - IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS EM QUALQUER NATUREZA Não incide ISS sobre o valor intermediado no mercado de títulos e valores mobiliários, o valor dos depósitos bancários, o principal, os juros e acréscimos moratórios relativos a operações de crédito realizadas por instituições financeiras. A incidência do ISS ocorre sobre os serviços prestados pelas Instituições Financeiras. Listamos abaixo alguns deles: Serviços de Instituições Financeiras Tributados pelo ISS • Administração de fundos quaisquer, de consórcio, de cartão de crédito. • Abertura de contas em geral, inclusive conta corrente e caderneta de poupança. • Locação e manutenção de terminais eletrônicos, de terminais de atendimento. • Cadastro e elaboração de ficha cadastral. • Acesso, movimentação e consulta a contas em geral. • Emissão, alteração, cessão, substituição, cancelamento e registro de contrato de crédito; estudo, análise e avaliação de operações de crédito e serviços relativos à abertura de crédito, para quaisquer fins; • Arrendamento mercantil (leasing). • Serviços relacionados a cobranças, recebimentos ou pagamentos em geral, de títulos quaisquer. • Serviços relacionados a crédito imobiliário.
  • 46. Curso Preparatório Correspondentes no País 46 IOF – Imposto sobre Operação Financeira É um tributo com função predominantemente extrafiscal, voltado para o controle da política monetária, mas com significativo incremento na arrecadação. Incide, dentre outros, sobre operações de crédito realizadas pelas instituições Financeiras, quando observado o seguinte: • Operações de crédito, a sua efetivação pela entrega total ou parcial do montante ou do valor que constitua o objeto da obrigação, ou sua colocação à disposição do interessado. • Operações relativas a títulos e valores mobiliários, a emissão, transmissão, pagamento ou resgate destes na forma da lei aplicável. • Base de Cálculo. • Operações de crédito, o montante da obrigação, compreendendo o principal e os juros. • Operações relativas a títulos e valores mobiliários: • Na emissão o valor nominal mais o ágio, se houver. • Na transmissão, o preço ou o valor nominal ou o valor da cotação em bolsa, conforme a lei. • No pagamento ou resgate, o preço. As alíquotas são administradas de acordo com as estratégias de política monetária. Podem ser alteradas para maior, caso a autoridade monetária entenda que deva encarecer os empréstimos e desestimular o avanço das operações de crédito. Caso deseje estimular a expansão do crédito a alíquota será reduzida. TEMA 9 - SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO ANUIDADES E AMORTIZAÇÕES – FLUXO DE CAIXA Chama-se fluxo de caixa a sucessão de pagamentos e/ou de recebimentos (termos do fluxo) prevista, período a período, associada a uma anuidade ou amortização. É importante observar que, neste caso, anuidade é termo técnico não correspondendo, necessariamente, ao período de um ano. Quando a série de entradas e saídas de caixa: • se destinada a constituir um capital, denomina-se anuidade; • se destinada ao pagamento de uma dívida, toma o nome de amortização. Exemplo Quando você adquire um imóvel “na planta”, a quantia que se paga antes do recebimento das chaves visa formar uma poupança (anuidade) e as prestações pagas após a obtenção do financiamento tem o objetivo de liquidar a dívida (amortização).
  • 47. Módulo 2- Mercado Financeiro 47 Em Matemática Financeira, essa sucessão de eventos é objeto de classificação bastante ampla. Para facilitar a visualização utilizamos a representação gráfica chamada “diagrama de tempo” ou “diagrama do fluxo de caixa”, no formato a seguir: Entrada de Caixa 0 1 2 3 4 5 6 (sem escala) Saídas de Caixa tempo PRESTAÇÕES Uma coisa muito comum na vida de todos nós são as prestações. Denomina-se prestação a cada termo de uma série de pagamentos ou recebimentos. Para cálculo das prestações existem várias metodologias. A seguir iremos descrever as principais metodologias adotadas no mercado financeiro. PAGAMENTO ÚNICO O devedor paga o Montante = Capital + Juros compostos da dívida em um único pagamento ao final de n períodos. O Montante pode ser calculado pela fórmula: M = C (1+i)n Uso comum: Letras de câmbio, Títulos descontados em bancos, Certificados a prazo fixo com renda final. SISTEMA DE PAGAMENTOS VARIÁVEIS O devedor paga periodicamente valores variáveis de acordo com a sua condição e de acordo com a combinação realizada inicialmente, sendo que os juros do saldo devedor são pagos sempre ao final de cada período. Uso comum: Cartões de Crédito.
  • 48. Curso Preparatório Correspondentes no País 48 SISTEMA AMERICANO O devedor paga o Principal em um único pagamento no final e no final de cada período realiza o pagamento dos juros do Saldo devedor do período. No final dos períodos o devedor paga também os juros do período. SISTEMA DE AMORTIZAÇÕES CONSTANTES (SAC) O devedor paga o Principal em n pagamentos sendo que as amortizações são sempre constantes e iguais. Uso comum: Sistema Financeiro da Habitação - SFH SISTEMA DA TABELA PRICE (SISTEMA FRANCÊS) O sistema da tabela Price é utilizado em financiamentos pagos com prestações constantes. É o caso dos financiamentos de compra de automóveis, em que o comprador paga o valor do veículo em um determinado número de prestações iguais. Todas as prestações (pagamentos) são iguais. A diferença para o sistema de amortizações constantes é que na Tabela Price a amortização vai aumentando com o passar dos períodos. Uso comum: Financiamentos em geral de bens de consumo. SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO MISTO (SAM) Cada prestação (pagamento) é a média aritmética das prestações respectivas no Sistema Price e no Sistema de Amortização Constante (SAC). Uso comum: Financiamentos do Sistema Financeiro da Habitação – SFH SISTEMA ALEMÃO O sistema Alemão consiste em liquidar uma dívida onde os juros são pagos antecipadamente com prestações iguais, exceto o primeiro pagamento que corresponde aos juros cobrados no momento da operação financeira. É necessário conhecer o valor de cada pagamento (P) e os valores das amortizações.
  • 49. Módulo 2- Mercado Financeiro 49 Exercícios Instruções: 1. Este exercício tem o objetivo de consolidar sua aprendizagem. 2. Verifique suas respostas, no Gabarito para concluir sua autoavaliação da aprendizagem. 3. Retorne ao conteúdo sempre que necessário para reforçar sua aprendizagem. QUESTÃO 01 Com relação aos riscos presentes no mercado financeiro associe-os a sua respectiva caracterísitica: A. Risco de Crédito ( ) Contrato B. Risco Operacional ( ) Falha no Sistema C. Risco de Mercado ( ) Sem clientes ou compradores D. Risco Legal ( ) “Calote” ou atraso no pagamento E. Risco de Liquidez ( ) Preço ou dificuldade de vender QUESTÃO 02 Associe corretamente os mecanismos no processo de lavagem de dinheiro à sua descrição: A. Ocultação ( ) Empreendimento de fachada. B. Integração ( ) Utilização de “paraísos fiscais”. C. Colocação ( ) Depósitos em “contas fantasmas. QUESTÃO 03 Por decisão do governo a economia sofreu um ajuste, provocando oscilações para baixo nos preços de alguns ativos. Nesta situação, qual o tipo de risco mais caracterizado ao evento para as empresas que investiram nos ativos que sofreram este impacto? A. ( ) Risco de Crédito B. ( ) Risco de Mercado C. ( ) Risco de Liquidez D. ( ) Risco de Reputação
  • 50. Curso Preparatório Correspondentes no País 50 QUESTÃO 04 Assinale abaixo a alternativa que melhor contemple uma situação incidente de risco operacional. A. ( ) Atraso na liquidação do pagamento de um empréstimo pelo cliente devedor. B. ( ) Perda financeira por conta de interferência do governo no mercado. C. ( ) Dificuldade na venda de mercadorias por falta de interesse do mercado. D. ( ) Não lançamento dos créditos dos salários na conta-corrente dos funcionários de uma empresa. QUESTÃO 05 Qual o montante de um capital de R$15.000,00 em 6 meses, rendendo a uma taxa mensal de 5%, no regime de juros simples? A. ( ) R$4.500,00 B. ( ) R$45.000,00 C. ( ) R$3.000,00 D. ( ) R$19.500,00 QUESTÃO 06 Associe o tipo de taxa de juro à sua respectiva definição. A. Taxa Equivalente ( ) Juros simples. B. Taxa Proporcional ( ) Taxa nominal menos a taxa de inflação. C. Taxa Real ( ) Juros compostos. QUESTÃO 07 Associe os tipos de sistemas de amortização às suas características. A. Sistema americano ( ) Cada prestação é a média aritmética da prestação do Price e do SAC B. Sistema de Amortizações Constantes. ( ) Prestações iguais sendo que a amortização aumenta com o passar dos períodos. C. Sistema da Tabela Price ( ) O principal é pago em um único pagamento no final e os juros do saldo devedor ao final de cada período. D. Sistema de Amortização Misto ( ) As amortizações sempre iguais.
  • 51. Módulo 2- Mercado Financeiro 51 QUESTÃO 08 Assinale a alternativa CORRETA sobre o Custo Efetivo Total – CET. A. ( ) As taxas e despesas de contratação devem ser excluídos do seu cálculo. B. ( ) Deve ser apresentado na forma de taxa percentual mensal. C. ( ) Na veiculação de ofertas específicas pela instituição é dispensadao mencionar o CET nos informes publicitários. D. ( ) O conhecimento prévio do CET pelo Cliente gera maior concorrência no mercado. QUESTÃO 09 Considerando os juros compostos, com relação a um empréstimo concedido a uma taxa de 3% ao mês é correto afirmar que a taxa de operação será: A. ( ) Igual a 3% ao mês. B. ( ) Menor que 18% ao semestre. C. ( ) Maior que 36% ao ano. D. ( ) Será igual a 6% ao bimestre. QUESTÃO 10 Em relação ao sistema de capitalização, é correto afirmar sobre a taxa de juros: A. ( ) A taxa anual, para efeito de juros compostos, é igual a doze vezes a taxa mensal. B. ( ) A taxa anual, para efeito de juros simples, é igual a média simples das doze taxas mensais. C. ( ) A taxa semestral, para efeito de juros simples é igual a seis vezes a taxa mensal. D. ( ) A taxa semestral, para efeito de juros compostos, é igual a taxa mensal dividida por seis. QUESTÃO 11 A instituição financeira pode recusar recebimento de cheques para pagamentos desde que: A. ( ) Divulgue esta informação nas suas dependências e onde os produtos são ofertados. B. ( ) Obtenha autorização do Banco Central. C. ( ) Observe o cliente e constate a possibilidade de não quitação do cheque. D. ( ) A conta ou prestação esteja atrasada para quitação.
  • 52. Curso Preparatório Correspondentes no País 52 QUESTÃO 12 O promotor de um Correspondente, ao perceber uma operação suspeita ou ilegal no interior do seu estabelecimento deve imediatamente: A. ( ) Contatar a Ouvidoria do Banco Central para efetuar reclamação. B. ( ) Ligar para a Polícia Federal e registrar a ocorrência. C. ( ) Comunicar ao COAF. D. ( ) Relatar ao gerente ou responsável de seu estabelecimento para que este autorize, ou não, a operação.
  • 53. Módulo 2- Mercado Financeiro 53 Gabarito das Respostas das Atividades de Autoavaliação Verifique as respostas e comentários sobre as atividades de autoavaliação apresentadas no final deste módulo. Para melhor aproveitamento do seu estudo confira suas respostas somente após sua participação na resposta de todas as atividades propostas. Sempre que necessário retorne ao conteúdo e faça uma revisão do tema abordado, esta medida facilitará sua aprendizagem. Questão Resposta correta 01 D, B, E, A, C 02 B, C, A 03 C 04 D 05 D 06 B, C, A 07 D,C,A,B 08 D 09 C 10 C 11 A 12 C
  • 54.
  • 55. PARABÉNS! VOCÊ CHEGOU AO FINAL DO MÓDULO2