SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 18
Baixar para ler offline
F6D370 - CONTROLE E SERVOMECAMISMOS II
Prof. Carlos Raimundo Erig Lima
2. ME TODOS DE DISCRETIZAÃAO
Existem muitos me todos de discretizaãao que podem ser aplicados a
funão es de transferˆncia analágicas. Um dos me todos de discretizaãao e a jü
conhecida aplicaãao da transformada Z a funãao analágica discretizada. Porem
este me todo de discretizaãao nem sempre leva em conta particularidades do
processo de discretizaãao. Por outro lado, alguns me todos apresentam um custo
computacional menor, permitido algoritmos menores, mais simples e rü pidos.
Sao apresentados os seguintes me todos de discretizaãao:
• Transfomada Z do sinal discretizado.
• Funãao de Transferˆ ncia pulsada e seguidores
• Me todo das diferenãas
• Transformaãao bilinear
• Transformaãao bilinear e com pre -distorãao de frequ ˆ ncia
A seleãao adequada apropriada do me todo de discretizaãao deve levar em
conta o que se espera do algoritmo de controle discretizado em comparaãao
com o desempenho do sistema analágico. Algumas propriedades mais utilizadas
sao:
• NÉmero de pálos e zeros.
• A largura de banda e a frequ ˆ ncia de corte.
• O ganho DC.
• A margem de fase e margem de ganho.
• A resposta temporal.
E possıvel que alguma destas propriedades nao sejam preservadas
durante o processo de discretizaãao. A escolha de um me todo de discretizaãao
tambe m estü relacionada com a facilidade de implementaãao computacional.
1
F7D440 - CONTROLE E SERVOMECAMISMOS II
Prof. Carlos Raimundo Erig Lima
2.1 Transformada z do sinal discretizado
Dado um sistema contınuo, define-se a transformada z do sinal
discretizado como:
Propriedades:
• H(z) tem a mesma resposta ao impulso que H(s)
• Se H(z) e estü vel, H(z) tambe m o serü .
• H(z) nao preserva a resposta em frequ ˆncia (alising). E vü lido se nao for
observado o teorema da amostragem de Niquist. Ou seja pode ser
resolvido se a frequ ˆ ncia de amostragem for aumentada.
• Se H(s) e uma funãao complicada e nao tabulada, serü necessü rio utilizar
expansao em fraão es parciais para encontrar a funãao discretizada final.
• Nao considera os elementos introduzidos no sistema durante o processo
de discretizaãao.
2.2 Transformada z da funã a o de transferencia pulsada com
seguradores
Uns dos elementos introduzidos em um sistema discreto ao discretizar um
sistema analágico sao os seguradores. E interessante definir um segurador de
ordem zero. Pode-se considerar um sistema de controle digital, parciamente
representado na figura 2.1. E inevitü vel a existˆncia de um bloco que converta
F(z) = Z[{fk k
k
k
f z}]= −
=
∞
∑
∆
0
2
F7D440 - CONTROLE E SERVOMECAMISMOS II
Prof. Carlos Raimundo Erig Lima
sinais discretos em sinais contınuos (conversor D/A). Entre um conversao e
outra, o sinal de entrada e segurado na saıda do bloco. Esta operaãao de
memorizaãao da ultima amostra ate uma nova entrada introduz um novo termo
na funãao discreta resultante do sistema.
t
PLANTA
Contınua
G(s)
ConversorA/D
ConversorD/A
Sequ enciaImpulso
k
1
uk
Funcao Resultante
T
1
ut
FIGURA 2.1 - Representaãao parcial de um sistema de controle discreto onde e
enfatizado a operaãao de um segurador.
Em funãao da figura pode-se escrever:
U s
s
e
s
sT
( ) = −
−
1
, ou seja, Y s
e
s
G s
sT
( ) ( )=
− −
1
,
onde a funãao
1− −
e
s
sT
e conhecida como segurador de ordem zero.
3
F7D440 - CONTROLE E SERVOMECAMISMOS II
Prof. Carlos Raimundo Erig Lima
Para um segurador de ordem zero (ZOH)
D z Z
e
s
D s
sT
( ) ( )=
−





−∆ 1
ou ainda,
Propriedades:
• Se D(s) e estü vel, D(z) tambe m o serü .
• Se D(s) e nao tabulada, serü necessü rio utilizar expansao em fraão es
parciais.
• D(z) nao preserva a resposta ao impulso e a resposta em frequ ˆ ncia.
2.3 TRANSFORMAÃ A O BILINEAR , DE TUSTIN OU TRAPEZOIDAL
Considerando-se o sistema
U s
E s
H s
a
s a
( )
( )
( )= =
+
e sua equaãao diferencial
associada:
du(t
d t
au(t ae(t
)
( )
) )+ = , pode-se resolver a equaãao diferencial pela
integral:
[ ]u t au ae d
t
( ) ( ) ( )= − +∫ τ τ τ
0
, relaãao esta que pode ser discretizada:
D z z Z
D s
s
( ) ( )
( )
= −




−
∆
1 1
4
F7D440 - CONTROLE E SERVOMECAMISMOS II
Prof. Carlos Raimundo Erig Lima
[ ] [ ]u kT) au ae d au ae d
kT T
kT T
kT
( ( ) ( ) ( ) ( )= − + + − + ∴
−
−∫ ∫τ τ τ τ τ τ
0
[ ]u kT) u kT T) au ae d
kT T
kT
( ( ( ) ( )= − + − +
−∫ τ τ τ .
Segundo a prápria definiãao de integral a integral [ ]− +
−∫ au ae d
kT T
kT
( ) ( )τ τ τ
e dada pela ü rea de − +au ae( ) ( )τ τ para (kT T) kT− < <τ .
Se esta ü rea e aproximada por um ret–ngulo tem-se uma aproximaãao
pelo me todo das diferenãas Backward ou Forward, discutidas posteriormente. A
figura 2.2 representa esta aproximaãao.
kTkT-T
Backward
kTkT-T
A rea:
T[-au[kT-T]+ae[kT-T]]
A rea:
T[-au[kT]+ae[kT]]
Forward
FIGURA 2.2 - Representaãao da aproximaãao da ü rea sob a curva entre duas
amostras consecutivas, segundo o me todo das diferenãas.
Se a aproximaãao for segundo um trape zio, tem-se a aproximaãao
trapezoidal, representada graficamente na figura 2.3.
5
F7D440 - CONTROLE E SERVOMECAMISMOS II
Prof. Carlos Raimundo Erig Lima
Trapezoidal
kTkT-T
A rea:
T[-au[kT-T]+ae[kT-T] -au[kT]+ae[kT]]/2
FIGURA 2.3 - Representaãao da aproximaãao da ü rea sob a curva entre duas
amostras consecutivas, segundo o me todo bilinear, de Tustin ou trapezoidal.
Da figura 2.3 pode-se representar ainda:
[ ]u kT
aT
aT
u kT T
aT
aT
e kT T e kT[ ]
( /
( /
[ ]
( /
( /
[ ] [ ]=
−
+
− +
+
− +
1 2)
1 2)
2)
1 2) ,
de onde, pode-se obter a seguinte relaãao: H z
a
T
z
z
a
( ) =
−
+





 +
2 1
1
, ou seja:
Propriedades:
• E fü cil aplicar, uma vez que trata-se de simples substituiãao de variü veis.
• Se D(s) e estü vel, D(z) tambe m o e .




+
−
=
=
∆
1
12
)()(
z
z
T
s
sDzD
6
F7D440 - CONTROLE E SERVOMECAMISMOS II
Prof. Carlos Raimundo Erig Lima
• Nao preserva a resposta ao impulso e a resposta em frequ ˆncia de D(s).
A figura 2.4 apresenta o mapeamento realizado por este me todo de
discretizaãao sobre o plano z.
σ2
jw
3
1 1
2
3
Im
Re
Plano s Plano z
TS
Ts
z
−
+
=
2
2
)1(
)1(2
+
−
=
zT
z
s
FIGURA 2.4 - Mapeamento do me todo de discretizaãao bilinear sobre o plano Z.
2.4 M´todo das diferenã as - backward diference
Dado D s
U s
E s
( )
( )
( )
= , os termos em s (ou derivativos
d
dt





 ) serao
considerados como:
dy t
dt
y k y k
t
y kT y kT T
T
( ) [ ] [ ] [ ] [ ]
=
− −
=
− −1
∆
Aplicando-se a transformada Z:
Y z z Y z
T
z
T
Y z
( ) ( )
( )
−
=
−





− −1 1
1
7
F7D440 - CONTROLE E SERVOMECAMISMOS II
Prof. Carlos Raimundo Erig Lima
Logo, tem-se a relaãao:
Propriedades:
• E fü cil aplicar, uma vez que trata-se de simples substituiãao de variü veis.
• Se D(s) e estü vel, D(z) tambe m o e .
• Nao preserva a resposta ao impulso e a resposta em frequ ˆncia de D(s).
•
dy t
dt
y k y k
T
( ) [ ] [ ]
=
− −1
dy t
dt
y k y k y k
T
2
2 2
2 1 2]( ) [ ] [ ] [
=
− − + −
dy t
dt
y k y k y k y k
T
3
3 3
3 1 3 2] 3( ) [ ] [ ] [ [ ]
=
− − + − − −
A figura 2.5 apresenta o mapeamento realizado por este me todo de
discretizaãao sobre o plano z.
D z D s
s
z
T
( ) ( )=
=
−





−
∆
1 1
8
F7D440 - CONTROLE E SERVOMECAMISMOS II
Prof. Carlos Raimundo Erig Lima
σ2
jw
3
1
1
2
3
Im
Re
s
z
T
=
− −
1 1
z
sT
=
−
1
1
Plano s Plano z
FIGURA 2.5 - Mapeamento do me todo de discretizaãao das diferenãas
backward.
2.5 M´todo das diferenã as - forwards diference
Dado D s
U s
E s
( )
( )
( )
= , os termos em s (ou derivativos
d
dt





 ) serao considerados
como:
dy t
dt
y k y k
t
y kT T] y kT]
T
( ) [ ] [ ] [ [
=
+ −
=
+ −1
∆
Aplicando a transformada Z:
Y z z Y z
T
z
T
Y z
( ) ( )
( )
−
=
−



1
Logo, tem-se a relaãao:
D z D s
s
z
T
( ) ( )=
=
−



∆
1
9
F7D440 - CONTROLE E SERVOMECAMISMOS II
Prof. Carlos Raimundo Erig Lima
Propriedades:
• E fü cil aplicar, uma vez que trata-se de simples substituiãao de variü veis.
• Se D(s) e estü vel, D(z) nao o e necessariamente. Este me todo tende a gerar
instabilidade.
• Nao preserva a resposta ao impulso e a resposta em frequ ˆncia de D(s).
A figura 2.6 apresenta o mapeamento realizado por este me todo de
discretizaãao sobre o plano z.
σ2
jw
3
1
1
2
3
Im
Re
s
z
T
=
−1
z Ts= +1
FIGURA 2.6 - Mapeamento do me todo de discretizaãao das diferenãas forward.
10
F7D440 - CONTROLE E SERVOMECAMISMOS II
Prof. Carlos Raimundo Erig Lima
2.6 DISTORÃ A O EM FREQUE NCIA NA TRANSFORMAÃ A O BILINEAR
O me todo de Tustin introduz uma distorãao em frequ ˆncia. Pode-se
apresentar esta distorãao pelo exemplo de discretizaãao do filtro H s
a
s a
( ) =
+ .
Para obter a resposta em frequ ˆncia faz-se s=jw.
H jw
a
a jw
a ajw
a w
( ) =
+
=
−
+
2
2 2 , cujo mádulo e dado por:
H jw
a
a w
a
a w
( ) =
+
=
+
2
2 2 2 2 , para um valor particular de frequ ˆncia w
=a, tem-se:
H jw( ) ==
1
2
Discretizando o filtro pela transformaãao bilinear:
H z
a
T
z
z
a
( )
( )
( )
=
−
+
+
2 1
1
, fazendo-se z = ejwT
:
H e
a
T
e
e
a
a
T
e
e
a
jwT
jwT
jwT
jwT
jwT
( )
( )
( )
( )
( )
=
−
+
+
=
−
+
+
2 1
1
2 1
1
H e
T
jtg
wT
a
jwT
( ) =
+
2
2
2
, que em mádulo e :
11
F7D440 - CONTROLE E SERVOMECAMISMOS II
Prof. Carlos Raimundo Erig Lima
H e
a
T
tg
wT
a
jwT
( ) =
+
4
22
2 2
, que para o mesmo valor de mádulo obtido no
filtro contınuo:
H e
a
T
tg
wT
a
w
T
arctg
aTjwT
( ) =
+
= ⇒ =
4
2
1
2
2
2
2
2 2
, que e um valor
diferente da frequ ˆncia para obtenãao do mesmo valor de mádulo. Pode-se
ainda relacionar:
s
T
z
z
=
−
+
−
−
2 1
1
1
1
( )
( )
, fazendo-se s= jw'
e z = ejwT
:
jw
T
e
e
jwT
jwT′ =
−
+
−
−
2 1
1
( )
( ) , de onde obtem-se que : ′ =w
T
tg
wT2
2
.
A relaãao entre w' e w pode ser visualizada na figura 2.7. Pode-se concluir
que a resposta em frequ ˆncia e distorcida, sendo que esta distorãao e menor
para baixos valores de w. Na prü tica para wT/2<17° ⇒ w' ≈ w.
A transformaãao bilinear comprime a frequ ˆ ncia contınua 0< w' <∞ em
uma faixa digital limitada a 0<wT<π.
FIGURA 2.7 à Representaãao da distorãao em frequ ˆ ncia observada na
discretizaãao pela trasformaãao bilinear.
12
F7D440 - CONTROLE E SERVOMECAMISMOS II
Prof. Carlos Raimundo Erig Lima
A figura 2.8 apresenta a comparaãao da resposta frequencial de sistemas
discretizados segundo vü rio me todos de discretizaãao e um sistema contınuo.
FIGURA 2.7 à Resposta frequencial de sistemas discretizados em comparaãao
com um sistema contınuo.
13
F7D440 - CONTROLE E SERVOMECAMISMOS II
Prof. Carlos Raimundo Erig Lima
Yr(s) U(s) Y(s)E(s)
D(s) Gp(s)
2.7 Exercıcio Resolvido - Discretizaãao de Sistemas Contınuos (fonte:
Universidade Federal de Santa Catarina Programa de Pás-Graduaãao em
Engenharia Ele trica, DAS 6653 à Controle Digital de Sistemas Din–micos)
Utilizando a aproximaãao forward para a discretizaãao do sistema, avaliar
o seu comportamento temporal para diversos perıodos de amostragem (Ts =
0.1; 0.2; 0.4; 0.6 e 0.8 segundos). Comparar os resultados e observar os pálos
de malha fechada. Para a aproximaãao bilinear, observar a din–mica do sistema
para os mesmos valores do perıodo de amostragem. Comparar os resultados.
Figura 1: Malha de Controle à Caso Contınuo.
)3s2.3s(
3
)s(G).s(D1
)s(G).s(D
)s(Y
)s(Y
)s(G 2
P
P
r
CL
++
=
+
==
)2(
1
)(
+
=
ss
sGP ⇒
)2.3s(
)2s(3
)s(D
+
+
=
Discretizaãao da planta:
1. Aproximaãao forward
sT
1z
s
−
= ⇒
)1T2.3z(
)1T2z(
)z(D
s
s
f
−+
−+
=
2. Aproximaãao bilinear 





+
−
=
1z
1z
T
2
s
s
⇒
)2T2.3(z)2T2.3(
)1T(6z)1T(6
)z(D
ss
ss
b
−++
−++
=
Resultados de Simulaãao:
Foram realizadas simulaão es para o sistema discretizado para diversos
perıodos de amostragem possibilitando a comparaãao entre os me todos de
14
F7D440 - CONTROLE E SERVOMECAMISMOS II
Prof. Carlos Raimundo Erig Lima
discretizaãao quanto aos pálos de malha fechada (Fig. 2) e quanto ` resposta
temporal do sistema (Fig. 3).
Discretizaãao do Controlador:
O modelo discreto do controlador + hold foi obtido empregando-se a
funãao c2dm da linguagem MATLAB. Quanto aos pálos de malha fechada
observa-se que quanto maior o perıodo de amostragem maior e a diferenãa
entre aqueles obtidos pela aproximaãao forward e pela aproximaãao bilinear.
Para o caso do perıodo Ts = 0.8 seg (Fig. 2-e) um pálo encontra-se fora do
cırculo unitü rio (z = -1.56) caracterizando a instabilidade do sistema.
-1 -0.5 0 0.5 1
-1
-0.8
-0.6
-0.4
-0.2
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
Root Locus
Real Axis
ImaginaryAxis
forward -
bilinear -
15
F7D440 - CONTROLE E SERVOMECAMISMOS II
Prof. Carlos Raimundo Erig Lima
(a) Ts = 0.1 seg. (b) Ts = 0.2 seg.
-1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5
-1
-0.5
0
0.5
1
+ forward
x bilinear
-1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5
-1
-0.5
0
0.5
1
x bilinear
+ forward
(c) Ts = 0.4 seg. (d) Ts = 0.6 seg.
-1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5
-1
-0.5
0
0.5
1
x bilinear
+ forward
(e) Ts = 0.8 seg.
Figura 2: Representaãao do Lugar das Raızes para diversos perıodos de amostragem.
A resposta temporal completa a anü lise em relaãao ` diferenãa entre
os dois tipos de aproximaãao, observando-se tambe m a caracterıstica de
instabilidade para a aproximaãao forward com Ts = 0.8 seg (Fig. 3-e).
-1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5
-1
-0.5
0
0.5
1
+ forward
x bilinear
-1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5
-1
-0.5
0
0.5
1
+ forward
x bilinear
16
F7D440 - CONTROLE E SERVOMECAMISMOS II
Prof. Carlos Raimundo Erig Lima
0 2 4 6 8 10 12
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
bilinear
forward
0 2 4 6 8 10 12
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
bilinear
forward
(a) Ts = 0.1 seg. (b) Ts = 0.2 seg.
0 2 4 6 8 10 12
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
bilinear
forward
0 2 4 6 8 10 12
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
bilinear
forward
(c) Ts = 0.4 seg. (d) Ts = 0.6 seg.
0 2 4 6 8 10 12
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
bilinear
forward
(e) Ts = 0.8 seg.
Figura 3: Resposta ao degrau unitü rio para diversos perıodos de amostragem.
17
F7D440 - CONTROLE E SERVOMECAMISMOS II
Prof. Carlos Raimundo Erig Lima
Conclusao
O estudo comparativo realizado entre a discretizaãao utilizando
aproximaãao forward e bilinear permitiu a observaãao das principais
caracterısticas destes me todos.
A aproximaãao forward, embora apresente uma implementaãao mais
simples, permitiu a degradaãao na qualidade do modelo discreto na sua
capacidade de representaãao da din–mica do processo contınuo. Observou-se
que, com o aumento do perıodo de amostragem, pode ocorrer a instabilizaãao
do sistema.
A aproximaãao bilinear, de implementaãao um mais complexa, apresentou
uma adequada representaãao da din–mica do planta e, mesmo quando do
aumento do perıodo de amostragem e consequ ente perda de informaão es a
respeito do processo, conseguiu manter a estabilidade apresentando uma
pequena reduãao no desempenho.
Pela comparaãao entre as aproximaão es estudadas para a discretizaãao de
um processo contınuo a te cnica que utiliza aproximaãao bilinear foi a que se
mostrou mais adequada para aplicaãao no processo avaliado.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Lista de exercícios
Lista de exercíciosLista de exercícios
Lista de exercíciosolivema91
 
Projeto instalações predial sapres projeto instalacoes. pdf
Projeto  instalações predial sapres projeto instalacoes. pdfProjeto  instalações predial sapres projeto instalacoes. pdf
Projeto instalações predial sapres projeto instalacoes. pdfMa Dos Anjos Pacheco
 
Porque raiz 3 nos circuitos trifasicos
Porque raiz 3 nos circuitos trifasicosPorque raiz 3 nos circuitos trifasicos
Porque raiz 3 nos circuitos trifasicosAlex Davoglio
 
MALHA ABERTA E MALHA FECHADA
MALHA ABERTA E MALHA FECHADAMALHA ABERTA E MALHA FECHADA
MALHA ABERTA E MALHA FECHADARafael Costa
 
Doc modelagem _492246747
Doc modelagem _492246747Doc modelagem _492246747
Doc modelagem _492246747Peterson Silva
 
Transformadores - Proteção de Equipamentos e Sistemas Elétricos.
Transformadores - Proteção de Equipamentos e Sistemas Elétricos.Transformadores - Proteção de Equipamentos e Sistemas Elétricos.
Transformadores - Proteção de Equipamentos e Sistemas Elétricos.Fred Pacheco
 
Simbologia para instrumentação
Simbologia para instrumentaçãoSimbologia para instrumentação
Simbologia para instrumentaçãophasetronik
 
Apostila de comandos elétricos (senai sp)
Apostila de comandos elétricos (senai   sp)Apostila de comandos elétricos (senai   sp)
Apostila de comandos elétricos (senai sp)Antonio Carlos
 
Flip flops,+registradores+e+contadores
Flip flops,+registradores+e+contadoresFlip flops,+registradores+e+contadores
Flip flops,+registradores+e+contadoresprofwtelles
 
Aula - CLP & Linguagem Ladder
Aula - CLP & Linguagem LadderAula - CLP & Linguagem Ladder
Aula - CLP & Linguagem LadderAnderson Pontes
 
Fenômenos de transporte MecFlu.
Fenômenos de transporte MecFlu.Fenômenos de transporte MecFlu.
Fenômenos de transporte MecFlu.Ailton Souza
 
Tabela De Pares De Transformadas De Laplace
Tabela De Pares De Transformadas De LaplaceTabela De Pares De Transformadas De Laplace
Tabela De Pares De Transformadas De LaplaceIury Zamecki Chemin
 
Elementos de subestação
Elementos de subestaçãoElementos de subestação
Elementos de subestaçãoRafael Silveira
 
Aula 04 - Medidas de Armazenamento
Aula 04 - Medidas de ArmazenamentoAula 04 - Medidas de Armazenamento
Aula 04 - Medidas de ArmazenamentoSuzana Viana Mota
 
Sep 1 cap 2 introducao a sep -modo de compatibilidade
Sep 1   cap 2 introducao a sep -modo de compatibilidadeSep 1   cap 2 introducao a sep -modo de compatibilidade
Sep 1 cap 2 introducao a sep -modo de compatibilidadeEwerton Farias
 

Mais procurados (20)

Lista de exercícios
Lista de exercíciosLista de exercícios
Lista de exercícios
 
Projeto instalações predial sapres projeto instalacoes. pdf
Projeto  instalações predial sapres projeto instalacoes. pdfProjeto  instalações predial sapres projeto instalacoes. pdf
Projeto instalações predial sapres projeto instalacoes. pdf
 
Porque raiz 3 nos circuitos trifasicos
Porque raiz 3 nos circuitos trifasicosPorque raiz 3 nos circuitos trifasicos
Porque raiz 3 nos circuitos trifasicos
 
Transdutores
TransdutoresTransdutores
Transdutores
 
MALHA ABERTA E MALHA FECHADA
MALHA ABERTA E MALHA FECHADAMALHA ABERTA E MALHA FECHADA
MALHA ABERTA E MALHA FECHADA
 
Doc modelagem _492246747
Doc modelagem _492246747Doc modelagem _492246747
Doc modelagem _492246747
 
Transformadores - Proteção de Equipamentos e Sistemas Elétricos.
Transformadores - Proteção de Equipamentos e Sistemas Elétricos.Transformadores - Proteção de Equipamentos e Sistemas Elétricos.
Transformadores - Proteção de Equipamentos e Sistemas Elétricos.
 
Soft ssw05
Soft ssw05Soft ssw05
Soft ssw05
 
Simbologia para instrumentação
Simbologia para instrumentaçãoSimbologia para instrumentação
Simbologia para instrumentação
 
Apostila de comandos elétricos (senai sp)
Apostila de comandos elétricos (senai   sp)Apostila de comandos elétricos (senai   sp)
Apostila de comandos elétricos (senai sp)
 
Flip flops,+registradores+e+contadores
Flip flops,+registradores+e+contadoresFlip flops,+registradores+e+contadores
Flip flops,+registradores+e+contadores
 
Capitulo2 a
Capitulo2 aCapitulo2 a
Capitulo2 a
 
Aula - CLP & Linguagem Ladder
Aula - CLP & Linguagem LadderAula - CLP & Linguagem Ladder
Aula - CLP & Linguagem Ladder
 
Fenômenos de transporte MecFlu.
Fenômenos de transporte MecFlu.Fenômenos de transporte MecFlu.
Fenômenos de transporte MecFlu.
 
Tabela De Pares De Transformadas De Laplace
Tabela De Pares De Transformadas De LaplaceTabela De Pares De Transformadas De Laplace
Tabela De Pares De Transformadas De Laplace
 
Comunicação de dados
Comunicação de dadosComunicação de dados
Comunicação de dados
 
Elementos de subestação
Elementos de subestaçãoElementos de subestação
Elementos de subestação
 
Eletrônica Básica
Eletrônica BásicaEletrônica Básica
Eletrônica Básica
 
Aula 04 - Medidas de Armazenamento
Aula 04 - Medidas de ArmazenamentoAula 04 - Medidas de Armazenamento
Aula 04 - Medidas de Armazenamento
 
Sep 1 cap 2 introducao a sep -modo de compatibilidade
Sep 1   cap 2 introducao a sep -modo de compatibilidadeSep 1   cap 2 introducao a sep -modo de compatibilidade
Sep 1 cap 2 introducao a sep -modo de compatibilidade
 

Semelhante a Controle e discretização de sistemas analógicos

Aula 05 - Transformada de Laplace.pdf
Aula 05 - Transformada de Laplace.pdfAula 05 - Transformada de Laplace.pdf
Aula 05 - Transformada de Laplace.pdfPedroTVSouza
 
Www.uff.br gma informacoes disciplinas_calc 03 -a- 2012-2_lista 2
Www.uff.br gma informacoes disciplinas_calc 03 -a- 2012-2_lista 2Www.uff.br gma informacoes disciplinas_calc 03 -a- 2012-2_lista 2
Www.uff.br gma informacoes disciplinas_calc 03 -a- 2012-2_lista 2Bowman Guimaraes
 
Vibracoes
VibracoesVibracoes
Vibracoesaluno29
 
Www.uff.br gma informacoes disciplinas_calc 03 -a- 2012-2_lista 6
Www.uff.br gma informacoes disciplinas_calc 03 -a- 2012-2_lista 6Www.uff.br gma informacoes disciplinas_calc 03 -a- 2012-2_lista 6
Www.uff.br gma informacoes disciplinas_calc 03 -a- 2012-2_lista 6Bowman Guimaraes
 
Www.uff.br gma informacoes disciplinas_calc 03 -a- 2012-2_lista 8
Www.uff.br gma informacoes disciplinas_calc 03 -a- 2012-2_lista 8Www.uff.br gma informacoes disciplinas_calc 03 -a- 2012-2_lista 8
Www.uff.br gma informacoes disciplinas_calc 03 -a- 2012-2_lista 8Bowman Guimaraes
 
Lista 1 - Robótica (Jim & Ronie)
Lista 1 - Robótica (Jim & Ronie)Lista 1 - Robótica (Jim & Ronie)
Lista 1 - Robótica (Jim & Ronie)Jim Naturesa
 
Integr com subst_trigonometricas__calculo
Integr com subst_trigonometricas__calculoIntegr com subst_trigonometricas__calculo
Integr com subst_trigonometricas__calculoBruna Lamas
 
Técnicas de integração
Técnicas de integraçãoTécnicas de integração
Técnicas de integraçãoCarlos Campani
 
Www.uff.br gma informacoes disciplinas_calc 03 -a- 2012-2_lista 7
Www.uff.br gma informacoes disciplinas_calc 03 -a- 2012-2_lista 7Www.uff.br gma informacoes disciplinas_calc 03 -a- 2012-2_lista 7
Www.uff.br gma informacoes disciplinas_calc 03 -a- 2012-2_lista 7Bowman Guimaraes
 
Aplicação da Transformada de Laplace na Determinação de Tensões e Correntes e...
Aplicação da Transformada de Laplace na Determinação de Tensões e Correntes e...Aplicação da Transformada de Laplace na Determinação de Tensões e Correntes e...
Aplicação da Transformada de Laplace na Determinação de Tensões e Correntes e...Felipe De Almeida
 
Tutorial sobre Ajuste de Controladores PID
Tutorial sobre Ajuste de Controladores PIDTutorial sobre Ajuste de Controladores PID
Tutorial sobre Ajuste de Controladores PIDFernando Passold
 

Semelhante a Controle e discretização de sistemas analógicos (20)

Aula 05 - Transformada de Laplace.pdf
Aula 05 - Transformada de Laplace.pdfAula 05 - Transformada de Laplace.pdf
Aula 05 - Transformada de Laplace.pdf
 
Www.uff.br gma informacoes disciplinas_calc 03 -a- 2012-2_lista 2
Www.uff.br gma informacoes disciplinas_calc 03 -a- 2012-2_lista 2Www.uff.br gma informacoes disciplinas_calc 03 -a- 2012-2_lista 2
Www.uff.br gma informacoes disciplinas_calc 03 -a- 2012-2_lista 2
 
Vibracoes
VibracoesVibracoes
Vibracoes
 
Imlweb ufmg
Imlweb ufmgImlweb ufmg
Imlweb ufmg
 
Ms impresso aula05
Ms impresso aula05Ms impresso aula05
Ms impresso aula05
 
Www.uff.br gma informacoes disciplinas_calc 03 -a- 2012-2_lista 6
Www.uff.br gma informacoes disciplinas_calc 03 -a- 2012-2_lista 6Www.uff.br gma informacoes disciplinas_calc 03 -a- 2012-2_lista 6
Www.uff.br gma informacoes disciplinas_calc 03 -a- 2012-2_lista 6
 
Passo adaptativo stiff
Passo adaptativo stiffPasso adaptativo stiff
Passo adaptativo stiff
 
Cálculo vetorial
Cálculo vetorialCálculo vetorial
Cálculo vetorial
 
Lista1 amazonas
Lista1 amazonasLista1 amazonas
Lista1 amazonas
 
Www.uff.br gma informacoes disciplinas_calc 03 -a- 2012-2_lista 8
Www.uff.br gma informacoes disciplinas_calc 03 -a- 2012-2_lista 8Www.uff.br gma informacoes disciplinas_calc 03 -a- 2012-2_lista 8
Www.uff.br gma informacoes disciplinas_calc 03 -a- 2012-2_lista 8
 
Lista 1 - Robótica (Jim & Ronie)
Lista 1 - Robótica (Jim & Ronie)Lista 1 - Robótica (Jim & Ronie)
Lista 1 - Robótica (Jim & Ronie)
 
Relatório 1
Relatório 1Relatório 1
Relatório 1
 
Integr com subst_trigonometricas__calculo
Integr com subst_trigonometricas__calculoIntegr com subst_trigonometricas__calculo
Integr com subst_trigonometricas__calculo
 
Técnicas de integração
Técnicas de integraçãoTécnicas de integração
Técnicas de integração
 
03 pid d
03 pid d03 pid d
03 pid d
 
Www.uff.br gma informacoes disciplinas_calc 03 -a- 2012-2_lista 7
Www.uff.br gma informacoes disciplinas_calc 03 -a- 2012-2_lista 7Www.uff.br gma informacoes disciplinas_calc 03 -a- 2012-2_lista 7
Www.uff.br gma informacoes disciplinas_calc 03 -a- 2012-2_lista 7
 
Aplicação da Transformada de Laplace na Determinação de Tensões e Correntes e...
Aplicação da Transformada de Laplace na Determinação de Tensões e Correntes e...Aplicação da Transformada de Laplace na Determinação de Tensões e Correntes e...
Aplicação da Transformada de Laplace na Determinação de Tensões e Correntes e...
 
Exercicios resolvidos
Exercicios resolvidosExercicios resolvidos
Exercicios resolvidos
 
Laplace
LaplaceLaplace
Laplace
 
Tutorial sobre Ajuste de Controladores PID
Tutorial sobre Ajuste de Controladores PIDTutorial sobre Ajuste de Controladores PID
Tutorial sobre Ajuste de Controladores PID
 

Controle e discretização de sistemas analógicos

  • 1. F6D370 - CONTROLE E SERVOMECAMISMOS II Prof. Carlos Raimundo Erig Lima 2. ME TODOS DE DISCRETIZAÃAO Existem muitos me todos de discretizaãao que podem ser aplicados a funão es de transferˆncia analágicas. Um dos me todos de discretizaãao e a jü conhecida aplicaãao da transformada Z a funãao analágica discretizada. Porem este me todo de discretizaãao nem sempre leva em conta particularidades do processo de discretizaãao. Por outro lado, alguns me todos apresentam um custo computacional menor, permitido algoritmos menores, mais simples e rü pidos. Sao apresentados os seguintes me todos de discretizaãao: • Transfomada Z do sinal discretizado. • Funãao de Transferˆ ncia pulsada e seguidores • Me todo das diferenãas • Transformaãao bilinear • Transformaãao bilinear e com pre -distorãao de frequ ˆ ncia A seleãao adequada apropriada do me todo de discretizaãao deve levar em conta o que se espera do algoritmo de controle discretizado em comparaãao com o desempenho do sistema analágico. Algumas propriedades mais utilizadas sao: • NÉmero de pálos e zeros. • A largura de banda e a frequ ˆ ncia de corte. • O ganho DC. • A margem de fase e margem de ganho. • A resposta temporal. E possıvel que alguma destas propriedades nao sejam preservadas durante o processo de discretizaãao. A escolha de um me todo de discretizaãao tambe m estü relacionada com a facilidade de implementaãao computacional.
  • 2. 1 F7D440 - CONTROLE E SERVOMECAMISMOS II Prof. Carlos Raimundo Erig Lima 2.1 Transformada z do sinal discretizado Dado um sistema contınuo, define-se a transformada z do sinal discretizado como: Propriedades: • H(z) tem a mesma resposta ao impulso que H(s) • Se H(z) e estü vel, H(z) tambe m o serü . • H(z) nao preserva a resposta em frequ ˆncia (alising). E vü lido se nao for observado o teorema da amostragem de Niquist. Ou seja pode ser resolvido se a frequ ˆ ncia de amostragem for aumentada. • Se H(s) e uma funãao complicada e nao tabulada, serü necessü rio utilizar expansao em fraão es parciais para encontrar a funãao discretizada final. • Nao considera os elementos introduzidos no sistema durante o processo de discretizaãao. 2.2 Transformada z da funã a o de transferencia pulsada com seguradores Uns dos elementos introduzidos em um sistema discreto ao discretizar um sistema analágico sao os seguradores. E interessante definir um segurador de ordem zero. Pode-se considerar um sistema de controle digital, parciamente representado na figura 2.1. E inevitü vel a existˆncia de um bloco que converta F(z) = Z[{fk k k k f z}]= − = ∞ ∑ ∆ 0
  • 3. 2 F7D440 - CONTROLE E SERVOMECAMISMOS II Prof. Carlos Raimundo Erig Lima sinais discretos em sinais contınuos (conversor D/A). Entre um conversao e outra, o sinal de entrada e segurado na saıda do bloco. Esta operaãao de memorizaãao da ultima amostra ate uma nova entrada introduz um novo termo na funãao discreta resultante do sistema. t PLANTA Contınua G(s) ConversorA/D ConversorD/A Sequ enciaImpulso k 1 uk Funcao Resultante T 1 ut FIGURA 2.1 - Representaãao parcial de um sistema de controle discreto onde e enfatizado a operaãao de um segurador. Em funãao da figura pode-se escrever: U s s e s sT ( ) = − − 1 , ou seja, Y s e s G s sT ( ) ( )= − − 1 , onde a funãao 1− − e s sT e conhecida como segurador de ordem zero.
  • 4. 3 F7D440 - CONTROLE E SERVOMECAMISMOS II Prof. Carlos Raimundo Erig Lima Para um segurador de ordem zero (ZOH) D z Z e s D s sT ( ) ( )= −      −∆ 1 ou ainda, Propriedades: • Se D(s) e estü vel, D(z) tambe m o serü . • Se D(s) e nao tabulada, serü necessü rio utilizar expansao em fraão es parciais. • D(z) nao preserva a resposta ao impulso e a resposta em frequ ˆ ncia. 2.3 TRANSFORMAÃ A O BILINEAR , DE TUSTIN OU TRAPEZOIDAL Considerando-se o sistema U s E s H s a s a ( ) ( ) ( )= = + e sua equaãao diferencial associada: du(t d t au(t ae(t ) ( ) ) )+ = , pode-se resolver a equaãao diferencial pela integral: [ ]u t au ae d t ( ) ( ) ( )= − +∫ τ τ τ 0 , relaãao esta que pode ser discretizada: D z z Z D s s ( ) ( ) ( ) = −     − ∆ 1 1
  • 5. 4 F7D440 - CONTROLE E SERVOMECAMISMOS II Prof. Carlos Raimundo Erig Lima [ ] [ ]u kT) au ae d au ae d kT T kT T kT ( ( ) ( ) ( ) ( )= − + + − + ∴ − −∫ ∫τ τ τ τ τ τ 0 [ ]u kT) u kT T) au ae d kT T kT ( ( ( ) ( )= − + − + −∫ τ τ τ . Segundo a prápria definiãao de integral a integral [ ]− + −∫ au ae d kT T kT ( ) ( )τ τ τ e dada pela ü rea de − +au ae( ) ( )τ τ para (kT T) kT− < <τ . Se esta ü rea e aproximada por um ret–ngulo tem-se uma aproximaãao pelo me todo das diferenãas Backward ou Forward, discutidas posteriormente. A figura 2.2 representa esta aproximaãao. kTkT-T Backward kTkT-T A rea: T[-au[kT-T]+ae[kT-T]] A rea: T[-au[kT]+ae[kT]] Forward FIGURA 2.2 - Representaãao da aproximaãao da ü rea sob a curva entre duas amostras consecutivas, segundo o me todo das diferenãas. Se a aproximaãao for segundo um trape zio, tem-se a aproximaãao trapezoidal, representada graficamente na figura 2.3.
  • 6. 5 F7D440 - CONTROLE E SERVOMECAMISMOS II Prof. Carlos Raimundo Erig Lima Trapezoidal kTkT-T A rea: T[-au[kT-T]+ae[kT-T] -au[kT]+ae[kT]]/2 FIGURA 2.3 - Representaãao da aproximaãao da ü rea sob a curva entre duas amostras consecutivas, segundo o me todo bilinear, de Tustin ou trapezoidal. Da figura 2.3 pode-se representar ainda: [ ]u kT aT aT u kT T aT aT e kT T e kT[ ] ( / ( / [ ] ( / ( / [ ] [ ]= − + − + + − + 1 2) 1 2) 2) 1 2) , de onde, pode-se obter a seguinte relaãao: H z a T z z a ( ) = − +       + 2 1 1 , ou seja: Propriedades: • E fü cil aplicar, uma vez que trata-se de simples substituiãao de variü veis. • Se D(s) e estü vel, D(z) tambe m o e .     + − = = ∆ 1 12 )()( z z T s sDzD
  • 7. 6 F7D440 - CONTROLE E SERVOMECAMISMOS II Prof. Carlos Raimundo Erig Lima • Nao preserva a resposta ao impulso e a resposta em frequ ˆncia de D(s). A figura 2.4 apresenta o mapeamento realizado por este me todo de discretizaãao sobre o plano z. σ2 jw 3 1 1 2 3 Im Re Plano s Plano z TS Ts z − + = 2 2 )1( )1(2 + − = zT z s FIGURA 2.4 - Mapeamento do me todo de discretizaãao bilinear sobre o plano Z. 2.4 M´todo das diferenã as - backward diference Dado D s U s E s ( ) ( ) ( ) = , os termos em s (ou derivativos d dt       ) serao considerados como: dy t dt y k y k t y kT y kT T T ( ) [ ] [ ] [ ] [ ] = − − = − −1 ∆ Aplicando-se a transformada Z: Y z z Y z T z T Y z ( ) ( ) ( ) − = −      − −1 1 1
  • 8. 7 F7D440 - CONTROLE E SERVOMECAMISMOS II Prof. Carlos Raimundo Erig Lima Logo, tem-se a relaãao: Propriedades: • E fü cil aplicar, uma vez que trata-se de simples substituiãao de variü veis. • Se D(s) e estü vel, D(z) tambe m o e . • Nao preserva a resposta ao impulso e a resposta em frequ ˆncia de D(s). • dy t dt y k y k T ( ) [ ] [ ] = − −1 dy t dt y k y k y k T 2 2 2 2 1 2]( ) [ ] [ ] [ = − − + − dy t dt y k y k y k y k T 3 3 3 3 1 3 2] 3( ) [ ] [ ] [ [ ] = − − + − − − A figura 2.5 apresenta o mapeamento realizado por este me todo de discretizaãao sobre o plano z. D z D s s z T ( ) ( )= = −      − ∆ 1 1
  • 9. 8 F7D440 - CONTROLE E SERVOMECAMISMOS II Prof. Carlos Raimundo Erig Lima σ2 jw 3 1 1 2 3 Im Re s z T = − − 1 1 z sT = − 1 1 Plano s Plano z FIGURA 2.5 - Mapeamento do me todo de discretizaãao das diferenãas backward. 2.5 M´todo das diferenã as - forwards diference Dado D s U s E s ( ) ( ) ( ) = , os termos em s (ou derivativos d dt       ) serao considerados como: dy t dt y k y k t y kT T] y kT] T ( ) [ ] [ ] [ [ = + − = + −1 ∆ Aplicando a transformada Z: Y z z Y z T z T Y z ( ) ( ) ( ) − = −    1 Logo, tem-se a relaãao: D z D s s z T ( ) ( )= = −    ∆ 1
  • 10. 9 F7D440 - CONTROLE E SERVOMECAMISMOS II Prof. Carlos Raimundo Erig Lima Propriedades: • E fü cil aplicar, uma vez que trata-se de simples substituiãao de variü veis. • Se D(s) e estü vel, D(z) nao o e necessariamente. Este me todo tende a gerar instabilidade. • Nao preserva a resposta ao impulso e a resposta em frequ ˆncia de D(s). A figura 2.6 apresenta o mapeamento realizado por este me todo de discretizaãao sobre o plano z. σ2 jw 3 1 1 2 3 Im Re s z T = −1 z Ts= +1 FIGURA 2.6 - Mapeamento do me todo de discretizaãao das diferenãas forward.
  • 11. 10 F7D440 - CONTROLE E SERVOMECAMISMOS II Prof. Carlos Raimundo Erig Lima 2.6 DISTORÃ A O EM FREQUE NCIA NA TRANSFORMAÃ A O BILINEAR O me todo de Tustin introduz uma distorãao em frequ ˆncia. Pode-se apresentar esta distorãao pelo exemplo de discretizaãao do filtro H s a s a ( ) = + . Para obter a resposta em frequ ˆncia faz-se s=jw. H jw a a jw a ajw a w ( ) = + = − + 2 2 2 , cujo mádulo e dado por: H jw a a w a a w ( ) = + = + 2 2 2 2 2 , para um valor particular de frequ ˆncia w =a, tem-se: H jw( ) == 1 2 Discretizando o filtro pela transformaãao bilinear: H z a T z z a ( ) ( ) ( ) = − + + 2 1 1 , fazendo-se z = ejwT : H e a T e e a a T e e a jwT jwT jwT jwT jwT ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) = − + + = − + + 2 1 1 2 1 1 H e T jtg wT a jwT ( ) = + 2 2 2 , que em mádulo e :
  • 12. 11 F7D440 - CONTROLE E SERVOMECAMISMOS II Prof. Carlos Raimundo Erig Lima H e a T tg wT a jwT ( ) = + 4 22 2 2 , que para o mesmo valor de mádulo obtido no filtro contınuo: H e a T tg wT a w T arctg aTjwT ( ) = + = ⇒ = 4 2 1 2 2 2 2 2 2 , que e um valor diferente da frequ ˆncia para obtenãao do mesmo valor de mádulo. Pode-se ainda relacionar: s T z z = − + − − 2 1 1 1 1 ( ) ( ) , fazendo-se s= jw' e z = ejwT : jw T e e jwT jwT′ = − + − − 2 1 1 ( ) ( ) , de onde obtem-se que : ′ =w T tg wT2 2 . A relaãao entre w' e w pode ser visualizada na figura 2.7. Pode-se concluir que a resposta em frequ ˆncia e distorcida, sendo que esta distorãao e menor para baixos valores de w. Na prü tica para wT/2<17° ⇒ w' ≈ w. A transformaãao bilinear comprime a frequ ˆ ncia contınua 0< w' <∞ em uma faixa digital limitada a 0<wT<π. FIGURA 2.7 à Representaãao da distorãao em frequ ˆ ncia observada na discretizaãao pela trasformaãao bilinear.
  • 13. 12 F7D440 - CONTROLE E SERVOMECAMISMOS II Prof. Carlos Raimundo Erig Lima A figura 2.8 apresenta a comparaãao da resposta frequencial de sistemas discretizados segundo vü rio me todos de discretizaãao e um sistema contınuo. FIGURA 2.7 à Resposta frequencial de sistemas discretizados em comparaãao com um sistema contınuo.
  • 14. 13 F7D440 - CONTROLE E SERVOMECAMISMOS II Prof. Carlos Raimundo Erig Lima Yr(s) U(s) Y(s)E(s) D(s) Gp(s) 2.7 Exercıcio Resolvido - Discretizaãao de Sistemas Contınuos (fonte: Universidade Federal de Santa Catarina Programa de Pás-Graduaãao em Engenharia Ele trica, DAS 6653 à Controle Digital de Sistemas Din–micos) Utilizando a aproximaãao forward para a discretizaãao do sistema, avaliar o seu comportamento temporal para diversos perıodos de amostragem (Ts = 0.1; 0.2; 0.4; 0.6 e 0.8 segundos). Comparar os resultados e observar os pálos de malha fechada. Para a aproximaãao bilinear, observar a din–mica do sistema para os mesmos valores do perıodo de amostragem. Comparar os resultados. Figura 1: Malha de Controle à Caso Contınuo. )3s2.3s( 3 )s(G).s(D1 )s(G).s(D )s(Y )s(Y )s(G 2 P P r CL ++ = + == )2( 1 )( + = ss sGP ⇒ )2.3s( )2s(3 )s(D + + = Discretizaãao da planta: 1. Aproximaãao forward sT 1z s − = ⇒ )1T2.3z( )1T2z( )z(D s s f −+ −+ = 2. Aproximaãao bilinear       + − = 1z 1z T 2 s s ⇒ )2T2.3(z)2T2.3( )1T(6z)1T(6 )z(D ss ss b −++ −++ = Resultados de Simulaãao: Foram realizadas simulaão es para o sistema discretizado para diversos perıodos de amostragem possibilitando a comparaãao entre os me todos de
  • 15. 14 F7D440 - CONTROLE E SERVOMECAMISMOS II Prof. Carlos Raimundo Erig Lima discretizaãao quanto aos pálos de malha fechada (Fig. 2) e quanto ` resposta temporal do sistema (Fig. 3). Discretizaãao do Controlador: O modelo discreto do controlador + hold foi obtido empregando-se a funãao c2dm da linguagem MATLAB. Quanto aos pálos de malha fechada observa-se que quanto maior o perıodo de amostragem maior e a diferenãa entre aqueles obtidos pela aproximaãao forward e pela aproximaãao bilinear. Para o caso do perıodo Ts = 0.8 seg (Fig. 2-e) um pálo encontra-se fora do cırculo unitü rio (z = -1.56) caracterizando a instabilidade do sistema. -1 -0.5 0 0.5 1 -1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 Root Locus Real Axis ImaginaryAxis forward - bilinear -
  • 16. 15 F7D440 - CONTROLE E SERVOMECAMISMOS II Prof. Carlos Raimundo Erig Lima (a) Ts = 0.1 seg. (b) Ts = 0.2 seg. -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 + forward x bilinear -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 x bilinear + forward (c) Ts = 0.4 seg. (d) Ts = 0.6 seg. -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 x bilinear + forward (e) Ts = 0.8 seg. Figura 2: Representaãao do Lugar das Raızes para diversos perıodos de amostragem. A resposta temporal completa a anü lise em relaãao ` diferenãa entre os dois tipos de aproximaãao, observando-se tambe m a caracterıstica de instabilidade para a aproximaãao forward com Ts = 0.8 seg (Fig. 3-e). -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 + forward x bilinear -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 + forward x bilinear
  • 17. 16 F7D440 - CONTROLE E SERVOMECAMISMOS II Prof. Carlos Raimundo Erig Lima 0 2 4 6 8 10 12 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 bilinear forward 0 2 4 6 8 10 12 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 bilinear forward (a) Ts = 0.1 seg. (b) Ts = 0.2 seg. 0 2 4 6 8 10 12 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 bilinear forward 0 2 4 6 8 10 12 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 bilinear forward (c) Ts = 0.4 seg. (d) Ts = 0.6 seg. 0 2 4 6 8 10 12 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 bilinear forward (e) Ts = 0.8 seg. Figura 3: Resposta ao degrau unitü rio para diversos perıodos de amostragem.
  • 18. 17 F7D440 - CONTROLE E SERVOMECAMISMOS II Prof. Carlos Raimundo Erig Lima Conclusao O estudo comparativo realizado entre a discretizaãao utilizando aproximaãao forward e bilinear permitiu a observaãao das principais caracterısticas destes me todos. A aproximaãao forward, embora apresente uma implementaãao mais simples, permitiu a degradaãao na qualidade do modelo discreto na sua capacidade de representaãao da din–mica do processo contınuo. Observou-se que, com o aumento do perıodo de amostragem, pode ocorrer a instabilizaãao do sistema. A aproximaãao bilinear, de implementaãao um mais complexa, apresentou uma adequada representaãao da din–mica do planta e, mesmo quando do aumento do perıodo de amostragem e consequ ente perda de informaão es a respeito do processo, conseguiu manter a estabilidade apresentando uma pequena reduãao no desempenho. Pela comparaãao entre as aproximaão es estudadas para a discretizaãao de um processo contınuo a te cnica que utiliza aproximaãao bilinear foi a que se mostrou mais adequada para aplicaãao no processo avaliado.