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                                                 Disciplina: Projeto e Planejamento do Produto I
                                                 Prof. Luciana                          Data: __/__/____
Aluno: ______________________________________________                            Prontuário: ________________

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                              Estudo de Caso: Tecnologia com problemas
         Entender mal as necessidades dos consumidores e introduzi-Ias mal no projeto pode causar problemas que
somente surgem depois que o produto ou serviço está em uso. Isso pode ser especialmente verdade quando os
projetistas estão motivados somente pelas possibilidades excitantes que uma nova tecnologia oferece. Por
exemplo, muitos dos assim chamados "edifícios inteligentes" que usam extensivamente tecnologia de informação
sofreram sérios problemas iniciais. Um edifício adotou "persianas inteligentes" em suas janelas. Esperava-se que
subissem e descessem em resposta à quantidade de luz solar que incidisse sobre a janela. A iluminação exterior
era amostrada de sete em sete minutos. Em um dia ensolarado, esperava-se que
as persianas permanecessem embaixo, e quando houvesse nuvens, ficariam na
parte superior para deixar passar mais luz. Infelizmente, quando o Sol passava
atrás de uma pequena nuvem, as persianas podiam subir e ficar lá por sete minutos.
Em dias com nuvens intermitentes, as persianas subiam e desciam o tempo todo,
causando aborrecimento do pessoal, especialmente os que usavam vídeos de
computador. O problema foi "resolvido" com o empilhamento de livros na parte
inferior das persianas, até que os motores arrebentaram. Outro edifício possuía
salas de conferência nas quais as luzes eram ativadas por sensores no forro, que
reagiam a movimento e calor. As luzes acendiam-se automaticamente quando as
pessoas entravam na sala. Infelizmente, este era o único mecanismo pelo qual as
luzes se acendiam ou apagavam, de forma que se alguém queria mostrar slides,
todos na sala deveriam sentar-se quietos até que as luzes se apagassem.
                                                            Fonte: Times, 16 jul. 1993.
                           Pontos para discussão:

1. Por que todos os sistemas descritos foram vistos como fracassos?
2. Como você poderia ter assegurado que os erros cometidos pelos projetistas de sistemas não tivessem
   ocorrido?
3. Foi só incompetência que levou os projetistas a instalarem estes sistemas, ou eles caíram em armadilhas de
   projeto previsíveis?



 Estudo de Caso: A Boeing traz seus passageiros a bordo no processo de projetar aeronaves

         Provavelmente, o avião de passageiros mais inovador a entrar em serviço nos últimos anos foi o Boeing
777, um novo avião bimotor, na categoria de mais de 300 assentos, para competir com modelos da McDonnell e
Airbus. A existência de produtos concorrentes estabelecidos é importante. Quando a Boeing desenvolveu o avião a
jat.o "Jumbo" 747, não tinha concorrentes diretos. Os clientes ou queriam o produto, ou não. Não ocorreu a mesma
coisa com o 777; a Boeing sabia que devia considerar as exigências dos consumidores. A empresa deveria tomar
um novo rumo - entender as necessidades dos consumidores e então transformar aquele conhecimento em um
avião capaz de atender a essas necessidades da melhor forma possível.
         A Boeing sempre manteve relacionamento próximo com seus clientes, mas esse projeto exigia ouvir e
compreendê-los profundamente. Inicialmente, oito grandes clientes potenciais (incluindo British Airways, Japan
Airlines e Qantas) foram convidadas a participar da criação dos conceitos de projeto. Logo, ficou claro que os
clientes realmente tinham exigências importantes, e a mais vital era a de que o avião deveria ser cerca de 25% mais
largo do que o 767. Na realidade, a Boeing originalmente havia desejado fazer mais longa afuselagem do 767 para
obter capacidade extra, evitando assim alguns dos custos envolvidos em uma fuselagem completamente nova. Os
clientes também queriam muito mais flexibilidade na configuração do espaço dos passageiros. O espaço de uma
cabine convencional era dividido em seções, separadas por cozinhas e toaletes fixos em posições predeterminadas,
fixando a proporção entre as capacidades de passageiros em cada classe. Contudo, todas as companhias aéreas
haviam indicado que queriam ser capazes de configurar a cabine a suas próprias necessidades. Se pudessem
fazer isso, nunca precisariam recusar passageiros e, conseqüentemente, a valiosa receita da classe executiva.
Finalmente, as companhias aéreas insistiram que o novo projeto deveria estar isento do nível usual de pequenas,
mas irritantes, falhas que perturbam as operações de alguns dos outros aviões.

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