Rafael Lozano-Hemmer é um artista eletrônico nascido no México que cria instalações interativas explorando a interseção entre arquitetura e performance. Uma de suas obras, Voice Tunnel, transforma sons captados no túnel de uma rua de Nova York em luzes que se propagam através do espaço.
2. Nascido na Cidade do México em 1967.
Bacharel em Físico Química (B.Sc. in Physical
Chemistry ) no Canadá. Faz parte do corpo
docente da Escola de Design da
Universidade de Harvard.
Artista eletrônico, desenvolve instalações
que estão na interseccão da arquitetura e
performance.
Principal interesse: criar plataformas para
participação do público.
4. Local:
Park Avenue Tunnel, NY (427m de comp.)
Ano:
2013
Como funciona?
01. som/mensagem captado no centro do
túnel;
02. interpretado como luz;
03. som e luz reproduzido no próximo
“spot”.
04. A cada novo som captado, todos os
demais caminham 1 posição em direção ao
fim do túnel.
05. todos os sons/luzes caminham através
de 75 pontos de emissão (para cada um dos
lados) até a saída do túnel.
06. O som que chega ao fim desaparece,
dando lugar aos novos sons.
5. O que é interessante nisso?
Possibilitar a comunicação e transmissão de mensagens entre as pessoas.
Houve casos de mensagens que foram “respondidas” por um outro expectador.
O mix de sensações que é estabelecido quando se tem essa interação entre os
sentidos: Visualização do som.
Exploração do espaço da cidade.
Fazer os moradores e usuários da cidade a enxergarem de um jeito novo.
Foi a primeira vez em 200 anos que o túnel esteve aberto para pedestres.
Criação de uma composição de vozes de forma aleatória, sem pré-determinações e
em tempo-real, sendo constantemente transformada.
6. Criação de uma atmosfera descontraída, como uma
festa, repleta de pessoas conversando e trocando
experiências.
Um tipo de arte que necessita de um contato das
pessoas, mas não aquele contemplativo e distante
usual.
Só a participação do público faz a obra acontecer.
A idéia de arquitetura como jogo de luz lógico que é
produto de comunicação humana é algo a se pensar
sobre. Nesse contexto, seria a voz do homem no
espaço só uma frequência sonora ou seria ela o que
constitui ele como um lugar de passagem? algo que
constitui a estética do espaço?
8. Fundado em 2005 por Stuart Wood,
Florian Ortkrass e Hannes Koch.
O studio se localiza em Londres e hoje conta
com uma equipe de 11 designers e
produtores.
Usam novas mídias e desenvolvimentos na
ciência cognitiva para criar trabalhos de arte
e instalações que permitem a interação
entre o ambiente, o indivíduo e a obra.
Principal interesse: Explorar
comportamentos, reações, intuições e a
forma humana, fazendo com que a
participação do espectador seja
fundamental.
10. Local:
Exposição móvel (Barbican, MoMA, etc)
Ano:
2012
Como funciona?
01. 100 m² de água caem do teto da
instalação
02. câmeras com detecção 3D captam
movimentos de pessoas que entram no local
03. o sistema controla válvulas para ligar e
desligar a água que cai em determinados
pontos
04. onde há movimento, a água é
interrompida, impedindo a pessoa de se
molhar
05. os visitantes caminham livremente sem
entrar em contato direto com a água
11. O que é interessante nisso?
A idéia de "controlar" o lugar onde se chove revela bastante da sociedade
contemporânea: O homem ainda deseja controlar a natureza? A natureza deve estar a
serviço do homem?
Mas que ninguém se atrevesse a tentar imitar o ator Gene Kelly no filme 'Dançando na
Chuva'. Sairia como o personagem da história: encharcado. É que os deslocamentos
bruscos atrapalham a "mágica".
Para que a instalação desse 'certo', foi recomendado aos visitantes não usar roupas
escuras, brilhantes, com tecidos relfexivos, material impermeável ou saltos altos (eles
ficariam presos na grade que compõe o piso). Poderiam também ter aconselhado o uso
de galochas, pois, apesar da precisão dos instrumentos, não se conseguia sair do
recinto sem resingos nos pés.
12. As fotos e filmagens eram encorajadas, ainda que os resultados, na
maioria das vezes, foram decepcionantes, dada à pouca luz. Conta-se
que algumas pessoas ficaram com medo de entrar na sala da chuva,
contentando-se em apenas fotografar a entrada e postar a imagem no
instagram. Ou seja: esperaram dez horas para se vangloriar
digitalmente de algo que não experimentaram na pele.
A necéssidade do visitante em tirar fotos da instalações é algo,
também, a se dizer sobre a obra: Que tipo de experiência ela propõe
em que a necessidade de se digitalizá-la e publicá-la é iminente? É
certo que a sensação proposta por ela não era fim em sí - apenas a
foto no instagram satisfaz essa relação público-obra. Nesse contexto,
seria ela um espaço de diálogo ou algo puramente visual?