O documento descreve a devoção da Irmã Maria Troncatti à Virgem Maria, especialmente sob o título de Maria Auxiliadora. Narra diversos episódios em que a Irmã Maria atribuiu curas milagrosas e proteção à intercessão da Virgem Maria, carregando sempre consigo medalhas e imagens de Nossa Senhora Auxiliadora. Relata também a confiança da Irmã Maria na Virgem, repetindo frequentemente jaculatórias e rezando o terço, especialmente em situações de perigo.
1. lhar à Mãe de Deus
e nossa Mãe
Olhar n. 9
Queridas Irmãs, alegres e exultantes celebramos a festa em
honra a Maria Auxiliadora, instituída por Pio VII no dia 24 de maio
de 1814. Em 1863, Dom Bosco inicia a construção da Basílica em
Turim, Itália, sem recursos, só confiando no fato de que se trata de
um desejo da Mãe de Deus: deste lugar, em poucos anos, começa a
difundir-se em todo o mundo a devoção a Maria sob o título de
Auxiliadora. Hoje, a Família Salesiana, através de várias obras,
continua a incentivar a confiança filial, a proximidade e o auxílio que
vem da Santíssima Virgem.
Para recordar neste mês a Bem-aventurada Maria Troncatti,
propomos a reflexão sobre o seu olhar à Maria, Mãe de Deus. Este
olhar doce e confiante, ela descobriu quando era criança, na família,
quando rezavam juntos o Terço; nos anos da juventude participou da
Pia Associação das Filhas de Maria e, quando partiu, na Igreja da
cidade confiou às mãos da Virgem toda a sua família; depois, em 17
de setembro de 1908, fez a sua primeira profissão como Filha de
Maria Auxiliadora.
Um episódio significativo da proteção Nossa Senhora foi
durante o transbordamento do rio Teiro, quando estava em Varazze, e
2. ela prometeu à Virgem que, se fosse salva da inundação, partiria
como missionária, e assim aconteceu: partiu de Nizza para o Equador
em nome da Virgem Auxiliadora e de Dom Bosco.
Na sua primeira viagem na Amazônia, no dia 9 de novembro
de 1925, a comitiva levava consigo um bonito quadro da Imaculada
Conceição que o Diretor, Padre Duroni, tinha encomendado em
Cuenca, cópia fiel daquele que tinham em Riobamba. Quando o povo
de Macas soube que estavam chegando, foram felizes ao encontro
deles porque sabiam que em um dos baús da comitiva estava o tão
esperado quadro da Virgem.
No último dia da viagem, depois da Santa Missa, a imagem da
Virgem foi colocada diante da comitiva, acompanhada por
cavaleiros, entre os quais Monsenhor e todos os que tinham ido ao
seu encontro. Perto do meio-dia, chegaram na casa do senhor
Dionísio, homem distinto e muito respeitado por todos. Irmã
Troncatti recordava os aplausos, a emoção, as lágrimas e como
alguns se ajoelharam quando o bonito quadro da Puríssima entrou no
pátio da casa, muito bem organizado para acolhê-lo.
Naquele ano a festa da Imaculada foi memorável: o quadro foi
colocado na parede da Igreja, ornamentado com tecidos brancos e
azuis que as irmãs haviam trazido nas próprias bagagens. A surpresa
maior foi descobrir a existência da Associação das Filhas de Maria,
mérito da senhorita Mercedes Navarrete, na qual as Irmãs
encontraram grande apoio. Cfr. Grassiano María, Selva Patria del Cuore,
Cap. V.
No mês de maio, como presente da Virgem, acolheram a
primeira interna shuar, Yampauch, órfã de pai, a qual pediu para
permanecer com as Irmãs na missão. Irmã Troncatti consentiu,
dizendo-lhe que ficaria na casa da Virgem. No dia 24 de maio,
solenidade de Maria Auxiliadora, não tendo uma imagem da Virgem,
prepararam para a festa a estátua da Imaculada Conceição, que era
presente de um protestante à senhorita Mercedes Navarrete. A estátua
da Auxiliadora estava no desejo e na lista das compras da Inspetora,
3. Madre Carolina Mioletti. Cfr. Grassiano María, Selva Patria del Corazón,
Cap. VI
Quem conheceu Ir. Maria Troncatti conta que era normal vê-
la com o Terço nas mãos a qualquer hora do dia, repetindo muitas
vezes o seu refrão: Maria Auxiliadora nos ajuda e também o nosso
Anjo da Guarda. Carregava sempre no bolso medalhas da Virgem
Auxiliadora; nas orações de cura recitava a Ave-Maria e fazia repeti-
la quem a acompanhava para que o doente visitado pudesse ficar
bom. Este foi o caso da filha do cacique shuar que Ir. Maria operou
em Mendez na sua viagem para Macas; ela atribuiu a cura à
Auxiliadora que a ajudou naquele momento crucial.
A invocação à Virgem a salvou de muitos perigos, como
quando foi quase arrastada pela correnteza de um rio durante uma
enchente, ou quando uma serpente escorregou em seus pés ou quando
o avião fez um pouco de emergência em Quito e, segundo o piloto,
eles se salvaram pela oração de Ir. Maria que estava rezando o Terço.
A Santíssima Virgem me ajudará, nela pus toda a minha
confiança, repetia muitas vezes e, quando os tratamentos eram
arriscados, repetia sempre a jaculatória Auxilium Christianorum, ora
pro nobis; também quando acompanhava a recuperação dos doentes,
as contas do Rosário escorriam entre seus dedos.
Testemunha da sua enorme confiança em Maria é a cura de
Augusto Zúñiga, que caiu de uma ponte em construção e ficou
muitos dias sem que ninguém pudesse curar a sua espinha dorsal e as
costelas quebradas: Irmã Maria passando por Mendez na sua ida para
Cuenca, cuidou dele por insistência do padre Albino del Curto, o qual
ficou muito triste com a situação deste jovem que o ajudava nos
trabalhos de abertura da estrada. Irmã Maria encontrou-se sem
recursos diante da delicada situação e pediu ao sacerdote para ir até a
igreja, dizendo: Maria Auxiliadora vai inspirar-me e mostrar o que
devo fazer; ficou lá em oração por muito tempo que foi preciso ir
chamá-la de volta.
4. Diante do jovem doente, tirou do seu livro de oração um
santinho de Maria Auxiliadora e disse-lhe para beijá-lo porque este
era o remédio, depois tocou com a ponta dos dedos as costelas
quebradas e colocou ali o santinho enquanto rezava a Ave-Maria.
Agora era a vez do remédio para a coluna vertebral: pegou do seu
livro a imagem de Dom Bosco, deu-lhe para beijá-la, colocou-a na
coluna e o enfaixou novamente do pescoço para baixo. Depois de 5
dias disse-lhe para tentar sentar e Augusto sentou-se sem
dificuldades, saiu da cama e deu alguns passos...; por ordem de Irmã
Maria voltou para a cama, e no sexto dia estava curado. No sétimo
dia tirou as faixas, deu-lhe novamente os santinhos para beijar e os
colocou dentro do livro; disse-lhe para ir banhar-se no rio e nadar.
Ele assim fez, sentindo-se completamente curado. Cfr. Grassiano María,
Selva Patria del Cuore, Cap. IX
Ao mesmo tempo, na sua casa, todas as noites, a sua irmã
Lúcia rezava uma Ave-Maria à Nossa Senhora, especialmente por Ir.
Maria que estava tão longe. À sua irmã Caterina, escreveu com
emoção que o mês de maio é o mês da nossa querida Mãe
Auxiliadora; é Ela que levará toda a nossa família a Jesus. Cfr.
Ciezkowska Sylwia, Carta 68
Para refletir e compartilhar
O que você aprende da
relação entre a Bem-
aventurada Maria Troncatti
e Nossa Senhora?
Agradeça pelas ocasiões em
que você sentiu a ajuda
visível de Nossa Senhora.