A francesa Emily relata como ela e sua família passaram o período de confinamento na França devido à pandemia, se mudando para a casa do marido no sudoeste da França para evitar a alta incidência de casos em Paris. Ela continuou trabalhando em documentários de casa, enquanto o marido teve parte de seu trabalho como jornalista afetado. O filho manteve as aulas online com atividades diárias enviadas pela professora. Emily envia uma mensagem de apoio ao Brasil, país que ama, esperando que a pandemia ac
Francesa conta experiência de confinamento na França e mensagem aos brasileiros
1. Bom dia, me chamo Emily, sou francesa, moro em Clamart, perto de Paris. Tenho quarenta
sete anos praticamente quarenta e oito, tenho um filho de dez anos e meio quase onze, sou
casada há uma semana e a minha profissão é de escrever filmes documentários para a
televisão francesa.
Então como aconteceu a pandemia no meu país e na minha cidade ?
No início tiveram alguns casos e de mais e mais casos… Nós não prestamos muita atenção
e aí começamos a prestar um pouco mais atenção, as notícias começaram a ficar um pouco
mais alarmantes e a política também e nós soubemos por amigos que trabalhavam no
hospital que teria um confinamento total, onde nós não deveríamos sair de casa. Nós
moramos perto de Paris. Meu marido é do sudoeste da França e ele é um pouco mais
velho. Para tentar não entrar em uma zona onde tinha muito vírus, porque Paris já tinha
muitos casos de covid, decidimos ir nos confinar no sudoeste, no apartamento do meu
marido e nós partimos no dia anterior do confinamento. E depois durante o confinamento
que durou praticamente dois meses nós não saímos do apartamento, exceto para uma hora
de passeio todos os dias e para as compras de quando em vez. Então na França, nós não
tínhamos o direito de sair de casa. Se nós saíssemos, nós precisaríamos de uma atestação,
precisava de um papel assinado que nós deveríamos assinar com a nossa carteira de
identidade (RG) e nós só tínhamos o direito de sair para poder respirar o ar fresco uma hora
por dia ou praticar esporte uma hora por dia.
Nós tínhamos o direito de sair para fazer compras, nós tínhamos o direito de sair para
resolver um problema de saúde no hospital ou no médico, senão nós não tínhamos outro
motivo para sair e nós respeitamos muito isso para tentar limitar ao máximo a difusão do
vírus, para proteger as pessoas mais velhas que poderiam estar mais... que poderiam mais
o contrair.
Não vimos nossos pais que são mais velhos, que foram confinados e que não viram
ninguém durante dois meses. É isso, os jovens e as crianças tiveram muito cuidado em não
ver os mais velhos para não os colocar em perigo e nós olhávamos as informações e nós
víamos que era muito grave que tinha muitas pessoas nos hospitais e que, se deveríamos
tomar cuidado, era para a gente, mas também para todas as pessoas que trabalhavam nos
hospitais e que tinham dificuldade em acolher e acompanhar todos os doentes, de tanto que
tinham doentes no auge do vírus.
Então, como aconteceu meu trabalho durante o confinamento ?
Eu continuei a trabalhar porque meu trabalho é escrever filmes documentários e eu
trabalhava também para um canal de televisão francês, que desde o início do confinamento,
todo mundo se instalou em teletrabalho, com os computadores juntamente ao Skype, o
Zoom, e nós continuamos a trabalhar o tempo inteiro, todos os dias, então nós trabalhamos,
nós tínhamos reuniões todos juntos mas era um pouco complicado às vezes, porque, nós
tínhamos um filho que precisava fazer suas tarefas também, bem então precisava de tempo
para ajudar nosso filho com as aulas e precisava achar um tempo para trabalhar. Isso nos
levava a dias bem cheios, mas foi tudo bem, foi tudo bem.
Para meu trabalho, mesmo assim, tiveram coisas que pararam, mas, eu continuei a
trabalhar. E meu marido que é jornalista, seu trabalho parou em parte. Ele parou de ir às
gravações mas continuou preparando as gravações, realizando pesquisas por telefone ou
2. por internet ou por e-mail, então, ele podia mesmo assim continuar preparando um pouco
seu trabalho e suas reportagens há vir.
Então em relação a escola.
Nós tivemos muita sorte porque a professora de Josef era ótima. Desde que o confinamento
chegou, ela instalou um programa que ela enviou a todas as crianças e todos os dias ela
colocava deveres online com exercícios, que nós podíamos lhe reenviar, mas não eram só
exercícios, ela colocava também links para desenhos animados, desenhos animados que
falavam da história, desenhos animados que falavam da ciência ou programas de televisão
especiais para crianças ou então revistas especiais para crianças. Então na realidade as
crianças tinham todos os dias algo a fazer, eles tinham todos os dias exercícios a reenviar a
professora e eles tinham todos os dias várias atividades propostas onde eles podiam
aprender e descobrir.
Então para escola tudo se passou bem e como não tinha uma sala cheia de 28 alunos com
muita zoada, movimento e agitação... Tiveram também várias vantagens para a
concentração, para a calma para integrar e assimilar as aulas. Contudo, para a escola
graças a essa ótima professora, tudo se passou bem.
Então, uma mensagem para os brasileiros.
Então, nós somos uma família que gosta muito, muito, muito do Brasil, nós viemos viver e
viajar durante três meses no Brasil. Meu marido viajou muito no Brasil há um tempo atrás,
ele gravou reportagens lá ele tem amigos muito queridos no Brasil.
Quando nós fomos morar e viajar três meses no Brasil, nós reencontramos todos seus
amigos que são ótimos e então o Brasil é um país que temos dentro de nosso coração.
Então, nós temos muito mais informações do Brasil, nós temos muitas informações e
notícias através de nossos amigos, nós estamos muito tristes e nós pensamos muito, muito
em vocês.
Nós temos uma amiga que trabalha e que ajuda muito os índios Xavantes e há alguns dias
ela soube da morte de um dos chefes Xavantes, que era um grande amigo dela.
Pronto, então, nós vivemos todos os dias com o coração um pouco no Brasil, pensamos
muito, muito, em vocês realmente “um grande abraço”. Esperamos que esta pandemia
terminará, porque sabemos que no Brasil é muito difícil e a política é complicada e que são
vocês que se responsabilizam e se protegem e vocês tem razão porque, só será assim que
o vírus terminará por ir embora e que limitaremos os danos, enquanto que uma vacina seja
encontrada.
Então nós pensamos muito em vocês, nós gostamos muito, muito, muito, de vocês e nós
esperamos realmente em breve voltar para reencontrar vocês no Brasil.