- O documento discute recomendações para uma política nacional de ciência aberta em Portugal, com foco na responsabilidade social científica.
- É destacado o papel das bibliotecas públicas e dos centros Ciência Viva na promoção do acesso livre ao conhecimento científico e da cultura científica.
- São apresentadas diversas recomendações para envolver a sociedade na identificação de problemas, construção de agendas de pesquisa e cocriação do conhecimento de forma aberta e participativa.
Ciência Aberta: recomendações para uma política nacional de ciência aberta - Responsabilidade Social Científica
1. CIÊNCIA ABERTA
Recomendações para uma
Política Nacional de Ciência Aberta.
- Responsabilidade Social Científica -
PEDRO PRÍNCIPE (GT-PNCA, UNIVERSIDADE DO MINHO) | 22-11-2017
5. PRÁTICAS DE
FORMAÇÃO
VISIBILIDADE DOS
RECURSOS
ACESSIBILIDADE DOS
RECURSOS
CIÊNCIA CIDADÃ
METODOLOGIAS DE
INVESTIGAÇÃO
PAPEL DOS MEDIA
CAPACITAÇÃO DOS
AGENTES
INTERFACES
FACILITADORES
PATRIMÓNIO DIGITAL
TRANSFERÊNCIA DE
CONHECIMENTO
COMUNICAÇÃO DE
CIÊNCIA
TRANSFERÊNCIA DE
TECNOLOGIA
EIXOS DE INTERVENÇÃO
RESPONSABILIDADE SOCIAL CIENTÍFICA
6. Para uma Ciência Aberta socialmente responsável
Um movimento para a cultura científica: a Ciência Viva
O acesso livre ao conhecimento científico: as redes públicas de bibliotecas
Da popularização à participação
“a Ciência Aberta não será completa se não for plenamente democrática. Uma Ciência Aberta,
entendida como circulação e partilha de dados, de código, de recursos, suportada por
infraestruturas tecnológicas eficazes e atuais, é determinante para fazer mais e melhor ciência.”
DIAGNÓSTICO
RESPONSABILIDADE SOCIAL CIENTÍFICA
7. Posicionar as práticas de Ciência Aberta como veículo privilegiado para
o acesso generalizado ao conhecimento;
Reforçar a adequação de práticas de responsabilidade social que
envolvam a comunidade científica, os cidadãos, as empresas e outros
agentes na identificação de problemas comuns, na construção de
agendas de investigação e na cocriação do conhecimento.
ORIENTAÇÕES GERAIS:
RESPONSABILIDADE SOCIAL CIENTÍFICA
9. Promover a visibilidade pública da CA e
do seu valor social, apoiando a criação
de estruturas de difusão dos resultados
socialmente relevantes da CA.
A sensibilização para a importância social da CA
requer mobilização de parceiros estratégicos do
sistema científico… em articulação com espaços e
estruturas de acesso público já enraizadas no
território nacional.
Disponibilizar de forma sistemática resultados e
evidências do valor social da CA e da sua relevância.
Estudos de caso e exemplos de práticas promissoras
de CA convincentes e apelativas (Bringing RRI to life:
showcases www.rri-tools.eu/training/resources).
RespSC-1 | GT-PNCA (Out. 2017)
Agentes
políticos
Financiadores
públicos
Outros
financiadores
Avaliadores
Entidades
de suporte
Produtores
10. Promover a participação pública
e a cidadania científica aberta
em contexto de CA.
A responsabilidade social da CA deve refletir-se na
abertura à participação, colaboração e iniciativas
emergentes nos vários setores da sociedade.
Deve ser garantida a continuidade de esquemas de
financiamento e de programas específicos para abertura
da produção científica à participação da sociedade, na
linha do corrente orçamento participativo para a ciência.
Criação de pontos de contacto único para a sociedade
nas universidades e centros de investigação, que
facilitarão a articulação entre investigadores e iniciativas
de participação pública.
RespSC-2 | GT-PNCA (Out. 2017)
Agentes
políticos
Financiadores
públicos
Outros
financiadores
Avaliadores
Entidades
de suporte
Produtores
11. Promover a criação de um fórum
Media e Ciência Aberta.
O papel dos media enquanto mediador deve ser
aproveitado para desenvolver a cultura de debate
aberto e alargado sobre a CA e inovação.
Organizar e produzir reflexão escrita e recomendações
(no âmbito das boas práticas) sobre o papel dos media
na promoção da CA.
Produzir pareceres sobre a qualidade da acessibilidade à
informação científica e sobre a sua inteligibilidade.
Promover e organizar programas de residências
Investigadores na Redação e Jornalistas no Laboratório.
RespSC-3 | GT-PNCA (Out. 2017)
Agentes
políticos
Financiadores
públicos
Outros
financiadores
Avaliadores
Entidades
de suporte
Produtores
12. Estudar a criação de um conselho
ético para a Ciência Aberta.
A disponibilização dos produtos de investigação –
incluindo conjuntos de dados e ferramentas e
métodos usados para o seu tratamento –, deve ser
gerida tendo em conta as realidades específicas das
diferentes comunidades científicas.
Deverá ser criado um grupo de trabalho que estude e
avalie a criação de um conselho ético ou que explore
outras soluções institucionais ou disciplinares que
assegurem o respeito por códigos éticos no
desenvolvimento da CA.
RespSC-4 | GT-PNCA (Out. 2017)
Agentes
políticos
Financiadores
públicos
Outros
financiadores
Avaliadores
Entidades
de suporte
Produtores
13. Promover um programa amplo de
formação em CA para as diferentes
partes envolvidas no processo de
produção e comunicação da ciência.
O programa previsto de facilitação da formação no
domínio da CA deve configurar-se com uma oferta
diversificada que conjugue formação presencial e a
distância, formação de formadores e de
destinatários finais.
Sistemas e-learning, b-learning e de auto-formação
(MOOCs e webinars), bem como a realização de
workshops temáticos, escolas de verão, oficinas…
Os conteúdos e objetivos de aprendizagem devem alinhar
com os "Learning outcomes” do projeto RRI-tools e os
“Learning objetivs & topic maps” do projeto FOSTER OS.
RespSC-5 | GT-PNCA (Out. 2017)
Agentes
políticos
Financiadores
públicos
Outros
financiadores
Avaliadores
Entidades
de suporte
Produtores
14. Desenvolver a criação de programa
operacional para a sensibilização,
formação e promoção de CA nas redes
de bibliotecas e de centros Ciência Viva.
A autonomia das bibliotecas relativamente às suas
tutelas é geralmente limitada, os agentes da
administração regional e local - responsáveis
políticos pela tutela das bibliotecas - deverão ser
sensibilizados para a agenda política da CA.
Constituição de um grupo operacional com
representantes do MCTES, DGLAB, RBE, Rede Centros de
CV, BAD, SciCom, etc, para definição e validação de
estratégias e recomendações para a operacionalização da
PNCA incluindo a identificação de necessidades de
formação e a avaliação dos recursos disponíveis.
RespSC-6 | GT-PNCA (Out. 2017)
Agentes
políticos
Financiadores
públicos
Outros
financiadores
Avaliadores
Entidades
de suporte
Produtores
15. Apoiar as bibliotecas públicas como
agentes facilitadores e de disseminação de
CA, transformando-as em espaços de
acesso ativo e intensivo a recursos de
informação científica e académica.
Os arquivos e bibliotecas públicas e escolares são
dos poucos serviços públicos com acesso livre e
gratuito para toda a população. Constituem
oportunidades efetivas para disseminar os
princípios e a prática da CA.
Apoiar o estabelecimento de parcerias com a Rede
Nacional de Centros de Ciência Viva.
Organizar um concurso nacional de leitura temático
dedicado à ciência e inovação.
Diversificar e enriquecer os recursos de informação
oferecidos, apostando em kits e jogos didáticos.
RespSC-7 | GT-PNCA (Out. 2017)
Agentes
políticos
Financiadores
públicos
Outros
financiadores
Avaliadores
Entidades
de suporte
Produtores
16. Reforçar o apoio à Rede Nacional de
Centros Ciência Viva como plataformas
de democratização do acesso ao
conhecimento num contexto de CA.
Os Centros Ciência Viva são recursos fundamentais
para o conhecimento, para o trabalho em rede,
dando visibilidade aos desenvolvimentos
tecnológicos mais recentes, mas também os mais
sustentados e adaptados às respetivas regiões.
Regulamentar a criação dos “Centros Ciência Viva” e
formalizar os termos do desenvolvimento da “Rede CV”.
Apoiar a participação de instituições de ensino superior e
de investigação nas associações locais de Centros CV.
Alargar o destacamento de professores dos ensinos
básico e secundário nos Centros CV.
RespSC-8 | GT-PNCA (Out. 2017)
Agentes
políticos
Financiadores
públicos
Outros
financiadores
Avaliadores
Entidades
de suporte
Produtores
17. Promover a criação uma plataforma online
dedicada à promoção, organização, apoio,
desenvolvimento e partilha de projetos de
ciência cidadã, colaboração e coprodução de
ciência.
A responsabilidade social da CA deve refletir-se
também na abertura à participação e colaboração
da sociedade em todas as fases da investigação
científica, incluindo definição das agendas de
investigação, esquemas de financiamento, pesquisa
e divulgação de resultados.
Deverá ser criado um canal institucional para articular
governantes, agências financiadoras, unidades de
investigação e cidadãos – plataforma online que facilitará
a ligação entre investigadores e iniciativas de
participação pública.
RespSC-9 | GT-PNCA (Out. 2017)
Agentes
políticos
Financiadores
públicos
Outros
financiadores
Avaliadores
Entidades
de suporte
Produtores
18. Criar um programa de financiamento
de projetos de ciência participada
num contexto de CA – a Iniciativa
Ciência Participada.
Ciência Participada não é só Ciência Cidadã. O
programa Iniciativa Ciência Participada aplica os
princípios da CA e da ciência cidadã a um conceito
de investigação participada de base comunitária.
Este conceito parte do envolvimento dos cidadãos na
recolha e análise de dados, próprio da ciência cidadã,
para uma perspetiva de participação pública, organizada,
fundada em comunidades locais, criadora de
oportunidades de educação e cultura científica e
aplicada em todas fases do processo científico.
RespSC-10 | GT-PNCA (Out. 2017)
Agentes
políticos
Financiadores
públicos
Outros
financiadores
Avaliadores
Entidades
de suporte
Produtores
19. Desenvolver e aplicar um plano de
acessibilidade e inteligibilidade de
resultados de I&D produzidos com
financiamentos públicos.
Uma política de CA socialmente responsável deverá
preocupar-se não só com a possibilidade de
consumir publicações, mas também com o que os
cidadãos poderão fazer com os conteúdos destas
publicações (tornar os dados abertos acessíveis,
compreensíveis para uma gama ampla de públicos).
Fomentando a produção de resumos para leigos, ou seja,
resumos escritos para leitores não especialistas.
Garantindo que resultados de investigação são
comunicados de forma acessível a um espectro alargado
de partes interessadas.
RespSC-11 | GT-PNCA (Out. 2017)
Agentes
políticos
Financiadores
públicos
Outros
financiadores
Avaliadores
Entidades
de suporte
Produtores
20. Contribuir para a melhoria da
educação científica de base numa
perspetiva de CA e Participada.
A responsabilidade social da comunidade científica
num contexto de promoção da cultura científica e
da CA assenta no combate à iliteracia científica de
base, pela melhoria da educação científica nas
escolas de ensino básico e secundário, valorizando
os saberes práticos e a experimentação científica.
Iniciativas de geminação entre Instituições Científicas e
Escolas.
Oferta de estágios científicos para estudantes do ensino
secundário.
RespSC-12 | GT-PNCA (Out. 2017)
Agentes
políticos
Financiadores
públicos
Outros
financiadores
Avaliadores
Entidades
de suporte
Produtores
21. Desenvolver laboratórios de
aprendizagem/experimentação
colaborativa explicitamente dirigidos
a populações vulneráveis.
Todas as Unidades de I&D devem, no âmbito das
suas atividades de promoção da cultura científica,
transparência e acessibilidade, conceber e executar
projetos de outreach dedicados especialmente às
periferias, grupos particularmente vulneráveis
(idosos, pessoas com deficiência, minorias étnicas,
etc.)
Todas estas atividades devem ser incluídas nos Planos
das Unidades de I&D e devem ser objeto de avaliação.
RespSC-13 | GT-PNCA (Out. 2017)
Agentes
políticos
Financiadores
públicos
Outros
financiadores
Avaliadores
Entidades
de suporte
Produtores
22. Apoiar o recurso a novos media
por docentes e investigadores
numa perspetiva de CA.
A tecnologia digital facilita simultaneamente a
documentação permanente do trabalho de
investigação e a inclusão de setores da sociedade
habitualmente excluídos desse trabalho.
Incentivar o recurso a novos media (blogues, redes
sociais, publicações, etc.), diretamente controlados por
investigadores sensibilizados para a importância do AA.
Aproveitar ou desenvolver plataformas online que
permitam interagir com os dados abertos e colaborar de
facto no trabalho levado a cabo com estes dados.
RespSC-14 | GT-PNCA (Out. 2017)
Agentes
políticos
Financiadores
públicos
Outros
financiadores
Avaliadores
Entidades
de suporte
Produtores
23. Fomentar a ação das Bibliotecas de
Ensino Superior como parceiro
primordial de realização institucional
de uma Política de CA.
Quer no domínio da disseminação de ferramentas e
informação de suporte, quer na aplicação de uma
estratégia transversal de formação na comunidade
académica.
A operacionalização pressupõe uma estratégia de trabalho
em rede que reforce a colaboração e transferência de
saberes entre instituições e profissionais.
Pressupõe na prática o reforço do trabalho feito no âmbito
da B-ON ou na rede RCAAP, quer pelo trabalho
desenvolvido no âmbito do GT-BES da BAD.
RespSC-15 | GT-PNCA (Out. 2017)
Agentes
políticos
Financiadores
públicos
Outros
financiadores
Avaliadores
Entidades
de suporte
Produtores
26. Desenvolver a criação de programa
operacional para a sensibilização,
formação e promoção de CA nas redes
de bibliotecas e de centros Ciência Viva.
A autonomia das bibliotecas relativamente às suas tutelas é
geralmente limitada, os agentes da administração regional e
local - responsáveis políticos pela tutela das bibliotecas -
deverão ser sensibilizados para a agenda política da CA.
Constituição de um grupo operacional com representantes do MCTES,
DGLAB, RBE, Rede Centros de CV, BAD, SciCom, etc, para definição e
validação de estratégias e recomendações para a operacionalização da
PNCA incluindo a identificação de necessidades de formação e a
avaliação dos recursos disponíveis.
RespSC-6 | GT-PNCA (Out. 2017)
Agentes
políticos
Financiadores
públicos
Outros
financiadores
Avaliadores
Entidades
de suporte
Produtores
27. Apoiar as bibliotecas públicas como
agentes facilitadores e de disseminação
de CA, transformando-as em espaços de
acesso ativo e intensivo a recursos de
informação científica e académica.
RespSC-6 | GT-PNCA (Out. 2017)
Os arquivos e bibliotecas públicas e escolares são dos poucos
serviços públicos com acesso livre e gratuito para toda a
população. Constituem oportunidades efetivas para disseminar os
princípios e a prática da CA.
Apoiar o estabelecimento de parcerias com a Rede Nacional de Centros de
Ciência Viva.
Organizar um concurso nacional de leitura temático dedicado à ciência e
inovação.
Diversificar e enriquecer os recursos de informação oferecidos, apostando
em kits e jogos didáticos.
Agentes
políticos
Financiadores
públicos
Outros
financiadores
Avaliadores
Entidades
de suporte
Produtores
28. Fomentar a ação das Bibliotecas de
Ensino Superior como parceiro
primordial de realização institucional de
uma Política de CA.
RespSC-6 | GT-PNCA (Out. 2017)
Quer no domínio da disseminação de ferramentas e
informação de suporte, quer na aplicação de uma
estratégia transversal de formação na comunidade
académica.
A operacionalização pressupõe uma estratégia de trabalho em
rede que reforce a colaboração e transferência de saberes
entre instituições e profissionais.
Pressupõe na prática o reforço do trabalho feito no âmbito da
B-ON ou na rede RCAAP, quer pelo trabalho desenvolvido no
âmbito do GT-BES da BAD.
Agentes
políticos
Financiadores
públicos
Outros
financiadores
Avaliadores
Entidades
de suporte
Produtores
29. CIÊNCIA ABERTA
Recomendações para uma
Política Nacional de Ciência Aberta
PEDRO PRÍNCIPE (GT-PNCA, UNIVERSIDADE DO MINHO)
28-10-2017
OBRIGADO
pedroprincipe@sdum.uminho.pt