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O marketing político e a importância da
imagem-marca em campanhas eleitorais majoritárias
Ada Kesea Guedes Bezerra
e Fábio Ronaldo da Silva∗
Índice
1 Introdução 1
2 Publicidade de consumo e campanhas
eleitorais 2
3 A importância da imagem marca em
eleições majoritárias 6
4 Conclusão 8
5 Bibliografia 8
Resumo
O momento de eleições majoritárias atual-
mente é marcado por pesquisas de opinião,
por enfoque de pré-campanhas, divulgação
de agendas e uma série de atividades da prá-
tica política que buscam a visibilidade pú-
blica através dos meios midiáticos. Na dis-
puta pela visibilidade, as campanhas preci-
sam ser atrativas, os discursos, de fácil assi-
milação e os candidatos aparecem como ver-
dadeiros personagens capazes de “conquis-
tar” o eleitorado. As técnicas da publicidade
de mercado são apropriadas pelas equipes de
marketing político para fazer de seus polí-
ticos assessorados, imagens marca,que des-
∗
Ada Kesea Guedes Bezerra é Mestre em Sociolo-
gia (UFCG) – ada_liw@hotmail.com. Fábio Ronaldo
da Silva é Historiador (UFCG) e Especialista em Pro-
gramação Visual (FIP) – fabiocg@gmail.com
pertem identificação, admiração e afeto em
eleitores cada vez mais “consumidores” de
imagens.
1 Introdução
O presente artigo tem por objetivo apreender
como ocorre a assimilação das técnicas da
publicidade do mercado de consumo, pelas
equipes organizadoras de campanhas políti-
cas. Partindo do pressuposto de que o mar-
keting político emprega técnicas de comuni-
cação e exposição dos políticos, de maneira
semelhante aos recursos aplicados na expo-
sição de produtos de consumo, analisaremos
sobretudo a relevância de uma imagem con-
sistente e do valor simbólico da marca de
um candidato.
Com o novo contexto sócio-político no
Brasil dos anos 80, demarcado pelo retorno
da democracia, pelo avanço da industriali-
zação, da urbanização, da abrangência dos
meios de comunicação de massa1
, a prática
1
Em 1960, a emissões televisivas se restringiam a
oito capitais, através de 18 emissoras, em 1980 esse
número saltou para 235 emissoras de televisão, com
cinco redes nacionais que atingiam 94% da população
através de 25 milhões de receptores.
2 Ada Guedes Bezerra e Fábio Silva
política se apresenta a partir de então, recon-
figurada a realidade vigente.
Como já referido em outro artigo2
, o con-
tato do eleitor com os assuntos do campo po-
lítico, já não se fazia através do engajamento
com partidos ou atividades tradicionais. Em
1989 aproximadamente 86% da população
tinha a televisão como principal fonte de in-
formação dos assuntos políticos.
Na busca da visibilidade, a atividade po-
lítica passou a se munir de mecanismos de
sedução para obter a atenção e adesão do
eleitor que conforme Bourdieu3
, é entendido
como um consumidor na atual forma do fa-
zer política. A utilização do marketing e da
publicidade nas campanhas eleitorais apro-
ximou definitivamente a política da chamada
publicidade de imagem. Nas campanhas, os
partidos, situados em seu papel “secundá-
rio”, apresentam suas “personalidades”, por
vezes transfiguradas através do marketing de
imagem para que apareçam da maneira mais
adequada aos ideais dos eleitores. Candida-
tos não podem ser apreendidos meramente
como mercadorias expostas à venda, mas é
2
O artigo “Novo formato da prática política no
cenário midiático – Uma análise da construção da
imagem pública de Lula nas eleições presidenciais
2002”, pode ser encontrado no seguinte endereço:
http://www.bocc.ubi.pt/pag/rosilene-montenegro-
fabio-silva-memoria-jornalistica.pdf
3
“O que faz com que a vida política possa ser des-
crita na lei da oferta e da procura é a desigual distri-
buição dos instrumentos de produção de uma repre-
sentação do mundo social explicitamente formulada:
o campo político é o lugar em que se geram, na con-
corrência entre os agentes que nele se acham envol-
vidos, produtos políticos, problemas, programas, aná-
lise, comentários, conceitos, acontecimentos, entre os
quais, os cidadãos comuns, reduzidos ao estatuto de
“consumidores”, devem escolher com probabilidades
de mal-entendido tanto maiores quanto mais afasta-
dos do lugar da produção. (BOURDIEU, 1998:162)
visível o empreendimento das técnicas da
publicidade do mercado de consumo.
2 Publicidade de consumo e
campanhas eleitorais
Na era da exaltação ao mercado, não é mais
possível transformar produtos em mercado-
rias sem recorrer às campanhas de comuni-
cação. Outra característica dessa realidade é
a concorrência de marca em detrimento da
concorrência de preço.
De acordo com Severiano (2001, p. 180),
“A subjetividade do cliente se afigura como
o principal meio através do qual se atingem
os fins últimos da publicidade.” A autora
destaca que o caráter dúbio da publicidade
em relação à venda, não incide da comuni-
cação do produto, mas da “irrelevância do
objeto diante da produção de desejo”. A pu-
blicidade está centrada na subjetividade do
consumidor muito mais que na informação
precisa das características e funções do pro-
duto.
Nelly de Carvalho (2001, p. 16), des-
taca na mensagem publicitária três planos. O
aplano identificador, que consiste na própria
identificação do gênero publicitário, desem-
penha a função classificatória da mensagem
no sentido da informação. O plano denota-
tivo, semântico, com as informações sobre o
produto, é objetivo e inteligível, favorecendo
a racionalidade. E o plano conotativo, em-
pático, com elementos simbólicos e afetivos,
é subjetivo, plural e traz elementos de sobre-
carga emocional a nível inconsciente.
A autora defende que o discurso publici-
tário é um dos instrumentos de controle so-
cial que, “para bem realizar essa função si-
mula igualitarismo, remove da estrutura de
www.bocc.ubi.pt
O marketing político e a importância da imagem-marca 3
superfície os indicadores autoridade e poder,
substituindo-os pela linguagem da sedução.”
(CARVALHO, p.17).
Para ela, isso ocorre através de três vias: 1
pela via psicológica – revela a eficácia da pu-
blicidade, consiste no sentido erótico do jogo
de palavras, isso no sentido psicanalítico do
termo; 2 pela via antropológica – parte da
premissa da irracionalidade do receptor. O
jogo simbólico dos signos reaviva arquétipos
coletivos ocultos e fundamentais escamote-
ando a barreira da consciência e 3 pela via
sociológica – parte da premissa de que por
não se dirigir a ninguém em especial, dirige-
se a cada um em particular proporcionando
ao mesmo tempo o sentimento de pertencer
a um grupo, a uma coletividade dada pelos
frágeis laços entre os habitantes das socieda-
des industriais.
A mensagem publicitária, portanto, infere
sobre os desejos dos consumidores, através
da sedução, criando uma visão fascinada,
instiga o desejo que atua como motivação de
ação por parte do consumidor, muito mais do
que a necessidade real de obter o produto.
A construção da imagem e da marca de um
produto corresponde ao atendimento desse
constante desejo. “As imagens associadas
aos produtos são relacionadas simbolica-
mente pelo consumidor à imagem de si per-
cebida e pretendida. O consumidor procura
escolher produtos e marcas que reforcem a
identidade de imagem desejada, caracteri-
zando atributos sociais distintivos”. (Sil-
veira, 2000, p. 126)
É o elemento da identificação. O consumi-
dor não quer apenas suprir uma necessidade
real, é crucial que o produto também tenha a
sua “cara”. O que promove essa identifica-
ção entre produto e consumidor é a marca
do objeto de consumo. É ela que confere
“personalidade”, “diferenciação”. “Nela se
conjugam: um estilo, um comportamento,
uma atitude, um valor, um desejo, um con-
ceito, cumplicidade, simpatia ou aversão,
um rosto, uma fala, uma identidade, uma
personalidade própria, um mundo...” (SE-
VERIANO, 2001, p. 213).
A marca transfere personalidade a quem
dela se apropria, trata-se de um encontro de
desejos, de uma cumplicidade entre o con-
sumidor e “sua” marca. Esta relação muitas
vezes resulta em fidelidade a uma determi-
nada marca, um resultado implícito no para-
doxo de uma relação que ao mesmo tempo
em que causa identificação, sugere também
a possibilidade de “diferenciação”. 4
O poder da publicidade da imagem e da
marca é o da aparência e no intento de mos-
trar o melhor, o mais eficiente, por vezes esta
aparência promete mais do que é possível
proporcionar. O que ratifica a relação sub-
jetiva do consumidor com a marca.
A estratégia da comunicação pela ima-
gem, da linguagem da sedução das mensa-
gens publicitárias do mercado de consumo é,
a partir da década de 80, aplicada estrategi-
camente e de maneira particular à comuni-
cação política. Assim como ocorre a con-
corrência de marcas dos produtos, acontece
o jogo de estratégias políticas numa concor-
4
Neste caso ocorre o que Baudrillard define como
“a produção industrial das diferenças”. “Na qual se
produzem as ‘diferenças’ que ‘personificam’ os indi-
víduos, com pretensões de retira-los do anonimato e
da homogeneidade em que até então estavam imersos.
Nesse caso, as diferenças entre as pessoas são asse-
melhadas às ‘diferenças entre as marcas, as pessoas
somente tornam-se diferentes através de sua adesão
a uma marca. É como se houvesse imaginariamente
uma marca que distinguisse cada pessoa, que a dife-
renciasse das demais, ou fornecesse aos outros uma
imagem distinta ”. (SEVERIANO, 2001 p.219)
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4 Ada Guedes Bezerra e Fábio Silva
rência democrática através da construção de
imagens e de marcas de candidatos num ver-
dadeiro mercado político.
Neste sentido, o eleitor assume um lugar
de consumidor de imagens que por meio da
subjetividade seduzem, provocam, emocio-
nam. O discurso político segue a tendência
do discurso publicitário impetrando o elo de
identificação com o eleitor através do apelo
emocional. Entra em declínio a atividade po-
lítica tradicional, o engajamento direto atra-
vés de partidos e entra em cena as “persona-
lidades”, as “estrelas” do show da política de
imagem.
A espetacularização da política constitui
fenômeno intrinsecamente ligado à televisão
e à estética, pois a construção da imagem
de um político, no caso brasileiro abalizada
por símbolos e ritos já era praticada na Era
Vargas5
, por meio da radiodifusão, como “o
pai dos pobres”, a imagem de Getúlio foi
construída com o acúmulo de capital polí-
tico tradicional que refletia o paternalismo
patriarcal tradicional. Sua postura mantinha
as hierarquias, representava o povo, ‘junto
ao povo’, difere do capital simbólico acu-
mulado com a exposição midiática, o capital
Imagético, é racionalmente produzido para a
exposição e divulgação midiática. 6
O capital político de outrora, dava-se no
momento em que vigorava a forma de pa-
ternalismo patriarcal, na qual crescia a face
racional-legal do Estado, enquanto o Capi-
tal Imagético imerge no contexto de uma so-
ciedade, como define Rubim (2000) “ambi-
entada e estruturada pela mídia”, na qual a
5
A utilização dos meios de radiodifusão na ati-
vidade política no Brasil, foi incorporada sistemati-
camente a estratégia política no período de primeiro
governo getulista em 1930-1945.
6
Ver (Gomes,1998)
visibilidade pública se faz essencial para o
sucesso político.
A esfera civil, portanto, forma e reconfi-
gura diariamente, suas opiniões no campo
da política, através dos jornais e programas
de televisão; ao passo em que a esfera po-
lítica também detém instrumentos de avalia-
ção constante da opinião pública. Esse fluxo
de informação é constante, multidirecional e
acelerado. Como define Gomes:
Nas democracias liberais, a indústria do
entretenimento e o sistema industrial de
informação assumiram o negócio da in-
formação política em lugar da imprensa
de opinião e da imprensa oficial e a cen-
sura prévia se torna uma brutalidade ar-
caica. Além disso vivemos em sociedade
com grande cota de tempo livre e capital
cultural, onde a comunicação política co-
piosa, leiga e variada chega ao volume da
informação contínua e ao padrão de ve-
locidade do segundo. (GOMES, 2004, p.
112)
Esse acontecimento está diretamente re-
lacionado a dois fatores interligados. Por
um lado, à postura e deslocamento do lu-
gar dos partidos políticos, que na busca de
votos adaptam seus discursos para atingir o
maior número de adeptos, das mais variadas
classes sociais, se aproximam do centro po-
lítico do eixo ideológico. São os chamados
partidos catch-all, apresentam-se todos com
programas e propostas semelhantes com a fi-
nalidade de conquistar a maioria. Por outro
lado, o eleitor busca a diferença nas perso-
nalidades políticas, através de posturas dife-
renciadas, e das características pessoais dos
candidatos.
www.bocc.ubi.pt
O marketing político e a importância da imagem-marca 5
O eleitor adquire um novo perfil, de um
cidadão consumidor, mais subjetivo e emo-
cional e menos consciente de suas esco-
lhas racionais. Este cidadão é exposto a
um número altíssimo de informações co-
tidianamente através da mídia. Para que
o consumidor-eleitor possa ser atingido, a
mensagem política deve ser atrativa para
capturar sua atenção antes que ele mude de
canal. A prática política passa a adquirir ca-
racterísticas do entretenimento, por vezes as-
similando o formato da programação televi-
siva.
Para se fazer visível, ganhar destaque em
meio à fluidez e velocidade de informa-
ções, uma personalidade política precisa ter
uma imagem estrategicamente construída,
que seja marcante, espetacular. Em detri-
mento da persuasão racional utilizada na po-
lítica tradicional7
, entra em cena a lingua-
gem da sedução, as imagens que fascinam
que convencem pela estética, pela dramati-
cidade, pela emoção e encantamento.
As estratégias de sedução articuladas na
construção da imagem política buscam o en-
tretenimento, o novo, o extraordinário, o
lúdico, o espetacular, através da manipula-
ção de efeitos sonoros, de jogo de imagens.
Os programas de mensagens políticas trazem
cada vez mais novas formas de enunciação,
como o próprio formato de programas de au-
ditório ou de telejornais, com entrevistas, re-
portagens, o uso de videoclipes, vinhetas,
participação de artistas do universo da mú-
sica e das grandes emissoras de Televisão.
Além das imagens que encantam, as men-
sagens apresentam-se também impregnadas
7
Entenda-se aqui da comunicação retórica do dis-
curso político ideológico dos palanques, do contato
do líder patriarcal com o povo, do acúmulo de capital
simbólico através da pratica tradicional da política.
de fortes conteúdos simbólicos que transmi-
tem sentido emocional, afetivo e figurativo
para produtos ou pessoas por elas promovi-
das.
Para Nimmo, “Os cidadãos acabam tendo
laços emocionais mais fortes com as figuras
políticas, assuntos, acontecimentos, do que
laços racionais.” (Nimmo, apud, SOARES,
1996, p. 150). Para o autor, esses laços afeti-
vos mais fortes, decorrem do fato de que para
as pessoas, o conteúdo cognitivo da política
surge depois da impressão afetiva, o que re-
mete a formação de opiniões respondendo
mais as características pessoais do que à sua
experiência política.
É fato que os programas eleitorais enfa-
tizam o embate de imagens em detrimento
do discurso programático, da circulação de
idéias e ideais, mesmo quando isso ocorre,
ou seja, em momentos de definição e exposi-
ção de propostas de governo, estas são apre-
sentadas a partir de construções simbólicas,
de ligações entre as idéias práticas e os dese-
jos inconscientes. Como é comum uma pro-
posta que poderia apresentar uma linguagem
de apelo tipicamente pragmático ser substi-
tuída por uma de cunho emocional, ou um
tipo de apelo estritamente político, que, por
exemplo, exibe a miséria e acaba mostrando
uma solução abstrata, sem oferecer ao elei-
tor uma base real para fazer qualquer infe-
rência, apenas votar no candidato para que o
problema seja solucionado.
Assim como a relevância dos cuidados
com o uso da linguagem, a simpatia e a con-
fiança passam a ser consideradas essenciais
para o estreitamento das reações dos candi-
datos com os eleitores. A propaganda elei-
toral é, assim, orientada para a busca de um
contrato de adesão. Essa conquista implica
www.bocc.ubi.pt
6 Ada Guedes Bezerra e Fábio Silva
em um jogo de persuasão eficiente que passa
a regular a imagem pública dos candidatos.
3 A importância da imagem
marca em eleições majoritárias
A imagem política pode ser comparada aos
rótulos que revestem os produtos, a imagem
marca de uma pretensa identidade diferen-
ciada que pode indicar tradição ou quebra
dessa tradição e indicador do novo; confiabi-
lidade; qualidade; competência administra-
tiva, ou outros atributos que se mostrem ne-
cessários para aquele personagem de acordo
com as pesquisas de opinião e da análise
conjuntural dos problemas sociais em evi-
dência. Seja qual for a estratégia, a composi-
ção da imagem torna-se um processo com-
plexo, pois o modo de representação deve
manter um certo grau de permanência e coe-
rência.
Entende-se aqui, o conceito de imagem
marca, no domínio da política de imagem,
como um processo planejado intencional-
mente na construção do perfil de um perso-
nagem posto a exposição na esfera pública
com a finalidade de conquistar a adesão dos
destinatários (eleitores), em meio à disputa
de sentidos e ofertas simbólicas dos concor-
rentes.
Para o marketing comercial, a marca e o
produto devem ser indissociáveis, por isso
o cuidado excessivo das equipes publicitá-
rias dos políticos com o risco de contradição.
Uma vez estabelecida, a imagem marca de
um “personagem” político, se faz necessá-
rio, uma re-alimentação desta a fim de garan-
tir a continuidade desta marca, mas é preciso
contar ainda com acontecimentos inespera-
dos com o fator surpresa, o imponderável,
que pode desestabilizar uma imagem marca.
Um fator que pode causar danos ao su-
cesso de uma imagem é o ato falho do pró-
prio portador da imagem marca, que em seu
discurso, por determinado motivo, através
de palavras, comportamento ou gestos, pode
comprometer a imagem criada. Outro fator é
exatamente as mutações nos cenários de re-
presentação da política. Os temas agenda-
dos pela mídia podem neutralizar ou validar
a imagem de um candidato. Existe ainda o
fator relacionado às manobras dos oposito-
res que atuam como contra faces das ima-
gens marca.
É importante frisar que em casos de polí-
ticos que constroem carreira ao logo de anos
no cenário político, a confirmação de uma
imagem marca apresenta-se mais apta a en-
frentar o imponderável, uma vez que as fa-
las do político ficam registradas pela mídia
e os cenários de representação modificam-se
ocasionando o paradoxo entre a confirmação
ao mesmo tempo da necessária transforma-
ção (para a adaptação a novos contextos) da
imagem construída.
Assim sucedeu com a imagem marca do
atual presidente, Luís Inácio Lula da Silva,
detentor de uma imagem pública atuante no
cenário político por mais de duas décadas,
desde 1975 quando se elegeu presidente sin-
dicalista, atuando a frente das reivindicações
salariais dos metalúrgicos de ABC paulista,
passando por 1989, quando pela primeira vez
concorreu ao cargo de presidência da repú-
blica até 2002 quando depois de quatro ten-
tativas sucessivas, finalmente elegeu-se pre-
sidente da república.
Além dos ideais, que se modificaram no
decorrer dos anos, os cenários de represen-
tação política em quais atuava a imagem de
www.bocc.ubi.pt
O marketing político e a importância da imagem-marca 7
Lula, passaram por transformações cruciais
que requeriam novas posturas por parte de
Lula. É evidente que na década de setenta
a “causa” era extremamente distinta do ideá-
rio de um candidato à presidência da repú-
blica. Contudo, mesmo durante as quatro
eleições, no período de 1989 a 2002, percep-
tíveis transformações demarcaram as candi-
daturas do petista.
Em 1989, por exemplo, Lula foi apresen-
tado como o candidato dos trabalhadores, es-
querdista, defensor de uma classe social es-
pecífica, e representante de reformas e de
projetos socialistas. Já em 2002, a proposta
seguiu a tendência dos partidos políticos de
aproximar-se do centro ideológico, mostrou-
se menos radical e apresentou-se como um
candidato de todas as classes, com um dis-
curso direcionado ao crescimento econô-
mico e defensor e assegurador da continui-
dade de propostas positivas implementadas
pelo governo.
A imagem marca do discurso de Lula em
1989, estava centrada em ideais e propos-
tas diferenciadas, já em 2002 essa imagem
marca estava situada na pessoa do próprio
candidato, na esperança que sua imagem sus-
citava nos eleitores. O slogan de campa-
nha, “A esperança venceu o medo”, incutia
o sentimento otimista da campanha e refletia
o próprio amadurecimento do candidato e do
PT.
Vale ressaltar que em 1998, por exemplo,
na disputa pelo cargo com Fernando Hen-
rique, as modificações efetuadas nas estra-
tégias da campanha petista, repercutiram de
maneira negativa para a imagem de seu can-
didato. No intento de demonstrar amadu-
recimento e novas propostas, as estratégias
foram entendidas e disseminadas pela mídia
como sinais de fragilidade, falta de identi-
dade e de compromisso com seus princípios
partidários. Ao utilizar, por exemplo, a cor
branca com mais freqüência do que o ver-
melho nos comerciais veiculados no HGPE
(Horário Gratuito de Propaganda Eleitoral),
ou as alterações na aparência visual de Lula
suscitaram criticas da mídia e dos adversá-
rios.
Outro fator que merece atenção particular
é o cenário de representação vigente, os en-
quadramentos dados pela mídia a determina-
dos temas expostos ao debate público. As
propostas e o discurso do candidato devem
estar em sintonia e mesmo tempo dominar a
cena de discussão pública.
Um exemplo de perfeita sintonia entre o
discurso do candidato e o CRP dominante se
deu em 1989 com a candidatura de Fernando
Collor de Melo, sua imagem marca era a de
defensor das camadas mais carentes da po-
pulação e perseguidor da corrupção. Como
“O caçador de Marajás”, Collor adentrou
o imaginário de uma sociedade que sofria
com as penalidades da corrupção, um povo
que carecia de um herói que pudesse salvar
o país. O cenário vigente na década de 80,
também favoreceu a consagração da imagem
marca de um líder moderno, jovem, empre-
endedor e herói. 8
Outro exemplo, do apelo a imagem marca
foi à meteórica ascensão e queda da figura
política de Roseana Sarney, pré-candidata
às eleições presidenciais 2002. A governa-
dora do Estado do Maranhão, filha do ex-
presidente José Sarney, em poucos meses de
8
Ver em “Espelho de Narciso – a Subjetividade,
o Cenário e o Imaginário dos Anos 80 e a Construção
da Imagem do Caçador de Marajás através da mídia
e da publicidade”. Tese de Doutorado de Ramilton
Marinho Costa – UFPB, João Pessoa – PB, 2004
www.bocc.ubi.pt
8 Ada Guedes Bezerra e Fábio Silva
campanha, ainda em 2001, virou a estrela
da disputa presidencial chegando ao segundo
lugar nas pesquisas eleitorais.
Sua presença nas eleições indicava a pos-
sibilidade de pela primeira vez na historia o
país ser governado por uma mulher. Todo
sentimento que uma presença feminina po-
deria despertar foi aos poucos suscitado nas
aparições de Roseana. Como não poderia
deixar de ser, ressaltada a história de sua vida
pessoal se entrelaçava a de sua carreira polí-
tica.
Como candidata pelo PFL, Roseana teve
amplo espaço na mídia, de acordo com da-
dos da revista Veja9
, foram setenta inserções
em rede nacional e 250 em redes regionais,
mas em seus comerciais, a candidata não dis-
cursava nem criticava seus opositores, ape-
nas aparecia como uma mulher dinâmica, jo-
vem, bonita, sorridente. Faltava consistência
em sua campanha, mas, sua rápida ascensão
nas pesquisas mostrou a relevância da ima-
gem pública.
A candidata foi nomeada pela mídia como
“O fenômeno Roseana”, com aceitação em
todas as camadas sociais e em diferentes re-
giões do país. O que não se revelou sufici-
ente para sua permanência na disputa diante
das acusações de corrupção e fraude envol-
vendo a empresa e o nome de seu marido
Jorge Murad. Diante do escândalo, a rapi-
dez na ascensão da imagem de Roseana, se
repetiu na queda de sua candidatura.
As eleições presidenciais de 2002 foram
marcadas pela visibilidade pública, pelo am-
plo espaço, sobretudo na Televisão, aberto a
disputa de sentidos e de imagens. A desas-
trosa experiência da candidata do PFL reflete
9
Revista Veja, (Edição de 14 de novembro de
2001)
a exacerbação e a intensa fluidez de imagens
e marcas no campo da política.
4 Conclusão
O sucesso de um político, na sociedade con-
temporânea depende diretamente da visibi-
lidade pública e repercussão positiva de sua
imagem no cenário público. Na prática do
marketing político, toda e qualquer mensa-
gem precisa ser meticulosamente planejada,
isso se estende também ao discurso desde as
palavras utilizadas, como a tonalidade des-
tas, a gesticulação e expressão facial do can-
didato.
A imagem marca constitui referência
identitária na política numa sociedade mar-
cada pela era da imagem e da publicidade e
de uma prática política que se realiza nos pa-
drões de comunicação configurados pela lin-
guagem midiática.
Em períodos de disputas eleitorais, até
mesmo a escolha dos candidatos é direcio-
nada de acordo com fatores de caráter pu-
blicitário, além de capacidade administra-
tiva, experiência política, os partidos tomam
como referência também atributos pesso-
ais, como o carisma e identificação popular
na indicação de seus candidatos, da mesma
forma que os eleitores fazem suas escolhas
políticas.
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Márcia Ribeiro. Propaganda Política
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O marketing político e a importância da imagem-marca 9
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1996
Revista VEJA, no
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Marketing político e a importância da imagem de marca em campanhas eleitorais

  • 1. O marketing político e a importância da imagem-marca em campanhas eleitorais majoritárias Ada Kesea Guedes Bezerra e Fábio Ronaldo da Silva∗ Índice 1 Introdução 1 2 Publicidade de consumo e campanhas eleitorais 2 3 A importância da imagem marca em eleições majoritárias 6 4 Conclusão 8 5 Bibliografia 8 Resumo O momento de eleições majoritárias atual- mente é marcado por pesquisas de opinião, por enfoque de pré-campanhas, divulgação de agendas e uma série de atividades da prá- tica política que buscam a visibilidade pú- blica através dos meios midiáticos. Na dis- puta pela visibilidade, as campanhas preci- sam ser atrativas, os discursos, de fácil assi- milação e os candidatos aparecem como ver- dadeiros personagens capazes de “conquis- tar” o eleitorado. As técnicas da publicidade de mercado são apropriadas pelas equipes de marketing político para fazer de seus polí- ticos assessorados, imagens marca,que des- ∗ Ada Kesea Guedes Bezerra é Mestre em Sociolo- gia (UFCG) – ada_liw@hotmail.com. Fábio Ronaldo da Silva é Historiador (UFCG) e Especialista em Pro- gramação Visual (FIP) – fabiocg@gmail.com pertem identificação, admiração e afeto em eleitores cada vez mais “consumidores” de imagens. 1 Introdução O presente artigo tem por objetivo apreender como ocorre a assimilação das técnicas da publicidade do mercado de consumo, pelas equipes organizadoras de campanhas políti- cas. Partindo do pressuposto de que o mar- keting político emprega técnicas de comuni- cação e exposição dos políticos, de maneira semelhante aos recursos aplicados na expo- sição de produtos de consumo, analisaremos sobretudo a relevância de uma imagem con- sistente e do valor simbólico da marca de um candidato. Com o novo contexto sócio-político no Brasil dos anos 80, demarcado pelo retorno da democracia, pelo avanço da industriali- zação, da urbanização, da abrangência dos meios de comunicação de massa1 , a prática 1 Em 1960, a emissões televisivas se restringiam a oito capitais, através de 18 emissoras, em 1980 esse número saltou para 235 emissoras de televisão, com cinco redes nacionais que atingiam 94% da população através de 25 milhões de receptores.
  • 2. 2 Ada Guedes Bezerra e Fábio Silva política se apresenta a partir de então, recon- figurada a realidade vigente. Como já referido em outro artigo2 , o con- tato do eleitor com os assuntos do campo po- lítico, já não se fazia através do engajamento com partidos ou atividades tradicionais. Em 1989 aproximadamente 86% da população tinha a televisão como principal fonte de in- formação dos assuntos políticos. Na busca da visibilidade, a atividade po- lítica passou a se munir de mecanismos de sedução para obter a atenção e adesão do eleitor que conforme Bourdieu3 , é entendido como um consumidor na atual forma do fa- zer política. A utilização do marketing e da publicidade nas campanhas eleitorais apro- ximou definitivamente a política da chamada publicidade de imagem. Nas campanhas, os partidos, situados em seu papel “secundá- rio”, apresentam suas “personalidades”, por vezes transfiguradas através do marketing de imagem para que apareçam da maneira mais adequada aos ideais dos eleitores. Candida- tos não podem ser apreendidos meramente como mercadorias expostas à venda, mas é 2 O artigo “Novo formato da prática política no cenário midiático – Uma análise da construção da imagem pública de Lula nas eleições presidenciais 2002”, pode ser encontrado no seguinte endereço: http://www.bocc.ubi.pt/pag/rosilene-montenegro- fabio-silva-memoria-jornalistica.pdf 3 “O que faz com que a vida política possa ser des- crita na lei da oferta e da procura é a desigual distri- buição dos instrumentos de produção de uma repre- sentação do mundo social explicitamente formulada: o campo político é o lugar em que se geram, na con- corrência entre os agentes que nele se acham envol- vidos, produtos políticos, problemas, programas, aná- lise, comentários, conceitos, acontecimentos, entre os quais, os cidadãos comuns, reduzidos ao estatuto de “consumidores”, devem escolher com probabilidades de mal-entendido tanto maiores quanto mais afasta- dos do lugar da produção. (BOURDIEU, 1998:162) visível o empreendimento das técnicas da publicidade do mercado de consumo. 2 Publicidade de consumo e campanhas eleitorais Na era da exaltação ao mercado, não é mais possível transformar produtos em mercado- rias sem recorrer às campanhas de comuni- cação. Outra característica dessa realidade é a concorrência de marca em detrimento da concorrência de preço. De acordo com Severiano (2001, p. 180), “A subjetividade do cliente se afigura como o principal meio através do qual se atingem os fins últimos da publicidade.” A autora destaca que o caráter dúbio da publicidade em relação à venda, não incide da comuni- cação do produto, mas da “irrelevância do objeto diante da produção de desejo”. A pu- blicidade está centrada na subjetividade do consumidor muito mais que na informação precisa das características e funções do pro- duto. Nelly de Carvalho (2001, p. 16), des- taca na mensagem publicitária três planos. O aplano identificador, que consiste na própria identificação do gênero publicitário, desem- penha a função classificatória da mensagem no sentido da informação. O plano denota- tivo, semântico, com as informações sobre o produto, é objetivo e inteligível, favorecendo a racionalidade. E o plano conotativo, em- pático, com elementos simbólicos e afetivos, é subjetivo, plural e traz elementos de sobre- carga emocional a nível inconsciente. A autora defende que o discurso publici- tário é um dos instrumentos de controle so- cial que, “para bem realizar essa função si- mula igualitarismo, remove da estrutura de www.bocc.ubi.pt
  • 3. O marketing político e a importância da imagem-marca 3 superfície os indicadores autoridade e poder, substituindo-os pela linguagem da sedução.” (CARVALHO, p.17). Para ela, isso ocorre através de três vias: 1 pela via psicológica – revela a eficácia da pu- blicidade, consiste no sentido erótico do jogo de palavras, isso no sentido psicanalítico do termo; 2 pela via antropológica – parte da premissa da irracionalidade do receptor. O jogo simbólico dos signos reaviva arquétipos coletivos ocultos e fundamentais escamote- ando a barreira da consciência e 3 pela via sociológica – parte da premissa de que por não se dirigir a ninguém em especial, dirige- se a cada um em particular proporcionando ao mesmo tempo o sentimento de pertencer a um grupo, a uma coletividade dada pelos frágeis laços entre os habitantes das socieda- des industriais. A mensagem publicitária, portanto, infere sobre os desejos dos consumidores, através da sedução, criando uma visão fascinada, instiga o desejo que atua como motivação de ação por parte do consumidor, muito mais do que a necessidade real de obter o produto. A construção da imagem e da marca de um produto corresponde ao atendimento desse constante desejo. “As imagens associadas aos produtos são relacionadas simbolica- mente pelo consumidor à imagem de si per- cebida e pretendida. O consumidor procura escolher produtos e marcas que reforcem a identidade de imagem desejada, caracteri- zando atributos sociais distintivos”. (Sil- veira, 2000, p. 126) É o elemento da identificação. O consumi- dor não quer apenas suprir uma necessidade real, é crucial que o produto também tenha a sua “cara”. O que promove essa identifica- ção entre produto e consumidor é a marca do objeto de consumo. É ela que confere “personalidade”, “diferenciação”. “Nela se conjugam: um estilo, um comportamento, uma atitude, um valor, um desejo, um con- ceito, cumplicidade, simpatia ou aversão, um rosto, uma fala, uma identidade, uma personalidade própria, um mundo...” (SE- VERIANO, 2001, p. 213). A marca transfere personalidade a quem dela se apropria, trata-se de um encontro de desejos, de uma cumplicidade entre o con- sumidor e “sua” marca. Esta relação muitas vezes resulta em fidelidade a uma determi- nada marca, um resultado implícito no para- doxo de uma relação que ao mesmo tempo em que causa identificação, sugere também a possibilidade de “diferenciação”. 4 O poder da publicidade da imagem e da marca é o da aparência e no intento de mos- trar o melhor, o mais eficiente, por vezes esta aparência promete mais do que é possível proporcionar. O que ratifica a relação sub- jetiva do consumidor com a marca. A estratégia da comunicação pela ima- gem, da linguagem da sedução das mensa- gens publicitárias do mercado de consumo é, a partir da década de 80, aplicada estrategi- camente e de maneira particular à comuni- cação política. Assim como ocorre a con- corrência de marcas dos produtos, acontece o jogo de estratégias políticas numa concor- 4 Neste caso ocorre o que Baudrillard define como “a produção industrial das diferenças”. “Na qual se produzem as ‘diferenças’ que ‘personificam’ os indi- víduos, com pretensões de retira-los do anonimato e da homogeneidade em que até então estavam imersos. Nesse caso, as diferenças entre as pessoas são asse- melhadas às ‘diferenças entre as marcas, as pessoas somente tornam-se diferentes através de sua adesão a uma marca. É como se houvesse imaginariamente uma marca que distinguisse cada pessoa, que a dife- renciasse das demais, ou fornecesse aos outros uma imagem distinta ”. (SEVERIANO, 2001 p.219) www.bocc.ubi.pt
  • 4. 4 Ada Guedes Bezerra e Fábio Silva rência democrática através da construção de imagens e de marcas de candidatos num ver- dadeiro mercado político. Neste sentido, o eleitor assume um lugar de consumidor de imagens que por meio da subjetividade seduzem, provocam, emocio- nam. O discurso político segue a tendência do discurso publicitário impetrando o elo de identificação com o eleitor através do apelo emocional. Entra em declínio a atividade po- lítica tradicional, o engajamento direto atra- vés de partidos e entra em cena as “persona- lidades”, as “estrelas” do show da política de imagem. A espetacularização da política constitui fenômeno intrinsecamente ligado à televisão e à estética, pois a construção da imagem de um político, no caso brasileiro abalizada por símbolos e ritos já era praticada na Era Vargas5 , por meio da radiodifusão, como “o pai dos pobres”, a imagem de Getúlio foi construída com o acúmulo de capital polí- tico tradicional que refletia o paternalismo patriarcal tradicional. Sua postura mantinha as hierarquias, representava o povo, ‘junto ao povo’, difere do capital simbólico acu- mulado com a exposição midiática, o capital Imagético, é racionalmente produzido para a exposição e divulgação midiática. 6 O capital político de outrora, dava-se no momento em que vigorava a forma de pa- ternalismo patriarcal, na qual crescia a face racional-legal do Estado, enquanto o Capi- tal Imagético imerge no contexto de uma so- ciedade, como define Rubim (2000) “ambi- entada e estruturada pela mídia”, na qual a 5 A utilização dos meios de radiodifusão na ati- vidade política no Brasil, foi incorporada sistemati- camente a estratégia política no período de primeiro governo getulista em 1930-1945. 6 Ver (Gomes,1998) visibilidade pública se faz essencial para o sucesso político. A esfera civil, portanto, forma e reconfi- gura diariamente, suas opiniões no campo da política, através dos jornais e programas de televisão; ao passo em que a esfera po- lítica também detém instrumentos de avalia- ção constante da opinião pública. Esse fluxo de informação é constante, multidirecional e acelerado. Como define Gomes: Nas democracias liberais, a indústria do entretenimento e o sistema industrial de informação assumiram o negócio da in- formação política em lugar da imprensa de opinião e da imprensa oficial e a cen- sura prévia se torna uma brutalidade ar- caica. Além disso vivemos em sociedade com grande cota de tempo livre e capital cultural, onde a comunicação política co- piosa, leiga e variada chega ao volume da informação contínua e ao padrão de ve- locidade do segundo. (GOMES, 2004, p. 112) Esse acontecimento está diretamente re- lacionado a dois fatores interligados. Por um lado, à postura e deslocamento do lu- gar dos partidos políticos, que na busca de votos adaptam seus discursos para atingir o maior número de adeptos, das mais variadas classes sociais, se aproximam do centro po- lítico do eixo ideológico. São os chamados partidos catch-all, apresentam-se todos com programas e propostas semelhantes com a fi- nalidade de conquistar a maioria. Por outro lado, o eleitor busca a diferença nas perso- nalidades políticas, através de posturas dife- renciadas, e das características pessoais dos candidatos. www.bocc.ubi.pt
  • 5. O marketing político e a importância da imagem-marca 5 O eleitor adquire um novo perfil, de um cidadão consumidor, mais subjetivo e emo- cional e menos consciente de suas esco- lhas racionais. Este cidadão é exposto a um número altíssimo de informações co- tidianamente através da mídia. Para que o consumidor-eleitor possa ser atingido, a mensagem política deve ser atrativa para capturar sua atenção antes que ele mude de canal. A prática política passa a adquirir ca- racterísticas do entretenimento, por vezes as- similando o formato da programação televi- siva. Para se fazer visível, ganhar destaque em meio à fluidez e velocidade de informa- ções, uma personalidade política precisa ter uma imagem estrategicamente construída, que seja marcante, espetacular. Em detri- mento da persuasão racional utilizada na po- lítica tradicional7 , entra em cena a lingua- gem da sedução, as imagens que fascinam que convencem pela estética, pela dramati- cidade, pela emoção e encantamento. As estratégias de sedução articuladas na construção da imagem política buscam o en- tretenimento, o novo, o extraordinário, o lúdico, o espetacular, através da manipula- ção de efeitos sonoros, de jogo de imagens. Os programas de mensagens políticas trazem cada vez mais novas formas de enunciação, como o próprio formato de programas de au- ditório ou de telejornais, com entrevistas, re- portagens, o uso de videoclipes, vinhetas, participação de artistas do universo da mú- sica e das grandes emissoras de Televisão. Além das imagens que encantam, as men- sagens apresentam-se também impregnadas 7 Entenda-se aqui da comunicação retórica do dis- curso político ideológico dos palanques, do contato do líder patriarcal com o povo, do acúmulo de capital simbólico através da pratica tradicional da política. de fortes conteúdos simbólicos que transmi- tem sentido emocional, afetivo e figurativo para produtos ou pessoas por elas promovi- das. Para Nimmo, “Os cidadãos acabam tendo laços emocionais mais fortes com as figuras políticas, assuntos, acontecimentos, do que laços racionais.” (Nimmo, apud, SOARES, 1996, p. 150). Para o autor, esses laços afeti- vos mais fortes, decorrem do fato de que para as pessoas, o conteúdo cognitivo da política surge depois da impressão afetiva, o que re- mete a formação de opiniões respondendo mais as características pessoais do que à sua experiência política. É fato que os programas eleitorais enfa- tizam o embate de imagens em detrimento do discurso programático, da circulação de idéias e ideais, mesmo quando isso ocorre, ou seja, em momentos de definição e exposi- ção de propostas de governo, estas são apre- sentadas a partir de construções simbólicas, de ligações entre as idéias práticas e os dese- jos inconscientes. Como é comum uma pro- posta que poderia apresentar uma linguagem de apelo tipicamente pragmático ser substi- tuída por uma de cunho emocional, ou um tipo de apelo estritamente político, que, por exemplo, exibe a miséria e acaba mostrando uma solução abstrata, sem oferecer ao elei- tor uma base real para fazer qualquer infe- rência, apenas votar no candidato para que o problema seja solucionado. Assim como a relevância dos cuidados com o uso da linguagem, a simpatia e a con- fiança passam a ser consideradas essenciais para o estreitamento das reações dos candi- datos com os eleitores. A propaganda elei- toral é, assim, orientada para a busca de um contrato de adesão. Essa conquista implica www.bocc.ubi.pt
  • 6. 6 Ada Guedes Bezerra e Fábio Silva em um jogo de persuasão eficiente que passa a regular a imagem pública dos candidatos. 3 A importância da imagem marca em eleições majoritárias A imagem política pode ser comparada aos rótulos que revestem os produtos, a imagem marca de uma pretensa identidade diferen- ciada que pode indicar tradição ou quebra dessa tradição e indicador do novo; confiabi- lidade; qualidade; competência administra- tiva, ou outros atributos que se mostrem ne- cessários para aquele personagem de acordo com as pesquisas de opinião e da análise conjuntural dos problemas sociais em evi- dência. Seja qual for a estratégia, a composi- ção da imagem torna-se um processo com- plexo, pois o modo de representação deve manter um certo grau de permanência e coe- rência. Entende-se aqui, o conceito de imagem marca, no domínio da política de imagem, como um processo planejado intencional- mente na construção do perfil de um perso- nagem posto a exposição na esfera pública com a finalidade de conquistar a adesão dos destinatários (eleitores), em meio à disputa de sentidos e ofertas simbólicas dos concor- rentes. Para o marketing comercial, a marca e o produto devem ser indissociáveis, por isso o cuidado excessivo das equipes publicitá- rias dos políticos com o risco de contradição. Uma vez estabelecida, a imagem marca de um “personagem” político, se faz necessá- rio, uma re-alimentação desta a fim de garan- tir a continuidade desta marca, mas é preciso contar ainda com acontecimentos inespera- dos com o fator surpresa, o imponderável, que pode desestabilizar uma imagem marca. Um fator que pode causar danos ao su- cesso de uma imagem é o ato falho do pró- prio portador da imagem marca, que em seu discurso, por determinado motivo, através de palavras, comportamento ou gestos, pode comprometer a imagem criada. Outro fator é exatamente as mutações nos cenários de re- presentação da política. Os temas agenda- dos pela mídia podem neutralizar ou validar a imagem de um candidato. Existe ainda o fator relacionado às manobras dos oposito- res que atuam como contra faces das ima- gens marca. É importante frisar que em casos de polí- ticos que constroem carreira ao logo de anos no cenário político, a confirmação de uma imagem marca apresenta-se mais apta a en- frentar o imponderável, uma vez que as fa- las do político ficam registradas pela mídia e os cenários de representação modificam-se ocasionando o paradoxo entre a confirmação ao mesmo tempo da necessária transforma- ção (para a adaptação a novos contextos) da imagem construída. Assim sucedeu com a imagem marca do atual presidente, Luís Inácio Lula da Silva, detentor de uma imagem pública atuante no cenário político por mais de duas décadas, desde 1975 quando se elegeu presidente sin- dicalista, atuando a frente das reivindicações salariais dos metalúrgicos de ABC paulista, passando por 1989, quando pela primeira vez concorreu ao cargo de presidência da repú- blica até 2002 quando depois de quatro ten- tativas sucessivas, finalmente elegeu-se pre- sidente da república. Além dos ideais, que se modificaram no decorrer dos anos, os cenários de represen- tação política em quais atuava a imagem de www.bocc.ubi.pt
  • 7. O marketing político e a importância da imagem-marca 7 Lula, passaram por transformações cruciais que requeriam novas posturas por parte de Lula. É evidente que na década de setenta a “causa” era extremamente distinta do ideá- rio de um candidato à presidência da repú- blica. Contudo, mesmo durante as quatro eleições, no período de 1989 a 2002, percep- tíveis transformações demarcaram as candi- daturas do petista. Em 1989, por exemplo, Lula foi apresen- tado como o candidato dos trabalhadores, es- querdista, defensor de uma classe social es- pecífica, e representante de reformas e de projetos socialistas. Já em 2002, a proposta seguiu a tendência dos partidos políticos de aproximar-se do centro ideológico, mostrou- se menos radical e apresentou-se como um candidato de todas as classes, com um dis- curso direcionado ao crescimento econô- mico e defensor e assegurador da continui- dade de propostas positivas implementadas pelo governo. A imagem marca do discurso de Lula em 1989, estava centrada em ideais e propos- tas diferenciadas, já em 2002 essa imagem marca estava situada na pessoa do próprio candidato, na esperança que sua imagem sus- citava nos eleitores. O slogan de campa- nha, “A esperança venceu o medo”, incutia o sentimento otimista da campanha e refletia o próprio amadurecimento do candidato e do PT. Vale ressaltar que em 1998, por exemplo, na disputa pelo cargo com Fernando Hen- rique, as modificações efetuadas nas estra- tégias da campanha petista, repercutiram de maneira negativa para a imagem de seu can- didato. No intento de demonstrar amadu- recimento e novas propostas, as estratégias foram entendidas e disseminadas pela mídia como sinais de fragilidade, falta de identi- dade e de compromisso com seus princípios partidários. Ao utilizar, por exemplo, a cor branca com mais freqüência do que o ver- melho nos comerciais veiculados no HGPE (Horário Gratuito de Propaganda Eleitoral), ou as alterações na aparência visual de Lula suscitaram criticas da mídia e dos adversá- rios. Outro fator que merece atenção particular é o cenário de representação vigente, os en- quadramentos dados pela mídia a determina- dos temas expostos ao debate público. As propostas e o discurso do candidato devem estar em sintonia e mesmo tempo dominar a cena de discussão pública. Um exemplo de perfeita sintonia entre o discurso do candidato e o CRP dominante se deu em 1989 com a candidatura de Fernando Collor de Melo, sua imagem marca era a de defensor das camadas mais carentes da po- pulação e perseguidor da corrupção. Como “O caçador de Marajás”, Collor adentrou o imaginário de uma sociedade que sofria com as penalidades da corrupção, um povo que carecia de um herói que pudesse salvar o país. O cenário vigente na década de 80, também favoreceu a consagração da imagem marca de um líder moderno, jovem, empre- endedor e herói. 8 Outro exemplo, do apelo a imagem marca foi à meteórica ascensão e queda da figura política de Roseana Sarney, pré-candidata às eleições presidenciais 2002. A governa- dora do Estado do Maranhão, filha do ex- presidente José Sarney, em poucos meses de 8 Ver em “Espelho de Narciso – a Subjetividade, o Cenário e o Imaginário dos Anos 80 e a Construção da Imagem do Caçador de Marajás através da mídia e da publicidade”. Tese de Doutorado de Ramilton Marinho Costa – UFPB, João Pessoa – PB, 2004 www.bocc.ubi.pt
  • 8. 8 Ada Guedes Bezerra e Fábio Silva campanha, ainda em 2001, virou a estrela da disputa presidencial chegando ao segundo lugar nas pesquisas eleitorais. Sua presença nas eleições indicava a pos- sibilidade de pela primeira vez na historia o país ser governado por uma mulher. Todo sentimento que uma presença feminina po- deria despertar foi aos poucos suscitado nas aparições de Roseana. Como não poderia deixar de ser, ressaltada a história de sua vida pessoal se entrelaçava a de sua carreira polí- tica. Como candidata pelo PFL, Roseana teve amplo espaço na mídia, de acordo com da- dos da revista Veja9 , foram setenta inserções em rede nacional e 250 em redes regionais, mas em seus comerciais, a candidata não dis- cursava nem criticava seus opositores, ape- nas aparecia como uma mulher dinâmica, jo- vem, bonita, sorridente. Faltava consistência em sua campanha, mas, sua rápida ascensão nas pesquisas mostrou a relevância da ima- gem pública. A candidata foi nomeada pela mídia como “O fenômeno Roseana”, com aceitação em todas as camadas sociais e em diferentes re- giões do país. O que não se revelou sufici- ente para sua permanência na disputa diante das acusações de corrupção e fraude envol- vendo a empresa e o nome de seu marido Jorge Murad. Diante do escândalo, a rapi- dez na ascensão da imagem de Roseana, se repetiu na queda de sua candidatura. As eleições presidenciais de 2002 foram marcadas pela visibilidade pública, pelo am- plo espaço, sobretudo na Televisão, aberto a disputa de sentidos e de imagens. A desas- trosa experiência da candidata do PFL reflete 9 Revista Veja, (Edição de 14 de novembro de 2001) a exacerbação e a intensa fluidez de imagens e marcas no campo da política. 4 Conclusão O sucesso de um político, na sociedade con- temporânea depende diretamente da visibi- lidade pública e repercussão positiva de sua imagem no cenário público. Na prática do marketing político, toda e qualquer mensa- gem precisa ser meticulosamente planejada, isso se estende também ao discurso desde as palavras utilizadas, como a tonalidade des- tas, a gesticulação e expressão facial do can- didato. A imagem marca constitui referência identitária na política numa sociedade mar- cada pela era da imagem e da publicidade e de uma prática política que se realiza nos pa- drões de comunicação configurados pela lin- guagem midiática. Em períodos de disputas eleitorais, até mesmo a escolha dos candidatos é direcio- nada de acordo com fatores de caráter pu- blicitário, além de capacidade administra- tiva, experiência política, os partidos tomam como referência também atributos pesso- ais, como o carisma e identificação popular na indicação de seus candidatos, da mesma forma que os eleitores fazem suas escolhas políticas. 5 Bibliografia ALBUQUERQUE, Afonso de, & DIAS, Márcia Ribeiro. Propaganda Política e a Construção da Imagem Partidária no Brasil: Considerações Prelimina- res,2000 – www. cienciapolitica.org.br www.bocc.ubi.pt
  • 9. O marketing político e a importância da imagem-marca 9 BOURDIEU, Pierre. Sobre a televisão (se- guido de A influência do jornalismo e Os jogos Olímpicos). Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1997 CARVALHO, Nelly de. Publicidade, A linguagem da Sedução. São Paulo: Ática,2004 COSTA, Ramilton Marinho, “Espelho de narciso – A subjetividade, O cenário e o Imaginário dos Anos 80 e a constru- ção da imagem do Caçador de Mara- jás através da mídia e da publicidade”. Tese de doutorado, UFPB. João Pessoa. 2002 GOMES, Wilson da Silva. “Duas premis- sas para a compreensão da política es- petáculo”, in: NETO, Antônio Fausto e PINTO, Milton José (org) O indiví- duo e as mídias: ensaio sobre comu- nicação, política, arte e sociedade no mundo contemporâneo. Rio de Janeiro: Diadorim, 1996 GOMES, Wilson da Silva. Esfera pública política e media II. in: RUBIM, A., BENTZ, I.PINTO, M. J. (org). Práticas discursivas na cultura contemporânea. São Leopoldo. RS. 1999 GOMES, Wilson da Silva. Negociação po- lítica e comunicação de massa. In: “Transformação da Política na Era da Comunicação de Massa”. São Paulo: Paulus, 2004 RUBIM, Antônio Albino Canelas. Comuni- cação e Política. São Paulo. Haker Edi- tores, 2000 RUBIM, Antônio Albino Canelas. Mídia e eleições de 1998. Salvador. Editora Universitária/ UFPB, FACOM/ UFBA, 2000 SEVERIANO, Maria de Fátima Vieira. Nar- cisismo e Publicidade: uma análise pi- sicossocial dos ideais do consumo na contemporaneidade. São Paulo; Anna- blume, 2001 SILVEIRA, Flávio Eduardo. “A dimen- são Simbólica da Escolha Eleitoral”, in: Marketing Político e Persuasão Elei- toral. São Paulo, Konrad-Adenauer- Stiffung, 2000 SOARES, Murilo César. Retórica e Polí- tica. Mídia e Democracia Comunica- ção e Política. v. III, no 2, nova série. Rio de Janeiro: Cebela, maio/agosto de 1996 Revista VEJA, no 45, edição 1726, 14 de no- vembro de 2001 www.bocc.ubi.pt