Vivendo a vontade de Deus para adolescentes - Cleide Silva
Sr. Maria Troncatti_Luglio POR
1. Julho 2019
Queridas Irmãs, para comemorar a Bem-Aventurada Maria Troncatti
no dia 25 de julho, e já próximas à celebração do 50º aniversário da
sua passagem ao céu, convidamos vocês a contemplarem a sua vida
de santidade cotidiana, reflexo do amor misericordioso do Pai.
Apoiamo-nos na Palavra de Deus: «Antes de formar você no ventre
de sua mãe, eu o conheci; antes que você fosse dado à luz, eu o
consagrei, para fazer de você profeta das nações» (Jer 1, 5). O
Senhor chamou cada um de nós: «Ele nos escolheu em Cristo antes
de criar o mundo para que sejamos santos e sem defeito diante
dele, no amor» (Ef 1, 4).
Papa Francisco, na Exortação apostólica Gaudete et Exsultate, faz
ressoar uma vez mais o chamado à santidade no contexto atual, com
os seus riscos, os seus desafios e oportunidades, porque o Senhor
escolheu cada um de nós para sermos santos que vivem com amor,
oferecendo o próprio testemunho nas ocupações de cada dia, lá onde
cada qual se encontra (cfr. n. 14).
Nem tudo o que um santo diz ou faz é perfeito, ou plenamente fiel ao
Evangelho. O que se deve olhar é a totalidade da sua pessoa, todo o
seu caminho de santificação que reflete algo de Jesus Cristo. Neste
caminho, existem muitas testemunhas que estimulam e encorajam a
segui-las, caminhando em direção ao objetivo; entres estas poderia
2. estar a nossa avó, a nossa mãe ou outras pessoas próximas de nós
que, em meio às suas fragilidades e quedas, vão em frente e são
agradáveis ao Senhor. O que nós precisamos contemplar é o conjunto
de suas vidas, todo o caminho de santificação, aquela figura que nelas
reflete algo de Jesus Cristo e que transparece quando se consegue
compreender o significado da totalidade de sua pessoa (cfr. n. 22).
O testemunho alegre de Irmã Maria Troncatti nos estimula a viver a
nossa vocação à santidade e a empenharmo-nos todos os dias na
realização daquilo que Deus quer para nós.
Irmã Maria viveu com senso evangélico a dedicação total às suas
prioridades: o Senhor e o próximo. Isto fez com que ela se
configurasse cada dia mais a Jesus Cristo, se tornasse feliz e
abençoada; a sua vida se tornou sempre mais fecunda, a santidade a
fez mais humana porque era a força da graça que agia nela,
exercitando-a na fé, na oração e na compaixão, como veremos no
incidente de agosto de 1929.
Irmã Maria passa por Méndez para ir a Cuenca para os seus
Exercícios Espirituais. O Diretor e a Diretora, vendo-a chegar,
levantam os braços para o céu: foi Deus que a mandou!
- O que aconteceu?
- Irmã Maria, lembra-se do Augusto Zúñiga?
- É o jovem órfão que vive no Pan e que trabalha com Padre Albino
na construção da ponte. E como vai a ponte?
- A ponte caiu, diz o Diretor suspirando: a água carregou toda a
estrutura.
- E Padre Albino?
- Padre Albino vai recomeçar tudo de novo.
- Houve vítimas?
- Não, Irmã Maria, mas Augusto – que tinha ido fazer um teste – caiu
e se machucou.
- Levaram-no para Cuenca?
- Está aqui, venha vê-lo, cuide dele...
Augusto sorri quando vê Irmã Maria: estava deitado em cima de um
amontoado de folhas.
- Onde dói?
3. - Em todas as partes, Irmã Maria – respondeu.
- Como conseguiste chegar até aqui?
Augusto conta com detalhes para Irmã Maria toda a sua tragédia
acontecida há quinze ou vinte dias atrás e como chegou com passos
de tartaruga até a missão de Méndez.
Ao examiná-lo, Ir. Maria constatou que tinha 6 ou 7 costelas
quebradas, a espinha dorsal afundada nas últimas duas vértebras
cervicais ou na primeira dorsal, os intestinos comprimidos no
abdômen...
- Veremos, veremos, tenta não te mexer – disse, e se foi. Também o
missionário se foi com ela perguntando-lhe: “Irmã Maria, vai cuidar
dele?”. Ela ficou quieta.
- Padre Albino está muito preocupado – insistiu o diretor – até
chorou.
Dirigindo-se ao missionário que, muito angustiado, pediu a ela que
cuidasse dele, lhe disse:
- Preciso ir até a capela, Maria Auxiliadora vai me inspirar, porque
no estado em que se encontra o que posso fazer para curá-lo?
Passou tanto tempo em oração que anoiteceu. No dia seguinte, na
Santa Missa, todos rezaram por Augusto... e, assim que saem da
capela, o diretor diz: “Então, Irmã Maria: vai curar o Augusto?
- Vou dar-lhe um laxante – isto pareceu muito pouco ao missionário.
Irmã Maria tinha o seu livro de orações entre as mãos...
- Para os teus intestinos não tenho outra coisa senão um laxante,
portanto, beba-o.
Augusto tomou tudo, ajudado por Irmã Maria que, com o seu braço,
segurava a sua coluna.
- E agora os remédios: vamos começar pelas costelas; tirou do seu
livro um santinho de Maria Auxiliadora... - Augusto, beija o
santinho, este é o remédio; colocou-o na altura das costelas
quebradas, depois o enfaixou desde o tórax até a boca do estômago,
enquanto rezava a Ave-Maria. - E agora o remédio para a espinha
dorsal; tirou do livro um santinho de Dom Bosco, deu-lhe para
beijar, colocou o santinho do novo Bem-aventurado sobre a espinha
dorsal e a enfaixou novamente do pescoço para baixo. Por quatro
dias obrigou-o a ficar completamente imóvel; no quinto dia disse-
4. lhe: - Tenta sentar sozinho; e Augusto sentou-se sem grandes
esforços. - Agora, tenta sair da cama; e o paciente deu alguns passos
para o espanto do diretor. - Volta para a cama.
No sexto dia estava curado. No sétimo dia, Irmã Maria tirou as
faixas, deu-lhe os dois santinhos para beijar e os colocou novamente
no seu livro. - Caminha, levanta os braços... - Estou muito bem, Ir.
Maria! - Vai lavar-te, vai nadar no rio; e ele assim fez. Augusto se
sentia novo e forte como um atleta, e Irmã Maria continuou a sua
viagem para Cuenca.
O depoimento foi recolhido por Irmã Carlota, companheira de Irmã
Maria em Sucúa; quem contou o fato a ela foi o próprio Augusto
Zúñiga em 1970, durante uma sua visita. A Irmã lembra-se dele que,
emocionado e em lágrimas, fazia memória da tragédia na qual tinha
morrido Irmã Troncatti. Por outro lado, disse-lhe que era feliz por ter
sido curado e poder continuar a sua viagem pela floresta
acompanhando Padre Albino.
Em Macas, no dia 5 de agosto de 1969, Irmã Maria se ofereceu como
vítima pela paz e a reconciliação entre os shuar e os colonos; Padre
Juan lembra-se de suas palavras: “Daria a minha vida para que se
encontrasse uma solução”. Este desejo é o fruto dos seus inumeráveis
atos de caridade, feitos para ajudar todos, para alcançar a paz e a
serenidade, como tanto havia desejado.
(Cfr. GRASSIANO Domenica, Selva Patria del Cuore, pp. 182-188)
Para refletir e compartilhar:
1. Como vivo a santidade de cada dia?
2. O que faço para reforçar a harmonia na minha
comunidade?
3. O que gostaria de pedir à Bem-aventurada Maria
Troncatti?