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um resplendor em prata do século xix. De aro semicircular, com sete estrelas e centro decorado com
                                                  uma estrela e rosáceas, todas as pedrarias aqui presentes são vidros incolores e coloridos. Uma visita
                                                  atenta às muitas igrejas nacionais poderá facilmente ilustrar este tipo de solução iconográfica de cus-
                                                  to reduzido, apesar do belo traço e boa execução de algumas destas peças.d Alguns resplendores,
                                                  porém, fogem a esta normalidade, encontrando-se enriquecidos com pedrarias, como é o caso da
                                                  imagem rica do Senhor Santo Cristo dos Milagres, que se irá abordar mais adiante. Refira-se, então,
                                                  o extraordinário resplendor em prata dourada da primeira metade do século xvi que pertenceu à ima-
                                                  gem de S. João Baptista, que se venerava no extinto Convento de Santa Joana de Lisboa. De uma rique-
                                                  za decorativa impressionante e colorida, decorrente da utilização dos esmaltes policromos, as gemas
                                                  encontram-se aqui em número significativo, designadamente as esmeraldas e rubis, engastadas em
                                                  ouro. De notar o elevado número de pérolas finas furadas, porventura aproveitamento de um colar ou
                                                  de outra jóia preexistente. As pérolas eram, nesta altura, muito populares, registando-se as pródigas
                                                  remessas vindas do Oriente para Portugal, tanto de Ormuz como de Ceilão, juntando-se às que vi-
                                                  nham, em menor número, das Américas. d De aspecto muito semelhante, mas com uma gramática
                                                  bem mais tardia, de finais do século xvii a princípios do século xviii, existe um interessante resplendor
                                                  das colecções da Igreja de Nossa Senhora da Piedade, em Santarém. Ricamente trabalhado em prata
                                                  dourada com motivos vegetalistas, tem florões de corola dupla esmaltada de branco e rosa, num tipo
                                                  de decoração típica da segunda metade do século xvii41. O enriquecimento gemológico é próprio da
                                                  produção aparatosa do período considerado, incluindo diamantes em talhe rosa, rubis e esmeraldas
                                                  em talhe rectangular simples, por vezes irregular, todos engastados em ouro.
                                                                                                                                                                         d
                                                  O período em que houve mais arrojo e enriquecimento gemológico nas auras de santidade e em toda a joa-                 Resplendor em prata dourada com esmaltes policromos
                                                                                                                                                                         e esmeraldas, rubis e pérolas finas da primeira metade do
                                                  lharia sacra, em particular, e civil, em geral, foi na segunda metade do século xviii e inícios do século xix. Neste   séc. xvi, que pertenceu à imagem de S. João Baptista do
                                                                                                                                                                         convento de St.ª Joana de Lisboa.
                                                  período, a já referida riqueza em pedrarias vindas do Brasil e o fausto com que se louvava ao divino promo-
                                                                                                                                                                         Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa
                                                  veram a feitura de peças de grande beleza, valor artístico e, também, interesse gemológico. Ilustram-se aqui           Foto: IMC / DDF / José Pessoa


                                                  três peças paradigmáticas desta circunstância, nas quais se encontram algumas das mais tradicionais                    d
                                                  pedras preciosas brasileiras deste período brilhante e colorido da história da joalharia portuguesa.                   Resplendor de 1792, coberto por uma variedade incolor
                                                                                                                                                                         de berilo, observando-se o recurso às populares folhetas
                                                  A primeira, totalmente monocromática, conserva-se no acervo da Venerável Ordem Terceira de Nossa                       reflectoras incolores.

                                                  Senhora do Carmo, no Porto. Feita em prata, e executada em 1792 por Francisco de Pinho Costa                           Imagem cedida pela Venerável Ordem Terceira de N.ª Sr.ª do Carmo,
                                                                                                                                                                         Porto.

                                                  Alves, está totalmente revestida por gemas incolores com folheta reflectora, ao estilo do que era co-
                                                                                                                                                                         d
                                                  mum na época para o engaste deste tipo de material gemológico42. O interessante e invulgar desta                       Resplendor com vidros incolores e coloridos na linha do
                                                                                                                                                                         que é comum em adornos de imagem desta natureza,
                                                  aura é a natureza das gemas, que, contrariamente ao que seria de esperar, não são nem quartzos nem                     onde apenas raramente se encontram pedras preciosas
                                                                                                                                                                         genuínas.
                                                  topázios, mas sim goshenitas, ou seja, berilos incolores, alguns deles com ligeira tonalidade azulada,
                                                                                                                                                                         SCML - Museu de S. Roque
                                                  revelando, assim, a sua afinidade mineralógica com a água-marinha (berilo azul). d                                     Foto: Júlio Marques




68   Pedras Preciosas na Arte Sacra em Portugal                                                                                                   Imagens Sagradas       69

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Pedras Preciosas na Arte Sacra

  • 1. um resplendor em prata do século xix. De aro semicircular, com sete estrelas e centro decorado com uma estrela e rosáceas, todas as pedrarias aqui presentes são vidros incolores e coloridos. Uma visita atenta às muitas igrejas nacionais poderá facilmente ilustrar este tipo de solução iconográfica de cus- to reduzido, apesar do belo traço e boa execução de algumas destas peças.d Alguns resplendores, porém, fogem a esta normalidade, encontrando-se enriquecidos com pedrarias, como é o caso da imagem rica do Senhor Santo Cristo dos Milagres, que se irá abordar mais adiante. Refira-se, então, o extraordinário resplendor em prata dourada da primeira metade do século xvi que pertenceu à ima- gem de S. João Baptista, que se venerava no extinto Convento de Santa Joana de Lisboa. De uma rique- za decorativa impressionante e colorida, decorrente da utilização dos esmaltes policromos, as gemas encontram-se aqui em número significativo, designadamente as esmeraldas e rubis, engastadas em ouro. De notar o elevado número de pérolas finas furadas, porventura aproveitamento de um colar ou de outra jóia preexistente. As pérolas eram, nesta altura, muito populares, registando-se as pródigas remessas vindas do Oriente para Portugal, tanto de Ormuz como de Ceilão, juntando-se às que vi- nham, em menor número, das Américas. d De aspecto muito semelhante, mas com uma gramática bem mais tardia, de finais do século xvii a princípios do século xviii, existe um interessante resplendor das colecções da Igreja de Nossa Senhora da Piedade, em Santarém. Ricamente trabalhado em prata dourada com motivos vegetalistas, tem florões de corola dupla esmaltada de branco e rosa, num tipo de decoração típica da segunda metade do século xvii41. O enriquecimento gemológico é próprio da produção aparatosa do período considerado, incluindo diamantes em talhe rosa, rubis e esmeraldas em talhe rectangular simples, por vezes irregular, todos engastados em ouro. d O período em que houve mais arrojo e enriquecimento gemológico nas auras de santidade e em toda a joa- Resplendor em prata dourada com esmaltes policromos e esmeraldas, rubis e pérolas finas da primeira metade do lharia sacra, em particular, e civil, em geral, foi na segunda metade do século xviii e inícios do século xix. Neste séc. xvi, que pertenceu à imagem de S. João Baptista do convento de St.ª Joana de Lisboa. período, a já referida riqueza em pedrarias vindas do Brasil e o fausto com que se louvava ao divino promo- Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa veram a feitura de peças de grande beleza, valor artístico e, também, interesse gemológico. Ilustram-se aqui Foto: IMC / DDF / José Pessoa três peças paradigmáticas desta circunstância, nas quais se encontram algumas das mais tradicionais d pedras preciosas brasileiras deste período brilhante e colorido da história da joalharia portuguesa. Resplendor de 1792, coberto por uma variedade incolor de berilo, observando-se o recurso às populares folhetas A primeira, totalmente monocromática, conserva-se no acervo da Venerável Ordem Terceira de Nossa reflectoras incolores. Senhora do Carmo, no Porto. Feita em prata, e executada em 1792 por Francisco de Pinho Costa Imagem cedida pela Venerável Ordem Terceira de N.ª Sr.ª do Carmo, Porto. Alves, está totalmente revestida por gemas incolores com folheta reflectora, ao estilo do que era co- d mum na época para o engaste deste tipo de material gemológico42. O interessante e invulgar desta Resplendor com vidros incolores e coloridos na linha do que é comum em adornos de imagem desta natureza, aura é a natureza das gemas, que, contrariamente ao que seria de esperar, não são nem quartzos nem onde apenas raramente se encontram pedras preciosas genuínas. topázios, mas sim goshenitas, ou seja, berilos incolores, alguns deles com ligeira tonalidade azulada, SCML - Museu de S. Roque revelando, assim, a sua afinidade mineralógica com a água-marinha (berilo azul). d Foto: Júlio Marques 68 Pedras Preciosas na Arte Sacra em Portugal Imagens Sagradas 69